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Escola e Indústria RESSIGNIFICANDO O CURRÍCULO DE ENSINO MÉDIO PARA FORMAÇÃO DO JOVEM

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SESI – Serviço Social da IndústriaDepartamento Regional do Paraná

Os direitos de reprodução, de adaptação ou de tradução desta guia são reservados ao SESI - Departamento Regional do Paraná, inclusive a reprodução por procedimento mecânico ou eletrônico.

SESI. Departamento Regional do Paraná.

Escola e Indústria: ressignificando o currículo de ensino médio escolar para formação do jovem / SESI. Departamento Regional do Paraná. – Curitiba : SESI/PR, 2011. - (v. 2).

120 p. : il. ; 20 cm.

ISBN: 978-85-61425-49-4

1. Educação. 2. Inovação.

I. SESI. Departamento Regional do Paraná. II. Título.

CDU 330.341.1

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Curitiba/2011

Escola e Indústria RESSIGNIFICANDO O CURRÍCULO DE ENSINO MÉDIO PARA FORMAÇÃO DO JOVEM

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FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná

Rodrigo Costa da Rocha Loures

Presidente

Diretor Regional SESI

SESI – Serviço Social da Indústria

José Antonio Fares

Diretor Superintendente

Anna Zétola

Gerente de Cultura

Ana Paula Toledo Machado Mussi

Gerente de Planejamento, Orçamento e Gestão

Carmen Weber de Camargo

Gerente de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho

Débora Desirrê de Lara

Gerente de Esporte e Lazer

Lilian de Fátima Correa Luitz

Gerente de Operações Inovadoras do Colégio SESI

Maria Aparecida Lopes

Gerente de Negócios e Relacionamento Sindical

Maria Cristhina de Souza Rocha

Gerente de Desenvolvimento de Produto

Gerente de Projetos de Articulações Estratégicas

Marília de Souza

Gerente Observatório de Prospecção e Difusão de Iniciativas Sociais

Sônia Maria Beraldi de Magalhães

Gerente de Responsabilidade Social

Regina Berbetz

Gerente de Educação

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APRESENTAÇÃO A transformação social não se dá com base em ações isoladas levadas a efeito por atores individuais. Ademais, a complexidade das demandas sociais exige ideias inovadoras e a soma de esforços em ações conjuntas.

A relação entre o setor público, o empresarial e a sociedade tem limites indefinidos que criam interdependência e levam à conciliação das exigências da competitividade com a emergência de um modelo de desenvolvimento sustentável em consonância com as demandas da sociedade.

Ao considerar a questão das lacunas industriais, o SESI tem intensificado suas ações em processos educacionais inovadores, desenvolvendo compe-tências que contribuam, na atualidade e no futuro, com o crescimento sustentável do país. Preparar o educando para sua inserção em sociedades cada vez mais complexas, que exigem do trabalhador competências inovadoras, éticas e transformado-ras é o grande desafio da Educação.

Em 2005, o SESI/PR, ao criar e implantar o Colégio SESI Ensino Médio, na CIC - Cidade Industrial de Curitiba, introduziu uma metodologia inovadora no mercado educacional, propondo- se a preparar o futuro trabalhador da indústria. Por meio de Oficinas de Aprendizagem, os alunos são desafiados a resolver questões interdisciplinares, com pesquisa e construção de conhecimento. Estimula-se não só o desenvolvimento de atitudes, competências e habilidades empreendedoras para a competitividade e produtividade do setor industrial no mercado globalizado, como também o fortalecimento de valores essenciais para a vida em sociedade.

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A Empresa Robert Bosch Ltda – Unidade Sistemas Diesel em Curitiba, por intermédio do Instituto Robert Bosch, tem sido parceira do SESI/Paraná no desenvolvimento de uma tecnologia social com o objetivo de associar, ao currículo dos alunos do Ensino Médio, uma série de atividades que reforcem o compromisso do aluno com a comunidade em que vive e, ao mesmo tempo, estimulem sua capacidade criativa de buscar soluções para o ambiente de trabalho.

Assim, em 2009, surge o Edital SESI SENAI Inovação, possibilitando a apresentação de projetos desenvolvidos em parceria com a indústria e dirigidos à inovação social. Por esse Edital, foi aprovado o projeto “A Relação Escola/Indústria/Comunidade na Ressignificação do Currículo do Ensino Médio Regular para a Formação do Futuro Trabalhador da Indústria”, a ser realizado pelo SESI/PR em conjunto com a Bosch/ Curitiba.

A ressignificação do currículo escolar no Ensino Médio Regular, de modo a torná-lo aberto e convergente para as necessidades da indústria na formação do futuro trabalhador, é a tecnologia social resultante do projeto, apresentada neste conjunto de publicações:

a) Fundamentação teórico-conceitual.

b) Resultados da pesquisa experienciada.

c) Metodologia de replicabilidade.

A expectativa é de que essa tecnologia social seja replicada em todos os Colégios SESI de Ensino Médio do Paraná, que atualmente atendem a onze mil alunos, tendo em vista que um dos grandes desafios da atualidade é a formação de pessoas capazes de transformar informações em conhecimento para cooperar no processo de construção de ambientes inovadores nas organizações.

Essa experiência traz à tona a preocupação do setor privado com as questões sociais que gravitam ao seu redor e a crença do SESI de que a educação é uma das vertentes fundamentais para o crescimento da economia e para o surgimento de uma sociedade cidadã que seja capaz de refletir e agir sobre o seu cotidiano.

Jose Antonio FaresSuperintendente SESI Paraná

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EDITAL SESI SENAI INOVAÇÃO

Em 2009, foi lançado o Edital SESI SENAI Inovação, com abrangência nacional, voltado à participação dos departamentos regionais (DRs) das instituições SESI e SENAI, reunindo unidades e profissionais em parceria com empresas do setor industrial.

Com edições anuais, o Edital tem por objetivo in-centivar e apoiar projetos para o desenvolvimen-to de produtos, processos e serviços de inovação tecnológica e social. A participação de empresas industriais na elaboração dos projetos é compul-sória, havendo ainda a possibilidade de parcerias com instituições de ensino superior.

No âmbito do Edital, a inovação é compreendida como implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, de um processo, de um novo método de marketing ou de um novo método organizacional. Com foco na inovação social, o Edital apoia e fomenta projetos que promovam o desenvolvimento de tecnologias sociais inovadoras e que oportunizem o aumento da qualidade de vida para o trabalhador da indústria.

Nesse mesmo ano de 2009, o SESI/ Paraná cons-tituiu equipes multidisciplinares que participaram de forma ativa na escrita de projetos submetidos ao Edital. Obteve, assim, a aprovação de cinco de-les, sendo o Departamento Regional (DR) o que mais aprovou projetos no referido Edital.

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Após os resultados da aprovação, iniciou-se o exíguo trabalho de execução dos projetos aprovados, prevendo-se 18 (dezoito) meses para sua realização. Durante esse tempo, foram desenvolvidas parcerias estratégicas entre: SESI/PR, SESI/Nacional, indústrias, instituições de ensino superior, profissionais diversos, bolsistas do CNPq e instituições parceiras. Foi um período de atividades intensas, de superações, de aprendizados, de reconstruções, de fortalecimentos, enfim, um tempo de competências desenvolvidas que promoveram conquistas.

Conquistas estas culminam com a publicação deste material, cujo objetivo maior está na replicação das ideias inovadoras, transformadas em projetos e, neste momento, em processos manualizados que contribuirão com o redesenho de uma sociedade.

Maria Cristhina Rocha Gerente de Projetos de Articulação Estratégica

Daniele Farfus Gestora do Edital SENAI SESI de Inovação

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................11

1. PROJETO JOVENS EM AÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA ...................................................13

1.1. VISÃO GERAL DO PROJETO ..................................................................................................................... 13

1.2. COMUNIDADE ATENDIDA ....................................................................................................................... 14

1.3. PERFIL DAS FAMÍLIAS ATENDIDAS ....................................................................................................... 15

1.4. PERFIL DOS JOVENS ATENDIDOS.......................................................................................................... 20

1.5. AÇÕES REALIZADAS .................................................................................................................................. 20

1.6. RESULTADOS ................................................................................................................................................ 29

1.6.1. Resultados Quantitativos ............................................................................................................... 29

1.6.2. Resultados Qualitativos .................................................................................................................. 29

2.OFICINAS DE APRENDIZAGEM DO COLÉGIO SESI ENSINO MÉDIO: VISÃO DETALHADA DO PROCESSO .........................................................................................................................33

2.1. O QUE SÃO OFICINAS DE APRENDIZAGEM? ..................................................................................... 33

2.2. ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA .......................................................................... 34

2.3. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ............................................................................................................... 36

2.4. FORMATO DE ELABORAÇÃO .................................................................................................................. 40

2.5. SELEÇÃO DAS OFICINAS PELOS ALUNOS .......................................................................................... 42

3.RESSIGNIFICAÇÃO DAS OFICINAS DE APRENDIZAGEM SOB O OLHAR DO SETOR PRODUTIVO .............................................................................................................................43

3.1. OFICINAS DE APRENDIZAGEM OFERTADAS NO ANO DE 2010 .................................................. 43

3.2. PROCESSO DE RESSIGNIFICAÇÃO ........................................................................................................ 45

3.3. RESSIGNIFICAR OS DESAFIOS ................................................................................................................ 46

3.3.1 Oficina Do Lixo ao Luxo ................................................................................................................... 47

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3.3.2. Oficina Jogo da Vida ......................................................................................................................... 48

3.3.3. Oficina Made in Brazil ...................................................................................................................... 49

3.3.4. Oficina Destaques do Mundo Profissional ............................................................................... 50

4. OFICINAS DE APRENDIZAGEM VIVENCIADAS PELOS ALUNOS DO PROJETO JOVENS EM AÇÃO..................................................................................................................................53

4.1. OFICINA DO LIXO AO LUXO .................................................................................................................... 53

4.1.1. Projeto ................................................................................................................................................... 53

4.1.2. Prática .................................................................................................................................................... 61

4.2. OFICINA JOGO DA VIDA ........................................................................................................................... 70

4.2.1. Projeto ................................................................................................................................................... 70

4.2.2. Prática .................................................................................................................................................... 76

4.3. OFICINA MADE IN BRAZIL ....................................................................................................................... 81

4.3.1. Projeto ................................................................................................................................................... 81

4.3.2. Prática .................................................................................................................................................... 88

4.4. OFICINA DESTAQUES DO MUNDO PROFISSIONAL ........................................................................ 92

4.4.1. Projeto ................................................................................................................................................... 92

4.4.2. Prática .................................................................................................................................................... 98

5. SIGNIFICADOS DA AÇÃO SOCIOEDUCATIVA INOVADORA NA FORMAÇÃO DOS

JOVENS ..................................................................................................................................103

5.1. VISÃO DOS PAIS .........................................................................................................................................103

5.2. VISÃO DOS ALUNOS ................................................................................................................................107

5.3. VISÃO DO COLÉGIO SESI ........................................................................................................................110

5.4. VISÃO DA INDÚSTRIA ..............................................................................................................................113

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................115

CRÉDITOS ..............................................................................................................................117

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A experiência concretizada pela parceria SESI/SENAI e Empresa Robert Bosch resultou na realização pelo Colégio SESI/CIC e Instituto Robert Bosch de um projeto educacional em conjunto que ofereceu a 40 (quarenta) alunos uma educação ressignificada representada pela execução de Oficinas de Aprendizagem e pelo Projeto Jovens em Ação.

Dado o significativo impacto qualitativo e quanti-tativo decorrente dessa ação inovadora desenvol-vida no âmbito socioeducativo das comunidades vizinhas das instituições citadas neste volume, são apresentadas as perspectivas teóricas e práticas do Projeto Jovens em Ação, além do detalhamen-to de quatro projetos ressignificados, dentre as Oficinas de Aprendizagem ofertadas.

Para se divulgar os benefícios obtidos por essa experiência de inserção socioeducativa de jovens, ampliando seus horizontes no sentido do aperfei-çoamento como pessoa e da sua capacitação pro-fissional, são detalhadas as etapas de cada oficina, desde a forma de elaboração, da seleção de par-ticipantes, da organização curricular, da execução no decorrer do bimestre até a atividade de finali-zação.

Em seguida demonstram-se o processo de ressignificar as Oficinas de Aprendizagem sob o olhar do setor produtivo; as oficinas vivenciadas pelos alunos do Projeto Jovens em Ação e os significados dessa ação social inovadora na formação educacional e profissionalizante.

INTRODUÇÃO

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Esse processo, indica que a preparação de jovens fundamentada em estratégias educacionais de trabalho em equipe, voltadas para a produção de resultados, propicia a formação integral do trabalhador afinado com as mudanças decorrentes da contínua renovação tecnológica dos tempos atuais.

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1.1. VISÃO GERAL DO PROJETO

1. PROJETO JOVENS EM AÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

De iniciativa da Empresa Robert Bosch e por intermédio do Instituto Robert Bosch, o Projeto Jovens em Ação é caracterizado por um trabalho sistemático de educação e prevenção continuada, visando ações que oportunizem o desenvolvimento social, pessoal e profissional de jovens oriundos de famílias de baixa renda selecionados nas comunidades do entorno da empresa.

O projeto é desenvolvido em parceria com escolas públicas de duas comunidades da cidade de Curitiba – Vila Verde e Vila Barigui – e beneficia adolescentes do Ensino Médio que, na maioria das vezes, não têm opções de atividades no período de contra turno, permanecendo fora do âmbito educacional nesse período e estando sujeitos a situações de risco.

Primeiramente é realizada a divulgação do projeto na comunidade (escolas, unidades de saúde e estabelecimentos comerciais) e, em seguida, executa-se o processo seletivo dos interessados, no qual os candidatos elaboram uma redação e passam por uma entrevista individual. Após a seleção dos adolescentes, começam as visitas domiciliares com base em questionários pré-elaborados para o conhecimento da realidade familiar.

Os encontros em grupo ocorrem semanalmente com a finalidade de desenvolver habilidades, atitudes e comportamentos objetivados pelo projeto em atividades em grupo e vivências, aplicando-se, também, técnicas corporais de relaxamento, de orientação vocacional, além da realização de palestras, representações teatrais, leituras e discussões de livros, passeios e visitas a feiras e a empresas.

São realizadas, ainda, reuniões mensais com os pais e/ou responsáveis pelos adolescentes, a fim de mantê-los informados sobre as atividades do projeto e auxiliá-los na reflexão sobre seus papéis em relação aos filhos, tornando-os corresponsáveis pelo seu desenvolvimento.

Com o objetivo de garantir a frequência dos adolescentes em todas as atividades, o projeto disponibiliza vales-transporte e material escolar para cada participante. Além disso, são realizadas reuniões periódicas com os parceiros, no caso Colégio SESI e SENAI, a fim de alinhar informações pertinentes ao andamento do projeto e garantir o acompanhamento do desempenho e do desenvolvimento dos adolescentes no colégio e no curso técnico.

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O projeto prevê ainda a integração da família com o adolescente e a escola para melhor acompanhamento das atividades e do alcance dos objetivos propostos, em vista de melhores resultados, tanto quantitativos quanto qualitativos. Dessa forma, observa-se que a participação no projeto, por meio de atividades educativas e formadoras, oferece aos adolescentes participantes ampliação de oportunidades, auxiliando-os em seu desenvolvimento e na elaboração de um projeto de vida.

1.2. COMUNIDADE ATENDIDA

Em 2009, a terceira turma do Projeto Jovens em Ação foi formada por 40 jovens moradores da Vila Barigui, comunidade localizada na Cidade Industrial de Curitiba próxima à fábrica da Bosch, selecionados para participar do Projeto.

Um dos principais problemas observados nas regiões de baixa renda em Curitiba é realmente a precariedade da condição socioeconômica da população, decorrente de grande número de desempregados, causando elevada quantidade de crianças em desamparo familiar, além de outras dificuldades, como o alto índice de violência e de uso de drogas. Nessas comunidades, os adolescentes costumam conviver com uma realidade que acaba por dificultar ainda mais o seu desenvolvimento pessoal e social, podendo desviá-los facilmente em direção às contravenções legais. Ocorrência também bastante comum é o surgimento de adolescentes grávidas que, pela situação desfavorável na família e pela falta de orientação, não percebem as necessidades de prevenção.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2008, pelo SESI/PR, na Vila Barigui, 80% dos jovens nunca frequentou um curso profissionalizante, determinando baixa perspectiva de emprego e renda.

Foto 1 - Visita do projeto Jovens em Ação realizada na Bosch em agosto de 2009.Fonte: Comunicação Robert Bosch

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1.3 PERFIL DAS FAMÍLIAS ATENDIDAS

No segundo semestre de 2009, foram realizadas visitas domiciliares em 37 casas dos 40 adolescentes (dois tinham se desligado do projeto e em uma casa havia duas participantes). A partir disso, pôde-se traçar um perfil das famílias atendidas no Jovens em Ação, pois, nessas visitas, foram investigados: condições de moradia da família (própria, alugada, emprestada ou invadida); número de cômodos e tipo da casa com o objetivo de verificar o conforto dos moradores; número de residentes da casa; quantidade de pessoas empregadas; escolaridade e idade dos pais e renda familiar. Com esses dados, foram elaborados os gráficos a seguir.

Gráfico 1 – Número de Residentes na casaFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

Gráfico 2 – Composição familiarFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

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De acordo com o gráfico 2, a maioria das casas abriga de 03 a 05 moradores, contando com o adolescente participante do projeto. Dentre esses moradores, estão principalmente o pai, a mãe e os irmãos do adolescente, havendo poucas situações em que os avós ou tios dividem a mesma casa.

Gráfico 3 – Pessoas Empregadas na FamíliaFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

Nesse gráfico 3, verifica-se que, na maioria das casas, há de 2 a 3 pessoas que trabalham, contribuindo com a renda familiar.

Gráfico 4 – Renda FamiliarFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

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No gráfico 4, observa-se que a renda média da família dos adolescentes fica entre 2 a 3 salários mínimos, equivalente a R$ 930,00 a R$ 1.395,00. Considerando que a média de residentes nas casas é de 04 pessoas, calcula-se que a renda per capita dessas famílias é R$ 232,00, em média. Segundo o DIEESE, a renda média de cada trabalhador em Curitiba é de R$700,00.

Gráfico 5 – Situação Legal de MoradiaFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

De acordo com a visita domiciliar, a maioria das famílias possui casa própria regularizada, demonstrando que o custo com aluguel não faz parte do seu orçamento.

Gráfico 6 – Tipo de CasaFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

No gráfico 6, observa-se que 32 famílias possuem casa de alvenaria, o que poderia levar à conclusão de que a maioria possui uma condição de moradia confortável, porém, ao se cruzarem os dados com o número de cômodos, conforme o gráfico 7, a leitura é diferente.

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Gráfico 7 – N.º de Cômodos em cada CasaFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

Nesse gráfico 7, pode-se notar que a maior parte das casas dispõe de 03 a 06 cômodos, levando-se em consideração que todas as casas contêm banheiro interno e a maioria tem sala e cozinha separadas, conclui-se que o número de quartos varia de 02 a 03. Relembrando o gráfico 1, que mostra o número de residentes da casa, verifica-se que os adolescentes geralmente não têm quarto próprio, dividindo o espaço com outros irmãos ou familiares, como tios e avós.

Gráfico 8 – Escolaridade dos PaisFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

No que diz respeito à escolaridade dos pais, a maioria não completou o Ensino Médio, o que demonstra que os adolescentes participantes do projeto serão os primeiros da família a completá-lo e também a realizar um curso técnico, conforme se pode verificar no gráfico 8.

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Gráfico 9 – Idade dos PaisFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

De acordo com o gráfico 9, a maior parte dos pais está na faixa etária de 30 a 49 anos, ou seja, em idade economicamente ativa, o que indica ainda a idade precoce em que alguns tiveram seus filhos, entre 15 e 20 anos.

Gráfico 10 – Naturalidade dos PaisFonte: Visitas domiciliares no segundo semestre de 2009.

No gráfico 10, tem-se que a maior parte dos pais, 67%, veio de outras cidades do Paraná, em consonância com a característica dos moradores de regiões de baixa renda de Curitiba que, em sua maioria, vieram de cidades do interior do estado em busca de melhores condições de vida na capital.

Pelos dados coletados, pode-se concluir que os jovens participantes do Projeto Jovens em Ação residem, em sua maioria, em casas próprias, de alvenaria, com cômodos a partilhar, sobretudo, quartos entre irmãos e até mesmo outros familiares. A média de residentes nas casas é de 4 (quatro) familiares, sendo que a renda salarial per capita gira em torno de R$200,00. As famílias são oriundas, em sua maioria, de cidades do interior do estado do Paraná e apresentam baixo grau de escolarização, embora grande parte tenha Ensino Fundamental completo ou incompleto.

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1.4. PERFIL DOS JOVENS ATENDIDOS

TOTAL DE ADOLESCENTES: 40

Sexo Masculino Feminino

13 27

Idade (ao participar do processo seletivo) 14 anos 15 anos 16 anos

4 31 5

Tabela 1 – Perfil dos jovens atendidosFonte: Instituto Robert Bosch

1.5. AÇÕES REALIZADAS

Os quatro pilares de educação da UNESCO são utilizados como fundamento das etapas do projeto: Aprendendo a Ser, Aprendendo a Conviver, Aprendendo a Conhecer e Aprendendo a Fazer, orientados para o desenvolvimento das competências pessoais, sociais, cognitivas e produtivas.

Em todas as etapas do projeto, os adolescentes são estimulados a valorizar os estudos, realizando um trabalho de reflexão e acompanhamento periódico de notas e frequência, por meio de análise de boletins e conversas com a equipe do projeto.

Além disso, são previstas dinâmicas e técnicas de grupo, palestras, representações teatrais, técnicas de relaxamento corporal, leituras e discussões de livros, apresentação e discussão de filmes, realização de passeios e visitas a feiras de profissões e empresas.

As atividades são realizadas em encontros semanais com a participação dos adolescentes em grupo, coordenadas por uma equipe de psicólogos e assistente social. Os dias e horários de realização dos encontros são diferentes em cada etapa, em função das mudanças na rotina dos jovens, conforme as atividades propostas. Dessa forma, na primeira etapa, foram realizados encontros às terças e quintas-feiras, das 13h30 às 15h30 e na segunda e terceira etapas, os encontros foram programados para o período noturno, às segundas-feiras, das 17h30 às 19h30 e das 20h às 22h. Essa mudança foi necessária, pois, ao iniciarem os cursos técnicos no SENAI, os alunos estudam em período integral.

Os encontros semanais seguem um foco de trabalho de acordo com a etapa em que acontecem, conforme a seguir.

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1.ª ETAPA: APRENDENDO A SER E APRENDENDO A CONVIVER

Período: março a dezembro de 2009.

Objetivos:

• Desenvolver autoestima e autoconfiança.

• Auxiliar na formação da identidade pessoal.

• Estimular a participação e o compromisso com a mudança da realidade local.

• Desenvolver a habilidade de convivência em grupo e com a diversidade.

• Desenvolver a capacidade de planejamento, tomada de decisão e trabalho em equipe.

• Desenvolver a consciência de direitos e deveres como cidadão.

• Estimular a participação responsável na vida comunitária.

Atividades com os adolescentes (tabela 2) e Atividades com os pais (tabela 3)

• Dinâmicas de grupo com foco nos objetivos dessa etapa (conforme cronograma 1)

• Atuação como multiplicadores nos projetos do Programa Peça por Peça

• Atividade de incentivo à leitura no Clube do Livro

• Oficina de teatro

Cronograma 1

ENCONTRO FOCO ATIVIDADES

Março • Integração

• Integração e elaboração conjunta do código de con-vivência de grupo

• Estabelecimento de metas pessoais

• Autoconhecimento

• Feedback grupal

• A Teia • Lista de autógrafos • Elaboração do Contrato Psicológico do grupo • Dança das cadeiras• Minha bandeira pessoal • Batata quente• Que bicho eu sou? • Aponte o que viu• Folha nas costas

Abril • Levantamento de expectati-vas

• Integração

• Minha vida ontem• Minhas expectativas• Desafio• Despertando o conhecimento• Gosto que • Você conhece bem o seu pai/mãe?• Fui a uma viagem e levei....

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ENCONTRO FOCO ATIVIDADES

Maio • Projeto de Vida • Filme: Escritores da Liberdade • Atividade sobre esse filme• Atividade: Gráfico da Vida

Junho • Cidadania

• Integração

• Observação do outro • Giro fixo • Atividade sobre a música: Até Quando? • Passeio no Clube Bosch

Julho • Identidade

• Atividade de Multiplicadores

• Cidadania

• Atividade Nome desenhado• Conversa de encerramento do semestre • Filme: A Corrente do Bem

Agosto • Mercado de trabalho

• Projeto de vida

• Visita na Bosch • Apresentação do livro: 15 Lições sobre a Pedago-

gia do Amor

Setembro • Identidade

• Projeto de vida

• Integração

• Adolescência

• Conversa sobre a Visita na Bosch • Atividade Minha Foto • Conversa sobre a atividade de multiplicadores • Apresentação do livro A Arte de Construir Cida-

dãos • Passeio no Clube da Bosch • Dinâmica Cuidados Angelicais • Role play sobre adolescência• Música Como uma Onda (Lulu Santos)

Outubro • Projeto de vida

• Missão pessoal

• Atividade introdutória sobre projeto de vida: rela-xamento induzido “meu sonho para o futuro”

• Conversa com adolescentes do Jovens em Ação II • Filme: À Procura da Felicidade, conversa sobre esse

filme• Apresentação do livro A Arte de Construir Cida-

dãos • Apresentação de missão, visão e valores do Jovens

em Ação • Elaboração, em subgrupos, do Grito de Guerra • Palestra com voluntário, colaborador Bosch, Rena-

to Faria

Novembro • Projeto de vida. Sexualidade

• Feedback e planejamento de 2010.

• Conversa sobre a fala do voluntário Renato Faria e início da criação da missão e visão individuais Apresentação do livro A Arte de Construir Cida-dãos

• Atividades: Projeção de Sentimentos• Mitos e Verdades • Dançando sobre o jornal• Correio Sentimental• Minhas metas para 2010

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Dezembro • Passeio no Clube Bosch • Revelação • Cuidados Angelicais• Confraternização

Tabela 2 – Cronograma da 1.ª Etapa: Aprendendo a Ser e Aprendendo a Conviver

Fonte: Organizada por Pâmmella Thauller Silveira, em março de 2011.

ENCONTRO FOCO ATIVIDADES

Março Integração dos pais e apresentação do projeto

Apresentação, por dupla, dos participantes

Abril Integração de 25 pais com os 15 pais dos adolescentes que entraram em abril

Atividade: Roda de Conversa

Maio Aproximação dos pais entre si Divisão do grupo de pais em duas turmas de 20; Atividade: Chegada no grupo

Junho Acompanhamento do desempenho esco-lar dos adolescentes

Conversas individuais com pais e seus filhos sobre o boletim do 1.° bimestre

Julho Relacionamento familiar Atividade Você conhece bem seu (sua) filho (a)?

Agosto Reafirmação do compromisso dos pais com o projeto

Atividade Momento da Conversa, sobre as faltas no último encontro

Setembro Resgate da infância e adolescência dos pais

Atividade Minha foto, com a apresentação da foto dos pais

Outubro Conflito de gerações Atividade Minha adolescência e a adoles-cência do meu (a) filho(a)

Novembro Planejamento financeiro Palestra com o voluntário Altemir Farinhas sobre saúde financeira

Dezembro Avaliação de resultados e encerramento da 1.ª etapa

Conversa sobre a percepção dos pais e adolescentes sobre este 1.º ano e confrater-nização

Tabela 3 – Atividades com os paisFonte: Organizada por Luiza Prado, em 2010.

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Sobre a primeira etapa desenvolvida pelo projeto, os alunos prestaram as seguintes declarações.

E.: “Talvez aquela fosse uma única oportunidade de prestar atenção no que aquele voluntário dizia.

Assim, a gente focaliza mais o que quer fazer na vida da gente”. Esta frase foi dita no momento em

que a equipe questionava sobre o que eles tinham achado da experiência com o voluntário Renato

Faria, sobre o “Plano de Desenvolvimento Individual”.

Com essa verbalização, pode-se perceber o quanto E. estava atento aos exemplos de sucesso que Renato passava para os jovens, assim como na esperança de atingir objetivos na vida, para o qual o Plano de Desenvolvimento Individual é uma excelente ferramenta.

J.: “Eu também gostei muito, prestei atenção porque ele fala da realidade, sobre o que você vai ter

de fazer para chegar lá!”

Frase dita no mesmo momento da anterior, sinalizando a importância que a jovem deu para a fala de Renato, apontando um bom aproveitamento para si mesma e sua expectativa com relação às futuras ações.

2.ª ETAPA: APRENDENDO A CONHECER

Período: março a dezembro de 2010

Objetivos:

• Desenvolver responsabilidade, interesse e iniciativa.

• Despertar interesse para a escolha de uma profissão.

• Desenvolver competências para a inserção no ambiente profissional.

• Mostrar caminhos e possibilidades de formação profissional.

• Transmitir a importância dos estudos e da responsabilidade social.

Atividades com os adolescentes (tabela 4) e Atividades com os pais (tabela 5)

• Dinâmicas de grupo com foco nos objetivos dessa etapa (conforme cronograma 2)

• Atividade de incentivo à leitura no Clube do Livro

• Atividade Plano de Desenvolvimento Individual

• Palestras com profissionais

• Filmes e músicas

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Cronograma 2

ENCONTRO FOCO ATIVIDADES

Fevereiro • Apresentação da divisão dos grupos/encontros, con-versar sobre o formato da segunda etapa do projeto e entregar material escolar

• trabalhar boletins do 4.º bimestre• trabalhar integração grupal• Momento da conversa para trabalhar SENAI/ Trabalhar

habilidades pessoais

Março • Projeto de vida • Aquecimento lúdico • Introdução do Clube do Livro• Trabalhar relacionamentos/romantismo• Alongamento corporal• 15/03 – Encontro n.º 30 – Presença do voluntário Renato

Faria para apresentar Plano de Desenvolvimento Indivi-dual

• Preenchimento do Plano de Desenvolvimento Individual

Abril • Motivação e trabalho em equipe

• Trabalhar família (“A família que eu tenho, a família que eu gostaria de ter”)

• Filme Coach Carter• Trabalhar boletins do Colégio 1.º bimestre• Trabalhar SENAI • Apresentação Clube do Livro • Clube da Informação

Maio • Identidade e Integração grupal

• Projeto de vida

• Dinâmica Pare de, Comece a, Continue a... • Passeio na Pizzaria Homem Pizza • Soletrando / Finalização Pare de• Preenchimento PDI

Junho • Projeto de vida• Drogas

• Preenchimento PDI • Finalização do Grito de Guerra • Presença do voluntário Marcos Meier sobre Fatores de

proteção contra os comportamentos destrutivos, como o uso de drogas, álcool e tabaco, sexualidade precoce, comportamento violento, entre outros

• Conversa sobre a palestra Drogas / Clube do Livro

Julho • Sexualidade, métodos preventivos e cuidados com o corpo/higiene

• Apresentação da divisão dos grupos/ encontros para o 2.º semestre

• Fechamento do semestre • Palestra com Marcela Pellanda, psicóloga da Bayer

(foto 2)

Agosto • Revisão e finalização do PDI • Conversa sobre as reprovações no SENAI • Coaching com voluntário Renato Faria • Clube da Informação • Clube do livro • Trabalhar motivação • Música Tente outra vez, de Raul Seixas

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Tabela 5 – Atividades com os paisFonte: Organizada por Luiza Prado, em 2010.

ENCONTRO FOCO ATIVIDADES

Fevereiro • Levantamento de interesses • Momento da conversa

Março • Relacionamento familiar • Conflitos Familiares

Abril • Relacionamento familiar • A Família que eu tenho e a família que eu quero ter

Maio • Acompanhamento do desenvolvi-mento do (a) filho (a)

• Relacionamento conjugal

• Conversas individuais com pais e seus filhos

• Roda de conversa

Junho • Drogas e Violência • Palestra com o voluntário Marcos Meier sobre Drogas

Julho • Relacionamento familiar/ Diálogo em casa

• Roda de conversa

Agosto • Comunicação e Valores • Consequências para comportamentos adequados

Setembro • Reciclagem/ meio ambiente • Produção de sabão com óleo de cozi-nha (no Colégio SESI CIC)

Outubro • Comunicação • Atividade: Você está escutando?

Novembro • Acompanhamento do desenvolvi-mento do (a) filho (a)

• Momento da Conversa

Dezembro • Avaliação de resultados e encerramen-to da 2.ª etapa

• Momento da conversa• Confraternização.

Setembro • Escolha profissional • Trabalhar Comunicação• Presença do voluntário Edilson Santos • Sorteio para Cuidados Angelicais • Clube da Informação• Trabalhar Aquecimento Global • Trabalhar Cidadania

Outubro • Clube do livro • Trabalhar Higiene corporal • Filme: As melhores coisas do mundo (Laís Bodanzky) • Trabalhar ‘cuidado nos vínculos’

Novembro • Responsabilidade• Gravidez na adolescência

• Atividade Cuidando do ovo • Momento da Conversa: O que os filhos contam aos

seus pais sobre eles?• Feedback• Recolhimento de todos os livros do Clube do Livro • Autoavaliação

Dezembro • Passeio no Clube da Bosch • Revelação do Cuidados Angelicais

Tabela 4 – Cronograma da 2.a Etapa: Aprendendo a ConhecerFonte: Organizada por Pâmmella Thauller Silveira, em março de 2011.

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K.: “Depois dessa atividade eu parei prá pensar que eu faço isso muitas vezes, e é muito ruim você

querer falar com alguém e a pessoa ficar te interrompendo com assuntos que não têm nada a ver”.

Essa declaração se refere à percepção da adolescente sobre o próprio comportamento, no que diz respeito à comunicação, observada durante a atividade Você está escutando?, demonstrando que K. conseguiu aproveitar a discussão da atividade para fazer uma avaliação de si mesma e se perceber nesse sentido.

J. G.: “Foi o primeiro livro que eu peguei para ler e adorei, quero ler mais”.

Verbalização feita durante a apresentação do Clube do Livro, evidenciando o resultado positivo dessa atividade sobre esse adolescente, que, mesmo não tendo o hábito de ler, ao falar do livro Anjos e Demônios, se mostrou bastante empolgado e interessado, transmitindo sua satisfação ao grupo.

J. G.: “Foi bom tudo o que ele falou, deu pra perceber que, com o diálogo, a gente resolve qualquer

problema em casa.”

Essas palavras foram ditas sobre a palestra do voluntário Marcos Meier, abordando relacionamento entre pais e filhos, e demonstram o quanto esse adolescente pôde bem aproveitar os temas abordados para melhorar seu relacionamento em casa. Há algum tempo J. relatou a dificuldade para conversar com seus pais e demonstrar o que sente, questão que vem sendo trazida à tona em sua casa desde que seus pais descobriram que ele havia experimentado maconha.

J. G.: “Eu já melhorei bastante nisso, agora tudo o que acontece lá em casa, eu chamo meus pais pra

gente conversar”.

Nessa verbalização, J. reconheceu o quanto a sua participação teve um efeito positivo no relacionamento familiar, em sua casa, pois foi ele quem teve a iniciativa de propor conversas em casa e de esclarecer algumas dificuldades pelo diálogo. Ao ouvir esse comentário, a equipe elogiou a atitude do adolescente utilizando-a como exemplo.

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Foto 2 - Palestra com voluntária sobre Sexualidade e Contracepção (Programa de Atenção e Orientação à Saúde Sexual e Reprodutiva) em julho de 2010Fonte: Luiza Prado Batiston

3.a ETAPA: APRENDENDO A FAZER

Período: março a dezembro de 2011

Objetivos:

• Proporcionar formação técnica de qualidade.

• Auxiliar na formação de uma identidade profissional.

• Estimular a identificação de potencialidades e habilidades profissionais.

• Estimular e orientar a busca pelo primeiro emprego.

• Estimular e orientar a construção de um projeto de vida.

Apesar de fazer parte do Projeto Jovens em Ação, essa etapa não foi contemplada no presente relato, pois será desenvolvida no ano de 2011, ultrapassando assim o tempo limite descrito no Edital de Inovação.

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INDICADORVALOR ATINGIDO

2009 2010

Frequência dos adolescentes nas atividades do projeto 95% 88,6%

Frequência dos pais nas atividades do projeto 90% 80,0%

Frequência escolar (média por aluno) 98,7% 93,1%

Aprovação escolar 100% 85,0%

Aprovação SENAI N/A* 44,0%**

* No ano de 2009, os alunos não haviam iniciado os cursos do SENAI.** Em curso.Tabela 6 – Indicador dos Resultados QuantitativosFonte: Organizada por Luiza Prado, em 2010.

A previsão da conclusão de cada etapa é de aproximadamente um ano, sendo que em todas elas é realizado um trabalho de conscientização da importância dos estudos por meio de atividades em grupo, do acompanhamento periódico de rendimento escolar (conceito, frequência escolar e participação nas atividades do Colégio) e de conversas individuais. São realizadas ainda atividades que consistem em leituras e discussões de textos e temas diversos (gerais e ligados à adolescência).

1.6. RESULTADOS

Os resultados obtidos até o momento são apresentados na sequência, embora a conclusão do Projeto aconteça somente em 2011.

1.6.1. Resultados Quantitativos

Apesar de terem diminuído, desde o início do projeto, os indicadores de frequência ainda são avaliados de forma positiva, ao serem comparados ao período anterior à entrada dos alunos no Projeto Jovens em Ação, quando o índice de frequência escolar chegava próximo aos 75%.

1.6.2. Resultados Qualitativos

Por meio de depoimentos dos alunos e dos pais, coletados pelas entrevistas com esse fim, pôde-se verificar o impacto do Projeto na vida desses jovens. Os pais e adolescentes foram identificados por letras.

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Verbalizações dos alunos

E. A. “O que mudou é que agora a gente tem uma visão de futuro, o que eu quero para mim, antes

não tinha isso.”

E. “Antes o meu objetivo era concluir o Ensino Médio, agora eu quero seguir uma área profissional,

antes eu não pensava nisso.”

N. “Antes a minha mãe só gritava, agora ela conversa.”

K. “Antes eu não me envolvia muito, mas agora eu estou bem participativa nos encontros e eu gosto

de participar porque eu fico bem atenta ao que os outros falam e consigo dar a minha opinião sobre

o tema trabalhado, assim eu estou aprendendo muito”.

Verbalizações dos pais

J. (mãe de C.). “A gente estava com muitos problemas de comunicação em casa, até que ela (filha)

me falou algumas coisas e eu consegui perceber o que eu estava fazendo de errado, e pude falar

sobre o que ela estava errando também. Agora melhorou 90%”.

Essa declaração demonstra a forma encontrada pela família para resolver seus problemas, a maioria referente à falta de comunicação e dificuldade de relacionamento. O que chamou a atenção da equipe pedagógica nesse comentário foi o papel que mãe e filha tiveram na melhoria do relacionamento familiar, sendo que as duas conseguiram perceber as próprias falhas e corrigi-las, sem apenas apontar os erros uma da outra.

J. (pai de J.): “Eu estava cobrando deles uma coisa que eu não ensinei, não ia adiantar, o resultado

não ia ser bom e era até perigoso eles se machucarem.”

Essa verbalização reflete a percepção do pai de J., em uma situação prática, ao pedir que os filhos limpassem a caixa d’água sem eles nunca terem feito isso antes, percebeu não ser possível cobrar algo que não havia ensinado, utilizando essa mesma ideia para outras situações vividas com os filhos. O que chamou a atenção da equipe pedagógica foi a capacidade desse pai de utilizar uma situação concreta para exemplificar algo que aprendeu a observar após a palestra.

M. H. (mãe de J.): “Fazer essa atividade aqui me deu vontade de voltar a estudar, é tão bom mexer

com essas coisinhas, lápis, folhas, desenhar... Acho que vou voltar mesmo”.

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Frase dita pela mãe de uma adolescente em um encontro com os pais, em que foi realizada uma atividade de recorte e colagem. Isso demonstra que o ‘fazer’ da atividade agiu como estímulo para ela voltar aos estudos.

C. (pai de C.): “O projeto nos deu outros motivos para conversar, porque antes a gente só falava sobre

videogame, e hoje a gente tem muito mais assuntos, como, por exemplo, falar dos trabalhos em

grupo na escola ou de Manuel Bandeira”.

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OFICINAS DE APRENDIZAGEM DOCOLÉGIO SESI ENSINO MÉDIO

2.1. O QUE SÃO OFICINAS DE APRENDIZAGEM?

2.

A prática pedagógica do Colégio SESI/CIC, assim como dos demais Colégios SESI no estado do Paraná, se concretiza por meio de OFICINAS DE APRENDIZAGEM, uma forma diferenciada de a dinâmica da sala de aula e da escola acontecer em relação ao processo ensino-aprendizagem, criada por Márcia Conceição Rigon (consultora dos Colégios SESI, no Paraná, desde 2005) e implantada no Rio Grande do Sul, em 1996, na cidade de Montenegro, com registro feito na Biblioteca Nacional em 1999.

A origem etimológica da palavra oficina, que se registra a seguir acompanhada de breve evolução do seu significado até denominar as Oficinas de Aprendizagem, encontra-se no material do participante do Centro de Formação dos Profissionais do Colégio SESI – Módulo de Imersão na Metodologia (2010, p. 34).

A palavra oficina vem do latim: officina. No dicionário de língua portuguesa, tem sentido de “lugar

onde se exerce um ofício; lugar onde se reparam ou fabricam máquinas”, referindo-se, também, a

laboratório. Contudo, o sentido mais amplo da palavra é o figurativo, significando: lugar onde se

opera transformação notável.

Para se analisar o sentido da expressão oficina de aprendizagem, deve-se atentar para a própria

acepção da palavra oficina, na qual está implícita a ideia de aprendizagem, visto que APRENDER sig-

nifica sofrer transformações, passar de um estado a outro: de um estado de desconhecimento para

um estado de conhecimento; de um estado de conhecimento parcial para um estado de conhe-

cimento profundo. Poder-se-ia divagar por horas sobre a amplitude do significado dessa palavra.

No entanto, como técnica de ensino, deve-se observar o que significa trabalhar uma oficina. Em sua

acepção de fabricar, implica o FAZER, que é sempre lúdico, desafiador, um real exercício físico e men-

tal, enquanto, ao se referir a laboratório, pode significar experimento, teste, manipulação, indicando,

por sua vez, conhecimento, pesquisa, busca, análise, hipótese, tese.

Consequentemente, com a junção do fazer a testar, opera-se uma transformação notável, chegan-

do-se a Oficina de Aprendizagem, que, embora possa parecer redundância, pedagogicamente,

torna-se bastante significativo.

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2.2. ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA POR OFICINAS DE APRENDIZAGEM

Para uma visão de como acontecem as Oficinas de Aprendizagem no Colégio SESI, apresentam-se a seguir os principais aspectos de organização da escola e sala de aula do Colégio SESI/CIC, de acordo com a Proposta Pedagógica, assim como acontece nos demais Colégios SESI do estado. Um dos primeiros destaques é a aprendizagem significativa e contextualizada pela resolução de desafios, uma vez que as Oficinas de Aprendizagem organizam-se de desafios extraídos, pelo conjunto de professores, do contexto social em suas múltiplas dimensões.

Segundo Miquelin (p. 96, 2008):

As Oficinas de Aprendizagem são constituídas por estruturas flexíveis, em torno de um desafio cen-

tral, contextualizado num tema, com modo de funcionamento semelhante a uma rede de signifi-

cados, as quais não priorizam disciplinas, mas, sim, a natureza de um problema que, na verdade, é

interdisciplinar e real, sem caráter artificial.

Por isso, outro aspecto distintivo das Oficinas de Aprendizagem está na sua elaboração, que requer o trabalho coletivo dos professores, de forma a concretizar a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade.

O projeto das Oficinas de Aprendizagem, elaborado de forma coletiva, interdisciplinar e transdisciplinar pelos professores, focando de forma concomitante o trabalho no desafio a ser pesquisado e solucionado pelas diferentes disciplinas, é desenvolvido em sala de aula, mantendo-se, ainda, os horários de aulas para cada uma delas. As Oficinas de Aprendizagem são selecionadas pelos alunos, que as cursam em equipes, constituindo essa forma de trabalho um aspecto inovador dessa metodologia em sala de aula.

A proposta pedagógica (2010)apresenta a seguinte característica.

Com o desafio da oficina lançado, os alunos são provocados a buscar as respostas em equipes

de trabalho formadas espontaneamente e preferencialmente por 5 (cinco) alunos, que permane-

cem juntos até o final do bimestre/oficina, constituição que deve ser modificada a cada Oficina de

aprendizagem para não se repetir os mesmos componentes.

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A aprendizagem pela pesquisa e resolução de problemas embasa todo o trabalho de sala de aula, cujo material deve contemplar diferentes fontes (livros, sites confiáveis da internet, revistas, jornais, procedimentos experimentais, aulas de campo, análises de filmes, documentários, entre outros), constituindo mais um diferencial pedagógico do Colégio SESI.

A resolução de problemas por meio de pesquisas, análises, elaborações e debates, com base na parceria estabelecida entre professor e alunos leva a um novo papel desses atores em sala de aula por estimular a busca da autonomia e da responsabilidade pelos estudantes sob a orientação do professor, formando profícua relação suscitada pelo conhecimento.

A Proposta Pedagógica (2010) define a função do professor da seguinte forma.

O papel do professor, como educador, é o de mediador e facilitador entre o aluno e o objeto do

conhecimento, não mero transmissor de conteúdos, mas problematizador, instigador, provocador

de aprendizagens. (...) Os alunos são sujeitos ativos e responsáveis pelo seu aprendizado e pela

construção do conhecimento com seus colegas de equipe e de sala de aula, compartilhando com

os demais suas habilidades, suas competências e seus saberes e até mesmo suas limitações e difi-

culdades.

A práxis, como ação-reflexão-ação, deve ser um exercício constante entre professores, que também trabalham em equipe e almejam o desenvolvimento da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade, dispondo de horário semanal de encontros de trabalho coletivo.

As Oficinas de Aprendizagem, baseadas nos pilares do empreendedorismo, responsabilidade socioambiental, criatividade e inovação, bem como na construção do conhecimento, na aprendizagem significativa e na transformação das realidades no seu entorno, preveem uma conclusão dos trabalhos, como resposta aos desafios lançados. Na Proposta Pedagógica (2010), define-se essa prática, sintetizada a seguir.

Esse fechamento, também denominado “celebração”, pode ser realizado de diferentes formas, seja

um grande painel, um jornal, um paper, uma peça de teatro, um vídeo, uma apresentação, palestras

para a comunidade, exposições, palestra com profissionais convidados, acampamentos, visitas co-

munitárias, jornada acadêmica, ações ou projetos de intervenção na comunidade, entre outros, a

depender da criatividade das equipes de trabalho e turmas da escola.

Por todos os aspectos apresentados, ao reorganizar e redesenhar o modelo de escola e sala de aula, as Oficinas de Aprendizagem configuram uma experiência inovadora no processo pedagógico do Ensino Médio.

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2.3. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Para a concretização das Oficinas de Aprendizagem, a organização curricular do Colégio SESI se baseia nos seguintes princípios de organização:

• Currículo em ação

• Interdisciplinaridade e Trandisciplinaridade

• Interseriação ou grupos não-seriados

• Competências e habilidades

• Contextualização

• Mundo do Trabalho

Apresenta-se, a seguir, o significado desses princípios extraídos na íntegra da Proposta Pedagógica (2010).

Mantém-se a grade, mas prevê-se a construção da teia – currículo em ação:

Para se efetivar a real aprendizagem, propõe-se o currículo em ação, ou seja, a abordagem dos con-

teúdos das várias áreas do conhecimento ocorre por meio da apropriação dos significados dos con-

ceitos básicos fundamentais que as embasam e que, indubitavelmente, estão interligados. Assim, a

organização curricular deverá possibilitar o aprofundamento dos conhecimentos disciplinares pre-

vistos na legislação, de forma que oportunizem a construção e sistematização dos conceitos e das

relações entre eles, sem o qual não se constituem as competências mais amplas. Com base no tema/

desafio planejado em conjunto pelos professores, ao olharem para suas disciplinas, identificam os

conceitos básicos e fundamentais, bem como as competências específicas a serem desenvolvidas

e os conteúdos a serem trabalhados, os quais podem contribuir para descrever com mais deta-

lhes o desafio/problema. Dessa forma, os conteúdos são selecionados pelo significado adquirido

e pela necessidade frente ao desafio lançado, quebrando a tradicional linearidade dos conteúdos

e a seriação. No entanto, eles são trabalhados em profundidade e com a complexidade necessária,

tanto para responder ao desafio da oficina quanto para atender ao estabelecido oficialmente pela

legislação educacional. Quando os conceitos se inter-relacionam, tecendo- se à medida que são

compreendidos e o currículo se faz na ação, o conhecimento ocorre em rede.

Os blocos de conteúdos únicos por disciplina serão estabelecidos pelo conjunto dos professores e

validados por uma equipe interdisciplinar da rede, instituída para esse fim, levando-se em conside-

ração os seguintes documentos oficiais: Parâmetros Curriculares Nacionais, Matrizes de Competên-

cias e Habilidades do ENEM e Diretrizes Estaduais, atendendo-se, inclusive, à emergência social e

científica do presente e do futuro. Esses blocos de conteúdos são sempre revistos, conforme seja im-

perativo, tanto referente à própria prática pedagógica quanto às necessidades sociais emergentes.

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Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade

Implícito no princípio anterior, pelo conhecimento em rede propiciado pelo currículo em ação,

quando os conceitos/conteúdos disciplinares se inter-relacionam, eles vão se tecendo à medida que

são compreendidos na resolução dos problemas/desafios, concretizando-se a interdisciplinaridade.

Essa acontece pela superação das barreiras ideológicas, culturais e históricas entre as disciplinas,

quando os professores aproveitam os conhecimentos específicos para um mesmo estudo ou apren-

dizado, gerando a aprendizagem significativa e contextualizada e propiciando uma situação favorá-

vel para a construção de um plano maior: a transdisciplinaridade, por promover o retorno à origem

natural do conhecimento, que não se divide em disciplinas, ao emanar da natureza do viver huma-

no (HAMMES, 2008; MIQUELIN, 2008).

Dessa forma, o conhecimento pressupõe colaboração, complementaridade e integração dos conte-

údos entre todas as disciplinas, de acordo com os princípios de Prigogine (1996). O ensino pautado

na interdisciplinaridade proporciona uma aprendizagem estruturada e rica, pois os conceitos estão

organizados em torno de unidades globalizadas, de estruturas conceituais e metodológicas compar-

tilhadas por várias disciplinas, cabendo ao aluno a realização de sínteses sobre os temas estudados.

Interseriação

Um currículo assim proposto requer que os tempos e espaços sejam flexíveis, pois os conhecimen-

tos e conteúdos não podem ser desenvolvidos de forma linear, tendo em vista que a cada desafio

são estimulados para apresentar soluções, os alunos/ equipes precisam lançar mão de diferentes

níveis de complexidade dos conceitos, das redes dos campos conceituais das áreas e disciplinas

curriculares, como na temporalidade - do início ao final do processo educativo do ensino médio.

Assim, os conceitos tratados nas áreas curriculares se transversalizam, ao longo do desenvolvimento

do currículo, tendo como referência o alcance da integralidade dos objetivos e das competências

básicas previstas para esse nível de ensino.

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Competências e habilidades

No momento atual, diante da sociedade da informação e das novas formas de produção e distri-

buição do conhecimento, o importante não é a quantidade de conceitos e fórmulas que um aluno

aprende, mas sua capacidade de, sobretudo, usar esse conhecimento com sentido transformador

e ético e de continuar aprendendo. Por isso, o currículo do Colégio SESI também se organiza para o

desenvolvimento de competências e habilidades.

Competências são definidas nessa proposta como a capacidade que o sujeito tem de mobilizar di-

versos recursos cognitivos (conhecimentos teóricos, saber prático, valores, julgamentos, intuições

baseadas na ação, classificação e seriação, por exemplo) até aquelas mais complexas e abstratas,

que compreendem análises, sínteses, analogias, associações, generalizações. Assim, no processo de

desenvolvimento dessas formas superiores de raciocínio, dessas operações mentais de nível supe-

rior, o sujeito vai ampliando sua autonomia e seu senso crítico.

Nesse sentido, formar para o desenvolvimento de competências significa, também, educar para a

autonomia, para a capacidade de iniciativa e de autoavaliação, para a responsabilidade, para a am-

pliação da capacidade de trabalho, de concepção e realização de tarefas e projetos.

As Oficinas de Aprendizagem, por meio de problemas/desafios, procuram desenvolver e mobilizar

competências de forma contextualizada e significativa, por isso, para o currículo em ação proposto,

o desenvolvimento de competências são tão importantes quanto os conteúdos em si, constituindo

esses conteúdos em um meio para desenvolver competências e responder aos desafios.

Ao longo de todo o Ensino Médio, a escola trabalha para o desenvolvimento de competências bá-

sicas gerais, previstas nessa proposta, sob responsabilidade do coletivo dos professores, que, ao es-

tabelecerem o bloco de conteúdos em cada disciplina, deve estabelecer também as competências

específicas de cada uma delas, a fim de particularizar as competências gerais previstas e concretizá-

las em sala de aula.

Contextualização

No currículo em ação, o princípio da contextualização se concretiza constantemente no fazer peda-

gógico das Oficinas de Aprendizagem, desde sua concepção, execução e avaliação, pois elas propi-

ciam contextualizar o conteúdo; mobilizam competências já adquiridas; promovem o desenvolvi-

mento de habilidades e provocam a aprendizagem significativa, ao estabelecer uma reciprocidade

entre o aluno e o objeto do conhecimento expresso na situação-problema/ desafio real, levando-os

a fazer a transposição didática do que já sabem, da teoria para a prática e vice-versa. Esse recorte

do real se expressa sempre de forma contextualizada, em todas as disciplinas, por textos de lingua-

gem verbal ( diversas tipologias textuais), linguagem visual (fotos, mapas, pinturas, gráficos, entre

outros) e enunciados.

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Preparação para o mundo do trabalho

A formação básica para o trabalho é defendida como necessária para se compreender a tecnologia

e a produção, com o propósito de preparar os jovens para a realidade contemporânea. Assim, os

conhecimentos a serem construídos pelo aluno, no currículo em ação, devem tomar como contexto

o mundo do trabalho e o exercício da cidadania, considerando-se: a) os processos produtivos de

bens, serviços e conhecimentos com os quais o aluno se relaciona no seu dia a dia, bem como os

processos com os quais se relacionará mais sistematicamente na sua formação profissional e b) a

relação entre teoria e prática, entendendo como a prática os processos produtivos, e como teoria,

seus fundamentos científico-tecnológicos.

A Base Nacional Comum também traz em si a dimensão de preparação para o trabalho, a qual deve

apontar para o mesmo algoritmo, como um instrumento para a solução de um problema concreto,

que pode dar conta da etapa de planejamento, gestão ou produção de um bem. Logo, ao indicar

e relacionar os diversos contextos e práticas sociais, além do trabalho, requer, por exemplo, que a

Biologia dê os fundamentos para a análise do impacto ambiental, de uma solução tecnológica ou

para a prevenção de uma doença profissional. Enfim, assinala que não há solução tecnológica sem

uma base científica e que, por outro lado, soluções tecnológicas podem propiciar a produção de um

novo conhecimento científico. (DCN´s Ensino Médio, p.17)

Portanto, os processos produtivos dizem respeito a todos os bens, serviços e conhecimentos com

os quais o aluno se relaciona no seu dia a dia, bem como àqueles processos com os quais se relacio-

nará mais sistematicamente na sua formação profissional. Para fazer a ponte entre teoria e prática,

de modo a entender como a prática (processo produtivo) está ancorada na teoria (fundamentos

científico-tecnológicos), torna-se necessário que a escola seja uma permanente experiência de es-

tabelecer relações entre o aprendido e o observado, seja espontaneamente, no cotidiano em geral,

seja sistematicamente, no contexto específico de um trabalho e de suas tarefas laborais. (DCN´s,

Ensino Médio, p.73)

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2.4. FORMATO DE ELABORAÇÃO

Os projetos das Oficinas de Aprendizagem são elaborados pela equipe de professores em horário de trabalho coletivo, seguindo um roteiro estabelecido pela Rede de Colégios SESI, com acompanhamento pedagógico. Para elaborar uma Oficina de Aprendizagem, devem ser preenchidos os dez campos explicitados a seguir.

Campo 1 – IDENTIFICAÇÃO

Nome do Colégio, nome da Oficina de Aprendizagem e bimestre de oferta.

Campo 2 – JUSTIFICATIVA

De forma concisa, escreve-se a respeito do contexto causal, destacando o desafio/problema a ser estudado. Completa-se argumentando sobre a importância da oferta da oficina, seu significado para a formação do jovem e sua finalidade .

Campo 3 – DESAFIO PROPOSTO

Após uma breve e eventual introdução , explicita-se a situação problema em forma de pergunta, que, para representar de fato desafio, deve causar dúvidas suscitando a realização de pesquisas e busca de soluções diversas para a elaboração de respostas concludentes.

Campo 4 – OBJETIVO GERAL

Elaborá-lo é responder à seguinte pergunta: “aonde pretendemos chegar com esta oficina?” Com a clareza disso, obtêm-se a linha mestra e as coordenadas de trabalho de todos os professores ao desenvolverem a oficina.

Os objetivos devem ser elaborados utilizando-se verbos no infinitivo, pois determina o que o aluno deverá ser capaz de fazer ao final do aprendizado.

Está, portanto, vinculado à atividade de finalização da oficina, sendo referência ao estabelecer as competências e habilidades a serem desenvolvidas e ao propiciar condições ao professor para escolher os procedimentos mais adequados à sua rota de trabalho específica.

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Campo 5 – APONTAMENTOS TEÓRICOS

Indicação dos fundamentos teórico-científicos constantes nos documentos e pesquisas que formam a base para o desenvolvimento da oficina, argumentando sobre sua contribuição e citando suas fontes .

Campo 6 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS A SEREM TRABALHADAS EM COMUM

Detalhamento das competências e habilidades a serem desenvolvidas na Oficina pelo conjunto de professores, contemplando o estabelecido na Proposta Pedagógica do Colégio .

Campo 7 – TEIA DE CONTEÚDOS

Representação da interdisciplinaridade proposta para a oficina, estabelecendo ligações entre o desafio, os temas norteadores e os conteúdos de cada disciplina. Centrando-se o desafio, estabelecem-se os temas de forma a permitir a visão de totalidade ou sistêmica irradiada do núcleo, de forma coletiva e transdisciplinar. Desses temas, estendem-se os conteúdos disciplinares, formando uma rede de afinidades, de forma a evidenciar a complementaridade entre os elementos conectados, ou seja, entre as disciplinas. Essa representação gráfica demonstra o compromisso de todos para a abordagem do desafio de forma holística e, ao mesmo tempo, corresponsável, dada a especificidade disciplinar.

Campo 8 – ATIVIDADES EM COMUM (DESENCADEADORAS OU PROCESSUAIS)

Indicação das atividades a serem realizadas em comum, sempre com base em um livro de cultura geral e um filme determinado pela equipe de professores, para análise do tema desafiador de forma ampla e diversificada em relação aos recursos de difusão do conhecimento humano, expandindo-se, inclusive, para aulas de campo, palestras e outros.

Campo 9 – ATIVIDADE DE FINALIZAÇÃO COMUM

Explanação do momento conclusivo em que as equipes de alunos farão a demonstração da forma utilizada para dar resposta ao desafio lançado, atendendo ao objetivo geral da oficina.

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Campo 10 – PROFESSORES RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO

Relação dos executores da oficina de aprendizagem, a ser divulgada igualmente em edital, para que os alunos tomem conhecimento.

2.5. SELEÇÃO DAS OFICINAS DE APRENDIZAGEM PELOS ALUNOS

Conforme apresentado anteriormente, os alunos selecionam as Oficinas de Aprendizagem que queiram cursar, mas para isso são estabelecidos os seguintes critérios: a que ainda não cursou, a que mais lhe chama a atenção, a que mais lhe agrada e o desafia aos estudos, além da Oficina que contemple conteúdos que ainda não viu e precisa estudar. A Orientação Pedagógica do Colégio e os professores devem orientar e acompanhar os alunos, para que escolham conteúdos diferentes, a fim de que até o final do 3.º ano possa ter estudado todos os temas de Ensino Médio.

Para que o aluno realize a sua seleção, no início do bimestre, os professores apresentam as Oficinas elaboradas para esse período aos alunos, momento chamado também de “venda da Oficina”, no sentido de contagiar os alunos, para que queiram realmente cursar a selecionada. As oficinas são lançadas em edital no Colégio, para que os alunos as conheçam na íntegra e apresentadas em power-point ou movie maker, sintetizadas pelo uso de imagens e palavras-chaves ou frases de impacto. Em dia marcado, os alunos realizam seleção e os professores registram as inscrições nas Oficinas almejadas que têm vagas delimitadas, mas somente depois de preenchidas todas as vagas pode-se conhecer quantos alunos se inscreveram por série, formando-se as oficinas interseriadas.

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PROCESSO DE RESSIGNIFICAR AS OFICINAS DE APRENDIZAGEM SOB O OLHAR DO SETOR PRODUTIVO

3.1. OFICINAS DE APRENDIZAGEM OFERTADAS NO ANO DE 2010

3.

De acordo com as orientações da mantenedora, o Colégio deve pensar sempre em OFICINAS e determinar o número delas pelo total de alunos da escola e pelo número de alunos que cada sala de aula comporta. Segundo o caderno de Procedimentos Pedagógicos (2010, p. 29-30):

Diante da interseriação – conteúdos como bloco único e alunos de séries diferentes podendo cursar

a mesma oficina de aprendizagem, utiliza-se a lógica sistêmica – pensa-se o todo: o todo de alunos,

o todo dos conteúdos e todos podem escolher a oficina que desejarem. No entanto, os Colégios

podem ofertar oficinas específicas para 1.ª/2.ª série e 2.ª/3.ª série, ou 1.ª, 2.ª e 3.ª , quando houver

compreensão perfeita das oficinas, com teias bem consistentes e rotas bem planejadas e um con-

trole perfeito dos conteúdos trabalhados pelos professores, pelo pedagogo e também por parte

dos alunos. O ideal é que se ofereça sempre uma oficina a mais, para opção dos alunos. Por exem-

plo, se há demanda para trabalhar três (3) oficinas, recomenda-se ofertar quatro (4), sendo que as

mais procuradas serão as executadas. Isso permite mais possibilidades de ofertas, bem como maior

abrangência dos conteúdos. (...) Independente da série, todos estão aprendendo as mesmas coisas,

em momentos iguais ou diferentes. No ano seguinte, podem-se reeditar algumas oficinas, podem-

se propor outras novas, de modo que a renovação sempre se configure.

No ano de 2010, o Colégio SESI/CIC ofertou diversas oficinas, entre novas e reeditadas do ano anterior. A tabela 7 apresenta as Oficinas de Aprendizagem elaboradas e ofertadas no turno da manhã, com destaque em cor para as que foram cursadas pelos alunos participantes do Projeto Jovens em Ação.

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OFICINAS OFERTADAS NO TURNO DA MANHÃ

1.° Bimestre

Adolescência: ser ou não ser? Eis a questão.

Gênese

Avatar: o mundo em 3D

Feminino e masculino: existe sexo forte?

Infância roubada

Desastres naturais

Por trás da fé

Dossiê Haiti

2.° Bimestre

No mundo da Lua

Caminhos do Paraná

Invenções e Tecnologias

Profissões: o futuro em suas mãos

Dragões Orientais

África do Sul

Descobrindo Leonardo da Vinci

Mídia: Informação x Formatação

3.° Bimestre

Planeta Terra: o mundo em constante afinação

Do Lixo ao Luxo

Real e Imaginário

Veias Urbanas

Retrô: anos 60 e 70

Mundo: o que você vai ser quando eu crescer?

Viver a melhor idade

Pão em muitas fôrmas e formas

4.° Bimestre

Jogo da Vida

Geração Saúde

Made in Brazil

Destaques do Mundo Profissional

Amor não é só uma palavra

Nações Indígenas

Tabela 7 – Oficinas de Aprendizagem ofertadas em 2010, turno manhãFonte: Organizada por Pâmmella Thauller Silveira, em 2011.

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3.2. PROCESSO DE RESSIGNIFICAR AS OFICINAS DE APRENDIZAGEM

Dentre todas as Oficinas de Aprendizagem ofertadas pelo Colégio SESI/CIC no ano de 2010, sele-cionaram-se quatro (4) delas para realizar o processo de ressignificação do currículo em ação, con-templando os conteúdos e necessidades do setor produtivo, na formação do futuro trabalhador.

A partir do momento em que essas Oficinas foram selecionadas para um trabalho de ressignificação, por consenso entre a equipe pedagógica e de professores do Colégio SESI/CIC, as mesmas foram direcionadas para que os alunos participantes do Projeto Jovens em Ação pudessem selecioná-las.

As Oficinas de Aprendizagem pretendidas como mostra desse processo reflexivo foram as seguintes:

• Do Lixo ao Luxo

• Jogo da Vida

• Made in Brazil

• Destaques do Mundo Profissional

Com base na sua elaboração inicial feita pelos professores, desencadeou-se o processo de ressignificá-las. Após, foram enviadas para apreciação prévia de duas analistas técnicas da equipe da Gerência de Operações Inovadoras (colaboradoras desde a concepção do projeto) e da Consultora do Colégio SESI.

Nessa análise inicial, percebeu-se como os professores focam muito mais a questão da cidadania na formação do aluno do que a formação para o mundo do trabalho, bem como a consequente compreensão dos processos produtivos e da tecnologia.

Um encontro reflexivo foi organizado com a equipe de professores para que pudessem avançar na compreensão da necessidade, no processo formativo dos alunos, de unir formação cidadã e preparação para o mundo do trabalho, especialmente, quanto aos processos produtivos do setor industrial.

Nesse encontro, foram relembradas as funções, finalidades e missão do Colégio SESI frente às necessidades e demandas da indústria, o qual, inclusive, pela metodologia das Oficinas de Aprendizagem, já se propunha a desenvolver competências relacionais importantes para o

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mercado de trabalho, com destaque para o saber trabalhar em equipes, o enfrentar problemas, o filtrar informações, gerar conhecimento e criar soluções. O desafio seria avançar no sentido de repensar o currículo escolar do Ensino Médio regular, de modo a torná-lo aberto e convergente para as necessidades da indústria na formação do futuro trabalhador. A questão norteadora era ressignificar os conteúdos escolares, expressos nos desafios das Oficinas de Aprendizagem e nas teias de conteúdo, apoiado no olhar e nas necessidades do setor produtivo com vistas ao desenvolvimento sustentável, ações de empreendedorismo, criatividade e inovação.

Com essas reflexões iniciais, a equipe de professores exercitou a análise dos desafios das Oficinas de Aprendizagem, interdependentes na clareza e coerência com o objetivo dessa atividade, com as possíveis soluções dos alunos objetivadas na finalização e com os conteúdos a serem contemplados, considerando-se o setor produtivo na elaboração da teia de conteúdos. A pergunta norteadora foi: Que conteúdos a indústria entende serem importantes para a formação do futuro trabalhador neste tema e desafio?

Foto 3 - Encontro reflexivo com os professores para a Ressignificação do Currículo Escolar no Colégio SESI/CIC

Fonte: Jaqueline Rossato, em outubro de 2010.

3.3. RESSIGNIFICAR OS DESAFIOS

Os desafios das Oficinas de Aprendizagem foram projetados para as reflexões. Nesse momento, as analistas técnicas instigavam os professores a pensar voltados para outros ângulos e pontos de vista e, por meio do diálogo apreciativo, eles foram se manifestando a respeito da ressignificação.

Pelas tabelas, a seguir, tem-se a representação do resultado obtido em cada oficina trabalhada.

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3.3.1. Oficina Do Lixo ao Luxo

Tabela 8 – Ressignificação do desafio da Oficina de Aprendizagem Do Lixo ao Luxo

Fonte: Os organizadores, em 2010.

Note-se que a amplitude da formação do cidadão como consumidor, no desafio inicial, se abre para a perspectiva do setor produtivo, focando não só a indústria, do ponto de vista de uma produção mais limpa, sustentável e preocupada com o meio ambiente, mas também a parcela de contribuição do aluno como futuro trabalhador.

A Consultora dos Colégios SESI, Márcia C. Rigon, contribuiu com esse processo reflexivo, envian-do por escrito aos professores as seguintes colocações:

Há muito de consumismo nestes apontamentos, deixando a reciclagem, que é o foco, muito fora .

Eu diria que nesta Oficina vocês deveriam tratar a gestão de projetos sustentáveis, a prospecção de

novos equipamentos, novas tecnologias, estudar sistemas de qualidade, conhecer produção en-

xuta, certificação Green belt (Green belt são direcionados a oportunidades ou problemas de uma

determinada área de atuação visando à sustentabilidade. São coisas que “devem” ser feitas, como

aqui na Oficina. Tudo isto vai gerar as novas soluções e as novas profissões, que os nossos alunos

vão buscar. Vamos mostrar coisas novas aos nossos alunos: o Bright Green Cities a se realizar em

novembro, no Rio de Janeiro, procurando mostrar exatamente as novas tecnologias para uso de

resíduos, sustentabilidade e novos modelos econômicos. As tecnologias de desenvolvimento sus-

tentável surgem como novas opções econômicas, com a vantagem de usar energias limpas e criar

dois movimentos indispensáveis hoje: geração de postos de trabalho e economia de recursos - isto

é importante nesta Oficina.

DESAFIO INICIAL DESAFIO REALIZADO

Estimula-se o consumo, a criação de necessi-dades e tudo se torna substituível. Isso provo-ca mudança muito rápida do luxo ao lixo.

Baseado nessa reflexão, como se pode agir em prol de transformar esse lixo em luxo? Qual é a nossa parcela de participação individual e coletiva como consumidores?

Como a indústria pode transformar esse lixo, tornar-se uma empresa amiga do planeta, com as suas políticas de coleta de produtos antigos e de sua reciclagem e gerar, além de uma fonte de sustentabilidade financeira, fonte de marketing positivo? Como cidadãos e futuros profissionais, o que vamos fazer daqui para frente?

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Decorrente das contribuições da Consultora, a reflexão girou em torno do quanto se sabe a res-peito das necessidades do processo produtivo, uma vez que a maioria dos professores, ao sair das licenciaturas, trabalha com a educação formal. Geralmente, os professores não têm experi-ência de trabalho no setor produtivo e não têm o alcance das necessidades desse setor quanto à formação do aluno para o mundo do trabalho, especialmente, o setor industrial. Nesse sentido, ficou claro para a equipe de professores o quanto é necessária a parceria com a indústria, no caso, a Empresa Robert Bosch, para entender as necessidades, desafios e dificuldades do setor produ-tivo e até mesmo para que a indústria colabore na elaboração de Oficinas de Aprendizagem ou façam suas sugestões. Essa integração é necessária e salutar do ponto de vista da melhoria da qualidade do processo formativo do aluno, para a sua inserção produtiva no mundo do trabalho, cumprindo uma das finalidades legais do Ensino Médio, colocadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96.

A parceria Colégio SESI/Ensino Médio e Empresa Robert Bosch representa uma forma de a escola estar atualizada em relação ao mundo contemporâneo e abordar conteúdos com significado social para o setor produtivo.

3.3.2. Oficina Jogo da Vida

Essa Oficina de Aprendizagem, inicialmente, denominava-se Economia Pessoal, mas, nas reflexões de ressignificação, foi renomeada para Jogo da Vida. Observe-se a tabela 9, a seguir.

DESAFIO INICIAL DESAFIO REALIZADO

Consumir é uma necessidade de todos os seres vivos. Para nos mantermos vivos, precisamos de energia, água e nutrientes. O ser humano, entretanto, sente necessidades de muito mais e consome por desejo, por impulso, o que leva ao exagero, chamado de consumismo. O que fazer, então, para nos tornarmos consumidores cons-cientes e com estratégias para melhorar nossas necessidades? De que forma podemos utilizar nossos recursos financeiros sem comprometer toda a renda familiar?

Em casa ou no trabalho, devemos gerenciar recursos, gastos e primar pela qualidade de vida. Quais critérios, técnicas e estratégias podemos aplicar no planeja-mento de nossa vida financeira em casa e no trabalho, sem comprometer toda a renda?

Tabela 9 – Ressignificação do desafio da Oficina de Aprendizagem Jogo da VidaFonte: Os organizadores, em 2010.

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O foco da Oficina gira em torno de saúde financeira, tendo como pano de fundo, ou como critério, o consumo consciente.

O grande avanço verificado na ressignificação do desafio dessa Oficina consiste em que os professores perceberam a necessidade de detalhar mais a questão do planejamento financeiro. O próprio desafio foi repensado apontando, como possível solução, que os alunos estudassem e pesquisassem nas várias disciplinas, critérios, técnicas e estratégias para gerenciar recursos financeiros em função das necessidades e qualidade de vida, com base na vida pessoal, como cidadão, mas ampliando para pesquisar e conhecer como as empresas e indústrias o fazem, contemplando também a vida profissional.

3.3.3. Oficina Made in Brazil

A Oficina de Aprendizagem Made in Brazil aborda a questão do mundo do trabalho em seu desafio, não necessitando de uma ressignificação nesse sentido.

DESAFIO INICIAL DESAFIO REALIZADO

Houve um período em que o preconceito com o produto brasileiro imperava e os importados conquistavam cada vez mais seu espaço no país. Busca-se hoje mostrar a brasilidade dos produtos que apresentam qualidade e grande aceitação no mercado externo.

Mas, e o brasileiro aceita e confia em seu produto? Pense como um empreendedor e justifique que produto você criaria e como o lançaria no mercado interno e externo.

Houve um período em que o preconceito com o produto brasileiro imperava e os importados conquistavam cada vez mais o seu espaço no país. Busca-se hoje mostrar a brasilidade dos produtos que apresentam qualidade e grande aceitação no mercado externo.

Mas e o brasileiro aceita e confia em seu produto? Você, como empreendedor brasileiro, que produto criaria e como o lançaria no mercado interno e externo?

Tabela 10 – Ressignificação do desafio da Oficina de Aprendizagem Made in BrazilFonte: Os organizadores, em 2010.

A alteração do desafio foi em relação a não apenas possibilitar aos alunos pensarem como empreendedores, mas a atuarem como. O comentário enviado pela Consultora apontava que nessa Oficina “...o foco seriam as pesquisas de mercado, a análise de tendências atuais e materiais sustentáveis, pois somente as empresas sustentáveis se manterão no mercado.”

Entretanto, para aprofundar as possibilidades de ressignificação com a presença da Consultora dos Colégios SESI/Ensino Médio, organizou-se outro encontro reflexivo com a equipe de professores da Unidade CIC. O ponto central da reflexão foi a questão dos conteúdos para que esses realmente fossem “ferramentas” para auxiliar na construção da resposta ao desafio e apresentação de possíveis soluções.

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Todo desafio conduziria para o desenho da teia de conteúdos de forma interdisciplinar pelos professores e no registro completo do Projeto de Oficina de Aprendizagem, mantendo coerência entre desafio, objetivos, livro, filme e finalização. Nesse caso, a coerência entre todos esses cam-pos de elaboração era necessária para o sucesso da finalização da oficina, que requeria como resposta a criação de um produto e seu lançamento para o mercado interno e externo.

A questão da interdisciplinaridade foi rediscutida do ponto de vista da prática pela reconstrução da teia de conteúdos, cujo movimento ocorre de dentro para fora, ou seja, com base no desa-fio pensam-se os temas amplos que dariam conta de abordar de forma sistêmica o problema. Fundamentando-se neles é que cada disciplina deve selecionar seus conteúdos, compartilhando sua visão com as outras disciplinas, de modo a se complementarem, “desenhando” a proposta da interdisciplinaridade. O ponto de reflexão e até de incômodo para os professores consiste em quais conteúdos abordar. A quebra de paradigmas nesse sentido é necessária e, não raro, se veem professores presos a uma concepção tradicional dos conteúdos escolares e fazendo o ca-minho inverso – primeiro pensando em seu conteúdo para depois “encaixar” nos temas e desafio.

A proposta das Oficinas de Aprendizagem requer que os professores pensem alicerçados no de-safio, tendo os conteúdos como “ferramentas”, como subsídios para entenderem e construírem suas respostas, de forma interdisciplinar, para uma visão global e articulada do problema em estudo – tarefa não habitual e que requer abertura e reflexão constante.

3.3.4. Oficina Destaques do Mundo Profissional

Em relação à ressignificação da Oficina Destaques do Mundo Profissional, os professores foram instigados a pensar na diferença entre um Projeto Temático e uma Oficina de Aprendizagem. Os Projetos Temáticos desenvolvem-se em torno de um tema sem um desafio a ser solucionado, uma resposta a ser construída. As disciplinas trabalham isoladas, com objetivos e subtemas próprios, embora em torno de um tema em comum. Requerem apenas estudos e pesquisas que não necessariamente se intercomplementam entre as disciplinas entre si, portanto, não propõem a interdisciplinaridade como prescrito pelo Colégio SESI.

Da forma como se apresentava o desafio da Oficina Destaques do Mundo Profissional correspondia mais a um Projeto Temático que uma Oficina com desafio a ser respondido interdisciplinarmente.

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DESAFIO INICIAL DESAFIO REALIZADO

No decorrer da história inúmeras pessoas se destacaram em algum campo de estudo, pesquisa ou pela luta travada em prol dos direitos humanos, afirmando a cidadania da população expressa na saúde, na educação e no trabalho. A partir do século passado, as personalidades e pesquisadores passaram a receber maior reconhecimento pelas ideias que transformaram o mundo com a concretude de seus experimentos e a força da sua palavra. O que torna essas pessoas brilhantes e merecedoras desse destaque mundial em detrimento de tantas outras que mesmo brilhantes vivem no anonimato? Qual caminho estas percorrem para conquistar tal mérito?

Quais os diferenciais ou qualidades de um destaque no mundo profissional na atual sociedade de consumo? É possível ser um líder levando em consideração aspectos como: humanismo, sustentabilidade, moral, ética, boas práticas sociais e ambientais? Qual será, efetivamente, a sua contribuição para o mundo coorporativo e qual o caminho a ser trilhado?

Tabela 11 – Ressignificação do desafio da Oficina de Aprendizagem Destaques do Mundo Profissional

Fonte: Os organizadores, em 2010.

Por fim, a equipe de professores e pedagogas revisou a Oficina, reelaborando o desafio e tor-nando-o de fato uma questão a ser resolvida, o que consistiria em construir respostas baseadas em critérios claros e atreladas aos destaques e lideranças do mundo do trabalho, exigindo muita pesquisa e análise pelos alunos frente ao modelo de liderança estabelecido. Por fim, o desafio ressignificado trouxe uma provocação aos alunos no sentido de pensarem sobre si mesmos, so-bre qual caminho querem trilhar.

Todas as Oficinas de Aprendizagem, objeto de reflexão até aqui, foram revisadas pela equipe de professores e pedagogas de forma a ressignificá-las na íntegra e estão contempladas como projeto e prática no capítulo seguinte.

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OFICINAS DE APRENDIZAGEM VIVENCIADAS PELOS ALUNOS DO PROJETO JOVENS EM AÇÃO

4.

Apresentam-se integralmente quatro projetos de Oficinas de Aprendizagem (foco de relato de experiência), ressignificadas e ofertadas no Colégio SESI/CIC e cursadas pelos alunos participantes do Projeto Jovens em Ação, dentre outras constantes no capítulo 2.

4.1. OFICINA DO LIXO AO LUXO

4.1.1. Projeto

Campo 1 – IDENTIFICAÇÃO

COLÉGIO SESI/CIC - Cidade Industrial de Curitiba

OFICINA: DO LIXO AO LUXO

Séries: 1.ª e 2.ª Bimestre: 3.º Período: 02/08/2010 a 08/10/2010

Campo 2 – JUSTIFICATIVA

Os povos atuais caracterizam-se cada vez mais consumistas, condição estimulada pela indústria associada à grande mídia, ao criarem incessantemente novas necessidades, assinalando um consumo desenfreado e levando a incessante produção de lixo: embalagens, produtos tidos como ultrapassados, baterias ou outras fontes de alimentação de energia, materiais de publicidade impressos e outros.

No entanto, a indústria não pode parar de produzir, pois é o motor da economia dos países, tornando-se fundamental e urgente o desenvolvimento de estratégias para que o lixo decorrente seja reduzido, reaproveitando ou reciclando os materiais descartados, buscando-se, sobretudo, instrumentalizar os futuros trabalhadores e futuros empreendedores para esse cuidado com a proteção ambiental.

Nesta oficina, os alunos terão a oportunidade de compreender como o lixo é produzido e de estudar formas de reaproveitá-lo de maneira sustentável para o Planeta Terra, tanto do ponto

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de vista pessoal quanto do setor industrial, tendo como exemplo iniciativas reconhecidas e já praticadas por empresas de cosméticos, ao fornecerem refil de seus produtos, e pela indústria de pneus, ao recolherem unidades inutilizadas destinando-as para a produção de asfalto.

Campo 3 – DESAFIO PROPOSTO

Diante do crescente estímulo ao consumo e da intensa criação de necessidades, tudo se torna substituível, provocando rapidamente mudanças do luxo ao lixo, surgindo, então, o desafio:

Como pode a indústria transformar esse lixo, tornando-se empresa amiga do planeta, adotar práticas de coleta de produtos antigos e de reciclagem e, ainda, gerar, além de fonte de sustentabilidade financeira, fonte de marketing positivo?

Como cidadãos e futuros profissionais, o que fazer daqui para frente?

Campo 4 – OBJETIVO GERAL

Construir, nos alunos, consciência e pensamento estratégico sobre a destinação e produção do lixo, tanto como plataforma para sua responsabilidade como cidadão quanto para futuros profissionais da indústria.

Campo 5 – APONTAMENTOS TEÓRICOS

O ser humano, mais que qualquer outra criatura da face da Terra, apresenta necessidades especí-ficas: alimentar-se, vestir-se, educar-se, transportar-se, divertir-se. Ciente dessas necessidades, o mercado diz ao consumidor o que ele quer ouvir, levando-o a acreditar que os produtos a serem adquiridos lhe proporcionarão uma condição de poder e felicidade. Sem perceber, as pessoas passam a pensar que precisam realmente do produto ofertado sem se darem conta de que o que estão buscando é o prestígio.

O produto comprado, porém, não satisfaz sua inesgotável carência, sendo trocado amiúde por outro com promessa mais convincente e por outro e mais outros. Assim, elas são induzidas a serem consumidores irracionais levados pela emoção da necessidade artificial criada pelo mercado, constituindo o consumismo. Nessa corrida, os indivíduos precisam aumentar cada vez mais seu poder aquisitivo, demandando mais trabalho, mais compromissos, mais responsabilidades e menos tempo para pensar e decidir o que, porque e quando consumir, distanciando-se da racionalidade ao ser arrastado por essa sociedade consumista. Ocorre que, além da perda do poder de si mesmo pelo cidadão, esse consumismo desenfreado trouxe, como grave problema ambiental, o excesso de detritos resultantes.

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Em outras palavras, quando os seres humanos querem descartar materiais que não lhes interessam mais, depositam-nos de maneira inadequada no meio ambiente, causando graves danos à natureza e, em retorno, a si mesmos em forma de tantos desequilíbrios! Um antigo ditado oriental já ensinava: “O seu lixo sempre volta à sua porta, cabe a você escolher a cara dele!” Assim como também ditava Antoine de Laurent Lavoisier, inspirado em pensadores que o antecederam: Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Entretanto, a humanidade demonstra ainda não ter compreendido conceitos básicos e necessários para manter o equilíbrio e a vida em seu habitat.

Nos últimos anos, em decorrência, também, do fenômeno da globalização, houve grande aumento na oferta de crédito no Brasil, principalmente, para as classes menos abastadas, causando ampliação do poder de consumo entre os mais pobres. No entanto, isso não significa menos indivíduos em situação de pobreza do que antes da globalização, pelo contrário, essa inserção massiva de desprovidos de reais condições financeiras no mercado, por meio do crédito fácil, tornou-os, além de pobres, endividados. O fato é que esse aumento artificial do poder aquisitivo das classes menos abastadas e, portanto, menos esclarecidas, teve reflexo direto no aumento da produção industrial e na destinação inadequada do lixo.

Agravado pela explosão demográfica mundial, esse problema do lixo está estreitamente relacionado ao consumismo, estabelecendo males que precisam ser urgentemente sanados pelo ser humano sob pena de levá-lo à degradação e até mesmo à extinção. Indivíduos, famílias, sociedades, governos, todos devem contribuir para a solução do problema, começando por cuidar cada um do próprio lixo e buscando: redefinir o que é lixo de fato; reduzir sua expansão deletéria, diminuindo o consumo desnecessário; reutilizá-lo, evitando desperdício de energia e de recursos naturais e, finalmente, reciclar, transformando a matéria dispensável em recurso renovável.

A separação de lixo para reciclagem é uma prática adotada em diversas instituições e residências brasileiras, mas a maior parte desse lixo reciclável é recolhida por catadores de rua. Recolhendo em geral latas e papéis usados, essas pessoas ganham a vida minimamente vendendo tudo que conseguem coletar para empresas que reciclam esse material. Entretanto, por mais que a reciclagem lide com o problema do lixo de uma forma positiva, ela não é – e dificilmente será – suficiente para resolver o problema. Isso acontece não só porque a conscientização da população é um processo lento e difícil, mas, principalmente, porque boa parte do lixo produzido pelas populações não é reaproveitável.

O lixo das indústrias, em geral, não pode ser reutilizado, com exceção de algumas empresas que conseguem reaproveitar seus detritos no próprio processo de produção, minimizando assim seu impacto ambiental.

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Para se resolver a questão do lixo, não se deve considerar sua produção um fato irreversível, mas sim como um hábito nocivo da sociedade voltada para o consumo e descartando, freneticamente, materiais. Esse hábito tão prejudicial deve ser combatido por meio de métodos como a conscientização das populações quanto a seus malefícios e como a reciclagem, a fim de se minimizar o lixo que ainda tiver de ser produzido.

Para se compreender o processo insano de criação de lixo oriundo do luxo é importante fazer uma reflexão sobre esse sujeito, o ser humano. Em sua origem, vivia como qualquer outro ani-mal e adaptava-se às adversidades da natureza como forma de sobrevivência. Contudo, em um determinado momento de sua evolução, viu-se imbuído da possibilidade de transformar suas condições existenciais. Foram milênios de construção de bens, desde a descoberta do fogo até os mais recentes avanços em biotecnologia e ciência da computação, culminando com a atual sociedade e seu meio ambiente.

Não se pode negar que houve considerável progresso para a existência humana, obtendo-se inúmeros recursos que proporcionam alto grau de qualidade de vida, contribuindo para a multiplicação massiva dos seres humanos.

Com o advento da indústria e da ciência, então, obtiveram-se progressos ainda mais significati-vos, permitindo não apenas melhorar as condições de existência de minorias dominantes, quan-to voltarem seus interesses para o acúmulo de riquezas e bens, para a formação de imensos patrimônios familiares e corporativos. A indústria nascida na Europa, no séc. XVIII, alastrou-se, alcançando o cenário mundial.

Além dos notórios benefícios, a globalização tornou possível a interligação econômica das nações, de tal modo que um produto industrializado em um país pode ter sua matéria-prima originada em outro e ser comercializado em um terceiro. Quando o mundo configura o mercado, quem produz precisa se aperfeiçoar e fabricar de forma cada vez mais rápida e em maior quantidade.

Sucede, assim, uma cadeia de fenômenos: explosão demográfica; aumento de produção industrial avassalador; aumento de consumo equiparado. Embora essa conclusão seja aplicável à caracterização da atualidade, percebem-se numerosas consequências negativas originadas por esse desenfreado crescimento: desequilíbrio natural, diferenças sociais, acumulação de lixo, diversas formas de poluição, aparecimento de doenças ainda incuráveis e epidêmicas. Daí, a premente preocupação em se tomar cuidado para que o luxo não se torne lixo tão rápido.

Estudos e conceitos são desenvolvidos ininterruptamente, buscando melhorar as condições de existência no Planeta Terra com a finalidade de amenizar o impacto destruidor causado por transformações feitas pelo homem. Sustentabilidade e responsabilidade socioambiental são as palavras de ordem na tentativa extrema de se produzir e consumir sem desgastar os recursos planetários ou de modo a reparar os danos provocados.

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No fim, como todos devem ser os responsáveis, pode-se, pela Educação, desenvolver essa consci-ência e, por meio de estudos, criar estratégias para, do lixo, criar o luxo, desenvolvendo meios para reduzir, reciclar, reaproveitar ou reutilizar matérias geradoras desses rejeitos. Nas escolas, podem ser desenvolvidos projetos que abranjam tanto a realidade local (próxima do cotidiano dos alunos) quanto situações específicas de instituições como órgãos públicos ou indústrias.

Campo 6 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS A SEREM TRABALHADAS EM COMUM – FOCO PRIORITÁRIO

COMPETÊNCIAS RELACIONAIS (Aprender a conviver)

• Planejar, trabalhar e decidir em equipes.

• Organizar-se e responsabilizar-se pelo próprio processo de aprendizado.

COMPETÊNCIAS COGNITIVAS (Aprender a fazer)

• Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações.

• Descrever, analisar e comparar.

• Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento, a fim de compreender fenômenos matemáticos, naturais, processos histórico-geográficos, produção tecnológica e manifestações artísticas.

• Descrever, sistematizar e difundir conhecimentos sob variadas formas.

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Campo 7 – TEIA DE CONTEÚDOS

Campo 8 – ATIVIDADES EM COMUM (desencadeadoras ou processuais)

8.1. LIVRO (cultura geral)

LIXO: Tratamento e Biorremediação (leitura obrigatória)

Sinopse: Toda poluição é uma forma de ineficiência do sistema industrial. Todo resíduo resulta da

falta de uma infraestrutura industrial com eficiência termodinâmica adequada à sua recuperação,

e pode ser transformado em matéria-prima rica e de baixo custo se submetido a tratamentos apro-

priados. Nesta obra, o engenheiro Luiz Mário Queiroz Lima descreve em detalhes e com grande

rigor científico as técnicas que hoje estão sendo aplicadas em diversos lugares do mundo para o

aproveitamento físico-químico e biológico do lixo, o que se apresenta de utilidade imediata para

técnicos, engenheiros e autoridades responsáveis pelo saneamento público, assim como para to-

dos aqueles interessados em soluções para os graves problemas que ameaçam o equilíbrio de nos-

so ecossistema. Não é mais possível ignorarmos que se a poluição não for enfrentada com medidas

viáveis de imediato, o futuro próximo da humanidade estará ameaçado por um desastre ecológico

de grandes proporções, como o efeito estufa. Se por outro lado os resíduos forem eliminados pelo

aumento do rendimento dos processos industriais, não só teremos uma Natureza mais harmoniosa

dentro de nossa “espaçonave Terra” como toda a sociedade se beneficiará com uma indústria mais

eficiente, limpa e, consequentemente, mais lucrativa.

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• Atividade de resgate da leitura: elaboração de painéis, pelas equipes, com as soluções e técnicas apresentadas no livro que estão sendo aplicadas em diversos lugares do mundo quanto ao aproveitamento físico-químico e biológico do lixo. Estes painéis serão consultados durante toda a Oficina para entendimento e aprofundamento dos conteúdos de estudo.

• Professores: História, Geografia, Física, Química e Biologia.

8.2. FILME

ASTRO BOY Ano: 2009 Gênero: Animação

Sinopse: A história de Astro Boy é ambientada no futuro, no ano 2030, quando, num acidente auto-

mobilístico, morre um garoto, filho de um engenheiro em robótica. Desconsolado com essa perda,

ele constrói um pequeno robô à imagem e semelhança de seu filho, agregando emoções humanas

e outros acessórios, tais como olhos com habilidade de se converter em luzes muito poderosas, que

o ajudavam em suas buscas; ouvidos capacitados para ampliar cem vezes o som; braços com oito

cavalos de potência; pernas que se convertiam em motores de propulsão dando-lhe habilidade

para voar e dedos que se transformavam em poderosos lasers e metralhadoras. Mas, apesar disso

tudo, seu criador e pai não estava satisfeito, pois ele nunca seria um garoto real e muito menos seu

filho e, assim, acabou vendendo-o para um circo de robôs, onde recebeu o nome de Astro Boy. Ali, o

pequeno robô era muito maltratado, mas, por sorte, acabou sendo resgatado por um cientista, que

o adota e o leva ao instituto de ciência, convertendo-o em seu guia e treinando-o para combater o

crime e proteger a humanidade dos cientistas loucos, de invasores do espaço e de robôs gigantes.

O cientista também armou Astro Boy com vários mecanismos muito úteis e criou para ele uma irmã

chamada de diferentes nomes. Ela, apesar de ser um robô menina, tinha a mesma força que Astro

Boy e o ajudava em muitas aventuras.

• Atividade de análise do filme: As equipes devem procurar comentários sobre o filme e apontar as diferenças entre os ambientes por onde o personagem Astro Boy transita. Em seguida, devem identificar as inferências do Filme X Desafio da oficina e escrever um relato sobre a consciência das pessoas no tratamento do lixo expresso no filme e se houve ação empreendedora (onde e como).

• Professores responsáveis: Espanhol, Matemática e Química.

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8.3. OUTRAS

Atividade Objetivo Professor

Visita ao Museu do Lixo em Campo Magro

Conhecer as invenções durante a história da humanidade que, com a evolução da tecnologia, passaram de luxo para lixo, bem como conhecer o processo de reciclagem realizado no local.

História, Língua Portuguesa, Artes e Sociologia

Reciclagem de óleo de cozinha usado para produção de sabão.

Transformar o óleo de cozinha usado em novo produto

História, Geografia e Química

Oficina para ensinar os pais do Projeto Jovens em Ação a fazerem sabão.

Usar o sabão produzido, como fonte de renda para a comunidade e, ao mesmo tempo, como prática de preservação do meio ambiente

Química

Reutilização dos materiais industriais e conhecimento dos cuidados que a empresa BOSCH tem com o meio ambiente.

Contextualizar o tema lixo no mundo do trabalho História, Geografia

Sensibilização dentro do Colégio a respeito da melhor utilização dos objetos diários (material escolar), bem como a separação correta do lixo (cartazes, fotos e bonecos).

Promover mudança de atitude em relação à produção e destino do lixo no espaço escolar

Toda a equipe de professores, de pedagogas e da coordenação

Campo 9 – ATIVIDADE DE FINALIZAÇÃO

Na atividade de finalização da oficina, as equipes terão de:

1. Apresentar um case de uma empresa amiga do planeta.

2. Entregar o sabão produzido no decorrer da oficina aos demais alunos do Colégio e para a comunidade.

3. Apresentar um objeto de luxo criado do lixo.

Campo 10 – RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO

Disciplina Professor

Língua Portuguesa Elisabete Domingues

Luciana Mainardes Barbosa

Língua Inglesa Dominique Faria Moreira

Língua Espanhola Angélica Aparecida dos Santos

Artes Débora Bacchi Camillo

Tatiana Vilela da Silveira Furman

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4.1.2. Prática

Esta Oficina resultou em várias atividades, além das realizadas em sala pelos professores de todas as disciplinas.

Uma delas foi a aula vivenciada no Museu do Lixo no município de Campo Magro (PR), onde os alunos receberam diversas informações sobre separação correta do lixo e reaproveitamento do mesmo. A exposição foi acompanhada pelos professores de Português e de Educação Física, embora todos os demais professores tenham aproveitado para explorar também esses conteúdos em suas aulas.

Foto 4 - Visita ao Museu do Lixo em Campo Magro/ PRFonte: Pâmmella Thauller Silveira, em junho de 2010.

Educação Física Sérgio Roberto de Oliveira

Matemática Joelson Hilário

Física Emerson Ronald Pereira

Química Carlos Alberto de Oliveira

Sandro Mira

Biologia Felipe dos Santos Millani

História Antônio Pereira da Macedo

Geografia Almir Rogério Vidolin

Edenilson José Knoepke

Filosofia Ederson Halair Hammes

Sociologia Ederson Halair Hammes

Psicologia Matheus Vieira Silva

Produção Textual Luciana Mainardes Barbosa

Desenho Geométrico Maurício Augusto Alves

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Com o objetivo de mudar as atitudes dos alunos em relação à produção e destino do lixo no espaço escolar, a atividade de sensibilização dentro do Colégio buscou apontar soluções para melhor utilização dos objetos diários (material escolar), bem como a separação correta do lixo. A seguir, o registro desses momentos.

Foto 5 – Investigação sobre o destino do Lixo na Cantina do Colégio SESI/ CICFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

Foto 6 – Sensibilização dos alunos na Cantina do Colégio SESI/ CICFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

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Eis o relato da pedagoga C. sobre a conscientização desse problema, sobre os postos de coleta do óleo de cozinha usado e sobre o impacto causado pelo projeto após seu término.

Primeiramente, a Diretora e a pedagoga foram em alguns estabelecimentos da região (panificado-

ras e restaurantes) para conversar com os proprietários sobre o projeto. Depois, grupos de alunos

foram fazer a entrega dos recipientes onde o óleo usado seria depositado.

Com o material coletado, os grupos fizeram pequenos pedaços de sabão, os quais foram entregues

aos alunos, na finalização.

Um desses recipientes foi doado a um dos restaurantes que adotou como prática empregar o óleo

usado para fazer sabão, utilizando-o para lavar as panelas e os panos de limpeza.

A questão do lixo melhorou e bastante. Ainda há aqueles alunos que, às vezes, deixam lixos nas

carteiras ou no chão, mas sempre há um colega que lhes chama a atenção. A cantina continua com

as fotos da campanha feita por eles e lá dentro já melhorou muito. Na parte externa, ainda há mesas

sujas (espaço dividido com alunos SESI, SENAI e empresas).

Outra atividade significativa foi a produção de sabão, nas aulas de Química, com o óleo de cozinha usado, conforme se verifica nas imagens em seguida.

Foto 7 – Transformação do Lixo coletado na atividade de sensibilização em ArtesFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

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Foto 8 - Alunos na produção do sabão no laboratório de QuímicaFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

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Foto 9 – Produto final – sabão

Fonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

A seguir, o relato do professor de Química, um dos responsáveis pela Oficina de Aprendizagem, explicitando como ela se desenvolveu em sua disciplina.

No início da oficina, foram divulgados vídeos que mostravam aos alunos situações de lixo; luxo; con-

versões de lixo em luxo e vice-versa, contextualizando com a disciplina de Química e chamando a

atenção para os processos de reciclagem. Durante o bimestre, trabalharam-se conteúdos quantita-

tivos, que possibilitavam aos alunos converter, quantificar e adaptar procedimentos experimentais

em pequena escala de produção. O tema principal explorado na disciplina em questão foi a produ-

ção de sabão de várias espécies com o óleo vegetal usado com a finalidade de reciclagem.

Analisando os resultados obtidos com os alunos desta oficina, pude perceber que houve muito inte-

resse na parte experimental, porém, pouco interesse na teoria que envolvia cálculos químicos como

a estequiometria, por exemplo. Outro fator, que não foi favorável, foi a falta de tempo para concluir

o projeto, pois faltaram análises para verificar a qualidade do sabão, o que demandava mais tempo.

Agora, com um olhar otimista, pude perceber que os alunos desta oficina despertaram seu senso

crítico sobre a importância da reciclagem.

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Foto 10 – Produção de sabão pelos alunos que participaram da Oficina Do Lixo ao LuxoFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

Para o desenvolvimento das atividades previstas com o óleo de cozinha usado, foram distribuídos pelo bairro recipientes para coleta desse material em alguns estabelecimentos que, posteriormente, adotaram a reciclagem do óleo. Veja, a seguir, imagem dos momentos de distribuição das bombonas plásticas e da receptividade da empresária em seu restaurante, onde passou a utilizar o óleo usado como matéria-prima para o sabão com que lavará as louças e panos de prato do local.

Foto 11 – Alunas do colégio na sensibilização e distribuição de bombonas plásticas para coleta de óleo de cozinha usadoFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

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Foto 12 - Alunas do Colégio na sensibilização e distribuição de bombonas plásticas em um restaurante da comunidade, recebidas pela empresária e pela funcionáriaFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em agosto de 2010.

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A atividade para ensinar a transformação do óleo de cozinha usado (coletado nas redondezas do Colégio) em sabão foi também acompanhada pelos pais e pela comunidade, a fim de ser divulgada como fonte de renda e ao mesmo tempo como prática de preservação do meio ambiente.

Foto 13 - Pais dos alunos do Projeto Jovens em Ação conhecendo o processo de produção do sabão com óleo de cozinha usadoFonte: Luiza Batiston Prado, em setembro de 2010.

Além das atividades descritas, pelas colocações dos professores, pode-se conhecer a ênfase dada nos conteúdos para a realização da Oficina.

Na Oficina Do Lixo ao Luxo, foi abordada a temática Trabalho e Energia, sendo que o debate cen-

trou-se nas formas de energia obtidas em fontes de “recursos renováveis”. Pôde-se perceber o en-

tendimento das relações estabelecidas entre estas “novas” formas de obtenção de energia e os con-

ceitos clássicos de energia, da disciplina de Física. A. M. – Física

Na Oficina Do Lixo ao Luxo, trabalhamos a origem industrial e seu desenvolvimento no Brasil. Desta-

camos as dificuldades impostas pelo Mercantilismo e as facilidades após a utilização do Liberalismo

Econômico. Trabalhamos a pesquisa e o estudo de textos relacionados às indústrias de reciclagem e

à responsabilidade em relação ao meio ambiente e sustentabilidade. A.P.M - História

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Seguem depoimentos de alunos do Projeto Jovens em Ação, que cursaram esta Oficina:

Na Oficina Do Lixo ao Luxo, aprendi mais sobre reciclagem, poluição, etc. J. O. S.

A Oficina Do Lixo ao Luxo foi, de modo geral, muito produtiva, serviu para refletirmos mais sobre a

questão ambiental. K. P. A.

A Oficina Do Lixo ao Luxo foi muito interessante, pois percebi o quanto o consumo exagerado pre-

judica o nosso ambiente e o nosso ar; aprendi o que podemos reciclar para a melhoria do ambiente.

S. C. L. P.

O Projeto CONSCIÊNCIA AMBIENTAL, TRABALHO, RENDA E CIDADANIA, já existente no Colégio

SESI/CIC desde 2008, tem como objetivo levar, à comunidade, ações e valores que tenham como

foco a preservação do meio ambiente e que, ao mesmo tempo, possibilitem o desenvolvimento

de atividades produtivas que garantam não apenas renda, mas também oportunizem condições

de acesso à cidadania. Na Oficina Do Lixo ao Luxo, os alunos foram conscientizados a respeito da

importância de dar o correto destino aos resíduos, dadas as dimensões do problema do lixo na

atualidade. Foi discutido, com os alunos, o grave problema do óleo comestível usado, visto que

uma família com quatro pessoas consome em média 4 litros de óleo por mês, que, normalmente,

é despejado em esgotos e outros locais impróprios, provocando problemas em encanamentos e

poluição da água.

Considerando essa realidade, os alunos e seus pais foram levados a valorizar a reutilização do óleo,

pela produção de sabão sólido, transformando um problema em um produto útil para o dia a dia e

em uma fonte de renda para as pessoas. Além disso, os estudantes foram incentivados a discutir a

situação fora do ambiente do Colégio, mostrando à comunidade a importância da correta destina-

ção ao óleo de cozinha usado.

Em um primeiro momento, no laboratório do Colégio SESI/CIC, os alunos aprenderam a produzir o

sabão utilizando o óleo usado trazido de casa; o sabão produzido podia ser levado para casa, para

utilização pelos próprios alunos.

Em seguida, eles foram levados a distribuir, nas proximidades do Colégio, recipientes de plástico,

junto com cartazes de conscientização feitos nas salas de aula, para incentivarem a comunidade a

doar o óleo usado, ao invés de descartá-lo como lixo.

Em sequência, a Oficina Do Lixo ao Luxo pela visão e depoimento do Professor e Coordenador do Colégio SESI/CIC, Ricardo Vieira da Silva.

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Por fim, o projeto buscou cumprir seu dever social, ao realizar oficinas de produção de sabão junta-

mente com um grupo de pais de alunos do Projeto Social da Bosch, denominado Jovens em Ação.

Nesse projeto, alunos carentes recebem uma bolsa de estudos da Bosch, para realizarem o Ensino

Médio no Colégio SESI, além de participarem de uma série de atividades pelo Projeto. Os pais des-

ses alunos foram convidados a virem até o Colégio, para aprenderem o processo de produção do

sabão com esse óleo usado, ganhando assim consciência socioambiental e sendo oportunizados a

trabalhar para uma nova forma de renda. Como principal resultado do Projeto, foi possível observar

a conscientização dos diversos atores abrangidos pelo Colégio – professores, funcionários, alunos,

familiares e comunidade – em um tema de tão grande relevância na atualidade.

O Projeto Consciência Ambiental, Trabalho, Renda e Cidadania, citado pelo professor, ficou em segundo lugar no Prêmio Construindo a Nação 2010/2011, na categoria Ensino Médio. Esse prêmio promovido pelo Instituto da Cidadania, CNI/FIEPR,SESI/PR e Fundação Volkswagen, é entregue a projetos executados com alunos e professores voltados para ações práticas para a solução de problemas nas comunidades onde as escolas estão instaladas. O Projeto desenvolvido pela Oficina Do Lixo ao Luxo despertou a comunidade para problema tão sério, incentivando-a na reutilização de materiais considerados inúteis.

4.2. OFICINA JOGO DA VIDA

4.2.1. Projeto

Campo 1 – IDENTIFICAÇÃO

COLÉGIO SESI/CIC - Cidade Industrial de Curitiba

OFICINA: JOGO DA VIDA

Séries: 1.ª e 2.ª Bimestre: 4.º Período: 13/10/2010 a 10/12/2010

Campo 2 – JUSTIFICATIVA

O profissional cumpre um papel muito importante em empresas de todos os portes, destacando-se, porém, aquele com capacidade de gerar resultados positivos e sólidos não só para a indústria, mas para a família e toda a comunidade, ao assumir riscos, sabendo que isso faz parte do jogo.

Alguém com esse perfil traz consigo um entendimento de controle orçamentário; aprende a entender, usar, cuidar, valorizar e aproveitar o seu dinheiro e também a viver melhor; não compromete o orçamento acima da sua capacidade; valoriza o próprio dinheiro fazendo pesquisas de preço, comparando valores, marcas, qualidades e quantidades; conhece e procura seus direitos como consumidor.

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Entretanto, esse profissional é lapidado na prática do dia a dia da empresa e da sua vida pessoal, não havendo uma preparação formal para esse indivíduo. Diante desse quadro, preparou-se a presente oficina, para propiciar que o aluno do Colégio SESI chegue mais bem preparado no mercado de trabalho.

Campo 3 – DESAFIO PROPOSTO

Em casa ou no trabalho, devem-se gerenciar recursos, gastos e qualidade de vida, surgindo a necessidade de se preparar para essa organização financeira. Assim, estabeleceu-se o seguinte desafio:

Quais critérios, técnicas e estratégias podem ser aplicados no planejamento da vida financeira, em casa e no trabalho, sem comprometer toda a renda?

Campo 4 – OBJETIVO GERAL

Desenvolver nos alunos habilidades para gerenciar e controlar as necessidades financeiras da vida social e profissional para que venham a ser profissionais e cidadãos competentes, elaborando planos de ação atuais e futuros e aplicando critérios baseados em valores, técnicas e estratégias já desenvolvidas para gerir recursos e custos pessoais.

Campo 5 – APONTAMENTOS TEÓRICOS

No ambiente de trabalho, os trabalhadores são remunerados para levantar informações; efetuar controles; analisar; produzir; gerenciar; elaborar planos para atingir as metas/resultados da empresa; tomar decisões; elaborar ideias inovadoras; negociar com fornecedores e clientes e outras atividades, podendo transferir essas ações do âmbito pessoal para o profissional e vice-versa.

Sua utilização de forma adequada agrega conhecimento no meio profissional, social e familiar, principalmente, quanto ao planejamento financeiro, fundamental para dar um bom rumo à vida de cada pessoa. As chances de comprar um imóvel ou um carro, fazer uma viagem, comprar objetos para casa, planejar o futuro profissional e outros dependem da organização dos recursos para atingir esses objetivos.

Um bom planejamento financeiro vai depender de muita disciplina e controle de todos os gastos, constituindo um exercício que pode se tornar um hábito saudável. Nada melhor do que não ter preocupação com dívidas e isso não é uma tarefa tão difícil quanto pode parecer, pois há especialistas que ensinam a planejar as finanças e fazer com que as despesas caibam no orçamento, além disso, é necessário também ter reservas para momentos inesperados ou para objetivos predeterminados.

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O importante é evitar situações sufocantes, assim, o primeiro passo deve ser o de listar todas as receitas e, depois, todas as despesas fixas. Naquelas de valor oscilante, torna-se relevante ser conservador, projetando um valor um pouco acima da média para prevenir surpresas. Equacionados ganhos e custos, faz-se necessário pensar nos supérfluos, pois todos os gastos devem ser anotados, uma vez que pequenas despesas podem fazer diferença no orçamento, quando somadas. Para poupar, pode ser preciso abrir mão de algumas despesas como eventuais viagens e saídas com amigos, aplicando-se a sobra de caixa mensalmente. Aos poucos, pode-se juntar montante suficiente para realizar alguns desejos sem problemas, devendo-se ser criterioso para escolher bem a aplicação mais adequada aos próprios objetivos. Atentar ao perfil de risco e ao prazo da aplicação é medida essencial, pois constitui um erro comum deixar-se seduzir pela possibilidade de grandes ganhos imediatos.

Não é fácil se classificar como conservador e optar por ganhos menores, mesmo com risco menor. Contudo, por exemplo, uma pessoa, que vá precisar do dinheiro em três ou quatro meses, não deve investir no mercado de renda variável, uma vez que, no momento de se utilizá-lo, a Bolsa pode estar em baixa, conforme ensina o especialista em educação financeira, Valdir Lameira. Poupar é um exercício e, aos poucos, é possível perceber os limites, porém, importa começar, para, com o tempo, aprofundar-se e obter maior êxito. “A poupança não faz parte da cultura brasileira, mas é muito melhor ter o controle das finanças do que lançar mão de crédito que, muitas vezes, poderia ser evitado”. Revista Economia Pessoal – Junior Achievement

Disponível em: www.sempretops.com/dinheiro/dicas

Campo 6 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS A SEREM TRABALHADAS EM COMUM – FOCO PRIORITÁRIO

COMPETÊNCIAS COGNITIVAS (Aprender a conhecer)

• Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações.

• Descrever, analisar e comparar, expor o próprio pensamento oralmente ou por escrito.

• Manejar símbolos, signos, dados, códigos e outras formas de expressão linguística.

COMPETÊNCIAS COGNITIVAS (Aprender a fazer)

• Elaborar propostas de intervenção controlando o consumismo excessivo, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

• Criar ou prospectar projetos pessoais evidenciando sua forma de gestão financeira.

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COMPETÊNCIAS RELACIONAIS (Aprender a conviver)

• Planejar, trabalhar e decidir em equipes.

Campo 7 – TEIA DE CONTEÚDOS

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Campo 8 – ATIVIDADES EM COMUM (desencadeadoras ou processuais)

8.1. LIVRO (cultura geral)

O homem mais rico da Babilônia (leitura obrigatória)

Sinopse: De autoria de George Samuel Clason, esse livro destaca sete pontos centrais de aconselha-

mento para acumulação de dinheiro. A primeira solução consiste em descobrir maneiras de fazer o

dinheiro aumentar; a segunda, em controlar os gastos; a terceira aconselha a multiplicar os rendimen-

tos; a quarta recomenda proteger o patrimônio contra possíveis perdas; a quinta solução sugere fazer

do lar um investimento que gere lucros; a sexta indica para assegurar uma renda para o futuro e a

sétima solução aconselha a investir no desempenho e aperfeiçoamento para aumentar a capacidade

de ganhar mais dinheiro. O livro é uma história em parábolas ambientadas na antiga Babilônia e tem

como elemento principal a história de Arkad que, embora de origem pobre, aprendeu sobre as leis

da riqueza com o rico emprestador de dinheiro Algamish, adotando seus conselhos e tornando-se o

homem mais rico da Babilônia, enquanto seus amigos de infância e de colégio padecem na pobreza.

Percebendo a decadência a que Babilônia tinha chegado, o rei manda chamar Arkad para transmitir

a seus concidadãos os seus ensinamentos sobre a conquista de riquezas e ele destaca que, antes de

qualquer compromisso com o dinheiro ganho, 10% devem ser poupados e investidos, pois deles é

que virá toda a riqueza. Para o investimento, ele destaca, também, que conselhos devem ser aceitos

somente de especialistas sobre o assunto. Arkad ressalta que ainda jovem desejou ficar rico e compre-

endeu que, para isso, precisaria de privilegiar dois fatores: tempo e estudo. No livro, o autor aponta

para a ideia de que as leis que governam o dinheiro são universais e atemporais.

• Atividade de resgate da leitura: Discussão, debate, releitura e aplicação na vida prática, por meio de planilhas com propostas de investimento e dicas para controle de gastos.

• Professores responsáveis: Língua Portuguesa e Matemática

8.2. FILME

A Procura da Felicidade Ano: 2006 Gênero: Drama

Sinopse: Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios problemas financeiros

e, apesar de todas suas tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton) sua esposa

decide partir, deixando-o solteiro e com o filho Christopher (Jaden Smith) de apenas cinco anos

para cuidar. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor, com

um salário mais digno. Chris consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações,

mas não recebe salário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa de es-

tágio, ele seja contratado tendo, assim, um futuro promissor na empresa. Porém, seus problemas

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financeiros não podem esperar que isso aconteça e eles acabam sendo despejados. Chris e Chris-

topher passam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um

refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão.

• Atividade de análise do filme: Debate, por equipe, da ideia principal.

• Professores responsáveis: Matemática, Psicologia, Sociologia e Língua Portuguesa

Atividade Objetivo Professor

Palestra feita por profissional da área de economia e produção de uma empresa

Abordar temas instigantes relacionados aos custos de uma empresa traçando paralelos entre gestão profissional e familiar.

Matemática

8.3. OUTRAS

Campo 9 – ATIVIDADE DE FINALIZAÇÃO

Distribuição de cartilha ou folder educativo aos participantes (demais alunos e comunidade) com o objetivo de mostrar a projeção da vida financeira de um membro da equipe utilizando alguns critérios, técnicas e estratégias estudadas.

Campo 10 – RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO

Disciplina Professor

Língua Portuguesa Elisabete DominguesLuciana Mainardes Barbosa

Língua Inglesa Dominique Faria Moreira

Língua Espanhola Angélica Aparecida dos Santos

Artes Débora Bacchi CamilloTatiana Vilela da Silveira Furman

Educação Física Sérgio Roberto de Oliveira

Matemática Joelson Hilário

Física Emerson Ronald Pereira

Química Carlos Alberto de OliveiraSandro Mira

Biologia Felipe dos Santos Millani

História Antônio Pereira da Macedo

Geografia Almir Rogério VidolinEdenilson José Knoepke

Filosofia Ederson Halair Hammes

Sociologia Ederson Halair Hammes

Psicologia Matheus Vieira Silva

Produção Textual Luciana Mainardes Barbosa

Desenho Geométrico Maurício Augusto Alves

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4.2.2. Prática

Esta Oficina proporcionou muitos momentos de reflexão e de aprendizagem aos alunos, pois a questão financeira é área muito importante na vida das pessoas e o quanto antes aprender a planejá-la, sem comprometer toda a renda, melhor, seja no plano domiciliar ou no trabalho.

A disciplina de Psicologia trabalhou com o mercado de trabalho, empreendedorismo e autocontrole, de acordo com o objetivo do projeto de desenvolver nos alunos habilidades cognitivas, sociais e profissionais, características essenciais para o trabalhador da indústria moderna.

A professora de Inglês, com a finalidade de construir um jogo em outra língua, criou com os alunos jogos de tabuleiros com acontecimentos do dia a dia de todos, expostos a seguir.

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Foto 14 - Cartazes da Finalização da Oficina de Aprendizagem Jogo da VidaFonte: Pâmmella Thauller Silveira, em dezembro de 2010.

Veja-se o relato do professor da disciplina de Química sobre a finalização da Oficina de Aprendizagem Jogo da Vida.

Na finalização da Oficina Jogo da Vida, os alunos fizeram a montagem de um jogo de tabuleiro que

funcionou da seguinte forma: ao jogar as pedrinhas sobre o tabuleiro, o aluno contava o número

de pedrinhas que caíam em determinados valores, positivos ou negativos. Após contabilização dos

valores, os jogadores ganhavam “dinheirinho”, que era trocado posteriormente por sonhos ou pesa-

delos. Entre os pesadelos havia: pegar AIDS, morrer alguém da família e entre os sonhos: passar no

vestibular, ganhar uma viagem. A brincadeira despertou a curiosidade dos alunos que participaram

com entusiasmo.

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Foto 15 - Alunos do Colégio SESI/CIC na finalização da Oficina de Aprendizagem Jogo da VidaFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em dezembro de 2010.

Foto 16 - Alunos do Colégio SESI/CIC na finalização da Oficina de Aprendizagem Jogo da VidaFonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em dezembro de 2010.

Segundo a Pedagoga do Colégio SESI/CIC, a Oficina foi muito boa.

Apesar de não termos conseguido um profissional da área de Economia para ministrar a palestra que tínhamos proposto (as pessoas com quem entramos em contato estavam com compromissos já agendados), os próprios professores trabalharam algumas dessas questões (economia e produ-ção) em suas aulas e isso não interveio no processo ensino-aprendizagem. Aproveitamos também a experiência de um aluno que trabalha na Caixa Econômica Federal, o qual trouxe folders sobre diversos tipos de investimentos para que os alunos analisassem as melhores formas de aplicar o di-nheiro deles. Alguns alunos acabaram realmente optando por uma dessas aplicações. Houve muito envolvimento e interesse por parte de todos.

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Foto 17 - Folder criado por um aluno do Colégio SESI/CIC para a finalização da Oficina Jogo da Vida

Adaptado por Pâmmella Silveira, em março de 2011.

Pelas colocações dos professores, pode-se conhecer o destaque dado nos conteúdos para a realização da Oficina.

Na Oficina Jogo da Vida, trabalhamos com as novas tecnologias de produção, com maior ênfase

nas pesquisas de física aplicada, especificamente no caso do LHC (Large Hadrons Collider, Grande

Colisor de Hadróns). Exploramos as questões referentes à problemática da ética na pesquisa cien-

tífica no campo da Física e sobre o desenvolvimento tecnológico possibilitado pelo pensamento

científico. A. M. – Física

Na Oficina Jogo da Vida, os alunos fizeram comparações críticas entre os limites das formas de pro-

dução e orientações filosóficas para a felicidade na vida atual. E. L.H. - Filosofia

Na atividade de finalização, os alunos aplicaram os conhecimentos obtidos no desenvolvimento da Oficina de Aprendizagem e criaram um folder sobre os passos a serem seguidos para um bom Jogo da Vida.

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Em Matemática, trabalhamos matemática financeira (porcentagem, juros simples e compostos, lu-

cro e vida), pois o livro O Homem Mais Rico da Babilônia abordava dicas de como fazer seu dinheiro

crescer associando-se a empreendedores, cujo desejo é a condição para a realização. M. L. O. B. –

Matemática

Na Oficina Jogo da Vida, foi trabalhada a literatura relacionada à economia pessoal com a produção

de um folder. Enfatizamos a necessidade de aprender a cuidar das finanças para que esse aprendiza-

do seja aplicado também na indústria. Acredito que foi positivo o trabalho, com a finalidade de que

os alunos tenham um contato maior com as particularidades do setor produtivo. V. C. M. – Língua

Portuguesa

Pelos depoimentos de alunos, pode-se verificar o quanto a Oficina Jogo da Vida teve impacto significativo em seu aprendizado e sua vida.

Foi ótimo, eu participei da Oficina Jogo da Vida. Nela, aprendi que a vida é cheia de desafios e

que só enfrentando-os de frente podemos crescer na vida. Foi bom também porque aprendemos

a forma correta de guardar e investir o dinheiro. Aprendemos também a fazer um currículo e carta

de apresentação. As coisas que aprendemos nessa oficina serão de grande importância no nosso

futuro. R. W. M. S.

Foi uma experiência única. Na Oficina Jogo da Vida, aprendi a organizar meus gastos, a fazer uma

carta comercial e currículo, os departamentos de uma empresa. Aprendi também, em matemática,

a pôr todos os gastos e calcular por estatística, forma fácil e prática. Houve uma atividade, em que,

através de provas e questões, foram conquistados “dinheiro”, e estes eram “trocados” por diversos

fatores para o futuro. J. A. S. P.

Eu participei da Oficina Jogo da Vida e foi muito bom porque foi trabalhado tudo sobre economia

pessoal e como gastar e economizar dinheiro. B. C.

A Oficina Jogo da Vida ensinou como lidar com o dinheiro, como guardar de forma adequada e

possível, pois muitas pessoas têm dificuldade para lidar com isso. Tudo isso é importante para quem

quer crescer na vida econômica. E. A. C.

Jogo da Vida foi ótima, pois fiquei sabendo mais sobre os livros de autoajuda e aprendi a dar “valor”

às nossas atitudes, pois, na aula de Psicologia, participamos de um leilão em que compramos ações

para o futuro, só que estas são algo que não compramos na vida real, como amizade, saúde, fé, entre

outros. T. L. S.

Na minha Oficina Jogo da Vida, eu aprendi a fazer currículo e carta de apresentação. Aprendi tam-

bém como administrar a renda da família, no que eu posso gastar sem influenciar no salário mensal

e gastando no que precisa. A. F. F. P.

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A Oficina Jogo da Vida, sem dúvida, proporcionou aos alunos muita aprendizagem, uma vez que puderam praticar técnicas, critérios e estratégias para gerenciarem recursos e gastos em sua vida.

4.3. OFICINA MADE IN BRAZIL

4.3.1. Projeto

Campo 1 – IDENTIFICAÇÃO

Colégio: SESI/CIC

OFICINA: Made in Brazil

Séries: 2.ª a 3.ª Bimestre: 4.º Período: 13/10/2010 a 10/12/2010

Campo 2 – JUSTIFICATIVA

Logo após as guerras mundiais, surge a indústria nacional desenvolvendo-se com base na necessidade de consumo interno, no processo conhecido como substituição de importações. Hoje, o Brasil está entre os países com maior parque industrial do globo, no entanto, desde seus primórdios, a indústria nacional enfrenta dificuldades causadas pela concorrência motivada pela superioridade tecnológica dos produtos estrangeiros. Em lugares como a China e países do Sudeste Asiático, a inexistência de leis trabalhistas, assim como baixos salários, possibilita uma produção com custo operacional baixíssimo, sem possibilidade de concorrência para os produtos brasileiros, que têm elevados custos de produção e comercialização.

Medidas como isenção parcial ou total de impostos tentam alavancar a indústria nacional, obtendo como retorno imediato a geração de novos postos de trabalho e o aumento do consumo, convergindo para valorizar os números da indústria nacional:

• Número de estabelecimentos industriais: cerca de 200 mil

• Postos de trabalho: 6 milhões (22,4% da PEA)

• Participação no PIB: 29%

Fonte: (IBGE, 2000)

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Faz-se necessário, portanto, incentivo cada vez maior para a indústria nacional, pois o reflexo socioeconômico de seu desenvolvimento é imediato e inegável, representado por marcas e produtos de sucesso no mercado interno e externo. Devem-se buscar estratégias para fortalecer tudo que esteja relacionado à expressão Made in Brazil e, na Educação, encontra-se relevante aliado, uma vez que os estudantes atuais constituem os futuros trabalhadores e empreendedores que construirão resultados e colocarão marcas e produtos em circulação, atuando, portanto, como colaboradores nesse processo.

Assim, é fundamental que eles elaborem em sala de aula produtos como forma de desenvolver habilidades e competências necessárias para a criação e divulgação de novos artigos, além de valorizarem o potencial brasileiro de inovar.

Campo 3 – DESAFIO PROPOSTO

Houve um período em que o preconceito com o produto brasileiro imperava e os importados conquistavam cada vez mais seu espaço no país, entretanto, esse quadro vem mudando diante da atual busca de mostrar a brasilidade dos produtos nacionais, que apresentam qualidade e grande aceitação no mercado externo. Contudo, algumas questões foram levantadas para que os alunos buscassem respostas:

O brasileiro aceita e confia nos produtos de suas indústrias? Que produto você, como empreen-dedor brasileiro, criaria? Como o lançaria no mercado?

Campo 4 – OBJETIVO GERAL

Tornar claro que o produto nacional tem qualidade igual ou superior à do importado, além de fortalecer a economia e o mercado brasileiros diante do cenário nacional e internacional.

Possibilitar o desenvolvimento do espírito empreendedor e de atitude criativa para o desenvolvimento de produtos próprios iniciando os jovens na tarefa de prospectar e gerir negócios.

Campo 5 – APONTAMENTOS TEÓRICOS

Ao se recorrer à história brasileira, encontram-se diversos exemplos de empreendedores que buscavam o desenvolvimento da indústria nacional e a valorização de seus produtos.

Em meados do século XIX, ainda em pleno regime imperial, Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá) toma a iniciativa de tornar o Brasil um país industrializado.

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Após uma viagem à Inglaterra, ficou maravilhado com a industrialização desse país e decidiu

que, para prosperar economicamente, o Brasil precisaria fazer o mesmo. Em questão de um ano,

já possuía a maior indústria do país, contribuindo para colocar no mercado de trabalho mais de

mil operários, fabricando caldeiras para máquinas a vapor, investindo em engenhos de açúcar,

guindastes, prensas, armas e tubos para encanamento de água. (fonte: http://www.infoescola.com/

historia/barao-de-maua/ acesso em 14/10/2010).

Ao final do referido século, o grande empreendedor Francisco Matarazzo inicia suas atividades em São Paulo, diversificando suas atividades e criando o “império industrial” da sua família.

“[...] Francisco Matarazzo se dedicou à distribuição de banha por várias cidades do interior. Perce-

bendo que o consumo era grande e que tal produto era importado dos EUA, motivou-se a fabricá-lo

juntamente com seus irmãos.

A partir da fábrica de banha, a família Matarazzo diversifica suas atividades, passando a atuar em

diversos ramos: “Moinho Matarazzo, Fiação e Tecelagem Mariângela e Belenzinho (cujo principal

produto era saco para ensacagem da farinha), Refinaria de Óleo Levante e Fecularia, Glucose, Ve-

las, Óleos e Graxas, Licores, Açúcar, refinação de Sal, Serraria, Fábrica de Pregos, beneficiamento de

arroz, fabricação e refinamento de banha, frigorífico e fábrica de cartuchos.” (citado em: CARONE,

Edgar. A evolução industrial de São Paulo, 1889-1930. São Paulo: Editora SENAC. 2001 (p. 167-170).

Iniciativas pioneiras, como as descritas, desencadearam o desenvolvimento da indústria nacional ao longo da história recente. Atualmente, a indústria brasileira vive momentos de destaque e de consolidação de marcas e produtos, surgindo algumas iniciativas com o objetivo de valorizar o produto nacional, ao mesmo tempo em que alguns setores sofrem os efeitos de sucessivas crises econômicas.

No dia 25 de maio de 2009, durante a Campanha de Valorização do Produto Nacional, foram elogiados os presidentes da CNI (senador Fernando Bezerra) e do Sebrae (Sérgio Moreira), pela iniciativa em defesa do empresário brasileiro. Não se trata de uma campanha para destacar o produto nacional somente porque ostenta a marca “indústria brasileira”, pois a ideia é incidir o foco sobre a qualidade desses produtos, apresentados como marcas com identidade, capacidade de concorrência e personalidade.

Essa campanha tem por slogan “compre porque é bom mesmo” e foi lançada com a finalidade de conscientizar o consumidor de que a opção pelo produto nacional, cuja qualidade é igual à do importado, gera emprego e favorece a balança comercial brasileira.

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O excesso de protecionismo levou alguns setores da indústria nacional a um comodismo quanto às evoluções e exigências do mercado, gerando o estigma de que os produtos brasileiros são de baixa qualidade. Com a liberação comercial, houve investimento, por parte dos empresários, na melhoria dos processos produtivos para permanecerem nesse mercado cada vez mais competitivo, de tal forma que os produtos brasileiros, hoje, nada devem aos importados.

O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, realiza um trabalho para a melhoria da qualidade que contribui para agregar valor ao produto brasileiro e facilita a sua promoção comercial em outros mercados.

O Brasil está retomando esforços para exportar cada vez mais produtos de melhor qualidade e o selo do Inmetro, único instituto da América Latina com reconhecimento internacional, é uma garantia para o consumidor de outros países.

Ao se considerar a evolução da indústria brasileira nas últimas décadas, destacam-se, por exemplo, os segmentos mercadológicos de calçados (Grendene, de crescimento bastante acelerado, alcançou seu espaço em menos de 40 anos; Alpargatas, cujo principal produto são as sandálias Havaianas, esteve à beira da falência na década de 1990, mas se reergueu e é hegemônica em seu ramo); de cosméticos (Natura e Boticário têm seus produtos respeitados e já competem com produtos estrangeiros) e de aguardente: a cachaça tem conquistado cada vez mais respeito por degustadores e apreciadores na Europa e outras partes do mundo.

Entretanto, destaca-se ainda a necessidade de o país avançar na certificação social e ambiental, diante da tendência cada vez maior de o consumidor preferir produtos feitos de forma protetora do meio ambiente, com valorização do trabalho, com exclusão do trabalho infantil e de outras formas de relação ilegal de trabalho.

Campo 6 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS A SEREM TRABALHADAS EM COMUM – FOCO PRIORITÁRIO

Competências relacionais (Aprender a ser e Aprender a conviver)

• Planejar, trabalhar e decidir em equipes, criando produtos próprios.

• Organizar-se e responsabilizar-se pelo próprio processo de aprendizado.

Competências cognitivas (Aprender a fazer)

• Compreender e atuar em seu entorno social, sendo uma pessoa capaz de converter problemas em oportunidades, identificando tendências e necessidades do mercado para criar novos

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produtos; sendo capaz de organizar-se para defender seus interesses e solucionar problemas.

• Localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada para resolver problemas, estabelecendo a rotina de ler vários autores, de consultar bibliotecas, hemerotecas, videotecas, centros de informação e redes eletrônicas.

• Planejar e executar processos criativos utilizando boas referências e metodologias ofertadas (aprender a fazer o produto).

Campo 7 – TEIA DE CONTEÚDOS

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Campo 8 – ATIVIDADES EM COMUM (desencadeadoras ou processuais)

8.1. LIVRO (cultura geral)

Sucesso, Made in Brasil – O segredo das empresas brasileiras que dão certo (leitura obrigatória)

Esse é um livro de negócios sobre sucesso em tempos difíceis, sobre como superar obstáculos for-

midáveis, exemplificando com a história de dez empresas brasileiras que conseguiram sobreviver e

prosperar em meio ao redemoinho econômico do Brasil nos anos 1990 e expondo seu segredo de

sucesso, além de mostrar que, em muitos aspectos, essas empresas são tão boas como as melhores

competidoras do mundo. Elas souberam responder rápida e eficazmente a choques que ameaça-

ram sua sobrevivência e que atingiram em cheio competidores menos preparados. Os tópicos abor-

dados pelo livro são os seguintes: alto desempenho organizacional e concorrência em ambientes

turbulentos; ambientes e indústrias voláteis; cases de empresas brasileiras de sucesso: AmBev (in-

dústria de bebidas); Embraer (fábrica de aviões); Votorantim (conglomerado industrial diversificado,

com especialização em setores básicos); Banco Itaú (banco de atacado e de varejo); Natura (indústria

de cosméticos); América Latina Logística (transporte ferroviário e logística); Promon (engenharia);

Sabó (fabricante de autopeças), Pão de Açúcar (varejo de alimentos) e Aracruz (fabricante de celu-

lose e papel) e outras mais.

• Atividade de resgate: Estabelecer um manual de soluções e avanços para empresas de sucesso, de que conste: a) Situações-problema a que se deve dar atenção; b) Soluções de acordo com cada situação de resultado positivo; c) Projeções para se conquistar espaço no mercado do mundo contemporâneo.

• Professores responsáveis: Língua Portuguesa, História, Sociologia, Matemática

8.2. FILME

Senna: o brasileiro, o herói, o campeão Ano: 2010 Gênero: Documentário

Sinopse: Esse documentário sobre a vida do piloto Ayrton Senna (desde que estreou nas pistas, em

1984, até sua morte trágica, em 1994) estreia em 8 de outubro de 2010, no Japão, país em que o

atleta é adorado, e chega aos cinemas brasileiros no dia 12 de novembro.

Foi dirigido pelo britânico Asif Kapadia e contou com a colaboração da família do piloto e da entida-

de dirigente da Fórmula-1, que deu permissão para o uso de imagens inéditas.

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• Atividade de resgate: Com base no fato de que Ayrton Senna foi um homem de valores muito definidos que nortearam sua personalidade e suas atitudes, desenvolveu-se uma atividade reflexivo-dialética em equipe para que os alunos pudessem reconhecer seus preciosos valores e como eles fortaleceram os resultados alcançados por Senna e até que ponto contribuíram para seu sucesso. Em seguida, eles se voltaram para si mesmos, listando 5 (cinco) valores que eles alimentam ou desejam alimentar e projetando como criar possibilidades para o próprio sucesso. A atividade foi encerrada com o compartilhamento, em sala, das conclusões em equipe e individuais, por meio de cartazes ilustrativos dos valores estudados.

• Professores responsáveis: Geografia, Filosofia e Sociologia

Campo 9 – ATIVIDADE DE FINALIZAÇÃO COMUM

O QUE: Criação de um produto com embalagem, Marketing e Propaganda para apresentação no Colégio, aos alunos das outras Oficinas.

COMO: Cada equipe de alunos será responsável por uma etapa desse processo.

PORQUE: Os participantes da oficina vivenciarão o trabalho em equipe para acompanharem o processo produtivo desde a criação até o lançamento do produto no mercado.

ONDE: No próprio Colégio.

RESPONSABILIDADES: Química, Artes, Língua Portuguesa e Inglesa, Matemática e Desenho Geométrico.

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Disciplina Professor

Língua Portuguesa Elisabete Domingues

Luciana Mainardes Barbosa

Língua Inglesa Dominique Faria Moreira

Língua Espanhola Angélica Aparecida dos Santos

Artes Débora Bacchi Camillo

Tatiana Vilela da Silveira Furman

Educação Física Sérgio Roberto de Oliveira

Matemática Joelson Hilário

Física Emerson Ronald Pereira

Química Carlos Alberto de Oliveira

Sandro Mira

Biologia Felipe dos Santos Millani

História Antônio Pereira da Macedo

Geografia Almir Rogério Vidolin

Edenilson José Knoepke

Filosofia Ederson Halair Hammes

Sociologia Ederson Halair Hammes

Psicologia Matheus Vieira Silva

Produção Textual Luciana Mainardes Barbosa

Desenho Geométrico Maurício Augusto Alves

Campo 10 – RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO

4.3.2. Prática

Essa Oficina, sem dúvida, buscou relacionar os conteúdos e saberes escolares à aplicabilidade no mundo do trabalho, oportunizando aos alunos a vivência do processo produtivo desde a concepção de um produto até a criação e planejamento de estratégias para lançamento no mercado, além de proceder a reflexões sobre o contexto político, social e econômico que caracterizam a Indústria Brasileira.

Optou-se pela criação de apenas um produto, cujas etapas foram compartilhadas entre as equipes da Oficina. Segundo a Pedagoga do Colégio SESI/ CIC:

Essa é uma Oficina com uma proposta muito boa, mas percebemos que não pode ser feita no últi-

mo bimestre e com grande número de alunos de 3.º ano, pelos seguintes motivos: último bimestre

tende a ser menor e passa muito rápido devido aos feriados; os alunos de 3.º ano estão muito envol-

vidos com formatura, vestibular, fechamento do curso SESI e SENAI e acabam não se dedicando, de

fato, à Oficina, seja ela qual for.

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Até para trabalhar o livro sugerido, tivemos dificuldade, pois foi difícil encontrá-lo, só pela internet ou por

encomenda. Mas, quando trabalhado, foi muito bom e contribuiu na aprendizagem dos alunos.

Não conseguimos, por exemplo, visitar uma Indústria para que os alunos tivessem noção concreta

de todos os setores que demandam a criação e venda de um produto. Tínhamos alunos do Colégio

que fizeram o curso na Oficina de Design em parceria com a Universidade Positivo e gostaríamos

que eles replicassem seus conhecimentos aos alunos desta Oficina, mas, por ser o último bimestre,

não foi possível.

Apesar disso, tivemos bons resultados. Como focamos que o produto final seria a criação de um per-

fume, foi bem interessante observar o movimento constante dos alunos no laboratório de Química.

Eles tentaram várias vezes até encontrar a fragrância ideal, que estavam procurando. Aprenderam Quí-

mica, de fato, na prática! Aprenderam também as demais etapas de lançamento de um produto, por

exemplo, a propaganda do perfume foi em Inglês visando ao mercado externo.

Foto 18 - Propaganda visual do perfume criadoFonte: Pâmmella Thauller Silveira, em dezembro de 2010.

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Foto 19 – Demonstração do perfume em sala de aula

Fonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em dezembro de 2010

Foto 20 - Propaganda falada do perfume produzido na Oficina de Aprendizagem Made in Brazil

Fonte: Alidia Fernandes de Andrade Pedroso, em dezembro de 2010

Pelas colocações dos professores, pode-se conhecer o destaque dado aos conteúdos para a realização da Oficina e de como a interdisciplinaridade esteve presente, pois os conteúdos foram realmente trabalhados como “ferramentas” para auxiliar a construir solução ao desafio apresentado.

Na Oficina Made in Brazil, trabalhamos com design, especificamente a criação de frasco para perfu-

me, primeiramente, como projeto gráfico – no papel e, depois, a própria criação da embalagem – o

protótipo. Essa embalagem seria utilizada para o perfume que criariam. T. – Artes

Nesta Oficina, pesquisamos e estudamos como se organizam as propagandas, para depois elabo-

rarem a publicidade – “venda” do produto, ou seja, o perfume que criariam nas aulas de química.

D. F. – Inglês

Na Oficina Made in Brazil, focalizei o estudo em “soluções”. Foram trabalhados conteúdos como:

soluto, solvente, soluções, cálculos de concentrações, os quais foram de interesse dos alunos por

se tratar de conteúdos relacionados com a produção de perfumes, que foi o produto que os alunos

fizeram nas aulas práticas. C. – Química

Nesta Oficina, foi interessante a reação de encantamento dos alunos com a descoberta de estraté-

gias de sucesso de empresas, produtos e marcas brasileiras. Ederson - Filosofia

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Nesta Oficina, obtivemos um bom desempenho, pois os alunos criaram nas aulas de História um

“novo rótulo” para o produto Erva-Mate. Os conteúdos da oficina foram Brasil Colônia e Império, em

que destacamos, nos primeiros encontros, as dificuldades criadas pela Metrópole com relação ao

desenvolvimento da indústria na Colônia. Em seguida, focamos o incentivo ao desenvolvimento da

indústria, a partir da chegada da Família Real. A.P. M. - História

Na Oficina Made in Brazil, trabalhamos com capoeira e futebol. Capoeira foi escolhida por ser um

esporte criado no Brasil, sendo um ‘produto’ nacional. Já, o Futebol, pelo Brasil possuir os melhores

jogadores do mundo, pois, mesmo não tendo sido criado aqui, temos os melhores ‘produtos’ do

mundo na área. Enfatizamos como a capoeira se tornou popular e como o Brasil se tornou conheci-

do como ‘país do futebol’, conseguindo exportar muitos jogadores para o mundo. C. F. K. – Educação

Física

Pelos depoimentos dos alunos, pode-se avaliar o quanto a Oficina Made in Brazil teve impacto significativo em seu aprendizado e em sua vida.

Participei da Oficina Made in Brazil. Nessa Oficina, pude entender como funciona o comércio exter-

no e interno e como se confecciona e como é lançado um produto no mercado. Foi uma experiência

ótima. F. A.C.

Foi bom, criamos um perfume e gostei muito de fazer isso, já que foi um começo de como será em

uma indústria. C. S. S.

Eu participei da Oficina Made in Brazil. Essa Oficina foi muito interessante, pois eu soube mais sobre

as marcas brasileiras, como elas se comportam e emitem as informações para o público alvo, as

pessoas. Assim, aprendi o básico sobre as propagandas e como elas influenciam as pessoas para o

consumo. J.S. M.

Essa Oficina poderá ampliar as possibilidades criativas dos alunos na medida em que as equipes possam escolher os produtos a serem criados e vivenciar em grupo todas as etapas do processo produtivo, não se limitando a um único produto como foi o caso do perfume, embora a experiência tenha sido de grande valia colocando realmente aspectos do mundo do trabalho no Currículo Escolar, numa tarefa interdisciplinar e transdisciplinar.

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4.4. OFICINA DESTAQUES DO MUNDO PROFISSIONAL

4.4.1. Projeto

Campo 1 – IDENTIFICAÇÃO

COLÉGIO SESI/CIC

OFICINA: Destaques do Mundo Profissional

Séries: 2.ª e 3.ª Bimestre: 4.º Período: 13/10/2010 a 10/12/2010

Campo 2 – JUSTIFICATIVA

No tabuleiro de xadrez, acontecem cenas com 32 personagens, a metade formada por peões com um trabalho estratégico simples, mas de efeito devastador, caso outras peças de maior valia, como cavalos e torres, tenham boa articulação, terminando com a captura do rei adversário.

Como na vida real não é muito diferente, principalmente, na indústria, uma vez que muitos peões podem apenas fazer trabalhos repetitivos ou podem realizar grandes feitos, tendo líderes competentes, empreendedores e inovadores, a exemplo de Abraham Kasinski, buscou-se a realização de uma oficina que permitisse vivenciar situação semelhante.

Em alguns setores da indústria, a carência por inovação é extremamente desafiante por seu alto nível de desenvolvimento, necessitando de novos horizontes e de profissionais inventivos para criar formas alternativas e possibilidades para o desenvolvimento sustentável, humanístico e ético. Por isso, foi lançada pelo Colégio SESI a proposta de estudo por parâmetros e estratégias que contribuam para a construção do perfil dos destaques da indústria do passado, de hoje e do futuro.

Campo 3 – DESAFIO PROPOSTO

Quais os diferenciais ou qualidades de um destaque no mundo profissional na atual sociedade?

É possível ser líder, considerando aspectos como: humanismo, sustentabilidade, moral, ética, boas práticas sociais e ambientais?

Qual será, efetivamente, a contribuição dos destaques profissionais para o mundo corporativo? Qual é o caminho a ser trilhado?

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Campo 4 – OBJETIVO GERAL

Levantar informações e dados a respeito do caminho trilhado por grandes destaques mundiais até chegar ao reconhecimento, em diversas áreas, refletindo sobre a contribuição deixada por eles e transformando-a em conhecimento.

Traçar metas pessoais de curto, médio e longo prazo, a fim de ampliar possibilidades de liderança e sucesso na área profissional escolhida.

Campo 5 – APONTAMENTOS TEÓRICOS

Desde os primórdios da humanidade, indivíduos se destacam por suas ideias, invenções, descobertas ou pela capacidade de liderança, entretanto, alguns recebem reconhecimento instantâneo, outros são reconhecidos com o passar do tempo e muitos nunca recebem a devida consideração.

A presente oficina foi construída com base em discussões a respeito de indivíduos que, durante a história da humanidade, se destacaram em seus campos de atuação, tornando-se líderes, mudando a maneira de outras pessoas pensarem e agirem, por meio de suas ideias e realizações. Conhecer a história e os caminhos percorridos por eles permite entender as mudanças sofridas na sociedade antiga e atual, enquanto conhecer seu trabalho idealista possibilita imaginar e vislumbrar o futuro próximo.

Kasinski, imigrante russo, que, junto com seus irmãos, aprendeu com o pai o ofício de mecânico, veio com a família para o Brasil na década de 1950. Neste país, desenvolveu seu espírito empreendedor e mostrou muita competência ao criar a Cofap, que, em algumas décadas, tornou-se a principal indústria brasileira de autopeças. Com mais de 80 anos, vendeu a empresa, em 1997, em uma grande negociação, mas não se resignou a ficar longe dos negócios, fundando uma fábrica de motos, a Kasinski, que comandou até finalmente se aposentar, negociando com um grupo chinês em 2009.

Podem-se citar, ainda, Bill Gates na área da informática ou Robert Bosch no mercado de autopeças, além de muitos outros que fizeram história em diversos campos econômicos.

Nas Ciências, diversos prêmios são concedidos, com periodicidade e relevância variáveis, dos quais o mais conhecido é o Prêmio Nobel, instituído pelo sueco Alfred Nobel e conferido anu-almente no mês de dezembro desde 1901, individual ou em grupos de até três pessoas, que se destacaram em trabalhos em prol da Física, Química, Fisiologia, Literatura e Paz. Em outras áreas, distinções populares também imortalizam seres humanos: o Oscar é a premiação máxima da indústria cinematográfica, enquanto o Grammy reconhece os grandes nomes da indústria fonográfica. No Brasil, por exemplo, há o prêmio Profissionais do Ano, destinado a expoentes do mercado publicitário, entre outros atribuídos a profissionais e empresas de várias áreas.

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Entretanto, nenhum desses prêmios é unânime e suas escolhas muitas vezes geram polêmica. Por exemplo, o russo Gregori Perelman resolveu, em 2006, um dos grandes enigmas da Matemá-tica, feito pelo qual lhe foi oferecida a Medalha Fields, considerada o Nobel da Matemática. No entanto, o gênio recusou a premiação, bem como qualquer quantia em dinheiro, alegando que sua descoberta pertencia à humanidade e ele não merecia reconhecimento especial.

Por outro lado, a escolha do presidente norte-americano Barack Obama para o Prêmio Nobel da Paz de 2009 provocou controvérsias em todo o mundo, uma vez que seu mandato tivera início havia poucos meses e, nesse tempo, nada de prático fora feito; pelo contrário, os EUA iniciaram agressões contra o Paquistão e o Yêmen em seu mandato.

A injustiça em relação ao reconhecimento de algumas pessoas em detrimento de outras é demonstrada por diversas histórias. No Século XIX, o britânico Charles Darwin fez sucesso ao formular a Teoria da Evolução, mas, poucos sabem que, concomitante a ele, o australiano Alfred Wallace formulou a mesma teoria, de maneira independente, tanto que o trabalho foi apresentado em conjunto. No entanto, o contexto social e político fez com que apenas Darwin ficasse célebre.

Por tudo isso, pode-se definir sem pestanejar que muito se pode aprender com aqueles que se destacaram na história da humanidade, que é construída por todos, embora apenas alguns façam a diferença ao transporem o corriqueiro, o cotidiano e o óbvio. Aqui começa o aprofun-damento do ser profissional para que um dia alguns dos alunos sejam destaques da indústria paranaense, brasileira e, conforme se crê, mundial.

Campo 6 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS A SEREM TRABALHADAS EM COMUM – FOCO PRIORITÁRIO

COMPETÊNCIAS COGNITIVAS (Aprender a conhecer)

• Relacionar informações, representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.

• Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações.

COMPETÊNCIAS COGNITIVAS (Aprender a fazer)

• Descrever, sistematizar e difundir conhecimentos sob várias formas.

• Localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada para resolver problemas.

• Converter problemas em oportunidades.

• Elaborar propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

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COMPETÊNCIAS RELACIONAIS (Aprender a ser e Aprender a conviver)

• Planejar, trabalhar e decidir em equipes.

• Regular-se e responsabilizar-se pelo próprio processo de aprendizagem.

Campo 7 – TEIA DE CONTEÚDOS

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Campo 8 – ATIVIDADES EM COMUM ( desencadeadoras ou processuais)

8.1. LIVRO (cultura geral)

BOSCH – 50 Anos de Brasil (leitura obrigatória)

Sinopse: Livro comemorativo dos 50 anos de sucesso da empresa Bosch no mercado brasileiro,

destacando os passos e trajetórias atravessados para sua instalação e constituindo uma reflexão e

recordação de fatos marcantes dessa empresa no país. A contribuição de relatos e da participação

dos colaboradores foi enriquecida com imagens de antigas fotografias recuperadas para fazer parte

dessa publicação.

• Atividade de resgate da leitura: Em equipe, reprodução de cenas do livro por meio de desenhos ou montagem com imagens em folha A3, apresentadas para as demais equipes e expostas no colégio.

• Professores responsáveis: Língua Portuguesa, Artes, Sociologia, História e Geografia.

8.2. FILME

Uma mente brilhante Ano: 2001 Gênero: Drama

Sinopse: Uma Mente Brilhante é um filme baseado no livro A Beautiful Mind: A Biography of John

Forbes Nash Jr., de Sylvia Nasar, contando a história real desse brilhante matemático, um dos gran-

des nomes da Ciência, ainda vivo, por sua formulação da Teoria dos Jogos, aos 21 anos, teorema

que prova sua genialidade, chegando a ganhar o Prêmio Nobel. Nash enfrentou duras batalhas em

sua vida pessoal, lutando até onde pôde contra a esquizofrenia diagnosticada pelos seus médicos.

Como contraponto ao seu desequilíbrio, encontra-se Alicia (Jennifer Connelly), uma de suas ex-alu-

nas com quem se casou e teve um filho.

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• Atividade de análise do filme: Com base na avaliação do protagonista do referido filme, um representante de cada equipe deve participar de um debate começando a refletir sobre as respostas da questão 2 do desafio. Todas as demais disciplinas utilizam o filme como desencadeador para pesquisar quem são os grandes cientistas da atualidade e o que eles estão fazendo.

• Professores responsáveis - Debate: Sociologia, Filosofia e História

8.3. OUTRAS

Atividade Objetivo Professor

Palestras com diver-sos profissionais no Colégio

Possibilitar aos alunos um contato com diferen-tes profissionais, conhecendo sua história de escolha da carreira, funções, campos de atuação, mercado de trabalho e remuneração, entre ou-tros.

Pedagoga e professora de Língua Portuguesa (organi-zar agenda e convites)

Campo 9 – ATIVIDADE DE FINALIZAÇÃO

O QUE:

1. Mostra das pesquisas realizadas sobre os destaques da humanidade nas várias áreas de estudos.

2. Apresentação pelas equipes das profissões desejadas e suas metas para alcançar os objetivos para serem líderes bem sucedidos.

COMO: Por meio de apresentação oral e ferramenta de power point.

PORQUE: O educando pode perceber que esses destaques da humanidade foram pessoas normais, que perseguiram seus ideais.

ONDE: Auditório do Colégio

RESPONSABILIDADES: Todos os professores participantes dessa Oficina.

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Campo 10 – RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO

Disciplina Professor

Língua Portuguesa Elisabete Domingues

Luciana Mainardes Barbosa

Língua Inglesa Dominique Faria Moreira

Língua Espanhola Angélica Aparecida dos Santos

Artes Débora Bacchi Camillo

Tatiana Vilela da Silveira Furman

Educação Física Sérgio Roberto de Oliveira

Matemática Joelson Hilário

Física Emerson Ronald Pereira

Química Carlos Alberto de Oliveira

Sandro Mira

Biologia Felipe dos Santos Millani

História Antônio Pereira da Macedo

Geografia Almir Rogério Vidolin

Edenilson José Knoepke

Filosofia Ederson Halair Hammes

Sociologia Ederson Halair Hammes

Psicologia Matheus Vieira Silva

Produção Textual Luciana Mainardes Barbosa

Desenho Geométrico Maurício Augusto Alves

4.4.2. Prática

Apesar de essa Oficina não requerer a busca de uma solução para o desafio lançado, no sentido de respostas a construir, por se tratar de uma pesquisa e de interpretação de dados, os alunos puderam ampliar seus conhecimentos a respeito do papel pessoal e social de várias personalidades que influenciaram a história da humanidade, bem como puderam refletir sobre si mesmos, suas escolhas e seu papel na sociedade, um dos pontos fundamentais da Oficina.

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Foto 21 - Equipe de alunos em visita aos estúdios da RPC, com o jornalista HeriveltoFonte: Comunicação RPC, em novembro de 2010.

Segundo a Pedagoga do Colégio SESI/CIC:

Foi uma boa Oficina. A atividade de finalização foi ótima e, durante o bimestre, os alunos demons-

traram interesse na sua produção. Tivemos uma equipe que foi na RPC, entrevistaram o Herivelto

Oliveira (jornalista) e gravaram o trabalho. Voltaram motivados de lá. Inclusive, uma aluna do Pro-

jeto Jovens em Ação, que estava desanimada com a escolha que havia feito, curso de Edificações

do SENAI, pois quer seguir a carreira de jornalista, voltou dessa entrevista com o Herivelto feliz por

ter descoberto que, antes de ser jornalista, ele também cursou Edificações. Ele deu conselhos para

a aluna continuar o seu curso e futuramente verificar se realmente é isso que quer. Este é só um

exemplo de como esta Oficina ajudou esses alunos a se descobrirem.

Trouxemos, ao Colégio, profissionais da área de Saúde, Administração, Química, entre outros. Na palestra

do Dr. Ferrucio, médico clínico geral do SESI, além de ele ser muito didático, foi extremamente atencioso

com os alunos quanto às suas curiosidades referentes a sua profissão de médico.

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Foto 22 - Equipe de alunos em visita aos estúdios da RPC – estúdio Globo EsporteFonte: Comunicação RPC, em novembro de 2010.

Por estas colocações dos professores, pode-se conhecer o interesse manifestado quanto aos conteúdos para a realização da Oficina.

Na Oficina Destaques do Mundo Profissional, uma equipe optou por pesquisar pessoas que se des-

tacaram na área da comunicação e literatura. Essa equipe entrevistou o apresentador Herivelto Oli-

veira, da RPC. Visitaram a emissora, onde passaram por diferentes espaços de produção, edição e

criação do jornal. Depois, produziram um seminário com fotos e vídeos, que apresentaram para as

demais equipes no Colégio. L. M.- Português

Na Oficina Destaques do Mundo Profissional, foi impressionante a capacidade de assimilação dos

alunos em se tratando de personalidades – admiram, aprendem e, ao que parece, fazem projeções

para si mesmos. E.H.H. – Filosofia

Trabalhamos com alguns Destaques do Mundo Profissional, esportistas como Pelé e Michael Jor-

dan, e enfatizamos como eles chegaram lá. Tiveram de ter dedicação no que faziam para poderem

ser os melhores, e assim é no setor produtivo, onde os funcionários dedicados têm mais condição

de subir de posto dentro da empresa. C. F. K. – Educação Física

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Nessa Oficina, estudamos alguns personagens e ideais que, nas últimas décadas, contribuíram para

o desenvolvimento do setor produtivo. P. M. – História

Na Oficina Destaques do Mundo Profissional, estudamos a organização de uma empresa, seus de-

partamentos. É comum no mundo corporativo expressões em inglês e pudemos trabalhar isso com

os alunos. D. F. M - Inglês

Pelos depoimentos dos alunos, pode-se analisar o quanto a Oficina Jogo da Vida foi significativa para seu aprendizado e para sua vida.

Eu gostei muito da Oficina Destaques do Mundo Profissional, porque eu fiquei mais ciente do que é

preciso para alguém se tornar um destaque tanto no mundo como na profissão. L. M. R. S.

Participar da Oficina Destaques do Mundo Profissional foi bom porque consegui aprender sobre vá-

rias pessoas que se tornaram destaques por seus esforços e batalhas. Aprendi muito com a oficina!

P. O. S.

Participar da Oficina Destaques do Mundo Profissional me fez pensar muito em ações, responsabi-

lidades e características que devo ter para me tornar um destaque e ter um futuro promissor com

minha escolha profissional. J. R. M.

Foi excelente, pois na Oficina Destaques do Mundo Profissional pude ver como me tornar um des-

taque e, especificamente, a história da BOSCH no Brasil. C. R. D. R.

Foi um trabalho legal, entrevistamos um jornalista e vimos como é o mundo profissional na área da

comunicação. T. L. C.

Conforme citado anteriormente, esta Oficina possibilitou aos alunos conhecer o mundo do trabalho por meio de estudos sobre personalidades marcantes da história da humanidade, sobre quem sabe fazer suas opções considerando uma atuação baseada em valores como: humanismo, sustentabilidade, moral, ética e boas práticas sociais e ambientais.

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Ao se ter em vista a implantação do Colégio SESI/CIC – Ensino Médio e a parceria com o Projeto Jovens em Ação do Instituto Robert Bosch, que culminou na necessidade de ressignificação do Currículo Escolar para a Formação do Jovem, objetivou-se verificar o impacto dessas ações e seus significados, bem como as mudanças proporcionadas pelo projeto, na vida dos participantes, tendo sido consultados todos os segmentos abrangidos nesta pesquisa-ação.

Os participantes da Comunidade – pais e alunos – são identificados pelas letras iniciais de seus nomes, para preservação da sua identidade.

5.1. VISÃO DOS PAIS

Os pais foram questionados acerca da possível mudança apresentada por seu filho ou filha, ao ingressar e cursar o Ensino Médio no Colégio SESI, pela participação no Projeto Jovens em Ação. Desse questionamento, realizado por meio de aplicação de questionário em reunião de fecha-mento do ano, obtiveram-se os registros descritos a seguir, agrupados por categorias, conforme a ideia principal manifestada pelos pais. Um dos destaques foi a melhoria da relação interpessoal, seja pela maior facilidade em se expressar, seja pela convivência estimulada nos trabalhos em equipe.

O meu filho teve várias mudanças para melhor, é lógico! Aprendeu a ser mais paciente, a ter mais

atenção nas aulas, a ouvir mais, a falar com mais calma. Convive melhor com as pessoas, princi-

palmente, a convivência em grupos. Posso dizer que melhorou bastante, afinal, mudou muito para

melhor! M. E.

Minha filha ficou menos tímida. Sabe expressar ideias, tem mais responsabilidade e amigos. S. L. P.

A primeira mudança foi na responsabilidade, criatividade e respeito para com as outras pessoas. Ela

desenvolveu muito a sua leitura, pois não tinha hábito de ler. Também passou a ser compreensiva e

conversa com a família sobre tudo o que se passa no seu dia a dia. J. e V.

SIGNIFICADOS DA AÇÃO SOCIOEDUCA-TIVA INOVADORA NA FORMAÇÃO DOS JOVENS

5.

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As minhas filhas mudaram para melhor! Elas eram muito fechadas, tímidas, não tinham amizades,

nem saíam. Agora se comunicam mais, têm mais responsabilidade, são mais independentes e de-

senvolveram o hábito da leitura. T. L. S.

Outro aspecto de melhoria diz respeito à responsabilidade, conforme destacado por pais que agradeceram essa oportunidade.

As mudanças foram várias! Minha filha se tornou mais responsável, mais dedicada aos estudos, se

tornou uma pessoa mais feliz. Sempre fala do Colégio com entusiasmo. Gosta muito do Colégio

SESI! Aproveito para agradecer à direção e pedagogas do Colégio pela dedicação que têm com

nossos filhos, obrigada! E. L. M. A.

Meu filho já era bastante responsável, mas ficou ainda mais! Passou a ter vontade de fazer mais cur-

sos. Aprendeu bastante, se enturma mais e fez novas amizades. Participar do Projeto é bem legal! Ele

comenta bastante o que acontece no dia a dia, tanto no Colégio SESI como nos encontros semanais

com a BOSCH. Para nós, o Colégio SESI e a BOSCH foram ótimos e estão de parabéns. Nós estamos

gratos por isso. E. C. M. S.

Alguns pais destacaram a visão de futuro que os filhos desenvolveram.

Em minha opinião sobre essa questão, o Colégio SESI e o Projeto Jovens em Ação trouxeram muitas

melhorias para meu filho, pois ele mudou muito a visão de seu futuro e também o relacionamento

com as pessoas próximas e da família. Ele se tornou mais responsável naquilo que faz e mostrou um

interesse maior quando se fala em responsabilidade com seu futuro. N. C.

Ele está mais confiante no futuro, conseguiu perder um pouco da sua timidez, está mais comuni-

cativo em casa, mais participativo com seus irmãos. No Colégio, ele também está mais interessado

em aprender cada vez mais. Às vezes, tem dificuldades, mas com certeza está mais empenhado nas

atividades. Sempre elogia o Colégio. Apoio ele para que nunca desista dos seus sonhos. C. G. S.

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Outros pais enumeraram várias mudanças percebidas nos filhos, o que reflete a formação integral realmente proporcionada.

Foram muitas as mudanças que meu filho apresentou, como: responsabilidade, pontualidade, me-

lhorou como filho e pessoa! Posso dizer que mudou e está mudando para melhor e que até o térmi-

no irá melhorar muito ainda. Posso garantir que ele gosta, participa e fez muitas amizades boas. Para

mim, meu filho é um exemplo de superação e de luta. C. S.

Parou de sair pra rua. Começou a levar o estudo mais a sério. Começou a se preocupar com o seu

futuro. Amadureceu mais. A. B. F.

Responsabilidade: Está mais responsável no cumprimento dos objetivos.

Amadurecimento: Está mais maduro e consciente das obrigações e do futuro.

Capacidade: Aumentou muito a capacidade em resolver seus problemas, aprender mais com as

pesquisas, a aptidão em buscar conhecimentos novos.

Felicidade: É notória por estar participando de um curso, de um Colégio, sabendo que o futuro pro-

fissional, assim como a vida pessoal, vai tomar novo rumo. D. M.

Os pais também foram questionados sobre a participação de seus filhos no projeto, em relação à família, sendo que todos se demonstraram satisfeitos. Esses depoimentos também foram agrupados por categorias, conforme a ideia principal destacada pelos pais.

A maioria expressa a realização de um sonho, como pode ser conhecido nestes depoimentos.

Foi o melhor que podia ter acontecido para a família. Todos se orgulham e dão o maior apoio para

ele. Avós e tias ficaram todos felizes e nós pais não temos nem palavras por ele ter entrado nesse

Projeto maravilhoso. Só temos a agradecer a toda equipe da BOSCH por esta oportunidade. S. F.P.

Foi uma satisfação imensa, pois achávamos que ia ser quase impossível ele conseguir, afinal eram

muitos candidatos às vagas. Ele sempre estava confiante na sua competência. Sempre falava pra ele

“fique com os pés no chão”. Mas, com a graça de Deus, tudo deu certo. Estamos todos orgulhosos

dele, apoiamos e o incentivamos a não parar. Apoiamos no que for preciso para que nunca desista,

pois o futuro dele agora está garantido. Agradeço pela oportunidade que nos deram tanto para ele

quanto para mim. Estou muito orgulhosa dele. C. G. S.

Realização de um sonho que até então não tinha condições de realizar. S. L. P.

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Para mim foi maravilhoso! Foi uma bênção de Deus na minha vida e na vida da minha filha. Esse

projeto foi a melhor coisa que pôde acontecer. Gostaria que outros adolescentes tivessem a mesma

oportunidade que minha filha está tendo hoje. Só tenho que agradecer a Deus e às pessoas que

fazem parte desse projeto: coordenadores, psicólogos e voluntários. Que Deus abençoe a todos!

E.L. M. A.

Eu sou a mãe e pai dela. Pra mim foi a melhor coisa que aconteceu. Eu estou muito contente por

minha filha participar do Projeto. A empresa BOSCH está de parabéns por esta oportunidade para

ela. Eu só tenho a agradecer. V.L.A.

Aliadas à questão do sonho, outros destacaram as condições financeiras que não eram favoráveis para o filho cursar um Colégio com a possibilidade de também fazer o ensino técnico.

Foi de grande valia porque as condições para se pagar um curso não são as melhores e mesmo que

fossem talvez não tivesse o valor adequado. Ter um filho formado, hoje, não é tarefa fácil, então,

somos muito gratos à empresa BOSCH, com seus colaboradores, por este privilégio. D. M.

Foi ótimo! Primeiro, pelas condições financeiras que eu não tinha e outra pelo interesse principal-

mente dele, que foi, lutou e conseguiu e, acima de tudo, ele gosta e aproveita o que faz. C.S.

Maravilhoso, pois não teríamos condições de pagar um colégio, com pessoas capazes de ajudar

nossos filhos. Melhorou muito nossa convivência, com eles aprendemos muito. T. L. S.

Outros destacam a segurança que a oportunidade significa para o futuro dos filhos.

Foi muito importante. Ajudou meu filho a pensar mais no futuro. As palestras nos ajudaram a lidar

com as situações do dia a dia. Nós dialogamos mais. J. J.

Foi e está sendo muito importante, pois nós ficamos despreocupados porque sabemos que está em

um ótimo Colégio, que ensina muito bem e que também educa. Só depende dela para ser alguém

na vida, pois as portas estão abertas para ela. J. e V.

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A possibilidade de uma educação transformadora e significativa para toda a família é indicada por estes pais.

Para mim foi muito bom, ela estava mesmo precisando de algo que oferecesse o que o Projeto

ofereceu. Foi um aprendizado para a vida toda. Muito obrigada. M. A. A.

O Projeto estimulou a conversar mais sobre os estudos e sobre o interesse para a vida

profissional. R. D. F.

Foi uma experiência muito boa e com grandes valores. A. T.

Foi uma grande melhoria, pois a família se relacionou mais por causa do Projeto e acabou com

o pensamento individualista que tinha na família, além de interagir mais, participar mais e me

preocupar mais com meus filhos, como eles estão indo na escola. N. C.

Pela visão dos pais, pode-se concluir que tanto o Projeto Jovens em Ação quanto o Colégio SESI estão alcançando os objetivos a que se propuseram.

5.2. VISÃO DOS ALUNOS

Os alunos foram interrogados acerca do significado da participação deles no Ensino Médio do Colégio SESI no Projeto Jovens em Ação e das mudanças em sua vida. Dessa indagação, realizada por meio de aplicação de questionário em reunião de fechamento do ano juntamente com os pais, obtiveram-se os registros descritos a seguir, que foram agrupados por categorias, conforme a ideia principal apresentada pelos alunos. Assim como os pais, alguns alunos destacaram o quanto participar dessa ação os tornou mais responsáveis, organizados e com uma nova rotina de vida.

No começo, foi tudo tranquilo, mas, quando começamos a estudar mais, comecei a ter responsabi-

lidade, mudei meu comportamento, me tornei mais estudiosa. O Projeto mudou minha rotina da

noite para o dia e isso só melhorou a minha vida. Estou gostando de participar desse Projeto, pois

estão nos ensinando a conviver em grupo, um trabalho difícil, mas que estou superando. F. F. M. A.

Participar do Projeto Jovens em Ação mudou completamente tudo em minha vida. Antes de es-

tudar no Colégio SESI, minha obrigação era tirar a nota, independentemente se eu aprendesse ou

não. Já, quando entrei no SESI e no SENAI, aprendi a fazer, a pesquisar, conhecer melhor as pessoas,

através dos encontros e o principal: saber trabalhar em equipe! J. S. M.

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Mudou muita coisa! A rotina foi uma mudança avassaladora. O Colégio é muito diferente de onde eu

estudava. Aprendi a organizar minha vida, aprendi a ler mais, a dar valor para as amizades. J. A. S. P.

Foi muito bom. Aprendi várias coisas com o Projeto. Fiz novas amizades e foi uma experiência muito

diferente e legal de ser vivida. Mudou muito a minha vida, aprendi a ter mais responsabilidade. P. O. S.

Foi muito bom, pois me fez perceber que posso alcançar tudo com persistência e responsabilidade.

Me fez pensar sobre o que eu quero pra mim e como alcançar meus objetivos. C. R. D. R.

Outros alunos destacaram o impacto que o Projeto e o Colégio tiveram sobre o desenvolvimento das relações interpessoais, enfatizando a importância do trabalho em equipe, também apontado por pais, conforme apresentado no item anterior.

Foi legal, minha vida mudou no conceito de comunicação. Antes, eu tinha muita vergonha de con-

versar, mas agora é menos. Tenho mais facilidade na hora de me expressar com os amigos e ainda

fiz novas amizades. T. L. S.

Participar do Projeto foi muito bom! Mudou muito para mim e para a minha família. Eu acredito que

desenvolvi muito com o Projeto, em relação ao trabalho em equipe. Com as reuniões, eu fiquei mais

responsável. E para minha família mudou, porque eles estão mais cientes do que eu faço ou deixo

de fazer, assim ficam menos preocupados comigo. L. M. R. S.

Foi muito bom participar do Projeto e espero que o último ano seja ainda melhor. Pude aprender

que o trabalho em equipe é muito importante e produtivo. E que, se não batalharmos para conse-

guirmos alcançar nossos objetivos, de nada adianta. B. C.

O maior impacto para os jovens parece ter sido em relação à perspectiva de vida e desenvolvimento de visão de futuro, segundo os depoimentos seguintes, bem expressivos nesse sentido.

Foi muito gratificante ter passado no processo seletivo. O Projeto Jovens em Ação me ensinou coisas

que eu posso levar para a vida toda. Mudou o meu jeito de pensar em relação ao futuro. R. W. M. S.

Em minha opinião, mudou muito, tanto na minha vida profissional como na minha vida pessoal.

Mudou meu jeito de pensar no futuro e sobre minha carreira profissional. Também ajudou no rela-

cionamento com a minha família. Eu aprendi a conversar e trocar mais ideias com minha família e

saber ouvir quando for preciso, aceitar as ideias das outras pessoas e conselhos que a vida pode me

oferecer para minha melhoria. E. A.C.

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Eu consegui pensar mais no meu futuro, coisa que eu não me preocupava muito e também comecei

a levar as coisas mais a sério, tanto no Colégio como em casa. R. A. F.

Ao longo desses dois anos, participando do Jovens em Ação percebi uma grande mudança em

meus interesses para o futuro, mais vontade de conhecer o mercado de trabalho. Também aprendi

muitas coisas como escutar para depois argumentar. K.K. A. P.

Mudou! Eu comecei a ter outra visão para o meu futuro, a estudar mais. Graças ao Jovens em Ação,

quando eu me formar vou ter mais oportunidades de emprego. A. F. F. P.

Participar do Projeto está sendo muito bom, aprendi a valorizar meus estudos, a ter responsabilida-

de e principalmente a pensar e estruturar meu futuro, minha futura profissão. Aprendi a conviver

mais com as pessoas. J. R. M.

Me ajudou a criar mais responsabilidade. Penso mais em meu futuro. Não penso em só terminar o

Ensino Médio, quero fazer cursos e arranjar um bom emprego. E o Projeto nos ajuda a sempre dar

nossas opiniões. C. S. S.

Outros alunos, por sua vez, parecem ter adquirido maior consciência de si mesmo, desenvolvendo a relação intrapessoal.

Foi bom, pois aprendi a me compreender melhor e a compreender os outros. D.

Foi ótimo, mudou muita coisa como o meu jeito de pensar, minhas atitudes. N. C.

Pelos depoimentos apresentados, pode-se concluir que o Projeto Jovens em Ação em parceria com o SESI, por intermédio do Colégio SESI/CIC, proporciona a formação pessoal, social e profissional aos jovens, conforme preconizado, desenvolvendo as relações interpessoais e intrapessoais para que os jovens se coloquem sob nova perspectiva diante da vida, de si mesmos e de seu futuro.

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5.3. VISÃO DO COLÉGIO SESI

Pelo Colégio SESI/CIC, o processo de ressignificar Oficinas de Aprendizagem com olhar no setor produtivo e o significado da relação estabelecida entre Indústria e Escola, é ilustrado na representação de professores e gestores da Unidade.

Aos professores foi solicitada uma reflexão a respeito do mundo do trabalho inserido no currículo escolar, coletada em entrevista direta e indireta, e seus depoimentos foram categorizados conforme a linha de pensamento apresentada. Eles também são identificados pelas letras iniciais de seus nomes e a disciplina que ministram.

Pelos depoimentos, pode-se dizer que alguns professores revelaram ampla visão do papel e da função social da escola na sociedade e sua relação com o mundo do trabalho, numa visão sistêmica, portanto, interdependente entre vida, trabalho e educação.

Tanto a escola deve fazer parte da vida quanto a vida da escola. O mercado de trabalho nem é algo

à parte nem é um tema que deva ser tratado como exclusivo. Deve-se desenvolver um trabalho que

considere o mundo e a vida como um todo em que cada dimensão deve ser tratada em sua essen-

cialidade. E. H. H. - Filosofia

Acredito que não é possível pensar as práticas da escola sem levar em conta o “mundo do trabalho”.

Toda escola tem, implícita ou explícita, por ação ou omissão, alguma intencionalidade a respeito do

trabalho e do mundo do trabalho. R. D. M. – Física

Considero muito importante desde que se mostre ao aluno a dinâmica em que estamos inseridos,

ressaltando que o modo de produção capitalista é historicamente situado, ao mesmo tempo, como

produto e produtor de determinadas relações sociais, e que, devido a esses fatores, não se revela

como eterno, sendo característico de apenas um período da história da humanidade. A. M. – Física

Outros professores, por sua vez, estabeleceram uma relação mais direta entre conteúdos e saberes escolares e o mundo do trabalho.

Sinto esta questão como positiva (mundo do trabalho inserido no currículo escolar – grifo nosso),

pois é necessária uma vivência, ou experiência com a realidade do mundo do trabalho, pois só as-

sim será possível aproximar os saberes escolares das práticas profissionais. A – Geografia

Diante dos novos desafios para aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho, em que

as empresas visam lucros, qualidade e trabalhadores pensantes e capazes de superar problemas, de

se inovar a todo o momento e procurar sempre novos conhecimentos, qualificando-se; por esses

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motivos, o novo currículo deve oferecer condições e instrumentos para que o aluno possa fazer um

paralelo entre seu conhecimento sistemático e a prática profissional. J e M. L. – Matemática

As reflexões que posso fazer em relação ao assunto dizem respeito à aprendizagem significativa,

ao envolvimento real com conteúdos que são necessários ao meio escolar e ao trabalho; ações e

atividades que aproximam o aluno da realidade do trabalho por diferentes meios. L. M. - Português

Uma forma dos alunos experimentarem os direitos e deveres existentes no mundo do trabalho. C.

A. O – Química

A escolha da carreira profissional pelos alunos do Ensino Médio, ao se relacionar mundo do trabalho e currículo escolar, foi apontada por outros professores, numa perspectiva mais específica da questão.

A preparação para o mundo do trabalho deve ser inserida no currículo escolar, pois a adolescência

é o momento ideal para decidir o caminho profissional. D. F. M. – Inglês

É bastante importante, principalmente, no Ensino Médio, que é o momento de decidir o rumo pro-

fissional. T. V. S. F. – Artes

O mundo do trabalho deve fazer parte do dia a dia dos alunos, pois lidarão com isso em suas vidas.

Serão empregados, autônomos e/ou empresários, para o que se faz necessário tal conhecimento.

No mercado de trabalho, encontrarão diversas opiniões e escolhas e, vivenciando isso, principal-

mente nas equipes, já estarão preparados para o que há de vir. C. F. K. – Educação Física

Que o aluno seja preparado para o mercado de trabalho, tendo condições para escolher a melhor

opção para definir sua carreira profissional, podendo desenvolver conhecimentos e habilidades

para o mundo contemporâneo. D. B.C – Artes

Os professores foram, ainda, questionados sobre a elaboração das oficinas de aprendizagem com o olhar do setor produtivo e suas respostas também foram categorizadas conforme a visão deles.

Alguns relataram a dificuldade sentida e, ao mesmo tempo, a necessidade em relacionar o mundo do trabalho, não só o setor industrial, com a prática educativa escolar.

Um desafio! Para nós educadores o olhar da indústria para as oficinas de aprendizagem é algo abs-

trato, difícil de relacionar às práticas cotidianas. A partir deste trabalho, passo a ver uma proximida-

de maior entre Colégio e Indústria. A.V. – Geografia

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A possibilidade de analisar e elaborar o nosso trabalho sob um ponto de vista diferente sempre irá

acrescentar ao nosso trabalho. Entretanto, é preciso reconhecer que há muitas dificuldades em fazer

este tipo de interface, tanto por limitações da escola, como por desconhecimento das necessidades

e intenções da indústria. R. D. M. – Física

Foi desafiante, pois pensar em um desafio com enfoque específico sem perder o caráter totalizador

não é tarefa simples, mas, ao final, o processo é possível e com resultados enriquecedores. E. H. H.

- Filosofia

Visando não só a indústria, mas também outros setores, podemos sugerir, argumentar e propor

novas mudanças trabalhando juntos escola, aluno e indústria e, para que isso aconteça, precisamos

de melhor parceria entre escola e indústria para que o educando perceba a relação existente entre

o conhecimento e sua aplicação. J. H. e M. L. B. – Matemática

Não foi fácil, pois os paradigmas a serem quebrados tanto pessoalmente quanto institucionalmente

são muitos. Os desafios são vários e as mudanças curriculares em relação às Oficinas de Aprendiza-

gem são constantes. D. B.C – Artes

Eu acredito que no Colégio SESI todas as Oficinas de Aprendizagem apresentam tal olhar. Porém, as

Oficinas desta pesquisa foram mais explícitas. S. M. – Química

Outros professores, por sua vez, enfatizaram em suas reflexões a experiência que tiveram em relação à questão levantada.

Para a disciplina de Química foi bem proveitosa, pois pudemos desenvolver projetos que despertam

o interesse dos alunos e dos pais; planejar e executar conteúdos que facilitem o entendimento da

produção industrial. C.A. O. – Química

Aproximar teoria e prática foi um grande desafio nas Oficinas Made in Brazil e Destaques do Mundo

Profissional. Criar ações e atividades com visão voltada para a indústria foi intrigante. Como por

exemplo, desafiar nossos alunos para criarem um produto que pudesse ser desenvolvido pela in-

dústria, na Oficina Made in Brazil. Na Oficina Destaques do Mundo Profissional, em minha disciplina,

o projeto foi criação e produção de ações significativas voltadas para a indústria da comunicação.

L. M. B. – Português

Por esses depoimentos dos professores, pode-se perceber o quanto é desafiador para a escola fazer a relação do mundo do trabalho no Currículo Escolar e do quanto se sabe a respeito das necessidades do processo produtivo, uma vez que a maioria dos professores, ao sair das

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licenciaturas trabalha com a educação formal, o que já fora identificado no processo de ressignificação das Oficinas. Portanto, fica evidente que há necessidade de maior vínculo entre Indústrias e Escolas para que haja melhorias significativas na qualidade do processo formativo do aluno, para a sua inserção produtiva no mundo do trabalho, cumprindo uma das finalidades legais do Ensino Médio, colocadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96.

Para a Coordenadora do Colégio SESI/CIC, fica evidente essa necessidade.

A partir do Edital Ressignificação do Currículo do Ensino Médio, projeto desenvolvido pelo Colégio

SESI com a Indústria parceira Robert Bosch, tivemos um marco referencial para a concretização da

Metodologia das Oficinas de Aprendizagem e para a formação de novas parcerias com as Indústrias

do entorno.

Considerando que a Metodologia das Oficinas de Aprendizagem, tendo como princípios o desen-

volvimento da pesquisa, o aprendizado em equipe e a interdisciplinaridade atendem a uma deman-

da da Indústria. Nessas Oficinas, o foco se intensifica quando o currículo é ressignificado, do ponto

de vista da formação do Futuro Trabalhador da Indústria.

Os alunos que participaram deste Projeto tiveram oportunidade de perceber, por exemplo, na Ofi-

cina Destaques do Mundo Profissional, personalidades que foram importantes para o progresso do

setor produtivo; na Oficina Do Lixo ao Luxo estudaram procedimentos importantes para a reutiliza-

ção dos resíduos da indústria, desenvolvendo princípios de sustentabilidade e conservação do meio

ambiente; na Oficina Made in Brazil , a importância da Indústria Brasileira no cenário nacional e,

em Jogo da Vida, estudaram o desenvolvimento tecnológico sugerido pelo pensamento científico.

Todo esse trabalho, tendo por objetivo desenvolver habilidades, competências tais como capaci-

dade de análise e elaboração de alternativas de solução, contribui para a inserção desses jovens no

processo produtivo. Essas Oficinas oportunizaram desenvolvimento humano, técnico e profissional,

quando estudaram, analisaram e sugeriram questões próprias do setor produtivo.

A parceria entre a empresa Robert Bosch e o Colégio SESI/CIC é uma referência no cenário industrial

da região pela inovação e pela possibilidade de captação de novas Indústrias parceiras.

5.4. VISÃO DA INDÚSTRIA

No segmento da Indústria, a parceira da relação, pode-se também analisar os objetivos e impactos das ações do Projeto Jovens em Ação e da importância de estabelecer vínculos que proporcionam transformações sociais.

Os participantes da Indústria – psicólogas e coordenador – são identificados pelas letras iniciais de seus nomes, para preservação da sua identidade.

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O trabalho realizado com os adolescentes do Jovens em Ação é muito envolvente e gratificante.

Envolvente, por se tratar do público jovem, que traz consigo tantas variações no pensar e no agir,

exigindo, das coordenadoras, firmeza nas palavras e ideias na tentativa de oferecer uma base sólida

no auxílio à fase de transição (adolescência). Ainda envolvente, pelo afeto inerente à relação. Grati-

ficante por acompanhar três anos na vida desses jovens com tanta emoção, positiva e negativa, e

perceber esse caminhar, ainda que indeciso, turbulento e cheio de surpresa, como é para o jovem.

Tenho certeza de que essa troca entre coordenador e participante acrescenta muito na vida pessoal,

social e profissional desses adolescentes, como sinalizador de outras possibilidades de futuro. Para a

equipe, serve de reflexão constante da figura de alicerces para esses jovens e da valorização da saú-

de emocional e mental de cada um de nós. A parceria entre Bosch e Colégio SESI só favoreceu a vida

desses adolescentes, pois lhes possibilitou uma vivência diferenciada do ‘trabalhar em grupo’ (pela

metodologia do Colégio e pelo formato dos encontros do projeto) e um novo olhar para o mercado

de trabalho e para o futuro deles, pois foram motivados a buscarem seus objetivos de acordo com o

projeto de vida que estabeleceram para si. G. C. N.

É muito comum encontrarmos adolescentes que, sem perspectiva de futuro e sem esperança, se

envolvem com coisas que os distanciam ainda mais de uma chance de melhorar de vida (drogas,

violência, abandono escolar, entre outros). No Projeto Jovens em Ação, os participantes já iniciam as

atividades com uma expectativa diferente para sua vida e, a partir disso, nós os ajudamos a conhe-

cer novas possibilidades, definir metas e a ir em busca dos seus objetivos. Durante os três anos de

projeto, a equipe faz um trabalho de acompanhamento, orientação e acolhimento do adolescente e

de sua família, facilitando esse processo de desenvolvimento. Para completar esse acompanhamen-

to, a formação no colégio SESI possibilita um desenvolvimento ainda mais amplo a esses adolescen-

tes, pois, ao final do Ensino Médio, eles têm uma formação profissional e pessoal, facilitando muito a

sua entrada no mercado de trabalho, de forma mais preparada, não apenas do ponto de vista técni-

co, mas, principalmente, no que diz respeito a desejos e atitudes mais voltados para esse fim. L. B. P.

A proximidade das indústrias com instituições como o Colégio SESI, poderá proporcionar um de-

senvolvimento amplo dos jovens das comunidades próximas das indústrias da CIC. Para as indús-

trias, esse tipo de parceria possibilita aos jovens perspectivas de um futuro com mais qualidade. A

metodologia de ensino usada pelo Colégio SESI proporciona uma profissionalização diferenciada e

para a indústria ficará a oportunidade de ter profissionais preparados para os desafios que a nova

realidade mercadológica e tecnológica exige. D.P.

Todos os depoimentos apresentados revelam os desafios, as necessidades e as conquistas realizadas pelos diferentes atores participantes dessa experiência, constituindo-se em elementos concretos importantes no sentido de que é possível pensar e realizar a formação do jovem sob novas perspectivas.

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REFERÊNCIAS

BARBOSA, Roseli Bregantin. Breve reflexão acerca do consumismo e a produção de lixo. Disponível em: http://www.cenedcursos.com.br/consumismo-producao-lixo.html, acesso em: 22/07/2010.

CMI BRASIL – Centro de Mídia Independente. Lixo e sociedade de consumo. Disponível em http://www.midiaindependente.org/pt/red/2005/09/330279.shtml, acesso em: 22/07/2010.

CARONE, Edgar A evolução industrial de São Paulo, 1889-1930. São Paulo: Editora SENAC. 2001 (p. 167-170).

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Portal do Exportador. In http://www.portaldoexportador.gov.br/index.php, acesso em 14/10/2010.

SANTANA, Miriam Ilza. Barão de Mauá. In http://www.infoescola.com/historia/barao-de-maua, acesso em 14/10/2010.

SULL, Donald e ESCOBARI, Martin. Sucesso Made in Brasil: Os segredos das empresas brasi-leiras que dão certo. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2004.

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CRÉDITOS

SESI / Departamento Regional do Paraná Rodrigo da Rocha LouresDiretor Regional

José Antonio FaresDiretor Superintendente

Maria Cristhina de Souza RochaGerente de Desenvolvimento de Produtos e Serviços

Lilian de Fátima Correa LuitzGerente de Operações Inovadoras do Colégio SESI

Equipe TécnicaDaniele Farfus Marcelo Guilherme Raquel de Oliveira S. Nascimento Rosilei Ferrarini

SESI CIC – CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA

Ademir Vicente da SilvaGerente Regional Curitiba – Metropolitana

Geraldo Morceli Bolzani Junior Gerente de Unidade SESI-CIC

Jaqueline Teresinha Sandri RossatoGestora do Projeto A Relação Escola, Indústria e Comunidade na Ressignificação do Currículo do Ensino Médio Regular para a Formação do Futuro Trabalhador da IndústriaColégio SESI Ensino Médio CIC

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Equipe TécnicaCamila Viviane Kruger Ferreira Jaqueline Teresinha Sandri RossatoOsana Souza de AndradeRicardo Vieira da SilvaSilvana Aparecida da Silva

Professores Colégio SESI CIC – Ensino Médio

Almir Rogério VidolinAlisson Antônio MartinsAngélica Aparecida dos SantosAntonio Pereira de MacedoCarlos Alberto de OliveiraCharles Frederik KuhnenDébora Bacchi Camillo Dominique Faria MoreiraEdenilson José KnoepkeEderson Halair HammesEmerson Ronald PereiraElisabete Domingues da SilvaFelipe dos Santos MilaniJeniffer Barboza de BrittoJoelson HilárioLuciana Mainardes BarbosaLuis Javier CaballeroMaria de Lourdes O. BatsefMatheus Vieira SilvaMaurício Augusto AlvesOdinez Gipiela SoaresRicardo Dalke MeucciSandro Francisco Mira JuniorSérgio Roberto de Lara OliveiraTatiana Vilela Silveira FurmanVivian Carla Macedo

Bolsistas CNPQ

Crislaine Maria Groxko Pâmmella Thauller Silveira

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ROBERT BOSCH CURITIBA (DIESEL SISTEM)

Ralph CarleDiretor Econômico Financeiro

Duilo DamasoGerente de Recursos Humanos

INSTITUTO ROBERT BOSCH – PROJETO JOVENS EM AÇÃO

Edgar Silva GarbadePresidente do Instituto Robert Bosch

Dirceu PuehlerCoordenador do Instituto Robert Bosch em Curitiba

Coordenação do Projeto Jovens em Ação Luiza Batiston PradoGiseli Crestani Nunes

EQUIPE DE ORGANIZAÇÃO, ELABORAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA

Coordenação de Elaboração e Revisão TécnicaJaqueline Teresinha Sandri RossatoRaquel de Oliveira S. Nascimento Rosilei Ferrarini

Autores Camila Viviane Kruger Ferreira Crislaine Maria Groxko Ederson Halair Hammes Giseli Crestani NunesJaqueline Teresina Sandri RossatoLuiza Batiston PradoPâmmella Thauller Silveira Raquel de Oliveira S. NascimentoRicardo Vieira da SilvaRosilei FerrariniSilvana Aparecida da Silva

Revisora de TextoBernadete de Lourdes Michelato

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COORDENAÇÃO DE TECNOLOGIAS E MÍDIAS EDUCACIONAIS

Roberto De Fino BentesCoordenador

Priscila BavarescoProjeto Gráfico

Ana Célia Souza FrançaDiagramação