Estática Aplicada às Máquinas_3 - Corpos rigidos sistemas equivalentes de forças
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ESCLEROMETRIA APLICADA EM CORPOS DE PROVA
CILÍNDRICOS E TESTEMUNHOS DE CONCRETO PARA A
ESTIMATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO POR MEIO DE
CURVAS DE CORRELAÇÃO
Jaqueline Vicentini Mantovani, Engenheira Civil, Mestre em Engenharia Civil pelo Programa
de Pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá, Maringá/Pr,
Brasil, email: [email protected]
Link para lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8284871U6
Vladimir José Ferrari, Engenheiro Civil, Docente do Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Estadual de Maringá, Maringá/Pr, Brasil, email: [email protected]
Link para lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4769716J3
Resumo: Métodos de ensaios não destrutivos (END), podem ser utilizados para obter
informações sobre as propriedades do concreto e avaliar as condições da estrutura. Nesse
trabalho a esclerometria é aplicada com o intuito da obtenção, para os concretos aqui
analisados, de curvas de correlação simples entre a resistência do concreto (fc) e o índice
esclerométrico (IE). Para tanto, foram moldados corpos de prova cilíndricos (150 x 300 mm)
e blocos (300 x 400 x 600 mm) utilizando-se quatro tipos distintos de concretos coletados
em diferentes obras da cidade de Maringá, durante a fase de concretagem da estrutura, com
resistências à compressão entre 25 e 50 MPa. Os corpos de prova cilíndricos (CPs) foram
submetidos aos ensaios nas idades de 7, 14, 28, 56 e 91 dias e, nos blocos foram
realizadas as extrações de testemunhos de concreto (TCs) nas idades de 7, 28 e 91 dias,
visando simular testes reais em estruturas de concreto armado. Os resultados obtidos a
partir dos ensaios, esclerometria e compressão axial, realizados nos CPs e nos TCs foram
correlacionados com vistas à obtenção de um modelo de regressão não linear para estimar
a resistência dos concretos aqui estudados. Assim, foram estabelecidas correlações simples
com elevado grau de confiabilidade e, os modelos obtidos a partir dos ensaios realizados
nos TCs apresentaram um coeficiente de determinação (R²) de 0,92 e erros, para a
estimativa da resistência do concreto, que se limitam em menos de 10%.
Palavras-chave: Avaliação de estruturas. Esclerometria. Correlação..
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REBOUND HAMMER APPLIED IN CILINDRICAL TESTS BODIES
AND CONCRETE TESTS FOR RESISTANCE ESTIMATION USING
CORRELATION CURVES
Abstract: Non-destructive testing methods (NDT) can be used to obtain information about
concrete properties and evaluate the conditions of the structure. In this work rebound
hammer is addressed, with the aim of obtaining simple curves between concrete strength (fc)
and measured through the said test, for the concrete analyzed here. For that, cylindrical
specimens were molded (150 x 300 mm) and blocks (300 x 400 x 600 mm) using four
different types of concretes collected in different works of the city of Maringá during the
concreting phase of the structure, with compressive strengths between 25 and 50 MPa. The
specimens were submitted to the tests at the ages of 7, 14, 28, 56 and 91 days and, in the
blocks, concrete cores were drilled at the ages of 7, 28 and 91 days, aiming to simulate real
tests on reinforced concrete structures. The results obtained from the tests, rebound hammer
and axial compression, performed on cylindrical specimens (CPs) and on concrete drilled
cores (CTs) were correlated in order to obtain a nonlinear regression model to estimate the
strength of the concretes studied here. Than, simple correlations were established with a
high degree of reliability, and the models obtained from the tests performed in the TCs
presented a coeficiente of determination (R²) of 0.92 and erros for the estimation of the
resistence of the concrete, which are limite inless than 10%.
Keywords: Concrete. Rebound hammer. Correlation.
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1.INTRODUÇÃO
Para a avaliação das condições de segurança de estruturas existentes, segundo a ABNT
NBR 7680 (2015), o método de maior confiabilidade é a extração e o rompimento de
testemunhos de concreto. No entanto, o procedimento por resultar em danos localizados na
estrutura, pois o mesmo exige a extração de amostras de concreto da estrutura
demandando também a recomposição dos locais onde foram efetuadas a extração dos
testemunhos de concreto por meio da recuperação da área afetada pelo furo. Ensaios não
destrutivos (ENDs) são utilizados para analisar in situ a resistência à compressão do
concreto (Malhotra & Carino, 2003). Estes ensaios, segundo Malhotra (1976) e Leschinsky
(1991), apresentam vantagens tais como, dano reduzido da estrutura durante o ensaio,
facilidade de execução e rapidez.
A Velocidade de propagação do pulso ultrassônico (VPU) e a Esclerometria são os ENDs
mais comumente usados para avaliar a resistência à compressão do concreto (Breysse,
2012; Pucinotti, 2015; Tsioulou et al., 2017; Castro, 2009; Lopes, 2016; Ferrari e Padaratz,
2003, Castro, 1987). Segundo pesquisadores (Evangelista, 2002, Breysse, 2012 e
Mohamed et al., 2011), para estimar as propriedades do concreto através dos ENDs deve-
se estabelecer correlações entre os resultados dos mesmos e a resistência à compressão
do concreto.
Segundo Machado et al. (2009), a avaliação das propriedades do concreto das estruturas
depende das curvas empregadas para correlacionar as grandezas medidas nos ensaios
com as propriedades do concreto que está sendo investigado. Na literatura é consenso que
resultados confiáveis da estimativa da resistência à compressão do concreto estão
diretamente relacionados com o emprego de curvas de correlação adequadas e
desenvolvidas para o tipo de concreto em questão.
O presente estudo foi então desenvolvido tendo-se por objetivo o estabelecimento de curvas
de correlação que possibilitem estimar, por meio da utilização da esclerometria, a resistência
à compressão de concretos dosados em central, comumente utilizados nas edificações na
cidade de Maringá/PR (com resistência na faixa de 20 a 50 MPa). A proposta do estudo
também envolve o estabelecimento de curvas de correlação a partir da combinação dos
resultados do Índice Esclerométrico com as resistências dos concretos analisados nesta
pesquisa. Serão estabelecidas curvas a partir dos resultados obtidos com os CPs, bem
como a partir dos resultados obtidos com os TCs extraídos de blocos que foram moldados
com os concretos envolvidos no estudo.
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2.MATERIAIS E PROGRAMA EXPERIMENTAL
No estudo foram utilizados quatro diferentes concretos (A, B, C e D) para os Fcks de 25, 30,
35, e 40 MPa, respectivamente, coletados em três obras em execução na cidade de
Maringá/PR, produzidos pela mesma central dosadora. Os mesmos foram produzidos com
Cimento Portlant tipo CPII-F, agregado graúdo de origem basáltica, agregado miúdo natural
e industrial e aditivo plastificante polifuncional redutor de água.
Por meio da caracterização realizada verificou-se que os agregados graúdos utilizados nas
misturas tinham diâmetro máximo de 12,5 mm para a brita ½ e 19 mm para a brita 1, sendo
a massa específica igual a 2,73 kg/dm3 e 2,79 kg/dm3, respectivamente. Já a areia natural
apresentou massa específica de 2,65 kg/dm3, massa unitária de 1,49 kg/dm3 e módulo de
finura de 1,04 kg/dm3, enquanto a areia artificial apresentou os seguintes valores,
respectivamente, 2,73 kg/dm3, 1,41 kg/dm3 e 3,80 kg/dm3.
Para cada tipo de concreto foram moldados em obra 20 CPs cilíndricos com dimensões de
150 x 300 mm e um bloco com dimensões de 300 x 400 x 600 mm. Os CPs mencionados
foram escolhidos para favorecer os ensaios de esclerometria, devido a maior área de ensaio
favorecendo o desenho da malha para orientação dos pontos de execução dos golpes com
o esclerômetro. A coleta de cada amostra de concreto foi realizada de um mesmo caminhão
betoneira e retirada durante a fase de concretagem da estrutura. Por meio do ensaio do
abatimento do tronco de cone foram obtidos os valores de 160, 145, 140 e 160 mm para as
amostras dos concretos A, B, C e D, respectivamente.
Os CPs cilíndricos foram moldados obedecendo-se as especificações da ABNT NBR 5738
(2015), sendo mantidos no canteiro de obras por 24 horas e, então, conduzidos ao
Laboratório de Materiais de Construção Civil da Universidade Estadual de Maringá, onde
foram desmoldados e armazenados em câmara úmida, com 95% de umidade, até 48 h
antes da realização dos ensaios, conforme indicado na ABNT NBR 7584 (2012). Para a
moldagem dos blocos foram utilizadas fôrmas madeira compensada plastificada, sendo o
adensamento realizado mecanicamente com vibrador do tipo agulha. A cura do concreto dos
blocos foi dada por saturação da superfície superior do concreto durante 7 dias. Após esse
período, os mesmos foram desmoldados e mantidos em ambiente externo ao ar livre
procurando-se simular condição semelhante de um elemento estrutural em obra.
Foram extraídos de cada bloco 6 TCs com diâmetro de 100 mm e altura de 200 mm para
manter a relação igual a 2 conforme prescreve a ABNT NBR 7680 (2015). A extração foi
realizada, utilizando-se para tanto uma perfuratriz com disco diamantado, na direção
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ortogonal/perpendicular a de lançamento do concreto, simulando a extração de concreto de
uma viga. O procedimento de extração dos testemunhos foi realizado nas idades de 7, 28 e
91 dias dos concretos, sendo duas extrações por idade para cada concreto. A Figura 1
ilustra as dimensões dos blocos e os locais nos quais foram feitas as extrações.
Figura 1. Esquema de extração dos testemunhos nos blocos
O ensaio de esclerometria foi realizado em todos os CPs nas idades de 7, 14, 28, 56 e 91
dias, sendo ensaiados 4 CPs por idade, e, em todos os TCs nas idades de 7, 28 e 91 dias,
antes do ensaio de resistência à compressão axial. Nos blocos, procedeu-se com a leitura
do IE exatamente no ponto onde seria feita a extração do TC de acordo com cada idade,
sendo aos 7, 28 e 91 dias da concretagem. Para a realização do ensaio esclerométrico
utilizou-se um equipamento analógico de impacto do tipo Schmidt com energia de percussão
de 2,25 N.m. Antes de cada ensaio o equipamento foi aferido, utilizou-se, para tanto, uma
bigorna de aço posicionada sobre base rígida e devidamente nivelada, aplicou-se 10 golpes
sobre a bigorna e foram anotados os índices esclerométricos obtidos, calculando-se em
seguida o coeficiente de correção (K), sendo esse coeficiente aplicado nos valores do índice
esclerométrico (IE) dos ensaios nos CPs e TCs (é o procedimento indicado na ABNT NBR
7584, 2012).
Os ensaios de esclerometria nos CPs, nos TCs e na superfície dos blocos foram realizados
seguindo-se as recomendações da ABNT NBR 7584 (2012). Nos CPs e nos TCs (Figura 2),
a área ensaiada foi a superfície ao longo da altura do elemento, aplicando-se 9 golpes
uniformemente distribuídos em pontos definidos por uma malha quadrada desenhada para
tal fim. Os elementos foram posicionados nos pratos da prensa e fixados por meio da
aplicação de uma força igual a 15% daquela prevista na dosagem.
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Figura 2. Malha esquemática para ensaio de esclerometria nos CPs e TCs
a) CPs (b) TCs
Para a realização do ensaio de compressão dos CPs e TCs foi utilizada uma prensa
hidráulica da linha de Máquinas Universal de Ensaio com capacidade nominal de 1000 kN. A
metodologia de execução do ensaio seguiu as recomendações da ABNT NBR 5739 (2007).
Para o nivelamento das faces dos CPs foi realizado o capeamento com enxofre, enquanto
os TCs foram retificados.
A análise estatística foi realizada com o auxílio dos programas IBM SPSS Statistics versão
20 e Microsoft Excel (2013). Primeiramente foram eliminados resultados muito discrepantes,
depois com o auxílio do programa IBM SPSS Statistics foi verificada a normalidade dos
dados e o nível de significância. Para a análise da normalidade dos dados foi utilizado o
método de Shapiro-Wilk, por se tratar de amostras com menos de 20 dados, depois de
analisada a normalidade procedeu-se a análise estatística não paramétrica através do teste
de Wilcoxon Pareado, para dados não-normais, e, procedeu-se a uma análise paramétrica
utilizando o método ANOVA de medidas repetidas, para dados normais e com mais de duas
variáveis. Foi adotado um nível de significância igual a 5%.
Para o estudo de regressão linear e não linear foi utilizado o programa Microsoft Excel, no
qual foi determinada a melhor curva encontrada de acordo com o maior coeficiente de
determinação (R²) encontrado.
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3.RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1.Resistência à compressão
Na Tabela 1 estão indicados os valores das resistências dos concretos obtidos a partir dos
ensaios de compressão axial realizados nos CPs cilíndricos e nos TCs. A resistência
indicada em cada idade refere-se ao valor obtido pela média aritmética de 4 CPs e de 2
TCs.
Tabela 1. Resistência dos concretos conforme ensaio de compressão axial
Concretos Amostras Resistência à compressão (MPa)
fc,7 fc,14 fc,28 fc,56 fc,91
CP TC CP CP TC CP CP TC
A
1 26,13 23,39 25,67 26,99 29,67 32,8 37,25 34,43 2 26,11 22,15 25,85 27,10 29,99 33,18 34,15 33,54 3 26,16 - 25,76 26,86 - 32,93 38,90 - 4 25,88 - 27,07 25,78 - 28,70 42,46 -
Média 26,07 22,77 26,09 26,68 29,83 31,90 38,19 33,99 Sd 0,11 0,62 0,57 0,53 0,16 1,85 3,00 0,44
B
1 25,11 26,62 27,05 25,52 21,99* 37,01 36,12 36,06 2 25,66 22,73 25,36 25,26 30,75 35,96 36,18 34,60 3 20,59 - 25,67 26,56 - 37,37 37,82 - 4 26,23 - 25,81 26,75 - 35,27 34,84 -
Média 24,40 24,68 25,97 26,02 30,75 36,40 36,24 35,33 Sd 2,23 1,94 0,64 0,64 4,37 0,83 1,06 0,73
C
1 26,28 21,91 25,84 26,62 30,06 36,30 39,83 29,22 2 26,13 23,55 26,58 26,93 29,58 36,20 33,99 33,69 3 26,38 - 26,34 26,70 - 37,50 32,84 - 4 25,57 - 27,32 26,21 - 35,20 35,49 -
Média 26,10 22,73 26,52 26,62 29,82 36,30 35,54 31,46 Sd 0,31 0,82 0,54 0,26 0,24 0,82 2,65 2,24
D
1 26,39 30,48 26,74 26,82 41,98 36,37 44,14 50,68 2 26,30 29,35 26,33 27,34 44,49 38,18 40,63 48,66 3 26,58 - 27,52 26,27 - 33,10 40,29 - 4 26,69 - 27,38 26,32 - 36,77 39,83 -
Média 26,49 29,92 26,99 26,69 43,24 36,10 41,22 49,67 Sd 0,15 0,56 0,48 0,43 1,25 1,86 1,71 1,01
Nota: (*) Valor eliminado da média
Como era esperado, tendo em vista a dosagem do concreto, os maiores valores de
resistência foram aqueles registrados para o concreto D na idade de 91 dias, tanto para o
CP quanto para o TC, sendo de 41,22 MPa e 49,67 MPa, respectivamente, as quais foram
54,44% e 14,87% superiores em relação aos 28 dias, respectivamente. Os maiores
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aumentos de resistência registrados dos 7 aos 28 dias, para os CPs, foi de 6,64%, no
concreto B, e, para o TC, foi de 44,52% no concreto D. O fato observado denota que houve
um ganho maior de resistência nos primeiros dias de idade nos TCs, enquanto os CPs
ganharam maiores resistência em idades avançadas, o mesmo pode ter ocorrido devido a
diferença de cura adotada para cada elemento, visto que os blocos foram mantidos com a
superfície saturada durante os 7 primeiros dias de idade.
Na Figura 3 apresenta-se um comparativo entre as resistências à compressão dos CPs e
TCs para cada concreto, onde é observado uma proximidade entre os valores, sendo
verificada maior diferença entre os resultados para a idade de 91 dias.
Figura 3. Comparação da resistência à compressão entre os CPs e TCs para cada concreto
Para comparação entre os resultados de resistência à compressão obtidos através dos
ensaios realizados nos CPs e TCs, foi verificada a normalidade dos dados pelo método de
Shapiro-Wilk, o que se constatou que os dados obtidos para os CPs são do tipo não-
normais, enquanto para os TCs são do tipo normais. Em vista disso, procedeu-se com uma
análise estatística não paramétrica, aplicando-se o teste de Wilcoxon Pareado que resultou
em nível de significância de 48%, indicando-se que não há mudança significativa na
resistência à compressão entre os valores indicados pelos CPs e TCs.
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Na Figura 4 é indicada a variação da evolução da resistência à compressão de cada
concreto com a idade através dos ensaios realizados nos CPs e nos TCs. É possível
observar que os resultados dos CPs indicam que não houve evolução significativa na
resistência dos concretos nas idades entre 7 e 28 dias. Evolução essa observada apenas
para as idades de 56 e 91 dias, com ressalva para os concretos B e C, em que aos 91 dias
não se observou aumento na resistência quando comparada com a idade de 56 dias. Para
os TCs nota-se maior evolução na resistência dos concretos entre as idades de 7 e 28 dias
quando comparado com o comportamento dos TCs.
De forma geral foi observado aumento na resistência de cada concreto com a idade. No
entanto, não foram observadas mudanças significativas das resistências entre os concretos,
principalmente entre os valores de resistência dos concretos A, B e C.
Figura 4 – Evolução da resistência dos concretos com a idade
20
25
30
35
40
45
50
7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91
fc (MPa)
Idade (dias)
A-CP B-CP C-CP D-CP
A-TC B-TC C-TC D-TC
3.2.Índice esclerométrico (IE)
Os valores dos índices esclerométricos (IEs) para cada concreto estão apresentados na
Tabela 3 de acordo com a idade e o elemento ensaiado. Os valores referem-se à média
aritmética dos quatro CPs e dos dois TCs analisados em cada idade. Os valores para cada
bloco referem-se à realização de um único ensaio exatamente no local em que se procedeu
com a extração do TC.
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A análise foi iniciada com a verificação da normalidade dos dados pelo método de Shapiro-
Wilk e constatou-se que os dados coletados nos ensaios dos três elementos são normais.
Logo, procedeu-se com um estudo estatístico paramétrico utilizando-se o método Anova de
medidas repetidas o que resultou em um nível de significância menor que 5%, indicando-se
que há diferenças nos valores dos IEs obtidos a partir dos CPs, TCs e blocos.
Na Figura 5 fica evidenciada a evolução crescente do IE com a idade dos concretos a partir
dos resultados obtidos nos CPs, TCs e nos blocos. Outro aspecto observado é que em cada
concreto os valores obtidos do IE a partir dos ensaios nos blocos apresentam-se mais
elevados em relação àqueles obtidos a partir dos CPs e TCs. Exceção apenas para o
concreto D, em que os valores do IE obtidos a partir dos ensaios nos TCs foram superiores
àqueles obtidos a partir dos blocos e dos CPs.
Os maiores valores de IE registrados para os blocos pode estar relacionado com a utilização
de superfícies planas na realização do ensaio de esclerometria, resultando em maior
precisão quando comparado com os ensaios nos CPs e TCs. O mesmo aspecto foi
verificado no trabalho de Santos e Barbosa (2012) onde foram realizados ensaios em corpos
de prova cilíndricos e prismáticos.
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Tabela 3. Valores do IE para os CPs, TCs e blocos
Concretos Amostra Índice Esclerométrico (IE)
IE7 IE14 IE28 IE56 IE91 CP TC Bloco CP CP TC Bloco CP CP TC Bloco
A
1 31,500 * 30,153 31,500 33,750 32,222 36,313 35,778 36,111 33,667 38,222
2 30,857 27,800 - 32,143 32,778 33,286 - 34,556 35,333 33,778 - 3 28,333 - - 30,875 33,429 - - 35,000 36,111 - - 4 29,143 - - 33,000 30,333 - - 35,000 37,778 - -
Média 30,11 27,94 30,30 31,84 32,57 32,96 36,31 35,35 36,24 33,64 38,13 Sd 1,27 0,0 - 0,79 1,34 0,53 - 0,44 0,89 0,06 -
B
1 30,778 32,714 31,900 35,000 34,625 34,750 37,250 36,778 37,556 36,667 39,222 2 31,625 29,500 - 34,250 35,222 36,000 - 37,444 36,667 37,143 - 3 29,889 - - 36,000 34,556 - - 36,111 36,333 - - 4 31,833 - - 33,111 35,222 - - 35,571 35,889 - -
Média 31,23 31,30 32,10 34,21 35,21 35,69 37,63 36,16 36,75 37,04 39,37 Sd 0,77 1,61 - 1,06 0,32 0,63 - 0,70 0,61 0,24 -
C
1 28,625 29,857 31,125 32,500 33,111 34,333 37,200 35,778 35,889 36,889 36,556 2 30,875 27,333 - 33,000 34,222 36,556 - 35,778 35,889 35,444 - 3 29,500 - - 33,111 34,444 - - 35,667 36,333 - - 4 32,000 - - 32,222 34,556 - - 36,667 35,667 - -
Média 30,29 28,63 31,20 32,91 34,00 35,36 37,11 35,79 35,90 36,12 36,51 Sd 1,29 1,26 - 0,36 0,57 1,11 - 0,40 0,24 0,72 -
D
1 34,500 * 34,667 33,167 37,333 38,500 38,556 40,333 40,222 40,556 42,667 2 - * - 36,500 37,125 40,500 - 40,444 40,556 40,250 - 3 34,444 - - 30,714 38,222 - - 38,778 40,778 - - 4 33,750 - - 35,500 37,222 - - 40,000 39,889 - -
Média 33,94 * 34,36 34,06 37,24 39,26 38,32 39,89 40,51 40,40 42,67 Sd 0,34 * - 2,24 0,44 1,00 - 0,66 0,34 0,15 -
Nota: (*) Valor extraviado
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Figura 5 – Evolução do IE com a idade dos concretos
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91
IE
Idade (dias)
Conc A - CP Conc B - CP Conc C - CP Conc D - CP
Conc A - TC Conc B - TC Conc C - TC Conc D - TC
Conc A - Bl Conc B - Bl Conc C - Bl Conc D - Bl
3.3.Correlação entre IE e resistência à compressão
Na Figura 6 tem-se a indicação das curvas de correlação entre o IE e fc de todos os
concretos com base nos resultados obtidos através dos CPs e TCs. A escolha da equação
representativa de cada curva teve como referência o maior valor para o coeficiente de
determinação (R2) obtido a partir de um estudo de regressão linear e não linear, onde foram
analisadas cinco equações de curvas mais comuns propostas na literatura: linear, potência,
exponencial, polinômio de segundo grau e logarítmica.
É possível observar uma relação direta entre os valores de resistência à compressão e o IE
confirmando-se o que é indicado na literatura. A correlação entre esses parâmetros
apresentou-se significativamente melhor quando obtida a partir dos TCs (R2 = 0,92) em
comparação com a correlação obtida a partir dos CPs (R2 = 0,61). Em ambos os casos, as
equações representativas das curvas foram do tipo polinomial de segundo grau.
A título de comparação cita-se a pesquisa de Rashid & Waqas (2013), na qual, para nove
distintos concretos em razão da relação água/cimento e teor de aditivo, foi obtida na
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correlação entre a fc e o IE uma equação do tipo polinomial com um valor de R2 igual a 0,65
a partir de ensaios realizados em corpos de prova cúbicos, indicando que o modelo
representa 65 % dos casos analisados.
Na Figura 7 apresenta-se uma comparação entre os resultados da resistência do concreto
obtidas experimentalmente através do ensaio mecânico com os valores de resistência
estimados a partir das equações indicadas nas Figuras 6a e 6b.
É observado que a grande maioria dos dados está situada acima da linha de igualdade
(X=Y), denotando superestimação dos resultados, sendo que para os TCs o erro fica
limitado até no máximo 10%.
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Figura 6 – Correlação entre fc e IE para os CPs e TCs
fc = 0,0543.IE2 - 2,3055.IE + 44,551R² = 0,6118
20
25
30
35
40
45
50
26 28 30 32 34 36 38 40 42
fc (MPa)
IE
a) Resultados dos CPs
fc = 0,1515.IE2 - 8,3981.IE + 139,71
R² = 0,9165
20
25
30
35
40
45
50
26 28 30 32 34 36 38 40 42
fc (MPa)
IE
b) Resultados dos TCs
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Figura 7 – Comparação entre resultado experimental e analítico a partir dos valores do IE
20
25
30
35
40
45
50
20 25 30 35 40 45 50
Resistência -modelos (M
Pa)
Resistência à compressão - CPs (MPa)
X=Y10% variação
a) CPs
20
25
30
35
40
45
50
20 25 30 35 40 45 50
Resistência -modelos (M
Pa)
Resistência à compressão - TC (MPa)
10% variaçãoX=Y
b) TCs
Os resultados obtidos com todos os modelos estatísticos obtidos nesta pesquisa são
comparados com aqueles dos ensaios de compressão realizados nos CPs e nos TCs. Na
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Figura 8-a têm-se os resultados para todos os concretos estudados com base nos CPs. A
reta na diagonal é a de referência representando a linha de igualdade (X=Y). Os erros
estimados a partir de cada modelo matemático são representados na Figura 8-b.
Boa resposta também é a obtida pelo modelo de correlação simples obtida a partir do IE,
onde se verifica erros limitados na faixa de 10%, com exceção apenas para um dos dados.
Figura 8 – Comparação dos modelos de correlação a partir dos ensaios em CPs e TCs
20
25
30
35
40
45
50
20 25 30 35 40 45 50
Resistência -modelos (M
Pa)
Resistência à compressão (MPa)
X=Y CP:fc-IE TC:fc-IE
a) comparação entre os modelos matemáticos de correlação
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
20 25 30 35 40 45
Erro (%)
Resistência à compressão (MPa)
b) Erros conforme cada modelo
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4.CONCLUSÕES
A faixa de 20-50 MPa refere-se a resistência à compressão dos concretos analisados neste
trabalho, alertando-se que as conclusões que seguem referem-se a concretos locais dentro
dessa variação de resistência:
• A variação da dosagem não foi significativa entre os concretos (principalmente os
concretos B e C), de forma que não se verificou alterações significativas nos valores
de resistência à compressão obtidos através dos ensaios realizados nos CPs e nos
TCs nas idades de 7, 14 e 28 dias;
• A análise estatística desenvolvida com dos dados de resistência à compressão
obtidos a partir dos ensaios de ruptura nos CPs e TCs mostrou não haver diferenças
significativas entre esses valores;
• O estudo estatístico paramétrico pelo método Anova de medidas repetidas mostrou
que há diferenças não desprezíveis entre os resultados de esclerometria obtidos
através dos ensaios realizados nos CPs e TCs;
• Foi observada a existência de uma relação direta entre os valores de resistência e de
esclerometria, sendo que a correlação entre esses parâmetros se apresentou melhor
quando obtida a partir dos ensaios nos TCs (R2=0,92) em comparação com a
correlação a partir dos CPs (R2=0,61).
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