Escoamento monofasico BCS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE PETRÓLEO TESE DE DOUTORADO SIMULAÇÃO DO ESCOAMENTO MONOFÁSICO EM UM ESTÁGIO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA UTILIZANDO TÉCNICAS DE FLUIDODINÂMICA COMPUTACIONAL CARLA WILZA SOUZA DE PAULA MAITELLI Orientador Prof. Dr. WILSON DA MATA Co-orientadora Profa. Dra. VANJA MARIA DE FRANÇA BEZERRA Natal/RN, dezembro/2010

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Escoamento monofasico por uma BCS

Transcript of Escoamento monofasico BCS

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DA TERRA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA E ENGENHARIA DE

    PETRLEO

    TESE DE DOUTORADO

    SIMULAO DO ESCOAMENTO MONOFSICO EM UM ESTGIO DE UMA

    BOMBA CENTRFUGA UTILIZANDO TCNICAS DE FLUIDODINMICA

    COMPUTACIONAL

    CARLA WILZA SOUZA DE PAULA MAITELLI

    Orientador

    Prof. Dr. WILSON DA MATA

    Co-orientadora

    Profa. Dra. VANJA MARIA DE FRANA BEZERRA

    Natal/RN, dezembro/2010

  • ii

    SIMULAO DO ESCOAMENTO MONOFSICO EM UM ESTGIO DE UMA

    BOMBA CENTRFUGA UTILIZANDO TCNICAS DE FLUIDODINMICA

    COMPUTACIONAL

    CARLA WILZA SOUZA DE PAULA MAITELLI

    Natal/RN, dezembro/2010

  • Seo de Informao e Referncia

    Catalogao da Publicao na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

    Maitelli, Carla Wilza Souza de Paula.

    Simulao do escoamento monofsico em um estgio de uma bomba centrfuga

    utilizando tcnicas de fluidodinmica computacional / Carla Wilza Souza de Paula

    Maitelli. Natal, RN, 2010. 182 f. : il.

    Orientador: Wilson da Mata.

    Co-orientadora: Vanja Maria de Frana Bezerra.

    Tese (doutorado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Centro de Cincias Exatas e da Terra. Programa de Ps-Graduao em

    Cincia e Engenharia de Petrleo.

    1. Bombas centrfugas Tese. 2. Fluidodinmica computacional Tese. 3. Volumes finitos Tese. 4. Simulao computacional Tese. 5. Bombeio centrfugo submerso Tese. I. Mata, Wilson da. II. Bezerra, Vanja Maria de Frana. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Ttulo.

    RN/UF/BCZM CDU 621.67

  • iv

    RESUMO

    As tcnicas de explorao e produo de petrleo tm evoludo nas ltimas dcadas no

    sentido de incrementar as vazes de fluido e otimizar a utilizao dos equipamentos

    empregados. A base do funcionamento do mtodo de elevao por Bombeio Centrfugo

    Submerso (BCS) a utilizao de um motor eltrico de fundo para movimentar uma bomba

    centrfuga e transportar os fluidos at a superfcie. O Bombeio Centrfugo Submerso uma

    opo que vem ganhando espao entre os mtodos de Elevao Artificial em funo da

    capacidade de trabalhar com grandes vazes de lquido em ambientes terrestres ou martimos.

    O desempenho de um poo equipado com elevao por BCS est intrinsecamente relacionado

    ao funcionamento da bomba centrfuga que faz parte do sistema. ela que tem a funo de

    transformar a potncia cedida pelo motor em altura de elevao ou Head. Neste trabalho foi

    desenvolvido um modelo computacional para analisar o escoamento tridimensional em uma

    bomba centrfuga utilizada em Bombeio Centrfugo Submerso. Atravs do programa

    comercial, o CFX ANSYS, inicialmente utilizando a gua como fluido, foram definidos a

    geometria e os parmetros de simulao de forma que, fosse obtida, uma aproximao do que

    ocorre no interior dos canais do impelidor e do difusor da bomba em termos de escoamento.

    Trs diferentes condies de geometria foram inicialmente testadas para verificar qual a mais

    adequada resoluo do problema. Aps a escolha da geometria mais adequada, trs

    condies de malha foram analisadas e os valores obtidos foram comparados curva

    caracterstica experimental de altura de elevao fornecida pelo fabricante. Os resultados se

    aproximaram da curva experimental, o tempo de simulao e a convergncia do modelo foram

    satisfatrios se for considerado que o problema estudado envolve anlise numrica. Aps os

    testes com a gua, um leo, foi utilizado nas simulaes. Os resultados foram comparados a

    uma metodologia utilizada na indstria do petrleo para correo da viscosidade. De uma

    forma geral, para os modelos com gua e com o leo, os resultados com os fluidos

    monofsicos se mostraram coerentes com as curvas experimentais e so uma avaliao

    preliminar para a anlise, atravs de modelos computacionais tridimensionais, do escoamento

    bifsico no interior dos canais da bomba centrfuga utilizada em sistemas de BCS.

    Palavras-chave: bombas centrfugas; Fluidodinmica Computacional; Volumes Finitos;

    Simulao Computacional; Bombeio Centrfugo Submerso.

  • v

    ABSTRACT

    Oil production and exploration techniques have evolved in the last decades in order to

    increase fluid flows and optimize how the required equipment are used. The base functioning

    of Electric Submersible Pumping (ESP) lift method is the use of an electric downhole motor

    to move a centrifugal pump and transport the fluids to the surface. The Electric Submersible

    Pumping is an option that has been gaining ground among the methods of Artificial Lift due

    to the ability to handle a large flow of liquid in onshore and offshore environments. The

    performance of a well equipped with ESP systems is intrinsically related to the centrifugal

    pump operation. It is the pump that has the function to turn the motor power into Head. In this

    present work, a computer model to analyze the three-dimensional flow in a centrifugal pump

    used in Electric Submersible Pumping has been developed. Through the commercial program,

    ANSYS CFX, initially using water as fluid flow, the geometry and simulation parameters

    have been defined in order to obtain an approximation of what occurs inside the channels of

    the impeller and diffuser pump in terms of flow. Three different geometry conditions were

    initially tested to determine which is most suitable to solving the problem. After choosing the

    most appropriate geometry, three mesh conditions were analyzed and the obtained values

    were compared to the experimental characteristic curve of Head provided by the

    manufacturer. The results have approached the experimental curve, the simulation time and

    the model convergence were satisfactory if it is considered that the studied problem involves

    numerical analysis. After the tests with water, oil was used in the simulations. The results

    were compared to a methodology used in the petroleum industry to correct viscosity. In

    general, for models with water and oil, the results with single-phase fluids were coherent with

    the experimental curves and, through three-dimensional computer models, they are a

    preliminary evaluation for the analysis of the two-phase flow inside the channels of

    centrifugal pump used in ESP systems.

    Keywords: Centrifugal Pumps; Computational Fluid Dynamics, Finite Volumes, Computer

    Simulation, Electric Submersible Pumping.

  • vi

    AGRADECIMENTOS

    Ao meu orientador, professor Wilson da Mata e minha co-orientadora, professora

    Vanja Maria de Frana Bezerra, pela confiana em mim depositada durante a realizao deste

    trabalho;

    Ao professor Lcio Fontes, pela imensa contribuio na confeco do modelo

    geomtrico da bomba;

    Anna Gisele e Evellyne, pela amizade e ajuda;

    Roseane, pelo auxlio na composio das figuras;

    Aos pesquisadores, alunos, funcionrios e professores que desenvolvem suas

    atividades no LAUT, principalmente aos meus colegas do projeto AUTOPOC e do

    Laboratrio C, pelos momentos agradveis que compartilhamos juntos;

    Ao engenheiro Rutcio Costa, pelas informaes e pelo incentivo;

    PETROBRAS, pelo apoio financeiro;

    s minhas irms, Carla Suely e Carla Simone, presentes nos perodos mais difceis;

    Aos meus pais, Wilson e Valdete, que sempre acreditaram na educao e formao de

    suas filhas;

    Em especial, minha filha, Lase, por compreender, desde muito cedo, os momentos

    de ausncia.

  • vii

    DEDICATRIA

    Ao meu marido Andr Maitelli, companheiro de uma vida.

  • viii

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... xii

    LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... xviii

    LISTA DE SMBOLOS ........................................................................................................ xx

    CAPTULO 1

    Introduo geral ...................................................................................................................... 2

    1.1 - Os desafios tecnolgicos na indstria do petrleo e o Bombeio

    Centrfugo Submerso ................................................................................................................. 2

    1.2 - Problema proposto e motivao ........................................................................................ 3

    1.3 - Objetivos do trabalho ........................................................................................................ 4

    1.3.1 - Objetivo geral ..................................................................................................... 4

    1.3.2 - Objetivos especficos ......................................................................................... 5

    1.4 - Etapas e relevncia do trabalho ......................................................................................... 6

    1.5 - Organizao do trabalho ................................................................................................... 7

    CAPTULO 2

    A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial ............................................ 10

    2.1 - Introduo ....................................................................................................................... 10

    2.2 - O reservatrio e o poo de petrleo ................................................................................ 10

    2.2.1 - Sistemas de produo ......................................................................................... 10

    2.2.2 - Sistema petrolfero. O reservatrio e os mecanismos de produo ................... 11

    2.2.3 - Fases da vida de um poo ................................................................................. 14

    2.2.3.1 - Perfurao .............................................................................................. 14

    2.2.3.2 - Avaliao ............................................................................................... 16

    2.2.3.3 - Completao .......................................................................................... 16

    2.2.3.4 - Produo ................................................................................................. 17

    2.2.3.5 - Abandono ............................................................................................... 18

    2.3 - Elevao Natural e produtividade do poo ..................................................................... 18

    2.4 - Principais mtodos de Elevao Artificial ...................................................................... 23

  • ix

    2.4.1 - Bombeio Mecnico (BM) .................................................................................. 23

    2.4.2 - Bombeio de Cavidades Progressivas (BCP) ...................................................... 26

    2.4.3 - Gas Lift Contnuo (GLC) e Gas Lift Intermitente (GLI) ................................... 28

    2.4.4 - Plunger Lift ....................................................................................................... 32

    2.4.5 - Bombeio Hidrulico a Jato (BHJ) ..................................................................... 34

    2.4.6 - Bombeio Centrfugo Submerso (BCS) ............................................................. 36

    2.4.6.1 - Noes gerais ........................................................................................ 36

    2.4.6.2 - Histrico ................................................................................................ 37

    2.4.6.3 - Descrio do sistema BCS .................................................................... 38

    2.5 - Bombas centrfugas utilizadas em BCS .......................................................................... 40

    2.5.1 - Definies e classificao .................................................................................. 40

    2.5.2 - Caractersticas das bombas utilizadas em BCS .................................................. 42

    2.5.3 - Leis de Afinidade. Velocidade especfica .......................................................... 45

    2.6 - Consideraes sobre a anlise do escoamento em bombas centrfugas .......................... 46

    CAPTULO 3

    Fluidodinmica Computacional (CFD) e suas aplicaes ................................................. 49

    3.1 - Introduo ....................................................................................................................... 49

    3.2 - Definies ....................................................................................................................... 49

    3.3 - As leis da conservao. A equao da Continuidade e as equaes

    de Navier-Stokes ..................................................................................................................... 51

    3.4 - Classificao das equaes diferenciais parciais. Condies iniciais e condies de

    contorno ................................................................................................................................... 55

    3.5 - Modelos de turbulncia ................................................................................................... 58

    3.6 - A discretizao por Volumes Finitos e as malhas computacionais ................................ 64

    CAPTULO 4

    Estado da arte ........................................................................................................................ 74

    4.1 - Introduo ....................................................................................................................... 74

    4.2 - Modelos tericos e experimentais para caracterizar o escoamento no interior

    de bombas centrfugas ............................................................................................................. 74

  • x

    4.3 - A Fluidodinmica Computacional (CFD) e suas aplicaes em modelos

    tridimensionais para escoamentos em turbomquinas ............................................................ 77

    4.3.1 - Origem e desenvolvimento de CFD ...................................................................... 77

    4.3.2 - Modelos bidimensionais e tridimensionais para o escoamento em

    bombas centrfugas utilizando CFD e o Mtodo dos Volumes Finitos ................................... 78

    CAPTULO 5

    Metodologia e caracterizao do problema ........................................................................ 84

    5.1 - Introduo ....................................................................................................................... 84

    5.2 - Modelo geomtrico ......................................................................................................... 84

    5.2.1 - Geometria no formato CAD ................................................................................ 84

    5.2.2 - Geometria desenvolvida no ANSYS CFX .................................................... 89

    5.3 - Gerao das malhas ......................................................................................................... 96

    5.4 - Parmetros das simulaes ............................................................................................ 100

    5.4.1 - Propriedades fsicas do domnio ..................................................................... 100

    5.4.2 - Condies de contorno ..................................................................................... 101

    5.4.3 - Modelos para as interfaces .............................................................................. 103

    5.4.4 - Critrios de convergncia ................................................................................. 105

    5.5 - Metodologia e anlise dos resultados: presses e velocidades ..................................... 106

    CAPTULO 6

    Resultados e discusses ....................................................................................................... 109

    6.1 - Introduo ..................................................................................................................... 109

    6.2 - Curva Caracterstica de altura de elevao (fluido gua) ............................................. 109

    6.2.1 - Condies iniciais de simulao .................................................................... 109

    6.2.2 - Resultados para o domnio fluido alongado ................................................... 112

    6.2.3 - Convergncia e tempos de simulao ............................................................ 116

    6.3 - Campos de presso e perfis de velocidade (fluido gua) .............................................. 120

    6.3.1 - Presses obtidas para a condio de simulao C1 ....................................... 120

    6.3.2 - Presses obtidas para a condio de simulao C2 ....................................... 122

    6.3.3 - Presses obtidas para a condio de simulao C3 ....................................... 124

  • xi

    6.3.4 - Perfis de velocidade meridional ..................................................................... 127

    6.3.5 - Modelo de turbulncia SST ............................................................................ 134

    6.4 - Altura de elevao presses e velocidades para o modelo viscoso ............................... 136

    6.5 - Comentrios sobre os resultados para as presses e velocidades ................................. 141

    CAPTULO 7

    Concluso ............................................................................................................................. 144

    7.1 - Observaes gerais ........................................................................................................ 144

    7.2 - Consideraes finais sobre os resultados ...................................................................... 145

    7.3 - Utilizao do ANSYS CFX .................................................................................... 147

    7.4 - Trabalhos futuros .......................................................................................................... 149

    Referncias bibliogrficas ................................................................................................... 151

  • xii

    LISTA DE FIGURAS

    CAPTULO 2

    Figura 2.1. Exemplo de um sistema de produo .................................................................... 11

    Figura 2.2. Esquema de um sistema petrolfero ...................................................................... 13

    Figura 2.3. Mecanismos de produo: a) gs em soluo; b) capa de gs;

    c) influxo de gua .................................................................................................. 14

    Figura 2.4. Sonda de perfurao .............................................................................................. 15

    Figura 2.5. Operao de canhoneio ........................................................................................ 17

    Figura 2.6. Esquema de um sistema de produo de petrleo ................................................ 19

    Figura 2.7. IPR linear .............................................................................................................. 20

    Figura 2.8. IPR de Vogel ......................................................................................................... 21

    Figura 2.9. IPRversusTPR para poos surgentes .................................................................... 22

    Figura 2.10. IPRversusTPR para poos que necessitam de Elevao Artificial ..................... 22

    Figura 2.11. Esquema de uma bomba de fundo utilizada em poos com elevao

    por BM ................................................................................................................ 23

    Figura 2.12. Curso ascendente do ciclo da bomba de fundo utilizada em um poo

    produzindo por BM ............................................................................................. 24

    Figura 2.13. Curso descendente do ciclo da bomba de fundo utilizada em um poo

    produzindo por BM ............................................................................................. 24

    Figura 2.14. Esquema completo de um poo equipado com Bombeio Mecnico .................. 25

    Figura 2.15. Conjunto rotor/estator da bomba de fundo do BCP ............................................ 26

    Figura 2.16. Esquema do sistema de um poo produzindo com elevao por BCP ............... 27

    Figura 2.17. Sistema de produo de um poo produtor com elevao por Gas Lift .............. 29

    Figura 2.18. Ciclo de descarga de um poo que ir produzir por elevao

    com Gas Lift ........................................................................................................ 30

    Figura 2.19. Poo produzindo por GLC .................................................................................. 30

    Figura 2.20. Ciclo de intermitncia de um poo produzindo por elevao

    com GLI: a) imediatamente antes da injeo de gs; b) durante a injeo de gs;

    c) durante o deslocamento da golfada; d) depois da injeo de gs .................... 31

  • xiii

    Figura 2.21. Esquema de um poo produzindo por GLI ......................................................... 32

    Figura 2.22. Tipos de instalao para um poo produzindo por elevao

    com PL: a) convencional; b) com obturador; c) PL com GLI ............................. 33

    Figura 2.23. Esquema de um poo produzindo com elevao por Plunger Lift ..................... 34

    Figura 2.24. Detalhe do percurso dos fluidos em um poo produzindo por elevao

    com BHJ .............................................................................................................. 35

    Figura 2.25. Detalhe da entrada de fluidos que iro compor a mistura na bomba

    hidrulica a jato de um poo produzindo por elevao com BHJ ....................... 35

    Figura 2.26. Sistema completo com equipamentos de superfcie e de fundo

    de um poo produzindo com elevao por BHJ .................................................. 36

    Figura 2.27. Sistema completo de um poo operando por BCS ..................,........................... 39

    Figura 2.28. Trajetria dos fluidos no interior de uma bomba do BCS .................................. 41

    Figura 2.29. Modelos de estgios de bombas BCS: a) fluxo radial; b) fluxo misto

    (Fonte: Submersible Pump Handbook - BAKER HUGHES/Centrilift, 2008) ... 41

    Figura 2.30. Vrios estgios dos modelos axial e radial de bombas centrfugas

    utilizadas em BCS: a) fluxo radial; b) fluxo misto (Fonte: Transparncias do

    curso de BCS - PETROBRAS, Maurcio Prado, agosto, 2007, p. 389) .............. 42

    Figura 2.31. Curvas de desempenho de uma bomba centrfuga utilizada em BCS ................ 44

    Figura 2.32. Linhas de fluxo no impelidor, seguindo a geometria das ps ............................. 47

    CAPTULO 3

    Figura 3.1. Sistema de coordenadas no-inercial .................................................................... 54

    Figura 3.2. Sistema de coordenadas rotativas aplicado ao impelidor da

    bomba centrfuga................................................................................................... 54

    Figura 3.3. Velocidade em um ponto no escoamento laminar ................................................ 59

    Figura 3.4. Velocidade em um ponto no escoamento turbulento ............................................ 59

    Figura 3.5. Elemento de malha tridimensional ........................................................................ 67

    Figura 3.6. Elemento hexadrico ............................................................................................. 69

    Figura 3.7. Elemento em forma de pirmide ........................................................................... 69

    Figura 3.8. Elemento prismtico ............................................................................................. 70

  • xiv

    Figura 3.9. Elemento tetradrico ............................................................................................. 70

    CAPTULO 5

    Figura 5.1. Conjunto impelidor/difusor da bomba centrfuga utilizada

    para as simulaes ................................................................................................. 85

    Figura 5.2. Fase inicial da usinagem do impelidor .................................................................. 85

    Figura 5.3. Fase final da usinagem do impelidor .................................................................... 86

    Figura 5.4. Usinagem do difusor ............................................................................................. 86

    Figura 5.5. Impelidor e difusor respectivamente, formato CAD ............................................. 87

    Figura 5.6. Partes do impelidor e do difusor respectivamente, formato CAD ........................ 87

    Figura 5.7. Cortes transversais no impelidor e difusor respectivamente,

    formato CAD ......................................................................................................... 87

    Figura 5.8. Impelidor e difusor respectivamente, formato bitmap (bmp) ............................... 88

    Figura 5.9. Conjunto completo e corte transversal, respectivamente,

    formato bitmap (bmp) ........................................................................................... 88

    Figura 5.10. Tela do BladeGen, definio do perfil meridional do impelidor ..................... 90

    Figura 5.11. Tela do BladeGen, definio do perfil meridional do difusor ......................... 90

    Figura 5.12. Vista superior da geometria BladeGen para o impelidor

    com comprimento normal das ps ....................................................................... 94

    Figura 5.13. Vista superior da geometria BladeGen para o impelidor

    com o domnio fluido alongado .......................................................................... 94

    Figura 5.14. Regies da malha gerada para o impelidor, condies C1 e C2 ......................... 95

    Figura 5.15. Regies da malha gerada para o difusor, condio C2 ....................................... 95

    Figura 5.16. Malha do impelidor (M2), condies C1 e C2 ................................................... 97

    Figura 5.17. Malha gerada para o difusor (M2), condio C2 ................................................ 97

    Figura 5.18. Malha do conjunto impelidor/difusor (M2), condio C2 .................................. 98

    Figura 5.19. Tela de definio do domnio da simulao para condio C1 (M2) ............... 100

    Figura 5.20. Tela de definio do domnio da simulao para condio C2 (M2) ............... 101

    Figura 5.21. Tela de definio das condies de escoamento na entrada e na sada dos

    domnios, modelo de turbulncia e outros parmetros da simulao

  • xv

    (condio C2, M2) ............................................................................................. 102

    Figura 5.22. Tela de definio para as interfaces peridicas e entre o rotor e

    estator na condio C2 (M2) ............................................................................. 104

    Figura 5.23. Tela de definio para as interfaces slidas, entradas e sadas na

    condio C2 (M2) .............................................................................................. 104

    Figura 5.24. Componentes de velocidade no canal da mquina de fluxo ............................. 106

    Figura 5.25. Componentes de velocidade no plano do canal (perfil meridional

    da mquina de fluxo) ......................................................................................... 106

    CAPTULO 6

    Figura 6.1. Condies de geometria simuladas .................................................................... 111

    Figura 6.2. Comparao entre as malhas testadas para o resduo de 0.0005 ......................... 113

    Figura 6.3. Comparao entre as malhas testadas para o resduo de 0.001 ........................... 115

    Figura 6.4. Convergncia - C3/M2/RMS=0.001/vazo 79.49 m/d ...................................... 117

    Figura 6.5. Convergncia - C3/M2/RMS=0.001/vazo 397.47 m/d .................................... 118

    Figura 6.6. Convergncia - C3/M2/RMS=0.0005/vazo 79.49 m/d .................................... 118

    Figura 6.7. Convergncia - C3/M2/RMS=0.0005/vazo 397,47 m/d .................................. 119

    Figura 6.8. Nmero de iteraes em funo da vazo. C3/M2/RMS=0.001 ........................ 119

    Figura 6.9. Nmero de iteraes em funo da vazo. C3/M2/RMS=0.0005 ...................... 120

    Figura 6.10. Presses no interior do canal do impelidor - C1/M2/RMS=0.001 ................... 121

    Figura 6.11. Presses na sada do canal do impelidor, na extremidade

    das ps - C1/M2/RMS=0.001 ............................................................................ 121

    Figura 6.12. Presses no interior do canal do impelidor - C2/RMS=0.001 .......................... 122

    Figura 6.13. Presses na sada do canal do impelidor, na extremidade

    das ps - C2/M2/RMS=0.001 ............................................................................ 122

    Figura 6.14. Presses no canal do difusor - C2/M2/RMS=0.001 ......................................... 123

    Figura 6.15. Presses na entrada do canal do difusor, na extremidade

    das ps - C2/M2RMS=0.001 ............................................................................. 123

    Figura 6.16. Presses no canal do impelidor - C3/M2/RMS=0.001 ..................................... 124

    Figura 6.17. Presses na sada do canal do impelidor, na extremidade

  • xvi

    das ps - C3/RMS=0.001 .................................................................................. 124

    Figura 6.18. Presses no canal do difusor - C3/M2/RMS=0.001 ......................................... 125

    Figura 6.19. Presses na entrada do canal do difusor, na extremidade

    das ps - C3/M2/RMS=0.001 ............................................................................ 125

    Figura 6.20. Presses no canal do impelidor - C3/M2/RMS=0.0005 ................................... 126

    Figura 6.21. Presses na sada do canal do impelidor, na extremidade

    das ps - C3/M2/RMS=0.0005 .......................................................................... 126

    Figura 6.22. Presses no canal do difusor - C3/M2/RMS=0.0005 ....................................... 127

    Figura 6.23. Presses na entrada do canal do difusor, na extremidade

    das ps - C3/M2/RMS=0.0005 .......................................................................... 127

    Figura 6.24. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

    q1/C1/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 128

    Figura 6.25. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

    q5/C1/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 128

    Figura 6.26. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

    q1/C2/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 129

    Figura 6.27. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

    q5/C2/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 129

    Figura 6.28. Velocidade meridional (Cm) no canal do difusor -

    q1/C2/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 130

    Figura 6.29. Velocidade meridional (Cm) no canal do difusor -

    q5/C2/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 130

    Figura 6.30. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

    q1/C3/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 131

    Figura 6.31. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

    q5/C3/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 131

    Figura 6.32. Velocidade meridional (Cm) no canal do difusor -

    q1/C3/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 132

    Figura 6.33. Velocidade meridional (Cm) no canal do difusor -

    q5/C3/M2/RMS=0.001 ...................................................................................... 132

    Figura 6.34. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

  • xvii

    q1/C3/M2/RMS=0.0005 .................................................................................... 133

    Figura 6.35. Velocidade meridional (Cm) no canal do impelidor -

    q5/C3/M2/RMS=0.0005 .................................................................................... 133

    Figura 6.36. Velocidade meridional (Cm) no canal do difusor -

    q1/C3/M2/RMS=0.0005 .................................................................................... 134

    Figura 6.37. Velocidade meridional (Cm) no canal do difusor -

    q5/C3/M2/RMS=0.0005 .................................................................................... 134

    Figura 6.38. Comparao entre os modelos de turbulncia k e SST ............................... 135

    Figura 6.39. Comparao entre resultados das simulaes e a metodologia de correo da

    viscosidade, aplicado a um leo monofsico ........................................................................ 137

    Figura 6.40. Presses no canal do impelidor para o modelo viscoso -

    C4/q5/M2/RMS=0.0001 .................................................................................... 138

    Figura 6.41. Presses na sada do canal do impelidor, na extremidade

    das ps, para o modelo viscoso - C4/q5/M2/RMS=0.0001 ............................... 139

    Figura 6.42. Presses no canal do difusor para o modelo viscoso -

    C4/q5/M2/RMS=0.0001 .................................................................................... 139

    Figura 6.43. Presses na entrada do canal do difusor. na extremidade

    das ps, para o modelo viscoso - C4/q5/M2/RMS=0.0001 ............................... 140

    Figura 6.44. Velocidades no canal do impelidor para o modelo viscoso -

    C4/q5/M2/RMS=0.0001 .................................................................................... 140

    Figura 6.45. Velocidades no canal do difusor para o modelo viscoso -

    C4/q5/M2/RMS=0.0001 .................................................................................... 141

  • xviii

    LISTA DE TABELAS

    CAPTULO 3

    Tabela 3.1. Constantes tpicas do modelo de turbulncia k .............................................. 64

    CAPTULO 5

    Tabela 5.1. Caractersticas geomtricas do conjunto impelidor/difusor .................................. 89

    Tabela 5.2. Resumo das condies de simulao testadas ...................................................... 93

    Tabela 5.3. Fatores globais de escalonamento da malha ......................................................... 96

    Tabela 5.4. Caractersticas das malhas geradas para a condio C1 ....................................... 98

    Tabela 5.5. Caractersticas das malhas geradas para a condio C2 ....................................... 99

    Tabela 5.6. Caractersticas das malhas geradas para a condio C3 e C4 .............................. 99

    Tabela 5.7. Vazes utilizadas como condio de contorno .................................................. 102

    Tabela 5.8. Malhas e valores de resduo utilizados ............................................................... 105

    Tabela 5.9. Parmetros das Simulaes/Condies de Contorno ......................................... 107

    CAPTULO 6

    Tabela 6.1. Nmero de elementos da malha para as condies C1, C2 e C3 ...................... 110

    Tabela 6.2. Valores de altura de elevao obtidos para trs condies de geometria ........... 111

    Tabela 6.3. Valores obtidos para as simulaes com o resduo de 0.0005 ........................... 114

    Tabela 6.4. Dados comparativos em percentagem, considerando resduo de 0.0005 ........... 114

    Tabela 6.5. Valores obtidos para as simulaes com o resduo de 0.001 ............................. 115

    Tabela 6.6. Dados comparativos em percentagem, considerando resduo de 0.001 ............. 116

    Tabela 6.7. Diferena percentual entre a simulao na condio

    C3/M2/RMS=0.0005/SSTe os valores da curva experimental .......................... 135

    Tabela 6.8. Valores encontrados para a simulao de um fluido viscoso ............................. 137

    Tabela 6.9. Comparao entre as simulaes e a metodologia de correo de viscosidade de

    Turzo; Takacs; Zsuga (2000) ............................................................................ 138

  • xix

    Tabela 6.10. Valores de nmero de Reynolds para q1 e q5 .................................................. 141

  • xx

    LISTA DE SMBOLOS

    Simbologia,

    variveis

    a vetor, definido para a superfcie de controle dA

    viz

    ia coeficientes da equao de conservao discretizada, para o n i ,

    considerando a contribuio do n vizinho

    A rea da superfcie de controle no volume de controle infinitesimal

    A matriz dos coeficientes da equao discretizada

    A elemento da matriz A , para a iterao n

    APIo grau API do leo

    b vetor de termos fonte associados s equaes de transporte

    b elemento do vetor b , para a iterao n

    ib termo fonte discretizado para o n i

    BFC sistema de coordenadas "ajustadas" (Body Fitted Coordinates)

    bkW potncia requerida pela bomba

    1Pot potncia inicial para clculo das Leis de Afinidade

    2Pot nova potncia para clculo das Leis de Afinidade

    HC fator correo para a altura de elevao na metodologia de Turzo;

    Takacs; Zsuga (2000) para correo da viscosidade

    4321 ,,, HHHH CCCC fatores individuais de correo para a altura de elevao na

    metodologia de Turzo; Takacs; Zsuga (2000) para correo da

    viscosidade

    mm vC , velocidade meridional

    qC fator de correo para as vazes na metodologia de Turzo; Takacs;

    Zsuga (2000) para correo da viscosidade

    C constante tpica do modelo de turbulncia k

    1C constante tpica do modelo de turbulncia k

  • xxi

    2C constante tpica do modelo de turbulncia k

    C fator de correo para a eficincia na metodologia de Turzo;

    Takacs; Zsuga (2000) para correo da viscosidade

    C1 condio de simulao onde apenas o impelidor em suas dimenses

    reais, foi considerado, fluido gua

    C2 condio de simulao onde o impelidor e o difusor foram

    considerados acoplados com o comprimento real para as ps do

    impelidor, fluido gua

    C3 condio de simulao onde foi considerado o domnio fluido

    alongado, fluido gua

    C4 condio de simulao onde foi considerado o domnio fluido

    alongado, fluido leo

    EDPs equaes diferenciais parciais

    )(g vetor de acelerao da gravidade

    g componente da acelerao da gravidade na direo vertical

    H altura de elevao (Head)

    1H altura de elevao inicial da bomba para clculo das Leis de

    Afinidade

    2H nova altura de elevao para clculo das Leis de Afinidade

    bepH altura de elevao para o ponto de mais alta eficincia da bomba

    (best efficiency point)

    HI Instituto de Hidrulica (Hydraulic Institute)

    viscH altura de elevao corrigida atravs da metodologia de Turzo;

    Takacs; Zsuga (2000) para correo da viscosidade

    ji, vetores unitrios nas direes zyx , ,

    L comprimento caracterstico para o clculo do nmero de Reynolds

    IP ndice de Produtividade

    IPR Inflow Performance Relationship

    nip pontos de integrao em um determinado volume de controle

    isolado

  • xxii

    321 ,, ipipip pontos de integao definidos no volume de controle isolado

    k energia cintica turbulenta

    P presso termodinmica, presso esttica do fluido na linha de

    corrente

    pPt , presso total, incluindo perdas por energia de presso esttica,

    energia cintica e por elevao

    ipm massa discretizada atravs do volume de controle avaliada no ponto

    de integrao ip

    M1 condio de simulao de malha automtica gerada pelo programa

    M2 condio de simulao de malha otimizada p/ um fator global igual

    a 0.8

    M3 condio de simulao de malha otimizada utilizando um fato

    global de 0.6 p/ o impelidor e 0.7 p/ o difusor

    ,N velocidade angular ou de rotao da bomba, na direo

    iN funo de forma para o n i

    n indicao da direo do vetor normal superfcie dA

    sn velocidade especfica (adimensional)

    1N velocidade de rotao inicial da bomba (rpm) para clculo das Leis

    de Afinidade

    2N velocidade de rotao final da bomba (rpm) para clculo das Leis

    de Afinidade

    ep presso esttica mdia no reservatrio (average static reservoir

    pressure)

    kP taxa de gerao da energia cintica

    dispp presso disponvel para elevar os fluidos

    reqp presso requerida para a elevar os fluidos

    wfp presso de escoamento no poo (wellbore flowing pressure) ou

    presso de fluxo

    Qq, vazo de fluido

  • xxiii

    wq vazo de gua

    maxq vazo mxima

    bepq vazo correspondente a mais alta eficincia da bomba (best

    efficiency point)

    6.0q vazo correspondente a )%(60 bepq

    8.0q vazo correspondente a )%(80 bepq

    2.1q vazo correspondente a )%(120 bepq

    *q

    fator de correo das vazes na metodologia de Turzo; Takacs;

    Zsuga (2000) para correo da viscosidade

    viscq vazo corrigida atravs da metodologia de Turzo; Takacs; Zsuga

    (2000) para correo da viscosidade

    1Q vazo inicial para clculo das Leis de Afinidade

    2Q nova vazo para clculo das Leis de Afinidade

    1r raio na entrada do canal do impelidor

    2r raio na sada do canal do impelidor

    )(r vetor de posio de uma partcula fluida em relao a um sistema

    de coordenadas rotativo

    RGO razo gs-leo

    RMS P-Mass Resduo normalizado no domnio para a Equao de Continuidade

    RMS U-Mom Resduo normalizado no domnio para a Equao de Quantidade de

    Movimento na direo x

    RMS V-Mom Resduo normalizado no domnio para a Equao de Quantidade de

    Movimento na direo y

    RMS W-Mom Resduo normalizado no domnio para a Equao de Quantidade de

    Movimento na direo z

    nr resduo para a iterao n

    eR nmero de Reynolds

    zr ,, sistema de coordenadas cilndricas. Coordenadas nas direes

    radial, angular e axial respectivamente

  • xxiv

    u t,s, coordenadas ou variveis paramtricas que assumem valores entre

    0 e 1 na definio das funes de forma do elemento prismtico

    S termos fonte, representam foras de campo ou de corpo

    S termo fonte relacionado a uma propriedade genrica do fluido

    MrotS termos fonte relacionados s foras rotativas

    t varivel tempo

    0t valor inicial da grandeza tempo

    ft valor final da grandeza tempo

    wvu , , componentes de velocidade nas direes zyx , , respectivamente

    wvu , , componentes em valores estacionrios mdios de velocidade nas

    direes zyx , , respectivamente

    wvu , , componentes das flutuaes das velocidades nas direes x, y e z no

    tempo, respectivamente

    wvu , , mdia das flutuaes das velocidades nas direes x, y e z no

    tempo, respectivamente

    av componente de velocidade axial

    rv componente de velocidade radial

    sv componente de velocidade medida no canal, em relao ao cubo e

    coroa

    stv componente de velocidade medida em relao entrada e sada

    do canal

    ij vv , componentes em valores estacionrios mdios de velocidade onde

    ji, representam as direes zyx , ,

    V vetor resultante das componentes de velocidade

    CV volume de controle onde ser definido o escoamento

    V velocidade caracterstica para o clculo do nmero de Reynolds

    V mdia temporal do vetor da velocidade

    V volume

    zyx , , sistema de coordenadas no-inercial

  • xxv

    ZYX , , sistema de coordenadas inercial

    Letras gregas

    1 ngulo da p na entrada do impelidor

    2 ngulo da p na sada ou descarga do impelidor

    fator de correo na metodologia de Turzo; Takacs; Zsuga (2000)

    para correo da viscosidade, funo de bepH e bepq

    densidade relativa ou gravidade especfica (adimensional)

    coeficiente de difuso para a propriedade transportada no

    escoamento de fluidos

    jn componente discretizada do vetor de rea da superfcie de controle

    t

    passo no tempo para a integrao ou variao no tempo

    taxa de dissipao de energia cintica

    eficincia da bomba

    visc eficincia corrigida atravs da metodologia de Turzo; Takacs;

    Zsuga (2000) para correo da viscosidade

    viscosidade molecular ou dinmica

    t viscosidade turbulenta

    massa especfica, densidade

    k constante tpica do modelo k

    constante tpica do modelo k

    tensor das tenses viscosas ou de fluxo do momento viscoso

    )(v

    - tensor de fluxo viscoso para as componentes da mdia temporal

    da velocidade

    )(t

    tensor das tenses de Reynolds, relacionado s flutuaes

    turbulentas

    viscosidade cinemtica

    vetor de variveis a serem calculadas

    propriedade genrica do fluido em um determinado ponto no

    espao e em um determinado tempo t ou o elemento do vetor

  • xxvi

    para a iterao n

    i propriedade no n i

    flutuao da propriedade genrica do fluido m um ponto no espao

    e em um determinado tempo t

    correo utilizada para promover a prxima iterao no processo de

    clculo da propriedade

    valor mdio da propriedade genrica do fluido m um ponto no

    espao e em um determinado tempo t

    )( vetor de velocidade angular em relao ao sistema de coordenadas

    Operadores

    operador divergente

    operador gradiente

    2 operador laplaciano

    operador derivada parcial

    operador integral

    Sobrescritos

    T

    sobrescrito que indica a matriz transposta ou vetor transposto

    o sobrescrito ue indica o passo no tempo anterior para a simulao

    n sobrescrito indicando qual a iterao, nmero de iteraes

    realizadas

    Unidades

    utilizadas

    atm atmosfera, presso

    bpd barris por dia (barrels per day), vazo

    cstk centistokes, viscosidade cinemtica

    HP cavalos de fora (horse power), potncia

    kg/m quilograma por metro cbico, densidade

    kg/s quilograma por segundo, vazo mssica

    kg/m.s quilograma por (metro vezes segundo), viscosidade dinmica

    kg/cm quilograma por centmetro quadrado, presso

  • xxvii

    m metros altura de elevao, comprimento

    m/d metros cbicos por dia, vazo

    m/s metros cbicos por segundo, vazo

    m/h metros cbicos por hora, vazo

    mm milmetros, comprimento

    m/s metros por segundo, velocidade

    Pa Pascal, presso

    ps altura de elevao, comprimento

    rpm rotaes por minuto, velocidade angular

    kW quiloWatts, potncia

  • CAPTULO 1

    Introduo geral

  • Captulo 1 Introduo geral

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 2

    1. Introduo geral

    1.1 - Os desafios tecnolgicos na indstria do petrleo e o Bombeio

    Centrfugo Submerso

    Apesar da busca constante por alternativas que venham a substituir o petrleo

    como fonte de energia, a sociedade atual necessita cada vez mais desse insumo para fazer

    crescer as grandes economias mundiais. O petrleo est presente de forma variada nas mais

    diversas reas: move indstrias e essencial para os meios de transporte. Mas, em virtude de

    fatores como o crescimento das economias emergentes, principalmente na sia e Amrica

    Latina, instabilidade poltica de alguns dos pases produtores e o aumento de consumo e

    crescimento populacional, o mundo tem sofrido com crises de petrleo e uma possvel

    reduo do produto daqui a algumas dcadas, um assunto frequentemente discutido.

    Alm da pesquisa por fontes alternativas de energia, mudanas nas tecnologias de

    recuperao e elevao podem resultar em significativo incremento das vazes, reduzindo o

    impacto da escassez. A explorao em guas profundas e ultraprofundas uma das opes na

    tentativa de minimizar os efeitos de uma eminente falta de petrleo no mundo. As recentes

    descobertas na Plataforma Continental Brasileira apontam esta regio como uma das novas

    fronteiras para a explorao economicamente vivel de petrleo, sendo que, as maiores

    dificuldades esto relacionadas s perdas de presso com as maiores distncias, diminuio da

    temperatura, que ocasiona um aumento da viscosidade e, consequentemente o aparecimento

    de ambiente propcio deposio de parafinas e hidratos, tornando-se necessrio o

    fornecimento de potncia crescente aos equipamentos, assistncia remota e sistemas de

    controle avanado.

    Assegurar que na produo o fluido ser transportado no interior dos dutos at a

    superfcie e facilidades de separao sem interrupo ou perturbaes na linha tarefa

    complexa e envolve condies que podem dificultar o escoamento do fluido produzido. As

    dificuldades encontradas na manuteno e instalao de equipamentos so fatores que oneram

    excessivamente a produo de petrleo a grandes profundidades e h uma demanda de

    tecnologias e mtodos que possam reduzir falhas nos equipamentos de subsuperfcie.

    Atualmente mais de noventa por cento (90%) dos poos existentes no mundo

    produzem por algum tipo de mtodo de Elevao Artificial. A energia envolvida no processo

    de Elevao Artificial deve ter como objetivo a otimizao e o maior lucro da operao. Os

  • Captulo 1 Introduo geral

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 3

    sistemas de produo em terra (onshore) so usualmente mais simples se comparados a

    sistemas martimos (offshore) e a escolha do mtodo de elevao depende de fatores como a

    geometria e caractersticas do reservatrio, propriedades do fluido existente, disponibilidade

    de equipamentos e gerao de energia.

    No Brasil o sistema padro para elevao de fluidos em guas profundas o Gas

    Lift por ser de baixo custo e de fcil manuteno se comparado a outros processos, mas a

    necessidade de grandes quantidades de gs pode inviabilizar a elevao por Gas Lift. Uma

    das solues mais adequadas e utilizadas a elevao atravs do Bombeio Centrfugo

    Submerso (BCS). Embora os custos sejam maiores tanto em termos de equipamentos

    utilizados como em termos de manuteno, o BCS tem se mostrado uma das solues

    adequadas como mtodo de elevao em terra e em alto mar, em condies adversas de

    temperatura e para fluidos viscosos. Apesar das dificuldades na utilizao do mtodo quando

    na presena de grandes quantidades de areia, alta razo gs-lquido e se as temperaturas de

    fundo so muito altas, o BCS o responsvel pelo bombeamento das maiores vazes de

    lquido produzido por um nico mtodo de elevao em todo o mundo. verstil, produzindo

    em poos com diferentes caractersticas, inclusive poos direcionais e horizontais, em

    diferentes profundidades.

    De uma forma simplificada, os principais componentes de subsuperfcie de um

    sistema de BCS so o motor eltrico trifsico, o protetor, a bomba e o cabo que esto no

    interior do poo, protegidos pelo revestimento. Na superfcie, os principais componentes so

    o quadro de comando, os transformadores, cabea de produo e uma fonte de energia

    (geradores ou rede eltrica). Problemas com a transmisso de energia feita pelos cabos at o

    ponto de acionamento, os impactos dos efeitos trmicos na partida do motor, dificuldades em

    prever o comportamento dos fluidos no interior da bomba centrfuga utilizada em BCS

    aumentam os custos com a manuteno. Desta forma, imprescindvel o estudo e a anlise do

    comportamento desses equipamentos para o desenvolvimento de sistemas de maior

    confiabilidade e durabilidade com a finalidade de reduzir os custos de interveno, para tornar

    o mtodo uma opo mais econmica e atrativa.

    1.2 - Problema proposto e motivao

    As bombas centrfugas utilizadas na elevao por BCS so consideradas o corao

    do sistema e tm a funo bsica de adicionar energia ao fluido, para que este seja

  • Captulo 1 Introduo geral

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 4

    transportado superfcie. So compostas por mltiplos estgios formados por uma parte

    mvel (impelidor ou rotor) que impulsiona o fluido e uma parte fixa (difusor ou estator) que

    orienta o fluxo para a descarga. A forma e o tamanho do impelidor e do difusor determinam a

    vazo a ser bombeada, e o nmero de estgios, a sua altura de elevao (Head). O tratamento

    terico do escoamento no interior das bombas centrfugas muito difcil por causa de suas

    sees irregulares em trajetos curvos e canais que esto em movimento circular contnuo.

    Em geral, correlaes baseadas em experimentos de laboratrio e simplificaes

    matemticas como a considerao do escoamento unidimensional so utilizadas para prever o

    comportamento das bombas sob condies reais de poo. A no considerao da geometria

    das partes componentes do sistema, como o efeito das ps e ngulos de inclinao destas,

    tanto no impelidor, como no difusor podem gerar erros nos resultados para prever o

    escoamento. Ao longo dos anos alguns autores tm desenvolvido trabalhos para anlise do

    escoamento no interior de bombas centrfugas atravs de modelos computacionais e, na

    indstria do petrleo, a formulao de modelos para prever o comportamento real destes

    equipamentos pode ocasionar uma reduo drstica de custos operacionais.

    O custo com experimentos, dificuldades em encontrar solues analticas para

    resolver as equaes diferenciais parciais que descrevem o fluxo dos fluidos no interior das

    bombas de uso comercial especficas para o Bombeio Centrfugo Submerso e o crescimento

    da aplicao de tcnicas de anlise numrica para resolver problemas de escoamento so os

    fatores que influenciaram na escolha do tema desta pesquisa, que prope um estudo do fluxo

    monofsico tridimensional no interior dos canais do conjunto impelidor/difusor, componentes

    de um estgio de uma bomba centrfuga tpica de sistemas de elevao por BCS, utilizando

    um programa que aplica mtodos numricos para resoluo de problemas de fluxo.

    1.3 - Objetivos do trabalho

    1.3.1- Objetivo geral

    A Elevao Artificial por Bombeio Centrfugo Submerso (BCS) uma alternativa

    para elevao em terra e em alto mar, apesar dos custos iniciais de implantao e necessidade

    de acompanhamento rigoroso na manuteno dos equipamentos que compem o sistema. No

    caso da bomba centrfuga de mltiplos estgios utilizada em sistemas BCS, problemas

    advindos da existncia de gs livre na mistura podero ocasionar bloqueio da circulao do

  • Captulo 1 Introduo geral

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 5

    fluido no interior da bomba, que responsvel pelo transporte do fluido do reservatrio at a

    superfcie, diminuindo a eficincia do conjunto. A teoria para anlise tridimensional do fluxo

    extremamente complicada, envolvendo a resoluo de equaes diferenciais parciais que,

    para este problema, devem conter os termos que levam em considerao o movimento

    rotativo da bomba.

    Os modelos computacionais de anlise de escoamentos utilizados atualmente, em

    sua grande maioria, tm como fundamentao a soluo das equaes diferenciais que

    envolvem a conservao de massa, quantidade de movimento e energia. Como muitas vezes a

    resoluo de tais equaes extremamente complicada, mtodos de discretizao e anlise

    numrica tm sido desenvolvidos no intuito de se obter solues aproximadas para as vrias

    categorias de problemas e uma melhor compreenso do fenmeno fsico que est ocorrendo.

    Nesse contexto a Fluidodinmica Computacional ou CFD (Computational Fluid Dynamics)

    teve um enorme crescimento porque rene tcnicas de simulao com a finalidade de produzir

    solues numricas para os sistemas de equaes diferenciais parciais que descrevem o

    escoamento de fluidos.

    Neste trabalho sero obtidas simulaes computacionais do escoamento

    tridimensional de dois fluidos monofsicos para um estgio de uma bomba de fluxo misto,

    tpica de sistemas de elevao por Bombeio Centrfugo Submerso. Para desenvolver a anlise

    ser utilizado um programa comercial, o ANSYS CFX verso 11.0, que emprega tcnicas

    de Fluidodinmica Computacional (CFD) para resolver as equaes diferenciais parciais que

    envolvem os fenmenos do escoamento e tem sua formulao baseada no Mtodo dos

    Volumes Finitos e nas equaes de Navier-Stokes. O objetivo de tal anlise obter a curva

    caracterstica de altura de elevao para a bomba em estudo e comparar os resultados das

    simulaes com a curva cedida pelo fabricante. Os campos de presso e perfis de velocidade,

    tanto para o impelidor como para o difusor, sero apresentados para verificar o

    comportamento dos fluidos no interior dos componentes da bomba e verificar possveis

    regies de reduo de presses e recirculaes de fluidos.

    1.3.2 - Objetivos especficos

    a) Obter um modelo geomtrico tridimensional detalhado para o conjunto

    impelidor/difusor de uma bomba centrfuga tpica de sistemas de elevao por BCS;

    b) Analisar atravs de simulaes, trs geometrias diferentes, criadas em mdulos do

    programa ANSYS CFX 11.0 para modelar o problema do escoamento interno no estgio

  • Captulo 1 Introduo geral

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 6

    da bomba centrfuga de uso comercial e verificar qual se adapta de forma mais adequada

    s condies reais do problema em termos de curva de altura de elevao. As geometrias

    tridimensionais estudadas sero: o impelidor, em dimenses do domnio fluido, das ps e

    ngulos de inclinao na sada e na entrada dos canais, de acordo a pea original; o conjunto

    impelidor acoplado ao difusor nas dimenses reais e o conjunto impelidor acoplado ao difusor

    com o domnio fluido do impelidor tendo as ps alongadas em quatro (4) mm. As simulaes

    nos trs casos sero realizadas com a gua e os resultados comparados curva caracterstica

    de elevao cedida pelo fabricante;

    c) Avaliar para a geometria de domnio fluido alongado nas simulaes com gua,

    comparando com a curva de elevao experimental, trs tipos de malha, verificando o tempo

    de simulao e esforo computacional com o aumento do nmero de elementos da malha.

    Utilizar dois (2) valores de resduos diferentes na anlise da convergncia do problema;

    d) Obter simulaes com um leo e comparar os resultados com a metodologia

    desenvolvida por Turzo; Takacs; Zsuga (2000), citada por Takacs (2009), para correo da

    viscosidade de fluidos monofsicos;

    e) Analisar campos de presso e perfis de velocidade para as trs condies de geometria

    simuladas com gua, mostrando possveis reas de recirculao de fluidos e reduo de

    presses. Verificar o efeito da interao ente o impelidor (rotor) e o difusor (estator);

    f) Analisar campos de presso e perfis de velocidade para a condio de geometria com

    p alongada e fluido leo, verificando possveis reas de recirculao de fluidos e reduo de

    presses.

    1.4 - Etapas e relevncia do trabalho

    As etapas para a realizao da pesquisa so descritas a seguir:

    a) Desenvolvimento do modelo geomtrico utilizando ferramentas de Desenho Auxiliado

    por Computador (Computer Aided Design CAD) para obteno das dimenses reais das

    peas (pr-processamento);

    b) Obteno de geometrias simplificadas para o impelidor e o difusor utilizando o

    mdulo BladeGen - ANSYS CFX, especfico para turbomquinas (pr-processamento);

    c) Escolha do modelo matemtico adequado baseado nas equaes de Navier-Stokes,

    considerando o efeito das foras de rotao, condies de contorno e modelo de turbulncia

    (pr-processamento);

  • Captulo 1 Introduo geral

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 7

    d) Simulao do escoamento no interior do impelidor, em suas dimenses reais, com

    gua (processamento ou resoluo);

    e) Realizao da simulao com o difusor acoplado ao impelidor em duas geometrias

    diferentes (processamento ou resoluo);

    f) Simulao para a condio de p alongada, utilizando trs (3) malhas distintas e dois

    resduos diferentes (processamento ou resoluo);

    g) Simulaes com a geometria de p alongada para um leo (processamento ou

    resoluo);

    h) Anlise dos resultados (ps-processamento).

    A importncia do estudo est relacionada utilizao de um modelo geomtrico

    tridimensional para um escoamento turbulento, de geometria complicada, com duas partes

    acopladas de comportamento diferentes: uma das partes fixa (difusor) e a outra mvel

    (rotor). Os modelos nas referncias consultadas para bombas com aplicao em BCS,

    geralmente utilizam apenas a simulao para o impelidor, em modelos de geometria mais

    simples. A anlise foi desenvolvida para dois fluidos monofsicos, inicialmente a gua, em

    funo das facilidades de comparao com a curva caracterstica de altura de elevao cedida

    pelo fabricante, e posteriormente, um leo.

    Outro diferencial do trabalho a utilizao de um nmero maior de vazes como

    dados de entrada do problema, algumas delas fora da faixa de operao, o que permitiu uma

    viso mais geral do comportamento do fluxo no interior do estgio da bomba, principalmente

    nos casos das vazes menores, quando problemas com a convergncia das simulaes so

    mais acentuados. Alm de um maior nmero de pontos, relacionados sempre com a curva de

    altura de elevao, foram testadas trs malhas computacionais e dois resduos diferentes para

    anlise da convergncia, para cada um dos dois elementos (impelidor e difusor), o que

    permitiu a anlise do esforo computacional e da influncia da otimizao da malha ou do

    grid nos resultados obtidos.

    1.5 - Organizao do trabalho

    O produto das simulaes desenvolvidas, bem como toda teoria envolvendo o

    problema ser apresentado da seguinte maneira:

  • Captulo 1 Introduo geral

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 8

    No Captulo 1 ser feita uma descrio do problema e os objetivos do trabalho,

    enfocando a utilizao do mtodo BCS e a importncia do estudo do escoamento nas bombas

    centrfugas utilizadas pelo mtodo.

    Os Captulos 2 e 3 iro tratar de toda a teoria que envolve o problema, desde a

    utilizao do mtodo de Elevao por Bombeio Centrfugo Submerso e as dificuldades

    envolvendo a anlise do escoamento no interior da bomba centrfuga componente do sistema,

    at a caracterizao do modelo matemtico para o problema. No Captulo 2 sero descritos de

    forma sucinta o sistema de produo de petrleo, os mtodos de Elevao Artificial mais

    utilizados, contextualizando o Bombeio Centrifugo Submerso, seu histrico e sua aplicao.

    A descrio das bombas centrfugas e comentrios sobre os modelos matemticos empregados

    para modelar o escoamento no interior da bomba tambm so temas deste captulo. No

    Captulo 3 sero apresentados os aspectos tericos que envolvem a resoluo do problema. Os

    conceitos bsicos da Fluidodinmica Computacional e o emprego do Mtodo dos Volumes

    Finitos na anlise das equaes de conservao de Massa e de Quantidade de Movimento em

    sua forma tridimensional. Conceitos fundamentais do modelo de turbulncia empregado nas

    simulaes tambm sero mostrados, alm dos aspectos bsicos das malhas que so

    empregadas pelo ANSYS CFX 11.0.

    No Captulo 4 ser apresentada a evoluo recente da teoria que envolve a anlise

    do escoamento de fluidos no interior de bombas centrfugas e a aplicao de Fluidodinmica

    Computacional em tais anlises.

    No Captulo 5 ser mostrada toda a metodologia desenvolvida para a obteno dos

    resultados, desde o modelo geomtrico proposto utilizando-se ferramentas CAD, baseado na

    configurao original de um estgio da bomba, bem como o modelo matemtico

    desenvolvido, levando em considerao as foras rotacionais tpicas do problema. As

    condies de contorno utilizadas, os parmetros fsicos, dados de entrada e critrios de

    convergncia sero apresentados, alm da malha empregada, modelos de turbulncia e as

    caractersticas inerentes ao fluido, como a viscosidade e densidade.

    O Captulo 6 apresentar as simulaes realizadas e os resultados obtidos para os

    fluidos monofsicos testados, considerando as curvas caractersticas para o modelo de bomba

    escolhido. Grficos de comparao entre a curva de altura de elevao do fabricante e as

    vrias simulaes desenvolvidas para a gua sero apresentados. Neste captulo as simulaes

    para o modelo viscoso tambm sero avaliadas. As concluses do trabalho desenvolvido e as

    sugestes para trabalhos futuros sero apresentadas no Captulo 7. As referncias

    bibliogrficas consultadas complementam o texto.

  • CAPTULO 2

    A produo de petrleo e os mtodos de

    Elevao Artificial

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 10

    2. A produo de petrleo e os mtodos de Elevao

    Artificial

    2.1 - Introduo

    O mtodo de elevao por Bombeio Centrfugo Submerso tem sido utilizado em

    terra e em mar e envolve mecanismos que devem permitir o total e pleno funcionamento de

    seus equipamentos, principalmente naquilo que diz respeito bomba centrfuga de fundo

    empregada, que o equipamento responsvel pela elevao dos fluidos produzidos. Neste

    captulo ser apresentada uma descrio sucinta de um sistema de produo de petrleo e gs

    e dos principais mtodos de Elevao Artificial, para que se tenha uma viso geral de todo o

    sistema de produo. O mtodo de elevao por BCS ser detalhado e a descrio do

    comportamento das bombas centrfugas ser pormenorizada.

    2.2 - O reservatrio e o poo de petrleo

    2.2.1 - Sistemas de produo

    A produo de petrleo envolve aes diversificadas que so iniciadas com

    prospeco para a localizao de reas favorveis acumulao de petrleo e/ou gs em terra

    ou em mar. Aps essa etapa, so realizados estudos das caractersticas dos reservatrios

    comprovados, dos fluidos por ele produzidos e de seus mecanismos de produo. Baseados

    nos dados obtidos, equipamentos para conduzir os fluidos at a superfcie sero instalados e

    posteriormente os fluidos produzidos sero medidos, tratados e separados para que possam ser

    comercializados. Nesse contexto, um sistema de produo de petrleo pode ser dividido da

    seguinte forma: o reservatrio, que o meio poroso de acmulo, composto por uma ou mais

    unidades de escoamento geolgico interconectados, com caractersticas nicas de

    armazenagem e escoamento; o poo, estrutura artificial com a finalidade de fazer a interface

    entre o reservatrio at as facilidades de superfcie; as regies prximas ao poo, na altura do

    reservatrio; os componentes de superfcie instalados, tais como, a cabea do poo, as linhas

    de escoamento da cabea do poo at as facilidades de superfcie. As facilidades de superfcie

    tambm so componentes do sistema e envolvem separadores, bombas, compressores e outros

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 11

    equipamentos para tratamento e medio. Finalmente completam o sistema de produo os

    tanques de armazenamento e dutos instalados at os pontos de distribuio.

    O conjunto formador do sistema de produo de petrleo e gs (Figura 2.1) deve

    ter como objetivo fundamental a produo maximizada dos fluidos da maneira mais

    econmica e vivel possvel. Sendo assim, so funes essenciais de um sistema de produo

    de petrleo e gs: promover a conduo para escoamento de fluidos do reservatrio; separar

    os fluidos produzidos do reservatrio uns dos outros; minimizar os efeitos negativos dos

    subprodutos; medir as quantidades de fluidos produzidos; controlar os processos de produo;

    providenciar uma parte da energia requerida para transportar o fluido atravs do sistema

    (Jansen & Curie, 2004).

    Figura 2.1. Exemplo de um sistema de produo

    2.2.2 Sistema petrolfero. O reservatrio e os mecanismos de produo

    O petrleo (do latim petra=rocha e oleum=leo) o nome dados s misturas de

    compostos qumicos denominados hidrocarbonetos e que podem ser encontrados nos estados

    lquido, slido ou gasoso, dependendo das condies de presso e temperatura a que estejam

    submetidos. Sua ocorrncia pode ser em uma nica fase ou pode se apresentar em mais de

    uma fase em equilbrio. No estado lquido uma substncia oleosa, menos densa que a gua,

    com cheiro caracterstico e cor variando entre o negro e o castanho claro (Rosa et al., 2006).

    A teoria mais aceita sobre a origem do petrleo que ele surgiu a partir da matria

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 12

    orgnica, seres vivos microscpicos acumulados em sedimentos de menor granulometria, no

    fundo de corpos aquosos. Com o decorrer do tempo e sob a ao da presso das camadas que

    continuaram a se depositar, da temperatura e da ao bacteriana, a matria orgnica

    aprisionada transforma-se em hidrocarbonetos (Vieira, 2006). Alm da alta porcentagem de

    hidrognio e carbono, outros constituintes so encontrados no petrleo sob a forma de

    compostos orgnicos contendo elementos como nitrognio, enxofre e oxignio, alm de

    elementos metlicos, que se apresentam sob a forma de sais orgnicos dissolvidos na gua e

    ocorrem em menor escala. Tais substncias so chamadas de impurezas e fazem com que as

    misturas tenham caractersticas diferentes. Cor, viscosidade, massa especfica e outras

    propriedades podem diferir de uma jazida para outra. A variedade da composio da mistura

    aliada variao de tipos orgnicos faz com que os componentes qumicos do petrleo sejam

    normalmente separados em fraes de acordo com a faixa de ebulio dos compostos.

    Os principais grupos de componentes dos leos, se classificados quanto

    estrutura, so os hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos aromticos, as resinas e os

    asfaltenos. Os hidrocarbonetos saturados constituem o maior grupo, formado por alcanos

    normais (n-parafinas), isoalcanos (isoparafinas) e cicloalcanos (naftenos). Quando a mistura

    de hidrocarbonetos se apresenta no estado gasoso recebe o nome de gs natural ou

    simplesmente gs. Nessas misturas predominam os hidrocarbonetos mais leves da srie das

    parafinas, sendo o metano o componente mais abundante (Thomas et al., 2001). Devido s

    diferentes condies de maiores presses e temperaturas no reservatrio, tem-se uma mistura

    lquida de hidrocarbonetos formada pelo leo mais o gs natural que nele se encontra

    dissolvido. Com a reduo de presso que ocorre no processo de elevao, parte do gs

    dissolvido liberada e parte continuar dissolvida na mistura sob a forma lquida.

    Define-se o sistema petrolfero como sendo o sistema fsico-qumico dinmico

    que gera e concentra petrleo tendo como elementos essenciais as rochas geradoras, as rochas

    carreadoras, rochas reservatrio e rochas selantes (Figura 2.2). As rochas geradoras,

    geralmente folhelhos, margas e calcilutitos contm a matria orgnica (querognio) em

    quantidade e qualidade, e, aps sofrer aumento de temperatura resultante da captao de

    energia solar e fluxo de calor oriundo do interior da terra, transforma o material orgnico

    existente em quantidades de petrleo.

    Aps o processo de gerao necessrio que em situao geolgica adequada

    ocorra migrao do petrleo atravs das rochas carreadoras, porosas e permeveis, at que o

    caminho seja interrompido por algum tipo de armadilha geolgica. As rochas carreadoras so

    preferencialmente arenitos ou carbonatos porosos. As rochas reservatrio so aquelas capazes

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 13

    de acumular fluidos. Devem apresentar porosidade com poros conectados entre si, conferindo

    caractersticas de permeabilidade. Geralmente so os folhelhos e alguns carbonatos porosos,

    mas impermeveis. Alm das condies de gerao e migrao, para que se d o acmulo

    necessrio que alguma barreira se interponha no caminho. Tal barreira produzida pela rocha

    selante, que deve ser impermevel e dotada de plasticidade, sendo as mais comuns os

    folhelhos e evaporitos (sal). Associadas adequadamente, estrutural e estratigraficamente s

    rochas reservatrio, formam as trapas ou armadilhas, onde ocorre o aprisionamento do

    petrleo. A identificao de uma rea favorvel acumulao de petrleo realizada atravs

    de mtodos geolgicos e geofsicos (Thomas et al., 2001).

    Figura 2.2. Esquema de um sistema petrolfero

    O transporte dos fluidos de petrleo do reservatrio at a superfcie requer energia

    necessria para a elevao. Esta energia pode estar contida no reservatrio e atravs do estudo

    dos mecanismos de recuperao dos fluidos no meio poroso pode-se prever o comportamento

    do reservatrio na sua vida produtora. Os principais mecanismos de produo tpicos dos

    reservatrios so: gs em soluo (Figura 2.3a), que ocorre quando o reservatrio possui uma

    presso mdia acima da presso de saturao e com a reduo de presso durante a elevao,

    a produo do fluido acontece unicamente pela liberao do gs em soluo; mecanismo de

    recuperao do reservatrio de capa de gs (Figura 2.3b), onde a produo se d devido

    expanso de uma capa de gs que se forma nas partes mais altas do meio poroso. Nesse

    mecanismo a zona de lquido colocada em produo, o que acarreta uma reduo de presso

    local ocasionando a expanso do gs que penetra nos espaos deixados pelo leo, favorecendo

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 14

    a produo e finalmente, o mecanismo de recuperao com influxo de gua (Figura 2.3c),

    quando existe um aqufero associado ao reservatrio, que pode estar localizado na parte

    inferior ou lateralmente. A gua existente penetra na regio onde existe leo devido sua

    expanso, deslocando o leo. Este o mecanismo mais eficaz de recuperao.

    Figura 2.3. Mecanismos de produo: a) gs em soluo; b) capa de gs; c) influxo de gua

    Outros mecanismos de produo que podem ser citados so o combinado, onde

    mais de um mecanismo caracteriza a produo do reservatrio e a segregao gravitacional,

    onde a ao da gravidade pode melhorar o efeito de outros mecanismos atravs da segregao

    ou separao dos fluidos do reservatrio. Se a energia insuficiente para obter a vazo

    desejada, esta deve ser suplementada por uma fonte externa, sendo este o princpio bsico de

    qualquer mtodo de Elevao Artificial.

    2.2.3 Fases da vida de um poo

    Aps a descoberta e identificao de um reservatrio, um poo de petrleo e/ou

    gs, que permite a instalao de equipamentos para a elevao deve ser concebido. O ciclo de

    vida deste poo dividido em perfurao, avaliao, completao e abandono.

    2.2.3.1 Perfurao

    Aps a confirmao da existncia dos hidrocarbonetos, o poo perfurado para

    avaliar a formao e facilitar a extrao dos fluidos. A perfurao de um poo de petrleo

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 15

    realizada atravs da ao de rotao e peso aplicados a uma broca existente na extremidade de

    uma coluna de perfurao sustentada por uma sonda. A sonda possui diversos equipamentos

    com finalidade de sustentar cargas, substituir brocas, gerar e transmitir energia necessria ao

    processo de perfurao, movimentar a coluna de perfurao e outros equipamentos alm de

    rotacionar a coluna de perfurao (Figura 2.4).

    Figura 2.4. Sonda de perfurao

    Durante a perfurao, fluidos so necessrios para limpar o fundo do poo,

    resfriar e lubrificar a broca de perfurao, reduzir o atrito e transportar os fragmentos de rocha

    at a superfcie. O fluido de perfurao injetado por bombas para o interior da coluna de

    perfurao, removendo continuamente os fragmentos de corte da rocha. A operao completa

    de perfurao feita por etapas e ao atingir determinada profundidade, a coluna de perfurao

    retirada do poo e uma coluna de revestimento de ao, de dimetro menor ao da broca

    descida. O anular entre o tubo de revestimento e a formao cimentado para dar maior

    segurana, isolando as rochas atravessadas, permitindo o avano do processo de perfurao. O

    revestimento tem a finalidade de dar integridade estrutural ao poo.

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 16

    2.2.3.2 Avaliao

    No processo de avaliao so verificadas as caractersticas do poo em termos de

    potencial de produo de hidrocarbonetos para que seja decidido se este deve ser posto em

    produo ou deve ser fechado. Na perfurao iniciada a anlise da formao atravs de

    amostras e testemunhos retirados das rochas perfuradas. Alm disso, aps a perfurao, em

    um procedimento denominado perfilagem a poo aberto, informaes sobre as propriedades

    das rochas, tais como espessura, porosidade, litologia e fluidos existentes so avaliados

    atravs de perfis obtidos pelo deslocamento contnuo de um sensor inserido dentro do poo.

    Na perfilagem a poo aberto tem-se a imagem visual, em relao profundidade, de uma ou

    mais caractersticas ou propriedades das rochas perfuradas obtidas por perfis que medem

    resistividade eltrica, potencial eletroqumico natural, tempo de trnsito de ondas mecnicas,

    radioatividade natural ou induzida, etc.

    Os dados obtidos durante a perfurao e perfilagem no so suficientes para

    determinar a viabilidade de um poo de petrleo e/ou gs. Avaliaes atravs de testes com o

    poo em fluxo devem ser realizadas para verificar as condies de fluxo e a presena de

    hidrocarbonetos. Os testes de presso tm como objetivos a identificao dos fluidos contidos

    na formao, a verificao das presses estticas e a existncia de depleo, determinar o

    ndice de produtividade da formao e ocorrncia do dano formao, alm da amostragem

    de fluidos para anlises PVT (presso, volume, temperatura) que fornecem as propriedades

    dos fluidos. A perfilagem de produo feita atravs de perfis corridos aps a descida do

    revestimento de produo e completao inicial do poo, com o objetivo de determinar a

    efetividade de uma completao ou as condies de produtividade ou injetividade do poo

    (Thomas et al., 2001).

    2.2.3.3 Completao

    Define-se completao como o conjunto de operaes destinadas a colocar o poo

    para produzir petrleo e/ou gs. Na completao so instalados os equipamentos de superfcie

    para permitir o acesso ao interior do poo e prevenir acidentes. Aps a instalao dos

    equipamentos da cabea, realiza-se o condicionamento do poo, quando so descidos uma

    broca e raspador com a finalidade de deixar o interior do revestimento da produo sem

    salincias, retirando os restos de cimentao e outros resduos. Alm disso, o fluido de

    perfurao substitudo pelo fluido de completao que deve possuir caractersticas

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 17

    semelhantes ao do fluido do reservatrio e fornecer uma presso hidrosttica ligeiramente

    superior a presso esttica do reservatrio, mantendo o poo amortecido. So feitas ainda

    avaliaes da qualidade da cimentao.

    Para comunicar o poo com a formao produtora, perfura-se o revestimento

    utilizando cargas explosivas que iro criar furos no revestimento, cimentao e formao,

    permitindo a passagem dos fluidos do reservatrio para o poo. Aps esse processo que

    denominado de canhoneio (Figura 2.5), o poo dever ser colocado em produo e para isso

    um conjunto de tubos metlicos (coluna de produo) descido e instalado no interior do

    revestimento com a finalidade de conduzir os fluidos at a superfcie por surgncia ou atravs

    da instalao de equipamentos de Elevao Artificial.

    Figura 2.5. Operao de canhoneio

    2.2.3.4 - Produo

    A produo o processo de trazer os hidrocarbonetos at a superfcie e a fase

    mais importante da vida de um poo. Consiste na retirada dos equipamentos de perfurao e

    instalao da cabea do poo que um conjunto de vlvulas que regula as presses, controla

    as vazes e permite o acesso ao interior do poo. Este conjunto de vlvulas comumente

    chamado de rvore de natal. Quando a presso natural do reservatrio for insuficiente para

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 18

    trazer os fluidos superfcie, equipamentos diferenciados sero instalados para elevar os

    fluidos artificialmente, de acordo com o mtodo de elevao que ser utilizado.

    Geralmente so necessrias intervenes posteriores completao, denominadas

    de operaes com sonda ou workover, que tm a finalidade de manter a produo e melhorar

    a produtividade. As intervenes mais comuns so as de avaliao da produtividade ou das

    zonas de produo, restaurao para eliminar possveis danos de formao e falhas mecnicas

    no revestimento ou cimentao, reduo da RGO (razo gs-leo) e recompletao para

    colocar novas zonas em produo. Outra atividade comum durante a produo do poo a

    estimulao, que tem como objetivo melhorar a produtividade do poo atravs do

    fraturamento hidrulico e acidificao, mtodos que melhoram as condies de escoamento

    dos fluidos entre o reservatrio e o poo.

    2.2.3.5 - Abandono

    Quando o poo torna-se economicamente invivel, ele deve ser isolado das zonas

    produtoras e/ou injetoras para desativao definitiva ou temporria. O fechamento do poo

    deve ser feito com tampes de cimento ou assentamento de tampes mecnicos. No abandono

    definitivo todo o equipamento de superfcie retirado e no abandono temporrio, o poo

    permanece em condies de receber futuras intervenes.

    2.3 - Elevao Natural e produtividade do poo

    Basicamente o processo de produo e escoamento dos hidrocarbonetos dividido

    em trs (3) etapas: o fluxo no meio poroso at o fundo do poo ou recuperao; o fluxo do

    fundo do poo at a superfcie ou cabea do poo denominado fluxo na coluna de produo

    ou ainda elevao e o fluxo da cabea do poo passando pelos reguladores de fluxo at o

    separador, denominado coleta ou fluxo na linha de produo. Tais etapas (Figura 2.6) esto

    interligadas entre si e a vazo a ser obtida do poo funo do fluxo de fluido atravs do

    sistema como um todo. A principal funo desse sistema viabilizar e maximizar a produo

    da forma mais econmica possvel, considerando que os fluidos produzidos possuem

    caractersticas distintas.

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 19

    Figura 2.6. Esquema de um sistema de produo de petrleo

    Se a energia do reservatrio suficiente para elevar os fluidos at as facilidades

    de superfcie, levando-se em conta as perdas de carga no percurso, mudanas de temperatura e

    de composio dos hidrocarbonetos, afirma-se que ocorre a Elevao Natural e que o poo

    surgente. A surgncia ocorre geralmente no incio da vida produtiva dos poos, mas com o

    passar do tempo e a produo acumulada, a presso do reservatrio declina, tornando-se

    insuficiente para elevar os fluidos. Alguns dos fatores que influenciam a produo por

    surgncia so as propriedades dos fluidos, o mecanismo de produo do reservatrio, as

    tcnicas de estimulao, o controle da produo dos poos atravs de testes de produo e o

    ndice de produtividades do poo.

    A previso do comportamento de um poo uma tarefa muito complexa e parte

    desta tarefa consiste em medir a capacidade do poo desde o incio de sua vida til atravs de

    testes de produo. A produtividade do poo pode ser avaliada atravs do ndice de

    Produtividade (IP) e da equao de Vogel, levando-se em considerao o fluxo no meio

  • Captulo 2 A produo de petrleo e os mtodos de Elevao Artificial

    Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, dezembro/2010 20

    poroso. O clculo do IP envolve o registro da presso esttica (ou mdia) do reservatrio em

    con