Escalas de avaliação relacionadas ao espectro do autismo

download Escalas de avaliação relacionadas ao espectro do autismo

of 9

Transcript of Escalas de avaliação relacionadas ao espectro do autismo

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    1/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    INTRODUO A ALGUMAS ESCALAS DE AVALIAO RELACIONADAS AO ESPECTRODO AUTISMO

    Autor da Pesquisa e Traduo: Vinicius Aguiar Agosto 2009

    ADI-R

    ADI-R a sigla para Autism Diagnostic Interview-Revised ou Entrevista Diagnstica para oAutismo Revisada. Trata-se de uma entrevista diagnstica semi-estruturada concebida para seraplicada no principal cuidador da criana com hiptese de transtorno global dodesenvolvimento (TGD). Tem o objetivo de fornecer uma avaliao ao longo da vida de umasrie de comportamentos relevantes para o diagnstico diferencial de TGD em indivduos apartir dos 5 anos at o incio da idade adulta e com idade mental a partir dos 2 anos de idade.O instrumento passou por uma reviso em 1994. Na reviso, o instrumento foi reorganizado,

    abreviado e modificado de forma a ser adequado na avaliao de crianas com idade mentalde 18 meses at a idade adulta e aumentou a equivalncia com os critrios do CID-10 e doDSM-IV.A ADI-R composta por cinco sees: perguntas introdutrias; questes sobre comunicao(inicial e atual); sobre desenvolvimento social e o brincar (novamente inicial e atual);investigao sobre comportamentos repetitivos e restritos (todos pontuados, tanto para osatuais como para os que sempre aconteceram), e um nmero reduzido de questes relativas aproblemas de comportamento em geral. Devido a reviso, tornou-se possvel que um aplicadorcom uma prtica relativa no instrumento o aplique em cerca de 1 hora e meia de entrevista, emcuidadores de crianas de 3 a 4 anos. Em crianas mais velhas, a entrevista pode ser um

    pouco mais longa.A entrevista focada em trs reas principais:A. A qualidade da interao social recproca (incluindo caractersticas como comportamento desaudao, compartilhamento de emoes, oferecendo e buscando conforto e odesenvolvimento de amizades intensas.B. Comunicao e linguagem (incluindo caractersticas como uso social, qualidade dainterao/troca durante a conversa, linguagem idiossincrtica e modo de falar estereotipado.C. Comportamentos repetitivos, limitados e estereotipados (como preocupaes incomuns,afeto inadequado, rituais e interesses sensoriais incomuns). Alm das trs principais reas deinvestigao, a entrevista tambm abrange uma variedade de comportamentos que, embora

    tenham uma menor relevncia para o diagnstico, muitas vezes ocorrem em TGD e soimportantes no planejamento do tratamento. Por exemplo, existem questes sobre autoleso,

    1 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    2/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    pica , hiperatividade e agressividade. Uma vez que a entrevista est preocupada com odiagnstico diferencial de transtornos do desenvolvimento, uma investigao padronizada dahistria comea (depois de uma seo de orientando geral), com questionamentos sobre comoe quando os pais pela primeira vez perceberam de que algo poderia estar errado com a

    criana, e sobre os principais marcos do desenvolvimento. A entrevista segue de forma ainvestigar o comportamento da criana durante os primeiros 5 anos de vida, porque certascaractersticas diagnsticas so normalmente mais evidentes durante esse perodo. Emseguida, a investigao se concentra no comportamento atual, ou seja, durante os 12 mesesanteriores entrevista. No entanto, para muitos itens, o entrevistador tambm avalia se algunscomportamentos especficos estiveram presentes.

    CARS

    CARS a sigla para Childhood Autism Rating Scale ou Escala de Avaliao do Autismo naInfncia. Trata-se de uma escala com 15 itens que auxiliam o diagnstico e identificao decrianas com autismo, alm de ser sensvel na distino entre o autismo e outros atrasos nodesenvolvimento. A sua importncia baseada na capacidade de diferenciar o grau decomprometimento do autismo entre leve, moderado e severo (Magyar & Pandolfi, 2007;Schopler, Reichler & Renner, 1988). Sua aplicao rpida e adequada a qualquer criana

    com mais de 2 anos de idade. Ela foi desenvolvida ao longo de um perodo de 15 anos, tendocomo base 1500 crianas com autismo. A escala incorpora critrios diagnsticos baseados notrabalho de Kanner (1943), Creak (1961), Rutter (1978) e Ritvo & Freeman (1978) e, a partir de1980, o Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais (DSM-III) (Schopler, Reichler& Renner, 1988).A escala avalia o comportamento em 14 domnios geralmente afetados no autismo, somadas auma categoria nica para descrio de impresses gerais (Stella, Mundy & Tuchman, 1999;Rellini et al., 2004). Os 15 quesitos de avaliao so os seguintes: (1) interao com aspessoas, (2) imitao, (3) resposta emocional, (4) uso do corpo, (5) uso de objetos, (6)adaptao mudana, (7) reao a estmulos visuais e (8) auditivos, (9) a resposta e uso da

    gustao, olfato e tato; (10) medo ou nervosismo, (11) comunicao verbal, (12) comunicaono verbal, (13) nvel de atividade, (14) o nvel e a coerncia da resposta intelectual e,finalmente, as (15) impresses gerais. A pontuao atribuda a cada domnio varia de 1 (dentrodos limites da normalidade) a 4 (sintomas autsticos graves). A pontuao total varia de 15-60 eo ponto de corte para o autismo 30 (Schopler, Reichler & Renner, 1988).

    ABC OU ICA

    2 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    3/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    O Autism Behavior Checklist (ABC) uma lista contendo 57 comportamentos atpicos (Krug etal., 1980). No Brasil, a lista foi traduzida, adaptada e pr-validada com o nome de Inventrio deComportamentos Autsticos (ICA) (Marteleto & Pedromnico, 2005). A lista foi concebida para atriagem inicial de crianas suspeitas de ter TGD e foi padronizado, por meio das observaes

    dos professores das crianas. Alguns estudos utilizaram o questionrio em forma de entrevistacom os pais e cuidadores. O objetivo do ABC/ICA ajudar no diagnstico diferencial dascrianas suspeitas de ter TGD e encaminh-las a tratamentos interventivos adequados. O ABC um dos cinco subtestes que compem a ASIEP-2 (Krug et al., 1980). mais freqentementeutilizado durante o incio do processo diagnstico em indivduos suspeitos de terem autismo. OABC/ICA lista 57 comportamentos atpicos que so sintomticos do autismo, organizados emcinco reas: sensoriais, relacionais, imagem corporal, linguagem, interao social eautocuidado. H um protocolo para a marcao do comportamento da criana. Cada item pontuado de 1 a 4, determinado estatisticamente de acordo com o grau de associao aocomportamento patolgico. A pontuao para cada um dos cinco domnios registrada, dando

    uma pontuao parcial para cada domnio, assim como uma pontuao global. Quando o totalchega a 68 pontos ou mais, a criana considerada com autismo (Krug et al., 1980; 1993); apontuao entre 54 e 67 indica uma probabilidade moderada da criana ter autismo; apontuao entre 47 e 53 considerada duvidosa para a classificao do autismo, e escoresabaixo de 47 indicam que a criana tpica. A lista tem sido amplamente utilizada em vriospases, tanto na investigao quanto na prtica clnica devido a facilidade de aplicao e obaixo custo. Nos ltimos anos, as propriedades psicomtricas do ABC/ICA foram investigadase avaliadas (Miranda-Linne & Melin, 1997; Sevin et al., 1991). Apesar destes estudosquestionarem o ponto de corte determinado pelos autores do ABC, a lista tem sido consideradatil na triagem de crianas suspeitas de pertencer ao espectro do autismo. As propriedades

    psicomtricas do ABC/ICA foram abordadas em um estudo preliminar de validao (Marteletoet al., 2005). Os autores demonstraram que o instrumento capaz de identificar as crianascom suspeita de autismo infantil e props uma pontuao de 49 como ponto de corte com altasensibilidade e especificidade na identificao em tais casos na populao em geral. Portanto,as avaliaes do comportamento por meio de escalas ou listas (cada uma com suas prpriasparticularidades) revelaram-se bastante teis na identificao do autismo. No entanto, elas soinstrumentos complementares para o diagnstico desta sndrome e, portanto, incapazes derealizar o diagnstico isoladamente.

    ASQ OU SCQ

    O Social Communication Questionnaire (SCQ) ou Questionrio de Comunicao Social,anteriormente chamado de Autism Screening Questionnaire (ASQ) ou Questionrio de Rastreiodo Autismo, foi desenvolvido por Rutter e Lord, uma seleo de 40 perguntas respondidaspela principal cuidador de crianas a partir de 4 anos. Derivada da verso revista do ADI (Le

    Couteur et al., 1989), o SCQ uma ferramenta com o foco na avaliao de crianas comelevado risco de problemas de desenvolvimento, que prev um diagnstico baseado na

    3 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    4/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    pontuao de comportamentos organizados em trs reas de funcionamento: interao socialrecproca, linguagem e comunicao; alm de padres repetitivos e estereotipados decomportamento. Um estudo sobre a validade do SCQ foi realizado por Berument et. Al., (1999),com indivduos com idades entre 4 e 18 anos, em pais que j conheciam o diagnstico. A

    melhor pontuao de corte foi 15. Para diferenciar transtornos globais do desenvolvimento apartir de outros diagnsticos, incluindo atrasos do desenvolvimento sem autismo, asensibilidade foi de 85%, especificidade 67%, valor preditivo positivo 93% e preditivo negativovalor 55%. Este estudo mostra que a SCQ um importante instrumento de rastreio paracrianas que possuem um alto risco de terem um TGD com idades compreendidas entre os 3 e5 anos; pois ela capaz de identificar corretamente as crianas com um possvel diagnsticode TGD em comparao a outros diagnsticos relacionados ao desenvolvimento.No entanto, a principal preocupao com o uso desta ferramenta para rastreamento que,apesar do SCQ possuir uma alta pontuao em relao a sua sensibilidade (tendo 11 comoponto de corte), ela acabou resultando numa baixa especificidade. Por exemplo, o instrumento

    no seria muito adequado para especificar se uma pessoa possui Sndrome de Asperger ouAutismo. Sendo assim, esta condio produz muitos falsos positivos que podem resultar numaumento da ansiedade parental, enquanto se aguarda uma avaliao formal. A possibilidadede um diagnstico de autismo em uma criana algo que iria alarmar a maioria pais. Por isso,a utilizao do SCQ deve ser feita por profissionais experientes e familiarizados com os TGDs.Embora a especificidade seja baixa, o SCQ agrega valor avaliao do profissional experientee pode dar subsdios para o encaminhamento a uma avaliao mais especfica.

    ADOS

    O Autism Diagnostic Observation Schedule-Generic (ADOS-G) ou Programa de ObservaoDiagnstica do Autismo Verso Genrica uma avaliao semi-estruturada da interaosocial, da comunicao, do brincar e do uso imaginativo de materiais para indivduos suspeitosde terem algum transtorno do espectro do autismo (TEA). O cronograma de observaesconsiste em quatro sesses ou mdulos de 30 minutos, cada um concebido para ser

    administrado a diferentes indivduos de acordo com seu nvel de linguagem expressiva.Como parte da programao, so previstas situaes de interao social, chamadas em ingls"presses" ou agrupamentos (Lord et al., 1989; Murray, 1938), nas quais so promovidas umasrie de iniciaes sociais e respostas provveis de aparecer. Da mesma forma, situaes decomunicao so criadas para suscitar uma srie de trocas. Situaes de brincar so includaspara permitir a observao de diversas atividades imaginativas e da atuao em papis sociais.O objetivo da ADOS-G o de proporcionar agrupamentos que provoquem comportamentosespontneos em contextos comuns. Existe a insero de atividades e materiais estruturados,mas sem interaes estruturadas, de forma a fornecer contextos comuns com o ADOS-G emque so observados comportamentos sociais e comunicativos relevantes, entre outros; para a

    identificao de Transtornos Globais de Desenvolvimento.A administrao da ADOS era destinada a crianas entre os 5 e 12 anos, que tenham uma

    4 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    5/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    competncia na linguagem expressiva de uma criana de pelo menos 3 anos de idade. Foiproposto como um instrumento complementar para o Autism Diagnostic Interview (ADI; LeCOUTEUR et al., 1989), uma entrevista que investiga por meio do cuidador principal a histria,assim como o funcionamento atual, em reas de desenvolvimento relacionadas com autismo.

    Os instrumentos foram desenvolvidos principalmente para investigar o diagnstico de autismo,numa faixa de nveis cognitivos que vai do retardo mental moderado inteligncia normal, comum treinamento exigido em cada instrumento.A ADOS-G destinada a fornecer contextos normais para a observao do comportamento deuma faixa mais ampla de desenvolvimento e idade em indivduos suspeitos de ter autismo. Aprogramao composta por quatro mdulos. Cada um adequado para crianas e adultosem diferentes nveis de desenvolvimento e de linguagem, variando da ausncia de utilizaoexpressiva ou receptiva de palavras, fluncia e linguagem complexa em um adulto.O nvel de linguagem expressiva provavelmente o mais forte preditor dos resultados emtranstornos do espectro do autismo, pelo menos em indivduos para alm do nvel pr-escolar

    (Kobayashi et al., 1992; Venter et al., 1992). Porque o nvel de linguagem expressiva afetaquase todos os aspectos da interao social e do brincar, tem sido particularmente difcilseparar os efeitos do nvel de gravidade da linguagem verbal do nvel de severidade doautismo em indivduos com TEA (Happ, 1995; Mahoney et al., 1998). Pesquisas tm mostradoque crianas com retardo mental, com ou sem autismo, parecem socialmente maiscompetentes, menos ansiosas e mais flexveis quando demandas de linguagem so baixas emrelao a seu nvel de habilidade (Mesibov, Schopler, & Hearsey, 1994).Uso da ADOS-G claramente relacionado habilidade do examinador. Exige prtica naadministrao das atividades, na pontuao e observao. Dentro de uma clnica ou grupo depesquisa, antes do profissional ser considerado como competente nos instrumentos para

    avaliao clnica ou em populaes, esperado que os examinadores obtenham umaconfiabilidade entre si e o consenso sobre a pontuao dos vdeos fornecidos pelos autoresantes de utilizar os instrumentos.

    PEP-R

    O PEP-R, ou perfil psicoeducacional revisado (Schopler et al., 1990), um instrumento demedida da idade de desenvolvimento de crianas com autismo ou com transtornos correlatosda comunicao. Este instrumento surgiu em funo da necessidade de identificar padresirregulares de aprendizagem, visando a subseqente elaborao do planejamentopsicoeducacional, segundo os princpios do Modelo TEACCH (Treatment and Education ofAutistic and Communication Handicapped Children). Entretanto, sua utilizao tem sidotambm estendida a pesquisas nessa rea. O PEP-R composto por duas escalas. A primeira(de desenvolvimento) foi construda a partir de normas estabelecidas empiricamente, de acordocom a performance obtida em crianas norte-americanas, com desenvolvimento tpico. A

    segunda (de comportamento) baseou-se no CARS (Childhood Autism Rating Scale deSchopler, Reichler, & Renner, 1988) e nos critrios de Creak (1961).

    5 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    6/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    Historicamente, crianas com autismo tm sido consideradas como no-testveis,provavelmente pela pouca cooperao em situaes de testagem, seja pela dificuldade emestabelecer contato com o examinador, ou pela dificuldade deste ltimo em compreend-las.Tomando por base a necessidade de se considerar as peculiaridades do comportamento de

    indivduos com autismo e as dificuldades de administrao de instrumentos tradicionais nessapopulao foi desenvolvido o Perfil Psicoeducacional (PEP) como um instrumento referencialpara a apreciao tanto das reas de habilidade, quanto das deficitrias, em crianas comautismo ou com transtornos correlatos da comunicao. O perfil de desenvolvimento obtido eraento utilizado no planejamento educacional, de acordo com o modelo TEACCH. O modeloTEACCH, que iniciou como um projeto de pesquisa universitria, cresceu graas a seusresultados empricos e hoje uma forma de interveno seguida em vrios pases e emdiferentes culturas. Em plena dcada de 1960, nos Estados Unidos, a tradio behavioristafazia-se muito presente, sendo esse o bero do TEACCH. Entretanto, as bases tericaslanam-se, ainda, sobre a psicolingstica. A valorizao da descrio de cada comportamento,

    a utilizao de programas passo a passo e o uso de reforadores evidenciam as influnciascomportamentais na tentativa de se obter maior controle das respostas discrepantes eidiossincrticas, presentes nas pessoas acometidas pelo autismo. Por outro lado, foi napsicolingstica que se buscou estratgias para compensar os dficits comunicacionaiscausados pelo transtorno, atravs do uso de recursos visuais, como pictogramas ou fotos, paraampliar as capacidades de compreenso. Alm disso, a interveno nas funes decomunicao como a capacidade de solicitao, rejeio e de escolha, tambm tm suasbases nos estudos da psicolingstica, assim como a escolha de objetivos que sejamapropriados ao nvel de desenvolvimento da pessoa com autismo. Sendo assim, as noes docomportamentalismo e da psicolingstica convergem para uma prtica funcional e pragmtica:

    a funcionalidade se expressa na viso da conduta e, a pragmtica, na viso psicolingstica(Leon & Lewis, 1995, 1997).O PEP foi um instrumento concebido para identificar padres de aprendizagem irregulares eidiossincrticos, destinando a crianas cuja faixa etria varia entre 1 e 12 anos. As dimensesavaliadas so: coordenao motora ampla, coordenao motora fina, coordenaovisuo-motora, percepo, imitao, performance cognitiva e cognio verbal (escala deDesenvolvimento), e as reas de relacionamento e afeto, brincar e interesse por materiais,respostas sensoriais e linguagem (escala de Comportamento). Para cada rea, foidesenvolvida uma escala especfica com tarefas a serem realizadas ou comportamentos aserem observados (Schopler & cols., 1990).

    M-CHAT

    O M-CHAT uma escala de rastreamento que pode ser utilizada em todas as crianas durantevisitas peditricas, com objetivo de identificar traos de autismo em crianas de idade precoce

    (Robins et al., 2001). Os instrumentos de rastreio so teis para avaliar pessoas que estoaparentemente bem, mas que apresentam alguma doena ou fator de risco para doena,

    6 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    7/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    diferentemente daquelas que no apresentam sintomas (Gerg et al., 2005). A M-CHAT extremamente simples e no precisa ser administrada por mdicos. A resposta aos itens daescala leva em conta as observaes dos pais com relao ao comportamento da criana, duraapenas alguns minutos para ser preenchida, no depende de agendamento prvio, de baixo

    custo e no causa desconforto aos pacientes (Robins et al., 2001). Essa escala umaextenso da CHAT. Consiste em 23 questes do tipo sim/no, que deve ser autopreenchidapor pais de crianas de 18 a 24 meses de idade, que sejam ao menos alfabetizados e estejamacompanhando o filho em consulta peditrica. O formato e os primeiros nove itens do CHATforam mantidos. As outras 14 questes foram desenvolvidas com base em lista de sintomasfreqentemente presentes em crianas com autismo (Robins et al., 2001). Os autores doM-CHAT realizaram estudo de validao da escala nos EUA, com amostra de 1.122 crianasde 18 meses de idade que faziam consultas peditricas de rotina e com outra amostra de 171crianas que participavam de rastreamento precoce em servios especializados (Robins et al.,2001). Nesse estudo, foram utilizados dois critrios para determinar sensibilidade e

    especificidade do M-CHAT. O primeiro usou quaisquer trs das 23 questes, com sensibilidadede 0,97 e especificidade de 0,95. O segundo usou duas das seis melhores questes, comsensibilidade de 0,95 e especificidade de 0,9911.

    BIBLIOGRAFIA

    Berument, S. K., Rutter, M., Lord, C., Pickles, A., Bailey, A. (2000) "Autism ScreeningQuestionnaire: diagnostic validity" British Journal of Psychiatry 175: 444-451.Berument, S., Rutter, M., Lord, C., Pickles, A., & Bailey, A. (1999). Autistic screeningquestionnaire: Diagnostic validity. British Journal of Psychiatry, 175, 441451.DiLavore, P., Lord, C., & Rutter, M. (1995). Pre-Linguistic Autism Diagnostic ObservationSchedule (PL-ADOS). Journal of Austism and Developmental Disorders, 25, 355379.Folstein, S., & Rutter, M. (1977). Infantile autism: A genetic study of 21 twin pairs. Journal ofChild Psychology ;and. Psychiat~'y, 18, 297-321.Georg AE, Duncan BB, Toscano CM, Schmidt MI, Mengue S, Duarte C, et al. Anlise

    econmica de programa para rastreamento do diabetes mellitus no Brasil. Rev Saude Publ.2005;39(3):452-60.Happ, F. G. E. (1995). The role of age and verbal ability in the theory of mind taskperformance of subjects with autism. Child Development, 66, 843855.Kanner L. Autistic disturbances of affective contact. Nerv Child.1943;2:217-50.Kobayashi, R., Murata, T., & Yoshinaga, K. (1992). A follow-up study of 201 children withautism in Kyushu and Yamaguchi areas, Japan. Journal of Autism and DevelopmentalDisorders, 22, 395411.Krug DA, Arick J, Almond P. Behavior checklist for identifying severely handicapped individualswith high levels of autistic behavior. J Child Psychol Psychiatry. 1980;21(3):221-9.

    Krug D, Arick J, Almond P. Autism Behavior Checklist ABC. In: Krug DA, Arick J, Almond P.Autism Screening Instrument for Educational Planning- ASIEP-2. Austin, Texas: PRO-ED;

    7 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    8/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    1993.Krug DA, Arick J, Almond P. Behavior checklist for identifying severely handicapped individualswith high levels of autistic behavior. J Child Psychol Psychiatry. 1980;21(3):221-9.Le Couteur A, Rutter M, Lord C, Rios P, Robertson S, Holdgrafer M, et al. Autism diagnostic

    interview: a standardized investigatorbased instrument. J Autism Dev Disord 1989; 19: 36387.Le Couteur, A., Rutter, M., Lord, C., Rios, P., Robertson, S., Holdgrafer, M., et al. (1989).Autism diagnostic interview: A standardised Investigator-based instrument. Journal of Autismand Developmental Disorders, 19, 363387.LEON, Viviane de, BOSA, Cleonice, HUGO, Cristina et al. Propriedades psicomtricas do PerfilPsicoeducacional Revisado: PEP-R. Aval. psicol., jun. 2004, vol.3, no.1, p.39-52. ISSN1677-0471.Leon, V. C. & Lewis, S. M. S. (1995). Programa TEACCH. Em J. S. Schwartzman & F. B.Assumpo (Orgs.), Autismo infantil (pp.233-263). So Paulo: Memnon.Leon, V. C. & Lewis, S. M. S. (1997). Grupos com autistas. Em L. C. Osorio & D. E. Zimerman

    (Orgs.), Como trabalhamos com grupos (pp. 249-267). Porto Alegre: Artes Mdicas.Lord, C., Rutter, M., & Le Couteur, A. (1994). Autism Diagnostic Interview- Revised: A revisedversion of a diagnostic interview for caregivers of individuals with possible pervasivedevelopmental disorders. Journal of Autism and Developmental Disorders, 24, 659-685.Lord, C., Rutter, M., Goode, S., Heemsbergen, J., Jordan, H., Mawhood, L., & Schopler, E.(1989). Autism Diagnostic Observation Schedule: A standardized observation of communicativeand social behavior. Journal of Autism and Developmental Disorders, 19, 185212.Magyar CI, Pandolfi V. Factor structure evaluation of the childhood autism rating scale. J AutismDev Disord. 2007;37: 1787-94.Mahoney, W., Szatmari, P., Maclean, J., Bryson, S., Bartolucci G., Walter, S., Hoult, L., &

    Jones, M. (1998). Reliability and accuracy of differentiating pervasive developmental disordersubtypes. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 37, 278285.MARTELETO, Mrcia Regina Fumagalli e PEDROMONICO, Mrcia Regina Marcondes.Validity of Autism Behavior Checklist (ABC): preliminary study. Rev. Bras. Psiquiatr. [online].2005, vol.27, n.4, pp. 295-301. ISSN 1516-4446.MARTELETO, Mrcia Regina Fumagalli et al . Administration of the Autism Behavior Checklist:agreement between parents and professionals' observations in two intervention contexts. Rev.Bras. Psiquiatr., So Paulo, v. 30, n. 3, Sept. 2008 .Marteleto MR, Pedromnico MR. Validity of Autism Behavior Checklist (ABC): preliminary study.Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(4):295-301.

    Marteleto MR, Schen-Ferreira TH, Guedes DZ, Pedromnico MR. Confiabilidade do Inventriode Comportamentos Autsticos - ICA: observao de mes e professoras da criana comTranstorno Autista. In: Congresso Internacional Latino Americano de Investigao Peditrica;Ribeiro Preto, So Paulo; 2005.Mesibov, G. B., Schopler, E., & Hearsey, K. A. (1994). Structured teaching. In E. Schopler & G.B. Mesibov (Eds.), Behavioral issues in autism: Current issues in autism. New York: PlenumPress.Miranda-Linne FM, Melin L. A comparison of speaking and mute individuals with autism andautistic-like conditions on the Autism Behavior Checklist. J Autism Dev Disord.1997;27(3):245-64.

    Murray, H. A. (1938). Explorations in personality. New York: Oxford.PEREIRA, Alessandra; RIESGO, Rudimar S.; WAGNER, Mario B.. Autismo infantil: traduo e

    8 / 9

  • 8/2/2019 Escalas de avaliao relacionadas ao espectro do autismo

    9/9

    AMA Associao de Amigos do Autista | Escalas

    validao da Childhood Autism Rating Scale para uso no Brasil. J. Pediatr. (Rio J.), PortoAlegre, v. 84, n. 6, Dec. 2008.Rellini E, Tortolani D, Trillo S, Carbone S, Montecchi F. Childhood AutismRating Scale(CARS)and Autism Behavior Checklist (ABC) correspondence and conflicts with DSM-IV criteria

    in diagnosis of autism. J Autism Dev Disord. 2004;34:703-8.Robins DL, Fein D, Barton ML, Green JA. The Modified Checklist for Autism in Toddlers: aninitial study investigating the early detection of autism and pervasive developmental disorders. JAutism Dev Disord. 2001;31(2):131-44.SATO, Fbio Pinato et al. Instrumento para rastreamento dos casos de transtorno invasivo dodesenvolvimento: estudo preliminar de validao. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2009, vol.31,n.1, pp. 30-33. ISSN 1516-4446. doi: 10.1590/S1516-44462009000100008.Schopler E, Reichler R, Renner BR. The Childhood Autism Rating Scale (CARS). 10th ed. LosAngeles, CA:Western Psychological Services; 1988.Schopler, E., Reichler, R. J., Bashford, A., Lansing, M.D. & Marcus, L.M. (1990).

    Psychoeducational Profile Revised (PEP-R). Texas: Pro-ed.Sevin JA, Matson JL, Coe DA, Fee VE, Sevin BM. A comparison and evaluation of threecommonly used autism scales. J Autism Dev Disord. 1991;21(4):417-32.Stella J, Mundy P, Tuchman R. Social and nonsocial factors in the Childhood Autism RatingScale. J Autism Dev Disord. 1999;29: 307-17.Venter, A., Lord, C., & Schopler, E. (1992). A follow-up study of high-functioning autisticchildren. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 33, 489507.

    9 / 9