Escola de Líderes - Módulo 1 - Doutrina

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ESCOLA DE LÍDERES MÓDULO I – ENSINO I MÓDULO 01 – ENSINO 01 LIÇÃO 01: A SALVAÇÃO META DE ENSINO Compreender a importância da salvação e a obra expiatória do Senhor Jesus Cristo em favor dos pecadores. INDICADORES Saber explicar qual a condição do homem quando foi criado. Saber qual a razão da necessidade que o homem tem de expiação na cruz. Saber como deve o ser humano responder ao sacrifício de Cristo. DESENVOLVIMENTO A salvação é um dos pontos mais fundamentais da nossa fé cristã. O Senhor nos salvou para cumprirmos um plano fantástico, maravilhoso. E é importante que entendamos tudo isto. 1 - A CONDIÇÃO DO HOMEM QUANDO FOI CRIADO “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). Deus criou a humanidade coletivamente em uma pessoa: Adão. Já temos visto o propósito de Deus de estabelecer o seu reino sobre a terra. Este propósito será efetivado por meio deste homem coletivo criado em Adão. O primeiro propósito então é que o homem seja um instrumento nas mãos de Deus. Mas este instrumento não é um instrumento qualquer; ele é a própria imagem e semelhança de Deus. O propósito de Deus e ter esse homem corporativo (a sua Igreja cumpre este propósito) que o expresse em sua imagem e o represente em sua autoridade. Já temos falado anteriormente que as ordens de Deus a Adão (1:28) expressam bem esta intenção de Deus. Nós sabemos que Adão caiu e por isso não correspondeu ao propósito de Deus. Desde a queda do homem até a vinda de Jesus abriu-se como que um parêntese no propósito de Deus, mas em Cristo Deus fez uma nova criação. Nós somos agora uma nova criação. Nesta nova criação, todos nós viemos do segundo Adão, que é Cristo Jesus (Rm. 5:12-21). Todos nós que fomos gerados do segundo Adão somos agora os instrumentos de Deus para o estabelecimento do seu reino sobre a terra e para esmagar a cabeça da serpente. O segundo propósito de Deus com o homem foi criá-lo como um vaso para conter Ele mesmo como vida. Esta palavra vaso é muito boa. É importante percebermos que nós como homens somos vasos. Em Romanos 9, Paulo apresenta esta ilustração e em l Coríntios 4:7 vemos que dentro desse vaso existe um tesouro. Quando Deus criou o homem, ele o colocou Escola de Líderes / Ministério Luz Para os Povos - Sede E-mail: [email protected] – Fone: (62) 3211-4929 1

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ESCOLA DE LÍDERES MÓDULO I – ENSINO I

MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 01: A SALVAÇÃO

META DE ENSINO

Compreender a importância da salvação e a obra expiatória do Senhor Jesus Cristo em favor dos pecadores.

INDICADORES

Saber explicar qual a condição do homem quando foi criado. Saber qual a razão da necessidade que o homem tem de expiação na cruz. Saber como deve o ser humano responder ao sacrifício de Cristo.

DESENVOLVIMENTO

A salvação é um dos pontos mais fundamentais da nossa fé cristã. O Senhor nos salvou para cumprirmos um plano fantástico, maravilhoso. E é importante que entendamos tudo isto.

1 - A CONDIÇÃO DO HOMEM QUANDO FOI CRIADO

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). Deus criou a humanidade coletivamente em uma pessoa: Adão. Já temos visto o propósito de Deus de estabelecer o seu reino sobre a terra. Este propósito será efetivado por meio deste homem coletivo criado em Adão. O primeiro propósito então é que o homem seja um instrumento nas mãos de Deus. Mas este instrumento não é um instrumento qualquer; ele é a própria imagem e semelhança de Deus. O propósito de Deus e ter esse homem corporativo (a sua Igreja cumpre este propósito) que o expresse em sua imagem e o represente em sua autoridade. Já temos falado anteriormente que as ordens de Deus a Adão (1:28) expressam bem esta intenção de Deus.

Nós sabemos que Adão caiu e por isso não correspondeu ao propósito de Deus. Desde a queda do homem até a vinda de Jesus abriu-se como que um parêntese no propósito de Deus, mas em Cristo Deus fez uma nova criação. Nós somos agora uma nova criação. Nesta nova criação, todos nós viemos do segundo Adão, que é Cristo Jesus (Rm. 5:12-21). Todos nós que fomos gerados do segundo Adão somos agora os instrumentos de Deus para o estabelecimento do seu reino sobre a terra e para esmagar a cabeça da serpente.

O segundo propósito de Deus com o homem foi criá-lo como um vaso para conter Ele mesmo como vida. Esta palavra vaso é muito boa. É importante percebermos que nós como homens somos vasos. Em Romanos 9, Paulo apresenta esta ilustração e em l Coríntios 4:7 vemos que dentro desse vaso existe um tesouro. Quando Deus criou o homem, ele o colocou diante da árvore da vida. A árvore da vida era para ser comida. Em João 6:35, Jesus disse que ele era comível, que ele era o pão da vida. A árvore da vida aponta então para o próprio Jesus, pois somente ele é a vida. Deus queria que Adão comesse do fruto da vida e o recebesse dentro de si mesmo. Tendo a vida de Deus dentro de si, Adão poderia cumprir o propósito de Deus de ser um instrumento. Neste sentido, nós, vindos do segundo Adão, temos muito mais do que Adão teve. Nós temos a vida de Deus dentro de nós; Adão nunca teve. Para que esta vida que está dentro de nós possa fluir, no entanto, é necessário que o vaso seja quebrado. É interessante que no reino de Deus só os vasos quebrados possuem valor.

2 - O HOMEM, UM SER TRIPARTIDO

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5:23).

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O conceito, para alguns, em relação ao ser é, em geral, dualista: alma e corpo, pois pensam que espírito e alma são a mesma coisa. Mas, através de todo o relato bíblico, encontramos que Deus sempre se refere ao homem como um ser trino e que jamais confunde espírito e alma como se fossem o mesmo. Segundo o Apóstolo Paulo, o crente deve identificar cada uma das partes de seu ser, e, por isso, sua prioridade deve ser sempre a santificação do espírito, da alma e do corpo. E para fazê-lo, o homem deve conhecer muito bem sua natureza trina.

A - O ESPÍRITO

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida, e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2:7).

Deus não deu ao barro um suspiro lânguido, mas sim um forte sopro que lhe deu vida, transformando, assim, o barro em uma personalidade vivente.

Espírito, no idioma hebraico, é “Ruah”; que termina com a letra hebraica “Ah”, uma espécie de som contínuo e gutural que se faz com o sopro expelido, sugerindo, pois, a natureza do Espírito Divino, contínuo, provido de existência própria, não dependendo de ninguém e de nada. O Apóstolo Paulo perguntou: “Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11:35-36). Poderíamos dizer que o espírito do homem é proveniente de Deus, se mantém para Deus, e para Deus regressa. Deus, pela Sua graça, animou o barro inerte através de um forte sopro. O débil barro se transformou em imagem e semelhança de Deus, convertendo-se em um ser vivo, inteligente e emotivo. Espírito (grego: Pneuma), tanto no idioma grego como em hebraico, significa “vento ou sopro”. Do mesmo modo que “sangue” representa a vida animal, “vento” representa o elemento espiritual da vida.

“Que, enquanto em mim houver alento, e o sopro (Ruah) de Deus nas minhas narinas, não falarão os meus lábios iniqüidade, nem a minha língua pronunciará engano” (Jó 27:3-4).

O vento é considerado nas Escrituras um símbolo apropriado do grande e penetrante poder do Deus invisível. Além disso, o sopro se apresenta não só como símbolo dos profundos sentimentos gerados dentro do homem, tais como, dor e ira, mas também de sentimentos associados à natureza de Deus.

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12). Nessa passagem, compara-se a Palavra de Deus a uma espada de dois fios, cuja palavra no grego, “Machaira”, evoca o bisturi do cirurgião, penetrando até as partes mais profundas do ser humano. Tão poderosa é a Palavra de Deus, que penetra até separar a alma do espírito. “Seu espírito necessita ser liberado do círculo de ferro da alma. Esses dois devem ser claramente separados, tanto como o estavam o Espírito e a alma do Senhor Jesus, os quais em nenhum ápice estavam misturados”.

Davi orou: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (Sl 51:10). Existe uma forte ligação entre alma e espírito, isto é, um depende do outro; se há pureza de coração, o espírito pode ser renovado. “...e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:24).

Salomão disse: “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre” (Pv 20:27). Em I Coríntios, no capítulo 2, lemos: v.9 - “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não

subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” v.10 - “Mas Deus no-las revelou pelo Seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas,

ainda as profundezas de Deus.” v.11 - “Por que, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que

nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.”Para poder entender a estruturação do espírito, alguns teólogos o tem dividido em três

aspectos: Intuição, comunhão e consciência. Se tomamos como exemplo os instrumentos que havia dentro da Arca da Aliança, encontraremos um importante paralelo com a natureza espiritual do ser humano.

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A.1 – Intuição

‘‘E vós possuís a unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento’’ (I Jo 1:20). ‘‘Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós e não tendes necessidade de que alguém vos ensine, mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou’ (I Jo 2:27).

A intuição é a capacidade do espírito humano de conhecer, de saber, independentemente de qualquer influência exterior. É o conhecimento que chega até nós, sem qualquer ajuda da mente ou da emoção; ele chega intuitivamente. As revelações de Deus e todas as ações do Espírito Santo se tornam conhecidas por nós pela intuição do espírito. A nossa mente simplesmente nos ajuda a entender aquilo que o Espírito Santo revela ao nosso espírito.

Muitas vezes, existe algo no nosso íntimo nos impelindo a fazer algo ou nos constrangendo para que não o façamos. Essa sensação interior é a intuição do espírito. Quantas vezes, depois de fazermos alguma coisa, confessamos: ‘‘bem que dentro de mim algo me dizia para eu não fazer’’. Todos podemos testemunhar que, em muitas circunstâncias, passamos por experiências semelhantes a essa. O nosso espírito está funcionando, nós é que não damos crédito. A maioria de nós somos confinados a uma vida exterior e quase nunca damos crédito à voz interior no espírito.

A intuição se manifesta pela restrição e pelo constrangimento. Por exemplo, podemos estar pensando em fazer determinada coisa. Parece muito razoável, gostamos dela, e resolvemos ir em frente. Mas algo dentro de nós, uma sensação pesada, opressiva, parece opor-se ao que a nossa mente pensou, nossa emoção aceitou e a nossa vontade decidiu. Parece dizer-nos que tal coisa não deve ser feita. Este é o impedimento, ou a restrição da intuição.

Tomemos agora um exemplo oposto. Determinada coisa parece irracional, contrária ao nosso deleite, e muito contra a nossa vontade. Mas, por algum motivo desconhecido, há dentro de nós um tipo de constrangimento, um impulso, um estímulo para que façamos. Este é o constrangimento da intuição.

É importante ainda frisarmos que há uma diferença entre o conhecer e o entender. O conhecer está no espírito, enquanto que o entender está na mente. Conhecemos uma coisa através da intuição do espírito, a nossa mente é então iluminada para entender o que a intuição conheceu. Na intuição do espírito, conhecemos a persuasão do Espírito Santo, na mente entendemos a orientação do Espírito Santo.

O conhecimento da intuição é chamado na Bíblia de revelação. Revelação é o desvendar, pelo Espírito Santo, da verdadeira realidade de alguma coisa. Esse tipo de conhecimento é muito mais profundo que o conhecimento da mente. A unção do Senhor nos ensina a respeito de todas as coisas, pelo espírito de revelação e de entendimento.

A.2 - Comunhão

‘‘Meu espírito exulta em Deus meu salvador’’ (Lc 1:47). ‘‘O que une ao Senhor é um só espírito com ele’’ (I Co 6:17).

Comunhão é adorar a Deus. Toda comunhão genuína com Deus é feita no nível do nosso espírito. Deus não é percebido pelos nossos pensamentos, sentimentos e intenções, pois Ele só pode ser conhecido diretamente em nosso espírito. Aqueles que não conseguem perceber o seu próprio espírito, não conseguem também adorar a Deus em espírito. Deus é espírito e somente o nosso espírito pode entrar em comunhão com Ele.

É no nosso espírito que nos unimos ao Senhor e mantemos comunhão com Ele. Tudo o que Deus faz Ele faz a partir do nosso espírito. É sempre de dentro para fora. Esta é uma maneira bem prática de sabermos o que vem de Deus e o que vem do diabo. O diabo sempre começa agir pelo corpo, de fora, tentando atingir dentro da alma. É de fora para dentro. Deus, por sua vez, age de dentro para fora.

Sempre que formos adorar Deus, devemos nos voltar para o nosso coração, pois é no nosso coração que percebemos o nosso espírito. Não procure exercitar a mente na hora de adorar, exercite o espírito, mediante o coração. É por isso que a adoração com cânticos em

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línguas é mais eficiente, pois a nossa mente fica infrutífera e podemos exercitar o espírito livremente. Quando o fogo vier queimando, no coração, absorva-o completamente; quando vier como um rio transbordante, beba-o completamente. A comunhão é sempre percebida no coração.

A.3 - Consciência

É fácil entender a consciência. Todos nós estamos familiarizados com ela. É a capacidade de discernir entre o certo e o errado, não segundo os critérios da mente, mas segundo uma sensação do espírito (Rm 9:1; At 17:16).

Quando comparamos Romanos 9:1 e Atos 17:16, vemos que a consciência está localizada no espírito humano. Testificar, confirmar, recusar e acusar são funções da consciência. Em I Coríntios 5:3, Paulo diz que, em seu espírito, julgou uma pessoa pecaminosa. Julgar significa condenar ou justificar, que são ações da consciência.

Muito freqüentemente, a consciência condena coisas que a nossa mente aprova. O julgamento da consciência não é segundo o conhecimento mental, mas segundo a direção do próprio Espírito Santo.

Na Bíblia existem dois caminhos: o caminho tipificado pela árvore da vida e a do conhecimento do bem e do mal. Não somos exortados na Palavra a andarmos segundo o padrão de certo e errado, mas sim a sermos guiados pelo espírito. Quando você pára diante de um cinema, qual é a sua ponderação? ‘‘Não é pornográfico, não é errado, não faz mal, portanto, eu posso assistir’’. Tais ponderações não são da consciência; é a mente decidindo, independentemente. A consciência não faz ponderações, apenas decide. Há muitas coisas que a nossa consciência recusa, mas a nossa mente aprova. Devemos rejeitar de uma vez por todas o caminhar segundo a mente, segundo a árvore do conhecimento, e seguirmos pelo espírito, pelo princípio da vida de Deus em nós, percebido em nossa consciência.

Precisamos ser absolutos para com aquilo que Deus condena em nossa consciência. Nunca devemos tentar explicar o pecado, justificando-o. Sempre que em nossa consciência houver uma recusa, devemos parar imediatamente. Alguns tentam se justificar dizendo que não têm muita convicção se determinada coisa é errada ou não. Romanos 14:23 nos diz que tudo o que não vem de plena certeza e fé é pecado.

Só podemos servir a Deus estando com a nossa consciência limpa. Todos nós podemos testificar que a ação da nossa consciência não depende de nosso conhecimento da Bíblia. Muitas vezes sentíamos que algo era errado e só depois descobríamos aquela proibição na Bíblia. Sem que ninguém nos ensinasse, sabíamos que o nosso namoro estava errado, que as nossas finanças estavam desajustadas. Aquele que é nascido de Deus tem, no seu espírito, a voz do Espírito Santo a falar pela sua consciência. Ninguém jamais poderá dizer que não sabia. A nossa consciência tem a função de testificar conosco a vontade de Deus.

B - A ALMA

I Coríntios 15:45 declara: “O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, em espírito vivificante...”, por isso a alma tem que receber primeiro a vida do espírito. Ezequiel 18:4 declara: “A alma que pecar, essa morrerá”.

Myer Pearlman comentou: “Não podemos pensar que a alma é parte de Deus, posto que a alma peca; é mais correto afirmar: É o dom e a obra de Deus”. O homem e os animais têm alma. A alma dos animais é terrena e morre juntamente com o corpo; as plantas têm alma, mas não é uma alma consciente. A alma do homem é eterna e, ainda que o corpo físico morra, a alma continua vivendo por toda eternidade. Quando o Senhor disse: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, estava pensando em resgatar as almas dos homens de uma condenação eterna. Jesus disse que o homem pode experimentar uma segunda morte, que seria a tortura eterna no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 20:14).

A Palavra de Deus nos mostra clara e inequivocamente, que a alma humana é composta por três partes: a mente, a vontade e a emoção. A alma é a sede da nossa personalidade, é o nosso ‘‘EU’’. É por esse motivo que, em muitos lugares, a Palavra de Deus chama o homem de

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‘‘alma’’. As principais características do homem estão na sua alma, tais como ideais, pensamentos, amor, etc.

B.1 – Mente

Provérbios 2:10, 19:2 e 24:14 sugerem que a alma necessita de conhecimento. O conhecimento é uma função da mente, logo, a mente é uma função da alma.

‘‘As suas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem’’ (Sl 139:14). Saber é uma função da mente, e portanto também da alma. Lamentações 3:20 diz que a alma pode se lembrar e sabemos que a lembrança é função da mente. Por isso podemos afirmar que a mente é uma função da nossa alma.

A mente é a função mais importante da alma. Se a nossa mente for obscurecida, nunca poderemos chegar ao pleno conhecimento da verdade. A nossa mente é renovada para poder experimentar e entender a vontade de Deus, que é revelada em nosso espírito. Com a mente temos contato com o mundo intelectual, desenvolvemos nosso raciocínio e desenvolvemos nossa capacidade de pensar.

B.2 - Vontade

A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições: queremos ou não queremos. Sem ela o homem seria reduzido a um autômato. É a vontade do homem que também resolve pecar ou servir a Deus. É na nossa alma que está o nosso poder de escolha.

Quem dá a última palavra sempre é a vontade. Nela centram-se as grandes vitórias, ou experimentam-se as mais tristes derrotas. O profeta Daniel propôs em seu coração não se contaminar com a comida do rei; os três amigos de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abedenego, propuseram em seus corações não adorar a imagem que haviam feito do rei Nabucodonosor, ainda que isso custasse a vida. José, o patriarca, propôs em seu coração não defraudar aquele que lhe estendeu a mão, Potifar, e, por isso, recusou deitar-se com sua esposa. Abel propôs dar a melhor oferta para Deus. Zacarias e Isabel propuseram ser irrepreensíveis diante de Deus. Paulo propôs trabalhar mais do que os outros apóstolos.

Salomão disse: “A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; por que quem poderia julgar a este teu tão grande povo?” (I Rs 3:9).

Jeremias 17:9: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas...”.

Gênesis 6:5: “Toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente...”.

Salmo 78:37: “Porque o seu coração não era reto para com Ele”.

Jeremias 4:14: “Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém”.

Joel 2:13: “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes”.

Romanos 10:10: “Visto que com o coração se crê para a justiça...”.

Mateus 5:8: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”.

B.3 – Emoções

A emoção é uma parte importante da experiência humana. As emoções dão cor à nossa vida, todavia jamais podemos nos deixar ser guiados por elas. Isso porque a emoção é uma parte da alma. As emoções se manifestam de muitas formas: amor, ódio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo, etc.

Em I Samuel 18:1, Cantares 1:7 e Salmo 42:1, percebemos que o amor é alguma coisa que surge em nossa alma. Provando, portanto, que, dentro da alma, existe uma função como a emoção.

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Quanto ao ódio, podemos ver em II Samuel 5:8, Ezequiel 36:5 e Salmo 117:18 expressões, tais como: menosprezo, aborrecimento e desprezo. Essas são expressões de ódio e, em todas elas, vemos que procedem da alma. A alma, portanto, tem a função de ter emoções, tais como o ódio.

Poderíamos citar ainda a alegria em Isaías 61:10 e Salmo 86:4 como uma emoção da alma e ainda a angústia ou o desejo (I Sm 30:6, 20:4; Ez 24:25 e Jr 44:14).

C - O CORPO

Deus criou do pó da terra o homem. “E fez Deus o homem do pó da terra” (Gn 2:7).A Palavra de Deus nos diz que o nosso corpo é apenas a nossa casa terrestre. É o lugar

onde moramos neste mundo. A função básica do corpo é ter contato com o mundo físico. Paulo nos diz em II Coríntios 5:1-4 que o nosso corpo é a nossa casa terrestre, mas haverá um dia em que seremos revestidos da nossa habitação celestial. O nosso corpo não tem conserto e nem salvação. Precisamos receber outro corpo. No céu não teremos uma nova alma, mas teremos um novo corpo. O nosso espírito foi regenerado, a nossa alma está sendo transformada e o nosso corpo será glorificado. Vemos aqui os aspectos: passado, presente e futuro da nossa salvação.

C.1 - Função da sensação

A função da sensação é a porta do nosso ser. Ela se constitui nos cinco sentidos do corpo. Tudo o que entra em nossa alma, entra através dos cinco sentidos. Se desejamos obter vitória sobre o pecado, precisamos disciplinar o nosso corpo para que, através dele, não entre nada sujo ou pecaminoso.

C.2 - A Função da locomoção

Evidentemente, é função do nosso corpo se locomover. O nosso corpo é a parte mais inferior, pois é ele que tem contato com o mundo físico, e para o corpo é impossível perceber as coisas espirituais.

C - Função de instinto

Os instintos são reações do organismo que não dependem do comando da nossa alma. São reações automáticas e em si mesmas não são pecaminosas. Entretanto, elas são a base da concupiscência da carne. Deus criou os instintos bons, mas, por causa do pecado, eles foram degenerados e hoje precisamos exercer domínio sobre eles.

Há três grupos de instintos básicos: de sobrevivência, de defesa e sexual. O instinto de sobrevivência inclui o comer, o beber e as necessidades fisiológicas. São inatos; ninguém precisa ensinar a criança a mamar, ela já nasce sabendo. O pecado transformou esse instinto natural em glutonaria e bebedices. O instinto de defesa inclui os atos reflexos de proteção, como esquivar-se, esconder-se, proteger-se. O pecado o transformou em brigas, facções, iras e todo tipo de violência. E o instinto sexual foi corrompido para se transformar em adultério, fornicação, prostituição, sodomia e coisas parecidas. Não devemos permitir que esses instintos naturais, que permanecem em nós, mesmo depois que somos convertidos, nos controlem. O corpo deve ser um servo e não um Senhor.

A Palavra de Deus diz que há algo que devemos fazer com o nosso corpo:‘‘Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresentais os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional’’. Devemos ofertar o nosso corpo a Deus e trazê-lo debaixo de austera disciplina. Disciplinar não é usar de ascetismo, mas é simplesmente não fazer a vontade do corpo. O nosso corpo, junto com a nossa alma, é a parte do nosso ser natural que, no seu conjunto, é chamado de carne no Novo Testamento. O carnal, então, é aquele que vive no nível do natural, ou seja, no nível da alma e do corpo.

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3 - A QUEDA DO HOMEM

Satanás tentou Eva com uma serpente, fazendo uma pergunta que invariavelmente punha em dúvida a Palavra de Deus. Se Eva tivesse completamente se submetido ao controle do espírito, rejeitaria a interrogação da serpente. Por tentar responder, ela exercitou a mente em desobediência ao espírito. Sem dúvida que a pergunta de Satanás estava cheia de erros, pois seu motivo principal era simplesmente incitar o esforço mental de Eva. Ele espera até que Eva o corrigisse, mas lamentavelmente, ela ousou mudar a Palavra de Deus um sua conversa com Satanás. Conseqüentemente o inimigo foi encorajado a tentá-la no sentido de comer sugerindo que, ao comer, seus olhos seriam abertos e ela seria como Deus, conhecendo o bem e o mal. Satanás provocou seu pensamento e a alma primeiro e depois avançou para apoderar-se de sua vontade. O resultado foi que ela caiu em pecado.

Satanás sempre usa a necessidade física como o primeiro alvo do ataque. Ele mencionou simplesmente o comer do fruto a Eva, uma coisa totalmente física. Em seguida, ele prosseguiu para seduzir sua alma, insinuando que pela satisfação seus olhos seriam abertos para conhecer o bem e o mal. Não que o conhecer o bem e o mal seja errado, mas tal atitude brotou de uma má intenção do coração. A tentação de Satanás alcança primeiro o corpo, depois a alma, e, finalmente, o espírito.

Após ser tentada, foi Eva quem tomou a decisão. Primeiro a árvore era boa para se comer. Isto é a cobiça da carne. Sua carne foi a primeira a ser despertada. Segundo era agradável aos olhos. Agora tanto o seu corpo quanto a sua alma haviam sido seduzidos. Terceiro, a árvore era desejável para dar entendimento, isto é, a soberba da vida (I Jo 2:15-17).

A queda do homem foi ocasionada pela busca de conhecimento, por isso, Deus usa a loucura da cruz para destruir a sabedoria dos sábios. O intelecto foi a causa principal da queda, por isso, para alguém ser salvo, é preciso que creia na loucura da palavra da cruz, em vez de depender de sua inteligência. A árvore do conhecimento provoca a queda do homem, por isso, Deus emprega a árvore da loucura para salvar almas (I Pe 2:24).

O apóstolo Paulo nos diz que Adão não foi enganado, indicando que a mente dele não foi confundida no dia da queda. Quem tinha a mente fraca era Eva (I Tm 2:14). Segundo o registro de Gênesis, está escrito que a mulher disse: “a serpente me enganou e eu comi”. Adão evidentemente não foi enganado, sua mente estava clara e ele sabia que o fruto era da árvore proibida. Pelas palavras de Paulo vemos que Adão pecou deliberadamente. Ele amava mais a Eva do que a si mesmo. Ele fez dela seu ídolo e por amor a ela estava disposto a rebelar-se contra Deus. Vemos que Eva pecou por causa da mente, mas Adão por causa da emoção, ambos pecaram por seguirem o curso da alma.

A - AS CONSEQÜÊNCIAS DA QUEDA

Quando Deus falou com Adão no princípio, ele disse: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Entretanto, Adão e Eva continuaram a viver por centenas de anos depois de comerem do fruto. Obviamente isto indica que a morte predita não era física. A morte de Adão começou no seu espírito.

Devemos entender que morte não significa aniquilamento. O espírito do homem não deixou de existir, mas simplesmente perdeu o contato com Deus. Quando alguém morre não deixa de existir, mas nós perdemos o contato com ele. A morte do espírito significa que ele perdeu o contato com Deus.

Na alma do homem, o resultado foi que ela se tornou corrompida e contaminada com os pensamentos da serpente. O homem tornou-se essencialmente um ser da alma, puramente natural e indiferente às coisas do espírito. A alma tornou-se muito desenvolvida e veio a ser o centro do homem. O homem então se tornou egoísta, totalmente voltado para o seu próprio Ego.

Por fim, o corpo também foi atingido. Quando Deus criou o corpo humano, este era completamente puro, mas quando o homem pecou, o veneno da serpente foi injetado nele e o corpo passou a ser o lugar da habitação do pecado. Em Romanos 7, Paulo diz que o pecado estava nos seus membros. O corpo se tornou o que a Bíblia chama de carne. Não devemos ceder

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a nenhum dos apetites do nosso corpo, antes devemos discipliná-lo até o dia da sua glorificação, pois sabemos que o corpo não se converte e continua o mesmo de antes da nossa conversão.

Estas foram as conseqüências do pecado com relação às três partes do homem; podemos ver também as conseqüências do pecado com relação a três pessoas: com relação a Deus, a nós mesmos e ao Diabo. Com relação a Deus, o homem está separado de sua comunhão, está debaixo da sua condenação e deve ser punido com a morte. Com relação a si mesmo, o pecado gerou a culpa e a angústia. Com relação a Satanás, o pecado nos traz acusação e escravidão.

Com a queda, nós nos tornamos essencialmente pecadores. O pecado entrou para dentro da constituição humana. Tornou-se algo como que hereditário, que transmitimos aos nossos filhos. Não devemos pensar que somos pecadores porque pecamos, mas é o contrário, por sermos pecadores é que pecamos. Uma árvore não é má porque produz frutos maus, mas por ser má é que naturalmente os frutos serão maus. O pecado é o veneno da serpente que foi injetado dentro do homem.

A - O PECADO

“... Tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3:6). O homem, ao incorrer no pecado e ao reagir de acordo com a natureza pecaminosa, fez-se culpado diante dos olhos de Deus. Seus olhos foram abertos e, tomando consciência, viu-se em sua triste condição, desprotegido e nu. Isso se evidencia especificamente na atitude que Adão e Eva tomaram quando buscaram cobrir sua nudez com folhas de figueira e, no momento em que escutaram a voz de Deus, esconderam-se de Sua presença.

O primeiro tipo de pecado é a soberba, a rebeldia - Esse pecado agride Deus em sua autoridade, atinge o trono de Deus. Satanás disse: "subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo" (Is 14:13). Do ponto de vista de Deus, esse é o tipo mais grave de pecado, porque ele atinge diretamente o trono de Sua autoridade.

O segundo tipo de pecado é a desobediência - O desobediente é aquele que mente, rouba, prostitui; é aquele que desobedece ao mandamento de Deus. O desobediente agride Deus em sua santidade, Deus é santo; Ele não suporta a sujeira, a impureza e a iniqüidade. Esse tipo de pecado é terrível, mas, do ponto de vista de Deus, a rebeldia é mais grave ainda.

O terceiro tipo de pecado é a incredulidade - O incrédulo atinge Deus em seu caráter. Ele é aquele que faz de Deus um mentiroso. Deus diz: "em tudo fostes enriquecidos", mas o incrédulo diz: "eu sou pobre". Deus diz: "eu carreguei na cruz a sua enfermidade; o incrédulo diz: "tenho medo de morrer de câncer". Deus diz: "eis que vos dou autoridade sobre serpentes e escorpiões"; o incrédulo diz: "eu não tenho o dom de expulsar demônios; isso é só para pastores". Percebe que há muitas maneiras sutis de dizer que Deus é mentiroso. Nem sempre somos descarados, na maioria das vezes somos sutis.

4 - A PROMESSA DA REDENÇÃO

Em Gênesis 3:15, vemos a promessa maravilhosa que Deus fez aos homens depois da queda: “porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. Esta promessa, certamente são boas novas.

Em primeiro lugar devemos entender que esta mulher em Gênesis 3:15 certamente se refere a Eva, mas é importante percebermos que Eva está simbolizando todo o povo de Deus. Veja que a Igreja na Bíblia é uma mulher, uma noiva. Portanto, a inimizade entre a serpente e a mulher é uma inimizade entre a Igreja e a serpente, em última análise.

O descendente da mulher é o Senhor Jesus. Veja que o texto diz a descendência da serpente e o descendente da mulher. O artigo definido nos mostra um descendente específico da mulher. Foi Jesus que feriu a cabeça da serpente. Foi ele que nasceu somente da mulher, a Virgem Maria(Is. 7:14; Mt.1:23; Gl. 4:4). Em Hb. 2:14 e I Jo. 3:8 vemos que de fato Jesus feriu a cabeça da serpente. O Senhor Jesus destruiu aquele que tem o poder da morte, a saber: Satanás. Enquanto o Senhor Jesus destruiu a serpente na cruz, esta feria o seu calcanhar. Isto

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significa o Senhor Jesus cravado na cruz. Além do mais um ferimento no calcanhar é simplesmente inofensivo, é, em três dias (Aleluia!), fica totalmente restabelecido.

Quando Adão caiu em pecado, ele e sua esposa se esconderam por entre as árvores do jardim para esperarem o juízo de Deus. Deus havia dito que no dia em que eles comessem da árvore do conhecimento eles morreriam. Adão certamente estava esperando a morte como condenação. Todavia, Deus veio e antes de mais nada anunciou boas novas a eles: a mulher teria um descendente que esmagaria a cabeça da serpente. Certamente Adão e Eva se alegraram com as boas novas anunciadas por Deus e creram na palavra do Senhor. Como podemos dizer que Adão creu? Pelo simples fato de ter dado o nome de Eva (que quer dizer vivente) a sua esposa. Ele sabia que ela iria ter o filho anunciado por Deus. Eles não iriam mais morrer, antes viveriam para cumprir o propósito de Deus.

Depois da atitude de fé de Adão vemos uma outra ação de Deus. Deus colocou vestimentas sobre o homem e a sua mulher. Isto significa que Deus os justificou. Ser justificado significa ser coberto pela justiça de Deus, que é o próprio Cristo, não com qualquer coisa feita pelo homem. Gálatas 3:27 diz: “Porque todos quantos fostes batizados para dentro de Cristo, de Cristo vos revestistes”. Portanto, quando o homem crê na palavra de Deus recebe a sua justiça como vestimenta.

Muito embora a Bíblia não diga de que animal foram feitas as vestimentas, é muito provável que tenha sido de cordeiro. Digo isto em função de que Abel mais tarde oferecer sacrifício de ovelhas. Certamente ele deve ter aprendido isto do próprio Deus, por ocasião deste evento.

Vejamos quais são os benefícios da obra expiatória de Cristo.

A - ELA PRODUZ A NOSSA RECONCILIAÇÃO

“Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5:10).

A doutrina da reconciliação, segundo a própria palavra significa, quer dizer, essencialmente, “troca” ou “permuta”. Consiste na mudança da relação de hostilidade que pode existir entre dois indivíduos, passando eles a serem amigos entre si. Essa relação de hostilidade é alterada para a relação de paz. Do estado de paz, em seguida, fluem todas as bênçãos da salvação, isto é, a salvação que se deriva da vida de Cristo.

É Deus quem inicia esse movimento de permuta, na pessoa e na obra de Jesus Cristo. “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. (Rm 5:6-8). “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (II Co 5:18).

Há um movimento paralelo ao lado do homem, em direção a Deus, em que o homem cede ao apelo do amor de Cristo que foi ao auto-sacrifício, deixando de lado a inimizade, renunciando ao pecado, voltando-se para Deus com fé e obediência.

Há uma conseqüente modificação do caráter do homem; a cobertura, perdão e purificação do pecado. Uma total revolução em todas as suas disposições e princípios.

Há a modificação correspondente da parte de Deus, porquanto foi removido aquilo que era a única razão da hostilidade divina contra o homem, de tal modo que agora Deus o acolhe em sua comunhão, prodigalizando-lhe todo o seu amor paternal e a sua graça.

“... a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3.25-26).

B - JESUS, O ÚNICO MEDIADOR

Um hindu, muito influenciado pela doutrina da reencarnação, ouviu falar acerca de Jesus Cristo. Quando soube que Jesus, sendo Deus, fez-se homem, afirmou: “Não me cabe na mente a

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idéia de que Deus tenha-se feito homem; eu não posso entender isso”. Caminhando certo dia, por um imenso campo, cuja terra estava arando com um trator, viu um formigueiro e preocupou-se, pois pensava que elas poderiam ser seus antepassados. Querendo, então, avisá-las do perigo iminente, disse-lhes: “Hei! Formiguinhas vejam, vem aí um monstro enorme que se chama trator e vai moê-las; fujam, estão em perigo!” Mas nenhuma delas saiu correndo, porque não entenderam a sua linguagem. Por essa razão, o hindu pôs armadilhas para que as formigas escapassem, entretanto nenhuma delas escapou. Então ele se angustiou e disse finalmente: “Se pudesse fazer-me formiga, poderia falar-lhes do perigo que se aproximava delas e salvá-las-ia”.

Foi nesse momento que ele compreendeu a doutrina do cristianismo, e disse: “Claro! Se Deus nos fala como o Deus Todo poderoso, Deus do céu e da terra, e nos diz: ‘hei, mortais, perigo!’ Vão para o inferno”. Se nós escutássemos essa voz, diríamos: “Estou ficando louco”; mas Deus fez-Se homem, humilhou-Se, deixou Seu trono de glória, deixou Sua grandeza, deixou Seu esplendor, veio e viveu como um mortal, participou da carne e sangue e, numa linguagem muito humana e muito divina, ensinou-nos o caminho de redenção”. Haverá alguém mais extraordinário que Jesus Cristo? Eu não o conheço!

Paulo disse em I Timóteo 3:16: “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne”. O apóstolo disse: Deus foi manifestado na carne. Jesus era Deus e também era homem. Que palavras tão extraordinárias! O mesmo Senhor, em Provérbios, disse: “Porque o que me acha, acha a vida e alcança favor do Senhor. Mas o que peca contra mim, violenta a própria alma. Todos os que me aborrecem, amam a morte” (Pv 8:35-36). O mesmo Jesus confundiu Seus adversários quando disse: “Na verdade, na verdade vos digo, antes que Abraão existisse, Eu sou”. Os rabinos e mestres disseram: “Este não tem nem cinqüenta anos, como pode conhecer a Abraão que existiu 2.000 anos atrás?” Mas Jesus é o mesmo Deus; a diferença é que Ele tomou um corpo humano para ensinar-nos a glória vindoura, e, por essa razão, devemos impregnar-nos totalmente da doutrina de Cristo, para amá-Lo e servi-Lo de todo nosso coração.

Ainda que o homem tente encher seu coração com a paixão e o prazer dos vícios, ou com a cultura, a arte ou a ciência, ou com a fadiga do trabalho, seu coração permanece vazio, razão pela qual Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5:3).

Por isso o homem tem prosseguido em buscar soluções para sua vida vazia e de pecado permanente, o que tem levado nestes últimos tempos ao ressurgimento da liderança espiritual de todas as correntes doutrinárias. Jesus disse aos judeus que haviam crido nEle: “Se vós permanecerdes na Minha Palavra, sereis verdadeiramente Meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:31-32).

Jesus é extraordinário, é o verdadeiro Deus, como o disse o Apóstolo João: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (I Jo 5:20).

Jesus Cristo é o único homem no mundo que fez planos com Sua morte, e não errou. Eis aí um conquistador que incorpora a si mesmo, não uma nação, mas sim a humanidade. A alma humana se faz um anexo da Sua. Quanto mais penso, mais absolutamente persuado-me da divindade de Jesus Cristo.

Jesus é o Deus eterno, conforme está expresso no Evangelho de João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1).

C - A GRAÇA ABUNDANTE

A graça não se pode negociar, nem comprar, nem vender a salvação (Ef 2:8-9). Quando Simão, o mago, ofereceu dinheiro a Pedro para receber a unção, a resposta de Pedro foi: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus” (At 8:20).

Mas, o que é a graça? Poderíamos dizer que é a misericórdia de Deus a que não a merece. A graça é o mais grandioso presente, e que não tem preço, concedido por Deus a todos os que a querem receber.

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“Graça” vem do grego “caris”, que quer dizer beleza ou atrativo. A graça começa em Deus, que não nos vê em nossa lamentável condição. Ele nos deu uma imagem favorável, que tem produzido o milagre da transformação. Um grande exemplo encontramos na época antidiluviana, quando Deus tomou a decisão de destruir a terra com o dilúvio, porque toda carne havia se corrompido; a única exceção foi Noé, que achou graça diante dos olhos de Deus (Gn 6:5-8).

O que fez com que Noé achasse graça diante dos olhos de Deus?

Era justo: era equilibrado e nunca atuou com parcialidade.

Era perfeito em sua geração: instituiu em sua casa, e com sua descendência, uma disciplina fundada no temor de Deus.

Noé caminhou com Deus: Ele renunciou sua própria vontade e aceitou fazer incondicionalmente a vontade de Deus em tudo o que Ele mandasse (Gn 6:9).

O caráter de Noé moveu a mão misericordiosa de Deus, de tal forma que o mesmo Senhor lhe confiou a preservação de toda a raça humana.

Podemos notar que a graça está no coração amoroso de Deus, mas para que ela se desenvolva foi necessário um ponto de contato: a vida íntegra de Noé, conforme o Senhor lhe expressou quando mandou que entrasse com toda sua casa na arca: “Porque a ti tenho achado justo diante de Mim nesta geração” (Gn 7:1).

Embora Deus tenha estendido Sua misericórdia a toda a humanidade, o homem perseverou em seu pecado, e para que Deus não destruísse o ser humano, escolheu um homem, chamado Jesus, depositando nEle o pecado de todos nós, convertendo-se, desse modo, a fé em Jesus na única fonte de salvação para a humanidade.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não é de vós, pois é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9).

“E se pela graça, já não é por obras; de outro modo a graça já não é graça. E se por obras, já não é graça; de outro modo a obra já não é obra” (Rm 11:6).

Deus deu uma lei ao povo de Israel, que, como nação, deveria cumpri-la. Se obedecessem aos estatutos e mandamentos do Senhor, Ele o confirmaria como Seu povo, e seria Seu Deus. Mas se o povo quebrasse os diferentes mandamentos divinos, então o Senhor estaria contra ele, dispersá-lo-ia pelas diversas nações e o afligiria com diferentes pragas, até destruí-lo. Ele disse: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os Seus mandamentos e os Seus estatutos que, hoje, te ordeno, então virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão: Maldito serás tu na cidade e maldito serás no campo” (Dt 28:15-16).

Todos os que não viveram de acordo com a lei, teriam a maldição. Para os judeus foi praticamente impossível guardar a lei, porque quiseram fazê-lo sem fé, e sem fé é impossível agradar a Deus. Também hoje existem algumas correntes religiosas que pretendem fazer o que os judeus não puderam, submetendo seus fiéis a uma religiosidade baseada em normas novamente externas e deixando de lado o poder da fé. Paulo escreveu: “Os que se prendem à lei judaica para salvar estão sob a maldição de Deus”.

As Escrituras dizem claramente: “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da Lei, para praticá-las” (Gl 3:10). Em sua carta aos Romanos, Paulo disse: “Visto que ninguém será justificado diante d’Ele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3:20). E acrescenta: “Sendo justificado gratuitamente, por Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24). “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10:4).

Ainda que faça parte da Palavra de Deus, a lei expôs a justiça divina ao povo de Israel, mas, com a morte de Cristo na cruz, também morreu a lei e renasceu a graça. O salmista disse: “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram. Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar” (Sl 85:10-11).

A severa justiça é exata, precisa, imparcial, objetiva e não permite aproximações de nenhuma índole. Mas, na cruz, encontraram-se a severa justiça de Deus – “A alma que pecar, esta morrerá” – e a misericórdia divina – “Mas Deus mostra Seu amor para conosco, em que

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sendo ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5:8). Deus, em Sua justiça, tinha que castigar o pecador, mas em Sua misericórdia preferiu castigar Seu próprio Filho, para, assim, poder salvar toda a humanidade, que, por si só, já estava perdida.

Paulo disse: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Rm 3:28).

“Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Rm 4:4-5).

Alguns pensam que, para entregar suas vidas a Deus, devem ser melhores do que são, por isso deixam passar os dias, pensando que amanhã mudarão. O interessante é que o Senhor não exige esforço algum de nossa parte, já que a fé diz: Todo o castigo que eu, como pecador, merecia, recaiu sobre aquele homem chamado Jesus, que não havia cometido nenhum pecado. E todo o bem que Jesus deveria receber, veio sobre mim só por crer nEle; Deus me vê através de Jesus, e eu me comunico com Deus também por meio do Senhor Jesus.

E nessa graça entregamos a Jesus nossas fraquezas para que Ele as leve, aceitando toda a fortaleza d’Ele dentro de nós.

Entregamos a Ele nossos pecados e aceitamos d’Ele Sua salvação. Entregamos nossas enfermidades e aceitamos d’Ele a saúde. Entregamos nossas necessidades e aceitamos d’Ele Sua provisão. Entregamos a Ele nossa angústia e aceitamos d’Ele Sua infalível paz. Entregamos a Ele toda nossa vontade e aceitamos d’Ele a direção de Seu Santo Espírito. Entregamos a Ele nosso conhecimento humano e aceitamos d’Ele Sua sabedoria divina.

Por essa graça, confiamos, de uma maneira plena, no Senhor Jesus Cristo e dizemos, como Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me fortalece” (Fp 4:14). Paulo disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado” (Rm 7:14). Ora, a lei, sendo espiritual, não é o problema, mas sim nós, eu somos carnais. E, dada essa natureza carnal, fomos feitos escravos do pecado.

A cruz é tão poderosa que o Apóstolo Paulo disse: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gl. 6:14).

TAREFA (a ser entregue em folha avulsa na próxima aula)

01 – Qual foi o propósito de Deus quando criou o homem?

02- Explique as três funções do espírito do homem.

03- Explique as três funções da alma humana.

04- O que levou o homem a pecar?

05- Quais as conseqüências da queda do homem?

06- Fale sobre os benefícios da obra expiatória de Cristo.

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MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 02: O VELHO HOMEM E A NOVA NATUREZA

META DE ENSINO

Compreender como se deve fortalecer a nova natureza e mortificar a velha

INDICADORES

Definir o que é a velha e a nova natureza Explicar como aparece a nova natureza Explicar como se deve fortalecer a nova natureza

A Bíblia contempla o homem como uma criatura caída, que desceu de um elevado grau de espiritualidade e precipitou-se a um baixo estado moral e espiritual. Por conseguinte, o homem é uma criatura que carece de redenção. A missão de Cristo teve exatamente este propósito.

Em última análise, portanto, a redenção indica que o homem, antes natural, pertencente a um nível de vida relativamente inferior, chega a participar da mais elevada forma de vida, a saber, a própria natureza divina (II Pe 1:4), recebendo a natureza e os atributos de Deus (Ef 3:19), a plenitude mesma de Deus (Cl 2:10). Isso tem lugar mediante o poder do Espírito Santo, e termina na glorificação, levando os remidos de um grau de glória a outro (II Co 3:18).

Em sua natureza física os homens são mortais, e, conseqüentemente, temporais. Mas, quando são espiritualizados, os homens tornam-se espíritos eternos, à semelhança do Deus eterno, isto é, dotados de vida necessária e independente, que não pode deixar de existir, a fonte de sua própria continuidade, mediante um dom divino (Jo 5:24-25).

1- DEFININDO A VELHA NATUREZA (Ef 4:17-21)

A – VAIDADE DA MENTE

A velha natureza é inclinada a andar no pecado como hábito normal. Ela não precisa se esforçar, ela faz, porque faz parte de sua conduta habitual de vida.

Os gentios e incrédulos na época de Paulo se caracterizavam por pecados grosseiros e vergonhosos, que chocavam os judeus ou à consciência cristã iluminada. Paulo, então, apelava para os “gentios convertidos”, a fim de abandonarem totalmente os caminhos dos “gentios”, ficando entendido que estes últimos continuavam no paganismo, e que tais caminhos eram próprios dos novos gentílicos, próprios do fazer da velha natureza.

Quando Paulo diz: “Na vaidade de sua mente”, vaidade significa falta de propósito, vazio, futilidade. Adorar a ídolos era adorar coisas vazias e vãs.

Mas Paulo vai além, a falsidade e a nulidade dos pensamentos dos gentios, seus processos intelectuais e espirituais, é que são aqui focalizados, o que se manifestava na forma de idolatria e de todas as formas de desregramento. Não possuíam a iluminação mental dada pelo Espírito Santo, mas ficavam reduzidos à mentalidade de homens decaídos, totalmente alienados de Deus.

A vida humana à parte da graça de Deus, em Cristo, não tem sentido nem direção; mas a própria condição de estar a vida sem sentido e direção pode levar a alma a buscá-las em Cristo.

Vaidade trata-se de um desperdício de todas as faculdades racionais em torno de temas indignos. E isto faz parte da velha natureza.

B - ENTENDIMENTO OBSCURECIDO

Os gentios estavam em trevas quanto ao entendimento; lhes faltava a iluminação conferida pelo Espírito Santo, o que é obra do Espírito de Deus nos crentes, conforme aprendemos em Efésios 1:18.

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Os incrédulos estavam em trevas, pois estão alienados de Deus, que é luz. As trevas aludem à permanência na cegueira espiritual, a participação em coisas depravadas, tudo o que é contrário à retidão de Deus.

Os incrédulos andam de tal maneira que obscurecem qualquer luz que lhes venha da parte de Deus, e a qual, de outra maneira, poderiam aproveitar. E que nossa maneira de andar afeta nosso entendimento espiritual. O Espírito do Senhor se posta mais perto do que tudo do trono de Deus, não pode entrar em contato com os homens e iluminar-lhes a vereda, quando andam na desobediência ao Senhor.

C - IGNORÂNCIA

A ignorância não é a mãe da devoção, mas da atitude profana. Se os homens conhecessem a Deus, certamente O amariam e O serviriam. O Apóstolo Paulo concorda com Sócrates e com Platão ao afirmar que virtude é conhecimento.

O aviltamento do mundo pagão, segundo ele declara reiteradamente, se devia ao fato que “não conheceram a Deus”. A Igreja de Corinto havia corrompido seus costumes e a vida cristã era ameaçada pela presença que ali havia de alguns que “não tinham conhecimento de Deus” (I Co 15:33-34). Mas veja, “o conhecimento de Deus” não é apenas intelectual, e, sim, o conhecimento experimental, o conhecimento da alma, mediante a comunhão estabelecida com o Senhor, através do Espírito Santo.

D - DUREZA DE CORAÇÃO

A palavra “dureza” é tradução do vocábulo grego “porasis”, que significa endurecimento, embotamento, calejamento. Sua forma verbal quer dizer endurecer, petrificar; e, quando se refere ao sentido da visão, cegar. Porém, a forma substantivada aqui usada indica a dureza de coração, o “coração petrificado”, totalmente destituído de consciência, alienado de Deus. Assim, pois, o homem interior de tais indivíduos se tornou petrificado, incapaz de qualquer reação favorável para com Deus. A alma destes homens, no que diz respeito a Deus, está petrificada, incapaz de reações favoráveis, exceto pela graça de Deus em Cristo, que pode penetrar até mesmo em corações de pedra; transformando-a em corações de carne (Ez 1:19).

A consciência dos endurecidos de coração não oferece qualquer resistência ao pecado; antes, cede ao pecado alegre e voluntariamente, com avidez. O coração endurecido é um quadro da degeneração gentílica, sem restrições, violenta, dada a excessos.

E - PERDA DA SENSIBILIDADE

A insensibilidade assinala o final do longo processo de endurecimento, deixando o coração calejado e petrificado, deixando a consciência cauterizada.

Certas operações no cérebro têm provocado o mau efeito de eliminar a consciência, deixando suas vítimas totalmente depravadas e desavergonhadas, piores do que animais irracionais. Mas um indivíduo pode fazer isso contra si mesmo, sem a intervenção do bisturi do cirurgião, para isso bastando que ele aceite continuamente a sua maneira de viver em certos pecados, sem qualquer tentativa de dominá-los. A perda da sensibilidade poderá até mesmo levar o indivíduo a ter um senso de “bem-estar” por causa da maldade que pratica, sentindo-se inquieto somente quando não pode repetir a sua ação maléfica.

As práticas sexuais ilícitas servem de bom exemplo sobre isso. Os primeiros atos causarão dor na consciência; mas, quando a prática já foi estabelecida, desaparece essa dor na consciência, e o indivíduo pode passar até mesmo a gloriar-se de sua vergonha, no dizer de Paulo, acerca dos homens que se aviltaram profundamente no pecado (Fp 3:19).

F – IMPUREZAS

Quando os homens se entregam deliberadamente ao mal, Deus os entrega, também, ao poder do mal. Essa entrega é, ao mesmo tempo, a “escolha culposa dos homens e ato judicial de

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Deus”. Os gentios incrédulos e endurecidos seguem suas depravações com um zelo descontrolado. O deboche, de mistura com a cobiça, na realidade importa em adoração a si mesmo, auto-idolatria, em auto-deificação, com o intuito de satisfazer de forma excessiva os desejos pervertidos.

Tal indivíduo mergulha na indulgência sexual, ou se apega cobiçosamente às riquezas ou à sua posição; e assim assedia a pureza ou pisa sobre os direitos alheios; rouba aos fracos, corrompe aos inocentes, engana aos simples e escarnece deles, a fim de alimentar o ídolo glutão do próprio eu, que se assenta dentro dele como se fosse um deus. O herói militar que sobe ao trono em meio a um mar de sangue; o político que obtém poder e ofício mediante as astúcias de uma língua ferina; o negociante que suplanta todo e qualquer competidor por meio de suas previsões astuciosas e por uma audácia inescrupulosa, e que absorve o fruto dos labores de milhares de seus semelhantes; o indivíduo sensual que inventa sempre algum novo e mais voluptuoso refinamento do seu vício, todos esses são miseráveis escravos de sua própria concupiscência, impelidos pelo desejo insaciável do deus falso que trazem dentro do peito.

2 - COMO SURGE A NOVA NATUREZA (II CO 5:17)

O Apóstolo Paulo, em II Coríntios 5:17, diz que: "Assim que alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo". Você ouviu bem? Nós, que confessamos a Cristo como nosso Senhor, somos novas criaturas para Deus. A Bíblia é pura verdade e nela não há nenhuma possibilidade de erro ou distorção da real verdade; é verídico mesmo. Somos novamente nascidos, e mais, ele também diz que tudo se fez novo. Tudo quer dizer tudo, ou seja, todas as coisas se fizeram novas para nós desde o momento que nos entregamos a Ele. O próprio Apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, dá essa boa notícia a eles também de forma diferente, dizendo que nós morremos com Cristo no ato de sua morte e ressuscitamos também com Ele no ato de sua ressurreição (Rm 6:4,8).

Se morremos, já não temos parte alguma com nenhum tipo de prática que tivemos antes de Cristo em nós. Exemplo: O novo José não tem parte alguma com as práticas do velho José, pois agora ele é uma nova criatura em Cristo Jesus.

A - POSIÇÃO EM CRISTO

A partir de agora você poderá descobrir muitas coisas que te pertence por direito desde que se tornou herdeiro de Deus em Cristo Jesus. Segundo Romanos 8:37, você é mais do que vencedor em Cristo Jesus. Em I Pedro 2:9, você é povo de propriedade exclusiva de Deus, geração eleita, nação santa, sacerdócio real. Em João 1:12, você é filho de Deus. Em Mateus 5:13, você agora é o sal da terra. Em Mateus 5:14, você é a luz do mundo. Em I Coríntios 3:16, você é o santuário de Deus. Em II Coríntios 5:20, você é embaixador da parte de Deus e em Efésios, Paulo nos diz ainda que estamos assentados nas regiões celestiais em Cristo. Portanto, tudo o que já fomos ou o que já tivemos no passado, tais como complexo de inferioridade, falta de perdão, sentimento de incapacidade, inveja, amargura, mentira, idolatria, conversações tolas, não tem mais nada a ver conosco, pois fomos lavados pelo precioso Sangue de Jesus, o nosso Senhor.

Todas estas debilidades e problemas que havia no seu velho homem sempre irão tentar fazer parte de você novamente. O que quero te ensinar é que você não precisa aceitar isso em sua vida, pois você é uma nova criatura diante de Deus, diante dos homens e também diante dos demônios. Quando sentir qualquer destes sintomas repreenda-os em nome de Jesus Cristo, se apropriando da sua posição em Jesus: vencedor!

B - LIBERTOS E REDIMIDOS

O pecado em que vivíamos, nos aprisionava em cadeias, em prisões, em grilhões que nos mantinham cativos a Satanás. Só poderíamos nos livrar dessa prisão se fôssemos libertos e redimidos. Precisávamos de alguém que fosse capaz de nos reconciliar com a vida verdadeira. E foi exatamente isso que Deus fez, enviou o Seu Filho Unigênito ao mundo para que todo aquele

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que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. O sangue puro de Jesus, incontaminado de pecado, nos comprou para Deus, quebrando os grilhões do pecado que nos prendiam.

A libertação de todo e qualquer tipo de pecado já foi propiciada por Jesus Cristo; todo aquele que quer a libertação basta apenas se apropriar dela através de alguns passos:

Quando você tiver a necessidade de confessar qualquer tipo de pecado a alguém, você deverá procurar uma pessoa madura em Deus, que já tem uma certa experiência, uma pessoa confiável que poderá te auxiliar corretamente.

É bom ressaltar que a confissão de pecados não é o melhor de Deus, o melhor de Deus é não pecar, pois há vários tipos de pecados que poderão marcar para sempre a vida de uma pessoa. Mas em último caso há a necessidade desta abertura de problema para que haja cura. O diabo sabe que os cristãos são uma ameaça para ele e por isso quer mantê-los fracos e doentes. Para fazer isso ele tenta lançar medo, vergonha, desconfiança nas pessoas que pecam para que nunca abram suas vidas e sejam restauradas. Nunca aceite isso, a confissão traz o perdão eterno de Deus sobre nós.

Quando nos arrependemos e confessamos o pecado praticado, o perdão eterno de Deus opera em nós. A Palavra de Deus diz que Ele não se lembra mais dos pecados que cometemos outrora. Quando você pede perdão a Deus, Ele te perdoa, pois crê em você. Ele crê na sua mudança, crê na sua motivação e não se lembra mais do seu erro. Não que Deus passe a sofrer amnésia, mas simplesmente Ele decidiu não se recordar de algo que já não tem mais nada a ver com você. Para se compreender o perdão de Deus, deve-se compreender o seu amor.

Glória a Deus! Em Romanos 8:1, Paulo diz que agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. O diabo poderá tentar te acusar de algo do passado, mas essa sua atitude será vã quando você tiver a revelação do perdão eterno de Deus sobre sua vida. Lembre-se de que você não mais precisará se lembrar dos pecados antigos, pois já foram confessados e perdoados. Se nem Deus lembra mais, por que é que você irá lembrar?

C - HERDEIROS COM CRISTO

Você já sabe que nem sempre você foi filho de Deus, mas isso só foi consumado após o reconhecimento de seus pecados e a necessidade de arrependimento que te levaram a confessar a Cristo Jesus publicamente como Senhor de sua vida. Se você agora é Filho, logo também é herdeiro de Deus; herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8:17). Você pode já ter escutado a seguinte expressão: "Você pensa que é dono do mundo, não é?". Quero te dizer uma coisa, você pode até não ser o dono, mas você é filho do dono.

No livro de Salmos, no capítulo 24:1, está escrito que do Senhor é a terra e tudo o que nela existe. Aleluia! Tudo o que Deus tem é Seu por herança, pois você não é bastardo, mas filho legítimo e posso desfrutar de tudo o que Ele tem. Deus tem alegria, força, poder, autoridade, vida, unção, sabedoria, inteligência, graça, ânimo, vigor, tudo! Você agora só precisa de um bom relacionamento com Deus a cada dia para que, através do seu convívio com Ele, você possa ir amadurecendo, amadurecendo até se tornar apto a desfrutar das regalias que você tem como herdeiro real. O herdeiro só pode gozar dos bens de seus progenitores após a maioridade. A maioridade espiritual não tem uma época específica ou pré-determinada, mas depende do seu relacionamento pessoal com Deus. Aleluia!

D - UMA NOVA VIDA

Diariamente em todo o mundo milhares de pessoas estão mudando de vida. Existe uma sucessão interminável de milagres que estão acontecendo em todas as partes. Deus está conduzindo pessoas em todos os lugares para uma nova posição, para uma nova vida. Você, seus amigos, seus parentes, seus conhecidos são bem-vindos a esta vida nova. Vida nova em Cristo.

Agora, na sua nova vida, há uma infinidade de coisas que você precisa conhecer, que irá descobrir, viver, para mais tarde poder ensinar. O Apóstolo Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, diz: "E o que de mim ouviste diante de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis,

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que sejam idôneos, para também ensinarem a outros". Ele estava falando exatamente do discipulado, a estratégia de Deus para o crescimento espiritual verdadeiro e dinâmico. O discipulado é um vínculo sólido, entranhável entre duas pessoas que estarão crescendo em Deus juntas. Jesus fez discípulos, homens que seguiam os seus passos, pois sabiam que a vida daquele homem tinha algo especial chamado vida.

Os discípulos não pararam de existir, e nem pode acontecer tal coisa, pois todos os homens de Deus na Bíblia que frutificaram tiveram a influência de discipulado.

Os discípulos de Jesus hoje seguem a homens que têm um bom relacionamento com Deus e por isso expressam sua vida, não que seja alguém perfeito, mas é alguém maduro. O desafio do discípulo é herdar do seu discipulador tudo aquilo que ele tem que se parece com Jesus Cristo, o nosso modelo. Quem tem o desejo de crescer em Deus deve ser discípulo, tomando o padrão dos discípulos de Cristo que cresceram em Deus e deram continuidade à Igreja de Deus na face da terra.

3 - O CONFLITO ENTRE A NOVA E A VELHA NATUREZA

O espírito e a carne humana são duas forças conflitantes, são dois reinos opostos. E o crente se vê dividido entre estas duas tendências, visto que possui em si mesmo, as duas naturezas que correspondem a essa luta, ou seja, o velho homem e o novo homem.

A dualidade do bem e do mal, nas regiões celestiais, no mundo, nas dimensões espirituais e até mesmo em cada ser humano, é uma grande realidade. Todos fomos apanhados nesse conflito, e fazemos parte integrante do mesmo.

Não pode haver reconciliação nem transigência. Por fim, poderá haver apenas vitória ou derrota de um ou outro desses elementos em conflito.

Os rabinos pensavam que, no homem, a natureza má e o conflito disso resultante, normalmente, se despertam aos nove anos de idade; mas outros opinavam pelos doze anos de idade. Eles recomendavam o estudo do Torah para combater o mal que despertava.

Os evangélicos de hoje recomendam a mesma coisa, o “estudo”, ainda que de uma coleção um tanto diferente de livros – a Bíblia Sagrada. Mas o Apóstolo Paulo não aceitava esse método de combate, não o reputando o meio básico e real para a vitória. Pelo contrário, para ele existe o Espírito vivo de Deus, com quem precisamos entrar em contacto, sendo esse o novo único meio de obter a santidade nessa luta.

O crente deve lançar mão de vários outros meios, como o estudo das escrituras, a meditação e a oração; mas tais coisas, desacompanhadas do poder pessoal do Espírito Santo, nunca conseguirão propiciar-nos a vitória sobre o pecado, do mesmo modo que impotente se mostrava o estudo do Torah, entre os judeus.

4 – FORTALECENDO A NOVA NATUREZA

A nova natureza que temos em Cristo Jesus precisa ser fortalecida para que tenhamos sempre um viver de santidade. Em Efésios 4:22-24, Paulo nos mostra como fortalecê-la.

A - RENOVANDO A MENTE (Ef 4:23)

Paulo nos ensina que a renovação é feita através da rejeição às corrupções do velho homem, sempre assumindo a natureza do novo homem, em graus paulatinamente progressivos. O vocábulo grego aqui usado para indicar a renovação, “anaveco”, significa renovar, restaurar a vida, tornar-se jovem novamente.

No presente contexto, entretanto, de conformidade com a doutrina neo-testamentária, o velho não é refeito ou renovado, mas antes o novo é continuamente restaurado, dia-a-dia, em sua plena vitalidade. A nova vida é levada a manifestar-se a cada dia, tendo o seu vigor permanente renovado.

Não há qualquer idéia aqui da restauração de algum estado anterior desejável, mas antes, o aprimoramento contínuo e a renovação de uma nova condição.

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Paulo fala que “renoveis no espírito do vosso entendimento”. A mente é o príncipe do ser; mas a mente é meramente o poder intelectual e racional da alma. Assim sendo, a renovação deve descer até ao nível da alma, onde a faculdade racional inteira é afetada e transformada, na medida em que a própria alma vai sendo transformada (II Co 3:18). Essa transformação é operação do Espírito de Deus.

B - CRUCIFICANDO A CARNE (Gl 5:24)

A crucificação da carne consiste na comunhão com Cristo, em tudo quanto significa a sua morte, no que toca à derrota do mal; e essa morte é uma realidade na experiência espiritual dos crentes, mediante a comunhão mística com o Senhor.

O crente passou por uma forma de morte. O indivíduo morto não pode reagir a estímulos externos. Não possui qualquer vício. Cristo deseja que morramos desta maneira, compartilhando de sua morte para o pecado e vivendo uma nova modalidade de vida diária, isto é, acima do pecado e do mundo.

Crucificar a carne, não meramente o corpo físico, mas antes, está aqui em foco o corpo usado pelos impulsos e pelas tentações pecaminosas. O próprio corpo não é maligno, mas torna-se presa fácil das paixões pecaminosas. O corpo físico torna-se instrumento de tais pecados, servindo, dessa maneira, de grande obstáculo ao progresso da alma.

O corpo material é a prisão da alma, o sepulcro da alma. Para aqueles que são de Cristo, isto é, pertencem a Cristo por direito de compra, é simplesmente impossível que pessoas assim não vivam triunfalmente sobre todo e qualquer vício.

Paulo desejava que crucificássemos nossas disposições, nossas paixões, se porventura tenderem para o mal. Porém, isso só pode ser feito se forem substituídas pelo fruto do Espírito Santo, mediante a comunhão com o Espírito do Senhor. Não existe outro meio suficientemente poderoso para produzir tal resultado.

C - REVESTINDO-SE DO NOVO HOMEM (Ef 4:24)

A palavra “revistais” renova a metáfora da mudança de roupas. Através de uma ação deliberada, o velho homem é despido; através de uma ação igualmente deliberada, de uma vez por todas, sem nenhuma reversão posterior, o novo homem é vestido.

TAREFA (a ser entregue em folha avulsa na próxima aula)

1- Defina a velha natureza. Comente resumidamente sobre cada característica.

2 - Como surge a nova natureza?

3 - Descreva como acontece o conflito entre a nova e a velha natureza.

4 - Como fortalecer a nova natureza? Dê referências bíblicas.

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MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 03: ARREPENDIMENTO

META DE ENSINOCompreender que o arrependimento é a única forma de restaurar a nossa comunhão com

Deus.

INDICADORES Descrever a condição do homem devido ao pecado. Explicar as diferenças entre arrependimento e remorso. Explicar o conceito de redenção e os passos para o arrependimento.

Hoje em dia, muitas pessoas, e até mesmo certos cristãos, não experimentam uma vida próspera, cheia das bênçãos de Deus, porque, em vez de construírem a sua vida de acordo com a Palavra de Deus, constroem-na segundo o método do mundo, ou com o seu “... ah, mas eu acho que...”.

A nossa vida espiritual deve ser edificada do mesmo modo que o construtor constrói um prédio. Primeiro, põem-se as estacas, que vão suportar o prédio todo. Um prédio sem alicerces pode sobreviver durante algum tempo, mas quando a tempestade vier, ele cairá. Assim é a vida espiritual das pessoas. Tudo pode parecer muito bem por algum tempo, mas quando os problemas surgem, elas se afastam dos caminhos de Deus, por não terem fundações.

Agora gostaria de chamar a sua atenção para a seguinte questão: é mais importante para si reger o seu dia-a-dia de acordo com princípios de vida, inseguros (“vamos ver se dá”), ou ir à Bíblia (o Manual do seu Fabricante) e dela retirar a direção sábia para sua vida? Antes de qualquer um de nós existir, Deus já existia. Ele criou todas as coisas. Melhor que ninguém, Ele está apto para nos ensinar o modo correto de vivermos, não é verdade?

1 - IMPORTÂNCIA DO ARREPENDIMENTO

A - SEM ARREPENDIMENTO NÃO HÁ SALVAÇÃO

Alguns podem até dizer: “Arrepender de quê? Eu sou uma boa pessoa, não faço mal a ninguém, vou à Igreja todos os domingos, dou esmolas... decerto, quando morrer vou para o céu”.

Mas, para alguém entrar no Reino de Deus precisa nascer de novo (Jo 3:3). Uma vez fazendo parte deste reino, a pessoa deve renovar a sua mente e costumes de acordo com a Palavra de Deus. Não é só receber Jesus como Salvador um dia, e continuar a viver como dantes. O arrependimento não passou, nem passará, de moda.

No início do seu ministério, João Batista pregou que sem arrependimento ninguém entraria no Reino de Deus. Mateus 3:1-2 diz: “E naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”.

Jesus também iniciou o seu ministério, chamando os homens ao arrependimento. Mateus 4:17 diz: “Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino de Deus”.

Jesus também nos mandou pregar sobre arrependimento. Lucas 24:47 diz: “E em seu nome se pregasse o arrependimento e remissão dos pecados, em todas as nações começando por Jerusalém”. Marcos 6:12 diz: “E, saindo eles, pregavam que se arrependessem”.

Os apóstolos também pregaram arrependimento:

Pedro - Atos 2:38: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.

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Paulo - Atos 26:20: “Antes anunciei, primeiramente, aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento”.

B – IMPORTÂNCIA DO ARREPENDIMENTO

É um mandamento de Deus - Atos 17:30: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia, agora, a todos os homens, e em todo o lugar que se arrependam”.

Traz refrigério ao interior do homem - Atos 3:19: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério, pela presença do Senhor”.

Livra o homem da condenação eterna - Lucas 13:3: “Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (ler os versículos 4 e 5).

2 - O QUE É ARREPENDIMENTO VERDADEIRO?

Arrependimento Bíblico implica três aspectos:

A. Mudança de PensamentosB. Mudança de SentimentosC. Mudança de Atitudes

A - ARREPENDIMENTO IMPLICA EM MUDANÇA DE PENSAMENTO

O significado da palavra “arrependimento” é mudança de direção, mudança de pensamento. Uma pessoa que passe por um arrependimento genuíno passa por duas situações: desagrada-se do que está a fazer (ou pensar) e não volta a fazer (ou pensar). É como alguém que caminha numa determinada direção e, de repente, tomando consciência de que vai no sentido errado, retrocede e envereda pelo caminho certo, o do arrependimento.

Antes de ser salvo, achávamos que nossa vida era boa, e que éramos boas pessoas, mas quando começamos a ler a Bíblia, vimos que “Todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo de imundícia” (Is 64:6a) e que “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23).

“Todos”, quer dizer que estamos incluídos também. Concluímos que somos pecadores, e somos obrigados a mudar a opinião a respeito de nós mesmos. Agora, reconhecemos que não éramos bons como pensávamos. Passamos a olhar para nós mesmos como Deus nos vê – pecadores, condenados, e só merecendo a condenação no inferno. Mudamos o pensamento acerca de nossa pessoa e do nosso pecado. Também antes pensávamos que Deus seria injusto se condenasse homens bons, como nós, e os mandasse para o inferno, mas agora vemos que “Não há quem faça o bem, não, nem um só” (Rm 3:12b). Ainda mais, aprendemos que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

Agora, para nós, Deus não é mais um Deus de ira, mas um Deus de justiça e amor, que fez todo o possível para salvar o homem do inferno. “Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos, pois por que morrereis?” (Ez 33:11). Vejamos Ezequiel 33:8-12 da Bíblia Viva: v.8 – “Quando Eu disser ao perverso: ‘pecador, você está condenado’. Se você não lhe der o

meu aviso, ele morrerá com a culpa de seus pecados, mas Eu pedirei contas a você pelo preço da vida desse homem pecador.

v.9 – Mas, se você avisar o pecador e lhe disser para se arrepender de seus pecados, e ele não der importância, ele morrerá com a culpa dos seus pecados, mas você não será responsável por isso.

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v.10 – Por isso, Ezequiel, diga o seguinte ao povo de Israel! ‘Vocês andam dizendo: Nossos pecados pesam como chumbo sobre nós! Assim, não podemos viver’.

v.11 – Mas, Deus lhes diz: “Vocês podem ter absoluta certeza de que Eu não fico contente quando o pecador morre com a culpa de seus pecados. Minha maior alegria é ver o pecador se arrepender, deixar o seu mau caminho e viver. Por isso, israelitas, arrependam-se! Arrependam-se! Abandonem seus maus caminhos! Para que morrer sem razão, israelitas”?

v.12 – Diga aos israelitas: “As boas obras que uma pessoa fez no passado não podem impedir que ela seja castigada por seus pecados. Por outro lado, o pecador que se arrepende de seus caminhos não será castigado pelos antigos pecados”.

No dia de Pentecostes, o Apóstolo Pedro chamou as pessoas ao arrependimento, isto é, convidou-as a mudar seus pensamentos em relação a Cristo (At 2:14-40). O povo pensava que Jesus era apenas um homem, mas Pedro, falando-lhes da ressurreição dos mortos e da Sua ascensão, evidenciou que Ele era o Filho de Deus e o Salvador do mundo, como o próprio Jesus afirmara. Conseqüentemente, eles deviam mudar seus pensamentos a respeito d’Ele e aceitá-Lo como o esperado Messias e Salvador.

B - ARREPENDIMENTO IMPLICA EM MUDANÇA DE SENTIMENTO

Atitudes levianas para com o pecado sempre produzem conversões superficiais. Quem não compreende quão negro e horrível é o pecado, e que é uma ofensa contra um Deus justo e santo, sentirá pouca necessidade para uma mudança de coração. Mas quando o homem encara o seu pecado à luz da perfeita justiça e santidade de Cristo, então compreende a sua verdadeira condição. Esta compreensão do pecado e a ausência completa de merecimento devem fazer com que o homem odeie o pecado.

Algumas pessoas dizem: “Sabe, Pastor, eu nunca fiz mal a ninguém, sempre fui reto, procuro o bem para todos, sempre paguei as minhas contas...”. Isso é um conceito errado a respeito de santidade, pois essa declaração representa o que a pessoa acha. Mas o que é que Deus acha?

O fariseu e o publicano (Lc 18:9-14, 19:1-10) mostraram duas atitudes diferentes acerca do pecado. O pecado do fariseu estava tão bem escondido atrás da sua própria justiça que não o enxergava; mas o pecado do publicano, patente a si mesmo e a Deus, parecia tão negro e grande que ele batia no peito, indicando tristeza de coração por ter pecado contra um Deus Santo (Lc 18:13).

Quem verdadeiramente contempla o seu pecado face a face, há de sentir tristeza de coração e este sentimento é bíblico. II Coríntios 7:10 diz: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para Salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte”. O sentimento da “tristeza segundo Deus” o levará a uma mudança de pensamento e a um desvio do pecado. Porém, nem toda a tristeza pelo pecado é tristeza segundo Deus.

Um homem, surpreendido enquanto rouba uma loja, mata o proprietário para conseguir escapar. Depois é preso, processado e sentenciado à morte. Encarando a morte, ele diz que está arrependido, mas o que verdadeiramente ele sente é tristeza (remorsos) por ter sido capturado e condenado. Isto não é arrependimento.

Certa jovem vivia no pecado com muitos homens por causa da sua sensualidade (concupiscência da carne). Quando a conseqüência do pecado à apanha e está quase morrendo, ela diz que está arrependida e desejaria começar a sua vida de novo; mas na realidade, ela só está triste por ter de colher aquilo que semeou. Mas, o certo é que, se ela tivesse oportunidade, venderia de novo o seu corpo para satisfazer os seus sentimentos sensuais, porque é adúltera de coração. “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação... mas a tristeza do mundo opera a morte” (II Co 7:10).

Tristeza, segundo Deus, é compreender que quando pecamos, quebramos os mandamentos de Deus e pecamos contra Ele. Por exemplo, Davi quebrou o mandamento de Deus (II Sm 11), mas arrependeu-se em lágrimas, de coração bem triste (leia o Salmo 51). Porém, Saul teve uma atitude bem diferente em relação à sua transgressão (I Sm 15:24). Considerou o

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seu pecado de ânimo leve, de pequena conseqüência e quis escondê-lo do povo para poder continuar como rei, como se nada tivesse acontecido.

Podemos então dizer que o arrependimento genuíno consiste em nós sentirmos tão tristes por causa do pecado e resolvermos abandoná-lo e virarmo-nos para Deus, que nos ajuda a vivermos para Ele e como Ele quer.

C - ARREPENDIMENTO IMPLICA EM MUDANÇA DE ATITUDE

A mudança de atitude envolve confissão do pecado a Deus, abandono do pecado e conversão a Deus. Apenas uma ou duas destas coisas não chega. É necessário acontecerem as três.

O filho pródigo disse: “Levantar-me-ei... e levantando-se, foi...” (Lc 15:18-20). Assim, arrependimento não é apenas ter um coração contristado por causa do pecado cometido, mas também um coração resolvido a deixar o pecado.

I João 1:8-9 diz: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar, e nos purificar de toda a injustiça”. A atitude correta diante do pecado é:

C.1 - Confessar para admitir o seu pecado diante de Deus

A tendência de muitas pessoas é esconder os seus erros, querendo, assim, apresentar aos outros uma coisa que não é na realidade. Outros reconhecem que erraram, mas vêm com evasivas diante de Deus: “Oh Deus, eu pequei, mas sabes, a culpa não é minha...”. Assim, Deus não lhe perdoará coisa alguma. Não adianta esconder nada dos outros ou mesmo de Deus. Quem não desenvolve é precisamente aquele que esconde o seu pecado. A Bíblia ensina que Deus vê e sabe todas as coisas. “Os olhos do Senhor estão em todo o lugar, contemplando os maus e os bons” (Pv 15:3).

Por vezes, transgredimos a lei de Deus, pecamos contra Deus, ofendendo nossos irmãos. Nesse caso, devemos confessar os nossos pecados, isto é, admitir nossos erros, perante as pessoas que ofendemos. Foi mesmo Jesus quem ensinou. Mateus 5:23-24 diz: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali, diante do altar, a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e, depois, vem apresenta a tua oferta”.

C.2 - Deixar o pecado, voltar as costas ao seu erro

Por vezes, há pessoas que parecem ter prazer em confessar os seus pecados repetidas vezes, e de tal modo que chegam a reviver a experiência do pecado cometido. Mas, pela Palavra de Deus, aprendemos que o pecado, uma vez confessado com sinceridade, foi enterrado com Cristo e deve ser esquecido. Devemos colocar longe da nossa memória aquilo que o próprio Deus já afastou da Sua lembrança. “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is 55:7). “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28:13).

Abandonar o pecado significa deixá-lo para nunca mais voltar. Se conseguíssemos ver o pecado como uma serpente astuta que é, não hesitaríamos em abandoná-lo de uma vez para sermos purificados pelo sangue de Jesus, “que nos purifica de todo o pecado” (I Jo 1:7).

C.3 - Converter-se a Deus

Deixar o pecado não adianta nada se não nos voltarmos para Deus. Na carta de Paulo aos tessalonicenses, lemos que ele lembrou-lhes que se haviam convertido “dos ídolos... para servir o Deus vivo e verdadeiro” (I Ts 1:9).

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Também em Atos 26:18, lemos o que Paulo falou ao rei Agripa, aquilo que Jesus lhe houvera falado em visão no caminho para Damasco: “... das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados”.

3 - COMO SURGE O ARREPENDIMENTO

A - É DOM DE DEUS

O arrependimento não pode ser produzido por esforço próprio: é dom de Deus. Você pode perguntar e com razão: “Como é que eu sou responsável se não tenho esse dom?”

A nossa parte no arrependimento é que reconheçamos a nossa completa incapacidade de fazê-lo. Assim, veremos a necessidade de obter auxílio fora de nós mesmos: dependemos inteiramente da misericórdia de Deus; e por isso devemos pedir que Ele faça em nossos corações aquilo que não podemos fazer sozinhos. É certo que o homem gosta de fazer tudo por si. Só quando compreender a sua fraqueza pedirá auxílio a Deus.

A Bíblia ensina que Jesus é o Autor e Consumador da nossa fé. Ele é o Princípio e o Fim. A vida começa por Ele, aliás, Ele é a própria vida. Por isso, o arrependimento é um dom de Deus: ao dar Jesus para morrer pelo mundo inteiro, na cruz do calvário, Deus, o Pai, sensibilizou, tocou as pessoas com o seu Amor. Quem reconhecer este Amor (a bondade de Deus) e, ao mesmo tempo, a sua fraqueza, o quanto está longe de ter um caráter igual a Deus, e que sozinho nunca conseguirá ser uma boa pessoa, encontrou o arrependimento.

B - DEUS USA MEIOS HUMANOS

Sempre que Deus exortava o seu povo ao arrependimento, dava também a capacidade de obedecer. Não é qualquer mensagem que produz o arrependimento, mas Deus usa a pregação do Evangelho como instrumento para nos chamar ao arrependimento. Essa mensagem deve ser pregada no poder do Espírito Santo (I Ts 1:5-10).

Atos 2:37,38,41 diz: “E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos varões irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo... de sorte que foram batizados os que, de bom brado, receberam a sua palavra; e naqueles dias agregaram-se quase três mil almas”.

Romanos 2:4: “Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento”?

II Pedro 3:9: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. Apocalipse 3:19: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso, e arrepende-te”.

Hebreu 12:6,10-11: “Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam, como bem lhes parecida; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça, aos exercitados por ela”.

II Timóteo 2:24-25: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhe dará o arrependimento, para conhecerem a verdade”.

C - OS RESULTADOS DO ARREPENDIMENTO

Produz alegria no céu - “Digo-vos, que assim haverá alegria no céu, por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus, por um pecador que se arrepende” (Lc 15:7-10).

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Traz refrigério e convicção do perdão de Deus - “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério, pela presença do Senhor” (At 3:19).

“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is 55:7).

Traz o derramamento do Espírito Santo - “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38).

Quando alguém obstinadamente se recusa a arrepender, impede a entrada do Espírito Santo no seu coração, na plenitude do Seu poder.

4 - DIFERENÇA ENTRE ARREPENDIMENTO E REMORSO

A - REMORSO

Não confrontar a sua vida passada, sentindo dor por seus pecados. Não haver humilhação e quebrantamento diante de Deus.

Não tomar a decisão de voltar-se para Deus. Sentir pesar e angústia profunda sem mudança de rumo.

A palavra latina por detrás de remorso é “remorsus”, “morder de volta”. “Remordere” é termo latino que significa “remorder”, “continuar mordendo”. Todos estamos familiarizados com o remorder da consciência.

O remorso é uma espécie de angústia mental, devido às coisas erradas que temos praticado. Trata-se de um desassossego de que fizemos algo errado, que precisa ser corrigido. Trata-se também de um agudo auto-reprimenda. Muitas pessoas têm chegado ao ponto de cometer suicídio, devido ao espicaçar de um profundo remorso.

O remorso, entretanto, fica a meio do caminho palmilhado pelo arrependimento. Por isso mesmo, os teólogos geralmente distinguem entre o remorso e o arrependimento, porquanto o primeiro pode existir sem o segundo.

Presumivelmente, quando Judas Iscariotes sentiu remorso, por haver traído ao inocente Jesus, nem por isso verdadeiramente arrependeu-se. De outra sorte não teria suicidado (Mt 27:3).

Por outra parte, para nós é difícil dizer qual o resultado final do seu remorso.Pedro vem em nosso socorro, e diz: “... Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar”

(At 1:25). E o trecho de II Coríntios 7:10 acena-nos com a esperança de que a “tristeza segundo Deus” termina em arrependimento. Todavia, há uma tristeza mundana que só resulta em malefício para a alma.

B - ARREPENDIMENTO

Decidir dar novo sentido à vida. Não é uma emoção, mas uma decisão seguida de uma atitude de mudança. Voltar-se. “Quando se está conduzindo por uma estrada e descobre-se que errou o

caminho, decide regressar em U”. O arrependimento genuíno é conhecido porque há frutos, mudança de pensamento e

conduta. Arrependimento é um ato divino que transforma o homem, mas que depende da reação

positiva do homem, uma vez inspirado pela fé. É o começo do processo da santificação. Juntamente com a fé completa a conversão.

É determinado por Deus (At 17:30), e é conferido por Ele (II Tm 2:25). Foi determinado por Cristo (Ap. 2:5,16 e 3:3).

É uma operação do Espírito Santo (Zc 12:10). A bondade de Deus nos leva ao arrependimento (Rm 2:4).

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A tristeza segundo Deus fomenta o arrependimento (II Co 7:10). Conduz à vida eterna (At 11:18).

É necessário para o perdão dos pecados (At.2:38 – 3:19 e 8:22).

TAREFA (a ser entregue em folha avulsa na próxima aula)

1 - Qual a importância do arrependimento?

2 - Como surge o arrependimento?

3 - Quais os resultados do arrependimento?

4 - Qual a diferença entre arrependimento e remorso?

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MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 04: A BÍBLIA

META DE ENSINOCompreender as razões fundamentais pelas quais a Bíblia é a Palavra de Deus para as

nossas vidas.

INDICADORES Que o aluno explique o fundamento bíblico da utilidade das Escrituras. Que o aluno mencione perfeitamente a estrutura básica da Bíblia. Que o aluno descreva as características da Bíblia.

FUNDAMENTO BÍBLICO

II Tm 3:16-17 (Literalmente é dado pelo “sopro de Deus”); I Tm 4:3

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (II Tm 3:16).

Sabendo primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo (II Pe 1:20-21).

Talvez você possa achar desnecessário dizer isso, mas para que possamos interpretar corretamente a Palavra de Deus é fundamental que aceitemos a Bíblia como sendo Palavra de Deus, portanto absolutamente infalível, perfeita e corretamente inspirada em cada detalhe abordado, ou seja, precisamos aceitar a Bíblia inteira como a autoridade final sobre cada assunto ali tratado. O motivo disso é duplo. Em primeiro lugar, temos aquilo que a Bíblia diz a seu próprio respeito. E, em segundo lugar, se a Bíblia não é a autoridade final, não podemos, como é natural, crer naquilo que ela afirma, seja o que for.

Alguns objetam que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas contém a palavra de Deus. Se algumas partes são palavras de Deus e outras não, quem estaria apto a dizer qual é, e qual texto não é palavra de Deus? Absolutamente ninguém teria autoridade para nos responder tal questão e estaríamos envoltos então em uma grande confusão. Isto absolutamente não é verdade, devemos aceitar a Bíblia em sua totalidade como sendo a Palavra de Deus.

Normalmente quando falamos de autoridade bíblica nos deparamos basicamente com dois problemas: a questão da inspiração e a questão da inerrância bíblica.

1 - A INSPIRAÇÃO BÍBLICA

A Bíblia é divinamente inspirada - esse é um dos grandes princípios da hermenêutica sagrada. A declaração, porém, de que a Bíblia é inspirada não é suficientemente definida. Por inspiração entendemos a influência sobrenatural exercida pelo Espírito Santo sobre os escritores bíblicos, em virtude da qual seus escritos conseguem veracidade divina, e constituem suficiente e infalível regra de fé e prática. "Toda Escritura é inspirada por Deus..." (II Tm 3:16). Os escritores não escreveram por sua própria iniciativa, porém movidos pela iniciativa de Deus e conduzidos pelo poder do Espírito Santo. O termo escrever deve ser tomado no seu sentido mais simples. Inclui a investigação de documentos, a coleção de fatos, o arranjo do material, escolha das palavras, do estilo (se prosa ou poesia) e, finalmente, todo o processo de composição de um livro.

A inspiração se distingue da revelação. A inspiração garante que o ensino é infalível, a revelação por sua vez é um conhecimento vivo, gerado pelo Espírito Santo sobre a Palavra inspirada das escrituras. Somente a respeito das Escrituras pode-se dizer que são inspiradas. A revelação é quando o ensino bíblico se descortina diante de nossos olhos espirituais.

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Muitos intérpretes se opõem decididamente a este conceito de inspiração divina. Muitos crêem que a inspiração bíblica é a mesma que um escritor ou poeta tem ao escrever sua obra. O fato, porém, é que a inspiração é uma doutrina bíblica assim como são as doutrinas de Deus, da expiação, dos anjos e outras. A Bíblia nos oferece base para uma doutrina da inspiração. Indicamos apenas as provas bíblicas mais importantes.

As expressões que a Bíblia emprega para descrever as funções proféticas implicam necessariamente na idéia de uma inspiração divina direta (Is 8:11; Jr 15:17; Ex 1:3; 3:22; 37:1).

As expressões proféticas mostram claramente que os profetas iam ao povo conscientes de que o que estavam falando era a Palavra do Senhor. Daí as expressões seguintes: "Assim diz o Senhor"; “Ouvi a palavra do Senhor"; “Assim me mostrou o Senhor", "Veio a palavra do Senhor...".

Há muitas citações no Novo Testamento que indicam Deus e as Escrituras como os que falam. Em Hebreus 1:5-13, são citadas sete palavras do Velho Testamento que se diz haverem sido proferidas por Deus (II Sm 2:7; II Sm 7:14; Dt 32:43 ou Sl 97:7; 104:4; 45:6-7; 102:24-27 e 110:1). Observe que em algumas destas passagens Deus está falando, e em outras não. As próprias Escrituras são atribuídas como Palavra de Deus em Hebreus.

Mas se depois de ler tudo isto você ainda não se convencer, leia as palavras de Jesus em João 7:17: "Se alguém quiser fazer a vontade d’Ele (de Deus), conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se falo por mim mesmo". O que Jesus está afirmando basicamente é o seguinte: se você quiser fazer o que lhe peço que faça, então você saberá se o que estou dizendo é certo ou errado. Se você fizer, então saberá. Fazer vem antes de saber. A entrega pessoal vem antes do conhecimento.

Justamente como é, só depois de você fazer o que Cristo lhe pede que faça, que você fica sabendo que ele é o Cristo, assim também só depois de submeter-se à autoridade da Bíblia e obedecer-lhe, você saberá que ela é a Palavra de Deus inspirada.

Veja que não existem outras provas outras que não seja a própria Bíblia. A aceitação da Bíblia é uma questão de fé e não de puro assentimento intelectual.

2 - A INERRÂNCIA BÍBLICA

Com relação à inerrância, os evangelhos se dividem em dois grupos: os conservadores e os liberais. Os conservadores crêem que a Bíblia é totalmente sem erro; os liberais crêem que a Bíblia é sem erro toda vez que fala sobre questões de salvação e da fé cristã, mas pode ter erros nos fatos históricos e noutros pormenores.

Existem vários motivos pelos quais o problema da inerrância é importante para o nosso entendimento correto. Primeiro, se a Bíblia erra quando trata de questões não essenciais à salvação, então ela pode errar toda vez que fala da natureza do homem, das relações interpessoais e familiares, dos comportamentos sexuais, da vontade e das emoções, e de uma hoste de outros problemas relacionados com o viver cristão.

O segundo motivo é que se partirmos do pressuposto de que a Bíblia contém erros, e então encontrarmos uma aparente discrepância entre dois ou mais textos talvez nossa decisão seja de que um deles está errado ou ambos. Isso afeta um importante princípio que veremos posteriormente de que um texto pode ser explicado ou esclarecido por um outro paralelo.

Se Jesus Cristo é, como cremos, o Filho de Deus, então Sua atitude para com a Bíblia nos proporcionará a melhor resposta à questão da inerrância. Vejamos alguns pontos:

Primeiro: Jesus foi uniforme no trato das narrativas históricas do Antigo Testamento como registros fiéis de fato. Cristo fez referências a: Abel (Lc 11:51), Noé (Mt 24:37-39), Abraão (Jo 8:56), instituição da circuncisão (Jo 7:22), Sodoma e Gomorra (Mt 10:15), 11:23-24, Lc 10:12); A mulher de Ló (Lc 17:28-32, Isaque e Jacó (Mt 8:11, Lc 13:28), O maná (Jo 6:31, 49, 58), a serpente no deserto (Jo 3:14), Davi comendo os pães da proposição (Mt 12:3-4), Mc 2:25-26, Lc 6:3-4), Salomão (Mt 6:29, 12:42, Lc 11:31, Elias (Lc 4:25-26), Eliseu (Lc 4:27), Jonas (Mt 12:39-

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41, Lc 11:29-32), Zacarias (Lc 11:51). Por essas passagens, vemos que Jesus abordou grande parte do Antigo Testamento e considerava tudo como fatos históricos e corretos.

Segundo: muitas vezes Jesus escolheu como base do Seu ensino as mesmas histórias que a maioria dos críticos considera inacreditáveis: o dilúvio de Noé (Mt 24:37-39), Sodoma e Gomorra (Mt 10:15, 11:23-24) a história de Jonas (Mt 12:39 a 41, Lc 11:29-32), Adão e Eva.

Terceiro: Jesus usou com regularidade as Escrituras do Antigo Testamento como o competente tribunal de apelação em suas controvérsias com os escribas e fariseus. A expressão "está escrito" põe fim a qualquer discussão.

Quarto: Jesus ensinou que nada passaria da lei até que tudo se cumprisse (Mt 5:17-20) e que as Escrituras não podem falhar (Jo 10:35).

Finalmente é bom ressaltar que Jesus usou as Escrituras na sua guerra contra Satanás e tanto Jesus como o inimigo aceitaram as afirmativas bíblicas como argumentos contra os quais não havia contestação (Mt. 4:4-11). Não há como crermos em Jesus sem crermos na autoridade das escrituras, pois esta autoridade é atestada por ele próprio.

Depois de tudo isso, podemos atestar ainda mais a autoridade da Bíblia e a necessidade deste reconhecimento antes de alguém se empenhar a estudá-la.

3 - BÍBLIA, A PALAVRA DE DEUS

A Bíblia é a Palavra de Deus? Concluímos que sim. Do livro de Gênesis até o de Apocalipse, tudo é a Palavra de Deus. Ela foi escrita durante um período de 1.600 anos, por cerca de quarenta escritores sagrados de diferentes épocas, culturas e classes sociais. Entre eles, havia poderosos monarcas, ilustres estadistas, mulheres virtuosas, juízes, governantes, profetas, além de lavradores e pescadores.

O primeiro livro da Bíblia foi escrito por Moisés mil e quinhentos anos a.C.; o último pelo Apóstolo João, no ano 95 d.C. Os escritores sagrados que participaram da formação do Cânon bíblico, foram inspirados pelo Espírito Santo. A palavra “inspiração” quer dizer sopro. Deus os encheu de Seu Espírito e, sem que perdessem sua personalidade, puderam escrever as maiores verdades que conformam toda a Palavra de Deus, de modo a convertê-la no primeiro livro de todo o universo. Seus ensinos não se encontram em nenhuma outra parte da literatura, de tal modo que, ainda os homens mais ilustres, necessitam conhecer as Sagradas Escrituras.

Cada um dos escritores sagrados estavam conscientes de que o que escreviam, era resultado da inspiração divina.

O Apóstolo Pedro escreveu: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens (santos) falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (II Pe 1:21).

Paulo disse: “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (I Co 2:13). Jeremias comenta: “Palavra que do Senhor veio a Jeremias, dizendo: Assim fala o SENHOR, Deus de Israel: Escreve num livro todas as palavras que eu disse” (Jr 30:1-2).

A Isaías o Senhor disse: “Vai, pois, escreve isso numa tabuinha perante eles, escreve-o num livro, para que fique registrado para os dias vindouros, para sempre, perpetuamente” (Is 30:8).

A Daniel foi ordenado: “Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará” (Dn 12:4).

Os escritores sagrados enfatizam continuamente, através de todo o cânon bíblico, que receberam de Deus essas palavras necessárias para o crescimento na fé. João disse: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.

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Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20:30-31).

Paulo disse: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela Palavra de Cristo” (Rm 10:17). Ou como diz a Bíblia de estudo pentecostal: “Assim que a fé vem como resultado de ouvir a mensagem, e a mensagem se ouve mediante a Palavra de Cristo”. Para que a fé venha é necessário o contato permanente com a Palavra de Deus, e fora dela não existe outro meio para que o homem a adquira.

O salmista Davi disse: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Sl 33:6).

Em Gênesis 1:1 lemos: “No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz”.

Tomemos o exemplo da criação. O Pai, o Filho e o Espírito Santo, sempre trabalham em equipe. O Pai é o arquiteto e construtor (Hb 11:10). Um arquiteto projeta. Antes de Deus criar este vasto universo, fez o projeto perfeito dele: pensou na beleza das flores, no colorido dos peixes, na grandeza dos montes, no verdor dos vales, no azul dos céus e na imponência dos mares. Enquanto Ele trabalhava no projeto, o Espírito Santo se movia sobre a face das águas; havia densas trevas, mas o Espírito Santo sempre esperava a Palavra. O Senhor disse: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra” (At 1:8).

Ainda que o Espírito tenha o poder divino, jamais atua por Sua própria conta; sempre espera a Palavra. Quando o Pai tinha elaborado o projeto, entrou em ação a Palavra, porque disse Deus: “Haja luz; e houve luz” (Gn. 1:3). Essa palavra expressa de Deus é Jesus Cristo. João escreveu: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada que foi feito se fez... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:1-3;14).

O Pai projeta e o Espírito Santo se move esperando a expressão divina para atuar. Na palavra expressa libera-se todo o poder de Deus; e por isto se produziu o milagre da criação. Deus não muda: como atuou na criação, opera da mesma forma em cada situação que nós tenhamos.

A Bíblia nos dá a faculdade de crer na obra redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo; isto nos converte em filhos de Deus, e Pedro diz que somos participantes da própria natureza de Deus. Ou seja, que se o Pai projeta, você pode fazer o mesmo; a fé o capacita para que converta o feio e tenebroso de sua situação, em algo formoso, útil e produtivo.

Uma vez que você consiga elaborar o projeto em sua mente, pode apresentá-lo ao Espírito Santo, que se move no meio do caos de seus problemas, e logo confesse a Palavra que é quem libera todo o poder de Deus. Pois nós mesmos somos instrumentos de Deus para mudar o nosso destino, de nossos entes queridos e de nossa Nação, tudo por meio da confissão correta da Palavra de Deus.

Hebreus 4:12 diz: “Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. Podemos ver as partes fundamentais neste texto:

Viva - A Palavra de Deus tem tanta vida que o próprio Senhor disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mt 24:35). Jesus disse aos Seus discípulos que não compreendiam em profundidade de Suas palavras: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63).

Eficaz - No grego, energues, isto é, operante ou dinâmica. Significa que a palavra está carregada de toda a energia divina, e cumpre o propósito para o qual Deus a enviou. “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas faro o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55:11).

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Cortante ou tangente mais que uma espada de dois gumes - No grego, makhaira, que é o bisturi do cirurgião e está destinada a curar o homem. A Palavra de Deus, ao ser liberada e chegar até à parte mais íntima do ser, sara as feridas mais profundas da alma. O fato de que são dois fios (grego – distonos), significa literalmente “de duas entradas” e assim penetra mais fundo no ser humano, chegando até às juntas e medulas, e discernindo os pensamentos e as intenções do coração.

Quando confessamos com fé a Palavra de Deus, estamos liberando Espírito de vida, razão pela qual o Senhor mandou especificamente a Moisés: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6:6-9).

Paulo disse: “Habite, ricamente, em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3:16).

Davi disse: “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl 119:105). Quando nos enchemos da Palavra, nossa vida ilumina, dissipam-se as trevas e vivemos em um novo dia, onde a luz da verdade sempre nos dirige. Portanto, repita-a constantemente a seus filhos; não sinta temor de ter como tema de conversa com eles a Palavra. Às vezes, entre familiares, os temas centrais são os personagens da novela, do esporte ou da política. Nossas conversas, porém, devem girar em torno do que Deus nos está ensinando.

O homem deve aprender a assumir a responsabilidade que o Senhor lhe confiou. E uma das responsabilidades é construir muro de proteção em seu viver. A Palavra de Deus confessada é esse muro. Quando você declara a palavra da fé, está levantando muralhas de proteção para sua família, contra qualquer ataque do inimigo; e no momento da prova, esta não prevalecerá porque encontrará a resistência daquela muralha de proteção que você edificou. Davi disse: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34:7). Se Deus é o que peleja por nós, por que vamos nos angustiar?

Como o Senhor diz no Salmo 46:10: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. Isaías nos ensina sobre a importância de conhecer toda a Escritura, dizendo: “Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali” (Is 28:10).

O Senhor disse: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4:6). Deus toma o exemplo do Seu povo de Israel e diz que a sua destruição pelos assírios e pelos babilônicos, foi a falta de conhecimento da Sua Palavra. Na época atual, a Igreja é o povo do Senhor, que é formado por pessoas de todas as raças, tribos, povos e línguas; que foram aceitas como tal pela fé em Jesus Cristo. Se nós, o povo de Deus, não adquirimos o conhecimento da Palavra, poderemos sofrer o mesmo que aconteceu ao povo de Israel: foi destruído.

“Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim” (Os 4:6). Neste texto, o profeta vai além do conceito pastoral, e refere-se também àqueles que são autoridades espirituais de seus lares. Você sabia que o pai, diante dos olhos de Deus, é o sacerdote de sua casa? A sentença do Senhor é: “Porquanto tu deixaste o conhecimento de minha Palavra, deixarás de ser essa autoridade espiritual em casa”. E isto é algo muito grave no mundo espiritual; é como uma casa sem portas, onde os membros da família são expostos à destruição.

Mas, como crentes, enfrentamos, no dia-a-dia, um inimigo que se opõe à nossa rendição total ao Senhorio de Jesus Cristo. Paulo disse: “Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (II Co 4:4).

Só existe um Deus verdadeiro; o que Paulo identifica como deus deste século, é aquele que quis usurpar o trono de Deus, pretendendo tomar o mesmo lugar do Senhor na adoração; por isto foi arrojado do reino dos céus, convertendo-se no ser mais malévolo que jamais existiu, e seu propósito é enganar ao maior número de pessoas da humanidade para não ir só à condenação

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eterna. Utiliza muito a tentação para induzir ao pecado. Esta se converte em um véu que impede que lhes resplandeça a luz do Evangelho de Cristo. Quando uma pessoa deixa que a luz da verdade entre em sua mente, e em seu coração, saí da miséria, e poderá caminhar pelas sendas da justiça que o Senhor nos traçou. Viverá em saúde, pois o Senhor prometeu que não haverá nenhuma enfermidade para Seus filhos. Caminhará em prosperidade, porque Deus prometeu suprir todas as nossas necessidades, conforme Sua riqueza em glória. Caminhará em harmonia familiar, porque Deus prometeu que restauraria a família. O inimigo luta por manter o véu da cegueira espiritual, para que não leiam nem entendam o que Deus lhes quer revelar.

Paulo disse: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). O apóstolo pede a cada crente três passos fundamentais:

Não vos conformeis com este século - Este século tem tomado um rumo completamente contrário à vontade de Deus, pelo que choca com cada um dos propósitos divinos. O Apóstolo Pedro também se refere ao presente século e diz a respeito: “Fugindo da corrupção das paixões que há no mundo” (II Pe 1:4). O único meio que nos pode preservar da corrupção, é guardarmos cada uma das promessas divinas.

Renovação do entendimento - Nosso entendimento só pode ser renovado pelo estudo contínuo da Palavra, a qual nos leva a um conhecimento muito mais profundo acerca do propósito de Deus para nossas vidas.

Comprovar a vontade de Deus - É impossível que alguém possa chegar a conhecer a vontade divina sem que se entregue a esquadrinha as Escrituras.

Todos os dias devemos dizer ao Senhor: “Senhor, renova meu entendimento e ajuda-me a compreender mais e mais Tua bendita Palavra”. Há grande diferença entre recolher umas quantas conchas ou caracóis à beira do mar e mergulhar nas profundidades do oceano, conhecendo os inescrutáveis tesouros que se encontram no mar profundo. Assim também não se compara o conformar-se com uns poucos versículos das Escrituras e ser uma pessoa que se aprofunda em todo o conhecimento bíblico.

Paulo disse: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (II Co 3:18). Quando você lê a Palavra, abre-se o véu e pode olhar com cara descoberta, ver claramente como você é por dentro; mas vá um passo além, onde pode ver a glória do Senhor, e poderá escalar os degraus necessários em sua vida espiritual, subindo de glória em glória, crescendo espiritualmente até que possa alcançar a estatura de Jesus Cristo.

O Salmista disse: “Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos” (Sl 119:98-100).

Há três passos fundamentais no processo de amadurecimento, onde o alimento espiritual é muito importante:

A - O LEITE ESPIRITUAL

“Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (I Pe 2:1-2).

O que mais busca, um bebê recém-nascido para nutrir-se, é o seio da mamãe; e o apóstolo toma este exemplo natural para nos dar um grande ensino no plano espiritual. Quando se permite algo impróprio no leite, este se decompõe e começa a azedar; se você permite coisas impróprias em sua vida, o leite da Palavra pode azedar, perdendo seu efeito nutritivo. O impróprio vem a ser a malícia, o engano, a hipocrisia, as invejas e todas as detratações. Paulo disse aos efésios: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Ef 4:31).

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O apóstolo ensina que cada um deve, com sua própria vontade, desfazer-se de todas as coisas que impeçam um desenvolvimento espiritual normal, e apresenta uma lista das coisas que não devemos jamais consentir em nossas vidas: amargura, gritaria, ira, raiva, maledicência, malícia.

É importante compreender que de todas estas coisas nós mesmos nos devemos despojar, por nossa própria vontade. Ao fazê-lo, o leite se converte em um alimento muito nutritivo para nossas vidas.

B - O PÃO

Jesus disse: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:4).

Quando você pode conhecer amplamente a Bíblia, e a entende, ela é como pão; mas se ainda se conforma somente com o ler alguns Salmos ou versículos soltos da Bíblia, não estará desfrutando de um desenvolvimento normal. Uma criança ao nascer é um bebê muito lindo que inspira alegria e ternura, e emite uns sons guturais que estremecem os corações dos pais; mas se aos doze anos segue emitindo os mesmos sons, então os pais estarão enfrentando um problema de retardo mental. Assim como é natural, também o espiritual; uma pessoa que aos dez anos de vida cristã esteja dependendo de uns quantos versos soltos, ou uns quantos Salmos, é um sintoma de que está enfrentando um problema de retardo espiritual.

“Pois, com efeito, quando deveis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na Palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5:13-14).

Um atleta que quer ser um profissional e coroar-se campeão, sabe que pode alcançá-lo por meio de uma dedicação total e prática contínua a seu esporte. De igual modo, um crente só pode alcançar a maturidade espiritual pelo exercitar-se no estudo da Palavra; quanto mais aprofunda-se nela seus sentidos espirituais fortalecem-se para um desenvolvimento normal.

4 – A BÍBLIA E SUAS DIVISÕES

A ordem dos livros da Bíblia que temos hoje em mãos não quer dizer necessariamente que estão por ordem de data de escrita. Foi uma divisão estabelecida pelo Cânon para facilitar o nosso acesso e compreensão da Palavra de Deus, embora isso não altere o seu conteúdo ou desqualifique a Palavra de Deus. Quais são essas divisões da Bíblia.

A – VELHO TESTAMENTO

Contém 39 livros subdivididos em cinco categorias:

Pentatêuco – São os cinco primeiros livros do Velho Testamento atribuídos a Moisés como autor dos mesmos, onde vemos a criação e a queda do homem, o chamado a Abraão e a Nação de Israel, a lei e os mandamentos de Deus e a história do povo de Israel no deserto. Gênesis – Êxodo – Levítico – Números – Deuteronômio.

Livros Históricos – Falam sobre o estabelecimento do povo de Israel na terra de Canaã, sua idolatria e posterior cativeiro diante das nações inimigas. Josué – Juízes – Rute – I e II Samuel – I e II Reis – I e II Crônicas – Esdras – Neemias –

Ester.

Livros Poéticos – Falam sobre a experiência do povo de Deus com a pessoa d’Ele em forma de salmos, hinos e poesias. Jó – Salmos – Provérbios – Eclesiastes – Cantares

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Profetas Maiores – São denominados assim pela quantidade de escritos e pela extensão de suas obras. Isaías – Jeremias – Lamentações de Jeremias – Ezequiel – DanielProfetas Menores – Não são chamados assim por serem menores em grau de importância, mas, como no caso assim, foi pela extensão de seus escritos. Oséias – Joel – Amós – Obadias – Jonas – Miquéias – Naum – Habacuque – Sofonias –

Ageu – Zacarias – Malaquias.

B – NOVO TESTAMENTO

Contém 27 livros também subdivididos em cinco categorias:

Os Evangelhos – Relatam a vida e a obra do Senhor Jesus aqui na terra. Mateus – Marcos – Lucas – João.

Livro Histórico – Fala sobre o nascimento e o crescimento da Igreja através do trabalho missionário dos apóstolos que andaram com Jesus. Atos dos Apóstolos

Epístolas Paulinas – Como o próprio nome diz, são as cartas que o apóstolo Paulo enviava para suas igrejas e que se tornaram parte das Sagradas Escrituras. Romanos – I e II Coríntios – Gálatas – Efésios – Filipenses – Colossenses – I e II

Tessalonicenses – I e II Timóteo – Tito – Filemon.

Epístolas Gerais – São as cartas dos outros apóstolos de Jesus enviadas às suas respectivas igrejas ou grupos específicos. Hebreus – Tiago – I e II Pedro – I, II e III João – Judas.

Livro Profético – Fala dos acontecimentos finais e julgamento de Deus sobre todos aqueles que negaram a obra da cruz. O Livro do Apocalipse

TAREFA (a ser entregue na em folha avulsa na próxima aula)

1 – Fale sobre a inspiração da Palavra de Deus

2 – Fale sobre a inerrância da Palavra de Deus.

3 - Como Deus se revela a nós por meio da Bíblia?

4 - Quais são os três passos fundamentais no processo de amadurecimento, onde o alimento espiritual é muito importante?

5 - Como é dividido cada um dos dois testamentos. Decore todos os livros da Bíblia pela ordem.A - O Velho TestamentoB - O Novo Testamento

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MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 05: ORAÇÃO E JEJUM

META DE ENSINO

Que o aluno defina o que é oração e jejum Que o aluno explique as características da oração Que o aluno explique qual é a vantagem da oração e jejum

1 - CONHECENDO O PODER DA ORAÇÃO

“Não sei como orar; não posso orar tão-somente dez minutos, sem que por minha mente passe toda classe de pensamentos ou interrupções”. Essa é a condição da maioria das pessoas dentro das igrejas. Um dos maiores privilégios que podemos obter é comunicarmos com o Criador, através da oração. É a oportunidade que Deus nos brinda para relacionarmo-nos com Ele. Jesus não ensinou seus discípulos a pregar, mas ensinou-os a orar. Em geral são muitas as pessoas que têm uma idéia distorcida acerca de Deus. Imaginam-no um Deus bravo, severo e intransigente.

“Ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. Esta foi a petição dos discípulos ao Senhor. Creio que todo crente sincero deve ter a mesma disposição que tiveram aqueles discípulos. Com resultado, o Senhor passou a ensinar-lhes a oração mais importante de todos os tempos: “O Pai-Nosso” (Mt 6:5-13).

Por muitos anos chegou-se a pensar que a oração do “Pai-Nosso” era patrimônio da Igreja Católica, e que somente eles a podiam repetir, vez após vez, dentro de suas cerimônias. Mas ultimamente o Senhor tem levado a Igreja cristã a uma conscientização da importância de fazer da oração do Pai-Nosso, uma parte vital de nosso viver diário, pelo que ela passou a ter um lugar muito importante dentro de nossos cultos de adoração.

O Senhor nos deu três passos essenciais, que sempre devemos ter presentes, para que nossas orações sejam efetivas. Ainda que o próprio Senhor ensinou que podemos orar, em todo tempo, em qualquer lugar, não obstante Ele exige certa atitude de coração para haver uma comunicação efetiva. Os judeus haviam convertido a oração em um ato meramente externo, acompanhado de movimentos, gesticulações e palavras repetitivas que eram expressas mecanicamente, o que levou seus líderes religiosos à hipocrisia, dando maior prioridade à aparência externa do que à intenção do coração.

Por esse motivo, Jesus exortou os líderes religiosos daquela época, qualificando-os de hipócritas: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo” (Mt 23:25-26). O Senhor, prevenindo para que Seus discípulos não caíssem nos mesmos erros dos judeus, advertiu-lhes sobre três aspectos fundamentais:

Não serem hipócritas (Mt 6:5)

“E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa”.

Quem é o hipócrita? O que se justifica a si mesmo. Possivelmente você tem ouvido, ou talvez tenha feito orações tais como: “Senhor, perdoa-me, eu não queria fazer isto; obrigaram-me a fazê-lo; ela teve a culpa; ainda que seja pecador, agrada-Te de mim; eu sei que o que estou fazendo não é bom, mas assim sirvo ao Senhor; não sei por que o fiz, esta carne é tão fraca que

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me domina.” Não devemos ser hipócritas; se foi você quem pecou, tem que ser sincero, reconhecer seus pecados e não culpar aos outros. O salmista Davi fez a seguinte pergunta: “Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão” (Sl 19:12-13).

O hipócrita não vê seus próprios defeitos, mas vive analisando os erros dos demais. O Senhor, exortando aos escribas e fariseus, disse-lhes: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15:7-9).

Privacidade na oração

“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6:6). A oração secreta é uma intimidade, semelhante à intimidade conjugal; no lugar secreto Deus se relaciona conosco e por sua vez podemos cultivar ali a amizade com o Espírito Santo. Cada crente precisa de um lugar onde possa ter diariamente essa privacidade com Deus, seja no escritório, em seu quarto, na sala ou outro lugar. O Senhor Jesus Cristo, como não estivesse um lugar específico, orava ao ar livre nas madrugadas (Mc 1:35).

O salmista Asafe estava lutando muito dentro de si por ver a prosperidade dos ímpios, e era tão forte o bombardeio de seus pensamentos que deu lugar à inveja; só quando entrou no santuário de Deus compreendeu o fim dos maus, que Deus os têm posto em lugares escorregadiços; em assolamentos os fará cair (Sl 73:17-18).

O Senhor disse, através do profeta Isaías: “Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira” (Is 26:20).

Não usar vãs repetições

O Senhor adverte Seus discípulos que não façam da oração uma mera reza. Quem fazia isto eram os cidadãos de Éfeso, que por duas horas, todos juntos gritavam: “Grande é Diana dos efésios!” (At 19:34). A reza era muito familiar entre os pagãos, mas não entre o povo de Deus. “Escuta, ó Deus, a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca” (Sl 54:2). O salmista em sua oração argumentava com Deus como o faz um homem com seu próximo. Para mim não é nenhuma penitência falar com minha mulher; antes, pelo contrário, é um gozo. Assim é a oração; deve-se fazer com gozo, alegria e com inteligência; não como obrigação imposta. O Apóstolo Tiago disse: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tg 4:3). Ainda que Deus exija que cada um de Seus filhos ore diariamente, não obstante, há orações que não têm resposta porque não são acompanhadas de fé, e sem fé é impossível agradar a Deus. Uma oração mecânica não tem absolutamente nada de fé.

A - NÍVEL DE REDENÇÃO

O Senhor Jesus introduziu um dos pontos doutrinários mais revolucionários daquela época, ao ensinar aos discípulos que deveriam orar dizendo: “Pai- Nosso”.

Até então nenhum judeu havia se atrevido a chamar Deus de Pai. O pai de todos os israelitas era Abraão (Jo 8:39). Que um judeu pudesse dizer que Abraão era seu pai, representava algo dignificante; mas que alguém fosse dizer que Deus era seu pai, isto seria considerado uma blasfêmia, posto que seria colocar-se no mesmo nível de Deus. Agora você pode imaginar como aqueles judeus sectaristas se sentiram ofendidos, quando escutaram ao Senhor confessando: “Deus é meu Pai”; “o Pai e Eu somos um”; “Meu Pai trabalha até hoje e Eu trabalho”; “não vim fazer a minha vontade, mas a do Pai”. Incomodaram-se tanto com Jesus que chegaram a crer que Ele era um pretensioso. Esse foi um dos motivos pelo qual O perseguiram, acusando-o de blasfemo. “Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem te fazes Deus a ti mesmo” (Jo 10:33). Ao que Ele respondeu: “Então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou Filho de Deus? Se

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não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, credes nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai” (Jo 10:36-38). Jesus podia chamar Deus de Pai, porque tinha Sua mesma natureza Divina; e para que nós possamos fazer o mesmo, devemos ser adotados como Seus filhos, o que se alcança pela fé em Jesus Cristo. “Mas, a todos quantos o receberam deu-lhe o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1:12-13). Nós, que cremos em Jesus, devemos chamar Deus de Pai porque:

Ele nos deu vida quando estávamos mortos (Ef 2:1).

Ele abriu nossos olhos, para que nos convertêssemos das trevas à luz, e da potestade de Satanás a Deus; porque recebemos, pela fé em Cristo, perdão de pecados e herança entre os santificados (At 26:18).

Ao crermos que Jesus é o Cristo, Ele nos deu o poder de sermos feitos filhos de Deus (Jo 1:12).

Porque estamos crucificados juntamente com Cristo, e já não vivemos mais nós, mas agora Cristo vive em nós (Gl 2:20).

Porque o Espírito de Deus nos guia (Rm 8:14).

Porque Ele nos fez participantes da natureza divina (II Pe 1:4).

B - NÍVEL DE AUTORIDADE

“Que estás nos céus”. O sábio Salomão, na oração de dedicação do templo, disse: “Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei” (I Rs 8:27). Nesta oração, Salomão, em sua inspiração, confessa a existência de três céus: a atmosfera, a estratosfera e o céu de Deus, aonde se crê que o Apóstolo Paulo foi arrebatado, e esteve no paraíso, onde ouviu palavras inefáveis que não é dado ao homem expressar. Este apóstolo, a quem Deus deu o privilégio de conhecer o terceiro céu como nenhum outro o tem conhecido, quando escreve aos efésios, dá-lhes a conhecer a posição de autoridade que, em Cristo, haviam adquirido; e pede, em oração, que “Deus vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração” (Ef 1:17-18). O apóstolo anela que cada crente possa compreender:

Qual é a esperança a que Ele nos chamou.

As riquezas da Sua glória.

A herança que adquirimos com os santos.

O extraordinário poder que Ele nos tem dado, que é o mesmo que operou em Cristo, ao ressuscitá-lo dentre os mortos, fazendo-O sentar-se à direita do Pai, nos lugares celestiais, sobre: “Todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1:20-23).

C - NÍVEL DE ADORAÇÃO

“Santificado seja Teu nome”. O Senhor disse à mulher samaritana: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:23-24).

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A natureza de Deus é santa, ou seja, apartada completamente da maldade; a santidade de Deus jamais poderá ter comunhão alguma com a maldade deste mundo. Tudo o que Deus criou foi com o propósito de que glorificassem somente a Ele. Esta adoração é tão importante para Deus, que não a divide nem com o mais ungidos de Seus servos. Por este motivo Satanás, antes de se rebelar, quando viu o esplendor da majestade divina e a glória que produzia o louvor, e que tudo isso era dirigido somente a Deus, tornou-se adversário, permitindo em seu coração que nascesse a inveja. Então veio a maldade, quando quis tomar o lugar de Deus na adoração. Por este motivo foi arrojado do céu, com todos os anjos que ele enganou. Desde então, vive desejando adoração, a qualquer preço. Teve o descaramento de oferecer ao Senhor todos os reinos da terra, dizendo-lhe: “Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua” (Lc 4:6-7). Jesus, porém, disse-lhe: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4:10). Ainda que Satanás pretendesse adoração, o Senhor recordou-lhe que Deus não divide com ninguém Sua adoração.

D - NÍVEL DE GOVERNO

“Venha a nós o teu reino”. O propósito Divino é que Seu plano de governo para o ser humano seja entendido, aceito e expandido. Começa com um indivíduo, e logo envolve toda a família; esta passa a outras famílias, até que se estenda por toda a sociedade; esta, por sua vez, encarrega-se de colocar pessoas idôneas, que a representem, nos seus mais diferentes segmentos ou postos de influências.

Mas... Poderá o homem governar este mundo? Poderá subsistir sem a ajuda de Deus? Jesus Cristo disse: “... Porque sem mim nada podeis fazer” (Jó 15:5b).

Deus estabeleceu Sua esfera de governo, em toda a criação, desde o princípio: “No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia... e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gn 1:1-3). Se Deus pôde transformar o caos em algo produtivo, poderá fazer qualquer mudança em nossas nações. Ele criou este vasto universo com a mesma exatidão, perfeição e simetria de um exímio relojoeiro. Por muitos anos ensinou-se dos púlpitos, que política e cristianismo eram incompatíveis, deixando, deste modo, o campo aberto para que aqueles homens que possivelmente não tinham nenhum temor de Deus fosse os que nos governassem e estabelecessem as leis da nação a seu bel-prazer. O rei Salomão disse: “Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra; quando, porém, domina o perverso, o povo suspira” (Pv 29:2). Basta dar uma olhada superficial em nossos países e, dificilmente, encontraremos uma nação que não tenha sido contaminada, em algum momento, pelo mal da época, “a corrupção”.

O último mandamento do Senhor a Seus discípulos foi: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19-20).

O governo de Cristo começou a ser estabelecido em indivíduos. Estes foram os apóstolos que, em menos de um século, haviam transformado o mundo inteiro com o Evangelho. Os de Tessalônica diziam deles: “Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17:6). Os judeus que acusaram Paulo diante do governador Félix, disseram dele: “Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos” (At 24-5). Aqueles apóstolos estavam dispostos a dar tudo, até mesmo suas próprias vidas, para que o reino de Deus fosse estabelecido nesta terra.

E - NÍVEL DE EVANGELIZAÇÃO

“Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6:10). Qual será a vontade do Pai? O Senhor Jesus Cristo a ensinou: “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:39). O que moveu Jesus a deixar Seu trono de glória, despojando-se de Sua divindade para fazer-Se

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homem? O amor a um mundo que se achava submergido em total perdição. Deu-nos a maior lição de amor e misericórdia, ao abandonar tudo para vir nos salvar, a despeito do preço elevado que tinha que pagar: Sua própria vida. “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (I Pe 1:18-19). Conhecer a vontade de Deus é como ter um diamante com múltiplas facetas; mas a que mais brilha é aquela que nos motiva buscar e salvar os perdidos. Pois se essa é a vontade de Deus, o seu e meu dever é preparar-nos para tanto, sendo diligentes no que Deus nos tem confiado.

Paulo disse: “Se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o Evangelho! Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei” (I Co 9:16,19-21).

Se você quer fazer a vontade de Deus, tem que se converter em um propagador do Evangelho; para tal, é indispensável que tenha os seguintes requisitos: Ser uma pessoa redimida; Capacitar-se biblicamente; Possuir uma grande compaixão pelos perdidos; Ser cheio do Espírito Santo; Ser membro ativo de uma Igreja cristã; Ter bom testemunho.

F - NÍVEL DE PROVISÃO

“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt. 6:11). O propósito de Deus é a prosperidade de Seu filhos, não só no aspecto espiritual, mas também no físico e material, tal como expressa o Apóstolo João ao ancião Gaio: “Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera tua alma” (III Jo 2).

A provisão que Deus dá é abundante, pois Ele é um Deus de abundância, e quer revelá-la a Seu povo, a fim de que cada um de Seus filhos entre na dimensão da prosperidade. “Mas, como está escrito: nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém, o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (I Co 2:9-16).

Deus tem preparado uma bênção para cada um de Seus filhos que vai muito além do natural, pois não tem chegado à vista, nem ao ouvido, ou tem subido ao pensamento, mas está no coração de Deus. Você pode caminhar em prosperidade, porque se você é capaz de crer em Deus e de crer em Sua Palavra, você já é próspero; entre na dimensão da prosperidade. Salomão disse: “A bênção do Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto” (Pv 10:22).

G - NÍVEL DE PERDÃO

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt 6:12). Eu sei que a tarefa mais difícil para muitos relaciona-se com o perdão e

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temos muitos argumentos: “Eu perdôo, mas não esqueço; o que me fez, vai me pagar”. Quando oramos sem haver transmitido perdão, nossa oração não tem poder, porque o não perdoar se converte em uma barreira entre Deus e nós. Quando dizemos: “Senhor, perdoa-me”, Ele não nos responde: “Sim filho, Eu perdôo, mas não esqueço”.

Jesus nos ensinou que, com a medida que transmitimos perdão, recebemos igualmente o perdão de Deus. Se dizemos: “O que tu me fizeste não tem jamais perdão de Deus”, e logo, nos entregamos à oração e dizemos ao Senhor: “Perdoa-me,” Ele nos responderá o mesmo que dissemos: “Filho, o que tu fizeste não tem jamais perdão de Deus.” Se você diz: “Tens que sofrer pelo que me fizeste,” o Senhor lhe diz: “Filho, tu também tens que sofrer pelo que Me fizeste”. Mas se você diz: “O que me fizeste me doeu na alma, mas eu te perdôo”, o Senhor vai dizer-te: “Filho, o que tu Me fizeste, doeu na alma, mas Eu te perdôo também de todo o coração e nunca mais Me lembrarei de teus pecados”. Pedro fez esta pergunta ao Senhor: “...Quantas vezes perdoarei a meu irmão que pecou contra mim? Até sete?” Ao que o Senhor lhe disse: “Não te digo até sete, mas sim setenta vezes sete” (Mt 18:21-22). Somente podem experimentar os benefícios do perdão aqueles que o tenham praticado, pois o próprio Senhor nos ensina que não podemos incorrer no pecado da hipocrisia, pretendendo receber o perdão de Deus, sem querermos transmiti-lo; porque isto nos exporia ao juízo mais severo de Deus. Ele se enoja tanto com o rancoroso, que o entrega nas mãos dos verdugos (enfermidades, gastrites, nervos, etc) até que pague tudo o que deve (Mt 18:23-35).

H - NÍVEL DE PROTEÇÃO

“E livra-nos das tentações” (Mt 6:13). Um ancião precisava de uma pessoa que dirigisse seu carro, e na entrevista disse aos candidatos: “Bem, vocês estão dirigindo perto de um abismo. O que você faria? Estaria tranqüilo próximo do abismo, ou se afastaria um pouco, por precaução, ou se afastaria deste o mais que pudesse?” Um lhe respondeu: “Eu não temo o perigo; para mim os abismos não assustam; posso dirigir sem nenhum temor perto dos abismos.” O outro candidato disse: “Eu me retiraria apenas um pouco; guardaria distância, mas não mais.” O último disse: “Eu estaria o mais distante que pudesse do abismo”. A quem você crê foi dado o trabalho? Àquele que é prudente e está o mais distante possível do perigo. O mesmo acontece com o crente: vamos caminhando por um mundo que está cheio de abismos, e o homem que joga com a tentação está caminhando à beira do abismo. Pode ser que diga: “Não tenho medo; sei vencer os perigos,” e se detém a brincar com a tentação. Isto é tão perigoso quanto um pequeno metal aproximado de um grande imã; a força do imã é tão poderosa que atrai qualquer tipo de metal. Quanto mais longe do perigo, mais seguro estará. Salomão disse: “...O avisado vê o mal e se esconde; mas os simples passam e recebem o dano”. Paulo disse: “Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” (I Co 6:18).

Desde o momento em que o homem sai de seu lar, o inimigo já o está bombardeando com toda classe de tentações, dúvidas e temores, pois ele tem seus mísseis preparados para atacar o crente. O Apóstolo Paulo disse: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:10,11,13). Para poder vencer a tentação, é importante manter presentes os conselhos do apóstolo:

Fortalecei-vos no Senhor; Revesti-vos de toda a armadura de Deus; Tomar toda a armadura de Deus; Resistir no dia mau; Estar firmes; Manter sempre posta toda a armadura de Deus, que é o que nos dá o poder para vencer o

adversário.

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I - NÍVEL DE LIBERTAÇÃO

“Mas livra-nos do mal” (Mt 6:13). Existem duas forças que operam no mundo espiritual: o bem e o mal. Possivelmente você seja dos que dizem: “Eu não creio que exista o mal, só aceito o bem”. Isto é semelhante a dizer: “Só creio que existe o dia e não creio na noite;” ou “só aceito o quente, não o frio”. O Apóstolo Paulo disse: “...porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão da luz com as trevas?” (II Co 6:14).

Uma pessoa que haja experimentado o novo nascimento, passou das trevas para a luz, pelo que deve comportar-se como filho da luz. Para o crente poder vencer o mal tem que primeiro passar por todos os passos explicados anteriormente, ou seja: você já é uma pessoa redimida, que possui autoridade, que caminha na dimensão do Espírito. Mas um dos passos mais importantes, é que você não guarda rancor, mas possui um espírito perdoador. Com estas características é fácil levantar um cerco de proteção ao redor de sua vida e de sua família. O Senhor disse através de Moisés: “Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos” (Dt 28:1-2).

Até o verso 14, o Senhor dá as descrições detalhadas de todas as bênçãos para todo aquele que é obediente à Sua Palavra; mas no verso 15, adverte acerca de todas as conseqüências da desobediência à Sua Palavra, dizendo: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão”. Até o verso 68, de uma maneira muito descritiva, o Senhor adverte sobre todos os efeitos devastadores do mal, que perseguiriam ao desobediente, até destruí-lo.

As forças do mal se têm levantado com muita ira contra a humanidade, porque os demônios sabem que lhes resta muito pouco tempo e utilizam toda classe de engano para confundir e debilitar o crente. Por tal motivo requer-se que o crente na atualidade seja muito firme em sua fé, não se deixe mover facilmente de seu modo de pensar, e sabia como enfrentar sem temor e com muito êxito todas as forças do mal. Jesus disse: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas” (Mc 16:17).

J - NÍVEL DE SEGURANÇA

“Porque Teu é o reino, e o poder, e a glória, por todos os séculos. Amém” (Mt 6:13). Você não poderá encontrar um seguro mais firme e duradouro do que o que nós encontramos em Jesus Cristo.

O Senhor disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jó 10:27-28).

Ainda que Jesus morresse em debilidade, ressuscitou em poder, e a Ele foram entregues todos os povos, tribos, línguas e nações, e adquiriu domínio nos céus, na terra, e sob Seus pés estão submetidos, principados, autoridades, poderes, senhorios, nomes, e coisa. Ele domina sobre tudo e Seu reino jamais terá fim.

Moisés orou: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90:1-2). E em um dos Salmos mais conhecidos por todos os cristãos, diz: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo” (Sl 91:1-4). Todo este Salmo fala da proteção que Deus dá àqueles que têm feito dEle seu refúgio.

É importante que estes dez níveis da oração sejam postos em prática diariamente. Os pontos que tenho tratado sobre este tema são um guia que o ajudará a começar agora; mas à medida que se exercite na oração, irá ampliando o vocabulário, e o Espírito Santo o ajudará para que possa fluir, até que a oração já seja em você um modo de vida.

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2 - O JEJUM

A - POR QUE JEJUAR?

Por que motivo os cristãos devem algumas vezes deixar a comida, dormida, boas roupas, a vida em família ou outros confortos para dedicarem-se somente à oração?

Homens e mulheres usados por Deus em toda a Bíblia, jejuaram: Moisés, Davi, Esdras, Neemias, Daniel, Paulo.

Jesus iniciou seu ministério com 40 dias de jejum. Não há uma ordem na Bíblia para se jejuar, mas Jesus deixa claro que jejum é parte da vida do cristão ao dizer: “Quando jejuardes...” (Mt 6:16) “...naqueles dias jejuarão” (Lc 5:34,35). A Igreja primitiva conhecia a prática do jejum (At 13:2,3).

B - O QUE É O JEJUM E A ORAÇÃO?

Não é simplesmente abstinência de alimento ou de alguma coisa. Acima de tudo é colocar Deus no lugar supremo. É colocar a oração em primeiro lugar.

Há momentos em que devemos comer e beber com alegria e gratidão (Sl 103:2,5); que devemos dormir (Sl 127:2; 3:5); os prazeres da família devem ser gozados (Hb 13:4; Pv 18:22). Toda bênção vem de Deus (Tg 1:7) e deve ser desfrutada, para que por elas Deus seja glorificado. Mas há momentos que devemos voltar as costas para tudo isso e buscar a face do Senhor por algum tempo. Para tanto somos levados a voltar toda a nossa atenção e energia para o Senhor, orando e esperando em Sua presença. A abstinência pode ser só de comida (Mt 4:2).

Há ocasiões em que o jejum é completo, sem água nem comida (Ester 4:16).Há jejuns parciais, em que se come só o indispensável (Dn 10:2-3).

Às vezes há abstinência do relacionamento sexual entre marido e mulher (Êx 19:14-15; I Co 7:5).

A conseqüência do jejum é um desejo ardente de estar com Deus em oração, por alguma razão específica, maior que qualquer desejo normal ou lícito.

Jejum significa persistência em oração. Podemos orar freqüentemente, mas não oramos muito. Separar um tempo para jejum e oração é dispor-se a um sério trabalho com uma persistência que não aceitará a negação. A oração persistente, que deixa tudo mais e dá a Deus o devido lugar, freqüentemente envolve o jejum. Jejum é uma deliberação de remover todo obstáculo à oração (Hb 12:1-2). Jejuar é simplesmente colocar de lado todo peso e todo emprego que impede nossas orações.

O jejum manifesta a intensidade de um desejo, a grandeza de uma determinação e da fé. O jejum, pois, revela o fervor e a seriedade da busca da resposta à oração.

C - MOTIVOS QUE LEVARAM AS PESSOAS A JEJUAR (NO VELHO TESTAMENTO)

Busca de auxílio em tempo de aflição (Sl 50:15) Josué e os anciãos de Israel diante da derrota em Ai (Js 7:6) As tribos de Israel, quando a tribo de Benjamim foi contra elas (Jz 20:26) Ester, Mordecai e os judeus, quando ameaçados de destruição (Et 4:16) Esdras, quando temeu os inimigos no deserto (Es 8:21-23) Confissão de pecados (I Sm 7:6; Jn 3:5-8) Oração por cura (II Sm 12:16,21,22) Contrição e quebrantamento (I Rs 21:27) Intercessão (Ne 1:4; Dn 9:2,3-19) Por revelação (Dn 10)

D - O JEJUM NO NOVO TESTAMENTO

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Não há uma única ordem no Novo Testamento para a Igreja jejuar. Também não há normas estabelecidas. No entanto, parece que o jejum é algo que faz parte da vida normal do povo. Os judeus já eram dados ao jejum semanal e os fariseus jejuavam duas vezes por semana.

Jesus jejuou após o batismo (Mt 4:2; Lc 4:2). Ele passava noites em oração e, ao que parece, sem comer. Mas não praticava o tipo de jejum dos fariseus ou mesmo de João Batista. Ele deixou, contudo, ensinos sobre o jejum.

Lucas 5:33-35: Haveria um tempo, depois da Sua partida, em que os discípulos jejuariam. Há tempos em que o jejum não se faz necessário. Ver ainda Mateus 17:21.

O jejum deve ser ao Senhor, sem a motivação de impressionar (Mt 6:16-18 - “quando jejuardes...”). Está implícito que jejum era uma prática indiscutível. Talvez por essa razão não haja nenhum mandamento para que se jejue.

B.1 - O Jejum no Livro de Atos

Saulo jejuou após o encontro com Cristo, a caminho de Damasco (At 9:9). Motivo: espera em Deus e busca de revelação.

Cornélio jejuava, quando o anjo lhe trouxe a mensagem de Deus (At 10:30). Motivo: exercício espiritual diante do Senhor.

Os profetas e mestres na Igreja de Antioquia (At 13:1-3). Motivo: ministrar ao Senhor, impor as mãos sobre os apóstolos e enviá-los à obra missionária.

Paulo, para a separação dos presbíteros (At 41:23). As pessoas que viajavam com Paulo para Roma (At 27:9,33,34). Eram dias de grande perigo.

B.2 - O Jejum nas Cartas

Paulo era dado à prática do jejum (II Co 6:4-5). A única instrução sobre jejum e oração nas cartas é no que se refere ao casal (I Co 7:4-5).

E - RAZÕES BÍBLICAS PARA O CRENTE JEJUAR

O jejum põe a carne sob sujeição e ajuda na disciplina, mas ele nada altera a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois do meu jejum. O benefício do jejum é para mim, pois ajuda-me a estar mais sensível ao Espírito de Deus.

Quando uma necessidade de esperar mais em Deus surge, e o Espírito Santo nos impele a jejuar, esse é o tempo para tal. O Novo Testamento não estabelece um programa de jejum. O cristão é “guiado pelo espírito” (Rm 8:16) e é Ele quem vai mostrar por que, como e quando jejuar. Jejuar fora da liderança do Espírito não passa de autopunição. Jejuar com o propósito de ministrar ao Senhor. Um tempo de comunhão sem qualquer interrupção (At 13:2).

TAREFA (a ser entregue em folha avulsa na próxima aula)

1 - O que é a Oração?

2 - Quais são os três passos que o Senhor usou para abrir a porta da comunicação permanente com Ele (Deus)?

3 - Quais são os níveis que compõem estes três passos? Comente cada um deles.

4 - Qual é a importância da Oração para sua vida como líder de uma Célula de Multiplicação?

5 - Por que devemos jejuar?

6 - Como devem ser o jejum e a Oração?

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7 - Cite algumas razões bíblicas do por que o cristão deve jejuar?

8 - Qual é a importância do jejum para sua vida como líder de Célula de Multiplicação?

MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 06: BATISMO NAS ÁGUAS

META DE ENSINO

Que o aluno compreenda o conceito e a importância do Batismo nas Águas para o Novo Convertido, para que tome a decisão de cumprir este sacramento de Jesus.

INDICADORES

Que o aluno defina a Palavra Batismo Que o aluno mencione os requisitos e benefícios de ser batizado nas águas como foi Jesus Que o aluno explique o fundamento bíblico da importância do Batismo nas Águas

1 - DEFINIÇÃO

Baptizo (bapto) quer dizer “molhar ou tingir”; afundar ou submergir (Rm 6:3). Significa o sepultamento do indivíduo, sepultar sua antiga maneira de viver a fim de ressurgir para uma nova vida. Foi uma ordem dada por Jesus na grande comissão (Mt 28:19).

Identificamo-nos com Cristo em sua morte, em sua sepultura e em sua ressurreição (Rm 6:4).

Confissão pública de que estamos mortos com Cristo para os nossos pecados.

2 – A IMPORTÂNCIA DO BATISMO

A – CRISTO NOS DEU O EXEMPLO (Mt 3:14-15)

Uma das coisas que Jesus fez foi submeter-se ao Batismo, na idade de 30 anos. Quando ele foi a João Batista, esse logo lhe disse: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt 3:14). A resposta de Jesus foi: “Deixa por enquanto, porque, assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt 3:15).

O Senhor ensinou a João que o Batismo nas Águas é um passo muito justo e por essa razão Ele nos dava exemplo. Pedro disse que Cristo nos deu exemplo em tudo, para que seguíssemos seus passos (I Pe 2:21).

B - SOMOS DISCÍPULOS DE CRISTO (I Jo 2:6)

São muitas as pessoas que tendem a menosprezar a importância de batizar-se nas águas, mas o Batismo é um mandamento estabelecido diretamente pelo Senhor Jesus Cristo. Depois que ressuscitou, disse aos discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19-20).

João nos mostra que devemos andar como Cristo andou. Cristo deixou o mais sublime exemplo possível para os homens, mostrando como nós devemos devotar à nossa missão divinamente determinada, obedecendo aos mandamentos de Deus.

C - O BATISMO NOS SALVA DO MUNDO (Mc 16:16)

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De acordo com a Bíblia, a pessoa é salva do mundo. O contrário de vida eterna é perdição, mas a Bíblia não considera salvação como o contrário de perdição. A Bíblia nos mostra que salvação é a nossa libertação do mundo.

Consideremos a condição do homem diante de Deus. Hoje, o homem não precisa fazer nada para perecer. Eu não vou perecer porque matei alguém, e também não vou ser salvo da perdição por não ter matado ninguém. O fato é que o mundo todo está perecendo. Deus nos tirou de entre os que perecem e nos salvou. O mundo todo está perecendo, mas Deus está salvando os homens um a um.

Deus não pega todos os peixes do mar e, então, separa os bons dos ruins, destinando uns para a salvação e outros para a perdição. Todos os peixes que estão no mar estão perecendo. Aqueles que são capturados por Deus são salvos, o restante permanece no mar.

Portanto, a questão da salvação e da perdição não tem nada a ver com o fato de você ter crido ou não, ou de sua conduta ser boa; mas tem a ver com a sua localização. Se você está no barco, está salvo. Se você ainda está no mundo está perecendo.

O Batismo nas Águas é uma libertação. O Batismo liberta você do mundo. Muitos no mundo podem afirmar que você é um deles. Mas, no momento em que você for batizado, eles perceberão que você chegou ao fim. Aquela pessoa que eles conheciam há anos agora está salva e batizada.

D – É UM PASSO DE OBEDIÊNCIA POR FÉ (Tg 2:17-18)

O Batismo é uma obediência à obra consumada de Cristo Jesus na cruz do calvário. Se crermos, trazemos para dentro de nós a realidade do Espírito Santo de Deus. Se não cremos, tudo será mera ostentação e hipocrisia. Obedecer em fé é trazer a realidade de Deus para as nossas vidas.

3 - REQUISITOS PARA SER BATIZADO (Mt 3:16-17)

A – CRER (Mc 16:16)

O Apóstolo Pedro, em seu primeiro sermão, no dia de pentecostes, respondeu àqueles judeus que, compungidos de coração, escutavam sua pregação: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2:38). Note que o apóstolo faz um chamado ao arrependimento e ao Batismo, que é símbolo ou testemunho de que os pecados foram perdoados e que aquele que der este passo, receberá o dom do Espírito Santo. Mais adiante, no verso 41, diz: “Assim que, os que receberam a sua palavra foram batizados; e se acrescentavam naquele dia cerca de três mil almas”. Você pode entender que os que eram contados dentro da Igreja primitiva eram aqueles que haviam dado o passo do Batismo (At 2:37,41).

Quando Filipe esteve pregando em Samaria, diz a palavra que: “Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados, tanto homens como mulheres” (At 8:12). Logo, Filipe compartilhava a palavra a um funcionário eunuco de Candace, rainha dos etíopes, e este homem recebe a convicção de que a Escritura é a Palavra de Deus e que Jesus é o verdadeiro Messias.

Indo pelo caminho, chegam a certa água e diz o eunuco a Filipe: “Aqui há água; que impede que eu seja batizado”? E, respondendo ele, disse: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo” (At 8:37b-39).

Vemos ali que, primeiro, Filipe compartilhou a escritura e falou acerca de Jesus Cristo. Vemos que aquele homem creu que Jesus Cristo era o verdadeiro salvador, creu que Ele era o Filho de Deus. Conseqüentemente, deu o passo de descer às águas do Batismo. O único requisito que Filipe exigiu, foi que cresse de todo o coração.

B – RECONHECER A OBRA DE CRISTO NA CRUZ (Hb 8:37)

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O Senhor Jesus tinha como meta morrer na cruz. Na noite anterior ao seu suplício, esteve no horto de Getsêmani e orou por três vezes: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade” (Mt 26:42).

Não havia, nem haverá outro caminho para redimir a humanidade, além da cruz de Jesus Cristo; Ele levou toda a iniqüidade, toda a maldade do homem sobre seu corpo. Quando cada indivíduo que crê na obra redentora desce às águas do Batismo, isso é confirmado. Quem crê em Cristo deve ser batizado. Batizar-se é como que morrer, sepultar a velha natureza; ao sair das águas do Batismo, é como se renascêssemos para uma nova vida, por isso Paulo disse que seremos unidos a Ele na semelhança de sua morte e também da sua ressurreição.

O escritor aos Hebreus, diz: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2:15). O inimigo havia conseguido escravizar praticamente a raça humana, e Jesus veio, enfrentou-o, resgatou e libertou todo aquele que tem tido a coragem de crer em Jesus Cristo.

C – PRODUZIR FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO (At 2:38)

Quando as multidões recorriam a João Batista para serem batizadas, ele dizia: “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?” (Lc 3:7). Note que os chama descendência de serpentes e que o único caminho para fugir da ira vindoura é através do Batismo de arrependimento, e faz-lhes um convite: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Lc 3:8).

João lhes diz que o arrependimento e o Batismo vão juntos, e que quando uma pessoa desce às águas do Batismo, deve dar frutos dignos de arrependimento. Porque todo aquele que não dá bom fruto é cortado e lançado ao fogo. Quando as pessoas lhes perguntavam: “Que faremos”? Respondia-lhes: “Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo” (Lc 3:11). Isto é generosidade. Vieram também uns publicanos para serem batizados e lhe disseram também: Que faremos? E disse-lhes: “Não cobreis além daquilo que vos foi prescrito”. Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E Ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não dei denúncia falsa e contentai-vos com o vosso saldo” (Lc 3:14).

Aí encontramos três aspectos: primeiro, não fazer nada indevido; segundo, nunca caluniar; terceiro, não se queixar do que ganham. Logo João disse: “Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3:16). João deixou a porta aberta, porque Jesus Cristo é o único que batiza no Espírito Santo.

4 - BENEFÍCIOS DE SER BATIZADO (Mt 3:16-17)

Os céus se abrem - Isto significa oração eficaz. Se ao orar você sente que os céus são de bronze e que suas petições não têm resposta, então deve recordar que o passo da obediência do Batismo ajuda a que todo impedimento entre você e Deus seja tirado do meio. “Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tg 4:2b-3).

A voz de Deus vem do coração - Isto significa adoção, somos confirmados como filhos de Deus. “Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6:5). Para podermos ser filhos de Deus temos que morrer, mas Jesus Cristo o fez por nós. Quando damos o passo do Batismo nas Águas aceitamos publicamente o fato de que fomos sepultados juntamente com Ele. “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados em sua morte?” (Rm 6:3).

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Revestimento espiritual - “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes” (Gl 3:27). O ministério do Senhor Jesus Cristo começou imediatamente após o Espírito Santo ter vindo sobre Ele. Lamentavelmente são muitos os crentes que se atrevem a empreender um ministério sem o respaldo pleno do Espírito Santo.

O Senhor sabia que sem a ajuda do Espírito, Ele não poderia desenvolver seu ministério. O sinal para o encontro entre o Espírito e Jesus era o seu Batismo nas Águas. O Apóstolo João disse: “Vi o Espírito que descia e permanecia sobre Ele”. Jesus recebeu a plenitude do Espírito Santo somente quando foi batizado. Jesus não tinha nenhum pecado do qual arrepender-se e, no entanto, desceu às águas do Batismo, para dar testemunho de obediência.

O Apóstolo Pedro se encontrava em casa de Cornélio, pregando o Evangelho de Jesus, e enquanto ele estava falando, o Espírito de Deus desceu com poder sobre todos os que escutavam a mensagem, e foram todos cheios do Espírito Santo. Os próprios fiéis da circuncisão que haviam ido com Pedro, ficaram maravilhados, e este disse: “Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias” (At 10:47-38).

Podemos notar que a unção do Espírito Santo algumas vezes vinha antes do Batismo, e outras vezes se manifestava depois. No caso da Igreja de Éfeso, a unção veio depois que eles deram este passo de obediência; batizaram-se e, imediatamente, receberam o enchimento do Espírito Santo, falaram em outras línguas e profetizaram.

5 – SÍMBOLOS DO BATISMO NAS ÁGUAS

A - MORTE

O Apóstolo Paulo disse: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo Batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6:3-4).

B - SEPULTAMENTO

O Senhor não nos pede para irmos ao suplício da cruz. Nela, Ele já carregou nossa culpa, nosso pecado, nossa maldição. O que nos mandou é que desçamos às águas do Batismo. Isto equivale a morrer na cruz, a deixar toda a nossa velha natureza ali completamente crucificada.

Há alguns exemplos que são importantes. Colossenses 2:11-12 diz: “Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com Ele, no Batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”.

A circuncisão significa o ato de cortar circularmente a porção do prepúcio do homem, que no sentido espiritual vem a ser extirpar a vida pecaminosa, destruir a natureza do pecado. E no Batismo nós estamos sepultando, cortando ou circuncidando nosso coração; é a morte do velho homem, é a destruição total da natureza débil e pecaminosa.

C – RESSURREIÇÃO

Quando os israelitas, na época de Moisés, tiveram que atravessar o Mar Vermelho, significa sepultamento e ressurreição. Você recordará que as águas foram divididas e que ficaram como muro lado a lado, e eles atravessaram o mar em seco.

Quando os egípcios, que os haviam escravizado, quiseram persegui-los, atravessando pelo mesmo lugar, as águas se juntaram em uma só, e todos pereceram. Os egípcios representavam a nossa velha natureza; quando descemos às águas do Batismo isso representa que, em Cristo, nossa velha natureza perece completamente (Ex 14:21-22).

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O Apóstolo Paulo diz: “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sidos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés” (I Co 10:1-2). Atravessar as águas do Mar Vermelho equivalia ao Batismo. O Apóstolo Paulo disse: “Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6:5).

TAREFA (a ser entregue em folha avulsa na próxima aula)

1 - Qual é a definição de batismo?

2 - Qual a importância do batismo? Comente resumidamente cada tópico.

3 - Quais os benefícios do batismo?

4 - Quais os símbolos do batismo?

5 - Conforme o estudado o que você subentende como batismo? E qual é a sua experiência?

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MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 07: A FÉ

META DE ENSINOQue o aluno compreenda o conceito bíblico da fé e a sua importância para uma vida de

crescimento e vitória.

INDICADORES

Que o aluno defina o conceito de fé, bíblica e teórica. Que o aluno mencione os passos para obter uma fé vitoriosa. Que o aluno identifique a verdadeira fé e a sua falta em dois exemplos bíblicos.

1 - DEFINIÇÃO (Hb 11:1)

“Antes fechava a minha Bíblia e orava por fé. Mais tarde abria minha Bíblia e começava a estudá-la e, desde então, minha fé não tem parado de crescer” (D.L. Moody).

No Velho e Novo Testamento encontramos palavras em hebraico que nos dão uma idéia do que é: Amém: “Apoiar com o objetivo de sustentar-se” – Este vocábulo é usado para fazer referência

à fé para salvação.

Batai: Este vocábulo pertence à linguagem da luta livre e com ele ilustra-se a imagem de um lutador lançando ao chão seu contra-atacante. Aqui falamos da fé que luta.

Iasa: “Escapar-se para um refúgio”, como em busca de proteção, em uma situação de perigo.

Dava: “Esperar”. Esperamos a salvação em Cristo Jesus. A nossa fé em Cristo é tão forte que vivemos a salvação como se já fôssemos arrebatados.

Pistis: “Ação de depender de; recostar-se sobre” – Não há como vivermos se- não em uma dependência única, completa e exclusiva de Deus.

2 - CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA FÉ

A - A FÉ E A INCREDULIDADE

Paulo deixou claro que a vida alicerçada sobre o princípio da obediência legalista pode-se caracterizar pela “incredulidade”, a despeito de suas pretensões, e que isso não obtém favor algum aos olhos de Deus.

A seguir, algumas proposições de João Bunyan, que contrastam a fé com a incredulidade. A fé confia na Palavra de Deus, mas a incredulidade põe em dúvida a certeza da mesma;

A fé põe crédito na palavra, porque ela é verdadeira; mas a incredulidade dela dúvida, porque ela é verdadeira;

A fé vê mais ajuda nas promessas de Deus do que impedimentos que poderiam se apresentar; mas a incredulidade, a despeito da promessa de Deus, pergunta: Como podem suceder estas coisas?

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A fé nos leva a perceber o amor, no coração de Cristo, quando ele, com a sua boca, nos repreende; mas a incredulidade imagina a ira no coração de Deus quando, com a sua boca e em sua Palavra, ele declara que nos ama;

A fé ajuda a alma a esperar em Deus, ainda que Deus adie a doação; a incredulidade, porém, dá de ombros e rejeita a tudo, se porventura Deus se demora mais um pouco;

A fé nos outorga consolo, em meio mesmo aos temores; mas a incredulidade provoca temores em meio mesmo aos consolos.

A fé sente a doçura da vara de Deus; mas a incredulidade não se pode consolar ante as maiores misericórdias divinas;

A fé torna leve as maiores cargas; mas a incredulidade torna as cargas leves em intoleravelmente pesadas;

A fé nos ajuda quando nos sentimos desanimados; mas a incredulidade nos desanima em meio ao sucesso;

A fé nos aproxima de Deus, mesmo quando estamos afastados dele; mas a incredulidade nos afasta de Deus, mesmo quando estamos próximos dele;

A fé leva um homem para debaixo da graça divina, mas a incredulidade nos segura sob a ira de Deus;

A fé purifica o coração; a incredulidade, porém, nos mantém poluídos e impuros;

A fé torna as nossas obras aceitáveis a Deus, por intermédio de Cristo; porém, todos quantos são incrédulos vivem no pecado, porque sem fé é impossível agradar a Deus;

A fé nos outorga paz e consolo na alma; mas a incredulidade provoca a angústia e a agitação tão grande como a das ondas bravias do mar;

A fé nos capacita a ver a preciosidade de Jesus Cristo; mas a incredulidade não vê nele nem forma nem beleza alguma;

Pela fé a nossa vida é cheia da plenitude de Cristo; mas, devido à incredulidade, podemos morrer famintos e ressequidos;

A fé nos outorga a vitória sobre a lei, sobre o pecado, sobre a morte, sobre Satanás e sobre todos os males; mas a incredulidade nos torna sujeitos a todas estas coisas;

A fé nos exibe a maior excelência naquelas coisas que se não vêem do que naquelas que são visíveis; mas a incredulidade vê muito mais nas coisas que agora são do que nas coisas do porvir;

A fé torna os caminhos de Deus agradáveis e admiráveis; a incredulidade, contudo, torna-as pesadas e enfadonhas;

Pela fé, Abraão, Isaque e Jacó possuíram a terra da promessa; mas, devido à incredulidade, nem Aarão, nem Moisés e nem Miriã puderam chegar até ali;

Pela fé, os filhos de Israel passaram pelo Mar Vermelho; mas, por causa da incredulidade, praticamente todos eles pereceram no deserto;

Pela fé, Gideão realizou mais, com trezentos homens e alguns poucos cântaros vazios, do que todas as doze tribos de Israel poderiam ter feito, devido à sua incredulidade, pois não criam em Deus;

Pela fé, Pedro andou sobre as águas do mar; porém, devido à incredulidade, começou a afundar.

B - A FÉ ESTÁ ACIMA DOS SENTIDOS

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A fé é substância das coisas esperadas, a prova das coisas invisíveis (Hb 11:1). A fé sabe que já recebeu e age segundo isso, de nada duvidando. É a construtora do aparentemente impossível. É aquilo que trouxe à manifestação tudo quanto já existiu. Deus é, a fé é. É a evidência do cumprimento da promessa de Deus. O divino privilégio do homem é aceitar, usar, desenvolver e desfrutar dos frutos da fé.

No mundo material, com freqüência, confundimos confiança com fé. Inclinamo-nos por depender de nossos sentidos físicos, esquecidos que são ilusórios. Isso não é fé, mas confiança, pois a confiança vem através dos sentidos físicos. Quando surgem as provas e os desastres, que parecem fora do nosso controle, começamos a afundar e imediatamente, em desamparo e aflição, clamamos: Senhor, ajuda-me que pereço! E então que fala a voz: Homem de pouca fé (Lc 12:28).

Examinemos a nós mesmos para ver se estamos nos apegando à fé ou à confiança, ou seja, a fé está acima dos sentidos físicos.

C - A FÉ E A FIDELIDADE

A fé pode significar fidelidade, o que subentende que o crente é fiel para com Deus. Essa é uma característica insuflada por Deus, pois aparece como uma das nove graças que, juntas, compõem o fruto do Espírito.

A fidelidade nos leva à perseverança, à constância e firmeza em ser fiel a Deus. A nossa fé é alimentada na perseverança. Se diante de qualquer dificuldade nos afastamos de Deus, a nossa fé é mirrada.

Mesmo diante das grandes provações, a nossa fidelidade a Deus nos leva a crescer em fé.

D - A FÉ ESTÁ LIGADA ÀS ESCRITURAS

As Escrituras visam produzir a fé nos seus leitores, II Tm. 3:15. Quando somos expostos às Sagradas Escrituras a luz de Deus brilha em nós e o universo de Deus se descortina ante aos nossos olhos. Como é magnífico ver pessoas experimentarem um transbordar em fé, permitindo que a Palavra de Deus penetre em suas vidas.

Diante dos grandes desafios, somos consolados com a Palavra de Deus e, ao tocarmos o milagre, o nosso ser entra em júbilo por saber que a Palavra de Deus se cumpre.

Foi com base na Palavra de Jesus Cristo que os pecadores lançaram as suas redes e o resultado foi maravilhoso. Foi com base na Palavra que o mar se abriu e os israelitas marcharam seguros.

O que seria de nós sem a Palavra de Deus?! É esta Palavra maravilhosa que abre os nossos olhos para a fé no que é impossível para nós, mas possível para Deus.

3 – PASSOS PARA TER UMA FÉ VITORIOSA

A - ARREPENDIMENTO

A prática dos encontros nos levou como povo de Deus a falarmos sobre arrependimento. Não há como iniciar a vida cristã sem arrependimento. O arrependimento é a porta para a produção de frutos agradáveis a Deus. Uma pessoa que converte a Deus, mas guarda como saudosa a sua vida mundana, não tem como desenvolver a sua fé.

Os israelitas que morreram no deserto, ainda guardavam em seus corações as práticas do Egito e não desenvolveram a fé no Deus que os havia libertado da escravidão de faraó. E sem fé é impossível agradar a Deus.

Arrependimento é dar as costas a uma vida de culpa, de cadeias, acusações e caminhar livre com base no sangue do nosso Senhor Jesus Cristo. Arrependimento é ter um coração livre para ver a Deus como Ele é e permitir que a fé desenvolva sempre de maneira crescente. Arrependimento é o primeiro passo para uma fé saudável.

B - CONFISSÃO

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A confissão aponta para dois aspectos, o primeiro é negativo. A Palavra nos mostra em Atos 19:18 que as que criam vinham confessando e publicando os seus feitos. É necessário lançar fora os entulhos que o diabo nos levou a carregar antes de conhecermos a Cristo.

Sem a prática da confissão das obras mortas a fé não tem como desenvolver. Este é o aspecto negativo, é lançar fora o fermento do pecado, os entulhos que impedem o fluir do Espírito Santo em nós.

Do lado positivo a confissão é verbalizar aquilo que o nosso Deus é. É impossível estar diante de Deus e não se maravilhar com Ele. A prática da confissão da Palavra nos leva a crescer em fé. Não se cresce em fé distante da Palavra. Todos os heróis da fé eram pessoas que confessavam em fé a Palavra de Deus.

C - ACEITAÇÃO

A aceitação é o ato de dar concordância, dar acolhimento. Existem pessoas que são mais crédulas em tudo o que o diabo pode fazer, mas não agem assim em relação à Palavra de Deus. É necessário que em nosso coração haja a prática de aceitar o que a Palavra diz. Se a palavra diz que é, é. Não há meio-termo. A fé desenvolve quando passamos a agir em concordância com a Palavra de Deus. Não temos que inventar, temos que aceitar a Palavra.

Aceitação também é respeito. Temos que respeitar a Palavra, pois é a Palavra do Deus Todo Poderoso. A voz do Senhor é majestosa e faz dar cria às coisas.

D - CONHECIMENTO

O profeta Oséias fala: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva a sua vinda é certa...” (Os 6:3ª). Conhecimento é prática de vida, é experiência. O nosso alvo maior é conhecer Jesus, é trazê-lo para o nosso viver diário. A nossa fé cresce à medida que experimentamos mais e mais de Jesus.

Os mártires são pessoas que conhecem, experimentaram Jesus e sabem que não pode negá-lo. A fé é prática. A fé de quem experimenta Jesus no dia-a- dia. A fé de quem o conhece e não se deixa levar por qualquer vento de doutrina.

E - OBEDIÊNCIA

A obediência é a total submissão à vontade de Deus. Obediência é princípio fundamental de crescimento em fé na vida cristã.

Há pessoas que se afadigam em fazer para Deus, mas não são submissas a Deus. Acham que o sacrificar é melhor que o obedecer. A vontade do nosso Deus deve estar crescendo em nós. Não há como crescer em fé sendo um cristão que vive a sua própria missão e não a de Deus.

Os heróis da fé viveram a vontade de Deus. Obediência é um bálsamo de suavidade que o Senhor dá. A obediência nos leva a deslanchar na fé cristã, a crescer em todas as áreas espirituais.

A obediência a Deus anula o princípio satânico, a rebeldia inata e impede que cresça o joio da discórdia. Obedecer é melhor que sacrificar.

TAREFA (a ser entregue em folha avulsa na próxima aula)

1 - Qual a definição de fé?

2 - O que é a fé e o que é a incredulidade?

3 - A fé está acima do sentido. Explique esta afirmação.

5 - A fé está ligada a quê?

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MÓDULO 01 – ENSINO 01LIÇÃO 08: A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

META DE ENSINO

Que o aluno compreenda o valor do companheirismo do Espírito Santo, a sua exigência e a sua importância fundamental dentro da visão.

INDICADORES

Que o aluno defina o valor do relacionamento pessoal com o Espírito Santo. Que o aluno explique as características de uma liderança guiada pelo Espírito Santo. Que o aluno explique qual é a vantagem desse tipo de liderança

1 - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

Onisciência - I Coríntios 2:10-11. Estes versículos dizem claramente que o Espírito perscruta a todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus. João 14:26 diz: “Se o Espírito ensina todas as coisas, é necessário que Ele saiba todas as coisas”.

Onipresença - Salmo 139:7-12 (Ligue esta passagem bíblica com Isaías 66:l e Jeremias 23:24).

Onipotência - Lucas 1:35. Vemos neste versículo o Espírito Santo e o poder de Deus acoplado. (Ver Rm 15:19 e I Ts 1:5, além de I Co 2:4).

Eternidade - Hebreus 9:14.

2 - A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo tem personalidade, ainda que Ele não possua um corpo físico. Personalidade é a individualidade consciente que possui inteligência, sentimentos e vontade; e quando um ser possui as características, propriedades e qualidades de personalidade, então personalidade pode ser atribuída a este ser. Personalidade, quando é usada em relação a seres divinos, não pode ser medida por padrões humanos.

A – A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

Ela é importante do ponto de vista de adoração e reconhecimento: Se pensamos n’Ele como uma influência ou um poder abstrato ou impessoal, estamos roubando de uma pessoa com caráter divino a adoração, o amor e o reconhecimento que lhe são devidos.

Ela é importante do ponto de vista de prática: Se meramente O concebemos como uma influência ou poder, então diremos: Como posso possuí-lo ou usá-lo? Mas se O reconhecemos como uma pessoa divina, os nossos pensamentos serão: Como o Espírito Santo poderia possuir-me e usar-me? Isto traz humildade ao invés de auto-exaltação.

Ela é importante do ponto de vista de experiência: sabemos que temos na verdade, uma pessoa da trindade habitando dentro de nós, e não apenas um poder ou uma influência. Isto resulta naquela “comunhão com o Espírito” a que Paulo se refere em II Coríntios 13:13.

B - PROVA DA SUA PERSONALIDADE

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Distintas marcas ou características de personalidade são atribuídas ao Espírito Santo. Conhecimento (I Co 2:11) - Ele revela aquilo que Ele Próprio conhece; Ele não é um mero

refletor.

Vontade (I Co 12:11) - Um grande segredo para que tenhamos o Espírito manifestando-se a nós, e através de nós, é o de cooperarmos com a Sua vontade. Romanos 8:27 nos revela que o Espírito conhece a vontade de Deus e que através de nós Ele ora segundo a vontade de Deus.

Na passagem “E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito...” (Rm 8:27), a palavra grega correspondente a “mente” tem a conotação de pensamento e propósito.

Amor (Rm 15:30, Rm 5:5) - Mostra-nos que o Espírito é aquele que derrama amor dentro do coração dos cristãos. O Espírito é motivado por amor em Seu ministério de guiar homens a Cristo. Sem o Espírito a cruz permanece inerte. Ele a faz real na experiência pessoal.

Inteligência e bondade - Neemias 9:20

Tristeza (Ef 4:30) - O Espírito Santo é uma pessoa, a qual é intensamente sensível ao pecado. Ele vê os nossos pensamentos e Se entristece além de qualquer expressão por causa de nosso pecado. Ele é um grande incentivo para vivermos uma vida santa.

Ações que uma pessoa não pode executar são atribuídas ao Espírito Santo.

Ele perscruta - I Coríntios 2:10.

Ele ora (Rm 8:26) - Pense em nossa tremenda segurança: Jesus Cristo, nosso intercessor no céu e o Espírito Santo aqui na terra.

Ele ensina – João 14:26.

Ele fala - João 16:13.

Ele dá testemunho - João 15:26.

Ele guia - João 16:13

Um cargo que somente poderia ser cumprido por uma pessoa foi predito para o Espírito Santo

Consolador (Jo 14:16 e 17) - A palavra “consolador” origina-se da palavra grega “parakletos” e literalmente significa “alguém chamado para estar ao lado de outro para o seu auxílio”. Ela sugere a capacidade e adaptabilidade em dar auxílio. Ela era usada em juízo com referência a um assistente legal, conselheiro ou advogado. Ela descreve fortemente alguém que defende a causa de outro.

O Espírito veio como “um outro” Consolador ou alguém que tomaria o lugar de Cristo da maneira em que Ele estava quando andou no meio de seus discípulos. Isto exigiu uma pessoa, e não somente uma influência abstrata e impessoal.

As Escrituras mostram que há uma distinção entre o Pai e o Filho e o Espírito (Jo 14:26; Lc 3:2l-22; Jo 15:26). Várias vezes a Bíblia faz as mais claras distinções possíveis entre o Espírito Santo, o Pai e o Filho. Eles são, por um mistério incompreensível, personalidades distintas, as quais tem um relacionamento mútuo, cada um agindo em concordância com a outra, cada uma falando da outra e com a outra, com a aplicação dos pronomes da segunda e terceira pessoa.

As nossas tentativas de simplificar este ministério e aplicá-lo filosoficamente são, em realidade, uma tentativa de colocar o âmbito infinito de Deus na forma de pensamento finito. É melhor que reconheçamos as declarações da palavra e as aceitemos assim.

A trindade é, geralmente, incompreensível à presente mentalidade humana. A maioria dos argumentos neste assunto torna-se tão altamente acadêmicos e hipotéticos que eles perdem qualquer relação com a prática, são irrelevantes à vida cristã, e são infindáveis àqueles que se envolvem neles.

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3 - OS TÍTULOS E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO A - NOMES

O Pai e o Filho têm certos nomes que são atribuídos a Eles, os quais descrevem sua natureza e obras. Da mesma maneira O Espírito tem nomes que indicam o seu caráter e obra.

Ainda que provavelmente, a seguinte lista não seja completa, ela certamente descreve os nomes principais encontrados na Bíblia.

O Espírito de Deus - Gênesis 1:2

O Espírito Santo - Lucas 11:13

O Espírito da Graça – Hebreus 10:29

O Espírito Consumidor (Is 4:4) - Aqui vemos o caráter do Espírito que perscruta, a ilumina, e consome as impurezas. Ele consome as impurezas em nossas vidas à medida em que Ele toma uma posse mais completa (Ver em Mt 3:11-12).

O Espírito da Verdade (Jo 14:17 e Jo 16:13) - Ele possui a verdade, revela a verdade, guia-nos à verdade, testifica da verdade e a defende, opondo-se, desta maneira, ao espírito de engano.

O Espírito da Vida (Rm 8:22) - O Espírito Santo nos introduz ao âmbito da vida eterna, e Ele é a dinâmica na experiência do crente que o dirige à vida, à liberdade e ao poder.

O Espírito de Sabedoria e Revelação (Ef 1:7) - Sabedoria, conhecimento e revelação são os resultados de sermos cheios com o Espírito (Ver Is 11:2, 61:12).

O Espírito da Promessa (Ef 1:13; Is 11:2; Jl 2:28; Ez 36:27) - O recebimento do Espírito é o cumprimento da promessa de Cristo de enviar um outro Consolador (Lc 24:49; At 1:4 e Gl 3:14).

O Espírito da Glória - I Pe 4:14

O Espírito de Cristo - I Co 3:16 e Rm 8:9

O Consolador (Jo 14:16) - Novamente, o Consolador significa alguém chamado para estar ao lado de outro; para que ele sempre esteja entre nós e o inimigo, dando-nos auxílio e socorro.

O Espírito de Adoção - Rm 8:15

B - SÍMBOLOS

Lembre-se que estes não são nomes, mas símbolos. Estes símbolos realçam os vários aspectos das operações e da natureza do Espírito Santo. Fogo (Is 4:4; Mt 3:11) - A ênfase principal do fogo na Bíblia é a limpeza, purificação, queima

das impurezas, etc. O fogo estará envolvido no julgamento final.

Vento (Ez 37:7-10; Jo 3:8; At 2:2-3) - O vento simboliza a obra regenerativa do Espírito e é indicativa de sua operação misteriosa, independente e penetrante.

Água (Jo 7:38-39; Jo 4:14) - Compare Êxodo 17:6 com I Coríntios 10:1-4 e Ezequiel 36:25-27 com Tito 3:5. A água limpa lava o que é sujo; ela purifica, satisfaz a sede, refresca, mantém a vida e torna as coisas frutíferas. Sem água não haveria vida natural alguma, sem o Espírito não haveria vida espiritual alguma. O Espírito é como água viva ou água “que produz vida”. A água é a essência da vida. Note que, se é para que esta água permaneça viva ou “que produz vida”, é preciso que ela esteja continuamente borbulhando ou fluindo, não um brejo ou reservatório estagnado em nossas vidas.

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Um Selo (Ef 1:13) - O Selo descreve um penhor ou entrada. Deus nos redimirá como seus e completará a compra de sua possessão (Ef 1:14). A mensagem do Selo nos dá uma grande certeza e estabelece o fato, sem nenhuma hesitação ou dúvida, de que somos seus.

Óleo - No Velho Testamento todos os ministérios proféticos, reais e sacerdotais eram ungidos com um óleo especial. Esta unção representava uma separação e santificação da pessoa para um propósito sagrado. Ela representava a capacitação e qualificação divina para este ministério. Ninguém ousava entrar num desses ministérios especiais sem ela.

A Pomba (Mt 3:16) - A natureza de pomba do Espírito Santo é uma linda verdade. Ela descreve gentileza, ternura, sensibilidade, inocência, pureza, paz e paciência.

4 - O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO À CRIAÇÃO

À medida que estudamos o inter-relacionamento dos membros da Trindade, descobrimos que o Espírito Santo e a Palavra de Deus falada atuam lado a lado. Tudo o que Deus faz começa a existir através da Palavra falada e criada. Cristo é a Palavra personificada (Ap 19:13 e Jo 1:14). Aliás, isto mostra-nos a importância da nossa conversação, da confissão e da necessidade de oração. Temos que falar a palavra criativa antes que o Espírito seja liberado para operar milagres.

No princípio, o Espírito pairava por sobre a face das águas; até que Deus falou. Então a Palavra e o Espírito combinar-se-ão para formar o cosmo do caos. Podemos dizer então que o Espírito é o agente executivo da Trindade. Aquele que é responsável pela operação, execução ou ação dos feitos de Deus. Isto significa que Ele possui o poder e as fontes necessárias para a ação da Palavra de Deus.

Que toda a Trindade esteve envolvida em toda à criação, é inegável. Deveríamos pensar seriamente na declaração de Gênesis 1:26, onde Deus disse: “Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Isto é uma prova do envolvimento mútuo das Pessoas da Trindade.

5 - O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO CRENTE

A – REGENERA (Tt 3:15)

A palavra grega para “regeneração”, nesta passagem, é "palingenésia" e significa “nascer de novo”. Ela descreve a comunicação de uma vida nova (Ver II Co 3:6; Jo 3:3; I Co 12:13). NOTA: Ao compararmos estas palavras com I Pedro 1:23, vemos novamente que dois poderes operativos são a Palavra e o Espírito. Esta verdade se aplica ao novo nascimento, à criação e a todas as obras de Deus.

Portanto, é de suma importância que estejamos equipados com a Palavra para que o Espírito possa ser ativado e liberado para salvar aos homens através da pregação de qualquer evangelho, mas sim pelo Evangelho. O mesmo é verdadeiro ou idêntico no que se refere a todas as verdades da Bíblia. Se queremos ver o Espírito liberado para que Ele faça a Sua obra, temos que estar falando a Palavra correta.

B - HABITA DENTRO DO CRENTE (Jo 14:17, Rm 8:9, II Tm 1:14)

Habitar significa tomar residência permanente. É o mesmo que morar, assim como uma família mora numa casa. Alguns tomam a posição de que a presença pessoal do Espírito Santo não mora realmente, dentro do crente, mas que Ele está presente num sentido místico e onipotente. Esta é, certamente, uma negação de um ensinamento do Novo Testamento muito importante e deve ser rejeitada.

C - LIBERA O CRENTE DOS PODERES DO PECADO E DA MORTE

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Isto nos mostra que não estamos mais limitados aos poderes naturais para que vivamos à altura dos padrões de Deus, mas ao invés, Deus plantou dentro de nós todas as fontes espirituais do Espírito Santo.

Não podemos mais dizer que somos apenas humanos porque somos seres humanos possuídos pelo Espírito Santo. Através desta dinâmica extra do Espírito Santo em nossas vidas, Deus quebrou a nossa servidão à escravidão do pecado. Estamos agora num outro reino e capacitados a servir a um novo Mestre.

A transformação da alma envolve as esferas do coração, atitudes e da mente (Rm 12:1-2). Somos transformados e amadurecidos numa base relativa e contínua. Por relativa queremos dizer que, de uma pessoa salva há uma semana, não se exigirá que ele tenha o mesmo nível de maturidade que uma pessoa salva há cinco anos. As exigências de Deus em nossas vidas seguem o princípio “a quem muito foi dado, muito lhe será exigido”. Por contínua queremos dizer que as Escrituras realçam que alcançamos a maturidade por um processo e não por uma crise de experiência. A vontade e o propósito expressos de Deus são a transformação de cada cristão à imagem de seu Filho (Rm 8:29; Cl 3:10). Isto se realiza aqui nesta vida e não subitamente na Segunda Vinda de Cristo. Deus quer que estejamos tão abandonados à Sua transformação nesta vida, que tudo o que terá que ser transformado na Segunda Vida serão os nossos corpos. A ênfase das Escrituras não é a idéia de sermos transformados na eternidade do futuro, mas ao durante esta vida. O Espírito torna-se vida e liberação dentro de nós enquanto Ele desenvolve em nós a própria imagem de Cristo (Gl 2:20, 4:19).

D – OUTRAS FUNÇÕES

Ele nos dá a certeza da salvação (Rm 8:16; Ef 1:13-14) - Ele constantemente testifica do nosso relacionamento com Deus. Na verdade, passamos por muitas experiências com o Senhor através do Espírito. É um relacionamento real e ativo e não somente uma doutrina.

Enche o crente (At 2:4, 4:31; Ef 5:18) - Note que, neste último versículo, o sermos cheios do Espírito não é apresentado como uma opção, mas como um imperativo. Pelo menos nove vezes o Novo Testamento fala de sermos cheios do Espírito. Ele fala de sermos interiormente permeados. A palavra significa “completamente encher, impregnar e influenciar”.

Equipa o crente para servir (At 1:8; I Co 12:7-11) - Este último versículo é a lista dos vários dons do Espírito distribuídos entre os santos para o ministério. Estaremos tratando com cada um deles em detalhes mais tarde. Estes dons podem ser chamados de armas na guerra de Deus. É através deles que o Espírito ministra ao Corpo e se manifesta (Rm 12:3-8; I Co 1:7; Ef 4:11).

Produz o fruto de Cristo no crente (Gl 5:22-23; Fp 1:11; Tg 3:17) - Isto mostra a própria natureza e personalidade do Senhor sendo expressas através dos crentes (Cl 1:10; Sl 92:13-14; Mt 13:23; Jo 15:2; Rm 5:3-4; II Co 6:6 e I Pe 1:5-7).

Guia a vida e o ministério do crente (Rm 8:14) - João 16:13 nos mostra que Ele nos guia à verdade. Atos 10:19-20 nos mostra que Ele controla o movimento dos crentes em seus ministérios. Atos 13:2 diz que Ele dirige na seleção e envio dos líderes.

Vivifica o corpo do crente na ressurreição - Romanos 8:11 - A palavra "vivifica” aqui significa “fazer vivo”. É a nova vida que os nossos corpos adquirirão, ao invés de uma cura ou preservação física, o que está sendo mencionada aqui, é similar à referência da ressurreição física de Cristo no mesmo versículo (I Pe 3:18).

II Coríntios 3:18 - Será o Espírito quem também executará a transformação final. Aliás, João 14:16 nos leva a crer que o Espírito habitará dentro de nós até mesmo na eternidade. Será possível que o sangue não mais animará este corpo, e ao invés, ele será animado pelo Espírito?

6 - O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO ÀS ESCRITURAS

A - VIVIFICA AS ESCRITURAS AO ENTENDIMENTO DO CRENTE

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ESCOLA DE LÍDERES MÓDULO I – ENSINO I

Ele está ativamente envolvido na transmissão de percepção espiritual e na iluminação da Palavra aos corações e mentes dos crentes. Ele faz isto dentro de cada crente conforme a sua maturidade, experiência e entrega para andar no Espírito (Jo 6:631; I Co 2:10-14; II Co 3:6; I Jo 2:27). Quanto a esta última referência deve ser esclarecido que esta não é uma justificação para sermos independentes e para que não nos submetamos aos ministérios de ensino que Deus colocou no Corpo. Devemos sempre suspeitar de qualquer interpretação de uma passagem isolada a qual parece contradizer outras passagens claras. Por exemplo, como o ponto de vista independente desta referência pode ser reconciliado com as declarações em Efésios 4:11-16? O significado do contexto de I João 2:27 é que a unção ensinar-nos-á a diferença entre a verdade e doutrinas errôneas. Em outras palavras, ninguém que seja um mentiroso ou que tenha o espírito do anti-Cristo será capaz de nos enganar. Vale a pena notar também que este é um contexto mais geral que individual. No versículo de João 2:1 diz: “Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis”. Certamente ele está se dirigindo à Igreja, não a um indivíduo. É certo que nós como igrejas podemos mais efetivamente guardar-nos de heresias do que o podemos como indivíduos.

TAREFA (a ser entregue em folha avulsa na próxima aula)

1 – Fale sobre a divindade do Espírito citando referências bíblicas

3 - Qual a importância da doutrina do Espírito Santo?

4 - Quais as provas da existência da personalidade do Espírito Santo? Dê referências bíblicas.

5 - Dê os títulos e símbolos do Espírito Santo. Dê referências bíblicas.

6 - Comente sobre o Espírito Santo em relação à criação e em relação ao crente.

7 - O que o Espírito Santo opera na vida do crente?

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