ESCOLA ESTADUAL PRINCESA IZABEL – ENSINO …
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ESCOLA ESTADUAL PRINCESA IZABEL – ENSINO FUNDAMENTALRUA FLORIANÓPOLIS, 6085 – ALTO SÃO FRANCISCO
FONE: 3622.5058 UMUARAMA – PREmail: [email protected]
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
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"Todo jardim começa com um sonho de amor . Antes que qualquer árvore seja plantada, ou qualquer lago seja construído, é preciso que as árvores e os lagos tenham nascido dentro da alma. Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora.E nem passeia por ele..."
(Rubem Alves)
I – APRESENTAÇÃO
"Somente o repensar crítico da ação pedagógica pelos seus atores pode desmistificar os mecanismos que levam à aceitação passiva e ao conformismo da origem estabelecida, onde alguns são considerados capazes de produzir o conhecimento e os outros apenas de recebêlo".
O Projeto Político Pedagógico representa um caminho para uma possível mudança, uma reorganização da prática pedagógica, advindas das constantes reflexões e discussões entre os educadores e incentivada pela nova Lei de Diretrizes e Bases e pelas Diretrizes Curriculares Estaduais.
O presente Projeto Político Pedagógico fundamentase teoricamente nos princípios da pedagogia sóciointeracionista, onde o conhecimento se dá pela interação entre os sujeitos, fundado também no princípio de que o processo educacional deve partir da realidade que cerca o educando, visando à libertação, à transformação radical da realidade, para melhorála, para tornála mais humana, para permitir que os homens e as mulheres sejam reconhecidos como sujeitos da sua história e não como objetos. O trabalho aqui sistematizado traduz assim o compromisso com a educação pública do Paraná e em especial para com a nossa instituição escolar.
Este é, no momento, um projeto possível e expressa a nossa preocupação enquanto educadores, com a melhoria do ensino no sentido de responder às necessidades sociais e históricas que caracterizam a sociedade atual, na qual está inserida a nossa comunidade escolar. A elaboração deste Projeto Político Pedagógico contou com a participação de toda equipe técnicopedagógica, professores e pais, buscando assim um comprometimento de todos com
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o trabalho realizado, com os propósitos discutidos e com a adequação às características sociais e culturais da realidade em que nossa escola está inserida.
Compreendemos que o Projeto Político Pedagógico é a alma da escola portanto simboliza a vida e o trabalho de todas as pessoas que faz a educação no dia a dia. Quando falamos em vida, esta presente à dinâmica de construção, de processo, de inacabado e é assim que ele se apresenta, sendo construído a cada ação pedagógica que desenvolvemos. No entanto, por representar um instrumento político, cultural e científico e ser decorrente de construção coletiva, engloba atividades vivenciadas pelos alunos, mas também pressupõe a adoção de alguns princípios: concepção da formação e desenvolvimento da pessoa humana; articulação da estrutura das disciplinas e atividades curriculares voltadas à dinâmica do trabalho e da função social da escola; tratamento das disciplinas e atividades com flexibilidade; preservação do equilíbrio das diferentes disciplinas e atividades que compõem o currículo e finalmente ação integrada e cooperativa dos professores e funcionários enquanto agentes responsáveis pela efetivação do Projeto Político Pedagógico.
A partir da definição da filosofia e dos princípios pedagógicos, que propõem que a escola contribua significativamente para a formação de cidadãos livres e conscientes de seus papéis na transformação da sociedade, as principais ações pedagógicas e administrativas convergem para esse fim. Entendendo a realidade como processo em constante mudança a comunidade escolar deve estar de acordo com a dinamicidade do contexto histórico para que essa dinamicidade não seja negada nos espaços educacionais, ferindo assim a proposta do Projeto Político Pedagógico
Enfim, a construção/prática de um Projeto Político Pedagógico crítico, exige estudo para obter o domínio de conhecimento disciplinares e culturais, pedagógicos, didáticos e práticos e dos conceitos e categorias do mundo globalizado, da interdisplinaridade, e de cidadania. Como queremos indivíduos críticos, autônomos e participativos, temos o grande desafio, de orientar nossas teorias e ações educacionais pelo princípio da reflexibilidade e da pesquisa.
II – INTRODUÇÃO
1. Identificação e Localização
A Escola Estadual Princesa Izabel – Ensino Fundamental está localizada na Rua Florianópolis nº 6085, Alto São Francisco, no município de Umuarama, mantida pelo Poder Público e administrado
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pela Secretaria de Estado da Educação, nos termos da legislação em vigor. A Escola tem por finalidade, atendendo ao disposto nas Constituições Federal e Estadual e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, observadas, em cada caso, a legislação e as normas especificamente aplicáveis.
2. Aspectos Históricos
Através do Decreto nº 2896 de 01 de fevereiro de 1977, o Governador do Estado do Estado do Paraná Sr. Jaime Canet Júnior nos termos da Lei Federal nº 5692 de 11 de agosto de 1971, e do Parecer 026/75 e da Homologação da Resolução 320/75, de 27 de maio de 1975 autorizou a funcionar o Complexo Escolar “Érico Veríssimo” no município de Umuarama, mantido pelo Governo do Estado do Paraná, resultante da reorganização do Colégio Estadual de Umuarama, Grupo Escolar Isa Mesquita e da nova unidade, denominada Grupo Escolar Princesa Izabel. A partir desta reorganização, esta nova unidade escolar passou a denominarse Escola Princesa Izabel – Ensino de 1º Grau.
Até o final do ano letivo de 1977, o Colégio somente oferecia o Ensino de 1ª a 4ª série. A partir de 26 de janeiro de 1978, ficou autorizada a implantação de 5ª a 8ª série do Ensino de 1º Grau nos períodos diurno e noturno pela Resolução nº 290/78 de 26 de janeiro de 1978.
Com a Resolução nº 140/82 de 25 de janeiro de 1982, foi então reconhecido oficialmente o curso de 1º Grau Regular da Escola Princesa Izabel, mantida pelo Governo do Estado do Paraná, tendo em vista o disposto no artigo 80 da Deliberação 030/80 do Conselho Estadual de Educação.
Em 28 de dezembro de 1989, foi autorizado o funcionamento do Centro de Atendimento Especializado em Deficiência Visual através do Ato nº 3686/89. Nos anos seguintes foram implantados o Centro de Atendimento Especializado em Deficiência Física através do Ato nº 4291/91, Classe Especial de Deficiência Mental através do Ato nº 371/90, Centro de Atendimento Especializado de Iniciação ao Trabalho, nas áreas das Deficiências Auditiva, Mental e Visual, através do Ato nº 3183/93, Sala Especial na área de Distúrbios Emocionais através do Ato nº 2403/94 e Sala de Recursos na área de Deficiência Mental e Distúrbios da Aprendizagem através Ato nº 1916/98. Das áreas citadas, atualmente a área de Deficiência Visual não faz parte do programa deste Estabelecimento de Ensino, pois em 04 de junho de 1994, o Centro foi transferido para o Colégio Estadual de Umuarama através da Resolução nº 3463/94 também em 03 de dezembro de 1999, foi cessado o Centro de Atendimento Especializado de Iniciação ao Trabalho, nas
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áreas das Deficiências Auditiva, Mental e Visual, através da Resolução 4328/99.
Em 25 de fevereiro de 1991, através do Ato nº 662/91 foi autorizado o funcionamento de uma Classe Especial de Deficiência Mental, porém em 11 de maio de 1994 foi alterada sua denominação para área de Distúrbios Emocionais, Condutas Típicas através do Ato nº 2521/94
Em 13 de junho de 1996 foi autorizado o funcionamento de uma Classe Especial de Deficiência Mental, através do Ato nº 2546/96, porém em 09 de junho de 1998 foi autorizada a cessação sobre o Ato nº 1945/98.
A Implantação do Ciclo Básico de Alfabetização (CBA) 04 anos, deuse através da resolução nº 585/95.
Com a Resolução nº 391/98, foi então autorizado o funcionamento dos Cursos de 1º e 2º Graus Supletivo – Função Suplência de Educação Geral Fases II e III, estruturados em Blocos de Disciplinas. De acordo com a Deliberação 08/00 do CEE foram realizadas as adequações para o funcionamento da EJA (Educação de Jovens e Adultos) presencial, organizada por Etapas.
Motivada pela reorganização da Educação de Jovens e Adultos, no início do 1º semestre do ano letivo de 2006 iniciouse a cessação gradativa desta modalidade, ficando revogada a partir do 2º semestre de 2007 conforme Resolução nº 4320/06 através do qual o estabelecimento passa a denominarse: Escola Estadual Princesa Izabel – Ensino Fundamental.
3. Caracterização geral do atendimento
3.1 Cursos Ofertados: No momento nossa escola conta com ...... alunos sendo eles:
Ensino Fundamental8 turmas de 1ª à 4ª series – manhã e tarde (em fase de municipalização)10 turmas de 5ª à 8ª séries manhã
Ensino EspecialÁrea Mental DMÁrea Centro de Atendimento Especial D.F.Condutas TípicasÁrea de Recursos – 1ª à 4ª séries
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3.2 Horário de Funcionamento
Manhã: 07h45m às 12h00m 5ª a 8ª Séries08h00m às 12h00m – 1ª à 4ª séries e Educação Especial
Tarde: 13h15m às 17h15m 1ª à 4ª séries e Educação EspecialApoio à Aprendizagem de 5ª séries – Português e Matemática.Projeto Caminhos da Cultura – Teatro e dança – Fundação Cultural.
3.3 Recursos Físicos
19 Salas de alunos01 Secretaria01 Biblioteca02 Salas da Equipe Pedagógica01 Sala da Direção01 Sala dos Professores01 Cozinha01 Laboratório de Química01 Laboratório de Informática01 Sala de Artes01 Sala com espelho para dança01 Sala de reuniões com palco e camarim 01 Banheiro interno masculino para professores01 Banheiro interno feminino para professores02 Banheiros (masc/fem) para alunos da Educação Especial 02 Banheiros externo masculino e feminino para alunos02 Banheiros externos (masc/fem) com chuveiros para alunos01 Parque Infantil01 Praça de Leitura01 Quadra (sem cobertura)01 EstacionamentoRampas e corrimões para acesso de portadores de Deficiência Física
3.4 Estrutura Organizacional
A escola, de forma geral, dispõe de dois tipos básicos
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de estruturas: administrativas e pedagógicas.
3.4.1 Administrativa: Asseguram, praticamente, a locação e a gestão de recursos humanos, físicos e financeiros. Está composta em:
Direção: Rosicley Afonso Rosa
Secretária: Rosemeire Aparecida Cardoso Morando
Equipe administrativa:
Eliane Jorge Marques GranadosNeusa Furio
Serviços gerais:
Antonio de PaulaÁurea Guedes Pires Darci Duarte dos SantosInês Gomes dos SantosMarionice Zanutto Longo Darci Duarte dos SantosVilma Aparecida Baldo Ramos
3.4.2 Pedagógicas Teoricamente, determinam a ação das administrativas, “organizam as funções educativas para que a escola atinja de forma eficiente e eficaz as suas finalidades” (Alves 1992, p. 21). As estruturas pedagógicas referemse, fundamentalmente, às interações políticas, às questões de ensinoaprendizagem e às de currículo. Nas estruturas pedagógicas incluemse todos os setores necessários ao desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Equipe Pedagógica
Arilda Rodrigues da Silva Lonardoni Dulce Jander ChimeneIdaiê Caetano RodriguesWania Scarpetto
Apoio Pedagógico
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Lourdes PradoMarlova Marques Moretti (Lei 150 – 06)Francisca Gonçalves de Souza (Lei 150 – 06)
Corpo Docente em 2008 (efetivos)
Ciclo Básico de Alfabetização
Iolanda Ap. Jarenco Pedroso SC02Sonia Regina S.M.Franco SC02Maria Madalena de Liro SC02Maria Marta Gonçalves SC02Rosane Cieado SC02Cleide Ana T. Frigatto QPMElaine Ap. A. dos Santos SC02Suzi A. Zumas Silva SC02Antonia Faria Benedito SC02Margarete V. M. América QPMSonia Regina Silvestre SC02Vera Lucia de Oliveira SC02
Educação Especial
Celcinda F, de Azevedo QPMEdmar da Silva QPMFábio Canônico Gonzalez QPMIvone Ferrari QPMNeci Xavier Ribeiro QPMVera Lucia de Oliveira QPM
Ensino Fundamental 5ª à 8ª séries
Alessandra C. P. de Souza SC02 CiênciasAna Claudia Menechini QPM CiênciasAndré Luis Tessaroto SC02 ArtesAparecida Alves dos Santos QPM Matemática Aurea de Brito Santana QPM HistóriaCassia Cilene C. Pereira QPM Ed. FísicaCristina Kely Wentland SC02 Matemática Elisley Antonio Rodrigues QPM GeografiaElsi Rosa F. De Souza QPM CiênciasHamilton Ruiz Garcia QPM Ed. FísicaIolanda Ap. J. Pedroso QPM L. Portuguesa
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Jediene Basto Resende SC02 ArtesJosé Paulo Bruna SC02 GeografiaLeontina Borb.Dantas QPM L. PortuguesaLidia de matos alves REPR GeografiaMárcia Alves de Souza PSS CiênciasMaria Aparecida Martins QPM Apoio Matemát.Maria Aparecida Neves PSS L. PortuguesaMaria Dervania V. da Silva QPM HistóriaMaria Ilda Rissato de Lima QPM CiênciasMaria Regina da Silva QPM Apoio PortuguêsRosangela Apª B. Pereira REPR Ens. ReligiosoRosematy do Rocio M Romano QPM Ed.Física Rosimar Gomes Brandão QPM InglêsSebastião Carlos de Souza QPM MatemáticaSilvana Ferreira de Sales QPM InglêsSonia Maria Borges Ferreira QPM L. Portuguesa
III OBJETIVOS GERAIS
Objetivamos a formação básica do cidadão, mediante: o desenvolvimento da capacidade de aprender, através do pleno domínio da leitura, da escrita, do cálculo e da aquisição dos conhecimentos necessários à formação de atitudes e valores; a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamente a sociedade; o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social; formar cidadãos conscientes e livres, reconhecendose como sujeitos da sua própria história com uma visão crítica da realidade em vista à sua transformação.
IV MARCO SITUACIONAL
A partir da reflexão realizada durante o processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico sobre a nossa realidade, chegouse à seguinte constatação:
1. Nossa Sociedade
Há décadas, a humanidade vive sob a hegemonia política e ideológica do neoliberalismo: processo intercultural,
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mundialização, aldeia global...parecem as palavras de ordem para caracterizar a época histórica em que vivemos. O capitalismo, responsável por inúmeras diferenças entre os homens, desenvolveu e desenvolve a indústria de massa, gerada de grande homogeneização, apagando diferenças e padronizando estilos de vida. Consumismo, competição permanente, enriquecimento rápido, aparecem como os grandes objetivos do presente.
O Brasil não poderia ficar à margem da história mundial e das conseqüências, nem sempre positivas, desse processo cujo modelo sócioeconômico é representado pelo crescente número de excluídos e pela contínua concentração de renda. A educação, sempre considerada como prioridade pelos órgãos governamentais, continua sendo elitista, onde os menos favorecidos lutam por uma escola pública mais eficiente e por um acesso à Universidade mais democrático e menos excludente. Uma educação que leva ao individualismo egoísta, ao hedonismo e à concorrência sem limites. O ser humano fica, assim, reduzido a um mero instrumento de produção, consumo e prazer. As mercadorias, o dinheiro, o erotismo e a exploração das emoções fortes valem mais do que a pessoa e seus valores.
Nesse panorama, porém, a ciência e a tecnologia tiveram avanços significativos, revolucionando a produção, o próprio ambiente escolar e o comportamento das pessoas: Internet, telefonia celular e outros meios de comunicação que oferecem ao homem comodidade, segurança e precisão. Com tudo isso, poderíamos supor uma grande melhoria de vida, mas sabemos que isso só ocorre com uma pequena parcela da sociedade, justamente com a minoria mais sintonizada com a lógica do mercado.
O aluno atual com uma gama de dados de informações é questionado e não aceita manipulação de idéias. Às vezes, desmotivase pela lentidão com que se processam as mudanças em educação enquanto em outras áreas as transformações são mais rápidas. O contexto contemporâneo exige do aluno e da sociedade uma adaptação aos recursos que a tecnologia oferece. A expectativa da mudança está na relação direta do desenvolvimento do aprender a pensar a realidade para transformála, resignificando projetos de vida através de uma nova ótica. Caracterizando o aluno como um ser humano que busca desenvolver suas potencialidades e deseja educarse para convivência comunitária e auto–realizadora, podese definilo como o elemento central das atividades da escola.
2. Nossa realidade escolar
Nossa escola atende a um alunado diversificado e que reside no Alto São Francisco e em vários bairros da região
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periférica da cidade, sendo um número significativo de alunos da zona rural, dependendo portanto, de transporte escolar.
A maioria dos alunos pertence à classe menos favorecida da sociedade, por isso possui pouco acesso às atividades esportivas, artísticas, culturais e de lazer. Apresentam problemas sociais diversos e alguns cumprem jornada de trabalho em horário contrário ao de estudo.
De acordo com os estudos e análise dos resultados obtidos nos anos anteriores no que se refere à avaliação dos alunos e aos resultados finais, bem como na Prova Brasil realizada pelo MEC observouse que estes não têm correspondido satisfatoriamente às expectativas em relação ao processo aprendizagem, ou seja, notase que grande parte da dificuldade apresentada dáse pelo fato de que os alunos, na sua maioria, não recebem o acompanhamento devido pela família, passam maior parte das horas além do período escolar nas ruas, expostos à todo tipo de influência. O período em que se encontram na escola, demonstram uma enorme falta de interesse pelos estudos, fatos esses acompanhados pelo baixo prérequisito das séries anteriores, necessários para uma boa aquisição da aprendizagem. A falta de interesse por parte dos alunos e o descomprometimento por parte da família resulta, muitas vezes, em notas relativamente baixas, insuficientes para uma aprovação no final do ano, tendo que muitas vezes, que aproválos por Conselho de Classe, levando em conta a condição dos alunos acompanharem a série seguinte, mesmo apresentando um grau considerável de dificuldades na aprendizagem.
3. Integração e Relacionamento Interpessoal
Algumas formas de exclusão acontecem explicitamente no contexto escolar através de atitudes, comentários desrespeitosos, preconceituosos e de valor negativo no que se refere à questão de gênero, raça ou classe social, ou ainda situações em que explicitamente agrupase alunos por habilidades ("os mais espertos” e ”os mais lentos”).
Existe também a exclusão velada, ou implícita na organização do trabalho pedagógico escolar, onde mesmo que às vezes, o discurso oficial da escola e até a proposta do projeto político pedagógico sejam de promoção de cidadania e democracia na escola, encontramos práticas administrativopedagógicas que estabelecem hierarquias em que os educandos são valorizados diferentemente, por exemplo, através de práticas avaliativas que estabelecem médias comparativas que inevitavelmente os colocam em escalas diferenciadas de valores, através da valorização de determinados conhecimentos, culturas, histórias em detrimento de
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outras. É, portanto, o cotidiano da escola um dos espaços em que se produzem e reproduzem as práticas de exclusão e, contraditoriamente a luta pela inclusão.
4. Integração no trabalho escolar
As reuniões pedagógicas, planejamentos e decisões participativas, conselhos de classe, confraternizações, culminância de projetos interdisciplinares, celebrações, atividades esportivas e culturais, que requerem engajamento dos professores, alunos e famílias, oportunizam a integração e o relacionamento interpessoal entre a comunidade escolar. Porém, a integração não é efetiva devido à rotatividade dos professores.
5. Integração Escola/Família
A parcela de nossa comunidade educativa que participa efetivamente de eventos organizados pela escola ainda não é satisfatória. A falta de tempo, o comodismo, o desconhecimento da proposta e da programação da Escola por parte dos pais, apesar da divulgação dos mesmos, o esvaziamento do compromisso da família com a missão de educar, sobrecarregando a escola de responsabilidades, a falta de hábito da comunidade de trabalhar visando o bem comum, parecem ser os principais obstáculos que vêm dificultando essa prática.
V – MARCO CONCEITUAL
A busca de uma resposta contextualizada apontou para outros questionamentos sobre a visão de mundo, de sociedade e de cidadão para atuar nessa sociedade apontada como a civilização pósmoderna/globalizada e do trabalho pós fordista/flexível. Com todas as dúvidas possíveis a equipe administrativa e pedagógica da Escola iniciou uma série de reuniões com objetivo de buscar a fundamentação teórica e a compreensão do projeto político pedagógico como proposta de educação, cujo principal objetivo é deixar claro para toda comunidade, para onde a educação deve conduzir, servindo de instrumento mediador para a efetivação da relação teoriaprática.
1. Concepções
1.1 Homem
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O homem deve ser concebido como um ser integral, o qual, no confronto com outros sujeitos, afirma a sua identidade social e política e reconhece a identidade de seus semelhantes, ambas construídas nos processos de desenvolvimento. Essa concepção de homem resulta num ser socialmente competente, um sujeito político, um cidadão capaz de atuar sobre a realidade e, dessa forma, ter participação ativa na história da sociedade da qual faz parte e na construção de sua própria história. Os processos educativos estruturados a partir desse referencial deverão contribuir para a formação de cidadãos capazes de participar politicamente na sociedade, atuando como sujeitos nas esferas públicas, privada e no terceiro setor, espaços privilegiados da prática cidadã, em função de transformações que apontem na direção de uma sociedade justa e igualitária. (BRASIL, PROEJA, 2006)
1.2 Educação
A educação visa à libertação, à transformação radical da realidade, para melhorála, para tornála mais humana, para permitir que os homens e as mulheres sejam reconhecidos como sujeitos da sua história e não como objetos.(Paulo Freire)
É desenvolver a capacidade de saber pensar, de ser capaz de enfrentar situações novas, de dominar problemas inesperados, de não temer o desconhecimento conjugando reciprocamente teoria e prática, traduzindo o saber pensar em condições sempre renovadas de intervir. É saber avaliarse e avaliar a realidade, como forma de consciência crítica sempre alerta de procedimento metodológico necessário para qualquer intervenção inovadora. È unir qualidade formal e política, ou seja, procedimentos metodológicos com ética, saber e transformar, inovar e participar.
A educação básica tem por finalidade desenvolver a cada um dos membros individual e coletivamente a garantia de sobrevivência e proporcionar condições necessárias de progresso e desenvolvimento da sociedade, oportunizando meios para o exercício da cidadania, progressão nos estudos posteriores e no trabalho, ajudando as pessoas a alcançar o poder de pensar, refletir e criar com autonomia soluções para os problemas que vierem a enfrentar.
E nisto reside a capacidade criadora: construir, a partir do existente, um sentido que norteie nossa ação enquanto indivíduos. Ou seja: reside na busca de
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nossos valores, dentre os inúmeros provenientes da estrutura cultural. A educação que pura e simplesmente transmite valores asfixia a valoração como ato. O ato de valoração e significação somente se origina na vida concretamente vivida; valores e significados impostos tornamse, portanto, insignificantes. A educação é, fundamentalmente, um ato carregado de características lúdicas e estéticas. Nela procurase que o educando construa sua existência ordenadamente, isto é, harmonizando experiências e significações. Símbolos desconectados de experiências são vazios, são insignificantes para o indivíduo. Quando a educação não leva o sujeito a criar significações fundadas em sua vida, ela se torna simples adestramento: um condicionamento a partir de meros sinais. (Duarte Junior, 1981, p. 56)
1.3 Conhecimento
Conhecimento necessita a presença curiosa de sujeitos confrontados com o mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma constante busca ... No processo de aprendizagem a única pessoa que realmente aprende é aquela que reinventa o que aprende. (Paulo Freire)
Paulo Freire com a Teoria do Conhecimento, filosofia Libertadora, criou a concepção de educação popular. Freire dá sua efetiva contribuição para a formação de uma sociedade democrática ao construir um projeto educacional radicalmente democrático e libertador. O pensar crítico e libertador, que permeia sua obra, serve como inspiração para os que acreditam ser possível unir as pessoas numa sociedade com equidade e justiça.
A teoria do desenvolvimento intelectual de Vygotsky, sustenta que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Essa teoria, tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sóciohistórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada, históricosocial.
A maneira de ver o sujeito e de ver o seu desenvolvimento confere à teoria uma postura “sócio
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interacionista”, pela colocação de que o conhecimento é construído na interação sujeitoobjeto e de que essa ação do sujeito sobre o objeto é socialmente mediada. Considerando a importância da relação intersubjetiva para o crescimento individual, podemos considerar que o ato de educar só pode ser vivenciado pelo homem e que se realiza apenas e somente no meio social, ou seja, numa interação que realmente seja partilhada. Desta forma, as características de cada indivíduo vão sendo formadas a partir das inúmeras e constantes interações do indivíduo com o meio, compreendido como contexto físico e social, que inclui as dimensões interpessoal e cultural. Nesse processo dinâmico, ativo e singular, o indivíduo estabelece, desde o seu nascimento e durante toda a sua vida, trocas recíprocas com o meio, já que, ao mesmo tempo que internaliza as formas culturais, as transforma e intervém no universo que o cerca. Assim, as características do funcionamento psicológico como o comportamento de cada ser humano são, nesta perspectiva, construídos ao longo da vida do indivíduo através de um processo de interação com o seu meio social, que possibilita a apropriação da cultura elaborada pelas gerações precedentes. Assim, reconhecemos que o conhecimento é continuamente criado e recriado e não existe separado da consciência humana; é produzido por nós coletivamente, buscando e tentando dar sentido ao nosso mundo.
1.4 Aprendizagem
“Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas” (Paulo Freire)
Pela ênfase dada aos processos sóciohistóricos, na teoria vigotskiana, a idéia de aprendizagem inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. Não se trata de um sujeito passivamente moldado pelo meio, nem de um sujeito assentado em recursos só individuais. O sujeito não é passivo e nem apenas ativo: é interativo. Desta forma, as características de cada indivíduo vão sendo formadas a partir das inúmeras e constantes interações do indivíduo com o meio, compreendido como contexto físico e social, que inclui as dimensões interpessoal e cultural.
Vygotsky, assim, enfatiza que a relação ensino e aprendizagem é um fenômeno complexo, pois diversos fatores de ordem social, política e econômica interferem na dinâmica da sala de
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aula, isto porque a escola não é uma instituição independente, está inserida na trama do tecido social. Desse modo, as interações estabelecidas na escola revelam facetas do contexto mais amplo em que o ensino se insere.“
A proposta de Freire parte do Estudo da Realidade (fala do educando) e a Organização dos Dados (fala do educador). Nesse processo surgem os temas geradores, extraídos da problematização da prática de vida dos educandos. Os conteúdos de ensino são resultados de uma metodologia dialógica. O importante não é transmitir conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados fora do contexto social do educando é considerada “invasão cultural ou depósito de informações”, porque não emerge do saber popular. Portanto, antes de qualquer coisa é preciso conhecer o aluno. Conhecêlo enquanto indivíduo inserido num contexto social de onde deverá sair o “conteúdo” a ser trabalhado.
Não se admite uma prática metodológica com um programa previamente estruturado, assim como qualquer tipo de exercícios mecânicos, formas essas próprias da “educação bancária”, onde o saber do professor é depositado no aluno, práticas essas domesticadoras. (Barreto, s. d. p 4).
Os princípios que constituem o método e que estão diretamente relacionados às idéias do educador que o concebeu, são:
Respeito à politicidade do ato educativo: a educação é vista como construção e reconstrução contínua de significados de uma dada realidade, prevê a ação do homem sobre essa realidade. Esse movimento de observaçãoreflexãoreadmiraçãoação, faz do método uma metodologia de caráter eminentemente político.
Dialogicamente o ato educativo é fundamentado numa antropologia filosóficodialética, cuja meta é o engajamento do indivíduo numa luta por transformações sociais (Harmon, 1975; 89)
A educação tem como objetivo promover a ampliação da visão de mundo e isso só acontece quando a relação é mediatizada pelo diálogo. A dialogicidade, para Paulo Freire, está ancorada no tripé educadoreducando, objeto do conhecimento.
1.5 Projeto Político Pedagógico
No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projicere, que significa lançar para adiante. Plano, intento, desígnio. Empresa, empreendimento. Redação provisória de lei. Plano geral de edificação (Ferreira 1975, p.1.144). Ao construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos intenção de fazer, realizar.
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Lançamonos para diante, com base no que temos, buscando o possível. É antever um futuro diferente do presente. Nas palavras de Gadotti:
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar Significa tentar quebrar um estado confortável para arriscarse, atravessar um período de instabilidade e buscar um nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa tente a determinada ruptura. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.
Nessa perspectiva, o projeto políticopedagógico vai
além de um simples agrupamentos de plano de ensino e de atividades diversas. O projeto não é algo que é construído em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas. Ele é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola. Desse modo, o projeto político pedagógico tem a ver com a organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização da escola como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade. Nesta caminhada será importante ressaltar que o projeto políticopedagógico busca a organização do trabalho pedagógico da escola na sua globalidade.
A principal possibilidade de construção do projeto políticopedagógico passa pela relativa autonomia da escola, de sua capacidade de delinear sua própria identidade. Isto significa resgatar a escola como espaço público, lugar de debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva. Portanto, é preciso entender que o projeto político pedagógico da escola dará indicações necessária à organização do trabalho pedagógico, que inclui o trabalho do professor na dinâmica interna da sala de aula, ressaltado anteriormente. Buscar uma nova organização para a escola constitui uma ousadia para os educadores, pais, alunos e funcionários.
1.5.1 Princípios norteadores do projeto políticopedagógico
A abordagem do projeto políticopedagógico, como organização do trabalho da escola como um todo, está fundada nos
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princípios que deverão nortear a escola democrática, pública e gratuita:
a) Igualdade de condições para acesso e permanência na escola. Saviani alertanos para o fato de que há uma desigualdade no ponto de partida, mas igualdade no ponto de chegada deve ser garantida pela mediação da escola. O autor destaca:
Portanto, só é possível considerar o processo educativo em seu conjunto sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade no ponto de partida e democracia como realidade no ponto de chegada. (1982, p. 63)
Igualdade de oportunidades requer, portanto, mais que a expansão quantitativa de ofertas; requer ampliação do atendimento com simultânea manutenção de qualidade.
b) Qualidade que não pode ser privilégio de minorias econômicas e sociais. O desafio que se coloca ao projeto políticopedagógico da escola é o de propiciar uma qualidade para todos.
A escola de qualidade tem obrigação de evitar todas as maneiras possíveis à repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa do desempenho satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai além da meta quantitativa de acesso global, no sentido de que as crianças, em idade escolar, entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos que nela ingressam. Em síntese, qualidade “implica consciência crítica e capacidade de ação, saber e mudar” (Demo 1994, p.19).
c) Liberdade é outro princípio constitucional. O princípio da liberdade está sempre associado à idéia de autonomia. O que é necessário, portanto, como ponto de partida, é o resgate do sentido dos conceitos de autonomia e liberdade. A autonomia e a liberdade fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. O significado de autonomia remetenos para regras e orientações criadas pelos próprios sujeitos da ação educativa, sem imposições externas. A liberdade deve ser considerada, como liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte e o saber direcionados para uma intencionalidade definida coletivamente.
d) Valorização do magistério é um princípio central na discussão do projeto políticopedagógico. A qualidade do ensino ministrado na escola e seu sucesso na tarefa de formar cidadãos capazes de participar da vida socioeconômica, política e cultural do país relacionamse estreitamente a formação (inicial e continuada), condições de trabalho (recursos didáticos, recursos
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físicos e materiais, dedicação integral á escola, redução do número de alunos na sala de aula etc.), remuneração, elementos esses indispensáveis à profissionalização do magistério.
O reforço à valorização dos profissionais da educação, garantindolhe o direito ao aperfeiçoamento profissional permanente, significa “valorizar a experiência e o conhecimento que os professores têm a partir de sua prática pedagógica” (Veiga e Carvalho 1994, p. 51).
A formação continuada é um direito de todos os profissionais que trabalham na escola, uma vez que não só ela possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na qualificação e na competência dos profissionais, mas também propicia, fundamentalmente, o desenvolvimento profissional dos professores articulado com as escolas e seus projetos.
A formação continuada deve estar centrada na escola e fazer parte do projeto políticopedagógico. Assim, compete à escola:
a) proceder ao levantamento de necessidade de formação continuada de seus profissionais;
b) elaborar seu programa de formação, contando com a participação e o apoio dos órgãos centrais, no sentido de fortalecer seu papel na concepção, na execução e na avaliação do referido programa.
Assim, a formação continuada dos profissionais, da escola compromissada com a construção do projeto políticopedagógico, não deve limitarse aos conteúdos curriculares, mas se estender à discussão da escola como um todo e suas relações com a sociedade.
Daí, passarem a fazer parte dos programas de formação continuada, questões como cidadania, gestão democrática, avaliação, metodologia de pesquisa e ensino, novas tecnologias de ensino, entre outras. Veiga e Carvalho afirmam que:
O grande desafio da escola, ao construir sua autonomia, deixado de lado seu papel de mera “repetidora” de programas de “treinamento”, é ousar assumir o papel predominante na formação dos profissionais. (1994, p. 50)
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e) Gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange as dimensões pedagógicas, administrativa e financeira. Ela exige uma ruptura histórica na prática administrativa da escola, com o enfrentamento das questões de exclusão e reprovação e da nãopermanência do aluno na sala de aula, o que vem provocando a marginalização das classes populares. Esse compromisso implica a construção coletiva de um projeto políticopedagógico ligado à educação das classes populares.
A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica. Ela visa romper com a separação entre concepção a execução, entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos educadores.
A gestão democrática implica principalmente o repensar da estrutura de poder da escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a opressão, da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora.
A busca da gestão democrática inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões/ações administrativopedagógicas ali desenvolvidas. Nas palavras de Marques:
A participação ampla assegura a transparência das decisões, fortalece as pressões para que sejam elas legítimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma não contrariam em cogitação. (1990, p.21)
Neste sentido, fica claro entender que a gestão democrática, no interior da escola, não é um princípio fácil de ser consolidado, pois se trata da participação crítica na construção do projeto políticopedagógico e na sua gestão.
1.5.2 Construindo o projeto políticopedagógico
A construção do projeto políticopedagógico, para gestar uma nova organização do trabalho pedagógico, passa pela reflexão anteriormente feita sobre os princípios. Acreditamos que a análise dos elementos constitutivos da organização trará contribuições relevantes para a construção do projeto político
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pedagógico.Pelo menos sete elementos básicos podem ser apontados:
as finalidades da escola, a estrutura organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de decisão, as relações de trabalho, a avaliação.
a) Finalidades
A escola persegue finalidades. É importante ressaltar que os educadores precisam ter clareza das finalidades de sua escola. Para tanto, há necessidade de se refletir sobre a ação educativa que a escola desenvolve com base nas finalidades e nos objetivos que ela define. As finalidades da escola referemse aos efeitos intencionalmente pretendidos e almejados (Alves 1992, p. 19).
• Das finalidades estabelecidas na legislação em vigor, o que a escola persegue, com maior ou menor ênfase?
• Como é perseguida sua finalidade cultural, ou seja, a de preparar culturalmente os indivíduos para uma melhor compreensão da sociedade em que vivem?
• Como a escola procura atingir sua finalidade política e social, ao formar o indivíduo para a participação política que implica direitos e deveres da cidadania?
• Como a escola atinge sua finalidade de formação profissional, ou melhor, como ela possibilita a compreensão do papel do trabalho na formação profissional do aluno?
• Como a escola analisa sua finalidade humanística, ao procurar promover o desenvolvimento integral da pessoa?
As questões levantadas geram respostas e novas indagações por parte da direção, de professores, funcionários, alunos e pais. O esforço analítico de todos possibilitará a identificação de quais finalidades precisam ser reforçadas, quais as que estão relegadas e como elas poderão ser detalhadas em nível das áreas, das diferentes disciplinas curriculares, do conteúdo programático.
É necessário decidir, coletivamente, o que se quer reforçar dentro da escola e como detalhar as finalidades para se atingir a almejada cidadania. A escola deve assumir, como uma de suas principais tarefas , o trabalho de refletir sobre sua intencionalidade educativa. Nesse sentido, ela procura alicerçar o
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conceito de autonomia, enfatizando a responsabilidade de todos, sem deixar de lado os outros níveis da esfera administrativa educacional. Nóvoa nos diz que a autonomia é importante para:
“A criação de uma identidade da escola, de um ethos científico e diferenciador, que facilite a adesão dos diversos atores e a elaboração de um projeto próprio” (1992, p. 26).
A idéia de autonomia está ligada à concepção emancipadora da educação. Para ser autônoma, a escola não pode depender dos órgãos centrais e intermediários que definem a política da qual ela não passa de executora. Ela concebe seu projeto políticopedagógico e tem autonomia para executálo e avaliálo ao assumir uma nova atitude de liderança, no sentido de refletir sobre as finalidades sociopolíticas e culturais da escola.
“O projeto da escola depende, sobretudo, da ousadia de seus agentes, da ousadia de cada comunidade escolar em assumir a sua ’cara’ tanto para dentro, nas menores manifestações de seu cotidiano, quanto para fora, no contexto histórico em que ela se insere”.
(Moacir Gadotti & José Eustáquio Romão)
2. Educação inclusiva
Pensar numa política de inclusão no espaço escolar, implica em compreender a exclusão que a escola produz e como esta se insere num projeto de sociedade. Isto porque os excluídos da e na escola são sempre os mesmos excluídos historicamente no Brasil. Afinal, quem são as crianças, os jovens e adultos excluídos da e na escola? Quem são os excluídos de sempre?
Os excluídos não foram sempre os afrodescendentes, os indígenas, as mulheres, os gays e lésbicas, os trabalhadores pobres, os não escolarizados? Os diferentes que fogem à norma, que tanto incomodam, que denunciam com sua presença o totalitário processo de homogeneização, que vai antecipando o processo de discriminação e exclusão do mundo do trabalho e que
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acontece em todos os espaços da sociedade (GARCIA, 2003, 1).
A exclusão social é resultado continuado e crescente dos desdobramentos do modo de produção capitalista. Seu aprofundamento está diretamente vinculado com a concentração de poder (PINO, 2002). Nesta perspectiva, não podemos achar que através da escola vamos enfrentar o problema da exclusão, que é social, política, econômica e cultural. Contudo, a escola tem um papel fundamental, no sentido de desvelar as causas da exclusão, de possibilitar a vivência de práticas inclusivas, tanto no que se refere ao conhecimento que é trabalhado, quanto nas formas de participação no espaço escolar.
É nas formas de exclusão, veladas ou explicitas, que a escola pratica que podemos encontrar os germes para a construção de uma proposta de inclusão. É desmascarando estas formas, problematizandoas, buscando entendêlas nas relações mais amplas da sociedade e assumindo na intencionalidade do projeto políticopedagógico a construção de uma prática educativa inclusiva.
Para Booth (1997, p.337):
Educação inclusiva referese à redução de todas as pressões pela inclusão, e de todas as desvalorizações que os alunos sofrem seja com base em deficiências, rendimento escolar, religião, etnia, gênero, classe, estrutura familiar, estilo de vida ou sociedade.
Portanto, temos que nos interrogar sobre como podemos no campo educacional enfrentar esta realidade que atravessa com suas relações sociais, a nossa sociedade. Temos que investigar as escolas no sentido de compreender como se manifesta na especificidade do espaço escolar, a exclusão que se dá na globalidade da sociedade, a qual vai se espalhando por todos os espaços sociais, provocando contraditoriamente conformismos, mas também resistências, resultado de movimentos sociais organizados e inconformados com a ação discriminadora e excludente que mantém o status quo.
A educação inclusiva é, acima de tudo, um projeto político pedagógico de democratização de acesso a todos, independente de etnia, credo, cor, origem, sexualidade, comprometido com a transformação políticosocial, com a qualidade de ensino e de vida dos educandos, compreendidos como seres históricos concretos.
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3. Educação do Campo
Entendemos que é preciso desentulhar todas as experiências que foram registradas e engavetadas, e transformálas em referenciais para o projeto de educação do campo que estamos construindo. Fazem parte deste patrimônio, as pedagogias que buscaram incluir o ser humano como sujeito e que muito contribuíram nas trocas de saberes entre trabalhadores e trabalhadoras. (Derli Casali – Coord. do Mov. dos Pequenos Agricultores (MPA).
A Educação do Campo se identifica pelos sujeitos: é preciso compreender que por trás de uma indicação geográfica e de dados estatísticos isolados está uma parte do povo brasileiro que vive neste lugar e desde as relações sociais especificas que compõem a vida no e do campo, em suas diferentes identidades e em sua identidade comum; estão pessoas de diferentes idades, famílias, comunidades, organizações, movimentos sociais. A perspectiva da Educação do Campo é a de educar as pessoas que trabalham no campo, para que articulem, organizemse e assumam a condição de sujeitos da direção do seu destino.
O Brasil precisa se dar ao trabalho de reconhecer seu profundo descaso em relação ao saber popular camponês. Saberes profundos que se originaram de nossas três matrizes sócioculturais: afro, indígena e europeu. Estes saberes estão alicerçando continuamente o processo de construção do existir do povo brasileiro. (Derli Casali)
Este é um traço do Projeto Político Pedagógico da Educação do Campo que não podemos perder jamais, porque estamos diante de uma grande novidade histórica: a possibilidade efetiva de os camponeses assumirem a condição de sujeitos do próprio projeto educativo; de aprenderem a pensar seu trabalho, seu país e sua educação. É a concretização da Pedagogia do Oprimido, talvez entre seus sujeitos mais legítimos.
4. Cultura AfroBrasileira e Africana
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“Começar é preciso. Porque crescer é criar um mundo sem racismo e demais discriminações também é preciso. E a escola é sem dúvida o melhor ponte de partida” (Jurema Werneck)
A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura AfroBrasileira nos currículos da Educação Básica tratase de decisão política, com fortes repercussões pedagógicas, inclusive na formação de professores. É importante destacar que não se trata de mudar um foco etnocêntrico marcadamente de raiz européia por um africano, mas de ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira.
É preciso ter clareza que o Art. 26ª, acrescido à Lei 9.394/96, provoca bem mais do que a inclusão de novos conteúdos, exige que se repensem relações étnicoraciais, sociais, pedagógicas, procedimentos de ensino, condições oferecidas para a aprendizagens, objetivos tácitos e explícitos da educação oferecida pelas escolas. Em outras palavras, aos estabelecimentos de ensino está sendo atribuída responsabilidade de acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construção da nação brasileira, fiscalizar para que, no seu interior, os alunos negros deixem de sofrer os primeiros e continuados atos de racismo do qual são vitimas. Sem dúvida, assumir estas responsabilidades implica compromisso com o entorno sóciocultural da escola, da comunidade onde esta se encontra e a que serve, compromisso com a formação de cidadãos atuantes e democráticos, capazes de compreender as relações sociais e étnicoraciais de que participam e ajudam a manter e/ou a reelaborar, capazes de decodificar palavras, fatos e situações a partir de diferentes perspectivas, de desempenharse em áreas de competências que lhes permitam continuar e aprofundar estudos em diferentes níveis de formação.
5. Ensino Religioso
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
(Nelson Mandela)
O Ensino Religioso constituise como disciplina na 5ª e 6ª Série e nas séries iniciais do Ensino Fundamental os conteúdos permeiam todas as disciplinas, com um novo olhar, uma nova perspectiva configurada na LDBEN 9394/96, art 33 e nova redação na
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Lei 9475/97, superando o proselitismo no espaço escolar. O entendimento sobre essa importante e fundamental área do conhecimento implica em uma concepção que tem por base o multiculturalismo religioso. Neste enfoque o sagrado e suas diferentes manifestações religiosas, possibilitam a reflexão sobre a realidade, numa perspectiva de compreensão sobre si e o outro, na diversidade universal do conhecimento religioso.
No Ensino Religioso o objeto de estudo é o Sagrado nas diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural, considerando o igual direito às histórias e culturas que compõem a nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a todos os brasileiros.
Essa reflexão visa proporcionar ao educando do Ensino religioso sua formação integral com sujeito do processo educacional. Nessa perspectiva, o conhecimento religioso como patrimônio da humanidade, legalmente instituise na escola, e pressupõe promover aos educandos oportunidades de se tornarem capazes de entender o sagrado das diversas manifestações religiosas.
6. Currículo
Currículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar. Currículo implica, necessariamente, a interação entre sujeitos que têm um mesmo objetivo e a opção por um referencial teórico que o sustente.
Currículo é uma construção social do conhecimento, pressuposto a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilálos, portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõe uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito. Neste sentido, o currículo referese à organização do conhecimento escolar.
O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos alunos. Daí, a necessidade de se promover, na escola, uma reflexão aprofundada sobre o processo de produção do conhecimento escolar, uma vez que ele é, ao mesmo tempo, processo e produto. A análise e a compreensão do processo de produção do conhecimento escolar ampliam a compreensão sobre as questões curriculares.
6.1 Na organização curricular é preciso considerar alguns pontos básicos.
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Primeiro é o de que o currículo não é um instrumento neutro. O currículo passa ideologia, e a escola precisa identificar e desvelar os componentes ideológicos do conhecimento escolar que a classe dominante utiliza para a manutenção de privilégios. A determinação do conhecimento escolar, portanto, implica uma análise interpretativa e crítica, tanto da cultura dominante, quanto da cultura popular. O currículo expressa uma cultura.
O segundo ponto é o de que o currículo não pode ser separado do contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente determinado.
O terceiro ponto diz respeito ao tipo de organização curricular que a escola deve adotar. Em geral, nossas instituições têm sido orientadas para a organização hierárquica e fragmentada do conhecimento escolar. Com base em Bernstein (1989), chamo a atenção para o fato de que a escola deve buscar novas formas de organização curricular, em que o conhecimento escolar (conteúdos) estabeleça uma relação aberta e interrelacionase em torno de uma idéia integradora. A esse tipo de organização curricular, o autor denomina de currículo integração. O currículo integração, procurando agrupálas num todo mais amplo.
Como alertou Domingos (1985, p. 153), “Cada conteúdo deixa de ter significado por si só, para assumir uma importância relativa e passar a ter uma função bem determinada e explícita dentro do todo de que faz parte”.
O quarto ponto referese à questão do controle social, já que o currículo formal (conteúdos curriculares, metodologia e recursos de ensino, avaliação e relação pedagógica) implica controle. Por outro lado, o controle social é instrumentalizado pelo currículo oculto, entendido este como as “mensagens transmitidas pela sala de aula e pelo ambiente escolar” (Cornbleth 1992, p. 56). Assim, toda a gama de visões do mundo, as normas e os valores dominantes são passados aos alunos no ambiente escolar, no material didático e mais especificamente por intermédio dos livros didáticos, na relação pedagógica, nas rotinas escolares. Os resultados do currículo oculto “estimulam a conformidade a ideais nacionais e convenções sociais ao mesmo tempo em que mantêm desigualdades socioeconômicas e culturais” (ibid, p. 56).
Moreira (1992), ao examinar as teorias de controle social que têm permeado as principais tendências do pensamento curricular, procurou defender o ponto de vista de que o controle social não envolve, necessariamente, orientações conservadoras,
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coercitivas e de conformidade comportamental. De acordo com o autor, subjacente ao discurso curricular crítico, encontrase uma noção de controle social orientada para a emancipação. Faz sentido, então falar em controle social comprometido com fins de liberdade que dêem ao estudante uma voz ativa e crítica. Com base em Aronowitz e Giroux (1985), o autor chama a atenção para o fato de que a noção crítica de controle social não pode deixar de discutir:
“O controle apropriado ao desenvolvimento de práticas curriculares que favoreçam o bom rendimento e a autonomia dos estudantes e, em particular, que reduzam os elevados índices de evasão e repetência de nossa escola de primeiro grau. (1992, p. 22)"
A noção de controle social na teoria curricular crítica é mais um instrumento de contestação e resistência à ideologia veiculada por intermédio dos currículos, tanto do formal quanto do oculto.
Orientar a organização curricular para fins emancipatórios implica, inicialmente, desvelar as visões simplificadas de sociedade, concebida como um todo homogêneo, e de ser humano, como alguém que tende a aceitar papéis necessários à sua adaptação ao contexto em que vive. Controle social, na visão crítica, é uma contribuição e uma ajuda para a contestação e a resistência à ideologia veiculada por intermédio dos currículos escolares.
7. O tempo escolar
O tempo escolar é um dos elementos constitutivos da organização do trabalho pedagógico. O calendário escolar ordena o tempo: determina o início e o fim do ano, prevendo os dias letivos, as férias, os períodos escolares em que o ano se divide, os feriados cívicos e religiosos, as datas reservadas à avaliação, os períodos para reuniões técnicas, cursos etc.
A organização do tempo do conhecimento escolar é marcada pela segmentação do dia letivo, e o currículo é, conseqüentemente, organizado em períodos fixos de tempo para disciplinas supostamente separadas. O controle hierárquico utiliza o tempo que muitas vezes é desperdiçado e controlado pela administração e pelo professor.
Em resumo, quanto mais compartimentado for o tempo, mais hierarquizados e ritualizados serão as relações sociais, reduzindo também, as possibilidades de se institucionalizar o currículo integração que conduz a um ensino com extensão.
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Para alterar a qualidade do trabalho pedagógico tornase necessário que a escola reformule seu tempo, estabelecendo períodos de estudo e reflexão de equipes de educadores, fortalecendo a escola como instância de educação continuada.
É preciso tempo para que os educadores aprofundem seu conhecimento sobre os alunos e sobre o que estão aprendendo. É preciso tempo para acompanhar e avaliar o projeto políticopedagógico em ação. É preciso tempo para os estudantes se organizarem e criarem seus espaços para além da sala de aula.
8. As relações de trabalho
É importante reiterar que, quando se busca uma nova organização do trabalho pedagógico, está se considerando que as relações de trabalho, no interior da escola, deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de participação coletiva, em contraposição à organização regida pelos princípios da divisão do trabalho, da fragmentação e do controle hierárquico. É nesse movimento que se verifica o confronto de interesse no interior da escola. Por isso, todo esforço de se gestar uma nova organização deve levar em conta as condições concretas presentes na escola. Há uma correlação de forças e é nesse embate que se originam os conflitos, as tensões, as rupturas, propiciando a construção de novas formas de relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão coletiva que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos envolvidos com o processo educativo, a descentralização do poder. A esse respeito, Machado assume a seguinte posição: “O processo de luta é visto como uma forma de contraporse à dominação, o que pode contribuir para a articulação de práticas emancipatórias” (1989, p. 30).
A partir disso, novas relações de poder poderão ser construídas na dinâmica interna da sala de aula e da escola.
9. A Avaliação
Numa sociedade de classes, não há espaço para a neutralidade: posicionarse como neutro, diante dos interesses conflitantes, é estar a favor da classe dominante, que não quer que outros interesses prevaleçam sobre os seus. A avaliação está diretamente ligada à concepção de homem, de sociedade e ao projeto político pedagógico da escola. A partir de uma concepção dialética da educação, superase o sujeito passivo da educação tradicional, em direção ao sujeito interativo, onde se deve avaliar, pois a avaliação aponta caminhos e indica como caminhar.
Acompanhar as atividades e avaliálas levamnos à
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reflexão, com base em dados concretos sobre como a escola organizase para colocar em ação seu projeto políticopedagógico. A avaliação do políticopedagógico, numa visão crítica, parte da necessidade de se conhecer a realidade escolar, busca explicar e compreender criticamente as causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas mudanças e se esforça para propor ações alternativas (criação coletiva). Esse caráter criador é conferido pela autocrítica.
Avaliadores, que conjugam as idéias de uma visão global, analisam o projeto políticopedagógico, não como algo estanque, desvinculado dos aspectos políticos sociais. Não rejeitam as contradições e os conflitos. A avaliação tem um compromisso mais amplo do que a mera eficiência e eficácia das propostas conservadoras. Acompanhar e avaliar o projeto políticopedagógico é avaliar os resultados da própria organização do trabalho pedagógico.
Considerando a avaliação dessa forma, é possível salientar dois pontos importantes. Primeiro, a avaliação é um ato dinâmico que qualifica e oferece subsídios ao projeto políticopedagógico. Segundo, ela imprime uma direção às ações dos educadores e dos educandos. A avaliação, do ponto de vista crítico, não pode ser instrumento de exclusão dos alunos provenientes das classes trabalhadoras. Portanto, deve ser democrática, deve favorecer o desenvolvimento da capacidade do aluno de apropriarse de conhecimentos científicos, sociais e tecnológicos produzidos historicamente e deve ser resultante de um processo coletivo de avaliação diagnóstica.
VI – MARCO OPERACIONAL
"Um projeto coletivo e integral deve ser voltado para o interesse de todos, caso contrário, não será legítimo..."(Alípio Cassalli)
1. Fundamentos Pedagógicos Teoria de Ensino e Aprendizagem que sustentam o
trabalho:
Baseada na Teoria Interacionista, a pedagogia críticosocial norteará os trabalhos pedagógicos, buscando possibilitar a síntese e levar o aluno a adquirir uma visão mais clara e unificadora da sociedade, partindo do senso comum ao senso crítico.
A escola, ao optar sua prática pedagógica nesses princípios, possibilitará a apropriação dos conteúdos escolares e a
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socialização, favorecendo a democratização da sociedade, através da participação ativa e organizada do sujeito. Defenderá um ensino de qualidade para todas as camadas sociais, pois considera o homemcidadão, como o sujeito ativo na educação.
O conhecimento deve ser contínuo (estar ligado às experiências dos alunos) e ultrapassar as pressões da ideologia dominante, resultando nas trocas entre o sujeito e o meio social, sendo o professor o mediador deste processo, para isso, promoverá a formação de hábitos e atitudes coletivas, estimulando o aluno a participar de movimentos sociais voltados para u ma vida mais justa e solidária, resgatando a dignidade humana.
Como suporte teórico, fundamentarseá, principalmente, nas teorias de Vygotski, Piaget e nos autores nacionais: Demerval Saviani e Paulo Freire.
2. Planejamento Planejamento é o trabalho de levantamento de dados,
organização de métodos, atividades e etapas, visando alcançar os objetivos propostos. Portanto, planejar as ações da escola, implicará em levantar quais são os recursos necessários para atingir tais objetivos, dividir tarefas, buscar ajuda, acrescentar sugestões apoiando os demais colegas e visando o bem do grupo. Além disso, organizar os passos dados e prever a duração aproximada das atividades a serem desenvolvidas, indicando os efeitos esperados e avaliando as estagnações e progressos.
Dentro da proposta interacionista, alguns conteúdos e os temas sociais contemporâneos serão desenvolvidos através de projetos interdisciplinares que serão planejados pelo grupo de professores, juntamente com a Equipe Pedagógica a um nível geral e também em reuniões de grupos por séries e/ou disciplinas.
Nas reuniões pedagógicas, teremos a oportunidade de discutir a importância de determinados conteúdos, a fim de priorizar os que são fundamentais, buscando técnicas e formas de aplicálos de forma mais significativa e integrada à realidade dos alunos. Cabe ao professor organizar e planejar as situações de ensino e aprendizagem em sua sala de aula e a escola fará um planejamento anual com a participação de todos os professores. Neste planejamento anual, ficarão estabelecidos alguns dos projetos que serão desenvolvidos ao longo do ano letivo, em cada série.
3. Metodologia Dentro da proposta da metodologia dialética, opção
feita pela escola, destacamse algumas ações que nos levarão a
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transformar nossos planos em realidade. A prática educativa da escola visa uma compreensão científica e filosófica da realidade em que se vive, através da prática social, com momentos de aprendizagem, com oportunidades de refletirem sobre si mesmo e o mundo, buscando as transformações a serem alcançadas. Visa também, colaborar na formação do educando em sua totalidade, possibilitando a formação do conhecimento, da cidadania, da criticidade e dos valores morais.
Através da interdisciplinaridade, buscaremos padrões mais altos de qualidade, com conteúdos mais significativos e integrados. Este conhecimento estará vinculado às necessidades, finalidades e realidade do educando e da sociedade e os professores darão suporte para essa construção.
Serão priorizados a realização de trabalhos com projetos como: Mostra Cultural, Festa Junina, Semana Nac. da Consciência Negra, Dia da Partilha e outros conforme necessidades percebidas pela escola e pela comunidade na qual está inserida e busca as metas e os planos de ação que irá gerar as mudanças almejadas. Estimula o ambiente escolar tornando seus membros mais participativos e responsáveis pelos resultados obtidos.
Aos educadores, caberá ter clareza nos objetivos a serem alcançados, estabelecendo uma prática pedagógica para o sujeito e para o grupo, buscando uma mudança. Além disso, deverão proporcionar aos alunos, atividades que tenham caráter de confronto, desafio e experimentação, para que o sujeito sinta a necessidade da busca e o prazer do encontro, e seja encorajado a ser, a conhecer, a fazer e a conviver.
Para isso, partiremos dos seguintes princípios:
* que o conhecimento se constrói a partir de conhecimentos anteriores;
* que o conhecimento se dá no sujeito por sua ação sobre o objeto;
* que os sujeitos aprendem em tempos diferentes e na interação com o objeto de estudo;
* que o conhecimento se dá por aproximações sucessivas e não de uma só vez.
* que aprender consiste em adquirir capacidades de analisar, decompor e recompor, aplicando a síncrese, a análise e a síntese;
* que o sujeito, diante da situação problema, elabora hipóteses explicativas e as rompe através da formação de novos esquemas mentais;
* que o aluno não aprende na reprodução e na passividade.
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Quanto à relação professoraluno, acreditase que o papel do educador é insubstituível, mas acentuase também a participação do aluno no processo. O aluno, com sua experiência imediata num contexto cultural participa na busca da verdade, ao confrontála com os conteúdos e modelos expressos pelo professor. Este, por sua vez, não se contentará em apenas satisfazer necessidades e carências, mas buscará despertar outras necessidades, acelerar e disciplinar método de estudo, exigir o esforço do aluno, propondo conteúdos e situações compatíveis com suas experiências de vida para que o aluno construa sua aprendizagem e participe de forma ativa.
4. Educação Inclusiva
No presente projeto abordamos o significado da educação inclusiva, discutindo a inclusão relacionada dialeticamente ao processo de exclusão social e escolar. A inclusão aqui discutida referese ao processo de exclusão/inclusão de todas as formas e práticas e não como hegemonicamente vem sendo discutido, no sentido de abordar o conceito de inclusão, a partir de uma das suas formas, que é a dos portadores com necessidades educativas especiais.
A realidade social e educacional nos coloca um grande desafio, que passa por identificar as diferentes formas de exclusão, explícitas ou implícitas praticadas na sociedade e principalmente na escola, que é o nosso objeto de reflexão.
O projeto políticopedagógico da escola numa perspectiva emancipatória deverá assumir o compromisso político da inclusão, e buscar problematizar e transformar os mecanismos de seletividade interna e externa promovida pela própria escola e pelas políticas governamentais, o que implica num processo de açãoreflexão sobre a prática pedagógica cotidiana da escola, na interatividade do seu entorno, da comunidade na qual está inserida, onde todos tenham direito a voz e a efetiva participação social.
5. Educação do Campo
Um dos grandes desafios da Escola é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais dos sujeitos do campo sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constituise em patrimônio universal. A questão maior está em combater o preconceito de que o campo é sinônimo de atraso e conscientizar os alunos quanto à importância dessas regiões e do trabalho ali desenvolvido para a sociedade.
A escola nesse sentido, tornarseá um lugar de encontro da comunidade fortemente marcada pela cultura do campo, um espaço
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de referência e valorização da cultura local, gerando nos sujeitos um sentimento de pertença, possibilitando a criação de uma identidade cultural, a partir da qual o aluno possa compreender o mundo e a sua relação com ele.
A organização específica dos conteúdos será articulada com as questões suscitadas pela realidade do campo bem como a organização dos tempos e espaços pedagógicos, para uma permanente reconstrução e fortalecimento das identidades, seus valores, modo de vida, memória e cultura. Neste sentido, o papel da escola será tanto mais significativo se estiver em sintonia com os processos sociais vivenciados pelos seus educandos trabalhando com ênfase os três aspectos para o cultivo de identidades: Autoestima, Memória e resistência cultural e militância social.
6. Cultura Afro brasileira e Africana
No que diz respeito à prática pedagógica voltada às questões étnicoraciais, serão desenvolvidas no cotidiano escolar, nos diversos níveis e modalidades, ações educativas de combate ao racismo e discriminações, no âmbito de todo currículo escolar, em todas as disciplinas em especial as áreas de Artes e de Literatura e História do Brasil, em atividade curriculares ou não, trabalhos em sala de aula ou extra, biblioteca, laboratórios de informática e outros ambientes escolares, culminando em ações que propiciem o contato com a cultura africana e afrodescendentes, como desfiles, mostras de teatro e dança, exposições debates, campanha e outros.
Datas comemorativas, entre outras datas de significado histórico, serão destacadas as datas de 20 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e 20 de novembro será celebrado como Dia Nacional da Consciência Negra.
7. Ensino Religioso
Na perspectiva de uma educação integral, que considera o ser humano na totalidade do seu ser, a religiosidade e suas diferentes expressões se apresentam hoje como uma dimensão humana relevante, manifestando os níveis mais criativos e profundos do ser humano. A função da escola dentro desta perspectiva, será de fornecer instrumentos de leitura da realidade, capacitando o educando para compreender melhor a si mesmo e ao mundo, e criar condições para a convivência entre pessoas. A partir das experiências religiosas percebidas no contexto do educando, procurar despertar para o conhecimento dos Sagrado das manifestações religiosas. Esse conhecimento, enquanto sistematização da relação do ser humano com a realidade
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transcendental, será articulado com outros conhecimentos, através de reflexões e participações em projetos realizados na escola, explicando o significado da existência humana e conduzindo a uma convivência humana, respeitosa e solidária.
8. Organização Curricular
No desenvolvimento do novo currículo são considerados necessários à continuidade do processo educativo os seguintes princípios:
A organização vertical, que diz respeito à ordenação do conteúdo de escolarização, considerando o avanço contínuo e natural do aluno em crescente complexidade;
A organização horizontal, caracterizada pela vinculação simultânea entre conteúdos dos vários aspectos da aprendizagem, desenvolvidos de forma interdisciplinar;
Os temas que visam à preparação básica do aluno para a formação cidadã, fazem parte dos Temas Sociais Contemporâneos e interdisciplinares, sendo desenvolvidos integrados aos conteúdos programáticos dos componentes curriculares.
Os Temas Sociais Contemporâneos serão trabalhados de acordo com a pertinência de cada área ou componente curricular.
ESTADO DO PARANÁ
MATRIZ CURRICULAR ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR DE 5ª A 8ª SÉRIE
Estabelecimento : Colégio Estadual Princesa Izabel – Ensino Fundamental e MédioMunicípio: Umuarama N.R.E. – UmuaramaEntidade Mantenedora: Governo do Estado do ParanáCurso: 4000 – Ensino Fundamental 5/8 séries Turno: manhãAno de Implantação : 2006 – simultânea Módulo: 40 semanas
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BASE
NACIONAL
COMUM
Disciplinas Séries5ª 6ª 7ª 8ª
Ciências (*) 3 4 3 4Educação Artística (*) 2 2 2 2Educação Física 3 2 3 2Ensino Religioso * 1 1 Geografia (*) 3 3 4 3História (*) 3 3 3 4Português 4 4 4 4Matemática 4 4 4 4
SUBTOTAL 22 22 23 23
PARTEDIVERSIFICADA
L.E.M. – Inglês ** 2 2 2 2
SUBTOTAL 2 2 2 2
TOTAL GERAL 24 24 25 25
* Não entra no cômputo das 800 horas, por ser disciplina facultativa para o aluno conforme LDB Lei nº 9394/96.** Idioma definido pelo estabelecimento de ensino.(*) disciplinas que desenvolverão conteúdos e projetos de Formação Cidadã e Temas Sociais Contemporâneos: História do PR; História da África; Direitos Humanos; Ed. do Campo; Ed. Fiscal; Geografia do PR; Geografia da África; Arte do Paraná, Meio Ambiente; sexualidade, alcoolismo e drogadição entre outros.
9 . Avaliação Para tratar esta questão, é fundamental termos
consciência sobre a finalidade real da avaliação. É necessário considerála como um processo abrangente e de caráter diagnóstico, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, captando avanços, resistências, dificuldades, possibilitando novas tomadas de decisões.
Após debates e discussões entre Equipe Pedagógica e Professores, constatouse a necessidade de se realizar um Projeto de Avaliação de forma criativa e desafiadora, visando uma maior motivação dos alunos ao processo avaliativo bem como à obtenção de resultados. Proporcionando meios para que os alunos valorizem a Avaliação como processo de crescimento, tomando consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades. Provendo meios para que os (as) professores (as) analisem os resultados obtidos, através de um quadro real das aprendizagens conquistadas pelos alunos, de forma sistemática para formalizar o que foi ou não aprendido.
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O Projeto será desenvolvido durante todo período letivo, fundamentado no sistema vigente de avaliação contínua, onde as avaliações bimestrais ocorrerão de acordo com as seguintes etapas:
a) Avaliação Contínua A avaliação estará inserida no processo ensino e aprendizagem e resultará de várias atividades que serão realizadas com o objetivo de verificar o nível de aprendizagem dos conteúdos propostos.
Será considerado instrumento de avaliação, qualquer recurso que o professor ou grupo de professores julgar importante. Exemplificase com as seguintes sugestões: provas orais e escritas, relatos de passeios, entrevistas, atividades a serem apresentadas ou expostas na escola e em outros ambientes educativos, participação e engajamento em promoções oportunizadas pela escola, participação em seminários, debates e concursos promovidos pela Escola e qualquer outra forma que torne possível acompanhar a aprendizagem dos alunos, diagnosticando suas dificuldades, avanços e resultados.
Ao final de cada bimestre serão avaliados os conteúdos essenciais do bimestre. Com esses dados em mãos, professores e alunos poderão refletir sobre o resultado atingido, tomando novas decisões sobre as formas mais eficazes de ensinar e aprender.
b) Simulado É uma prova com questões objetivas, contemplando todas as disciplinas, aplicadas por bancas de forma a criar um ambiente desafiador e ao mesmo tempo, preparar os alunos para concursos, vestibulares e avaliações organizadas pelo MEC, podendo ser aplicada ao final de cada semestre.
c) Recuperação Paralela Serão oferecidas atividades de aprendizagem aos alunos que não alcançarem os objetivos propostos no decorrer do processo ensino aprendizagem, buscando recuperar os conteúdos e conseqüentemente a aprendizagem. Caberá ao professor, sempre que necessário, buscar novas metodologias de ensino, tornando o conhecimento mais significativo para o aluno, o que provavelmente resultará numa melhor aprendizagem. Os alunos deverão cumprir com suas responsabilidades, empenhandose e comprometendose consigo, com os colegas e professores, a fim de superar as dúvidas e as dificuldades que surgirem.
d) Registro – Os resultados das avaliações serão registrados em uma ficha própria oferecida aos professores dos quais deverão ser transcritas no livro de registro obedecendo às instruções vigentes e médias para aprovação em vigor.
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e) Boletim Bimestral – Os resultados finais de cada bimestre será registrado em boletim próprio os quais serão entregue aos pais durante reunião com Professores e Equipe Pedagógica em data e horários préestabelecidos. Momentos esses que serão aproveitados para debaterem sobre questões relativas à formação e educação dos alunos bem como a busca de alternativas para sanar as dificuldades apresentadas.
10. Políticas e Estratégias
Para que a ação educativa da Escola Estadual Princesa Izabel oportunize a prática de Metodologias Ativas e Participativas, podem ser consideradas as seguintes linhas de ações:
10.1 Quanto aos Alunos
• Criar mecanismos para combater a cultura da reprovação;• Conscientizar sobre a necessidade de conservar o patrimônio público;
• Realizar palestras e seminários sobre os assuntos polêmicos e atuais; abordar temas bem diversificados e de interesse do aluno;
• Promover passeios culturais e recreativos além de atividades cívicas, recreativas e culturais, como: gincanas, encontros de formação e de vida, reuniões, jogos internos e externos, mostras científicas e culturais, palestras, comemorações sociais ao longo do ano letivo.
• Trabalhar conteúdos específicos e condizentes com as diferentes faixas etárias, interesses e realidades dos alunos, permitindo a troca de experiências;
• De acordo com as DCEs, o trabalho com os conteúdos em todas as disciplinas será desenvolvido de maneira a promover a reflexão sobre a nossa realidade social e política.
• Acesso à tecnologia informatizada e maior acervo bibliográfico.
10.2 Quanto aos Professores
• Incentivar o uso de instrumentos diversos de avaliação; • Tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas através de novas estratégias didáticas;
• Fazer das Horas Atividades momentos coletivos para troca de experiências e planejamento de ações e projetos que visem uma maior integração entre as disciplinas no tratamento dos temas contemporâneos e eventos organizados pela escola.
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• Promover ciclo de estudos de novas metodologias que visem à interdisciplinaridade, proporcionando oportunidades e espaços para a concretização da mesma;
• Vinculação entre teoria e prática. Que sejam socializados os conteúdos entre os professores dos vários segmentos.
• Analisar o rendimento escolar bimestralmente, visando detectar problemas e buscar soluções para os mesmos;
• Favorecer o interrelacionamento professor/aluno através da expressão de confiança no potencial do educando e a iniciativa de compartilhar idéias e sentimentos, se colocando como um dos integrantes do grupo.
• Incentivar a capacitação profissional através de cursos internos e externos, atualização profissional, reflexões espirituais, participação em simpósios e grupos de estudos.
• Facilitar o acesso à informação através da aquisição de livros, revistas, jornais e à utilização da Internet.
• Fazer acontecer de forma democrática e sistemática o Conselho de Classe;
• Realizar reuniões pedagógicas e encontros de formação com os pais.
• Elaboração da Proposta Pedagógica e aplicação da mesma em todos os Níveis de Ensino da Escola.
• Subsidiar os professores no uso do laboratório de informática, com o objetivo de acompanhar e aplicar os avanços tecnológicos desta área;
• Encontros para treinamento e planejamento com os Assessores de informática (NRTE) de acordo com os conteúdos a serem trabalhados;
• Atualização dos equipamentos e aquisição de recursos didáticos e pedagógicos.
10.3 Quanto à Comunidade Escolar
• Estimular a participação da comunidade nos eventos promovidos pela escola e nas tomadas de decisões;
• Humanizar a escola oferecendo um ambiente saudável e natural para a comunidade.
• Criar uma cultura de comunicação e diálogo na comunidade escolar;• Divulgar os eventos culturais e sociais para toda a comunidade escolar.
• Reuniões de pais e mestres com momentos de lazer: jogos, danças, esportes e teatros, ciclos de palestras com temas pertinentes a educação dos filhos e relação pais e filhos, dentre outros;
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11. Papel das Instâncias colegiadas
11.1 Conselho Escolar
Conselho Escolar reunirseá periodicamente a fim de propor, renovar, acompanhar e avaliar permanentemente as ações implementadas na escola, os projetos desenvolvidos, os obstáculos encontrados e o nível de alcance das metas e objetivos estabelecidos no Projeto Político Pedagógico.
11.2 Conselho de Classe
Conselho de Classe é uma instância que garantirá a efetiva participação dos representantes dos vários segmentos existentes na escola, promovendo uma discussão das ações docentes (ensino); das ações de organização, elaboração e execução do planejamento curricular (didática); das ações metodológicas e avaliação escolar (pedagógicas);
11.3 Pré Conselho – Ao final de cada bimestre será realizado um préconselho com todas as turmas, dirigidos pela Equipe Pedagógica, alunos representantes de turmas e seus respectivos professores conselheiros, onde será analisado junto à turma todo o processo de ensino aprendizagem, suas dificuldades e sugestões para serem apresentadas ao Conselho de Classe.
11.4 APMF(Associação de Pais, Mestres e Funcionários)
A APMF é a instituição que promoverá a integração EscolaFamíliaComunidade e o poder público, buscando o desempenho mais eficiente do processo educativo, cumprindo com as finalidades previstas no Regimento Escolar. Darseá a oportunidade para que a mesma colabore e participe das decisões coletivas sobre as ações da equipe pedagógicoadministrativa e do Conselho Escolar, visando a assistência ao educando e o aprimoramento do ensino.
11.5 Grêmio Estudantil
Incentivar os representantes de turma para congregar e defender com responsabilidade os interesses dos estudantes, aprendendo ética e cidadania na prática. Orientar a organização do Grêmio Estudantil para atuar em defesa dos estudantes, tendo fins
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cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. O Grêmio Estudantil tem estatuto próprio aprovado pelos alunos em Assembléia Geral, homologado pela Diretoria da Escola e devidamente registrado. As atividades do Grêmio Estudantil, combinados com a Direção, devem respeitar as normas da escola e não podem interferir nas atividades previstas no Calendário Escolar.
Determinações Gerais:
Este Projeto norteará todas as ações do Colégio durante sua vigência.
Será avaliado anualmente e desdobrado em projeto de curto prazo, levando em conta a filosofia da escola, sua proposta pedagógica e a programação do Colégio;
Umuarama, 10 de março de 2008
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