ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ... Final - Mariana La... · de Ensino Superior...
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,UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL E MERCADOLÓGICO
PARA APOIAR O REPOSICIONAMENTO ESTRATÉGICO
DE CURSO PREPARATÓRIO AO ENEM EM NITERÓI/ RJ
AUTOR: MARIANA LA CROIX BARROS
ORIENTADOR: PROF. FERNANDO OLIVEIRA DE ARAUJO
NITERÓI
JULHO / 2018
JULHO / 2015
MARIANA LA CROIX BARROS
DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL E MERCADOLÓGICO PARA APOIAR O
REPOSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DE CURSO PREPARATÓRIO AO ENEM
EM NITERÓI/ RJ
Projeto Final apresentado ao curso de
Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia de Produção.
Orientador:
Prof. Dr. Fernando Oliveira de Araujo
Niterói – RJ
Julho / 2018
B277d Barros, Mariana La Croix Diagnóstico organizacional e mercadológico para apoiar o
reposicionamento estratégico de curso preparatório ao ENEM
em Niterói/RJ / Mariana La Croix Barros ; Fernando Oliveira
de Araújo, orientador. Niterói, 2018.
77 p. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
de Produção)-Universidade Federal Fluminense, Escola de
Engenharia, Niterói, 2018.
1. Educação. 2. Curso pré-vestibular. 3. Perfil do
empreendedor. 4. SERVQUAL. 5. Produção intelectual. I.
Título II. Araújo,Fernando Oliveira de , orientador. III.
Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia.
Departamento de Engenharia de Produção.
CDD -
Ficha catalográfica automática - SDC/BEE
Bibliotecária responsável: Fabiana Menezes Santos da Silva - CRB7/527
MARIANA LA CROIX BARROS
DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL E MERCADOLÓGICO PARA APOIAR O
REPOSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DE CURSO PREPARATÓRIO AO ENEM
EM NITERÓI/ RJ
Projeto Final apresentado ao curso de
Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia de Produção.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________________
Prof. Dr. Fernando Oliveira de Araujo – Orientador
Universidade Federal Fluminense
________________________________________________________________
Prof. Dr .Marcelo Gonçalves Figueiredo
Universidade Federal Fluminense
________________________________________________________________
Prof. Dr. Sérgio José Mecena da Silva Filho
Universidade Federal Fluminense
________________________________________________________________
Profª. Drª. Chrystyane Gerth Silveira Abreu
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
Niterói – RJ
Julho / 2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço à toda minha família, especialmente à minha mãe Letícia e meu pai
Alexander, que sempre se esforçaram para me proporcionar uma ótima educação e
ambiente de estudo e estiveram ao meu lado em toda a minha jornada na faculdade. Ao
meu irmão Ian, que se despediu tão cedo de mim e me ensinou a ir atrás de meus
objetivos e não desistir do meu propósito. Foi um período difícil na faculdade sem tê-lo
ao meu lado, que tive que superar barreiras inimagináveis. À minha irmã Tatiana, que é
um dos meus maiores exemplos de determinação e dedicação.
A todos os amigos que fiz nesses anos na graduação, com certeza cultivei laços
que ficarão para sempre. Em especial à Bruna Paes Leme , Fernanda Rabelo, Gabriela
Naccache, Natália Candiotto e Nathália Paiva, pelas noites intermináveis de estudo, por
toda a parceria, companheirismo e também pela diversão. Vocês, sem dúvidas, tornaram
essa jornada na UFF mais leve e feliz.
Agradeço à Meta Consultoria, minha primeira experiência profissional na
faculdade, onde tive a oportunidade de crescer e começar a me moldar para minha
carreira e meu futuro.
A todos os professores do Departamento de Engenharia de Produção que
contribuíram ao meu aprendizado, em especial ao meu orientador Fernando Araujo,
pelos ensinamentos durante o projeto final e pela parceria na realização do trabalho.
Enfim, sou grata por todos que passaram pela minha vida nesses últimos 6 anos
na Universidade Federal Fluminense, que contribuíram para o meu aprendizado e
crescimento constante. Hoje, olho para trás e vejo uma Mariana bastante diferente de
quando entrei, e devo isso às pessoas e a cada experiência que obtive nessa querida
universidade.
RESUMO
A partir de 2012, o mercado de educação brasileiro, em especial o de cursinhos pré-
vestibular, foi impactado pela mudança no sistema de seleção das Instituições Federais
de Ensino Superior (IFES), nas quais passaram a adotar, em sua maioria, somente o
ENEM como método de entrada. Assim, o modelo de educação baseado em disciplinas
específicas deu lugar à interdisciplinaridade e cursos convencionais precisaram se
adaptar e se restabeler no mercado com diferentes estratégias. O foco deste tabalho
envolve um estudo em um curso pré-vestibular, situado em Niterói, na cidade do Rio de
janeiro, que teve sua demanda de alunos diminuída, a partir de 2012, e enfrenta
dificuldades de se reposicionar ante às mudanças no macro ambiente. Dessa forma, o
presente estudo objetivou realizar um diagnóstico interno da organização, identificando
inicialmente o perfil do empreendedor/proprietário; a visão dos principais stakeholders
– alunos, ex-alunos, pais de alunos e professores, além de realizar um diagnóstico
externo, analisando alguns de seus concorrentes. Com os resultados obtidos, foi possível
identificar as principais características empreendedoras do proprietário, constatar fatores
que contribuíram para o desempennho aquém ao esperado do curso, com base na análise
dos GAPs entre expectativa e percepção dos stakeholders e dados qualitativos. A partir
disso, foram elaboraradas propostas de melhorias para o aprimoramento na qualidade do
curso estudado.
Palavras-chave: Educação, curso pré-vestibular, perfil do empreendedor, SERVQUAL,
análise de mercado
ABSTRACT
Since 2012, the Brazilian education market, especially the pre-university entrance
examination, was impacted by the change in the system of selection of Higher Federal
Education Institutions (IFES), which started to adopt ENEM as entrance method. So,
the model of education based on specific disciplines gave way to interdisciplinary and
conventional courses needed to adapt and re-establish themselves in the market with
different strategies. The focus of this study involves a study in a pre-college course,
located in Niterói, in the city of Rio de Janeiro, which has had its demand for students
diminished since 2012, and faces difficulties in repositioning itself to changes in the
macro environment. Thus, the present study aimed to perform an internal diagnosis of
the organization, initially identifying the profile of the entrepreneur / owner; the vision
of the main stakeholders - students, ex students, parents of students and teachers,
besides conducting an external diagnosis, analyzing some of its competitors. With the
results obtained, it was possible to identify the main entrepreneurial characteristics of
the owner, to verify factors that contributed to the performance of the course below
expected, based on the analysis of GAPs between the expectation and perception of the
stakeholders and qualitative data. From this, proposals for improvement were developed
to improve the quality of the course studied.
Keywords: Education, pre- college course, entrepreneur profile, SERVQUAL, market
analysis
LISTA DE SIGLAS
CEFET/RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
EAD – Ensino à Distância
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
IES – Instituição de Ensino Superior
IFES – Instituição Federal de Ensino Superior
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
ISO - International Organization for Standardization (Organização Internacional para
Padronização)
MEC – Ministério da Educação
MPE – Micro e Pequena Empresa
NPS – Net Promoter Score
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SISU – Sistema de Seleção Unificada
SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats (Forças,Fraquezas,
Oportunidades e Ameaças)
UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
LISTA DE FIGURAS
Figura 01- Estrutura metodológica do estudo ........................................................... 11
Figura 02 - Fatores que influenciam o comportamento de compra ......................... 17
Figura 03 – Características básicas do empreendedor.............................................. 20
Figura 04 – O modelo adaptativo ................................................................................ 22
Figura 05 – Expectativas e percepções da qualidade ................................................ 24
Figura 06 – Características relacionadas ao seu comprometimento e determinação
Figura 07 – Características relacionadas à busca por oportunidades ..................... 37
Figura 08 – Características relacionadas ao risco e às incertezas ............................ 38
Figura 09 - Características relacionadas relação à criatividade, à autoconfiança e à
habilidade de adaptação ............................................................................................... 38
Figura 10 – Características relacionadas à motivação e à superação ...................... 39
Figura 11 – Características relacionadas à liderança ............................................... 39
Figura 12 – Respostas a dimensão “problema empreendedor” ............................... 40
Figura 13 – Respostas a dimensão “problema administrativo” ............................... 41
Figura 14 – Respostas a dimensão “problema de engenharia” ................................ 41
Figura 15 – Matriz SWOT ............................................................................................ 43
Figura 16 – Fatores de escolha a um curso pré-vestibular ....................................... 46
Figura 17 – Respostas obtidas dos atributos de qualidade ....................................... 47
Figura 18 – Diferenças entre médias de expectativa e percepção ............................ 48
Figura 19 – Gaps entre expectativa e percepção ........................................................ 48
Figura 20 – Perguntas que obtiveram maiores GAPs negativos .............................. 49
Figura 21 – Net Promoter Score ................................................................................... 51
Figura 22 – Fatores que fazem o curso referência ..................................................... 52
Figura 23 – Médias do grau de valorização de cada aspecto .................................... 53
Figura 24 – Diferenças entre valorização e percepção do curso estudado .............. 54
Figura 25 – Diferenças entre percepção do curso estudado vs. outros cursos ........ 54
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Modelo de análise SWOT .......................................................................... 14
Quadro 02 - Passos para o estudo dos clientes ........................................................... 16
Quadro 03 - Perguntas a serem respondidas pela análise de concorrentes ............ 19
Quadro 4 – Aspectos fundamentais na personalidade de um empreendedor ......... 21
Quadro 5 - Categorias estratégicas de Miles e Snow ................................................. 22
Quadro 6 – Dimensões e atributos da qualidade em serviços .................................. 25
Quadro 7 - Comparativo entre atributos de qualidade do método SERVQUAL .. 30
Quadro 8 – Características do proprietário ............................................................... 33
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 7
1.1 Considerações iniciais ........................................................................................... 7
1.2 Descrição da situação-problema .......................................................................... 8
1.3 Objetivos ................................................................................................................ 9
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 9
1.3.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 9
1.6 Delimitações do estudo .................................................................................... 10
1.8 Organização do estudo ....................................................................................... 11
. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 13
2.1 Análise de mercado ............................................................................................. 13
2.1.1 Análise do ambiente interno e externo – ferramenta SWOT ................... 13
2.1.2 Estudo dos clientes/consumidores ............................................................... 15
2.1.2.1 Os fatores que influenciam o comportamento de compra ................. 16
2.1.3 Estudo dos concorrentes .............................................................................. 18
2.2 Diagnóstico Organizacional em Micro e Pequenas Empresas ........................ 19
2.2.1 Diagnóstico Organizacional ......................................................................... 19
2.2.2 Diagnóstico do Perfil Empreendedor ......................................................... 20
2.2.3 Diagnóstico do perfil de Escolhas Estratégicas ......................................... 21
2.2.4 Diagnóstico da satisfação dos clientes ........................................................ 23
2.2.4.1 O modelo SERVQUAL ......................................................................... 24
. METODOLOGIA .................................................................................................... 26
3.1 Classificação da pesquisa ................................................................................... 26
3.2. Caracterização dos sujeitos da pesquisa .......................................................... 27
3.3 Técnicas de coleta de dados ................................................................................ 28
3.4 Técnicas de análise de dados .............................................................................. 31
4. ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 32
4.1 Descrição da empresa ......................................................................................... 32
4.2 Diagnóstico do perfil empreendedor ................................................................. 33
4.2.2 Perfil estratégico – aplicação do procedimento EEAP ............................. 40
4.3 Análise SWOT ..................................................................................................... 42
4.4 Entrevista com alunos, ex-alunos e pais de alunos do curso ........................... 44
4.5 Entrevista com professores ................................................................................ 51
4.6 Concorrentes ....................................................................................................... 55
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 57
5.1 Considerações iniciais ......................................................................................... 57
5.2 Resposta às questões-problema ......................................................................... 58
5.3 Propostas de estudos fututos .............................................................................. 60
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 61
APÊNDICE 1 – Roteiro para coleta de percepções do empreendedor sobre seus
aspectos comportamentais para a condução do negócio ........................................... 64
APÊNDICE 2 – Levantamento do perfil empreendedor .......................................... 64
APÊNDICE 3 – Levantamento do perfil estratégico do empreendedor de acordo
com o procedimento EEAP adaptado de Miles & Snow (1978); Conant, Mokwa &
Varadarajan (1990) ...................................................................................................... 65
APÊNDICE 4 – Questionário para stakeholders – alunos (atuais e ex) e pais ....... 68
APÊNDICE 5 – Questionário para stakeholders – professores do curso ................ 74
7
INTRODUÇÃO
Neste capítulo serão apresentados a situação-problema do presente trabalho, sua
justificativa, os objetivos, delimitação do estudo, além da organização do estudo.
1.1 Considerações iniciais
De acordo com o Ministério da Educação (MEC, 2017) e o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2017), desde que o Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM) passou a ser parte do processo de ingresso para as
principais universidades brasileiras em 2009, a dinâmica do mercado de educação do
país foi alterada: o número de inscrições confirmadas no ENEM quase dobrou em cinco
anos, com 4,6 milhões em 2009, atingindo seu ápice em 2014, com 8,7 milhões e
contou com 7,6 milhões em 2017.
Essa alteração também foi percebida no número de ingressantes na educação
superior, que observou um aumento da ordem de 42% em 07 anos, passando de 2,1
milhões em 2009, para cerca de 3,0 milhões em 2016. Desse número, 83%
correspondem aos ingressantes em instituições privadas e o restante, em públicas. Com
relação às vagas oferecidas pelas Instituições de Ensino Superior (IES) em 2016, de um
total de 10,6 milhões, apenas 7% eram para acesso em universidades federais, estaduais
ou municipais (INEP, 2016), o que evidencia a disparidade na oferta de instituições
públicas e privadas do ensino superior no país.
No Brasil, o ENEM representa a principal forma de ingresso às instituições de
ensino superior. Criado em 1998 pelo Governo Federal, o exame tinha como principal
objetivo a avaliação de competências e habilidades dos estudantes ao terminarem o
ensino médio, por meio de uma prova objetiva e redação. (SILVEIRA et al, 2015). Em
2009, o exame foi reformulado a partir de medidas governamentais, que aumentaram o
número de questões e áreas de conhecimento exigidas, e passaram a estimular seu uso
como processo seletivo, e não somente como processo de avaliação do ensino médio no
Brasil.
Assim, atualmente o ingresso nas universidades públicas se dá através do SISU
(Sistema de Seleção Unificada), no qual o estudante munido de sua nota do ENEM,
8
pode escolher (caso tenha nota suficiente) qual curso e universidade deseja, em todo o
território nacional.
Em 2009, apenas 54 Instituições Federais do Ensino Superior (IFES) adotavam o
exame/SISU como alguma forma de acesso, enquanto em 2017, esse número foi de 125
IFES (INEP, 2017).
No estado do Rio de Janeiro, as principais instituições públicas de ensino
superior utilizam o SISU integralmente como forma de ingresso, UFRJ, UFRRJ, UFF,
CEFET/RJ, com exceção da UERJ, que mantém o seu vestibular tradicional com
matérias específicas relacionadas ao curso de graduação escolhido.
Nesse contexto da educação preparatória para o ENEM/vestibular, há empresas
de pequeno porte e especializadas que acompanharam o crescimento do mercado da
educação superior. Porém, pelas supracitadas alterações no âmbito educacional e a
reformulação no formato do ENEM, estas empresas observaram novos desafios e
necessidade de reformulações em suas práticas de negócio.
1.2 Descrição da situação-problema
A presente pesquisa tem como campo de estudo uma empresa de educação
preparatória para o ENEM/ vestibular situada em Niterói/ RJ, que devido às mudanças
do mercado de educação na região e no ENEM, vem diminuindo significativamente sua
participação de mercado, uma vez que o número de alunos inscritos nos últimos 7 anos
foi reduzido em aproximadamente 60%.
O curso de pré-vestibular estudado foi fundado oficialmente em 2003 (tendo
iniciado suas atividades informalmente em 1998), na cidade de Niterói, em Icaraí, onde
permanece até hoje. Seu fundador, ainda durante sua graduação em engenharia química,
viu a oportunidade de aliar o seu prazer de dar aulas e a necessidade de obter uma forma
de sustento para sua família.
Ao se formar e continuar dando aulas, o então jovem empreendedor identificou
que o mercado de preparação para as universidades públicas em Niterói era fraco e
descentralizado e estruturou um curso preparatório. Seu curso ficou conhecido pela
rigidez e principalmente, atingimento de resultados – 100% de aprovações nas áreas
tecnológicas e humanas.
Nesse cenário, o curso foi cada vez mais obtendo notoriedade e ampliando sua
participação no mercado, e a cada ano, possuía uma demanda crescente de alunos. O
auge do curso ocorreu em 2011, ocasião na qual o curso constituiu 2 turmas de pré-
9
vestibular, 1 de apoio para estudantes do 3º ano do ensino médio, além de lista de
espera.
No ano seguinte, outro curso preparatório pequeno começou a ganhar
notoriedade na cidade, por meio de divulgações massivas nas redes-sociais – ambiente
pouco explorado pelo curso estudado - outdoors e também preços mais atraentes. Com o
passar dos anos, novos atores ganharam relevância no cenário de educação em Niterói e
também após a reestruturação do ENEM, surgiram novos modelos e métodos que
atraíram os alunos, antes acostumados com o modelo tradicional do vestibular.
O curso estudado, sem muitos investimentos em marketing, infraestrutura,
inovações e organização financeira do empreendedor, observou drástica queda na
demanda de alunos e participação de mercado, tendo em 2017 somente 1 turma de pré –
vestibular. Seus principais concorrentes absorveram muitos de seus alunos e duplicaram
o número de turmas nos últimos anos.
A esse respeito, o presente estudo visa a responder ao seguinte problema de
pesquisa: Quais propostas podem ser desenvolvidas, baseadas em diagnóstico
organizacional e metodológico, visando a apoiar o reposicionamento estratégico do
curso preparatório analisado?
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Realizar estudo em um curso de pré-vestibular, situado em Niterói, de forma a
conduzir análises do ambiente da empresa e da concorrência, capazes de contribuir
para o reposicionamento estratégico do empreendimento.
1.3.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos são:
• Realizar pesquisa com o empreendedor/proprietário da empresa, de forma a
identificar seu perfil e suas expectativas futuras para o negócio;
• Realizar diagnóstico interno do empreendimento estudado, de forma a
identificar seus principais atributos;
• Realizar diagnóstico externo do empreendimento estudado, de modo a
identificar e analisar seus principais concorrentes situados em Niterói;
10
• Comparar o curso estudado com os demais concorrentes, em relação às
principais variáveis de sucesso;
• Propor melhorias ao curso, a partir da comparação de seus atributos com o de
seus concorrentes.
1.4 Questões-problema
• Quais as características empreendedoras e expectativas o proprietário possui?
• Qual é o perfil estratégico do empreendimento?
• Quais são os principais atributos (positivos ou negativos) considerados pelo
empreendedor, stakeholders e professores do curso?
• Quais são seus principais concorrentes, quais práticas possuem e os
diferenciais do curso ao compará-los?
1.5 Relevância do estudo
O presente estudo é relevante para apoiar empresas na área de educação, com
foco no vestibular, que queiram entender melhor o seu posicionamento e o mercado no
qual estão inseridas. Em especial, espera-se também uma contribuição para a empresa
na qual será realizado o estudo de caso, de forma que os conceitos e as aplicações dos
métodos durante o projeto sejam úteis para aumentar o conhecimento da empresa aos
seus colaboradores e consequentemente, possibilitar um melhor embasamento para
tomadas de decisões estratégicas que melhorem o seu desempenho e posicionamento de
mercado.
1.6 Delimitações do estudo
O estudo, realizado entre janeiro e junho de 2018, tem como objeto um curso de
pré-vestibular situado na cidade de Niterói, Rio de Janeiro. Dessa forma, algumas
informações dos cursos sem suas devidas caracterizações serão utilizadas para este fim.
Cumpre ressaltar ainda que não serão feitas comparações com outras iniciativas
similares no Brasil ou no exterior.
1.7 Estrutura metodológica do estudo
11
A estrutura metodológica adotada no estudo em questão para a realização deste
trabalho consiste em duas vertentes: uma teórica, construída a partir da revisão de
literatura, que contemplará principalmente o diagnóstico interno de micro e pequenas
empresas e análise do ambiente externo – concorrentes, e outra empírica, na qual serão
aplicados os conceitos levantados na primeira vertente, de modo a solucionar as
questões – problema definidas acima. Ambas vertentes são complementares e se
relacionam para atendimento dos objetivos da investigação (Figura 01).
Figura 01- Estrutura metodológica do estudo
Fonte: Adaptado de Araujo (2011)
1.8 Organização do estudo
O projeto está subdividido em cinco capítulos. O capítulo 1 retrata o cenário em
que a situação-problema está inserida, os objetivos que o estudo tem como finalidade
alcançar, a delimitação e, por fim, a importância do estudo realizado.
No capítulo 2 é apresentada a revisão da literatura, que suporta e aborda diversos
temas relacionados ao projeto, promovendo um embasamento teórico de forma
que o leitor compreenda os principais tópicos da pesquisa. Dessa forma, são
contemplados os temas: análise de mercado, diagnóstico interno de micro e pequenas
empresas e perfil do empreendedor.
O capitulo 3 aborda a metodologia de pesquisa no qual o estudo foi baseado,
suas principais características, técnicas de coleta e análise de dados e a amostra.
12
O capítulo 4 contém o desenvolvimento do estudo de caso, de forma a apresentar
as análises relevantes obtidas do objeto de estudo.
O capítulo 5 apresenta as conclusões do trabalho, e responde as questões
propostas no capitulo 1, assim como propostas para estudos futuros.
13
. REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo serão apresentados e descritos os temas envolvidos no assunto do
estudo: análise de mercado, diagnóstico interno de micro-pequenas empresas e perfil do
empreendedor.
2.1 Análise de mercado
Para Kotler e Keller (2016), a análise de mercado é uma avaliação do cenário
que a organização está inserida, das tendências do setor, concorrentes, consumidores,
fornecedores, ameaças e oportunidades que o ambiente pode proporcionar à empresa.
Salim et al. (2003) afirmam que é preciso realizar uma análise completa do mercado,
dividí-lo em segmentos e posteriormente, avaliar a forma de abordagem que deve ser
destinada a cada um deles. Ainda de acordo com os autores, a análise demonstra que o
empreendedor está embasado e concentrado nas variáveis do mercado que está inserido,
e não é guiado apenas por uma boa ideia que teve.
Dornelas (2008) aponta que, com o objetivo de a empresa ter uma estratégia de
marketing vencedora, o seu corpo diretor deve ter um conhecimento grande do mercado
em que atua. O autor complementa que nessa análise se apresenta o entendimento do
mercado da empresa, seus clientes, concorrentes, e o quanto a empresa conhece o
mercado em que atua.
2.1.1 Análise do ambiente interno e externo – ferramenta SWOT
Na análise do mercado é comum dividir o ambiente em interno e externo. Para
isso, utiliza-se a ferramenta SWOT, que estuda a competitividade de uma organização
segundo quatro variáveis: força, fraqueza, ameaças e oportunidades (CHIAVENATO;
SAPIRO, 2003).
De acordo com Oliveira (2007, p.37):
Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa – variável controlável
– que lhe proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial
(onde estão os assuntos não controláveis pela empresa).
Ponto Fraco é a situação inadequada da empresa – variável controlável – que
lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial.
Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode
favorecer sua ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada,
satisfatoriamente, enquanto perdura.
Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculos à
sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que
reconhecida em tempo hábil.
14
Lobato (2016) evidencia a relevância da ferramenta para a organização, pois
proporciona uma perspectiva geral dos ambientes internos e externos, e assim permite
que algumas decisões possam ser antecipadas e alguns fatos previstos, garantindo uma
melhor definição de sua estratégia de mercado.
Para Chiavenato e Sapiro (2003), os critérios a serem avaliados no ambiente
interno são: os recursos financeiros, liderança, imagem de mercado, condicionamento
competitivo que gera barreiras à entrada de novos competidores, tecnologia, vantagens
de custo, propaganda, competência e inovação de produtos. E para a análise do
ambiente externo, deve-se avaliar a mudança de hábitos do consumidor, surgimentos de
novos mercados, diversificação, entrada de novos concorrentes e produtos substitutos.
A análise SWOT da empresa é extremamente útil para traçar um panorama da
situação atual e prevista para o negócio e contribuirá para que o empreendedor conheça
sua empresa internamente e o que deve ser feito para driblar os fatores externos, sobre
os quais não consegue agir diretamente (DORNELAS, 2008). Ainda sobre os pontos
positivos da ferramenta, podem-se destacar a sua simplicidade, seus custos
comparativamente menores do que outras análises, a flexibilidade, a capacidade de
síntese e integração e, por fim, a colaboração que este processo gera dentro da
organização (FERREL; HARTLINE, 2005).
Quadro 1 - Modelo de análise SWOT
Fonte: Chiavenato e Sapiro (2003)
15
Segundo Dornelas (2008), conforme a velocidade que o ambiente, setor e
empresam se transformam, é preciso fazer a análise de forma regular, de modo que
sempre contemple a situação atual do negócio.
2.1.2 Estudo dos clientes/consumidores
Desde o início da década de 90 é debatida a importância do cliente e a
necessidade das empresas terem o seu foco nele. Esta época foi marcada pelos Sistemas
de Gestão da Qualidade, as normas ISO e o Código de Defesa do Consumidor, que
foram introduzidos no dia-a-dia das corporações (FLORES et al., 2012). Assim, a cada
ano que passa esta perspectiva ganha mais força e obriga as empresas a mudarem e
adequarem suas estratégias.
Kotler e Keller (2016, p. 179) comentam sobre a importância da análise dos
consumidores, “é necessário compreender as necessidades e seus desejos, e oferecer
valor para cada um deles. O que nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns consumidores
têm necessidades das quais não têm plena consciência, ou não conseguem articulá-las”.
Dornelas (2008) complementa dizendo que a identificação e estudo do comportamento
de compra dos consumidores pode servir como base para realização de melhorias e
mudanças em seus produtos em serviços, de modo que se adequem às necessidades
desses consumidores. Dessa forma, Rosa (2007) enumera alguns passos que devem ser
seguidos para o estudo e que estão detalhados no Quadro 2:
• Identificar as características gerais dos clientes: nesta etapa são estudadas todas
as características básicas dos clientes, como faixa etária, gênero, classe social,
características familiares, endereço, formação escolar;
• Identificar os interesses e comportamentos dos clientes: nesta etapa são
identificados quais interesses principais dos clientes, quantidade e frequência de
consumo do serviço e o quanto estão dispostos a pagar;
• Identificar o que leva as pessoas a comprar/utilizar o serviço: nesse passo é
identificado o diferencial do serviço ou produto, o que leva as pessoas a o
consumirem como, preço, qualidade, atendimento, prazo de pagamento, etc.;
• Identificar onde estão os clientes: nessa etapa é identificado o tamanho do
mercado que a empresa atua, qual a abrangência do negócio, se é apenas no
bairro, cidade ou estado.
16
Quadro 02 - Passos para o estudo dos clientes
1o passo: Identificando as
características gerais dos
clientes
Qual a faixa etária?
Na maioria são homens ou mulheres?
Tem família grande ou pequena?
Qual seu trabalho?
Quanto ganham?
Qual a sua escolaridade?
Onde moram?
2o passo: Identificando os
interesses e
comportamentos dos
clientes
Que quantidade e com qual frequência utilizam esse
serviço?
Onde costumam comprar?
Que preço pagam atualmente por esse tipo de serviço?
3o passo: Identificar o que
leva essas pessoas a
comprar
O preço?
Qualidade dos serviços?
Prazo de pagamento?
Prazo de entrega?
Atendimento da empresa?
4o passo: Identificar onde
estão seus clientes
Qual tamanho do mercado em que atua?
E apenas sua rua?
O seu bairro?
Sua cidade?
Todo o estado?
Fonte: Adaptado de Rosa (2007, p.22).
2.1.2.1 Os fatores que influenciam o comportamento de compra
Para complementar a análise do mercado consumidor, é relevante entender
também os principais fatores que influenciam o comportamento de compra de um
indivíduo. A Figura 02 ilustra os quatro principais fatores e seus subfatores que
influenciam o comportamento de compra – os fatores psicológicos, sociais, pessoais e
psicológicos.
17
Figura 02 - Fatores que influenciam o comportamento de compra
Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2016, p.187)
De acordo com Kotler e Keller (2016), o comportamento do consumidor é
altamente influenciado pelos fatores culturais. A cultura é considerada o determinante
mais fundamental dos desejos e do comportamento de um indivíduo e os profissionais
de marketing usam, frequentemente, as características culturais para segmentar os
mercados globais e anunciar e vender os produtos para diferentes mercados
(BLACKWELL, MINIARD; ENGEL, 2005, p. 3). Sobre as subculturas, Kotler e Keller
(2016) definem como partes da cultura que englobam a nacionalidade, religiões, grupos
raciais e regiões geográficas. E com relação à classe social, afirmam que são divisões
relativamente homogêneas de uma sociedade, nas quais os integrantes dividem valores,
interesses e comportamentos similares.
Com relação aos fatores sociais, o consumidor é influenciado por grupos de
referência, famílias e posições sociais. Por grupos de referência, pode-se entender como
qualquer pessoa ou grupo que seja usado como comparação ou referência para um
individuo, influenciando na formação de seus valores, atitudes ou comportamentos.
(SCHIFFMAN e KANUK, 2000). Já a família, os autores definem como um grupo de
referência que possui mais influência, e que é a organização de compra de consumo
mais relevante da sociedade. (KOTLER; KELLER, 2016).
As decisões de um comprador são influenciadas, também, por características
pessoais, que incluem a idade e o estágio de ciclo de vida, ocupação, situação
econômica, estilo de vida, personalidade e autoestima. Segundo Dias (2004), ao longo
18
de suas vidas, as pessoas passam a comprar diversos produtos e serviços, de acordo com
a idade. Dessa forma, suas preferências e necessidades variam de acordo com ela, mas
também com o ciclo de vida familiar e os estágios psicológicos em que se encontra.
As escolhas de compra são também influenciadas por quatro fatores psicológicos
importantes – motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes. Kotler e Keller
(2016) afirmam que “um motivo (ou impulso) é uma necessidade que está pressionando
suficientemente para levar a pessoa a agir, e a satisfação dessa necessidade reduz o
sentimento de tensão”. Os autores ainda citam as três teorias mais conhecidas da
motivação – a teoria de Freud, na qual afirma que um indivíduo não pode entender
plenamente suas próprias motivações, pois as forças psicológicas reais que moldam o
seu comportamento são altamente inconscientes, de Maslow, na qual hierarquiza as
necessidades humanas em níveis – necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de
estima e de auto realização, e por fim, a teoria de dois fatores de Herberg, que distingue
os fatores que causam insatisfação e os que causam satisfação e afirma que esses
últimos devem estar presentes para a motivação da compra.
Sobre a percepção, Kotler (2016) afirma que uma pessoa motivada está pronta
para agir, porém como ela realmente age é influenciado por sua percepção da situação
no momento. Um aspecto levantado pelo autor é sobre a aprendizagem, que envolve as
mudanças no comportamento de um indivíduo decorrentes da experiência. Já os autores
Gianesi e Corrêa (1996) tratam o aprendizado como experiências anteriores que podem
ou não influenciar suas decisões futuras. Ainda de acordo com os mesmos autores, as
convicções consistem em fundamentos preestabelecidos que os consumidores têm sobre
certas coisas.
2.1.3 Estudo dos concorrentes
Rosa (2007) afirma que concorrentes são as empresas que estão no mesmo ramo
de atividade do negócio em questão, e que buscam satisfazer as necessidades da mesma
parcela de clientes.
Kotler (2000, p.241) reforça a importância do estudo dos concorrentes:
“devido à competitividade dos mercados, já não basta compreender os
clientes. As empresas precisam começar a prestar muita atenção aos seus
concorrentes. Empresas bem-sucedidas projetam e operam sistemas para
obter informações contínuas sobre eles.”
De acordo com Rosa (2007), nesta etapa é preciso estudar os concorrentes e
realizar comparações com o negócio em questão, com relação à qualidade dos serviços,
19
preço, localização, atendimento ao cliente, serviços disponibilizados e horário de
funcionamento. Dornelas (2008) acrescenta que algumas perguntas devem ser
respondidas de modo a avaliar a concorrência em relação aos produtos/serviços e à
organização. Essas perguntas estão presentes no Quadro 3, a seguir.
Quadro 03 - Perguntas a serem respondidas pela análise de concorrentes
Produto/Serviço
De que maneira é definido um produto ou serviço competitivo?
Como ele se parece com o seu e com os outros?
De que maneira ele é diferente do seu e dos outros?
A concorrência é especialista ou oferece variedade?
Quais características do seu produto ou serviço satisfazem seu mercado alvo?
Quais pontos fracos e fortes da concorrência você pode explorar?
Em que estágio tecnológico você se encontra em relação à concorrência?
Quanto inovador você é? Comparado à concorrência você se ajusta
rapidamente às mudanças tecnológicas?
Que imagem o consumidor associa à concorrência?
Preço
Qual é a estratégia de preço do concorrente?
Como é seu preço em relação ao do concorrente?
Que margens de lucro o concorrente pratica?
Praça
Onde está localizado o concorrente?
Como é sua localização em relação à dele?
Ele tem espaço para crescer?
Promoção
De que maneira a concorrência faz a propaganda?
Quanto eles gastam em propaganda?
Qual a mensagem?
A propaganda da concorrência é efetiva?
Fonte: Adaptado de Dornelas (2008)
2.2 Diagnóstico Organizacional em Micro e Pequenas Empresas
2.2.1 Diagnóstico Organizacional
O diagnóstico organizacional é uma ferramenta para se obter a situação global
da empresa sob a ótica de seus principais stakeholders – proprietários, funcionários,
clientes internos e externos. Essa prática é contributiva para apoiar os gestores no
processo de solução dos problemas organizacionais, identificará futuros objetivos da
empresa, além de caracterizar de forma mais real a condição na qual se encontra. Assim,
permite uma visão global do estudo a ser iniciado e, ao realizá-lo, a empresa é munida
de informações estratégicas que auxiliarão em suas tomadas de decisões (KINGESKI,
2005).
20
Para sua realização, são aplicados questionários de forma a identificar
impressões em relação às diversas questões, tais como “práticas do planejamento e da
gestão, estrutura organizacional e seu funcionamento, recursos humanos, sistemáticas de
comunicação e informatização existentes, visão estratégica da organização, assinalando
seus pontos fortes e fracos, medidas adotadas para a solução de problemas e também as
percepções e expectativas dos clientes externos” (QUEIROZ et al, 2005).
2.2.2 Diagnóstico do Perfil Empreendedor
De acordo com Chiavenato (2013), o empreendedor é uma pessoa prática,
criativa e dotada de perseverança, que possui a capacidade de identificar oportunidades
e colocar suas ideias em prática, transformando-as em algo concreto e que possa ter
bons resultados no mercado. Na percepção do SEBRAE (2014), é necessário ter
perseverança, vontade de trabalhar e liderança, em qualquer que seja o empreendimento.
Há três características básicas que definem o empreendedor, de acordo com
Chiavenato (2013), ilustradas na Figura 03.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2013)
1) A necessidade de realização: O autor afirma que as pessoas possuem
diferentes necessidades de realização. Em uma pesquisa realizada por
McClelland (1961 apud Chiavenato, 2013), foi identificado que os
empreendedores possuem elevada necessidade de realização, quando
comparados à população em geral.
2) Disposição para assumir riscos: Variados riscos são assumidos pelo
empreendedor, como riscos financeiros, riscos psicológicos e riscos
familiares. No entanto, a referida pesquisa de McClelland indicou também
Figura 03 – Características básicas do empreendedor
21
que as pessoas com alta necessidade de realização possuem moderadas
propensões para assumir riscos.
3) Autoconfiança: Os empreendedores de sucesso são pessoas independentes,
capazes de identificarem problemas nos negócios, mas que confiam em suas
habilidades pessoais para resolvê-los.
Além disso, o autor também identifica dois tipos de empreendedores, os
artesãos, os quais empreendem sem conhecimentos específicos de gestão de negócios, e
contam somente com suas habilidades técnicas, e os empreendedores oportunistas, que
possuem conhecimentos mais amplos no campo da administração, economia, legislação
ou línguas e que estão sempre se reciclando e aprendendo novas coisas.
Nesse contexto, o SEBRAE (2014) elenca alguns aspectos fundamentais na
personalidade de um empreendedor – presentes no quadro 4 – que corroboram com as
características vistas em Chiavenato (2013).
Fonte: Adaptado de SEBRAE (2014)
2.2.3 Diagnóstico do perfil de Escolhas Estratégicas
Além do perfil empreendedor, é importante observar o comportamento
estratégico da organização e identificar quais ações estratégias estão sendo adotadas.
Miles e Snow (1978) denominam estratégias competitivas aquelas que são
relacionadas ao modo como a organização compete em determinado ambiente. As
empresas desenvolvem padrões de comportamentos estratégicos relativamente estáveis
em busca de um bom alinhamento com as condições ambientais, e os autores os
Aspecto Definição
Criatividade Aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de problemas.
LiderançaInspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, formar equipe. Criar um clima moral elevado, saber
compartilhar ideias, ouvir, aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.
PerseverançaManter-se firme em seus propósitos, sem deixar de enxergar os limites de sua possibilidade buscando
metas viáveis até mesmo em situações adversas.
FlexibilidadeControlar seus impulsos para ajustar-se quando a situação demandar mudanças, estar aberto para estudar
e aprender sempre.
Vontade de trabalhar Dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada ao seu negócio.
Automotivação Encontrar a realizaçao pessoal no trabalho e seus resultados.
Formação permanenteBuscar constantemente informações sobre o mercado e atualizaçao profissional sobre novas técnicas
gerenciais.
Organização
Compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e administrativo de forma lógica e
racional, entender as alterações ocorridas no meio ambiente externo de forma a estruturar a empresa para
melhor lidar com as mudanças
Senso crítico Antecipar-se aos problemas principais, analisando-os friamente.
Quadro 4 – Aspectos fundamentais na personalidade de um empreendedor
22
exemplificam por meio de quatro estratégias genéricas: estratégia defensiva;
prospectora; analítica e reativa, observadas no Quadro 5.
Fonte: Gimenez (2000)
Essas categorias propostas pelos autores diferenciam as empresas em relação à
estratégia, estrutura e ambiente, e variam de acordo com as respostas que a empresa dá
aos três problemas que compõem o ciclo adaptativo (Figura 04): o problema
empreendedor, com a definição de um domínio de produto/mercado; o problema de
engenharia, com a escolha de sistemas técnicos e o problema administrativo,
relacionado à estrutura e aos processos organizacionais. Para Miles e Snow (1978) , esse
ciclo é “o modelo geral da fisiologia do comportamento organizacional”.
Fonte: Miles e Snow (1978)
Categoria estratégica Descrição
Estratégia Defensiva
Uma empresa seguindo esta estratégia procura localizar e manter uma linha de produtos/serviços relativamente
estável. Seu foco concentra-se em uma gama de produtos/ serviços mais limitada do que seus concorrentes e busca
proteger seu domínio através da oferta de produtos com melhor qualidade, serviços superiores, e/ou menores preços.
Não procura estar entre os líderes da indústria, restringindo-se àquilo que sabe fazer tão bem ou melhor que qualquer
um.
Estratégia Prospectora
Uma empresa que adota esta estratégia está continuamente ampliando sua linha de produtos/ serviços. Enfatiza a
importância de oferecer novos produtos/ serviços em uma área de mercado relativamente mais ampla. Valoriza ser uma
das primeiras a oferecer novos produtos, mesmo que todos os esforços não se mostrem altamente lucrativos.
Estratégia Analítica
Uma empresa que segue esta estratégia tenta manter uma linha limitada de produtos/serviços relativamente estável e
ao mesmo tempo tenta adicionar um ou mais novos produtos/ serviços que foram bem sucedidos em outras empresas
do setor. Em muitos aspectos é uma posição intermediária entre as estratégias defensiva e prospectora.
Estratégia Reativa
A firma que adota uma estratégia reativa exibe um comportamento mais inconsistente do que os outros tipos. É uma
espécie de não-estratégia. Não arrisca em novos produtos/serviços a não ser quando ameaçada por competidores. A
abordagem típica é "esperar para ver" e responder somente quando forçada por pressões competitivas para evitar a
perda de clientes importantes e/ ou manter lucratividade.
Quadro 5 - Categorias estratégicas de Miles e Snow
Figura 04 – O modelo adaptativo
23
Nos estudos de Gomes (2004) e Gimenez et al. (1999) são apresentadas formas
de viabilizar a aplicação do modelo de Miles e Snow (1978) mencionado acima, com o
intuito de investigar as escolhas estratégicas adotadas por pequenas empresas em
diversos ramos de atividade.
2.2.4 Diagnóstico da satisfação dos clientes
Slack et al (2015) afirmam que toda organização precisa garantir um bom
desempenho e, para isso, é imprescindível gerar serviços de qualidade. E devem ser
levadas em conta, além de processos relacionados às operações, as expectativas dos
clientes. Por isso, o autor define o termo qualidade, como: “a consistente conformidade
com as expectativas dos consumidores”. O uso da expressão conformidade na frase
impõe a necessidade do serviço ou produto atender a alguma especificação, que nesse
caso, vem dos consumidores. Essa relação de qualidade com as expectativas dos clientes
pode gerar um empasse, de maneira que as opiniões individuais dos variados clientes
geralmente são diferentes, pois dependem de diversos fatores, enumerados por Kotler e
Keller (2016):
• Recomendações de amigos, que é bastante influente no momento do uso
ou compra, pois as pessoas acreditam que seus amigos são pessoas
confiáveis;
• Promessa da empresa, que diz respeito às promoções e ações de
marketing realizadas pelas empresas que contribuem para a formação de
uma imagem e expectativa acerca do que está sendo promovido;
• Promessa de concorrentes, assim como o item anterior, as concorrentes
podem criar uma imagem positiva ou negativa, que podem influenciar a
empresa
• As experiências anteriores do consumidor, que é o principal fator de
influência no momento do uso ou compra, de forma que dificilmente essa
expectativa será diferente da nova percepção acerta do serviço/produto.
No entanto, Slack et al (2015) sustenta que a qualidade precisa ser entendida do
ponto de vista do consumidor, pois é o que ele enxerga como qualidade do serviço ou
produto que de fato a define. Dessa forma, a qualidade pode ser dita como o grau de
correspondência entre a percepção do serviço ou produto e a expectativa previamente
criada pelos clientes.
24
De acordo com a Figura 05, quando as expectativas dos consumidores são
superiores às suas percepções do produto ou serviço, a qualidade é tida como ruim. Se
as expectativas forem inferiores às percepções obtidas, o consumidor irá ficar satisfeito
e é o serviço é percebido como de boa qualidade. E há também quando as expectativas
acerca do produto ou serviço correspondem às percepções obtidas, o que o caracteriza
como aceitável (SLACK et al, 2015).
Fonte: SLACK et al (2015)
2.2.4.1 O modelo SERVQUAL
Zeithaml et al (2014) identifica que a mensuração da qualidade em serviços é
indispensável, pois é dessa forma que os aspectos que precisam de melhorias em seus
desempenhos poderão ser avaliados. Nos serviços, diferente de como acontece com
produtos, são necessárias pesquisas que retratem a percepção do cliente acerca do
serviço que foi recebido. Assim, tem-se a pesquisa SERVQUAL, que é uma ferramenta
que possibilita mensurar essa qualidade e trata-se de um questionário criado pelos
autores Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) cuja função é medir as expectativas e as
percepções dos clientes por um serviço de qualidade. Essa pesquisa contém 21 atributos
de serviço, que são agrupados em cinco dimensões de qualidade:
• Confiabilidade: é a habilidade de desempenhar o serviço como prometido
de forma confiável;
• Responsividade: pode ser definida como a disposição de ajudar clientes e
promover um serviço imediatamente;
• Segurança: consiste na habilidade de fornecer confiança para os clientes
além da demonstração de cortesia e o conhecimento acerca do serviço;
Figura 05 – Expectativas e percepções da qualidade
25
• Empatia: é a característica de fornecer atenção individualizada aos
clientes;
• Tangíveis: são as características físicas que se relacionam com o serviço,
como as instalações físicas, funcionários, equipamentos etc.
Essas cinco dimensões são relacionadas aos 21 atributos de serviço, de acordo
com o quadro abaixo:
Fonte: Adaptado de Zeithaml et al (2014)
Dimensão Quesitos
Oferecer serviços como prometido
Oferecer o serviço correto na primeira vez
Oferecer o serviço na hora prometida
Não cometer erros
Manter os clientes informados sobre quando o serviço será executado
Funcionários estão sempre dispostos a ajudar os clientes
Funcionários nunca estão ocupados demais para atender as solicitações dos clientes
Executar o serviço prontamente
Funcionários inspiram confiança
Clientes sentem-se seguros em realizar transações na empresa
Funcionários são corteses
Habilidade de responder os questionamentos dos clientes
Empresa da atenção individualizada
Empregados dão aos clientes atenção personalizada
Proporcionar horários de atendimento convenientes
Demonstrar preocupação pelos interesses dos clientes
Funcionários entendem as necessidades específicas dos clientes
Equipamentos modernos
Instalações físicas atraentes
Funcionários se vestem adequadamente
Confiabilidade
Responsividade
Segurança
Empatia
Tangíveis
Quadro 6 – Dimensões e atributos da qualidade em serviços
26
. METODOLOGIA
Neste capítulo serão apresentados os métodos e abordagens de pesquisas, as
técnicas de coleta e análise de dados e, por fim, a população e amostra utilizadas no
projeto.
3.1 Classificação da pesquisa
A definição da metodologia de um trabalho é relevante para apoiar a busca pela
abordagem de pesquisa que melhor responda às questões da pesquisa. A escolha
adequada da metodologia de trabalho “tem como resultado o desenvolvimento de
trabalhos melhor estruturados e que podem ser replicados e aperfeiçoados por outros
pesquisadores” (MIGUEL, 2007).
O estudo de caso é uma maneira de fazer a pesquisa empírica ao investigar
fenômenos contemporâneos que estão dentro do contexto de vida real, nos quais as
fronteiras entre eles não estão claramente estabelecidas e em situações em que se
utilizam múltiplas fontes de evidência (YIN, 2015). Seu objetivo é realizar uma análise
profunda de determinada unidade social, visando o detalhamento do ambiente por meio
de um exame que pode atuar sobre uma situação particular ou um simples sujeito
(GRAY, 2012).
Já em termos de abordagens, a pesquisa qualitativa é centrada na “compreensão
e explicação da dinâmica das relações sociais”, e tem o seu foco em aspectos da
realidade que não podem ser quantificados (GERHARDRT; SILVEIRA, 2009). Já na
pesquisa quantitativa, os resultados podem ser quantificados e eles são tomados como
“se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa” (FONSECA,
2002).
Dessa forma, a abordagem selecionada no presente estudo é o estudo de caso,
pois o projeto tem o objetivo de analisar profundamente uma determinada unidade de
curso pré-vestibular em Niterói e detalhar seu ambiente interno/externo, através de
pesquisas qualitativas e quantitativas.
Primeiramente, a pesquisa qualitativa aplicada no estudo objetivou entender com
o empreendedor/proprietário do curso sua percepção sobre seus aspectos
comportamentais para a condução do negócio além de expectativas futuras. Após, foi
realizada pesquisa quantitativa, para melhor compreensão de seu perfil de
empreendedor.
27
Em um segundo momento, a partir de um entendimento sobre as expectativas e
percepções do empreendedor anteriormente, criou-se uma pesquisa quantitativa para os
principais stakeholders do negócio: os alunos (atuais e ex-alunos), os pais de alunos e os
professores. Segundo o método SERVQUAL, a pesquisa teve como objetivo realizar
um diagnóstico interno, identificando gaps entre as expectativas e as percepções acerca
de diversos quesitos, desde qualidade de professores e funcionários a quesitos físicos do
curso em questão.
Por fim, foram realizadas observações por meio de visitas e pesquisas nas
principais redes sociais (Facebook e Instagram) e também na Internet de forma a
identificar os principais concorrentes do Curso e analisar alguns aspectos e variáveis de
sucesso.
3.2. Caracterização dos sujeitos da pesquisa
A pesquisa foi aplicada com o fundador/proprietário do curso de forma
presencial, durante o mês de abril de 2018, de forma a responder a 1ª e 2ª questão-
problema: “Quais as características empreendedoras e expectativas o proprietário
possui? E “Qual é o perfil estratégico do empreendimento?”
• O fundador/proprietário do curso é um empreendedor de 48 anos,
formado em engenharia química pela UFRJ e química industrial pela
UFF. Desde o início do empreendimento, exerce o papel principal – além
de dar aulas de Matemática, Física, Química e Biologia – responsável por
toda a gestão do curso: de pessoas, marketing, financeira, operações etc.
A partir de então, foram definidos os principais stakeholders do curso, de forma
a responderem a seguinte questão-problema: “Quais são os principais atributos
(positivos ou negativos) considerados pelo empreendedor, stakeholders e professores do
curso?”.
• Os alunos do curso foram entrevistados utilizando o método
SERVQUAL de maneira quantitativa. Foram entrevistados
presencialmente entre abril e maio de 2018 e a amostra totalizou toda a
população de 42 alunos que estão matriculados no curso no ano de 2018.
Também foram entrevistados 5 ex-alunos. Devido ao alto número de
entrevistados, o método escolhido foi utilizar uma plataforma online
28
Google Formulários, de forma que os respondentes pudessem acessar de
seus dispositivos móveis.
• Os pais de alunos, que possuem forte peso na tomada de decisão sobre o
curso que seu filho deve seguir, pois na maioria das vezes são os
responsáveis financeiros. Eles também foram entrevistados utilizando o
método SERVQUAL para identificação sobre o que esperam de cursos
de pré-vestibular e o que acham sobre o curso. As entrevistas foram
realizadas entre abril e maio de 2018 presencialmente e utilizando uma
amostra de 3 pais de alunos do ano de 2018.
• Os professores, por se tratarem de funcionários do curso e serem
importantes para darem outra visão do negócio em questão, também
foram entrevistados presencialmente. As entrevistas foram realizadas
entre abril e maio de 2018, com os 6 professores do curso de um
universo de 6.
Por fim, os concorrentes, que foram importantes para responderem a questão-
problema: “Quais são seus principais concorrentes, quais práticas possuem e os
diferenciais do curso ao compará-los?”
• Foram realizadas observações, visitas e pesquisas pela Internet e em
redes sociais relevantes em 3 concorrentes no mercado de cursos de pré-
vestibular, todos na cidade de Niterói, durante o 1º semestre de 2018.
3.3 Técnicas de coleta de dados
De acordo com Gerhardt e Silveira (2009), a coleta de informações pode ser
feita por meio de entrevistas, observações ou busca de informações e dados em bancos
de dados secundários.
A entrevista é uma técnica de coleta de dados não documentados acerca de um
tema. Essa abordagem promove a interação social, onde em um diálogo entre partes,
uma busca a obtenção de dados, e a outra, a fonte de informações (GERHARDT;
SILVEIRA, 2009). As entrevistas estruturadas possuem um roteiro preestabelecido, no
qual as perguntas são padronizadas e determinadas anteriormente. Já nas entrevistas
semiestruturadas, é estruturado um roteiro (conjunto de questões) por parte do
29
pesquisador sobre o tema estudado, porém não serão usadas necessariamente todas as
questões em cada entrevista.
Nas entrevistas não estruturadas ou não diretivas, o entrevistado disserta
livremente sobre o tema abordado e, assim, essas entrevistas buscam a visão geral do
tema e são recomendadas para estudos exploratórios. As entrevistas com conversa
informal são baseadas na espontaneidade de informações no decorrer da conversa. É a
forma mais aberta dessa técnica e oferece alta flexibilidade com relação aos caminhos
que a conversa pode tomar. O entrevistado pode não ter conhecimento que está
acontecendo de fato uma entrevista sobre determinado assunto. (GERHARDT;
SILVEIRA, 2009; GRAY, 2012).
O roteiro é uma lista de tópicos nos quais o entrevistador segue durante a
entrevista e permite maior flexibilidade na ordem de elaborar as perguntas. Já o
questionário constitui-se de uma série ordenada de questões que serão respondidas sem
a presença do entrevistador (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
A observação é outra forma de coleta de dados, que é uma técnica na qual os
sentidos são utilizados para a captura de certos aspectos da realidade. É caracterizada
por ver, ouvir e examinar determinados fatos que se deseja estudar e obriga o
pesquisador a ter proximidade com o objeto de estudo (GERHARDT; SILVEIRA,
2009).
Neste trabalho será utilizada a técnica de entrevista com roteiro de perguntas
baseadas na revisão de bibliografia, de forma semiestruturada, permitindo maior
flexibilidade ao entrevistador ao longo da entrevista. As perguntas serão abertas e
fechadas, de acordo com a revisão bibliográfica, e poderão ser feitas novas perguntas ao
longo da entrevista, caso o entrevistador julgue necessário para alcançar seu objeto de
estudo e também para maior obtenção de informações do entrevistado. Por fim, a
técnica de observação será utilizada, na medida em que a autora tem proximidade com o
proprietário da empresa do estudo de caso e também com relação aos concorrentes.
3.3.1 Entrevista com o empreendedor
Uma entrevista semiestruturada presencial com o proprietário do curso foi
realizada com objetivo de entender seu perfil e suas percepções acerca do curso e
mensurar suas expectativas futuras, tanto relacionadas ao crescimento do curso, quanto
relacionadas as possibilidades de novos serviços. E também para a definição do perfil
estratégico.
30
Para isso, foram utilizados três questionários. O primeiro (vide apêndice 1), foi
inspirado em Dornelas (2008) e Dolabela (2006). Adicionalmente, para melhor
compreensão do perfil empreendedor do proprietário, o estudo utiliza-se também do
formulário “levantamento do perfil empreendedor” (apêndice 2), também inspirado nos
mesmos autores, Dornelas (2008) e Dolabela (2006). E por fim, para definição do perfil
estratégico do empreendedor,de acordo com o procedimento EEAP adaptado de Miles
& Snow (1978); Conant, Mokwa & Varadarajan (1990), vide apêndice 3.
3.3.2 Elaboração e aplicação de questionário utilizando o método SERVQUAL
para os principais stakeholders
De acordo com o método SERVQUAL, aplicou-se um questionário (vide
apêndices 4) com alunos (atuais e antigos) e pais de alunos e professores do curso
estudado com objetivo de identificar o nível de importância dos atributos de qualidade
que eles consideram no momento de decisão sobre um curso de pré-vestibular/local em
que trabalham.
Para isso, foi relevante levantar quesitos como atendimento dos funcionários,
limpeza do local, estrutura física de salas de aula e locais de convivência, qualidade de
professores, entre outros aspectos. Além disso, também teve como objetivo identificar
os gaps entre as expectativas atribuídas ao curso e a percepção dos entrevistados.
(RIBEIRO, 2017).
O Quadro 7 faz um comparativo entre os atributos de qualidade do método
SERVQUAL e as questões levantadas no questionário no apêndice 4. Ele foi dividido
em 4 categorias: professores, funcionários, infraestrutura e serviços oferecidos. Dessa
forma, os atributos de qualidade, ou dimensões, foram englobados nessas categorias.
Quadro 7 - Comparativo entre atributos de qualidade do método SERVQUAL
Fonte: Elaborado pela autora
Atributo de Qualidade Questões
Confiabilidade 17, 18, 19, 20
Responsividade 6, 7, 8, 9, 15, 16, 21, 22
Segurança 4, 5, 37, 38
Empatia 13, 14
Tangíveis
1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 24, 25, 26, 27,
28, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 36, 39,
40, 41, 42, 43, 44, 45, 46
31
3.4 Técnicas de análise de dados
Com o intuito de analisar, compreender e interpretar o material qualitativo da
pesquisa, é importante “penetrar nos significados que os atores sociais compartilham na
vivência de sua realidade” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Assim, a análise de
conteúdo é uma das técnicas mais usuais, e trata-se de realizar inferências sobre os
dados da pesquisa, apontando de modo objetivo e sistemático características relevantes
entre eles. São criadas regras especificas, denominadas critérios de seleção, “como
tentativa de chegar a uma medida de objetividade no processo” (GRAY, 2012).
3.4.1 SERVQUAL
Com o questionário adaptado do modelo original SERVQUAL, tornou-se
possível identificar as expectativas e percepções de alunos e pais de alunos acerca do
empreendimento: serviços oferecidos, infraestrutura, professores e funcionários. Após,
foi utilizada planilha em MS Excel para consolidação de dados e realização de cálculos
necessários baseados na estatística descritiva, sumarizadas pelas equações (1) e (2).
• Cálculo das notas das questões:
Sendo i as questões propostas e n o total de respostas obtidas.
• Cálculo da nota do atributo de qualidade:
De acordo com o quadro 7, onde foram divididas as questões de acordo com os
atributos de qualidade pela escala SERVQUAL, uma nota do atributo foi calculada a
partir da média das notas das questões relacionadas com o atributo de qualidade.
3.4.2 GAPS
Com base na análise SERVQUAL, que mede as expectativas e percepções dos
entrevistados, é necessário analisar a conexão entre esses 2 quesitos. Essa análise é feita
pelos GAPs.
• Cálculo dos GAPs de cada questão
GAP = Percepção (x) – Expectativa (x-1) (2)
Sendo x a questão relacionada à percepção e x-1 a questão seguinte relacionando o mesmo
atributo à expectativa.
32
4. ESTUDO DE CASO
4.1 Descrição da empresa
De acordo com o que foi dito nos capítulos anteriores, o curso pré-vestibular foi
inaugurado de fato em 2003, pelo seu atual proprietário, que sempre esteve sozinho na
frente do empreendimento, sem a presença de sócios. Anteriormente à essa data, o
fundador dava aulas particulares e de apoio à alunos do 3º ano e devido à demanda
crescente e sucesso de suas aulas, alugou uma pequena sala, em um prédio antigo no
bairro de Icaraí, em Niterói. Foi no ano em questão, 2003, que resolveu alugar um
espaço maior e começou a estruturar o seu curso pré-vestibular, em um dos prédios
comerciais mais movimentados do bairro. Em seu auge de funcionamento, o curso
obteve 3 salas alugadas do prédio, e um total de 180 alunos. Atualmente, o curso possui
1 sala, com capacidade de 70 alunos, que é preenchida por 42.
O curso sempre foi conhecido por sua rigidez e foco em aprovações, sempre
obteve os melhores índices de aprovação na cidade, proporcionais ao seu tamanho.
Além disso, outra caracteristica marcante é a forma de tratar seus clientes. O
proprietário realiza uma entrevista pessoal com todos os pais de alunos ao início do ano
letivo, de forma a conhecê-los, entender suas histórias e a necessidade de seus filho,
como por exemplo, qual carreira irá escolher. Essa entrevista é um momento que o
proprietário explica todos os procedimentos do curso e sua dinâmicas.
Apesar de seus 15 anos de existência, o curso nunca realizou uma estruturação
formal de sua organização, pesquisa e estudo de seu mercado, ações de marketing
constantes e bem estruturadas e previsão de demanda. Porém a qualidade do seu ensino,
atendimento personalizado e alto índice de aprovações sempre foram seus pontos fortes
para que o curso se mantivesse com um bom número de alunos a cada ano.
Como principais serviços oferecidos, pode-se listar as aulas focadas no
vestibular, para alunos que já concluíram o colégio, o curso de redação integrado, que
garante a realização de 2 redações por semana e correção e os serviços de monitoria
toda a tarde, até as 21 horas, que proporciona ao aluno um ambiente de estudo com
profissionais altamente capacitados a tirarem dúvidas.
Com a alteração da forma de seleção às instituições de ensino superior, a partir
de 2012, o curso sofreu com a queda na procura de seus serviços. Um dos seus maiores
destaques e o que o consolidou no mercado, a turma de apoio à alunos do 3 ano obtinha
33
em torno de 70 alunos todo ano. No entanto, não há mais procura por esse serviço visto
que os próprios colégios hoje em dia estão com uma extensa carga horária. Além disso,
as aulas específicas também eram o chamariz do curso. Pela diferente complexidade do
ENEM, essas aulas atualmente só são feitas para o vestibular da UERJ, então o número
de alunos nesse âmbito também foi reduzido drasticamente.
Entre os anos de 2012 e 2017, o curso estudado sofreu com as consequências da
mudança na forma de seleção para as IES, mas não fez nenhuma alteração drástica em
suas estrutura, dando espaço a seus concorrentes na cidade. Com uma média de 100
alunos de pré-vestibular divididos em 2 turmas até 2011 e de 70 alunos na turma de
apoio ao 3º ano, o curso observou uma queda significativa esses últimos anos,
alcançando em 2018 o número de 42 alunos com matrículados na turma de pré
vestibular e a extinção da turma de apoio.
4.2 Diagnóstico do perfil empreendedor
Ao realizar o estudo da empresa em questão, é importante fazer o diagnóstico de
seu fundador/proprietário, de forma a identificar traços em sua personalidade e em seu
comportamento, de forma a garantir um alinhamento estratégico de suas ambições
futuras e posicionamento de mercado do negócio. Para isso, foram elencadas no Quadro
8 informações gerais sobre ele, e após, estão os resultados dos questionários aplicados.
Quadro 8 – Características do proprietário
Fonte: Elaborado pela autora
Adicionalmente às informações contidas no Quadro 8, conforme dito anteriormente,
foi realizada uma entrevista presencial com o empreendedor, de forma a captar questões
comportamentais, baseadas em sua auto percepção. O instrumento de coleta utilizado
foi inspirado em Dornelas (2008) e Dolabela (2006) e a entrevista foi realizada no mês
de maio de 2018.
Masculino
Mestrado em Físico-Química Quântica
Aulas particulares
Não
Técnica Sim
Comportamental Não
Gerencial Não
Características do proprietário do curso estudado
Busca capacitação?
Gênero
Escolaridade
Ocupação anterior
Experiência gerencial anterior
34
Dessa forma, as seções seguintes contemplam as respostas e o posicionamento do
proprietário, além de eventuais análises.
❖ Característica pessoal que mais ajudou no sucesso da empresa: essa questão tem
o intuito de identificar o fator pessoal que contribuiu para o desenvolvimento da
empresa. O fundador afirmou que seu foco em resultados – aprovações dos
alunos no vestibular - foi determinante para o negócio.
❖ Característica pessoal mais influente/presente na empresa: essa questão tem o
propósito de identificar as características que estão associadas à identidade
particular e que se faz presente desde o começo do negócio. O empreendedor
afirma que sua determinação aliada ao modo de lidar com os alunos, sempre
com bastante cobrança e dureza são imprescindíveis e sempre se destacaram.
❖ Quando a empresa se tornou um empreendimento estabelecido: essa questão tem
a intenção de determinar qual foi o ponto de inflexão, ou seja, quando a empresa
mudou de rumo em relação ao seu crescimento. A esse respeito, o proprietário
afirma que foi quando em 2003 mudou o local do curso. Antes, dava aulas em
uma pequena sala em um prédio antigo e alugou uma sala com o dobro da
capacidade anterior, em um dos principais prédios comerciais do bairro.
❖ Principais mudanças pessoais que ocorreram com o empreendedor a partir do
cotidiano na empresa: essa questão tem como objetivo identificar o quanto o
negócio contribuiu para o aprimoramento de competências pessoais. O fundador
afirmou que sua rotina de estudo foi amplamente estendida, uma vez que sendo
professor de matemática, física , química e biologia, precisa sempre estar se
atualizando sobre inovações dos setores. Além disso, a forma de lidar com os
clientes também.
❖ Aprendizados que você obteve através da sua experiência durante a existência da
empresa: essa questão tem o intuito de analisar o quanto o empreendedor se
desenvolveu ao longo da empresa. O empreendedor afirma que são inúmeros os
conhecimentos obtidos. Alguns podem ser ditos como o conhecimento macro
obtido em diversos setores visto que leciona quatro matérias, como dito
35
anteriormente, o conhecimento de gerenciar uma empresa sozinho, a experiência
obtida na forma de lidar com pessoas – na hora de vender o curso para pais de
alunos, desenvolveu sua forma de persuasão.
❖ Considera-se um líder? Se sim, por quê? Nessa questão desejou-se obter a
autopercepção do fundador, quanto à atributos de liderança. O fundador acredita
que é um líder, uma vez que gerenciou inúmeras pessoas ao longo de sua
carreira, tanto na esfera de professores e funcionários, como também na de
alunos, que o procuram para obter conselhos e sugestões sobre como
direcionarem suas vidas.
❖ Como você lida com os problemas? Como você busca resolver os problemas?
Essa pergunta tem a intenção de analisar a forma como são solucionados os
problemas. O empreendedor afirma que sempre busca resolver de uma forma
coerente. No entanto, como gerencia o curso sozinho, confessa que às vezes tem
atitudes unilaterais.
❖ Principal motivação para o desenvolvimento do seu trabalho: essa questão tem o
objetivo de identificar os propósitos que levam o empreendedor a dar aulas. O
respondente afirma que sua principal motivação atualmente é garantir o sustento
de sua família, porém “poder transformar pessoas, ajudá-las a alcançarem seus
objetivos e alterar os rumos de suas vidas e muitas vezes de suas famílias, é
magnífico e gratificante”.
❖ O que imagina para o futuro da empresa em termos de gestão? Essa questão tem
o intuito de projetar o futuro da organização e entender qual a imagem do
proprietário nele. A esse respeito, o empreendedor afirma que já está bastante
cansado do meio e planeja continuar dando aulas no curso ainda por alguns
anos, porém “não tem muito mais fôlego para fazer coisas mirabolantes, mudar
totalmente o negócio, enfim, gostaria que voltasse ao patamar anterior, com em
torno de 100 alunos”.
❖ Você se considera uma pessoa realizada? Se sim, por quê? Essa questão tem o
intuito de obter a auto realização do profissional. A esse respeito, o
36
empreendedor afirma que se sente extremamente realizado ao pensar em quantas
vidas já impactou positivamente. “Quantos agradecimentos foram feitos, a
quantidade de pessoas que cursaram uma boa faculdade, que aprenderam a
estudar e a se dedicar em seus objetivos. Enfim, o meu trabalho foi muito
desgastante ao longo dos anos, mas eu sou grato por cada um dos alunos que
passou por aqui, e por cada uma das famílias que ajudei a mudar seus
caminhos”.
Além das perguntas acima, o empreendedor também respondeu ao questionário
presente no apêndice 2, com o intuito de levantar suas características comportamentais,
com base em sua auto percepção e identificar pontos positivos e observar aspectos que
necessitem ser trabalhados para o desenvolvimento de competências que, por ventura,
necessitem de aperfeiçoamento.
A Figura 06 ilustra o resultado de sua autopercepção, com relação à características
ligadas ao seu comprometimento e à sua determinação.
Fonte: Elaborado pelo autora
Em relação à Figura 06, tem o intuito de identificar atributos comportamentais
auto percebidos pelo empreendedor, que contribuíram/contribuem para o
desenvolvimento da empresa. Com relação aos atributos, o empreendedor se avaliou
com boa performance no geral, variando de grau 3, no que concerne a iniciativa, ao grau
máximo 5, em dedicação e imersão nas atividades. Nessa seção, pode-se concluir que
Figura 06 – Características relacionadas ao seu comprometimento e determinação
37
ele possui uma boa autopercepção no quesito de comprometimento e determinação, se
mostrando de forma ativa na resolução de problemas e persistência, ao estilo “mãos na
massa”. Um fator que o impossibilita na resolução de problemas e iniciativa é a
sobrecarga de tarefas, por gerenciar o curso sozinho, muitas vezes não consegue pôr em
prática tudo que gostaria e o que pensa em fazer.
Fonte: Elaborado pelo autora
A Figura 07 tem o propósito de ilustrar as suas autopercepções em relação às
oportunidades do mercado. O empreendedor atribui-se com grau 2 na maioria das
questões. Esse resultado sugere que o profissional não é dirigido pelo mercado e
também não monitora constantemente as necessidades dos seus clientes, por outro lado,
observa-se uma intenção de satisfazer esse público.
A Figura 08 representa os resultados da autoavaliação com relação ao risco,
incertezas e solução de problemas.
Figura 07 – Características relacionadas à busca por oportunidades
38
Fonte: Elaborado pelo autora
Conforme ilustra a Figura 08, o proprietário se autoavaliou como regular, com
grau 2, em todos os aspectos, exceto em ser hábil em resolver problemas e integrar
soluções, em que atribuiu grau 4.
A Figura 09 evidencia a autoanálise relacionada à criatividade, à autoconfiança e
à habilidade de adaptação.
Fonte: Elaborado pelo autora
O empreendedor se avaliou como regular, com grau 2, em dois aspectos: em
aceitar e prezar pela sugestão de terceiros, pois sempre costuma seguir seus instintos e
fazer o que acredita ser o certo, e em aceitar a possibilidade de falha. E atribuiu como
grau 4, em ser pró- ativo e na habilidade de definir conceitos e detalhar ideias. Por fim,
avaliou como grau 3, de forma mediana, na habilidade de se adaptar à novas situações.
A Figura 10 ilustra a autopercepção do empreendedor quanto à sua motivação e
sua superação.
Figura 08 – Características relacionadas ao risco e às incertezas
Figura 09 - Características relacionadas relação à criatividade, à
autoconfiança e à habilidade de adaptação
39
Fonte: Elaborado pelo autora
O empreendedor atribuiu grau 5 a ser orientado para metas e resultados, pois
isso é o que o move e também em autoconfiança. Avalia-se como bom em relação a ter
ciência das suas fraquezas e forças, em ter senso de humor e procurar estar animado e
em ser dirigido pela necessidade de crescer e atingir melhores resultados. Por fim,
avaliou como regular sobre ser despreocupado com status e poder.
A Figura 11 refere-se aos resultados obtidos da autoavaliação sobre a
perspectiva liderança.
Fonte: Elaborado pelo autora
Figura 10 – Características relacionadas à motivação e à superação
Figura 11 – Características relacionadas à liderança
40
O empreendedor percebe-se como bom em transmitir integridade e
confiabilidade, construir times e trabalhar em equipe e ter paciência. E avaliou-se com
grau 3, em ter poder de autocontrole.
4.2.2 Perfil estratégico – aplicação do procedimento EEAP
Ainda com o intuito de estudo do perfil do proprietário do curso em questão, e
analisar diretrizes estratégicas do empreendimento, foi realizado de modo similar a
captura do perfil empreendedor discutido anteriormente, a avaliação do perfil
estratégico através da aplicação do Procedimento EEAP adaptado de Miles & Snow
(1978); Conant, Mokwa & Varadarajan (1990), presente de forma completa no apêndice
3.
Os resultados obtidos através do questionário aplicado estão ilustrados nas
Figuras 12, 13 e 14, de acordo com cada dimensão (problema empreendedor, problema
de engenharia e problema administrativo).
Fonte: Elaborado pelo autora
Na Figura 12 pode-se observar que com relação ao domínio de produtos e
mercados, o proprietário avaliou a empresa como analítica, que possui serviços estáveis
mas também alguns inovadores. Nos demais aspectos, com relação à postura,
crescimento e monitoramento, a empresa foi avaliada como defensiva, ou seja, a
empresa não passa muito tempo monitorando o seu mercado, se concentra no
Figura 12 – Respostas a dimensão “problema empreendedor”
41
desenvolvimento dos mercados que já serve e oferece poucos produtos porém seletos e
de alta qualidade. Dessa forma, na dimensão problema empreendedor, na maioria dos
apesctos a empresa foi avaliada como defensiva.
Fonte:Elaborado pelo autora
Com relação à Figura 13, no aspecto coalizão dominante, o empreendedor
avaliou a empresa como reativa, ou seja, a forma de gerenciamento do negócio é focada
em atividades que mais necessitam de atenção em vista das oportunidades ou problemas
que estão sendo enfrentados. Em relação ao aspecto planejamento, a empresa se prepara
para o futuro identificando problemas que ao serem resolvidos, irão manter e melhorar
seus serviços e produtos e melhorar também a posição no mercado. E no aspecto de
controle, o empreendedor identifica a empresa com defensiva, de forma que seus
procedimentos usados para avaliar desempenho são centralizados e de responsabilidade
da alta gerência. Desse modo, nos três aspectos da dimensão problema administrativo, a
empresa foi avaliada como defensiva.
Fonte: Elaborado pelo autora
Figura 13 – Respostas a dimensão “problema administrativo”
Figura 14 – Respostas a dimensão “problema de engenharia”
42
Na Figura 14, em relação ao aspecto objetivo tecnológico, o empreendedor
percebe como uma das metas mais importantes da empresa manter os custos sob
controle, adotando uma postura defensiva. No aspecto amplitude tecnológica, a questão
foi aplicada em relação aos professores, e suas competências podem ser avaliadas como
especializadas, na qual suas habilidades são concentradas em poucas áreas específicas,
com exceção do próprio empreendedor, que é professor das disciplinas matemática,
física, química e biologia. Já no aspecto anteparo tecnológico, uma proteção da empresa
contra concorrentes foi dita como sua capacidade de fazer um número limitado de
coisas excepcionalmente bem. Dessa forma, em relação à dimensão problema de
engenharia, o proprietário avaliou na maioria dos aspectos analisados, a empresa como
defensiva.
Em virtude do que foi mencionado e levando em consideração a tipologia
proposta por Miles & Snow (1978), entende-se de forma clara que o perfil estratégico
da empresa é predominantemente defensiva. A empresa procura localizar e manter uma
linha de serviços relativamente estável, seu foco está em uma gama de serviços de
qualidade superior porém mais limitada do que seus concorrentes. Não busca estar entre
os líderes da indústria, restringindo-se àquilo que sabe fazer tão bem ou melhor que
qualquer um.
4.3 Análise SWOT
Para dar início à compreensão do ambiente organizacional que o
empreendimento de estudo encontra-se, foi identificada a necessidade de entendimento
junto ao fundador/proprietário de sua percepção acerca do estabelecimento. Dessa
forma, foi realizada também uma conversa de modo a entender informações relevantes
para o estudo, como o contexto que o curso pré-vestibular está inserido atualmente,
informações estratégicas para o negócio, a política de gestão adotada, estrutura,
prospecção de alunos e informações do ano eletivo em questão - 2018 – como corpo de
funcionários e alunos. A partir dessa conversa, foi criada a matriz SWOT de forma a
retratar de uma melhor forma os dados coletados e proporcionar uma análise crítica das
forças e fraquezas internas, ameaças e oportunidades externas do curso, na visão de seu
proprietário. Os resultados que foram obtidos podem ser vistos na Figura 15.
43
Fonte: Elaborado pelo autora
Com relação ao ambiente interno, nas forças, foi elencada pelo proprietário a
solidez do empreendimento – seus 15 anos no mercado de Niterói garantem ao curso
um renome na cidade e bom histórico. E também, por ser um curso pequeno, seu
atendimento personalizado se destaca, de forma que antes do início das aulas todos os
pais de alunos conversam com o proprietário, para alinhar expectativas e garantir que a
de seus clientes será atendida. Foi destacado também o alto nível de aprovações, pois o
curso é referência nesse aspecto e todo o ano performa mais de 90% de aprovações nas
áreas tecnológicas e humanas, além do alto nível para estudantes de medicina. Por fim,
como forças tem-se o seu modo de trabalho, caracterizado pela resolução constante de
exercícios em sala de aula e em horários ao longo do dia com a presença de monitores,
ex- alunos do curso, altamente capacitados a resolverem qualquer tipo de exercício para
o vestibular.
No entanto, como fraquezas do curso, o proprietário acredita que um dos
obstáculos para seu crescimento seja a falha em sua propaganda, de forma que ao não
divulgar eficientemente suas aprovações e destiná-las ao público correto, a captação de
novos alunos fica comprometida. Ainda afirmou que muitas vezes se depara com
massivos investimentos em marketing de cursos com resultados e qualidade inferiores
ao seu e que muitas vezes não retratam a atual realidade do curso em questão. Além
disso, as atuais instalações do curso serem pequenas e com aluguel alto, também foram
elencadas como fraqueza – diante do cenário de redução de demanda de alunos, o curso
teve que deixar as 3 salas que alugava em um prédio comercial em Icaraí – Niterói e
passou a utilizar apenas uma. Que é suficiente para o número de alunos atuais, porém
Forças Oportunidades
Quantidade de anos no mercado em Niterói
Atendimento personalizado
Alto nível de aprovações
Equipe de monitoria altamente capacitada
Resolução constante de exercícios
Fraquezas Ameaças
Dificuldade em fazer propaganda eficaz
Instalações pequenas
Cursos on-line com preços baixos
Quantidade elevada de cursos pré-vestibularAluguel alto do estabelecimento
Concorrência com redes de ensino mais
estruturadas e com propaganda massiva
Matriz SWOT
Demanda crescente por cursos pré-
vestibulares
Maior concorrência no ENEM
Figura 15 – Matriz SWOT
44
possui conforto reduzido e áreas de passagem como secretaria e banheiros menores e
mais apertadas. E, por fim, o aluguel alto da sala devido ao seu ponto de localização
nobre no bairro eleva consideravelmente seus custos fixos.
Com relação ao seu ambiente externo, o proprietário identifica como
oportunidades em seu mercado de abrangência, a crescente quantidade de alunos que
realiza o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, resultando em uma também
crescente concorrência na prova e consequentemente, demanda por mais especializações
por parte dos alunos, o que os leva a buscarem cursos pré-vestibulares cada vez mais
focados e de boa qualidade.
Já como ameaças do serviço, o proprietário identifica a quantidade elevada de
cursos do ramo na cidade, o que levou a uma saturação do mercado na região.
Corroborando a isso, a presença de redes de ensino muito bem estruturadas e que
realizam propagandas massivas também é um fator preocupante. Por fim, a presença
online crescente de cada vez mais cursos e conteúdos de boa qualidade e que praticam
preços baixíssimos também foi enumerada como ameaça.
Dessa forma, após a exposição das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças
do empreendimento, pode – se situá-lo em um dos quadrantes da matriz SWOT, de
acordo com o exposto no Quadro 1. Como há o predomínio de forças internas e
ameaças externas, a empresa encontra-se na fase de manutenção, que é caracterizada
pela estabilidade e possui uma postura defensiva. Um desafio posterior a esse estudo é o
de tornar suas forças visíveis no mercado de maneira que as ameaças não o influenciem
negativamente.
Após esse mapeamento da visão do proprietário acerca do negócio, o estudo tem
como objetivo fazer uma comparação com os resultados obtidos nas pesquisas de
satisfação realizadas com os alunos, pais de alunos e professores.
4.4 Entrevista com alunos, ex-alunos e pais de alunos do curso
Como mencionado anteriormente, após coletar a visão do proprietário do curso,
é relevante coletar também a visão dos principais clientes – os alunos – e outros
stakeholders importantes, como ex-alunos e os pais de alunos matriculados atualmente,
para que a análise contemple também o outro lado, tendo uma visão completa do todo.
45
Assim, inicialmente foram coletados dos entrevistados alguns de seus dados
pessoais, como ano de nascimento, para distinguir alunos de pais de alunos, profissão,
grau de escolaridade, qual ano prestou ou prestará vestibular e qual sua experiência com
curso de pré-vestibular, caso tenha prestado. Importante ressaltar que toda a pesquisa foi
realizada de forma anônima, para que fosse obtido o maior nível de sinceridade do
entrevistado sem que sua identidade fosse relacionada. Nessa etapa inicial da entrevista,
teve-se como objetivo posicionar o entrevistador para posteriormente criar correlações
entre respostas e informações.
Após essas perguntas iniciais de coleta de dados pessoais do entrevistado, a
primeira pergunta teve a finalidade de obter uma visão geral do que os alunos/ex-alunos
ou pais, mais levam em consideração no momento de escolha de um curso de pré-
vestibular. É importante ser realizada no início da análise SERVQUAL, de forma a
posicioná-la de maneira macro em relação aos critérios que serão tratados no decorrer
do questionário.
Foram escolhidos 11 fatores, baseados no trabalho de Ribeiro (2017): didática
dos professores, capacidade técnica dos mesmos, receptividade dos funcionários,
qualidade das salas de aula, qualidade dos recursos tecnológicos, quantidade de amigos
/ amigos de seus filhos que estudam no local, recomendação de outras pessoas,
desempenho em aprovações no ENEM, histórico de aprovações em vestibulares,
quantidade de anos no mercado e propaganda. Os entrevistados tiveram que marcar na
escala de de 1 a 11 qual nota atribuem a cada um desses fatores, sendo 1 se referindo ao
fator de maior importância e 11 o de menos importância.
A Figura 16 representa os resultados, o eixo X corresponde ao somatório das
respostas obtidas. Assim, quanto maior a nota recebida, menor a importância do
respectivo item para os respondentes. O gráfico de barras está ordenado pelos fatores
em grau de importância, de acordo com as respostas obtidas. O que possui o maior
somatório tem menos importância e o que possui menor somatório, maior importância.
46
Fonte: Elaborado pelo autora
De acordo com os resultados encontrados, pode-se concluir que as aprovações
que o curso obteve, assim como seu desempenho no ENEM são os fatores que mais são
levados em conta na hora de escolher um curso pré-vestibular, por alunos, ex-alunos e
pais de alunos. Seguidamente, estão fatores relacionados aos professores – sua
capacidade técnica e a didática. Assim, esses fatores devem ser priorizados e o foco
estratégico direcionado a eles. Por outro lado, os fatores que menos impactam na
escolha do curso é a sua propaganda e a quantidade de amigos que estudam no local.
Com relação à propaganda, é, sem dúvidas, um instrumento importante na captação e
conhecimento da marca, porém não figura em fator na hora de escolher um curso, uma
vez que a pessoa já o conheça.
Após essa primeira pergunta, foi iniciado o questionário baseado na análise
SERVQUAL, no qual pode ser encontrado no Apêndice 4. Nele, estão contidas as
perguntas referentes às expectativas e percepções sobre cada um dos fatores julgados
importantes para essa análise. Esses fatores foram divididos em 4 seções: professores,
funcionários, infraestrutura e serviços oferecidos, de forma a facilitar os alunos ou pais
de alunos no momento de resposta ao questionário. Foi destinado um espaço para
comentários e sugestões após cada questão de forma a obter um viés qualitativo quando
o respondente julgasse necessário, além das perguntas utilizando o método
SERVQUAL.
Figura 16 – Fatores de escolha a um curso pré-vestibular
47
As perguntas foram divididas pelos atributos de qualidade que a análise
SERVQUAL propõe: confiabilidade, responsividade, segurança, empatia e tangíveis, de
acordo com o Quadro 08, presente no capítulo III – Metodologia.
Na Figura 17, estão sumarizadas a média das respostas obtidas através do
questionário aplicado. No entanto, essa análise nos permite obter apenas uma visão
geral do que os respondentes pensam sobre cada um dos atributos de qualidade.
Fonte: Elaborado pelo autora
Para uma análise mais detalhada sobre as diferenças entre expectativas e
percepções dos respondentes acerca de cada um dos atributos de qualidade, a Figura 18
proporciona uma análise detalhada das diferenças entre médias de expectativa (cor mais
escura) e percepção (cor mais clara) acerca de cada um dos atributos de qualidade.
Figura 17 – Respostas obtidas dos atributos de qualidade
48
Figura 18 – Diferenças entre médias de expectativa e percepção
Fonte: Elaborado pelo autora
Como pode ser notada, em todos os atributos de qualidade, a expectativa não foi
superada pela percepção acerca do curso, exceto pelo atributo “Empatia”. Esse fator
pode ser evidenciado pela Figura 19, em que os GAPs entre expectativa e percepção são
melhor retratados.
Fonte: Elaborado pelo autora
Figura 19 – Gaps entre expectativa e percepção
49
Dessa forma, pode ser feita a análise de que com relação aos atributos
confiabilidade, responsividade, segurança e tangíveis, há um nível de insatisfação por
parte dos alunos e stakeholders, visto que eles performaram abaixo do esperado. Por
outro lado, o único atributo que a percepção dos respondentes superou de forma
significativa suas expecativas, foi o de empatia, que pode ser identificada como uma
importante força para o negócio, confirmando o que foi visto na SWOT, no qual um
atendimento personalizado, entendendo os interesses dos alunos e pais de alunos e
propondo soluções particulares para cada um é de fato valorizada pelos clientes.
Para obter uma análise mais detalhada a partir dos GAPs entre expectativa e
percepção obtidos, é preciso entender quais foram as perguntas que contribuíram para
os índices negativos de GAPs, isto é, entender quais foram as perguntas que os
entrevistados mais julgaram ter uma percepção acerca do curso abaixo de suas
expectativas. A Figura 20 ilustra quais foram especificamente os fatores que mais
influenciaram para um GAP menor que zero.
Fonte: Elaborado pelo autora
Analisando os dados ilustrados na Figura 20, conclui-se que as perguntas que
obtiveram um maior GAP negativo, ou seja, as quais a expectativa dos alunos e
stakeholders ficaram mais distantes de suas percepções com relação ao curso estudado
foram a respeito de sua estrutura de banheiros, com GAP de -1,98 e a estrutura de mesas
e cadeiras, que obteve -0,81. Ao consultar as respostas qualitativas dos respondentes,
pode-se notar grande insatisfação com esses aspectos. Com relação aos banheiros, há
respostas frisando o seu pequeno espaço além da pouca potência do exaustor. E foram
Pergunta com maiores GAPs
negativosValor
Estrutura de banheiros -1,98
Estrutura de mesas e cadeiras -0,81
Didática de professores -0,72
Presença digital do curso -0,65
Ambiente digital para alunos -0,56
Conforto térmico -0,49
Materiais extraclasse -0,44
Conhecimento específico de profs. -0,42
Figura 20 – Perguntas que obtiveram maiores GAPs negativos
50
feitas sugestões, como por exemplo, uma reforma. Já com relação às mesas e cadeiras,
analisando as perguntas qualitativas dos respondentes, vê-se insatisfações pelo tamanho,
o que acarreta em conforto reduzido e impactos na concentração, de acordo com o relato
de alguns alunos. Essas perguntas vão ao encontro da fraqueza elencada pelo
proprietário, de suas instalações serem pequenas. Conforme dito anteriormente, como
reflexo da diminuição de alunos, o curso reduziu bastante seu espaço nos últimos anos.
Além disso, a didática de professores figurou em 3º lugar, conforme ilustrado na
Figura 20, com GAP negativo de -0,72. Outra pergunta relacionada ao conhecimento
específico dos professores também está na lista, com GAP de -0,42. Ao analisar as
perguntas qualitativas dos respondentes, esses resultados podem ser justificados devido
à uma grande insatisfação com a atual professora de português e redação do curso, que
segundo relatos na íntegra, “não aprofunda os conceitos teóricos e específicos para o
vestibular”, além de “ a professora deve corrigir mais os erros encontrados nas
redações”.
Outro ponto no qual a expectativa não foi correspondida, diz respeito a presença
digital do curso e ao ambiente digital para os alunos. Esses fatores também vão de
encontro com as percepções do proprietário, pois atualmente o negócio não possui
presença significativa no meio digital, seja com seu site ou em redes sociais e também
não dá devida atenção ao ambiente digital para alunos.
4.5 NPS
De maneira a captar o poder de prospecção que alunos, ex alunos e pais de
alunos do curso possuem, na última pergunta do questionário foi feita a pesquisa NPS –
Net Promoter Score. Dessa forma, o entrevistado precisava responder se indicaria o
curso estudado a amigos, com base na escala de 1 a 10, sendo 1 o menor valor,
referindo-se para com certeza não indicaria e 10 o maior nível, sendo com certeza
indicaria. As informações coletadas nessa pergunta estão ilustradas na Figura 21.
Observa-se que 54% dos entrevistados, equivalente a 27 pessoas, possuem opinião
bastante positiva, escolhendo o nível 10 mais alto na escala, 26%, o equivalente a 13
pessoas, escolheram o nível 9, 18% nível 8 e por fim, apenas 1 respondente, ou 2% da
amostra, escolheu o nível 7.
51
Fonte: Elaborado pelo autora
De maneira geral, pode-se concluir que o curso possui fatores pontuais para
melhoria, elencados pelos respondentes do questionário aplicado e que foram refletidos
nos GAPs entre percepções e expectativas – como por exemplo, a estrutura dos
banheiros, mesas e cadeiras, a professora de português e redação e também o ambiente
digital do curso. No entanto, a análise NPS sugere que independentemente desses
fatores, os clientes de forma geral estão satisfeitos com o curso e com certeza o
indicariam para seus amigos. Para próximos passos, o curso possui como desafios
absorver esses feedbacks e relatos de seus principais stakeholders, implatar as melhorias
cabíveis de maneira que volte a performar como antes e consiga captar cada vez mais
alunos.
4.5 Entrevista com professores
Além de ter coletado a visão do empreendedor e dos principais stakeholders
(alunos, ex-alunos e pais) acerca do curso, como visto nas seções anteriores, faz-se
pertinente analisar a visão dos professores também, de forma a ter o cenário 360º do
negócio estudado.
O questionário aplicado aos professores foi realizado anonimamente, para
preservar a identidade do entrevistado e obter respostas mais sinceras. Como 3 dos 6
professores já haviam trabalhado/ainda trabalham em outros cursos, ao início foi feita a
pergunta para identificar quem já havia/ainda trabalha nesses lugares e também por
Figura 21 – Net Promoter Score
52
quanto tempo. A seguinte pergunta do questionário teve como finalidade obter a visão
de quais fatores os entrevistados identificam o curso como referência. Foram
escolhidos 09 fatores para seleção, similares aos aplicados no questionário dos
stakeholders: didática e capacidade técnica dos professores, receptividade dos
funcionários, qualidade das salas de aula, recursos tecnológicos, recomendação de
antigos alunos/pais de alunos, desempenho em aprovações no ENEM, histórico de
aprovações em vestibulares, quantidade de anos no mercado e propaganda. Os
entrevistados tiveram que marcar na escala de 1 a 9 qual nota atribuem a cada um desses
fatores, sendo 1 se referindo ao fator de maior importância e 9 o de menos importância.
A Figura 22 representa os resultados obtidos, o eixo X corresponde ao somatório
das respostas atingidas. Assim, quanto maior a nota recebida, menor a importância do
respectivo item para os respondentes. O gráfico de barras está ordenado pelos fatores
em grau de importância, de acordo com as respostas. O que possui o maior somatório
tem menos importância e o que possui menor somatório, maior importância.
Fonte: Elaborado pelo autora
De acordo com os resultados encontrados, pode-se concluir que os históricos de
aprovações que o curso obteve, assim como seu desempenho no ENEM são os fatores
que tornam o curso como referência, na percepção de professores. Corroborando com a
visão também do fundador, no qual elencou como ponto forte. Em seguida, estão a
Figura 22 – Fatores que fazem o curso referência
53
didática e capacidade técnica dos mesmos. Por serem os próprios que estão
respondendo, não será considerada para fins de análise. Em seguida, estão os fatores
receptividade dos funcionários e quantidade de anos no mercado. Por outro lado, os
fatores que o curso não pode ser dito como referência estão os fatores da propaganda e
da utilização de recursos tecnológicos.
Após essa primeira pergunta, foi iniciado o questionário, no qual pode ser
encontrado no Apêndice 5. Nele, estão contidas as perguntas referentes ao quanto o
professional valoriza cada um dos fatores julgados importantes para essa análise e suas
percepções acerca deles no curso estudado, além de uma terceira pergunta para medir a
percepção no curso que já trabalhou ou ainda trabalha. Esses fatores foram divididos em
3 seções: ambiente de trabalho, que diz respeito ao clima organizacional e
simpatia/cordialidade dos funcionários, condições de trabalho, que diz respeito à
infraestrutura do local e diversos aspectos, que compreende questões relacionadas à
gestão, desempenho de alunos, remuneração entre outros.
Na Figura 23, estão sumarizadas a média das respostas obtidas através do
questionário aplicado. No entanto, essa análise nos permite obter apenas uma visão
geral do que os respondentes pensam sobre cada um dos fatores.
Fonte: Elaborado pelo autora
É possível identificar altas médias que os respondentes julgam valorizar cada
fator. Para uma análise mais detalhada sobre as diferenças entre valorização e percepção
de cada um dos fatores , a Figura 24 proporciona uma análise mais detalhada, na qual a
expectativa possui a cor mais escura, e a percepção, mais clara.
Figura 23 – Médias do grau de valorização de cada aspecto
54
Fonte: Elaborado pelo autora
Como pode ser observado, em dois dos fatores , a valorização foi superada pela
percepção – ou seja, os professores melhor avaliaram o desempenho do curso estudado
com relação aos fatores ambiente de trabalho e aspectos diversos. Exceto em condições
de trabalho, no qual o GAP foi negativo. Soma-se à essa análise, a diferença entre a
percepção do fator no curso estudado (cor mais escura) e sua percepção com relação aos
outros cursos em que trabalhou/trabalha (cor mais clara). Os resultados estão presentes
na Figura 25.
Fonte: Elaborado pelo autora
Figura 24 – Diferenças entre valorização e percepção do curso estudado
Figura 25 – Diferenças entre percepção do curso estudado vs. outros cursos
55
Dentre a amostra de professores que trabalham ou já trabalharam em outros
cursos, a média de percepção permanece alta – apenas um pouco inferior aos
professores que só trabalham no curso estudado. Ao comparar os resultados da Figura
25, e de forma análoga a análise anterior presente na Figura 24, observa-se que o curso
em questão também tem melhor avaliação nos fatores ambiente de trabalho e diversos
aspectos, quando comparado com outros locais. E o pior GAP está entre o fator
condições de trabalho.
Para obter uma análise mais detalhada a partir dos GAPs anteriores das Figuras
24 e 25, é preciso entender quais foram as perguntas que contribuíram para os índices
negativos ou positivos de GAPs. Com relação aos positivos, o curso estudado teve o
melhor resultado nas perguntas que dizem respeito ao desempenho dos alunos e
simpatia/cordialidade de funcionários. Já nas perguntas que possuem maior GAP
negativo com relação à percepção dos professores vs. quanto valorizam o aspecto,
dizem respeito à infraestrutura do curso estudado, com GAP de -0,19 e mais
especificamente aos banheiros, -0,28, analogamente à análise vs. outros cursos. Esse
resultado contribue para o que foi visto anteriormente, tanto na entrevista com o
empreendedor, quanto no questionário com stakeholders.
4.6 Concorrentes
A partir da avaliação das expectativas e percepções do empreendedor, alunos,
pais de alunos e professores, foi necessário realizar uma análise do ambiente externo e
realizar comparações com outros cursos, identificando aspectos relevantes para o curso
estudado. Até o momento, todas tinham sido realizadas considerando apenas o ambiente
interno.
Os aspectos mais relevantes para estudo foram a infraestrutura dos outros cursos
e suas presenças digitais, pois foram fatores levantados nas análises anteriores, tanto
com o empreendendor quanto com os stakeholders entrevistados. O método de análise
foi através de pesquisas na Internet e em redes sociais – Facebook e Instagram. Além
disso, foi identificado ao longo do estudo ser pertinente visitar os locais, de forma a
identificar a infraestrutura de cada estabelecimento.
Primeiramente, foram definidos quais concorrentes potenciais fariam parte desse
estudo. Foram escolhidos em conjunto com o empreendedor, e levando em consideração
critérios como a localização – que deveria ser no mesmo bairro de Icaraí, anos no
56
mercado e quantidade de aprovados nos últimos vestibulares. Alguns dos resultados
obtidos através do estudo são encontrados na Figura 26.
Figura 26 – Concorrentes
Fonte: Elaborado pelo autora
Com base nas visitas realizadas aos cursos, eles foram classificados de acordo
com seus portes – que leva em consideração o tamanho/ quantidade de salas. Assim, o
curso em questão possui porte pequeno, com apenas 1 sala, o curso A, médio, pois
possui 2 salas, curso B, grande, possui 6 salas e o curso C, porte pequeno também pois
possui 1 sala. Foi possível observar que o curso estudado possui uma estrutura física
inferior aos outros três cursos analisados. Tanto no quesito de tamanho quanto de
conforto. Com relação à infraestrutura, principalmente de cadeiras, mesas e banheiros –
aspectos que obtiveram maiores GAPs negativos nas entrevistas com stakeholders - os
cursos A e B detém as melhores. Já o curso C, é bem parecido com o estudado, porém
seu espaço é maior, em especial dos banheiros.
Com relação à presença digital dos cursos, observa-se também uma inferioridade
do curso estudado, no que concerne aos números de curtidas/seguidores nas redes
sociais e , consequentemente, a média de postagens por mês. Há uma maior divulgação
de resultados e aprovações nos outros cursos, principalmente no B, o qual divulga
massivamente em sua página do Facebook, obtendo uma média de 50 postagens por
mês.
No que concerne aos serviços oferecidos, o curso B possui ampla estrutura para
estudo, serviços de monitoria em horários específicos e foco em exercícios. O curso A
destaca-se pelos projetos que realiza, com foco em uma prova específica. Por exemplo
para a prova da UERJ, criou-se o projeto UERJ, no qual foi aberta uma turma específica
para a prova e com foco total nela, por um preço bem abaixo do mercado.
Curso Localização Porte
Número de curtidas
na página do
Avaliações positivas
na página do
Número de seguidores
no Instagram
Média de
postagens por mês
Número
de salas
Quantidade
de alunos*
Possui
monitoria?
Curso estudado Icaraí Pequeno 2.475 41 559 2 1 42 Sim
Curso A Icaraí Médio 10.428 112 1.386 10 2 80 Não
Curso B Icaraí Grande 143.939 159 1.126 >50 6 180 Sim
Curso C Icaraí Pequeno 5.427 132 482 5 1 35 Não
* estimado
57
5. CONCLUSÃO
5.1 Considerações iniciais
O curso de pré-vestibular objetivo de estudo deste trabalho tem vivido
momentos difíceis e desafiadores para a gestão, principalmente após a mudança na
forma de ingresso dos estudantes nas instituições de ensino superior. Com objetivo de
entender seu ambiente interno e externo e auxiliar o seu reposicionamento e recolocação
no mercado, que é competitivo, foram feitas análises do perfil de empreendedor, de
qualidade e marketing integradas. Ao tratar-se de estabelecimentos prestadores de
serviço, a gerência deve ter conhecimento claro do que seus clientes ou usuários
definem como qualidade.
Em termos empíricos, uma entrevista foi realizada com o proprietário do curso,
de forma a analisar o seu perfil empreendedor e sua capacidade de reação
empreendedora diante dos desafios do mercado de trabalho. Observou-se que mesmo
sem conhecimento de autores que fizeram os estudos ligados ao empreendedorismo, o
proprietário tem desenvolvido ao longo do processo de existência da empresa suas
características empreendedoras. Além de ser utilizado o Procedimento EEAP adaptado
de Miles & Snow (1978); Conant, Mokwa & Varadarajan (1990) de forma a posicionar
o perfil de comportamento estratégico do curso, que foi identificado predominantemente
como de uma postura defensiva. Essa entrevista com o proprietário também teve como
objetivo conhecer melhor o estabelecimento, coletar alguns de seus dados númericos e
realizar um questionamento sobre forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, para
posteriormente posicioná-lo de acordo com a matriz SWOT. Pela predominância de
forças internas e ameaças externas, o curso se posiciona na fase de manutenção.
Após essa etapa, foi identificada a necessidade de entender a visão dos principais
stakeholders acerca do negócio. Com entrevistas utilizando o método SERVQUAL para
identificação de GAPs entre expectativas e percepções dos respondentes, alunos, ex-
alunos e pais de alunos puderam expor sua opinião acerca do serviço oferecido. Entre os
principais GAPs positivos, ou seja, forças identificadas pelos respondentes, dizem
respeito aos funcionários – a empatia e agilidade no atendimento e a qualidade das
questões. Já em relação aos GAPs negativos, o quesito com a maior discrepância entre
expectativa e percepção foi relacionado à infraestrutura – banheiro , mesas e cadeiras,
didática e conhecimento de professores e presença digital do curso. Identificou-se
também entender a visão dos professores do curso acerca do negócio. De forma similar
58
ao estudo com outros stakeholders, os principais GAPs positivos identificados também
dizem respeito aos funcionários, além do desempenho do curso em aprovações. E
referente aos GAPs negativos, mais uma vez a infraestrutura foi enumerada.
Posteriormente, concorrentes do estabelecimento foram analisados e visitados de
forma a levantar informações relevantes ao estudo e identificar boas práticas em
estabelecimentos do mesmo setor . Além disso, propostas de pontos de melhoria foram
identificadas para nortear o proprietário em ações de melhoria no curso.
5.2 Resposta às questões-problema
• Quais características empreendedoras e expectativas o proprietário possui?
De acordo com as respostas obtidas na entrevista com o proprietário, conclui-se que
o curso foi fruto de grande dedicação e foco em resultados do empreendedor e tem
grande espaço em sua trajetória de vida. Foi percebida uma tendência de atribuição de
altos graus, em torno de 4 (de máximo 5), em 4 das 6 dimensões comportamentais
abrangidas pelo estudo. Esta constatação sugere que ele se percebe
comportamentalmente com alta estima em aspectos de comprometimento e
determinação, criatividade, autoconfiança, habilidade de adaptação, motivação,
superação e liderança, que abrangem: imersão nas atividades, persistência, dedicação,
atingimento de metas, resolução de problemas, obcecado em satisfazer os clientes, pro-
atividade, habilidade em definir conceitos e detalhar ideias, orientação por resultados e
metas, direção pela necessidade de crescer e atingir melhores reultados, autoconfiança,
construição de times, trabalho em equipe, paciência, integridade e confiabilidade.
Assim, observa-se em seu perfil estreita relação com algumas das características
apontadas pela literatura técnico-científica como atributos comportamentais típicos dos
empreendedores, como: orientação para resultados; comprometimento e determinação;
capacidade de resolver problemas, e necessidade de realização. Por fim, com relação às
expectativas futuras para o curso, o empreendedor afirma que planeja continuar dando
aulas por alguns anos e deseja retomar patamares anteriores do curso, em torno de 100
alunos matriculados.
• Qual é o perfil estratégico do curso?
A partir do procedimento EEAP, na maioria dos aspectos a empresa foi definida
com a postura defensiva – nas dimensões problema empreendedor, administrativo e de
engenharia, classificando-a desse modo na tipologia proposta por Miles & Snow (1978),
59
o que sugere que a empresa procura localizar e manter uma linha de serviços
relativamente estável, seu foco está em uma gama de serviços de qualidade superior
porém mais limitada do que seus concorrentes. Não busca estar entre os líderes da
indústria, restringindo-se àquilo que sabe fazer tão bem ou melhor que qualquer um.
• Quais são os principais atributos (positivos ou negativos) considerados pelo
empreendedor, stakeholders e professores do curso?
A partir da análise da matriz SWOT construída com o proprietário, as principais
forças definidas foram: a quantidade de anos no mercado, o atendimento personalizado
dado ao cliente, o alto índice de aprovações e a equipe de monitoria altamente
capacitada aliada a constante prática de exercícios. Com relação aos pontos fracos,
foram elecandas como fraquezas: instalações pequenas, dificuldade em fazer
propaganda eficaz e aluguel alto do estabelecimento.
Segundo a análise SERVQUAL aplicada aos stakeholders, os fatores que receberam
as maiores médias foram relacionados aos funcionários, como a empatia e atendimento
e sobre a qualidade das questões que são feitas. Já os que receberam as piores médias se
referem à infraestrutura de banheiros, por serem pequenos e não terem uma limpeza
devida e aos professores – comentários qualitativos se referem à uma professora em
especial.
Por fim, pela análise do questionário aplicado aos professores, os fatores que
julgam o curso como referência são o históricos de aprovações que o curso obteve ao
longo dos anos, assim como seu desempenho no ENEM. Em seguida, estão os fatores
receptividade dos funcionários e quantidade de anos no mercado. Por outro lado, os
fatores que o curso não pode ser dito como referência, em suas percepções, estão os
fatores propaganda e da utilização de recursos tecnológicos.
• Quais são seus principais concorrentes, quais práticas possuem e os
diferenciais do curso ao compará-los?
Para fins de análise, foram definidos junto ao proprietário três concorrentes
principais, levando em consideração critérios como a localização – que deveria ser no
mesmo bairro de Icaraí, anos no mercado e quantidade de aprovados nos últimos
vestibulares. Os três cursos escolhidos (A, B e C) foram classificados de acordo com
seus portes, no qual o curso estudado possui porte pequeno, com apenas 1 sala, o curso
60
A, médio, pois possui 2 salas, curso B, grande, possui 6 salas e o curso C, porte pequeno
também pois possui 1 sala.
A partir da análise dos cursos concorrentes e das visitas aos estabelecimentos,
pôde-se perceber que um diferencial do curso é o atendimento, a empatia que os
funcionários tratam os alunos e a rápida agilidade na resolução de problemas. Além
disso, sua monitoria diferenciada, com extenso horário diário aliada à prática constante
de exercícios figura em um diferencial frente aos concorrentes, que muitas vezes não
possuem apoio de monitores e foco na resolução de exercícios voltados às questões de
vestibular. No que diz respeito aos aspectos inferiores quando se comparado aos outros,
estão a infraestrutura do estabelecimento e presença digital nas redes sociais (e
consequentemente, a média de postagens).
5.3 Propostas de estudos fututos
Finalmente, o que diz respeito aos estudos futuros, sugerem-se pesquisas
relacionadas aos seguintes temas: mapeamento de possíveis locais para mudança do
curso ou realização de reforma no atual; definição de diretrizes básicas a serem seguidas
por professores; realização de treinamento com o corpo docente a fim de padronizar o
método de aulas; plano de marketing contemplando ferramentas da Internet e de redes
sociais, de forma a direcionar estratégicamente sua propaganda e captar mais alunos;
estruturação estratégica com definição de indicadores-chave para o negócio; fluxo de
mapeamento constante do mercado; estruturação financeira do curso para definição de
custos fixos e variáveis e mapeamento de processos internos.
61
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64
APÊNDICE 1 – Roteiro para coleta de percepções do empreendedor sobre seus
aspectos comportamentais para a condução do negócio
APÊNDICE 2 – Levantamento do perfil empreendedor
65
APÊNDICE 3 – Levantamento do perfil estratégico do empreendedor de acordo
com o procedimento EEAP adaptado de Miles & Snow (1978); Conant, Mokwa &
Varadarajan (1990)
66
67
68
APÊNDICE 4 – Questionário para stakeholders – alunos (atuais e antigos) e pais
Ano de nascimento: ______
Profissão: ________________
Grau de escolaridade: _____________
Ano que prestou/prestará vestibular/ENEM ________________________
Curso que prestou/prestará vestibular/ENEM ______________________
Fez / Faz curso pré-vestibular? ( ) Sim ( ) Não
Se fez curso pré-vestibular, o que achou da experiência? ______
1. Numere de 1 a 11 (1 como o fator mais importante e 11 como o de menos
importância) quais são os fatores que você leva em consideração no momento de
decisão sobre em qual curso de pré-vestibular você irá estudar/ matricular seu(sua)
filho(a):
( ) Didática dos professores
( ) Capacidade técnica dos professores
( ) Receptividade dos funcionários
( ) Qualidade das salas de aula
( ) Qualidade dos recursos tecnológicos utilizados
( ) Quantidade de amigos / amigos de seus filhos que estudam no local
( ) Recomendação de antigos alunos / pais de alunos
( ) Desempenho em aprovação no ENEM
( ) Histórico de aprovações em vestibulares
( ) Quantidade de anos no mercado
( ) Propaganda (internet, jornal, rádio...)
As perguntas abaixo têm como objetivo identificar o que alunos e pais de alunos
esperam de um curso de pré-vestibular e quais são suas percepções sobre esses fatores
relacionados ao curso estudado. Todas as perguntas são numeradas de 1 a 5, sendo 1
pouco importante ou pouco satisfeito e 5 muito importante ou muito satisfeito. Todas as
perguntas possuem um espaço para comentários e/ou sugestões de melhoria que
julgarem importantes.
Professores:
2. O quanto você considera importante a didática de professores de um curso de pré-
vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
3. O quanto você está satisfeito com a didática dos professores do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
4. O quanto você valoriza o conhecimento específico dos professores em relação a
respectiva disciplina ministrada?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
69
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
5. O quanto você está satisfeito com o conhecimento específico dos professores do
Curso em relação a respectiva disciplina ministrada?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
6. O quanto você considera importante a disponibilidade dos professores de cursos pré-
vestibular para tirarem dúvidas fora do horário de aula?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
7. O quanto você está satisfeito com a disponibilidade dos professores do Curso para
tirarem dúvidas fora do horário de aula?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
8. O quanto você considera importante a presença digital (através de grupos de
whatsapp, chats, ou outras formas para atendimento dos alunos online) de professores
de cursos de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
9. O quanto você está satisfeito com a presença digital (através de grupos de whatsapp,
chats, ou outras formas para atendimento dos alunos online) dos professores do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
10. O quanto você considera importante os materiais extraclasse (lista de exercícios,
apostilas, entre outros) disponibilizados pelos professores em cursos de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
11. O quanto você está satisfeito com os materiais extraclasse (lista de exercícios,
apostilas, entre outros) disponibilizados pelos professores do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
12. O que você mais valoriza em relação a professores de um curso de pré-vestibular?
_____________________________________________________
Funcionários:
70
13. O quanto você valoriza a simpatia/cordialidade dos funcionários de
estabelecimentos como cursos pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
14. O quanto você está satisfeito com a simpatia/cordialidade dos funcionários do
Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
15. O quanto você valoriza a rapidez no atendimento de funcionários de um curso pré-
vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
16. O quanto você está satisfeito com a rapidez no atendimento dos funcionários do
Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
17. O quanto você valoriza a capacidade de solucionar problemas de funcionários de um
curso de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
18. O quanto você está satisfeito com a capacidade de solucionar problemas dos
funcionários do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
19. O quanto você valoriza a confiança que funcionários de um curso de pré-vestibular
passam para seus alunos ou seus familiares?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
20. O quanto você está satisfeito com a confiança que os funcionários do Curso passam
para os alunos e seus familiares?
71
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
21. O quanto você valoriza a disponibilidade de atendimento dos funcionários de um
curso de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
22. O quanto você está satisfeito com a disponibilidade de atendimento dos funcionários
do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
23. O que você mais valoriza em relação a funcionários de um curso de pré-vestibular?
_____________________________________________________
Infraestrutura:
24. O quanto você valoriza a infraestrutura de mesas e cadeiras de cursos de pré-
vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
25. O quanto você está satisfeito com a infraestrutura de mesas e cadeiras do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
26. O quanto você valoriza a estrutura de quadros e projetores de cursos pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
27. O quanto você está satisfeito com a estrutura de quadros e projetores do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
28. O quanto você considera importante o conforto térmico fornecido por ventiladores e
ar-condicionado em cursos de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
29. O quanto você está satisfeito com o conforto térmico fornecido por ventiladores e
ar-condicionado no Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
72
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
30. O quanto você valoriza a estrutura de lanchonetes e cantinas em cursos de pré-
vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
31. O quanto você está satisfeito com a estrutura de lanchonetes e cantinas do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
32. O quanto você valoriza a estrutura de banheiros de cursos de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
33. O quanto você está satisfeito com a estrutura de banheiros do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
34. O que você mais valoriza na Infraestrutura de um Curso de Pré-Vestibular?
______________________________________________________________
Serviços oferecidos:
35. O quanto você considera importante a quantidade de simulados disponibilizados por
cursos de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
36. O quanto você está satisfeito com a quantidade de simulados disponibilizados pelo
Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
37. O quanto você considera importante a qualidade das questões (questões inéditas
e/ou questões adaptadas de vestibulares anteriores) de simulados em cursos de pré-
vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
38. O quanto você está satisfeito com a qualidade das questões (questões inéditas e/ou
questões adaptadas de vestibulares anteriores) de simulados no Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
73
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
39. O quanto você considera importante as diferentes formas de pagamento (dinheiro,
cheque, cartões) em cursos de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
40. O quanto você está satisfeito com as formas de pagamento oferecidas pelo Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
41. O quanto você considera importante a presença digital (através do site, facebook e
outras redes sociais) de cursos de pré-vestibular?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
42. O quanto você está satisfeito com a presença digital (através do site, facebook e
outras redes sociais) do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
43. O quanto você considera importante um ambiente digital para alunos de cursos de
pré-vestibular tirarem dúvidas online e interagirem?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
44. O quanto você está satisfeito com o ambiente digital do Curso?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
45. O quanto a mensalidade cobrada em cursos de pré-vestibular é importante para
você?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
46. O quão satisfeito você está com a mensalidade cobrada no Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
47. De 1 a 10, o quanto você indicaria o Curso para seus amigos?
74
Com certeza não indicaria ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 ( )10 Com certeza
indicaria
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
APÊNDICE 5 – Questionário para stakeholders – professores do curso
Disciplina lecionada: ________________
Já trabalhou/trabalha em outros cursos pré-vestibular? _____________
Se sim, qual? ________________
Por quanto tempo? _____________________
Ainda trabalha nele? _______________________
1. Numere de 1 a 10 (1 como o fator mais importante e 10 como o de menos
importância) quais são os fatores que você considera o curso como referência:
( ) Didática dos professores
( ) Capacidade técnica dos professores
( ) Receptividade dos funcionários
( ) Qualidade das salas de aula
( ) Recursos tecnológicos utilizados
( ) Recomendação de antigos alunos / pais de alunos
( ) Desempenho em aprovação no ENEM
( ) Histórico de aprovações em vestibulares
( ) Quantidade de anos no mercado
( ) Propaganda (internet, jornal, rádio...)
As perguntas abaixo têm como objetivo identificar quais são as percepções dos
professores do curso estudado e também acerca dos outros cursos em que trabalham.
Todas as perguntas são numeradas de 1 a 5, sendo 1 pouco importante ou pouco
satisfeito e 5 muito importante ou muito satisfeito. Todas as perguntas possuem um
espaço para comentários e/ou sugestões de melhoria que julgarem importantes.
Ambiente de trabalho:
01. O quanto você valoriza um bom clima organizacional nos locais em que trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
02. O quanto você está satisfeito com o clima organizacional do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
03. Com relação ao outro curso que trabalha/trabalhou, o quão você está satisfeito com
o clima organizacional?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
75
04. O quanto você valoriza a simpatia/cordialidade dos funcionários no ambiente em
que trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
05. O quanto você está satisfeito com a simpatia/cordialidade dos outros funcionários do
Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
06. Com relação ao outro curso que trabalha/trabalhou, o quão você está satisfeito com a
simpatia/cordialidade dos funcionários?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
07. O quanto você valoriza trabalhar com profissionais de bom nível
(didático/acadêmico) ao seu redor?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
08. O quanto você está satisfeito com o nível dos outros profissionais do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
09. Com relação ao outro curso que trabalha/trabalhou, o quão você está satisfeito com
o nível dos outros profissionais?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
10. O que você mais valoriza em relação ao ambiente do local em que trabalha?
_____________________________________________________
Condições de trabalho:
11. O quanto você valoriza a infraestrutura dos locais em que trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
12. O quanto você está satisfeito com a infraestrutura do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
76
13. Com relação ao outro curso em que trabalha/trabalhou, o quão você está satisfeito
com a infraestrutura?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
14. O quanto você valoriza a estrutura de quadros e projetores de locais em que
trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
15. O quanto você está satisfeito com a estrutura de quadros e projetores do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
16. Com relação ao outro curso em que trabalha/trabalhou, o quanto você está satisfeito
com a estrutura de quadros e projetores?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
17. O quanto você valoriza a estrutura de banheiros nos locais em que trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
18. O quanto você está satisfeito com a estrutura de banheiros do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
19. Com relação ao outro curso que trabalha/trabalhou, o quanto você está satisfeito
com a estrutura de banheiros?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
20. O quanto você considera importante as condições de trabalho nos locais em que
leciona?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
21. O quanto você está satisfeito com as condições de trabalho do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
77
22. Com relação ao outro curso em que trabalha/trabalhou, o quanto você está satisfeito
com as condições de trabalho?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
23. O que você mais valoriza na Infraestrutura do local em que trabalha?
______________________________________________________________
Diversos aspectos
24. O quão você considera importante trabalhar em um curso referência, com bons
desempenhos dos alunos?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
25. O quanto você está satisfeito com o desempenho dos alunos do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
26. Com relação ao outro curso em que trabalha/trabalhou, o quanto você está satisfeito
com o desempenho dos alunos?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
27. O quanto você considera importante a remuneração nos locais em que trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
28. O quanto você está satisfeito com a remuneração do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
29. Com relação ao outro curso em que trabalha/trabalhou, o quanto você está satisfeito
com a remuneração?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
30. O quão você considera importante uma boa gestão nos locais em que trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
78
31. O quanto você está satisfeito com a gestão do Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
32. Com relação ao outro curso em que trabalha/trabalhou, o quanto você está satisfeito
com a gestão?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
33. Em geral, o quão você considera importante estar satisfeito nos locais em que
trabalha?
Pouco importante ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito importante
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
34. O quanto você está satisfeito com o Curso?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
35. Com relação ao outro curso em que trabalha/trabalhou, o quanto você está
satisfeito?
Pouco satisfeito ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Muito satisfeito
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________
36. De 1 a 10, o quanto você indicaria o Curso para outras pessoas?
Com certeza não indicaria ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 ( )10 Com certeza
indicaria
Comentário/Sugestão: ___________________________________________________