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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural Autor: Mauro Valter Jaime Vilankulo Junho de 2015

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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL

Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da

Produção da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa

de Chalambe)

Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural

Autor:

Mauro Valter Jaime

Vilankulo

Junho de 2015

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Mauro Valter Jaime

Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção

da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe)

Trabalho de culminação do curso

apresentado no Departamento de

Sociologia Rural da Universidade

Eduardo Mondlane – Escola

Superior de Desenvolvimento Rural

para a obtenção do grau de

Licenciatura em Comunicação e

Extensão Rural

Supervisor:

dr. Constantino Machava

Vilankulo

Junho de 2015

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Declaração de Honra

Eu, Mauro Valter Jaime, estudante da Escola Superior de Desenvolvimento Rural declaro por

minha honra a verdade sobre a autenticidade do presente trabalho de Licenciatura em

Comunicação e Extensão Rural que, é da minha autoria e resulta da minha investigação e por

ser verdade estão plasmadas as referências usadas.

……………………………………………………..

(Mauro Valter Jaime)

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Dedicatória

Dedico orgulhosamente a minha mãe, Sandra Jaime. A sua educação fez de mim o homem

que sou hoje. O meu Muitíssimo obrigado por tudo. Este trabalho é a tua conquista e vitória

ao mesmo tempo. Se dependesse só de mim, eu diria que isto é só o começo.

Aos meus queridos irmãos: Joyce Sandra, Leonel Matias Junior, Kianga Bongane, que o

presente trabalho sirva de inspiração para o vosso percurso estudantil.

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Agradecimentos

À Deus pai todo-poderoso, vai o meu muito obrigado por ser um companheiro e conselheiro

incansável em todos os momentos da minha vida.

Muitos indivíduos fizeram parte, directa ou indirectamente, para que esta pesquisa

efectivasse. Mas primeiro, quero expressar o meu agradecimento ao DR René Rojas que por

motivos alheios a sua vontade não conseguiu dar o término na execução deste trabalho.

O meu Supervisor doutor Constantino Machava por ter tido a coragem e vontade de dar

continuidade com o meu trabalho e pelo apoio e tempo que dedicou para dar a sua sábia

orientação para a efectivação deste trabalho.

A minha prezada madrinha Margarida Mangunjo pela força, coragem e confiança que me

transmitiu durante os meus estudos.

Ao presado tio Gilberto Mahumana que incondicionalmente transmitiu a sua força e calor

durante a minha carreira estudantil.

Ao meu grande amigo Fernando Francisco Luz pela ajuda para que esta pesquisa se tornasse

uma realidade, dona Joana, por ter me acolhido durante o período da minha formação.

A todos meus colegas da turma que juntos trilhamos nesta batalha e em especial aos

elementos que constituir o meu grupo durante os quatros anos: Danilo Devesse, Inácio

Chicote, Emília Adição e Joaquim Chavane.

Aos meus amigos que tem acompanhado o meu percurso de vida, meus desafios, juntos

enfrentamos grandes batalhas de vida durante o percurso da nossa formação e que directas ou

indirectamente contribuíram para que este trabalho se tornasse uma realidade: Dércio

Tandane, Edeson Kilkey, Abrão Bangueiro, Orlando Simbine, Satismo Mahungane, Isabel

Marrengula.

Os meus agradecimentos estendem se ainda ao Mugass, Miguel Cumbana, ao técnico Bata

pela paciência e o seu tempo dispensado e não se esquecendo da minha grandiosa amiga Elva

e a todos que directa ou indirectamente contribuíram positivamente na minha carreira

estudantil. E que por serem muitos não haveriam páginas suficientes para escrever todos seus

nomes.

A todos o meu grande KANIMAMBO e que deus vos abençoe e vos conceda a vida

eterna…

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Lista de Abreviaturas e Siglas

DSAF- Direção dos serviços de Agricultura e Florestas

MINAG - Ministério da Agricultura

DNDR- Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural

GODCA- Gabinete de organização de Organização e Desenvolvimento das Cooperativas

Agrárias

DDR- Departamento de Desenvolvimento Rural

EDR- Estratégia de Desenvolvimento Rural

MPD- Ministério da Planificação e Desenvolvimento

SDAE- Serviço Distrital para das Actividades Económicas

SUE- Serviço Unificado da Extensão

PROAGRI- Programa Nacional para Desenvolvimento da Agricultura

EMC- Escola na Machamba do Camponês

CDR- Campo de Demostração de Resultados

DP- Demostração Pratica

FRELIMO- Frente de Libertação de Moçambique

ONGS- Organizações Não Governamentais

PMGA- Plano Municipal de Gestão Ambiental

INE- Instituto Nacional de Estatística

EDR- Estratégia de Desenvolvimento Rural

AGR- agricultor

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Lista de Ilustrações

Tabela nº1: representação dos agricultores inquiridos que aderem aos métodos de extensão

rural…………………………………………………………………………………….........33

Tabela nº2: Representação dos agricultores que não aderem aos métodos de extensão

rural.34

Gráfico n°1: representa o sexo que mais pratica agricultura na baixa de Chalambe……….28

Gráfico n°2: representação das categorias dos agricultores que operam na baixa de

Chalambe.29

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Lista de Apêndice

Apêndice nº 1, Inquérito dirigido aos agricultores da baixa de Chalambe do Distrito de

Inhambane………………………………………………………………………………….….I

Apêndice nº 2, Inquérito dirigido aos Serviços Distritais para as actividades económicas

Distrito de Inhambane…………………………………………………………..……….…...IV

Apêndice nº 3, Ilustração duma família no distrito se informando através da Rádio….…VII

Apêndice nº 4, Ilustração de um extensionista dirigindo uma reunião de baixo de uma arvóre

na baixa de Chalambe…………………………………………………………………….…VII

Apêndice nº5, Ilustração de um campo de produção de couve na baixa de Chalambe……VIII

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Glossário

Solos- é uma superfície a parte mais superficial da crosta terreste bem como o local onde se

plantam as sementes para actividades agrícolas.

Produção- consiste em transformar um bem, ou seja compreende uma serie de operações

físicas que modificam certas características de um determinado objecto

PH- Potencial Hidrogénico, consiste no índice que indica acidez, neutralidade ou alcalinidade

de um meio qualquer.

Solo- é a camada superficial da crosta terreste, sendo formada basicamente por aglomerados

minerais e matéria orgânica oriunda da decomposição de animais e plantas

SOLOS ARENOSOS-são solos que possuem grande quantidade de areia, este tipo de solo

são muito permeáveis pois a água infiltra facilmente pelos espaços formados entre os grãos

de areia e normalmente é pobre em nutrientes

SOLOS ARGILOSOS- são solos que possuem ou são formados por grãos pequenos de

compactos, sendo impermeável e apresentando grande quantidade de nutrientes,

características essenciais para da actividade agrícola.

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Resumo

Os métodos de Extensão Rural em Moçambique constituem uma das principais portas para

disseminação de novas técnicas, com vista ao melhoramento da produção e da produtividade

visto que a maior parte da população Moçambicana vive nas zonas rurais e a sua base de

substancia e agricultura. É neste contexto que o presente trabalho tem em vista a fazer uma

reflexão sobre o tema análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento da

produção da cultura da couve no distrito de Inhambane (caso da baixa de Chalambe). A

presente pesquisa foi feita nos SERVIÇOS DISTRITAIS PARA ACTIVIDADES

ECONÓMICAS, DO DISTRITO DE INHAMBANE, e na Baixa da Chalambe onde os

agricultores praticam as suas actividades agrícolas, através da Revisão de varias literaturas e

recolha de dados que baseou-se na técnica de observação directa e entrevistas semi-

estruturada, esta que consiste na combinação de perguntas abertas e fechadas, as mesmas

foram feitas no mês de Novembro a 72 Inqueridos em toda baixa. Para a análise de dados,

descreveu-se os resultados por meio de tabelas, e simples descrição. Durante a recolha de

dados os (SDAE, 2014), realçaram que os métodos de extensão rural usados como forma de

melhorar a produção da cultura da couve são: de individuais, de grupo de camponeses e de

massas, eles fazem a combinação destes métodos como forma de obter os resultados da

melhor forma possível. E os mais usados destes três grupos são, escola na machamba do

camponês, campo de demostração de resultados, reuniões, feiras e rádios comunitárias,

apesar deste último não ser muito usado ou pelos agricultores por ser quase inexistente no

distrito. Do exposto concluiu-se que o contributo dos métodos de extensão rural no distrito

ainda é fraco e isto devesse ao facto de ainda haver um défice por parte dos actores de

extensão rural.

Palavras-chaves: Metódos, Extensão Rural e Cultura de Couve.

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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃ

O

1.1. Contextualizaç

ão do Tema

O desenvolvimento da agricultura, está intimamente ligada ao aumento da produção e

da produtividade dos factores usados no processo produtivo. Sendo assim, há necessidade de

se pautar por alternativas de produção que são capazes de usar da melhor maneira a terra, a

força de trabalho, os pacotes tecnológicos e o capital empregue na agricultura. Pois é desta

forma que a Extensão Rural e a investigação tem um papel central na facilitação do uso

racional dos inputs, através de recomendações apropriadas e de transferência de novos

métodos de produção de acordo com a realidade dos produtores influenciando no carácter e

na velocidade do desenvolvimento da agricultura (CAVANE, 1996).

Moçambique é um país cujo 70% da população encontra-se nas zonas rurais

dedicando-se basicamente a agricultura familiar para a sua sobrevivência, Instituto Nacional

de Estatística (INE, 2007).

A extensão é parte integrante dum sistema de elaboração, transferência, e utilização de

tecnologias já desenvolvidas para determinada cultura, neste sistema a participação dos

agricultores é fundamental para a elaboração das tecnologias que melhor espelham a

realidade. O sucesso do sector agrário depende da disponibilidade e acessibilidade aos

serviços de extensão, isto é, para que os agricultores adoptem novas técnicas de produção

com êxitos, eles precisam primeiro de conhecê-las e aprenderem a utiliza-las correntemente

no âmbito do seu sistema de cultivo (SWANSON, 1991).

O termo Extensão Rural é originário dos Estados Unidos da América. Em 1914, os

professores universitários convocavam conferências para o público em geral, a que era

vulgarmente denominada dissertação extensiva, mas com a passagem do termo a (Extensão)

passou a ser vulgarmente usado para designar a educação não formal dada às comunidades

de farmeiros. O propósito do acto era de ajudar a difundir informações úteis e práticas aos

farmeiros e aos seus familiares, em assuntos relacionados com a agricultura e a economia

doméstica (ADAMS, 1982).

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A maior parte dos países do III Mundo, a criação generalizada das organizações de

Extensão Rural foi realizada através da assistência externa, particularmente da parte dos

Estados Unidos. Como na altura da independência poucos países do III Mundo possuíam

escolas ou universidades agrícolas, em quase todos eles a Extensão Rural foi atribuída ao

Ministério da Agricultura, e não a uma escola agrária como nos Estados Unidos

(AUGUSTO. L, 1994).

No caso específico de Moçambique, podemos subdividir a história da Extensão Rural

em dois grandes períodos; o período colonial, e pós - independência. Onde no período

colonial embora com alguns objectivos dirigidos para o apoio ao sector familiar camponês, a

extensão também prosseguia a outros relacionados com a defesa do sistema de governação

na altura. A sua base de funcionamento assentava principalmente em postos de extensão

agrária sediados na Direcção dos Serviços de Agricultura e florestas (Idem).

Numa primeira fase, ou seja no período compreendido entre 1977 e 1984 as

prioridades de apoio ao sector agrário foram dirigidas principalmente às empresas estatais e

cooperativas. À partir de 1985 e com base nos resultados do 4º Congresso do Partido

FRELIMO em 1984, uma das directivas económicas dirigidas para o sector agrário foi a

prioridade de apoio ao sector familiar, cooperativo e privado (Ibd).

Actualmente o sector agrário é um pilar da economia nacional. Em 2010 contribuindo

com 23% para o Produto Interno Bruto (INE). Para além disso, a agricultura emprega 90%

da força laboral feminina do país e 70% da força laboral masculina, isto significa que 80%

da população activa do país está empregue no sector agrário, e a economia de Moçambique é

essencialmente agrária, sendo que a agricultura no País é predominantemente de

subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de produtividade (PEDSA

2011-2020).

Contudo, sendo os métodos de extensão rural importantes para o melhoramento da

produção e produtividade das comunidades rurais, o presente trabalho de pesquisa irá se

debruçar sobre o tema “Análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento

da produção da cultura da couve no Distrito de Inhambane, caso da baixa de Chalambe.

1.2. Problema de pesquisa

Em Moçambique, o desenvolvimento da agricultura é fundamental para a redução da

pobreza, visto que mais de 80% da população é rural depende da agricultura para a sua

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sobrevivência. Onde mais da metade da população vive ainda em condições de pobreza

absoluta. No entanto, quando se analisa o desenvolvimento da agricultura em Moçambique

se depara com problemas tais como: falta de acesso ao crédito, baixa produtividade agrícola,

insuficiente cobertura dos serviços de extensão, falta de incentivos dos agentes de extensão

(VALÁ, 2006).

A fraca produção verificada actualmente na baixa de Chalambe permite que se faça

alguma reflexão sobre as implicações presentes e futuras da mesma, assim como o contributo

de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura, chamando atenção para se

repensar nas políticas agrícolas que estão em curso no distrito para minimizar o problema da

baixa produção e produtividade.

A Baixa de Chalambe é composto por 280 agricultores sendo estes todos conduzidos

por baixa produção e produtividade, os agricultores da Baixa de Chalambe deram a conhecer

que existente um défice na prestação dos serviços de extensão que por sua vez vai-se

repercutir na baixa produção da Cultura de Couve, é nesse contexto que surge a necessidade

de haver uma reflexão sobre o presente e futuro do sistema de Extensão, assim como o

contributo de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura nesta baixa, chamando

assim atenção para se repensar nas políticas e métodos de extensão rural que estão em curso

no distrito para minimizar o actual cenário que se assiste na Baixa de Chalambe. Face ao

exposto anteriormente, pode se conduzir a seguinte pergunta de partida: Até que ponto os

métodos usados pelos agentes de Extensão rural contribuem para melhoramento da

produção da Cultura de couve na Baixa de Chalambe?’’

1.3. Justificativa

A economia de Moçambique é essencialmente agrária. A agricultura Moçambicana é

predominantemente de subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de

produtividade.

As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto

serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo

o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com

boas oportunidades de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros.

Por estas razões, com a presente pesquisa pretende-se ainda perceber como é que os

agentes de Extensão fazem a disseminação das tecnologias agrárias nesta baixa bem como

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pelo facto de esta ser a maior baixa de produção de hortícolas no distrito de Inhambane,

pois, esta abastece quase todos mercados do distrito e dos distritos circunvizinhos da

província.

O interesse pela análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento

da Produção da Cultura de Couve na baixa de Chalambe urge pelo facto de agricultura ser a

base de subsistência para a maior parte da população do distrito e do país em geral e pelo

facto dos agentes de Extensão agrária não se fazerem sentir frequentemente para darem

assistências no que tange aos métodos de extensão rural e novas tecnologias a disseminar

aos agricultores nesta baixa.

Finalmente, estima-se que o trabalho venha a contribuir para o aprofundamento da

discussão sobre análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento da

produção da cultura de couve no distrito de Inhambane (caso da baixa de Chalambe).

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1.4. Objectivos

1.4.1. Geral

Analisar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da

Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe).

1.4.2. Específicos

Caracterizar a produção da Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da

Baixa de Chalambe);

Identificar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da

Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da baixa de Chalambe);

Analisar o contributo dos Métodos de Extensão Rural no melhoramento da produção

da Cultura de Couve.

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1.5. Hipóteses

Hipótese alternativa (Ha): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de

extensão, contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na Baixa de

Chalambe;

Hipótese nula (Ho): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de extensão não

contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na de Baixa de Chalambe.

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CAPITULO II

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo faz uma descrição das literaturas que abordam a situação dos

métodos de Extensão Rural usados para o contributo da produção da Cultura de Couve no

Distrito de Inhambane. Estas são um suporte na reflexão do tema em análise.

2.1. Referencial teórico

2.1.1. Extensão

Segundo MUCAVEL & MABOTE (2001) vêm a extensão como sendo uma intervenção

profissional baseada na comunicação e empregue pelas instituições para induzir mudanças

voluntarias na conduta de um presumido publico ou utilidade colectiva através da

transmissão de informações uteis e de assistência aos produtores na aquisição dos

conhecimentos, capacidades e atitudes necessárias para eles utilizarem eficazmente esta

informação ou tecnologia, bem como, melhorar o processo de tomada de decisão sobre a

utilização dos recursos contribuindo deste modo para melhoria dos seus rendimentos.

Metódos

Segundo XIMENES (2000).Compreendida como adaptação de métodos de ensino no

processo educativo de assistência técnica e extensão rural, respaldada nos princípios da

participação, dialogicidade, respeito aos saberes pré-existentes, exercício da cidadania e

inclusão social.

2.1.1.1. Estratégia Nacional da Extensão

A Estratégia do PROAGRI (I e II) estabelece a necessidade de um Sistema Nacional de

Extensão Agrária para facilitar a transformação do sector da agricultura de pequena escala

através da inovação agrária. A política de Extensão Agrária e a Estratégia do PROAGRI I

previa o estabelecimento de um Sistema Nacional de Extensão, integrando todas as

actividades de extensão do MINAG (Serviço Unificado da Extensão, SUE, compreendendo

as culturas, pecuária e a gestão dos recursos naturais) bem como a promoção da colaboração

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de outros provedores de serviços agrários não-governamentais e do sector privado num

Sistema Nacional de Extensão, SISNE (DNER, 2000).

A Extensão Agrária do MINAG contempla as funções nucleares mínimas como a

transmissão de tecnologias, a promoção das organizações de produtores, a estratégia de

desenvolvimento, coordenação e vacinações obrigatórias. Outras funções estratégicas

incluem a capacitação das organizações dos produtores (na planificação, provisão de

serviços, e na cadeia de valores) e em aptidões empresariais e de gestão.

2.1.2. Extensão Rural

Segundo ALMEIDA (1989) faz uma menção sobre diferentes conceitos de Extensão

rural, este que inicia dizendo que a Extensão é um termo difícil de ser definido por causa da

multiplicidade dos objectivos e da diversidade dos meios para se atingir os mesmos. O

termo, por isso, pode ter significados diferentes para diferentes pessoas, mas com base na

literatura disponível torna-se possível estabelecer algumas características mais comumente

aceite.

2.1.2.1. Principais medidas a serem tomadas na extensão rural

Disseminação de informações sobre as opções de tecnologia para os vários sistemas

produtivos, e a formação dos produtores para a aplicação dessas tecnologias através

da ampliação da rede de extensão rural;

Promoção de organizações de produtores para assumirem a responsabilidade pela

gestão dos recursos disponíveis;

Estabelecimento de ligações entre os fornecedores de insumos agrícolas e os utentes

(produtores e associações);

Estabelecimento de ligações claras com empresas do sector privado e ONG’s

envolvidas na provisão de serviços de extensão, fortalecimento das redes de extensão

rural através da terciarização.

Organizar a rede de extensão em linhas verticais com a principal coordenação

operacional a nível provincial e a execução básica a nível distrital;

Realizar campanhas de informação/extensão para diagnósticos participativos;

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Desenvolver metodologias para a participação da comunidade na gestão dos recursos

naturais.

2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural

Desenvolvimento Rural é definido como sendo a melhoria das condições de vida,

trabalho, lazer e bem-estar das pessoas que habitam o meio rural.

A Estratégia de Desenvolvimento Rural, EDR, do Ministério da Planificação e

Desenvolvimento, MPD, pretende ser uma inspiração e uma ferramenta de mobilização para

todos os actores envolvidos no desenvolvimento rural. A Visão do Desenvolvimento Rural

para 2025 é que “O desenvolvimento humano nas zonas rurais de Moçambique será em 2025

cerca de três vezes superior que no período 2000-2005, entrando desta forma para a categoria

de desenvolvimento humano médio, com base na transformação para um padrão de

desenvolvimento económico nacional mais favorável ao meio rural, e através de uma

economia rural que seja mais competitiva, sustentável, equilibrada em termos ambientais, e

socialmente estável e atractiva (MPD, 2006).

Foram formulados cinco objectivos principais para os próximos 20 anos

a) Maior competitividade, produtividade e acumulação da riqueza rural;

b) Gestão produtiva e sustentável dos recursos naturais;

c) Crescimento do capital humano, inovação e tecnologia;

d) Diversificação do capital social, eficiência e eficácia institucional;

e) Boa governação e planificação do mercado.

O Desenvolvimento Rural ao nível do distrito faz parte dos termos de referência do

Serviço Distrital para as Actividades Económicas, SDAE, A Extensão Agrária faz parte do

referido serviço (Idem).

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2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane

2.2.1. Discrição da cultura da Couve

As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto

serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo

o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com

boas oportunidad8es de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros. A quantidade

de hortícolas comercializadas seria maior se o ataque das pragas e doenças diminuísse.

Muitas vezes as perdas que estas pragas ocasionam as culturas hortícolas são mais altas do

que a quantidade de hortícolas consumidas (METICAL & FLINT, 1995).

A couve de folhas é uma hortícola pertencente á espécie Brassica oleracea L,

variedade Acephala. Cujo centro de origem é provavelmente a região do Mediterrâneo, e que

actualmente se encontra nas regiões tropicais subtropicais. Em Moçambique, a cultura de

couve (Brassica oleracea variedade acephal) é largamente produzida pelo sector familiar nas

zonas baixas ou com sistemas de regadio e tem como finalidade o consumo e venda nos

mercados locais. A sementeira é geralmente feita em viveiros, de modo a garantir melhores

cuidados às plântulas. Esses cuidados permitem obter mudas de qualidade que aumentam as

possibilidades do sucesso da cultura no campo definitivo (TINDALL, 1993).

Em termos nutricionais, a couve-folhas apresenta-se como boa fonte de vitaminas (A,

B e C), além de ser rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em calorias. Apresenta

propriedades mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio, é

importante na boa formação dos ossos (MAMBREU et al., 2007).

A couve-folhas teve origem de clima temperado, sendo plantas bienais que exigem frio

para passar do estádio vegetativo para o reprodutivo. É uma planta alógama e comporta-se

como uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o factor agroclimático

mais limitante. Possui folhas alongadas de limbo elíptico. As raízes se concentram nos

primeiros 20-30 cm de profundidade. A inflorescência se desenvolve sobre um caule curto e

é formada a partir do conjunto de primórdios florais, esses primórdios florais transformam-

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se, posteriormente, em botões florais, podendo ter coloração branca, creme, amarela, e mais

recentemente roxa e verde (FILGUEIRA, 2008).

2.2.1.1. Discrição botânica da cultura da couve

A couve é uma cultura perene que normalmente cresce anualmente nas zonas

temperadas e chega a atingir cerca de 1 (um) metro de altura (TINDALL, 1993).

De acordo com TINDALL (1993), Como perene a couve desenvolve-se em duas fases,

sendo a primeira fase o crescimento vegetativo e a segunda o crescimento e desenvolvimento

das partes reprodutivas, características da couve:

Sistema radicular: possui um sistema radicular bastante ramificado e muito

desenvolvido. As raízes chegam a atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura de

extensão lateral no fim da primeira fase de crescimento.

Caule e folhas: possui um caule comparativamente curto. O caule floral desenvolve

se a partir das axilas das folhas e pode atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura. As

folhas são simples, ovais, em forma de roseta aos arredores do caule, largas, bem

desenvolvidas e frescas.

Flores, frutos e sementes: a inflorescência é terminal e é um racimo. A inflorescência

é composta por flores hermafroditas, regulares compostas por 4 sépalas, 4 pétalas

brancas ou amarelas claras, e 6 estames. O fruto é uma longa e delgada vagem – a

síliqua. A semente é castanha – clara a castanha – chocolate e ligeiramente irregular

ou lisa.

2.2.2. Preparação do solo

Segundo TEMBE (1990) a couve pode desenvolver-se em diferentes tipos de solo,

desde os solos pesados (argilosos) aos solos leves (arenosos), desde que sejam férteis e bem

drenados, e que tenham uma boa capacidade de retenção de humidade, um conteúdo alto de

matéria orgânica e um intervalo de pH entre 6.0 a 6.8. em geral o valor favorável de pH para

solos que sofrem intensiva produção de vegetais situa-se entre 5.5 a 7.5.

2.2.2.1. Adubação

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A adubação de hortaliças deve ser feita visando suprir, praticamente, todas as

necessidades nutricionais da planta pelo menos macro em nutrientes e esta pode ser mineral

ou orgânica LOPES, (2007).

a) Adubação mineral

Em síntese, a regra de utilização é de 150 a 250g da fórmula 4-14-8 ou 4-16-8 por m².

Deve-se Considerar as exigências nutricionais das espécies, os grandes espaçamentos, a

duração do clima, O nível de produtividade esperado e as indicações de real estado de

fertilizante do solo (LOPES, 2007)

b) Adubação orgânica

O adubo orgânico é de maior importância para o cultivo das hortícolas pelo

fornecimento de Nutrientes, embora na maioria dos casos seja pobre e pela melhoria das

condições físicas do solo. A Matéria orgânica torna o solo muito solto mas ligado,

conferindo-lhe maior capacidade de retenção de água e nutriente. O adubo orgânico, também

melhora a vida macro biológica do solo, favorecendo a sobrevivência de minhocas, fungos e

bactérias benéficas (SITOE, 2005).

2.2.2.2. Irrigação

A irrigação é fundamental para satisfazer a grande necessidade de água, para a maioria

das espécies hortícolas, mesmo em períodos ou regiões onde ocorrem os melhores regimes

de distribuição de precipitação. Em geral, a quantidade de água a aplicar por cada rega, deve

ser o suficiente para manter a humidade do solo até a profundidade de 20 a 25 cm, onde se

concentra a maioria das raízes. O excesso favorece a erosão e a lixiviação dos nutrientes. A

falta de agua prejudica o crescimento e a qualidade dos produtos, podendo acelerar o

processo de maturação, (OLIVEIRA, 1989).

Em Moçambique, a província de Maputo é a que possui maior número de sistemas de

regadio ao nível do país. Estes sistemas incluem os regadios dos distritos de Boane,

Moamba, Magude, e Manhiça com um elevado potencial para produção de diversas culturas

incluindo as hortícolas (INE, 2007).

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2.2.3. Época de cultivo

Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo para a

cultura da couve-folha. Um dos factores que contribui para isto certamente é o fato de que,

em muitas regiões, por limitações climáticas, a couve-flor é cultivada em apenas um único

período do ano Entretanto, FILGUEIRA (2008) afirma que, com o melhoramento genético

houve desenvolvimento de híbridos de couve-folhas que apresentam condições de produção

adequada em climas mais quentes, permitindo o cultivo durante todo o ano e que inclusive

para as cultivares de verão sugere o plantio entre os meses de Setembro e Janeiro.

2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve

Segundo LOPES, (2007) umas das principais causas das perdas nas hortícolas é a

ocorrência de pragas e doenças. Para o controlo das doenças recomenda-se a aplicação

preventiva e para o controlo das pragas deve-se usar insecticidas, caso os níveis de infestação

justifiquem o seu controle. As doenças mais comuns nas hortaliças são causadas por fungos,

bactérias e vírus, o cultivo da couve é afectado por doenças que se agrupam em: doenças

causadas por patógenos e doenças. Das doenças causadas pelos potógenos, são mais comuns

e fáceis de controlar as causadas por fungos que por bactérias e vírus.

A actividade infeciosa dos patógenos é acelerada quando existem ferimentos nas

plantas, e a existência de feridas é uma das consequências de má gestão (quer de viveiro,

quer de campo definitivo) causada por elevadas densidades.(Idem)

As doenças fisiológicas são referentes á desordem interna e estão associadas a vários

factores de desenvolvimento como: nutrição, humidade, luz outros. No controle de pragas, é

mais económico fazer aplicação de insecticida logo ao primeiro sinal de ataque do que

esperar que o nível de ataque se eleve e cause danos á cultura. Tanto as infestantes anuais

como as perenes são controladas usando enxadas e herbicidas. Estudos mostram que o uso de

enxada a nível superficial no controle de infestantes causa menos danos a cultura (TEMBE,

1990).

2.2.4.1. Pragas que mais atacam a cultura da couve

Broca da couve (Hellula undalis Fr), as lagartas tem 15 mm de comprimento, e

apresentam cor castanha-amarelada. Apresenta 5 listras longitudinais ao longo do corpo, as

pupas são acinzentada e brilhantes o adulto é uma pequena mariposa de cor castanho-

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acinzentada. No caso de virose, deve-se eliminar todas as plantas atacadas e combater os

insectos vectores. No entanto, um mau desenvolvimento das plantas, amarelecimento das

folhas, murcha e morte das plantas, podem ser causados por deficiência nutricional e que são

confundidas com sintomas de doenças (RIBEIRO, 1999).

Segundo SEGEREN et al (1994), os ovos são postos principalmente nos pontos de

crescimento da planta. Neste local depois da sua eclosão, as largas fazem uma teia abaixo da

qual se escondem alimentando-se de pontos de crescimento e provocando a morte da planta.

As lagartas penetram também nas nervuras, pecilos, caule e ápice das plantas e podem

destruir completamente as pequenas plantas. Em plantas maiores aparecem dois a quatro

novos rebentos, algumas semanas depois da destruição do ápice. As plantas de couves

atacadas produzem variam folhas pequenas atacadas e ficam ligadas por teias.

Percevejo-da-couve (Bagrada hilaris Burn) tanto as ninfas como os adultos são

encontradas nas folhas ou no solo por baixo das plantas. Tem 3-5 mm de comprimento,

redondas e de cor preta. Surgem a seiva das folhas e elas murcham. Os adultos têm 5-7 mm

de comprimento de forma oval, de cor preta com manchas vermelhas-claras e possuem um

aparelho bucal do tipo sugador. As plântulas nos viveiros ficam deformadas, murcham e

morrem (SEGEREN et al 1994).

2.2.4.2. Controle de pragas

As pragas que ocorrem na cultura da couve-flor são cosmopolitas. Por isso, o produtor

deve e pode utilizar diferentes métodos de controlo. Entre as ferramentas à disposição dos

produtores estão a rotação de culturas, as barreiras vegetais, o aumento da diversidade

biológica na área, o controle biológico, o natural e o químico (FILGUEIRA, 2000)

2.2.5. Controle das doenças que atacam a cultura da couve

Segundo FILGUEIRA (2000) Para que as doenças sejam bem controladas é

necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja que a planta não seja sujeita a stress

provocada por factores diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação

desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com ervas daninhas. E algumas

medidas para evitar o aparecimento de doenças:

Semear sementes de boa qualidade. Em caso de produção própria, devem ser

escolhidas as plantas saudáveis;

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Fazer uma adubação balanceada baseada na análise do solo. Falta ou excesso de

nutrientes são causas frequentes de distúrbios fisiológicos graves;

Evitar o excesso de água na irrigação pois este é factor que mais afecta o

desenvolvimento de doenças, em especial aquelas associadas ao solo.

2.2.6. Importância económica da cultura da couve

Actualmente a nível mundial, as couves constituem a base da dieta de hortícolas sendo

apenas ultrapassadas, na sua importância que as outras culturas destacam a couve, como a de

maior cultivo, em grande número de países; elas são fonte de vitaminas em especial a (A e

C), mas também (B1 e B2), de aminoácidos e sais minerais como função importante na

regulação do aparelho digestivo podendo fazer parte de inúmeros pratos como sopas,

cozidos, saladas entre outros (GARDÉ & GARDÉ, 1988).

2.3. Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane

a) Métodos Individuais:

Segundo GASPAR (2013) os métodos de alcance individual atingem, directamente,

indivíduos isolados em cada acção. Estes métodos são importantes para conhecer a realidade

rural; eles possibilitam á delimitação de comunidades e grupos, a identificação de líderes, a

obtenção da confiança e informações por parte da família rural, o treinamento e

acompanhamento de líderes comunitários e condutores de unidades de demonstração ou

observação. Devem ser utilizados com moderação e Objectivos claramente definidos, por

apresentar custos bastante elevados, devido ao seu alcance limitado. Desses métodos

destacam se os seguintes:

Visita a machamba/ residência

Contactos informais/casuais

Chamada telefónica

b) Métodos de Grupos de Camponeses

Segundo Gaspar (2010) os métodos de alcance grupal atingem, directamente

indivíduos em grupos. Estes métodos são importantes porque estimulam a participação e a

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organização grupal: possibilitam a troca de experiências e solução de problemas comuns, o

desenvolvimento técnico em agropecuária, bem-estar social e outros. Estes devem ser

utilizados com maior ênfase em relação aos métodos de alcance individual, todos os métodos

grupais exigem planeamento e condução grupal.

Campo de Demonstração de Resultados (CDR)

Escola na Machamba do Camponês (EMC)

Demonstração Prática (DP)

Visitas de Estudo

Dias de Campos

Reuniões

c) Métodos de Massas

Segundo MONTEZ (2005) os meios de comunicação de massas visam atingir as

pessoas em massa, isto é, um número significativo e indeterminado de pessoas. Eles

não permitem o contato direto entre o extensionista e seu público, mas apresentam

um custo unitário bastante baixo pelo grande número de pessoas atingidas e pela

rapidez com que as mensagens chegam até ao público.

Televisão

Rádio Comunitária

Quadros e Exposições

Feiras

2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane

a) Escola na machamba do camponês

Segundo FILIMONE (2011), Escola na Machamba do Camponês dos Produtores

Treinados para os produtores não Treinados, no Distrito de Matutuine este modelo Escola na

Machamba do Camponês (EMC) tem como objectivo o resumo do esforço do processo de

transformação de tecnologias; capacitação dos produtores em matérias de tomada de decisão

para o maneio de culturas e produção; na contribuição da minimização dos custos de

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maximização dos benefícios para aumentar as suas rendas familiares; na facilitação da

interacção e troca de experiencias entre produtores de modo a promover iniciativas locais.

O mesmo autor ainda afirma que a escola na machamba do camponês procura mostrar

aos produtores uma série de pacotes tecnológicos para uma determinada cultura, ensinando

as etapas necessárias para produção desta cultura, para que eles possam melhorar a sua

produção e garantam a segurança alimentar para o seu agregado familiar.

Sendo que esta metodologia uma das mais recentes práticas de extensão introduzida

nos países em via de desenvolvimento, tendo sido introduzida em Moçambique a dez anos,

estando a ser massificada a oito anos pelo Programa Nacional de Segurança Alimentar, esta

que traz uma abordagem de formação treinamento e disseminação das novas tecnologias

agrárias que são usadas para capacitar os camponeses com a expectativa de que os treinados

partilhem os conhecimentos adquiridos com outros camponeses não treinados, estes que tem

como pressuposto de partilha dos conhecimentos entre os treinados e os não treinados visar

garantir uma rápida difusão de informação, aumentar a cobertura dos serviços prestados pela

extensão agrária bem como abordagem participativa de treinamento que pode ser

considerada como uma estratégia de extensão e de educação de adultos baseada no princípio

de que os camponeses aprendem melhor vendo e experimentando.

FILIMONE (2011) conclui referindo que a metodologia de (EMC) consiste em um

grupo formado por 20 – 30 camponeses do mesmo povoado ou de povoados vizinhas que se

reúnem regularmente sobre orientação de um facilitador, durante o ciclo completo duma

cultura, desde a sementeira até a colheita, s propósito do treinamento é de experimentar

novas práticas sendo que o propósito é melhorar a produção como principal foco na criação

da capacidade nos produtores e tomar decisões.

Segundo FILOMONE (2011) salienta que a Escola na Machamba do Camponês não

trata do desenvolvimento de tecnologias, mais do processo a nível local e de

desenvolvimento das pessoas. Este processo consiste em juntar os agricultores para que

possam melhor identificar os seus problemas e encontrar os meios para poderem resolver,

criando capacidades nos agricultores através do fortalecimento dos seus conhecimentos para

que sejam conhecedores dos processos de produção que ocorrem nas suas machambas. Os

agricultores com o apoio dos extensionistas decidem o que é relevante e mais urgente estudar

no âmbito de uma Escola na Machamba do Camponês desta maneira, assegura-se o interesse

do grupo porque o tema responde a prioridade verdadeira identificada pelo próprio grupo.

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Por isso, cada ECM é diferente e única, porque tem as suas próprias necessidades e

oportunidades e tem conteúdos próprios.

O mesmo autor salienta ainda que cada ECM tem uma parcela de 1000-1500m que

constitui a ferramenta principal de aprendizagem. A machamba não é um campo

demonstrativo é um laboratório vivo onde os agricultores estudam, e ensinam novas técnicas

durante o ciclo completo de produção da cultura, onde eles avaliam o mesmo os resultados

antes de aplica-los nas suas machambas.

b) Campo de Demonstração de Resultados (CDR)

Segundo GASPAR (2010), Campo de demonstração de Resultados (CDR) é uma farma

preparada ao lado de uma outra farma na qual os camponeses cultivam com os métodos ditos

rudimentares ou arcaicos. Nos CDRs os extensionistas cultivam com base nos pacotes

tecnológicos. Por outras palavras é lá onde os extensionista aplicam as tecnologias agrícolas,

sendo que o objectivo deste processo de trabalho é que no final da colheita os camponeses

estejam convictos de que as tecnologias demonstradas no CDR são mais rentáveis em

relação aos métodos (considerados rudimentares pelos extensionista) por si usados. Portanto,

dá-se por terminada o processo de transferência de tecnologias, quando os camponeses

aceitam adoptar as técnicas ou os insumos agrícolas demonstrados pelos extensionistas, este

processo dá-se durante o período em que decorre uma campanha agrícola.

Conclui GASPAR dizendo que Campo de Demonstração de Resultados é uma unidade

de produção agrícola que visa demonstrar a curto e médio prazo as técnicas de produção,

através de técnicas racionais utilizadas na agricultura, a importância de uma boa

administração de propriedade. Combinando os factores de produção, que objectiva

maximizar os lucros e minimizar os custos, bem como elevar o nível de vida familiar.

Este método tem sentido educativo para os agricultores que constitui em centro de

aprendizagem de novas formas de produção, para eles aprenderem novas técnicas de

produção e não beneficia apenas só os agricultores locais, como também para os agricultores

de outras áreas circunvizinhas.

c) Feiras

Segundo RUAS E.D (2006) Uma feira é, no fundo, um mercado, um espaço onde os

vendedores expõem os seus produtos e os compradores vêm comprar aquilo que precisam.

Mas uma feira é mais do que um simples mercado onde uma pessoa vai vender ou comprar o

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seu produto. É um mercado especializado, geralmente à volta de um tema, por exemplo a

Feira de Pesca, a Feira de Habitação, ou a Feira Agrícola.

RUAS salienta que as feiras oferecem oportunidades de negócio aos seus participantes, para

os produtores de tecnologias e seus agentes, a feira é um lugar onde encontram os seus

clientes obtêm informação sobre as necessidades e exigências do agricultor. É esta

informação que lhes permite inovar o seu produto ou desenvolver novos produtos. A

promoção da feira tem como objectivo assegurar uma boa participação dos agricultores

compradores e vendedores.

Para o agricultor, a feira é um sucesso quando consegue satisfazer as necessidades do

seu cliente e com qualidade, tendo as variedades da sua preferência e a um preço acessível.

Para o vendedor, a feira é um sucesso quando ele conseguir vender o seu produto. A

promoção da feira deve ser uma actividade contínua durante toda a preparação da feira, a

partir da identificação dos locais mais afectados, e deve ser continuada em todos os

encontros com a comunidade, com os potenciais beneficiários, com os armazenistas e com os

agentes de semente certificada (RUAS, E.D ate al 2006).

d) Reuniões

De acordo com DOYLE (1998) reunião é um método simples, de alcance grupal,

planeado, realizado junto a um público que possui interesses e objectivos comuns e que

desejam solucionar os problemas por meio da troca de ideias, conhecimentos, informações

para que possa contribuir para o encaminhamento das soluções, tomada de decisões e

assumir compromissos referentes aos problemas comuns do grupo, enfocando os seguintes

Objectivos, motivar a comunidade na gestão do seu próprio desenvolvimento, desenvolver o

espírito associativista e estimular a cooperação mútua, avaliar os trabalhos e os métodos

realizados pelos extensionistas juntos com os agricultores, sensibilizar os agricultores a

pautar por uma nova forma de produção, conscientizar e mobilizar sobre problemas e as suas

respeitavas soluções fortalecer as formas organizacionais existentes.

A reunião nunca é utilizada de uma forma isolada mais sim dentro de uma estratégia, a

reunião nunca é realizada isoladamente, mas fazendo parte de uma combinação de outros

métodos e meios de comunicação. Na acção extensionista, o método de reunião também

ocorre em situações com objectivos mais amplos, como estudo de realidade, planeamento

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participativo, apresentação dos planos de trabalho para autoridades e lideranças (reunião de

sede) e para avaliação participativa (Idem)

Finaliza DOYLE (1998) afirmando que as reuniões poderão ocorrer em ocasiões em

que é aconselhável recorrer a técnicas de condução de grupos, mais específicas, com

estrutura de desenvolvimento bem definido. Em função do tipo de reunião a realizar e dos

objectivos a serem atingidos, deve ser seleccionado o público que participará. O

extensionista, na maioria das vezes, é coordenador ou facilitador da reunião.

e) Rádios Comunitárias

Segundo (LOPEZ, s/d) rádio comunitária é um meio de comunicação de massas que

faz com seja especialmente adequado para a transmissão de informação podendo este meio

ser considerado a sua função principal, ele tem condições de transmitir a informação com

muita rapidez que qualquer outro meio de informação.

A rádio foi o primeiro dos meios de comunicação de massas que deu imediatismo a

notícias devido a possibilidade de divulgar os factos no exacto momento em que ocorrem;

entre os meios de comunicação de comunicação de massas a rádio é mais popular e o de

maior alcance público constituindo, muitas vezes no único a levar a informação para

populações de vastas regiões que ainda hoje não tem acesso a ouros meios de comunicação,

seja por motivos geográficos, económicos ou culturais. Referi ainda o autor que este meio de

comunicação possui um status devido ao factor importante e congregado: pela sua natureza

físico-psicológico o facto de ter o homem a capacidade de reter a mensagem falada

simultaneamente com a execução das suas actividades (LOPEZ, s/d).

Dos restantes meios de comunicação de massas, a rádio é o mais privilegiado devido as

suas características intrínsecas, entre elas podendo destacar a linguagem oral, a mobilidade, o

baixo custo, o imediatismo, e a instantaneidade, sensorialidade a autonomia. Por exemplo,

estima-se que haja nos países menos desenvolvidos na África Ocidental, o número de

estações de Rádios Comunitárias subiu de cinco para 72 entre 1991 e 1998. Conclui dizendo

que quando a programação da rádio é relevante tratando dos assuntos que tocam a

sensibilidade do agricultor, os ouvintes tendem a lembrar-se das ideias abordadas para a

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resolução dos seus problemas, factos e debatem-nos com os amigos e familiares. Este pode

ser o alicerce de um processo complexo que envolve uma maior consciencialização e

mudança de comportamento, permitindo aos indivíduos e seus familiares enfrentar melhor os

desafios que se colocam as suas actividades pois não devem ignorar este meio eles precisam

de usa lá, como um recurso para a resolução dos seus problemas (Idem).

2.4. Contributo dos métodos de extensão rural no melhoramento da

produção da cultura de couve

Segundo CASTELLS (2003) A missão essencial da instituição de extensão rural é criar

situações dentro das quais as pessoas se desenvolvam educacionalmente e como cidadãos.

Esse desenvolvimento é um processo activo por parte de quem é beneficiário. Assim sendo,

é fundamental que o público atendido se interesse pelo que está em pauta, colocando sua

força mental, esforço físico e envolvimento. As pessoas aprendem, se conscientizam e

descobrem melhor seu próprio caminho por diferentes modos: alguns ouvindo, alguns

vendo, alguns fazendo e outros através da discussão. Diferentes métodos de ensino e

extensão são mais efetivos em determinadas situações, em diferentes estágios do processo de

desenvolvimento, tais como diagnóstico, priorização, planeamento, execução, adoção ou

avaliação. Além do mais, cabe ressaltar, que as pessoas não aprendem na mesma velocidade.

Segundo CASTELLS (2003) é provável que alguns agricultores estejam em determinado

estágio de experimentação de uma nova prática e querendo conhecer os detalhes de como

fazer, enquanto outros estão apenas inicialmente interessados. Por essas razões, em

determinadas situações, o uso de uma variedade de métodos de ensino é mais efectivo que

outros.

Em sua rotina de trabalho, o extensionista rural avalia qual o melhor método de trabalho,

de acordo com os objetivos traçados e a realidade local. Geralmente, os métodos mais

complexos, tanto clássicos como participativos, são os que conduzem aos resultados mais

positivos. Outras vezes, é o método mais simples que produz os melhores resultados. Cabe

ao técnico, analisando o público, os objetivos, os recursos disponíveis, o tipo de mensagem e

os métodos, decidir pela melhor ou mais adequada metodologia a ser utilizada. Para isto

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existe uma significativa diversidade de métodos. E existem meios de comunicação que

permitem a concretização dos resultados da forma mais rápida e eficaz (Idem)

Segundo FARIA (1999), A introdução desses modelos de extensão não preconizava o

desenvolvimento rural, tendo como principal propósito a difusão de tecnologias trazidas dos

extensionista aos agricultores. Esse modelo de Extensão Rural deve ter sua prática sustentada

nos paradigmas da educação tradicional e tecnicista, que deve ser entendido pelo

extensionista o detentor do saber, e o agricultor um mero receptor desse conhecimento. O

extensionista é considerado um agente de mudanças tecnológicas que vende tecnologia aos

agricultores, demonstrando e ensinando como ela deve ser utilizada, que as metodologias

participativas são iniciativas de educação popular, pois objectivam a tomada de consciência

ou empoderamento, através de um processo de aprendizagem colectivo. Na adopção de

tecnologias, consideram-se quatro categorias de importante, classificados de acordo com o

tempo que levam para adoptar tais tecnologias:

Os inovadores, aqueles que estão predispostos a adoptar novas ideiam e a assumir os

riscos dessa adopção;

Os adoptadores rápidos, ou seja, os grupos que seguem o exemplo dos inovadores,

entre os quais se encontram os líderes de opinião, bem vistos e respeitados na

comunidade;

Os adoptantes da maioria, grupos que exigem comprovação da adopção pelos

demais produtores e, por fim.

Os retardatários, grupo social normalmente constituído dos mais tradicionais,

apegados aos costumes, que, mesmo quando adoptam determinada tecnologia, o

fazem tão tardiamente em relação aos demais que não conseguem compensar os

investimentos organizacionais.

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CAPÍTULO III

3. METODOLOGIA

Para responder o problema de pesquisa, este capítulo faz a descrição do local de estudo,

indica o tipo de pesquisa, apresenta a técnica de colecta dos dados, amostra a variável de

análise, aborda a delimitação da amostra e culminando por evidenciar o método de análise

dos dados.

3.1. Descrição da área de estudo

Segundo o Plano Municipal de Gestão Ambiental do Município de Inhambane (PMGA,

2009), Diz que o Município está localizado na zona central da província de Inhambane. Está

limitado a norte e oeste pela Baía do mesmo nome, a sul pelo distrito de Jangamo, a este pelo

oceano Índico. O município da cidade de Inhambane situa-se a cerca de 480 quilómetros a

norte de Maputo e dista 30 quilómetros da estrada N1, e a sua superfície total é de 192

quilómetros quadrados incluindo a parte líquida, com uma população de 63.867 habitantes.

Esta população encontra-se distribuída por 22 bairros e uma Localidade (Ilha de

Inhambane), dedicando-se maioritariamente à actividade agro-pecuária, pesca e comércio. O

município é, além de tudo, turístico com belíssimas praias o que tem atraído muitos turistas

nacionais e estrangeiros, com destaque para as praias de Barra, Tofo, Tofinho e Rochas

(PMGA, 2009).

O distrito de Inhambane, de características urbanas, tem um padrão e tecido rico que

abrange áreas urbanas, semi-urbanas e rurais, e este é constituída pelos seguintes bairros:

Balane I, Balane II, Balane III, Liberdade I, Liberdade II, Liberdade III, Chalambe I,

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Chalambe II, Muelé I, Muelé II, Muelé III, Marrambone, Mucucune, Chemane, Conguiana,

Malembuane, Guitambaturo, Nhamua, Josina Machel, Machavenga, Salele, Siquiriva e Ilha

de Inhambane.

a) Clima

O clima do Município de Inhambane é do tipo tropical húmido modificado pela

altitude, caracterizado por épocas frias e muito chuvosas, o que torna as condições

meteorológicas locais muito próximas ao dos continentes Europeu e Americano. A

temperatura média mensal máxima é de 26,97ºC e a mínima é de 20,30C e a precipitação

média anual é de 926,8mm. No que refere à hidrologia há que destacar os rios Guiúa e

Salela, para além, de várias lagoas, tais como: Chivanene, Cumbe e Pembane. (P.M.G.A,

2009)

b) Solos

Solos são uma mistura de matéria inorgânica e de compostos orgânicos, esta

composição tem muita influência na sua função tanto como meio de circulação de fluidos

assim como na interacção com compostos químicos presentes nesses fluidos. A mesma

composição define largamente o potencial para o uso de solos para agricultura e outros fins.

(P.M.G.A, 2009)

Em termos gerais na província de Inhambane, distinguem-se 3 maiores agrupamentos

de solos nomeadamente os solos de mananga (ocupando o interior da província); solos

argilosos vermelhos (maioritariamente no distrito de Inhassoro); e os solos arenosos-fase

dunar (ao longo da zona costeira onde a Cidade de Inhambane é parte integrante), (P.M.G.A,

2009).

3.2. Descrição da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane

A equipe de extensão do Distrito de Inhambane desde 1986 e é composta por cinco (5)

extensionistas dois quais três (3) são homens e os restantes dois (2) são mulheres, e dos três

são técnico médios e dois são técnicos superiores. Supervisor da equipe cuja as

responsabilidades: monitorar todas as actividades realizadas pela equipe de extensão; ajudar

a solucionar problemas específicos detectados pelos extensionistas e que a sua solução não

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ao alcance dos extensionistas, servir de ponte entre a equipe de extensão e o centro de

pesquisa de Inhacoongue

3.3. Amostragem

Segundo POCHINHO (2009) define Amostra como sendo um subconjunto retirado da

população, que se supõe ser representativo de todas as características da mesma, sobre o qual

será feito o estudo, com o objectivo de serem tiradas conclusões válidas sobre a população.

A selecção de pessoas a serem entrevistadas baseou-se na técnica da Amostra aleatória

Simples, esta que é bastante preciso e apresenta todos os elementos da população com

probabilidade de serem escolhidos para fazer parte da amostra. O processo consiste em

seleccionar uma amostra “n” a partir de uma população “N”. Geralmente a selecção é feita

sem reposição e cada amostra é feita de unidade a unidade até que se atinja o número pré-

determinado, (MONTENEGRO, s/d).

A Baixa de Chalambe encontra se localizada no Município de Inhambane, e dispõe de

duas associações que aportam os seguintes nomes 25 de Junho e Associação amigos de

Chalambe, estas que para a sua operacionalização dependem dos 175 Produtores ou

associados, sendo os restantes 105 agricultores não fazem parte de nenhuma associação.

Estes associados e os não associados que trabalham de forma coordenada para fazerem face a

oferta de hortícolas no Município, é de salientar que esta baixa abastece quase todo

Município e a Cidade de Inhambane. Diante do supracitado ira se usar a seguinte formula

para o cálculo do tamanho da amostra da população a ser inquerida:

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n = 71.702 ≈ 72

Onde:

n: Tamanho de Amostra pretendido?

N: tamanho ou universo da população (280);

Proporção de sucesso (0,5);

: proporção de fracasso (0,5);

: intervalo de confiança (neste caso o intervalo é de 95% o equivalente à 1.96);

: erro amostral (com valor de 10% ou 0,1 do intervalo de confiança).

3.4. Colecta de dados

Na colecta de dados usou-se as entrevistas semi-estruturadas, observação directa e

Pesquisa Bibliográfica, esta que é feita a partir do levantamento de referências teóricas já

analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos,

páginas de websites, isto é, qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa

bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto

(FONSECA, 2002).

De referir que para o trabalho de campo que consistiu a colecta de dados, este realizou-

se no Distrito de Inhambane concretamente na Baixa de Chalambe no mês de Novembro,

com uma meta diária de 10 a 11 Inqueridos por dia, de salientar que contou-se com a

colaboração do representante das associações para que o trabalho se tornasse mais célere.

Durante a recolha de dados baseou-se na técnica de observação directa e entrevistas semi-

estruturadas, esta que consiste na combinação de perguntas abertas e fechadas, onde o

informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto (TOMAR, 2007).

No que tange as entrevistas semi-estruturadas que consiste em perguntas abertas e

fechadas usou-se questionário individual vulgo “inquérito”, este que facilitou a obtenção de

informação sobre o assunto ou problema em estudo por parte do entrevistado devido a

simplicidade e a falta de pressão do inquerido, no entanto tomaram-se devidas precauções

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para que não saturasse o entrevistado, visto que optou-se no uso de uma linguagem clara e

concisa para facilitar a percepção do entrevistado.

As entrevistas variaram de 10 a 15 minutos por cada entrevistado, para dar mais

liberdade do inquerido se expressar livremente. É de referir que as entrevistas foram feitas

individualmente e isoladas dos outros de modo a não influenciar as respostas dos outros

entrevistados. Todavia a participação foi voluntária e sem nenhuma pressão.

De acordo com GIL (2006), a entrevista semi-estruturada é desenvolvida a partir de

uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redacção permanece invariável para todos os

entrevistados, que geralmente são em grande número. Aqui, o entrevistador tem a liberdade

para desenvolver cada situação, usando um roteiro de tópicos relativos ao problema a ser

estudado

3.5. Análise de dados

Depois de ter feito o levantamento dos dados através das entrevistas semi-estruturadas,

observação directa e pesquisas bibliográficas descreveu-se os resultados por meio de

gráficos, tabelas, e simples descrição. Ainda os mesmos foram codificados com base nos

formulários das entrevistas e introduzidos electronicamente usando o pacote estatístico Excel

2007. De salientar que no desenrolar dos resultados houve uma necessidade de envolver

variáveis estatísticas como: média.

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CAPITULO IV

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente capítulo são apresentados os resultados alcançados com o estudo

desenvolvido. Este capítulo corresponde aos objectivos de estudo, faz-se a caracterização dos

agricultores da Baixa de Chalambe:

Caracterização dos agricultores da baixa de Chalambe

Gráfico n°1: representa o sexo que mais pratica agricultura na baixa de Chalambe

Fonte: Autor 2015

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De acordo com os resultados do estudo, mostram que do total dos 72 agricultores

inquiridos, A categoria dos agricultores apresenta maior número do sexo feminino 72,22%

contra 27,78% do sexo masculino.

Esta informação e sustentada pelo PEDSA (2011-2020) sustenta que a agricultura

emprega 90% da forca laboral feminina do país e 70% da forca laboral masculina.

Gráfico n°2: representação das categorias dos agricultores que operam na baixa de

Chalambe

Fonte: Autor 2015

Do total dos 100% dos agricultores inquiridos na baixa de Chalambe 78% são

pequenos agricultores e os restantes 22% são médios agricultores. Isto suporta os resultados

da categorização que é dada por FAEF (2001) citado por Ibraimo (2005), esta classificação

leva em consideração o tamanho das áreas exploradas pelos agricultores e agrupa em 3

categorias:

Pequenos agricultores, são aqueles que exploram 0,25-3 ha;

Médios agricultores, exploram áreas de 3 a 20 ha;

Grandes agricultores, exploram mais de 20 ha

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Práticas culturais no cultivo da couve na baixa de Chalambe

Dos 100%, dos agricultores inquiridos que produzem a cultura de couve nesta baixa afirmam

que a produção desta hortícola era sazonal, apenas produzia-se no período do inverno por ser

uma cultura que para o seu desenvolvimento exige uma temperatura de 15 a 25 graus, mais

actualmente eles produzem uma variedade de nome couve folha por ser uma variedade que é

tolerante a altas temperaturas, afirmam que para a produção desta cultura eles primeiro

preparam os canteiros onde será o campo definitivo, mais antes de preparem o campo

definitivo eles laçam a semente num local que tem o nome de viveiros mais ou menos um a

dois metros, enquanto vai se desenvolvimento vão preparando o campo definitivo onde serão

colocadas as plântulas da couve, após um mês as sementes terem brotadas e o aparecimento

das plântulas e o campo ter sido preparado fazem o transplante para o canteiro já preparado,

e os seus canteiros tem em média 10 a 12 metros de comprimento e 1,5metros de largura e

produzem em forma de linha com uma separação de plantas de 20 a 25 centímetros.

Após esses todos processos fazem um controle e aplicam um insecticidas e pesticidas

como forma de controlar as pragas e doenças, e salientam ainda que esta cultura exige muita

quantidade de água portanto fazem duas regas ao dia, uma nas primeiras horas da manhã e

outra no fim do dia.

Finalizando afirmam que esta cultura leva 80 a 110 dias para a sua colheita e as folhas

são colhidas começando com as situadas em baixo do caule, não se deve remover muitas

folhas para não influenciar negativamente no processo de crescimento da planta.

Para o combate de doenças e pragas que atacam a cultura durante o processo de

produção os agricultores usam duas formas de combate que são: controlo químico, biológico

e rotação de culturas e, no controlo químico usam Maconzebe, e no controlo biológico usam

piri-piri que misturam.

Os agricultores da baixa de Chalambe convergem com FILGUEIRA (2003) onde

salienta que produção da couve é normalmente conduzida por alguns tratos culturais segundo

as recomendações convencionais, desde o preparo e correcção do solo, adubações orgânica e

química, até o controle de pragas e doenças a colheita é iniciada e esta cultura leva desde a

sua produção a colheita dos 80-90 dias do transplante, durando um período de oito meses,

refere-se ao padrão de 25-30 cm de comprimento para comercialização de folhas de couve.

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Métodos usadas pela Extensão Rural para o melhoramento da Produção da Cultura de

Couve na baixa de Chalambe

De acordo com os Serviços distritais de actividades económicas do distrito de

Inhambane (SDAE) deram a saber sobre os Métodos usados para o melhoramento da

produção da cultura de couve no distrito de Inhambane. Estes métodos dividem-se em três

grandes grupos, que são métodos Individuais, métodos de grupos de camponeses e métodos

de massas, os mais usados pelo (SDAE), concretamente na área em estudo são: Escola na

Machamba do Camponês, Campo de Demonstração de Resultados, Rádios Comunitárias,

Feiras e Reuniões. Pois o (SDAE) salienta que um Método de extensão rural tem em vista a

introdução de novas formas de produção com vista ao melhoramento e crescimento

económico do agricultor, contribui para a redução da pobreza e facilita na introdução de

novas técnicas e tecnologias de produção.

Escola na machamba do camponês

Segundo os camponeses inquiridos na Baixa de Chalambe sobre o funcionamento do

método da Escola na Machamba do camponês, afirmam que consiste em os extensionistas

disseminarem novos tipos de tecnologias, técnicas de produção e o uso de sementes

melhoradas com vista ao melhoramento da produção e da produtividade, estes deram ainda a

conhecer que o método para a sua operacionalização os agricultores passam por uma

formação na qual a aprendizagem é baseada e realizada na machamba onde os agricultores

trabalham em pequenos subgrupos constituídos por 20 a 25 agricultores visto que não se

podem fazer todos presentes para permitir uma melhor aprendizagem.

Os mesmos recolhem dados sobre o campo, analisam, tomam decisões activas baseadas

nas análises feitas e posteriormente apresentam suas decisões aos extensionista e outros

produtores que pertencem a escolas na machamba do camponês para serem censuradas e

adoptadas, em caso de algumas dúvidas eles procuram os outros colegas para poderem

satisfazer as suas dúvidas.

Os agricultores divergem com o GASPAR (2013) onde salienta que Escola na

Machamba do Camponês não é uma metodologia de disseminação de novas tecnologias mais

sim uma metodologia participativa de capacitação baseada nos princípios de educação de

adultos (aprendizagem por descoberta), pois em onde os camponeses aprendem fazendo,

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observam, analisam, trocam experiencias e tomam decisões para resolver os seus problemas

individuais e da comunidade.

Diz ainda o mesmo autor que Escola na Machamba do Camponês é um processo

dinâmico de capacitação do camponês. A partir dos seus conhecimentos e experiencias

relacionadas com o maneio das culturas, os agricultores aprendem através das técnicas

experimentais e participação a tomar decisões sobre o melhor uso de recursos disponíveis

(Idem).

Campo de demonstração

Os agricultores da baixa em estudo deram a saber que o método de Campo de

Demonstração de Resultados (CDR) consiste nos agentes de extensão rural produzirem no

mesmo campo com agricultores, os extensionista usam novas técnicas de produção e os

agricultores usam as técnicas rudimentares procurando levar os agricultores a mudarem das

suas técnicas para as técnicas disseminadas pelos agentes de extensão como forma de obter

melhores rendimentos.

Os agricultores afirmam que as técnicas disseminadas pelos extensionistas são eficazes

na medida em que numa pequena porção de terra conseguem uma boa produção e

produtividade, contudo o campo de demonstração é usado para que possam influenciar os

agricultores a mudar de atitude e adiram as técnicas disseminadas pelos técnicos.

Outrossim e o facto de esta técnica permitir com que os agricultores observem os

resultados na qual os extensionista obtêm e optarem pelo uso das novas tecnologias como e o

caso de novos híbridos disponíveis, compassos a ter em conta e a fazerem o transplante e

controle de pragas e doenças da cultura de couve.

Pois os agricultores convergem com o pensamento do GASPAR (2010) na medida em

que salienta, que Campo de Demonstração Rural é um método educativo, usado para

mostrar, a aplicação prática de uma técnica ou de um conjunto de técnicas, cujas vantagens

já tenham sido previamente estabelecidas e comprovadas nas condições locais, pela

experimentação. A demonstração de resultados objectiva levar um produtor a realizar uma

ou várias práticas, usando as técnicas que se quer introduzir, em condições que permitam a

ele comparar os resultados assim obtidos com os resultados da testemunha (práticas usuais

da comunidade).

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Feiras

Os agricultores afirmam que as feiras servem como um ponto de encontro para

divulgação dos seus produtos, aquisição de sementes melhoradas e troca de experiencias com

outros agricultores bem conceituados na área de produção de hortícolas no geral, permite-

lhes com que estejam em contacto com os seus consumidores e isto traz uma mais-valia

porque sente-se mais motivados para produzirem mais, pois as perdas dos seus produtos são

bastante reduzidas, e as feiras são realizadas de uma forma ordeira sendo agendadas pelos

extensionistas.

Dizem os agricultores ainda que as feiras são realizadas de 15 em 15 dia no mercado de

Giua que dista a escassos quilómetros da sua área de produção e normalmente tem tido um

tema em destaque, pois os dias das feiras devem ser sempre do consenso de todos e deverão

ser respeitados os aspectos religiosos ou as festividades locais, mais as feiras têm-se

realizado nas sextas-feiras pelas primeiras horas da manha.

Salientam ainda os agricultores que estas feiras não são apenas realizadas pelos

agricultores da Baixa de Chalambe, mais fazem se presentes agricultores das outras baixam

tais como de Condjane, Jangamo, Chihenguene e Muéle. As Feiras Agrícola, por exemplo,

atraem agricultores, produtores de sementes, agentes de tractores, vendedores de charruas,

moinhos de vento e moageiras, comerciantes, etc. São estas pessoas especiais que tornam a

Feira um ponto de encontro, onde o agricultor se informa sobre novas variedades e

tecnologias, onde compartilha experiências com outros agricultores e onde se iniciam

contactos para novos negócios.

Os agricultores da Baixa de Chalambe convergem com o RUAS, pois ele sustenta que

as feiras agrícolas e negócio são uma plataforma de intercâmbio nos sectores da agricultura e

pecuária, é um espaço singular onde serão reunidos fornecedores consumidores, com a

exposição dos insumos agrícolas, equipamentos, produção agrícola, banca, compradores, a

troca de experiências com perspectiva no desenvolvimento do sector agrícola.

Conclui afirmando que pretende-se deste modo gerar intercâmbio de conhecimentos

entre os participantes, tendo em vista a produção de resultados conducentes a uma boa

produção e produtividade, do pensamento, da comercialização por meio do uso de assistência

técnica qualificada, serviços financeiros adequados, sementes, mecanização, uso de

agroquímicos apropriados, sementeira a tempo útil (RUAS, E.D et al, 2006).

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Reuniões

Dos 100% entrevistados da baixa de Chalambe deram a saber que as reuniões são

realizadas de baixo de uma árvore grande onde possa permitir uma maior participação ou

seleccionam uma machamba d um agricultor onde tem uma sombra para permitir que

possam se discutir de melhor forma os assuntos em debate.

Nas reuniões tratam de problemas que apoquentam os agricultores nas suas machambas

e os extensionistas ou agentes da agricultura procuram mostrar os métodos de combate,

salientam ainda os agricultores que tem tido reuniões na própria Sede do SDAE num espaço

que ostenta o nome de espaço verde, e geralmente quando as reuniões têm-se realizado no

SDAE tem sido sempre no início da campanha de produção onde são debatidos vários

assuntos, e tem vindo agricultores doutras baixas circunvizinhas uma vez que o distrito tem

três baixas, a baixa de Chihenguene, Condjane e Muéle a respeitava baixa em estudo.

Os agricultores vão a linha do pensamento do DOYLE (1998) pois sustenta que as

reuniões têm a capacidade de solucionar mais rápido os assuntos complexos por ser um

espaço de socialização de conhecimentos, o encontro de novas pessoas com diferentes

experiencias possibilita a sinergia entre diferentes conhecimentos para a sua regulação de

problemas, pois apresentam pontos de vistas sobre um determinado assunto, discussões em

grupos apresentam mais rendimento.

Salienta DOYLE (1998) que o resultado das reuniões é uma reflexão colectiva que

possibilita discussões mais profundas sobre o tema e cientificamente é comprovado que as

decisões tomadas em grupo estão sujeitas a menos erros do que aquelas feitas por apenas

uma pessoa.

Rádios Comunitárias

Segundo SDAE afirma que no Distrito há um programa do emissor Provincial que trata

sobre os assuntos Agropecuárias, visto que as Rádios tem uma maior abrangência e permite

que o agricultor possa práticar as suas actividades escutando os programas, pois o SDAE

entra em discordância com os agricultores porque afirmam que não existe nenhuma rádio

comunitária no distrito que trata dos assuntos relacionados com agricultura e nem no emissor

provincial, apenas afirmam que o único programa que eles têm escudo e a voz do

extensionista que passa na rádio Moçambique no emissor nacional todas Terças-feiras pelas

cinco horas da manha.

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As ideias do SDAE vão em consonância com (LOPEZ, sd) onde diz que os meios de

Comunicação no caso específico das Rádios Comunitárias permitem alcançar maior

audiência que qualquer outro meio. Por exemplo, estima-se que haja nos países menos

desenvolvidos 94 receptores de rádios por cada mil pessoas, dez vezes mais que o número de

televisores ou cópias de jornais diários disponíveis.

Porém os programas da rádio comunitária são de baixo custo, rápidos e fáceis de

produzir, a rádio pode alcançar as pessoas que estejam isoladas por causa da língua,

localização geográfica, conflito, analfabetismo e da pobreza.

4.1. Contributo dos

Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da produção da

Cultura de Couve.

Dos 100% agricultores inquiridos afirmam que um método de extensão rural, é

importante para o crescimento económico e para a redução da pobreza, especialmente para

os agricultores de subsistência quer sejam homens ou mulheres, incluindo os agregados

chefiados por mulheres e desfavorecidos, através do aumento` da produção agrícola e da

produtividade por via da elevação firme da eficiência na produção e a provisão de novas

tecnologias e inovações.

FARIA (1999), sustenta que o trabalho do extensionista para a sua efectivação deve ter

como alicerce os métodos de extensão pois é através desses que servem como aporta de

transferência de novas tecnologias de produção ao agricultor. Estes servem de base para a

elaboração de um cronograma com as diferentes estratégias de acções que busquem valorizar

as potencialidades da propriedade e do produtor, contando com o apoio de um serviço de

extensão que disponha de uma equipe multidisciplinar para as orientações.

Métodos de extensão rural são usados para introdução de novas técnicas e tecnologias de

produção como o conjunto de processos que conduzem a geração e transferência de novos

conhecimentos e tecnologias úteis para responder à novas necessidades, demandas e para

resolver problemas e constrangimentos específicos que afectam o sector produtivo e

mercados (Idem).

4.1.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural

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Diante da tabela abaixo ilustrada é possível verificar que dos 100%, dos agricultores

inqueridos da baixa de Chalambe derem a saber que os métodos, mais aderidos são seguintes

métodos: Reuniões com uma percentagem de 90,3% de aderência, pois estes métodos de

reuniões discutem-se assuntos bastantes relevantes e as suas soluções com vista ao

melhoramento da produção da produtividade, o método de Feiras do total dos 100 %

inqueridos às feiras possuem uma percentagem de 94,4% de aderência pois as feiras

permitem uma maior interação e divulgação dos seus produtos. Em relação aos restantes

métodos de extensão rural no caso específico do CDR dos 100% inqueridos mostram que

58,3% aderem pois os agricultores defendem ser um método que possibilita os extensionistas

levarem os agricultores a mudança de comportamento sobre uma nova forma de produção,

pois os restantes dois métodos em termos percentuais dos dados recolhidos no campo para a

o caso concreto do método EMC 23, 6% aderem a este método devido aos conteúdos

abordados, e por ser um método que por sua natureza tem em vista a educação de adultos

ondem podem sanar algumas duvidas que possam possuir durante o processo de produção e

que seja um momento ideal para a sua melhor perceção, com vista aos melhores resultados

durante o processo de produção. Em relação ao método Radio comunitária do tal dos 100%

inqueridos 0% aderem a este método por tratar dum método que simplesmente não se faz

sentir no distrito e por tratar de assuntos de produção duma forma generalizada.

Tabela nº2: Representação dos agricultores que aderem aos métodos de extensão rural

Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)

E.C.M 17 23,6%

C.D.R 42 58,3%

Reuniões 65 90,3%

Feiras 68 94,4%

Rádios Comunitários 0 0%

Total dos agr. Inqueridos 72

Fonte: Autor 2015

Diante da tabela abaixo ilustrada constatou-se que dos 100% dos agricultores

inquiridos sobre métodos usados para o melhoramento da produção da cultura de couve no

distrito de Inhambane, concretamente na baixa de Chalambe numa percentagem de 9.7% não

aderem ao método Reuniões pois eles dizem que não enfrentam nenhum problema nas suas s

machambas e que possam solucionar com a presença dos actores de extensão rural, enquanto

5,55% não aderem ao método de feiras dos pois eles alegam que por vezes eles não vem a

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necessidade de la se fazerem presentes porque eles já têm os seus compradores já definidos e

quando chegam o memento da feira não possuem produtos para la exporem.

Para o caso do método escola na machamba do camponês 76,4% dizem não aderirem

a este método porque é bastante ariscado e muito moroso na quilo que são os seus resultados,

consideram ariscado porque para a sua realização são escolhidos alguns agricultores, visto

que não se podem fazer presentes todos os 280 agricultores de uma única vez então para fácil

assimilação dos conteúdos abordados e para a sua realizam são feitos em grupos de 20 a 30

pessoas então tornasse ariscado porque quando os agricultores trainados para os não

treinados tenham percebido mal a realização dos conteúdos e disseminem mal podem levar a

uma fraca produção e consideram que estes treinados não divulgam toda informação la

discutida.

Relativamente aos CDR numa percentagem de 41,67% afirmam não aderem pois não

vêm a necessidade de aderirem pois mesmo com as suas respeitavas técnicas rudimentais

tem obtido bons resultados, e devido fraca distribuição dos serviços de extensão rural, em

relação a radio comunitária dos 100% enqueridos 0% da população diz não aderir a este

método pois não vêm a necessidade porque no distrito não possui nenhum programa

radiofónico que trata dos assuntos relacionados com agricultura mais salientam que seria

muito importante que existisse porque a rede extensão e bastante fraca o que poderia ajudar

aos agricultores na solução dos seus problemas.

Tabela nº3: Representação dos agricultores que não adere aos métodos de extensão rural

Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)

E.C.M 55 76,4%

C.D.R 30 41,67%

Reuniões 7 9,7%

Feiras 4 5,55%

Rádios Comunitários 0 0%

Total dos agr. Inqueridos 72

Fonte: Autor 2015

Diante dos resultados acima ilustrados sobre o nível de aderência dos métodos de

extensão pode se verificar que o contributo ainda é um pouco fraco, apesar de quase uma boa

percentagem dos agricultores já estar a aderir a estes métodos pois isto deve se a factores

culturais onde estes agricultores ainda não querem a abandonar as suas formas de produzir

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para adoptar novas técnicas de produção, o baixo nível de escolaridade também influencia na

pecepção destes métodos de extensão rural. A fraca disseminação e o não domínio destes

métodos por aparte dos agentes de extensão rural verifica-se que estes factores acabam

influenciando duma certa forma para o fraco contributo na baixa em estudo e os fracos

rendimentos dos agricultores.

4.1.2. Constrangimentos que afectam o funcionamento dos métodos de extensão

rural no distrito de Inhambane

Vários são os problemas enfrentados pela equipe de extensão do Distrito de

Inhambane. Estes problemas estão a afectar directamente o funcionamento dos modelos de

extensão rural. Percebeu-se ao longo do estudo que os principais problemas que afectam o

funcionamento dos referidos métodos são:

Insuficiência de meios de transporte para os extensionistas: o SDAE dentro do seu

plano organizacional, tem atribuído aos extensionistas meios de transportes como bicicletas

ou motorizadas de modo a facilitar a deslocação dos extensionistas garantindo que possam

atingir maior parte dos agricultores. Com tudo, o número de motorizadas distribuído aos

extensionistas não satisfaz ao necessitado, ficando alguns extensionistas sem meios de

transporte e obrigados a usarem meios alternativos para deslocarem-se ao ponto de trabalho.

Perguntados os extensionistas sobre que meios alternativos usavam e que implicações

na falta de transporte tinham nas actividades programadas, afirmam que usam na maioria das

vezes os transportes semi-colectivos de passageiros e noutras vezes deslocavam-se a pé.

Disseram que este exercício comprometia muito o calendário das actividades, pois, os

programas traçados eram sempre compridos tardiamente.

Deficiência da capacidade técnica dos Extensionista: constatou-se com este estudo. A

fraca formação dos extensionistas em matérias relacionados com os modelos de extensão

rural, alguns extensionistas desta equipe de extensão tem ainda dificuldades em reconhecer

os princípios fundamentais dos métodos de extensão rural e em que situação aplica-los.

Também constatou-se que a poucas actividades desenvolvidas pelos extensionistas com vista

a divulgar os métodos.

Perguntados aos extensionistas sobre possíveis implicações da fraca capacitação e

divulgação dos métodos, afirmam que isto dificulta a disseminação de novas técnicas, assim

como, o processo de ensino-aprendizagem referente aos vários modelos de extensão agrária

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que os produtores encontravam-se envolvidos. Por essa razão os extensionistas limitavam-se

a implementar as orientações deixadas pelo Supervisor de equipa.

CAPITULO V - CONCLUSÃES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusão

Na realidade os métodos de extensão rural, mais usados no distrito de Inhambane na

baixa de Chalambe são devidos em três grupos que são: métodos Individuais, métodos de

grupos de camponeses e métodos de massas. Destes três grupos os mais usados são métodos

de Campo de Demonstração dos Resultados (CDR), Escola na Machamba do Camponês

(EMC), reuniões, feiras e rádio comunitária. O uso simultâneo destes três métodos de

extensão facilita a obtenção de melhores resultados, pois a escassez de recursos e a elevada

relação extensionista-produtores, faz com que o método de grupo seja o mais viável porque

apresenta a vantagem de alcançar, com poucos recursos, maior número de produtores,

comparativamente ao método individual permitindo uma interacção directa entre

extensionistas e produtores.

Conclui-se ainda que a produção da cultura de couve no distrito de Inhambane

concretamente na baixa de Chalambe os agricultores usam várias práticas culturais tais como

o preparo do solo e antes de lançarem a semente no campo definitivo fazem o lançamento

nos viveiros, como forma de obter melhores resultados e o combate a praga e doença que

fazem através de combates químicos, biológicos e rotação de culturas.

Conclui-se ainda que a hipótese: os métodos de extensão rural usados contribuem para

o melhoramento da produção da cultura da couve na baixa de Chalambe é nula, pois a baixa

onde foi realizado o estudo demonstra que todos os métodos de extensão rural são bastante

importante, mais o seu contributo ainda não se faz sentir de uma forma desejada ou ainda é

fraco devido a vários factores tais como fraca distribuição da rede de extensão rural, fraco

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domínio dos métodos por parte dos agentes de extensão rural e baixo nível de escolaridade

por parte dos agricultores.

5.2 Recomendações

5.2.1 Para o governo Distrital:

Perante a pesquisa feita na baixa de Chalambe no distrito de Inhambane e diante da

conclusão obtida seria de recomendar aos agricultores e ao governo que para obterem

melhorias na produção da cultura da couve é necessário cumprir as seguintes

recomendações

Ao governo Distrital deve procurar incentivar mais os extensionistas com meios

financeiros para poderem fazer várias demonstrações na actividade de extensão

agrícola de modo a utilizar as novas tecnologias para atrair os seus destinatários a

deixarem de usar técnicas rudimentares;

Fortificar ou ampliar a rede de extensão rural no distrito de modo a alcançar a maior

parte possível de agricultores por época;

Criar uma instituição de investigação agrária no distrito de modo a enriquecer a

capacidade de respostas na parte dos extensionistas a problemas relacionados com a

produção, diminuindo assim como a dependência do centro de investigação de

Inhacoongue, que praticamente se dedica a pesquisa de mandioca e não de hortícolas;

Incentivar a formalização de associações e também encorajar os produtores a

aderirem as associações visto que em associacoes facilmente serão abrangidos pelos

serviços de extensão rural.

5.2.2 Para os produtores

Aos produtores devem organizar-se em associações de modo a facilitar o trabalho dos

serviços de extensão no distrito assim como minimizar os custos relacionados com

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recursos humanos e materiais no campo, e facilidades de aquisição do microcrédito

por parte dos agricultores associados;

Os agricultores devem procurar acatarem as orientações dos agentes de extensão rural

como forma de ultrapassarem os seus problemas e obterem melhores resultados

durante a época de produção da cultura.

CAPÍTULO VI

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ÍNDICE

Conteúdo pag.

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

1.1. Contextualização do Tema ................................................................................................ 1

1.2. Problema de pesquisa ........................................................................................................ 2

1.3. Justificativa ....................................................................................................................... 3

1.4. Objectivos ......................................................................................................................... 5

1.4.1. Geral ............................................................................................................................. 5

1.4.2. Específicos .................................................................................................................... 5

1.5. Hipóteses ........................................................................................................................... 6

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 7

2.1. Referencial teórico ............................................................................................................ 7

2.1.1. Extensão ....................................................................................................................... 7

2.1.2. Extensão Rural .............................................................................................................. 8

2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural .......................................................................... 9

2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane .................................... 10

2.2.1. Discrição da cultura da Couve .................................................................................... 10

2.2.2. Preparação do solo ...................................................................................................... 11

2.2.3. Época de cultivo ......................................................................................................... 13

2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve........................................................ 13

2.2.5. Controle das doenças que atacam a cultura da couve ................................................. 14

2.2.6. Importância económica da cultura da couve .............................................................. 15

2.3. Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane .......................................... 15

2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane................................................ 16

3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 23

3.1. Descrição da área de estudo ............................................................................................ 23

3.2. Descrição da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane ......................................... 24

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3.3. Amostragem .................................................................................................................... 25

3.4. Colecta de dados ............................................................................................................. 26

3.5. Análise de dados ............................................................................................................. 27

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 28

4.1. Contributo dos Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da produção

da Cultura de Couve. .............................................................................................................. 35

4.1.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural .............................. 35

5.1 Conclusão ........................................................................................................................ 39

5.2 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................... 40

5.2.1 Para o governo Distrital: ............................................................................................. 40

5.2.2 Para os produtores ...................................................................................................... 40

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Mauro Valter Jaime 1

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

1.1.Contextualização do Tema

O desenvolvimento da agricultura, está intimamente ligada ao aumento da produção e

da produtividade dos factores usados no processo produtivo. Sendo assim, há necessidade de

se pautar por alternativas de produção que são capazes de usar da melhor maneira a terra, a

força de trabalho, os pacotes tecnológicos e o capital empregue na agricultura. Pois é desta

forma que a Extensão Rural e a investigação têm um papel central na facilitação do uso

racional dos inputs, através de recomendações apropriadas e de transferência de novos

métodos de produção de acordo com a realidade dos produtores influenciando no carácter e

na velocidade do desenvolvimento da agricultura (CAVANE, 1996).

Moçambique é um país cujo 70% da população encontra-se nas zonas rurais

dedicando-se basicamente a agricultura familiar para a sua sobrevivência, Instituto Nacional

de Estatística (INE, 2007).

A extensão é parte integrante dum sistema de elaboração, transferência, e utilização de

tecnologias já desenvolvidas para determinada cultura, neste sistema a participação dos

agricultores é fundamental para a elaboração das tecnologias que melhor espelham a

realidade. O sucesso do sector agrário depende da disponibilidade e acessibilidade aos

serviços de extensão, isto é, para que os agricultores adoptem novas técnicas de produção

com êxitos, eles precisam primeiro de conhecê-las e aprenderem a utiliza-las correntemente

no âmbito do seu sistema de cultivo (SWANSON, 1991).

O termo Extensão Rural é originário dos Estados Unidos da América. Em 1914, os

professores universitários convocavam conferências para o público em geral, a que era

vulgarmente denominada dissertação extensiva, mas com a passagem do termo a (Extensão)

passou a ser vulgarmente usado para designar a educação não formal dada às comunidades

de farmeiros. O propósito do acto era de ajudar a difundir informações úteis e práticas aos

farmeiros e aos seus familiares, em assuntos relacionados com a agricultura e a economia

doméstica (ADAMS, 1982).

A maior parte dos países do III Mundo, a criação generalizada das organizações de

Extensão Rural foi realizada através da assistência externa, particularmente da parte dos

Estados Unidos. Como na altura da independência poucos países do III Mundo possuíam

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Mauro Valter Jaime 2

escolas ou universidades agrícolas, em quase todos eles a Extensão Rural foi atribuída ao

Ministério da Agricultura, e não a uma escola agrária como nos Estados Unidos

(AUGUSTO. L, 1994).

No caso específico de Moçambique, podemos subdividir a história da Extensão Rural

em dois grandes períodos; o período colonial, e pós - independência. Onde no período

colonial embora com alguns objectivos dirigidos para o apoio ao sector familiar camponês, a

extensão também prosseguia a outros relacionados com a defesa do sistema de governação

na altura. A sua base de funcionamento assentava principalmente em postos de extensão

agrária sediados na Direcção dos Serviços de Agricultura e florestas (Idem).

Numa primeira fase, ou seja no período compreendido entre 1977 e 1984 as

prioridades de apoio ao sector agrário foram dirigidas principalmente às empresas estatais e

cooperativas. À partir de 1985 e com base nos resultados do 4º Congresso do Partido

FRELIMO em 1984, uma das directivas económicas dirigidas para o sector agrário foi a

prioridade de apoio ao sector familiar, cooperativo e privado (Ibd).

Actualmente o sector agrário é um pilar da economia nacional. Em 2010 contribuindo

com 23% para o Produto Interno Bruto (INE). Para além disso, a agricultura emprega 90%

da força laboral feminina do país e 70% da força laboral masculina, isto significa que 80%

da população activa do país está empregue no sector agrário, e a economia de Moçambique é

essencialmente agrária, sendo que a agricultura no País é predominantemente de

subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de produtividade (PEDSA

2011-2020).

Contudo, sendo os métodos de extensão rural importantes para o melhoramento da

produção e produtividade das comunidades rurais, o presente trabalho de pesquisa irá se

debruçar sobre o tema “Análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento

da produção da cultura da couve no Distrito de Inhambane, caso da baixa de Chalambe.

1.2. Problema de pesquisa

Em Moçambique, o desenvolvimento da agricultura é fundamental para a redução da

pobreza, visto que mais de 80% da população é rural depende da agricultura para a sua

sobrevivência. Onde mais da metade da população vive ainda em condições de pobreza

absoluta. No entanto, quando se analisa o desenvolvimento da agricultura em Moçambique

se depara com problemas tais como: falta de acesso ao crédito, baixa produtividade agrícola,

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insuficiente cobertura dos serviços de extensão, falta de incentivos dos agentes de extensão

(VALÁ, 2006).

A fraca produção verificada actualmente na baixa de Chalambe permite que se faça

alguma reflexão sobre as implicações presentes e futuras da mesma, assim como o contributo

de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura, chamando atenção para se

repensar nas políticas agrícolas que estão em curso no distrito para minimizar o problema da

baixa produção e produtividade.

A Baixa de Chalambe é composto por 280 agricultores sendo estes todos conduzidos

por baixa produção e produtividade, os agricultores da Baixa de Chalambe deram a conhecer

que existente um défice na prestação dos serviços de extensão que por sua vez vai-se

repercutir na baixa produção da Cultura de Couve, é nesse contexto que surge a necessidade

de haver uma reflexão sobre o presente e futuro do sistema de Extensão, assim como o

contributo de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura nesta baixa, chamando

assim atenção para se repensar nas políticas e métodos de extensão rural que estão em curso

no distrito para minimizar o actual cenário que se assiste na Baixa de Chalambe. Face ao

exposto anteriormente, pode se conduzir a seguinte pergunta de partida: Até que ponto os

métodos usados pelos agentes de Extensão rural contribuem para melhoramento da

produção da Cultura de couve na Baixa de Chalambe?’’

1.3.Justificativa

A economia de Moçambique é essencialmente agrária. A agricultura Moçambicana é

predominantemente de subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de

produtividade.

As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto

serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo

o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com

boas oportunidades de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros.

Por estas razões, com a presente pesquisa pretende-se ainda perceber como é que os

agentes de Extensão fazem a disseminação das tecnologias agrárias nesta baixa bem como

pelo facto de esta ser a maior baixa de produção de hortícolas no distrito de Inhambane,

pois, esta abastece quase todos mercados do distrito e dos distritos circunvizinhos da

província.

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O interesse pela análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento

da Produção da Cultura de Couve na baixa de Chalambe urge pelo facto de agricultura ser a

base de subsistência para a maior parte da população do distrito e do país em geral e pelo

facto dos agentes de Extensão agrária não se fazerem sentir frequentemente para darem

assistências no que tange aos métodos de extensão rural e novas tecnologias a disseminar

aos agricultores nesta baixa.

Finalmente, estima-se que o trabalho venha a contribuir para o aprofundamento da

discussão sobre análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento da

produção da cultura de couve no distrito de Inhambane (caso da baixa de Chalambe).

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1.4.Objectivos

1.4.1. Geral

Analisar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da

Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe).

1.4.2. Específicos

Caracterizar a produção da Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da

Baixa de Chalambe);

Identificar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da

Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da baixa de Chalambe);

Analisar o contributo dos Métodos de Extensão Rural no melhoramento da produção

da Cultura de Couve.

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1.5.Hipóteses

Hipótese alternativa (Ha): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de

extensão, contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na Baixa de

Chalambe;

Hipótese nula (Ho): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de extensão não

contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na de Baixa de Chalambe.

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Mauro Valter Jaime 7

CAPITULO II

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo faz uma descrição das literaturas que abordam a situação dos

métodos de Extensão Rural usados para o contributo da produção da Cultura de Couve no

Distrito de Inhambane. Estas são um suporte na reflexão do tema em análise.

2.1.Referencial teórico

2.1.1. Extensão

Segundo MUCAVEL & MABOTE (2001) vêm a extensão como sendo uma intervenção

profissional baseada na comunicação e empregue pelas instituições para induzir mudanças

voluntarias na conduta de um presumido publico ou utilidade colectiva através da

transmissão de informações uteis e de assistência aos produtores na aquisição dos

conhecimentos, capacidades e atitudes necessárias para eles utilizarem eficazmente esta

informação ou tecnologia, bem como, melhorar o processo de tomada de decisão sobre a

utilização dos recursos contribuindo deste modo para melhoria dos seus rendimentos.

Metódos

Segundo XIMENES (2000).Compreendida como adaptação de métodos de ensino no

processo educativo de assistência técnica e extensão rural, respaldada nos princípios da

participação, dialogicidade, respeito aos saberes pré-existentes, exercício da cidadania e

inclusão social.

2.1.1.1.Estratégia Nacional da Extensão

A Estratégia do PROAGRI (I e II) estabelece a necessidade de um Sistema Nacional de

Extensão Agrária para facilitar a transformação do sector da agricultura de pequena escala

através da inovação agrária. A política de Extensão Agrária e a Estratégia do PROAGRI I

previa o estabelecimento de um Sistema Nacional de Extensão, integrando todas as

actividades de extensão do MINAG (Serviço Unificado da Extensão, SUE, compreendendo

as culturas, pecuária e a gestão dos recursos naturais) bem como a promoção da colaboração

de outros provedores de serviços agrários não-governamentais e do sector privado num

Sistema Nacional de Extensão, SISNE (DNER, 2000).

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Mauro Valter Jaime 8

A Extensão Agrária do MINAG contempla as funções nucleares mínimas como a

transmissão de tecnologias, a promoção das organizações de produtores, a estratégia de

desenvolvimento, coordenação e vacinações obrigatórias. Outras funções estratégicas

incluem a capacitação das organizações dos produtores (na planificação, provisão de

serviços, e na cadeia de valores) e em aptidões empresariais e de gestão.

2.1.2. Extensão Rural

Segundo ALMEIDA (1989) faz uma menção sobre diferentes conceitos de Extensão

rural, este que inicia dizendo que a Extensão é um termo difícil de ser definido por causa da

multiplicidade dos objectivos e da diversidade dos meios para se atingir os mesmos. O

termo, por isso, pode ter significados diferentes para diferentes pessoas, mas com base na

literatura disponível torna-se possível estabelecer algumas características mais comumente

aceite.

2.1.2.1.Principais medidas a serem tomadas na extensão rural

Disseminação de informações sobre as opções de tecnologia para os vários sistemas

produtivos, e a formação dos produtores para a aplicação dessas tecnologias através

da ampliação da rede de extensão rural;

Promoção de organizações de produtores para assumirem a responsabilidade pela

gestão dos recursos disponíveis;

Estabelecimento de ligações entre os fornecedores de insumos agrícolas e os utentes

(produtores e associações);

Estabelecimento de ligações claras com empresas do sector privado e ONG’s

envolvidas na provisão de serviços de extensão, fortalecimento das redes de extensão

rural através da terciarização.

Organizar a rede de extensão em linhas verticais com a principal coordenação

operacional a nível provincial e a execução básica a nível distrital;

Realizar campanhas de informação/extensão para diagnósticos participativos;

Desenvolver metodologias para a participação da comunidade na gestão dos recursos

naturais.

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2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural

Desenvolvimento Rural é definido como sendo a melhoria das condições de vida,

trabalho, lazer e bem-estar das pessoas que habitam o meio rural.

A Estratégia de Desenvolvimento Rural, EDR, do Ministério da Planificação e

Desenvolvimento, MPD, pretende ser uma inspiração e uma ferramenta de mobilização para

todos os actores envolvidos no desenvolvimento rural. A Visão do Desenvolvimento Rural

para 2025 é que “O desenvolvimento humano nas zonas rurais de Moçambique será em 2025

cerca de três vezes superior que no período 2000-2005, entrando desta forma para a categoria

de desenvolvimento humano médio, com base na transformação para um padrão de

desenvolvimento económico nacional mais favorável ao meio rural, e através de uma

economia rural que seja mais competitiva, sustentável, equilibrada em termos ambientais, e

socialmente estável e atractiva (MPD, 2006).

Foram formulados cinco objectivos principais para os próximos 20 anos

a) Maior competitividade, produtividade e acumulação da riqueza rural;

b) Gestão produtiva e sustentável dos recursos naturais;

c) Crescimento do capital humano, inovação e tecnologia;

d) Diversificação do capital social, eficiência e eficácia institucional;

e) Boa governação e planificação do mercado.

O Desenvolvimento Rural ao nível do distrito faz parte dos termos de referência do

Serviço Distrital para as Actividades Económicas, SDAE, A Extensão Agrária faz parte do

referido serviço (Idem).

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2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane

2.2.1. Discrição da cultura da Couve

As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto

serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo

o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com

boas oportunidades de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros. A quantidade de

hortícolas comercializadas seria maior se o ataque das pragas e doenças diminuísse. Muitas

vezes as perdas que estas pragas ocasionam as culturas hortícolas são mais altas do que a

quantidade de hortícolas consumidas (METICAL & FLINT, 1995).

A couve de folhas é uma hortícola pertencente á espécie Brassica oleracea L,

variedade Acephala. Cujo centro de origem é provavelmente a região do Mediterrâneo, e que

actualmente se encontra nas regiões tropicais subtropicais. Em Moçambique, a cultura de

couve (Brassica oleracea variedade acephal) é largamente produzida pelo sector familiar nas

zonas baixas ou com sistemas de regadio e tem como finalidade o consumo e venda nos

mercados locais. A sementeira é geralmente feita em viveiros, de modo a garantir melhores

cuidados às plântulas. Esses cuidados permitem obter mudas de qualidade que aumentam as

possibilidades do sucesso da cultura no campo definitivo (TINDALL, 1993).

Em termos nutricionais, a couve-folhas apresenta-se como boa fonte de vitaminas (A,

B e C), além de ser rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em calorias. Apresenta

propriedades mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio, é

importante na boa formação dos ossos (MAMBREU et al., 2007).

A couve-folhas teve origem de clima temperado, sendo plantas bienais que exigem frio

para passar do estádio vegetativo para o reprodutivo. É uma planta alógama e comporta-se

como uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o factor agroclimático

mais limitante. Possui folhas alongadas de limbo elíptico. As raízes se concentram nos

primeiros 20-30 cm de profundidade. A inflorescência se desenvolve sobre um caule curto e

é formada a partir do conjunto de primórdios florais, esses primórdios florais transformam-

se, posteriormente, em botões florais, podendo ter coloração branca, creme, amarela, e mais

recentemente roxa e verde (FILGUEIRA, 2008).

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2.2.1.1. Discrição botânica da cultura da couve

A couve é uma cultura perene que normalmente cresce anualmente nas zonas

temperadas e chega a atingir cerca de 1 (um) metro de altura (TINDALL, 1993).

De acordo com TINDALL (1993), a couve desenvolve-se em duas fases, sendo a

primeira fase o crescimento vegetativo e a segunda o crescimento e desenvolvimento das

partes reprodutivas, características da couve:

Sistema radicular: possui um sistema radicular bastante ramificado e muito

desenvolvido. As raízes chegam a atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura de

extensão lateral no fim da primeira fase de crescimento.

Caule e folhas: possui um caule comparativamente curto. O caule floral desenvolve

se a partir das axilas das folhas e pode atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura. As

folhas são simples, ovais, em forma de roseta aos arredores do caule, largas, bem

desenvolvidas e frescas.

Flores, frutos e sementes: a inflorescência é terminal e é um racimo. A inflorescência

é composta por flores hermafroditas, regulares compostas por 4 sépalas, 4 pétalas

brancas ou amarelas claras, e 6 estames. O fruto é uma longa e delgada vagem – a

síliqua. A semente é castanha – clara a castanha – chocolate e ligeiramente irregular

ou lisa.

2.2.2. Preparação do solo

Segundo TEMBE (1990) a couve pode desenvolver-se em diferentes tipos de solo,

desde os solos pesados (argilosos) aos solos leves (arenosos), desde que sejam férteis e bem

drenados, e que tenham uma boa capacidade de retenção de humidade, um conteúdo alto de

matéria orgânica e um intervalo de pH entre 6.0 a 6.8. em geral o valor favorável de pH para

solos que sofrem intensiva produção de vegetais situa-se entre 5.5 a 7.5.

2.2.2.1.Adubação

A adubação de hortaliças deve ser feita visando suprir, praticamente, todas as

necessidades nutricionais da planta pelo menos macro em nutrientes e esta pode ser mineral

ou orgânica LOPES, (2007).

a) Adubação mineral

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Em síntese, a regra de utilização é de 150 a 250g da fórmula 4-14-8 ou 4-16-8 por m².

Deve-se Considerar as exigências nutricionais das espécies, os grandes espaçamentos, a

duração do clima, O nível de produtividade esperado e as indicações de real estado de

fertilizante do solo (LOPES, 2007)

b) Adubação orgânica

O adubo orgânico é de maior importância para o cultivo das hortícolas pelo

fornecimento de Nutrientes, embora na maioria dos casos seja pobre e pela melhoria das

condições físicas do solo. A Matéria orgânica torna o solo muito solto mas ligado,

conferindo-lhe maior capacidade de retenção de água e nutriente. O adubo orgânico, também

melhora a vida macro biológica do solo, favorecendo a sobrevivência de minhocas, fungos e

bactérias benéficas (SITOE, 2005).

2.2.2.2.Irrigação

A irrigação é fundamental para satisfazer a grande necessidade de água, para a maioria

das espécies hortícolas, mesmo em períodos ou regiões onde ocorrem os melhores regimes

de distribuição de precipitação. Em geral, a quantidade de água a aplicar por cada rega, deve

ser o suficiente para manter a humidade do solo até a profundidade de 20 a 25 cm, onde se

concentra a maioria das raízes. O excesso favorece a erosão e a lixiviação dos nutrientes. A

falta de agua prejudica o crescimento e a qualidade dos produtos, podendo acelerar o

processo de maturação, (OLIVEIRA, 1989).

Em Moçambique, a província de Maputo é a que possui maior número de sistemas de

regadio ao nível do país. Estes sistemas incluem os regadios dos distritos de Boane,

Moamba, Magude, e Manhiça com um elevado potencial para produção de diversas culturas

incluindo as hortícolas (INE, 2007).

2.2.3. Época de cultivo

Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo para a

cultura da couve-folha. Um dos factores que contribui para isto certamente é o fato de que,

em muitas regiões, por limitações climáticas, a couve-flor é cultivada em apenas um único

período do ano Entretanto, FILGUEIRA (2008) afirma que, com o melhoramento genético

houve desenvolvimento de híbridos de couve-folhas que apresentam condições de produção

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adequada em climas mais quentes, permitindo o cultivo durante todo o ano e que inclusive

para as cultivares de verão sugere o plantio entre os meses de Setembro e Janeiro.

2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve

Segundo LOPES, (2007) umas das principais causas das perdas nas hortícolas é a

ocorrência de pragas e doenças. Para o controlo das doenças recomenda-se a aplicação

preventiva e para o controlo das pragas deve-se usar insecticidas, caso os níveis de infestação

justifiquem o seu controle. As doenças mais comuns nas hortaliças são causadas por fungos,

bactérias e vírus, o cultivo da couve é afectado por doenças que se agrupam em: doenças

causadas por patógenos e doenças. Das doenças causadas pelos potógenos, são mais comuns

e fáceis de controlar as causadas por fungos que por bactérias e vírus.

A actividade infeciosa dos patógenos é acelerada quando existem ferimentos nas

plantas, e a existência de feridas é uma das consequências de má gestão (quer de viveiro,

quer de campo definitivo) causada por elevadas densidades.(Idem)

As doenças fisiológicas são referentes á desordem interna e estão associadas a vários

factores de desenvolvimento como: nutrição, humidade, luz outros. No controle de pragas, é

mais económico fazer aplicação de insecticida logo ao primeiro sinal de ataque do que

esperar que o nível de ataque se eleve e cause danos á cultura. Tanto as infestantes anuais

como as perenes são controladas usando enxadas e herbicidas. Estudos mostram que o uso de

enxada a nível superficial no controle de infestantes causa menos danos a cultura (TEMBE,

1990).

2.2.4.1.Pragas que mais atacam a cultura da couve

Broca da couve (Hellula undalis Fr), as lagartas tem 15 mm de comprimento, e

apresentam cor castanha-amarelada. Apresenta 5 listras longitudinais ao longo do corpo, as

pupas são acinzentada e brilhantes o adulto é uma pequena mariposa de cor castanho-

acinzentada. No caso de virose, deve-se eliminar todas as plantas atacadas e combater os

insectos vectores. No entanto, um mau desenvolvimento das plantas, amarelecimento das

folhas, murcha e morte das plantas, podem ser causados por deficiência nutricional e que são

confundidas com sintomas de doenças (RIBEIRO, 1999).

Segundo SEGEREN et al (1994), os ovos são postos principalmente nos pontos de

crescimento da planta. Neste local depois da sua eclosão, as largas fazem uma teia abaixo da

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qual se escondem alimentando-se de pontos de crescimento e provocando a morte da planta.

As lagartas penetram também nas nervuras, pecilos, caule e ápice das plantas e podem

destruir completamente as pequenas plantas. Em plantas maiores aparecem dois a quatro

novos rebentos, algumas semanas depois da destruição do ápice. As plantas de couves

atacadas produzem variam folhas pequenas atacadas e ficam ligadas por teias.

Percevejo-da-couve (Bagrada hilaris Burn) tanto as ninfas como os adultos são

encontradas nas folhas ou no solo por baixo das plantas. Tem 3-5 mm de comprimento,

redondas e de cor preta. Surgem a seiva das folhas e elas murcham. Os adultos têm 5-7 mm

de comprimento de forma oval, de cor preta com manchas vermelhas-claras e possuem um

aparelho bucal do tipo sugador. As plântulas nos viveiros ficam deformadas, murcham e

morrem (SEGEREN et al 1994).

2.2.4.2.Controle de pragas

As pragas que ocorrem na cultura da couve-flor são cosmopolitas. Por isso, o produtor

deve e pode utilizar diferentes métodos de controlo. Entre as ferramentas à disposição dos

produtores estão a rotação de culturas, as barreiras vegetais, o aumento da diversidade

biológica na área, o controle biológico, o natural e o químico (FILGUEIRA, 2000)

2.2.5. Controle das doenças que atacam a cultura da couve

Segundo FILGUEIRA (2000) Para que as doenças sejam bem controladas é

necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja que a planta não seja sujeita a stress

provocada por factores diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação

desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com ervas daninhas. E algumas

medidas para evitar o aparecimento de doenças:

Semear sementes de boa qualidade. Em caso de produção própria, devem ser

escolhidas as plantas saudáveis;

Fazer uma adubação balanceada baseada na análise do solo. Falta ou excesso de

nutrientes são causas frequentes de distúrbios fisiológicos graves;

Evitar o excesso de água na irrigação pois este é factor que mais afecta o

desenvolvimento de doenças, em especial aquelas associadas ao solo.

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2.2.6. Importância económica da cultura da couve

Actualmente a nível mundial, as couves constituem a base da dieta de hortícolas sendo

apenas ultrapassadas, na sua importância que as outras culturas destacam a couve, como a de

maior cultivo, em grande número de países; elas são fonte de vitaminas em especial a (A e

C), mas também (B1 e B2), de aminoácidos e sais minerais como função importante na

regulação do aparelho digestivo podendo fazer parte de inúmeros pratos como sopas,

cozidos, saladas entre outros (GARDÉ & GARDÉ, 1988).

2.3.Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane

a) Métodos Individuais:

Segundo GASPAR (2013) os métodos de alcance individual atingem, directamente,

indivíduos isolados em cada acção. Estes métodos são importantes para conhecer a realidade

rural; eles possibilitam á delimitação de comunidades e grupos, a identificação de líderes, a

obtenção da confiança e informações por parte da família rural, o treinamento e

acompanhamento de líderes comunitários e condutores de unidades de demonstração ou

observação. Devem ser utilizados com moderação e objectivos claramente definidos, por

apresentar custos bastante elevados, devido ao seu alcance limitado. Desses métodos

destacam se os seguintes:

Visita a machamba/ residência

Contactos informais/casuais

Chamada telefónica

b) Métodos de Grupos de Camponeses

Segundo Gaspar (2010) os métodos de alcance grupal atingem, directamente

indivíduos em grupos. Estes métodos são importantes porque estimulam a participação e a

organização grupal: possibilitam a troca de experiências e solução de problemas comuns, o

desenvolvimento técnico em agropecuária, bem-estar social e outros. Estes devem ser

utilizados com maior ênfase em relação aos métodos de alcance individual, todos os métodos

grupais exigem planeamento e condução grupal.

Campo de Demonstração de Resultados (CDR)

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Escola na Machamba do Camponês (EMC)

Demonstração Prática (DP)

Visitas de Estudo

Dias de Campos

Reuniões

c) Métodos de Massas

Segundo MONTEZ (2005) os meios de comunicação de massas visam atingir as pessoas

em massa, isto é, um número significativo e indeterminado de pessoas. Eles não permitem o

contato direto entre o extensionista e seu público, mas apresentam um custo unitário bastante

baixo pelo grande número de pessoas atingidas e pela rapidez com que as mensagens chegam

até ao público.

Televisão

Rádio Comunitária

Quadros e Exposições

Feiras

2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane

a) Escola na machamba do camponês

Segundo FILIMONE (2011), Escola na Machamba do Camponês dos Produtores

treinados para os agricultores não treinados, no Distrito de Matutuine este modelo Escola na

Machamba do Camponês (EMC) têm como objectivo o resumo do esforço do processo de

transformação de tecnologias; capacitação dos produtores em matérias de tomada de decisão

para o maneio de culturas e produção; na contribuição da minimização dos custos de

maximização dos benefícios para aumentar as suas rendas familiares; na facilitação da

interacção e troca de experiencias entre produtores de modo a promover iniciativas locais.

O mesmo autor ainda afirma que a escola na machamba do camponês procura mostrar

aos produtores uma série de pacotes tecnológicos para uma determinada cultura, ensinando

as etapas necessárias para produção desta cultura, para que eles possam melhorar a sua

produção e garantam a segurança alimentar para o seu agregado familiar.

Sendo que esta metodologia uma das mais recentes práticas de extensão introduzida

nos países em via de desenvolvimento, tendo sido introduzida em Moçambique a dez anos,

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estando a ser massificada a oito anos pelo Programa Nacional de Segurança Alimentar, esta

que traz uma abordagem de formação treinamento e disseminação das novas tecnologias

agrárias que são usadas para capacitar os camponeses com a expectativa de que os treinados

partilhem os conhecimentos adquiridos com outros camponeses não treinados, estes que tem

como pressuposto de partilha dos conhecimentos entre os treinados e os não treinados visar

garantir uma rápida difusão de informação, aumentar a cobertura dos serviços prestados pela

extensão agrária bem como abordagem participativa de treinamento que pode ser

considerada como uma estratégia de extensão e de educação de adultos baseada no princípio

de que os camponeses aprendem melhor vendo e experimentando.

FILIMONE (2011) conclui referindo que a metodologia de (EMC) consiste em um

grupo formado por 20 – 30 camponeses do mesmo povoado ou de povoados vizinhas que se

reúnem regularmente sobre orientação de um facilitador, durante o ciclo completo duma

cultura, desde a sementeira até a colheita, s propósito do treinamento é de experimentar

novas práticas sendo que o propósito é melhorar a produção como principal foco na criação

da capacidade nos produtores e tomar decisões.

Segundo FILOMONE (2011) salienta que a Escola na Machamba do Camponês não

trata do desenvolvimento de tecnologias, mais do processo a nível local e de

desenvolvimento das pessoas. Este processo consiste em juntar os agricultores para que

possam melhor identificar os seus problemas e encontrar os meios para poderem resolver,

criando capacidades nos agricultores através do fortalecimento dos seus conhecimentos para

que sejam conhecedores dos processos de produção que ocorrem nas suas machambas. Os

agricultores com o apoio dos extensionistas decidem o que é relevante e mais urgente estudar

no âmbito de uma Escola na Machamba do Camponês desta maneira, assegura-se o interesse

do grupo porque o tema responde a prioridade verdadeira identificada pelo próprio grupo.

Por isso, cada ECM é diferente e única, porque tem as suas próprias necessidades e

oportunidades e tem conteúdos próprios.

O mesmo autor salienta ainda que cada ECM tem uma parcela de 1000-1500m que

constitui a ferramenta principal de aprendizagem. A machamba não é um campo

demonstrativo é um laboratório vivo onde os agricultores estudam, e ensinam novas técnicas

durante o ciclo completo de produção da cultura, onde eles avaliam o mesmo os resultados

antes de aplica-los nas suas machambas.

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b) Campo de Demonstração de Resultados (CDR)

Segundo GASPAR (2010), Campo de demonstração de Resultados (CDR) é uma farma

preparada ao lado de uma outra farma na qual os camponeses cultivam com os métodos ditos

rudimentares ou arcaicos. Nos CDRs os extensionistas cultivam com base nos pacotes

tecnológicos. Por outras palavras é lá onde os extensionista aplicam as tecnologias agrícolas,

sendo que o objectivo deste processo de trabalho é que no final da colheita os camponeses

estejam convictos de que as tecnologias demonstradas no CDR são mais rentáveis em

relação aos métodos (considerados rudimentares pelos extensionista) por si usados. Portanto,

dá-se por terminada o processo de transferência de tecnologias, quando os camponeses

aceitam adoptar as técnicas ou os insumos agrícolas demonstrados pelos extensionistas, este

processo dá-se durante o período em que decorre uma campanha agrícola.

Conclui GASPAR dizendo que Campo de Demonstração de Resultados é uma unidade

de produção agrícola que visa demonstrar a curto e médio prazo as técnicas de produção,

através de técnicas racionais utilizadas na agricultura, a importância de uma boa

administração de propriedade. Combinando os factores de produção, que objectiva

maximizar os lucros e minimizar os custos, bem como elevar o nível de vida familiar.

Este método tem sentido educativo para os agricultores que constitui em centro de

aprendizagem de novas formas de produção, para eles aprenderem novas técnicas de

produção e não beneficia apenas só os agricultores locais, como também para os agricultores

de outras áreas circunvizinhas.

c) Feiras

Segundo RUAS E.D (2006) feira é, no fundo, um mercado, um espaço onde os vendedores

expõem os seus produtos e os compradores vêm comprar aquilo que precisam. Mas uma

feira é mais do que um simples mercado onde uma pessoa vai vender ou comprar o seu

produto. É um mercado especializado, geralmente à volta de um tema, por exemplo a Feira

de Pesca, a Feira de Habitação, ou a Feira Agrícola.

RUAS E.D et a l (2006) salienta que as feiras oferecem oportunidades de negócio aos seus

participantes, para os produtores de tecnologias e seus agentes, a feira é um lugar onde

encontram os seus clientes obtêm informação sobre as necessidades e exigências do

agricultor. É esta informação que lhes permite inovar o seu produto ou desenvolver novos

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Mauro Valter Jaime 19

produtos. A promoção da feira tem como objectivo assegurar uma boa participação dos

agricultores compradores e vendedores.

Para o agricultor, a feira é um sucesso quando consegue satisfazer as necessidades do

seu cliente e com qualidade, tendo as variedades da sua preferência e a um preço acessível.

Para o vendedor, a feira é um sucesso quando ele conseguir vender o seu produto. A

promoção da feira deve ser uma actividade contínua durante toda a preparação da feira, a

partir da identificação dos locais mais afectados, e deve ser continuada em todos os

encontros com a comunidade, com os potenciais beneficiários, com os armazenistas e com os

agentes de semente certificada (RUAS, E.D at al 2006).

d) Reuniões

De acordo com DOYLE (1998) reunião é um método simples, de alcance grupal,

planeado, realizado junto a um público que possui interesses e objectivos comuns e que

desejam solucionar os problemas por meio da troca de ideias, conhecimentos, informações

para que possa contribuir para o encaminhamento das soluções, tomada de decisões e

assumir compromissos referentes aos problemas comuns do grupo, enfocando os seguintes

Objectivos, motivar a comunidade na gestão do seu próprio desenvolvimento, desenvolver o

espírito associativista e estimular a cooperação mútua, avaliar os trabalhos e os métodos

realizados pelos extensionistas juntos com os agricultores, sensibilizar os agricultores a

pautar por uma nova forma de produção, conscientizar e mobilizar sobre problemas e as suas

respeitavas soluções fortalecer as formas organizacionais existentes.

A reunião nunca é utilizada de uma forma isolada mais sim dentro de uma estratégia, a

reunião nunca é realizada isoladamente, mas fazendo parte de uma combinação de outros

métodos e meios de comunicação. Na acção extensionista, o método de reunião também

ocorre em situações com objectivos mais amplos, como estudo de realidade, planeamento

participativo, apresentação dos planos de trabalho para autoridades e lideranças (reunião de

sede) e para avaliação participativa (Idem)

Finaliza DOYLE (1998) afirmando que as reuniões poderão ocorrer em ocasiões em

que é aconselhável recorrer a técnicas de condução de grupos, mais específicas, com

estrutura de desenvolvimento bem definido. Em função do tipo de reunião a realizar e dos

objectivos a serem atingidos, deve ser seleccionado o público que participará. O

extensionista, na maioria das vezes, é coordenador ou facilitador da reunião.

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Mauro Valter Jaime 20

e) Rádios Comunitárias

Segundo (LOPEZ, s/d) rádio comunitária é um meio de comunicação de massas que

faz com seja especialmente adequado para a transmissão de informação podendo este meio

ser considerado a sua função principal, ele tem condições de transmitir a informação com

muita rapidez que qualquer outro meio de informação.

A rádio foi o primeiro dos meios de comunicação de massas que deu imediatismo a

notícias devido a possibilidade de divulgar os factos no exacto momento em que ocorrem;

entre os meios de comunicação de comunicação de massas a rádio é mais popular e o de

maior alcance público constituindo, muitas vezes no único a levar a informação para

populações de vastas regiões que ainda hoje não tem acesso a ouros meios de comunicação,

seja por motivos geográficos, económicos ou culturais. Referi ainda o autor que este meio de

comunicação possui um status devido ao factor importante e congregado: pela sua natureza

físico-psicológico o facto de ter o homem a capacidade de reter a mensagem falada

simultaneamente com a execução das suas actividades (LOPEZ, s/d).

Dos restantes meios de comunicação de massas, a rádio é o mais privilegiado devido as

suas características intrínsecas, entre elas podendo destacar a linguagem oral, a mobilidade, o

baixo custo, o imediatismo, e a instantaneidade, sensorialidade a autonomia. Por exemplo,

estima-se que haja nos países menos desenvolvidos na África Ocidental, o número de

estações de Rádios Comunitárias subiu de cinco para 72 entre 1991 e 1998. Conclui dizendo

que quando a programação da rádio é relevante tratando dos assuntos que tocam a

sensibilidade do agricultor, os ouvintes tendem a lembrar-se das ideias abordadas para a

resolução dos seus problemas, factos e debatem-nos com os amigos e familiares. Este pode

ser o alicerce de um processo complexo que envolve uma maior consciencialização e

mudança de comportamento, permitindo aos indivíduos e seus familiares enfrentar melhor os

desafios que se colocam as suas actividades pois não devem ignorar este meio eles precisam

de usa lá, como um recurso para a resolução dos seus problemas (Idem).

2.4.Contributo dos métodos de extensão rural no melhoramento da produção da

cultura de couve

Segundo CASTELLS (2003) A missão essencial da instituição de extensão rural é criar

situações dentro das quais as pessoas se desenvolvam educacionalmente e como cidadãos.

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Mauro Valter Jaime 21

Esse desenvolvimento é um processo activo por parte de quem é beneficiário. Assim sendo,

é fundamental que o público atendido se interesse pelo que está em pauta, colocando sua

força mental, esforço físico e envolvimento. As pessoas aprendem, se conscientizam e

descobrem melhor seu próprio caminho por diferentes modos: alguns ouvindo, alguns

vendo, alguns fazendo e outros através da discussão. Diferentes métodos de ensino e

extensão são mais efetivos em determinadas situações, em diferentes estágios do processo de

desenvolvimento, tais como diagnóstico, priorização, planeamento, execução, adoção ou

avaliação. Além do mais, cabe ressaltar, que as pessoas não aprendem na mesma velocidade.

Segundo CASTELLS (2003) é provável que alguns agricultores estejam em determinado

estágio de experimentação de uma nova prática e querendo conhecer os detalhes de como

fazer, enquanto outros estão apenas inicialmente interessados. Por essas razões, em

determinadas situações, o uso de uma variedade de métodos de ensino é mais efectivo que

outros.

Em sua rotina de trabalho, o extensionista rural avalia qual o melhor método de trabalho,

de acordo com os objetivos traçados e a realidade local. Geralmente, os métodos mais

complexos, tanto clássicos como participativos, são os que conduzem aos resultados mais

positivos. Outras vezes, é o método mais simples que produz os melhores resultados. Cabe

ao técnico, analisando o público, os objetivos, os recursos disponíveis, o tipo de mensagem e

os métodos, decidir pela melhor ou mais adequada metodologia a ser utilizada. Para isto

existe uma significativa diversidade de métodos. E existem meios de comunicação que

permitem a concretização dos resultados da forma mais rápida e eficaz (Idem)

Segundo FARIA (1999), A introdução desses modelos de extensão não preconizava o

desenvolvimento rural, tendo como principal propósito a difusão de tecnologias trazidas dos

extensionista aos agricultores. Esse modelo de Extensão Rural deve ter sua prática sustentada

nos paradigmas da educação tradicional e tecnicista, que deve ser entendido pelo

extensionista o detentor do saber, e o agricultor um mero receptor desse conhecimento. O

extensionista é considerado um agente de mudanças tecnológicas que vende tecnologia aos

agricultores, demonstrando e ensinando como ela deve ser utilizada, que as metodologias

participativas são iniciativas de educação popular, pois objectivam a tomada de consciência

ou empoderamento, através de um processo de aprendizagem colectivo. Na adopção de

tecnologias, consideram-se quatro categorias de importante, classificados de acordo com o

tempo que levam para adoptar tais tecnologias:

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Os inovadores, aqueles que estão predispostos a adoptar novas ideiam e a assumir os

riscos dessa adopção;

Os adoptadores rápidos, ou seja, os grupos que seguem o exemplo dos inovadores,

entre os quais se encontram os líderes de opinião, bem vistos e respeitados na

comunidade;

Os adoptantes da maioria, grupos que exigem comprovação da adopção pelos

demais produtores e, por fim.

Os retardatários, grupo social normalmente constituído dos mais tradicionais,

apegados aos costumes, que, mesmo quando adoptam determinada tecnologia, o

fazem tão tardiamente em relação aos demais que não conseguem compensar os

investimentos organizacionais.

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CAPÍTULO III

3. METODOLOGIA

Para responder o problema de pesquisa, este capítulo faz a descrição do local de estudo,

indica o tipo de pesquisa, apresenta a técnica de colecta dos dados, amostra a variável de

análise, aborda a delimitação da amostra e culminando por evidenciar o método de análise

dos dados.

3.1.Descrição da área de estudo

Segundo o Plano Municipal de Gestão Ambiental do Município de Inhambane (PMGA,

2009), o Município está localizado na zona central da província de Inhambane. Está limitado

a norte e oeste pela Baía do mesmo nome, a sul pelo distrito de Jangamo, a este pelo oceano

Índico. O município da cidade de Inhambane situa-se a cerca de 480 quilómetros a norte de

Maputo e dista 30 quilómetros da estrada N1, e a sua superfície total é de 192 quilómetros

quadrados incluindo a parte líquida, com uma população de 63.867 habitantes.

Esta população encontra-se distribuída por 22 bairros e uma Localidade (Ilha de

Inhambane), dedicando-se maioritariamente à actividade agro-pecuária, pesca e comércio. O

município é, além de tudo, turístico com belíssimas praias o que tem atraído muitos turistas

nacionais e estrangeiros, com destaque para as praias de Barra, Tofo, Tofinho e Rochas

(PMGA, 2009).

O distrito de Inhambane, de características urbanas, tem um padrão e tecido rico que

abrange áreas urbanas, semi-urbanas e rurais, e este é constituída pelos seguintes bairros:

Balane I, Balane II, Balane III, Liberdade I, Liberdade II, Liberdade III, Chalambe I,

Chalambe II, Muelé I, Muelé II, Muelé III, Marrambone, Mucucune, Chemane, Conguiana,

Malembuane, Guitambaturo, Nhamua, Josina Machel, Machavenga, Salele, Siquiriva e Ilha

de Inhambane.

a) Clima

O clima do Município de Inhambane é do tipo tropical húmido modificado pela

altitude, caracterizado por épocas frias e muito chuvosas, o que torna as condições

meteorológicas locais muito próximas ao dos continentes Europeu e Americano. A

temperatura média mensal máxima é de 26,97ºC e a mínima é de 20,30C e a precipitação

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média anual é de 926,8mm. No que refere à hidrologia há que destacar os rios Guiúa e

Salela, para além, de várias lagoas, tais como: Chivanene, Cumbe e Pembane. (P.M.G.A,

2009)

b) Solos

Solos são uma mistura de matéria inorgânica e de compostos orgânicos, esta

composição tem muita influência na sua função tanto como meio de circulação de fluidos

assim como na interacção com compostos químicos presentes nesses fluidos. A mesma

composição define largamente o potencial para o uso de solos para agricultura e outros fins.

(P.M.G.A, 2009)

Em termos gerais na província de Inhambane, distinguem-se 3 maiores agrupamentos

de solos nomeadamente os solos de mananga (ocupando o interior da província); solos

argilosos vermelhos (maioritariamente no distrito de Inhassoro); e os solos arenosos-fase

dunar (ao longo da zona costeira onde a Cidade de Inhambane é parte integrante), (P.M.G.A,

2009).

3.2. Caracterização da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane

A equipe de extensão do Distrito de Inhambane desde 1986 e é composta por cinco (5)

extensionistas dois quais três (3) são homens e os restantes dois (2) são mulheres, e dos três

são técnico médios e dois são técnicos superiores. Supervisor da equipe cuja as

responsabilidades: monitorar todas as actividades realizadas pela equipe de extensão; ajudar

a solucionar problemas específicos detectados pelos extensionistas e que a sua solução não

ao alcance dos extensionistas, servir de ponte entre a equipe de extensão e o centro de

pesquisa de Inhacoongue

3.3.Amostragem

POCHINHO (2009) define Amostra como sendo um subconjunto retirado da população,

que se supõe ser representativo de todas as características da mesma, sobre o qual será feito o

estudo, com o objectivo de serem tiradas conclusões válidas sobre a população.

A selecção dos agricultores a serem entrevistados baseou-se na técnica da Amostra

aleatória simples, esta que é bastante preciso e apresenta todos os elementos da população

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com probabilidade de serem escolhidos para fazer parte da amostra. O processo consiste em

seleccionar uma amostra “n” a partir de uma população “N”. Geralmente a selecção é feita

sem reposição e cada amostra é feita de unidade a unidade até que se atinja o número pré-

determinado, (MONTENEGRO, s/d).

A Baixa de Chalambe localiza - se no distrito de Inhambane, e dispõe de duas associações,

tendo como denominações, Associação 25 de Junho e Associação amigos de Chalambe, estas

que para a sua operacionalização dependem dos 175 produtores ou associados, de salientar

que os restantes 105 não fazem parte de nenhuma associação. Os agricultores trabalham de

forma coordenada para fazer face a oferta de hortícolas no distrito, de referir que esta baixa

abastece os seus produtos a todo distrito. Diante do supracitado ira se usar a seguinte formula

para o cálculo do tamanho da amostra da população a ser inquerida:

n =𝑁 × 𝑝 × 𝑞 × 𝑍2𝛼2

𝑝 × 𝑞 × 𝑍2𝛼2 + (𝑁 − 1) × 𝑒2

n =280 × 0,5 × 0,5 × 1.96²

0,5 × 0,5 × 1.96²+ 280 − 1 × 0,12

n =280 × 0,25 × 3.8416

0,25 × 3.8416 + 279 × 0,01

n =70×3.8416

0,25×3.8416+ 279 ×0,01

n =268,912

0.9604 + 2.79

n = 71.702 ≈ 72

Onde:

n: Tamanho de Amostra pretendida?

N: tamanho ou universo da população (280);

𝑝 : Proporção de sucesso (0,5);

𝑞 : proporção de fracasso (0,5);

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𝑍2𝛼2: intervalo de confiança (neste caso o intervalo é de 95% o equivalente à 1.96);

𝑒2: erro amostral (com valor de 10% ou 0,1 do intervalo de confiança).

3.4.Colecta de dados

Na colecta de dados usou-se as entrevistas semi-estruturadas, observação directa e

Pesquisa Bibliográfica, esta que é feita a partir do levantamento de referências teóricas já

analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos,

páginas de websites, isto é, qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa

bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto

(FONSECA, 2002).

De referir que para o trabalho de campo que consistiu a colecta de dados, este realizou-

se no Distrito de Inhambane concretamente na Baixa de Chalambe no mês de Novembro,

com uma meta diária de 10 a 11 Inqueridos por dia, de salientar que contou-se com a

colaboração do representante das associações para que o trabalho se tornasse mais célere.

Durante a recolha de dados baseou-se na técnica de observação directa e entrevistas semi-

estruturadas, esta que consiste na combinação de perguntas abertas e fechadas, onde o

informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto (TOMAR, 2007).

As entrevistas variaram de 10 a 15 minutos por cada entrevistado, para dar mais

liberdade do inquerido se expressar livremente. É de referir que as entrevistas foram feitas

individualmente e isoladas dos outros de modo a não influenciar as respostas dos outros

entrevistados. Todavia a participação foi voluntária e sem nenhuma pressão.

De acordo com GIL (2006), a entrevista semi-estruturada é desenvolvida a partir de

uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redacção permanece invariável para todos os

entrevistados, que geralmente são em grande número. Aqui, o entrevistador tem a liberdade

para desenvolver cada situação, usando um roteiro de tópicos relativos ao problema a ser

estudado

3.5.Análise de dados

Depois de ter feito o levantamento dos dados através das entrevistas semi-estruturadas,

observação directa e pesquisas bibliográficas descreveu-se os resultados por meio de

gráficos, tabelas, e simples descrição. Ainda os mesmos foram codificados com base nos

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formulários das entrevistas e introduzidos electronicamente usando o pacote estatístico Excel

2007. De salientar que no desenrolar dos resultados houve uma necessidade de envolver

variáveis estatísticas como: média.

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CAPITULO IV

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente capítulo são apresentados os resultados alcançados com o estudo

desenvolvido, este que corresponde os objectivos do estudo, ainda no mesmo capitulo far-se-

á a caracterização dos agricultores da baixa de Chalambe:

Gráfico n°1: Representação da participação dos agricultores por sexo na baixa de Chalambe.

Diante do estudo realizado verificou-se que dos 100% dos agricultores inquiridos, a maior

parte são do sexo feminino, estes que representam 72,22% contra 27,78% que são do sexo

masculino. Esta informação é sustentada pelo PEDSA (2011-2020) que afirma que

agricultura emprega 90% da força laboral feminina do país e 70% da forca laboral masculina.

72,22%

27,78%

sexo

femenino

masculino

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Gráfico n°2: representação das categorias dos agricultores que operam na baixa de Chalambe

Do universo dos agricultores inquiridos na baixa de Chalambe 78% são pequenos

agricultores e os restantes 22% são médios agricultores. Isto suporta os resultados da

categorização que é dada por FAEF (2001) citado por Ibraimo (2005), esta classificação leva

em consideração o tamanho das áreas exploradas pelos agricultores e agrupa em 3

categorias: pequenos agricultores, são aqueles que exploram 0,25-3 ha, médios agricultores,

exploram áreas de 3 a 20 há e grandes agricultores, exploram mais de 20 há.

Práticas culturais no cultivo da couve na baixa de Chalambe

Dos agricultores inquiridos que produzem a cultura de couve nesta baixa afirmam que a

produção desta hortícola era sazonal, apenas produzia-se no período do inverno esta por ser

uma cultura que para o seu desenvolvimento exigia temperaturas de 15 a 25 graus, mais

actualmente eles produzem uma variedade cujo nome é couve folha por ser uma variedade

que é tolerante a altas temperaturas, afirmam que para a produção desta cultura eles primeiro

preparam os canteiros onde será o campo definitivo, enquanto vão preparando o campo

definitivo eles laçam a semente num alfobre com mais ou menos um a dois metros, enquanto

vai se desenvolvendo vão fazendo as devidas correções do solo caso seja necessário

definitivo onde serão colocadas as plântulas da couve, após um mês as sementes terem

brotadas e o aparecimento das plântulas, campo ter sido preparado fazem o transplante para o

canteiro já preparado, e os seus canteiros tem em média 10 a 12 metros de comprimento e

1,5metros de largura e produzem em forma de linha com uma separação de plantas de 20 a

25 centímetros.

medios

22%

pequenos

78%

agricultores

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Após esses todos processos fazem um controle e aplicam um insecticidas e pesticidas

como forma de controlar as pragas e doenças, e salientam ainda que esta cultura exige muita

quantidade de água portanto fazem duas regas ao dia, uma nas primeiras horas da manhã e

outra no fim do dia.

Finalizando afirmam que esta cultura leva 70 a 90 dias para a sua colheita e as folhas

são colhidas começando com as situadas em baixo do caule, não se deve remover muitas

folhas para não influenciar negativamente no processo de crescimento da planta.

Para o combate de doenças e pragas que atacam a cultura durante o processo de

produção os agricultores usam duas formas de combate que são: controlo químico, biológico

e rotação de culturas e, no controlo químico usa Abamecictin, e no controlo biológico usam

piri-piri que fazem uma mistura com tabaco e água e aplicam nos canteiros.

Os agricultores da baixa de Chalambe convergem com FILGUEIRA (2003) onde

salienta que produção da couve é normalmente conduzida por alguns tratos culturais segundo

as recomendações convencionais, desde o preparo e correcção do solo, adubações orgânica e

química, até o controle de pragas e doenças a colheita é iniciada e esta cultura leva desde a

sua produção a colheita dos 80-90 dias do transplante, durando um período de oito meses,

refere-se ao padrão de 25-30 cm de comprimento para comercialização de folhas de couve.

Métodos usados pela Extensão Rural para o melhoramento da Produção da Cultura de

Couve na baixa de Chalambe

De acordo com os Serviços distritais de actividades económicas do distrito de

Inhambane (SDAE) os Métodos usados para o melhoramento da produção da cultura de

couve no distrito de Inhambane. Estes métodos dividem-se em três grandes grupos, que são

métodos Individuais, métodos de grupos de camponeses e métodos de massas, os mais

usados pelo (SDAE), concretamente na área em estudo são: Escola na Machamba do

Camponês, Campo de Demonstração de Resultados, Rádios Comunitárias, Feiras e

Reuniões. Pois o (SDAE) salienta que um Método de extensão rural tem em vista a

introdução de novas formas de produção com vista ao melhoramento e crescimento

económico do agricultor, contribui para a redução da pobreza e facilita na introdução de

novas técnicas e tecnologias de produção.

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Escola na machamba do camponês

Segundo os camponeses inquiridos na Baixa de Chalambe sobre o funcionamento do

método da Escola na Machamba do camponês, afirmam que consiste em os extensionistas

disseminarem novos tipos de tecnologias, técnicas de produção e o uso de sementes

melhoradas com vista ao melhoramento da produção e da produtividade, estes deram ainda a

conhecer que o método para a sua operacionalização os agricultores passam por uma

formação na qual a aprendizagem é baseada e realizada na machamba onde os agricultores

trabalham em pequenos subgrupos constituídos por 20 a 25 agricultores visto que não se

podem fazer todos presentes para permitir uma melhor aprendizagem.

Os mesmos recolhem dados sobre o campo, analisam, tomam decisões activas baseadas

nas análises feitas e posteriormente apresentam suas decisões aos extensionista e outros

produtores que pertencem a escolas na machamba do camponês para serem censuradas e

adoptadas, em caso de algumas dúvidas eles procuram os outros colegas para poderem

satisfazer as suas dúvidas.

Os agricultores divergem com o GASPAR (2013) onde salienta que Escola na

Machamba do Camponês não é uma metodologia de disseminação de novas tecnologias mas

sim uma metodologia participativa de capacitação baseada nos princípios de educação de

adultos (aprendizagem por descoberta), pois é onde os camponeses aprendem fazendo,

observam, analisam, trocam experiencias e tomam decisões para resolver os seus problemas

individuais e da comunidade.

Diz ainda o mesmo autor que Escola na Machamba do Camponês é um processo

dinâmico de capacitação do camponês. A partir dos seus conhecimentos e experiencias

relacionadas com o maneio das culturas, os agricultores aprendem através das técnicas

experimentais e participação a tomar decisões sobre o melhor uso de recursos disponíveis

(Idem).

Campo de demonstração

. Os agricultores da baixa em estudo deram a saber que o método de Campo de

Demonstração de Resultados (CDR) consiste nos agentes de extensão rural produzirem no

mesmo campo com agricultores, os extensionista usam novas técnicas de produção e os

agricultores usam as técnicas rudimentares procurando levar os agricultores a mudarem das

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suas técnicas para as técnicas disseminadas pelos agentes de extensão como forma de obter

melhores rendimentos

Os agricultores afirmam que as técnicas disseminadas pelos extensionistas são eficazes

na medida em que numa pequena porção de terra conseguem uma boa produção e

produtividade, contudo o campo de demonstração é usado para que possa influenciar os

agricultores a mudar de atitude e aderirem as técnicas disseminadas pelos técnicos de

extensão rural.

Outrossim é o facto de esta técnica permitir com que os agricultores observem os

resultados na qual os extensionista obtêm e optarem pelo uso das novas tecnologias como e o

caso de novos híbridos disponíveis, compassos a ter em conta e a fazerem o transplante e

controle de pragas e doenças da cultura de couve.

Pois os agricultores convergem com o pensamento do GASPAR (2010) na medida em

que salienta, que Campo de Demonstração Rural é um método educativo, usado para

mostrar, a aplicação prática de uma técnica ou de um conjunto de técnicas, cujas vantagens

que já tenham sido previamente estabelecidas e comprovadas nas condições locais, pela

experimentação. A demonstração de resultados têm como objectivo levar um produtor a

realizar uma ou várias práticas, usando as técnicas que se quer introduzir, em condições que

permitam a ele comparar os resultados assim obtidos com os resultados da testemunha

(práticas usuais da comunidade).

Feiras

Os agricultores afirmam que as feiras servem como um ponto de encontro para

divulgação dos seus produtos, aquisição de sementes melhoradas e troca de experiencias com

outros agricultores bem conceituados na área de produção de hortícolas no geral, permite-

lhes com que estejam em contacto com os seus consumidores e isto traz uma mais-valia

porque sente-se mais motivados para produzirem mais, pois as perdas dos seus produtos são

bastante reduzidas, e as feiras são realizadas de uma forma ordeira sendo agendadas pelos

extensionistas.

Dizem os agricultores ainda que as feiras são realizadas de 15 em 15 dia no mercado de

Giua que dista a escassos quilómetros da sua área de produção e normalmente tem tido um

tema em destaque, pois os dias das feiras devem ser sempre do consenso de todos e deverão

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ser respeitados os aspectos religiosos ou as festividades locais, mas as feiras têm-se realizado

nas sextas-feiras pelas primeiras horas da manha.

Salientam ainda os agricultores que estas feiras não são apenas realizadas pelos

agricultores da Baixa de Chalambe, fazem se presentes agricultores das outras baixas tais

como de Condjane, Jangamo, Chihenguene e Muéle. As Feiras Agrícola, por exemplo,

atraem agricultores, produtores de sementes, agentes de tractores, vendedores de charruas,

moinhos de vento e moageiras, comerciantes, etc. São estas pessoas especiais que tornam a

Feira um ponto de encontro, onde o agricultor se informa sobre novas variedades e

tecnologias, onde compartilha experiências com outros agricultores e onde se iniciam

contactos para novos negócios.

Os agricultores da Baixa de Chalambe convergem com o RUAS, pois ele sustenta que

as feiras agrícolas e negócio são uma plataforma de intercâmbio nos sectores da agricultura e

pecuária, é um espaço singular onde serão reunidos fornecedores, consumidores, com a

exposição dos insumos agrícolas, equipamentos, produção agrícola, banca, compradores, a

troca de experiências com perspectiva no desenvolvimento do sector agrícola.

Conclui afirmando que pretende-se deste modo gerar intercâmbio de conhecimentos

entre os participantes, tendo em vista a produção de resultados conducentes a uma boa

produção e produtividade, do pensamento, da comercialização por meio do uso de assistência

técnica qualificada, serviços financeiros adequados, sementes, mecanização, uso de

agroquímicos apropriados, sementeira a tempo útil (RUAS, E.D et al, 2006).

Reuniões

Dos 100% entrevistados da baixa de Chalambe deram a saber que as reuniões são

realizadas de baixo de uma árvore grande onde possa permitir uma maior participação ou

seleccionam uma machamba de um agricultor onde tem uma sombra para permitir que

possam se discutir de melhor os assuntos em debate.

Nas reuniões tratam de problemas que apoquentam os agricultores nas suas machambas

e os extensionistas ou agentes da agricultura procuram mostrar os métodos de combate,

salientam ainda os agricultores que tem tido reuniões na própria Sede do SDAE num espaço

que ostenta o nome de espaço verde, e geralmente quando as reuniões têm-se realizado no

SDAE tem sido sempre no início da campanha de produção onde são debatidos vários

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assuntos, e tem vindo agricultores doutras baixas circunvizinhas uma vez que o distrito tem

três baixas, a baixa de Chihenguene, Condjane e Muéle e a baixa de Chalambe.

Os agricultores vão a linha do pensamento do DOYLE (1998) pois sustenta que as

reuniões têm a capacidade de solucionar mais rápido os assuntos complexos por ser um

espaço de socialização de conhecimentos, o encontro de novas pessoas com diferentes

experiencias possibilita a sinergia entre diferentes conhecimentos para a sua regulação de

problemas, pois apresentam pontos de vistas sobre um determinado assunto, discussões em

grupos apresentam mais rendimento.

Salienta DOYLE (1998) que o resultado das reuniões é uma reflexão colectiva que

possibilita discussões mais profundas sobre o tema e cientificamente é comprovado que as

decisões tomadas em grupo estão sujeitas a menos erros do que aquelas feitas por apenas

uma pessoa.

Rádios Comunitárias

Segundo SDAE afirma que no Distrito há um programa do emissor Provincial que trata

sobre os assuntos Agropecuárias, visto que as Rádios tem uma maior abrangência e permite

que o agricultor possa práticar as suas actividades escutando os programas, pois o SDAE

entra em discordância com os agricultores porque afirmam que não existe nenhuma rádio

comunitária no distrito que trata dos assuntos relacionados com agricultura e nem no emissor

provincial, apenas afirmam que o único programa que eles têm escutado é a voz do

extensionista que passa na rádio Moçambique no emissor nacional todas Terças-feiras pelas

cinco horas da manha.

As ideias do SDAE vão em consonância com (LOPEZ, sd) onde diz que os meios de

Comunicação no caso específico das Rádios Comunitárias permitem alcançar maior

audiência que qualquer outro meio. Por exemplo, estima-se que haja nos países menos

desenvolvidos 94 receptores de rádios por cada mil pessoas, dez vezes mais que o número de

televisores ou cópias de jornais diários disponíveis.

Porém os programas da rádio comunitária são de baixo custo, rápidos e fáceis de

produzir, a rádio pode alcançar as pessoas que estejam isoladas por causa da língua,

localização geográfica, conflito, analfabetismo e da pobreza.

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4.1.Contributo dos Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da

produção da Cultura de Couve.

Dos agricultores inquiridos afirmam que um método de extensão rural, é importante para

o crescimento económico e para a redução da pobreza, especialmente para os agricultores de

subsistência quer sejam homens ou mulheres, incluindo os agregados chefiados por mulheres

e desfavorecidos, através do aumento` da produção agrícola e da produtividade por via da

elevação firme da eficiência na produção e a provisão de novas tecnologias e inovações.

FARIA (1999), sustenta que o trabalho do extensionista para a sua efectivação deve ter

como alicerce os métodos de extensão pois é através desses que servem como aporta de

transferência de novas tecnologias de produção ao agricultor. Estes servem de base para a

elaboração de um cronograma com as diferentes estratégias de acções que busquem valorizar

as potencialidades da propriedade e do produtor, contando com o apoio de um serviço de

extensão que disponha de uma equipe multidisciplinar para as orientações.

Métodos de extensão rural são usados para introdução de novas técnicas e tecnologias de

produção como o conjunto de processos que conduzem a geração e transferência de novos

conhecimentos e tecnologias úteis para responder à novas necessidades, demandas e para

resolver problemas e constrangimentos específicos que afectam o sector produtivo e

mercados (Idem).

4.1.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural

Dos agricultores inqueridos na baixa de Chalambe derem a saber que os métodos, mais

aderidos são seguintes: métodos de Reuniões com uma percentagem de 90,3% de aderência,

estes métodos de reuniões discutem-se assuntos bastantes relevantes e as suas devidas

soluções com vista ao melhoramento da produção da produtividade, o método de Feiras dos

100 % inqueridos às feiras possuem uma percentagem de 94,4% de aderência pois as feiras

permitem uma maior interação e divulgação dos seus produtos. Em relação aos restantes

métodos de extensão rural no caso específico do CDR 100% dos inqueridos mostram que

58,3% aderem pois os agricultores defendem ser um método que possibilita os extensionistas

levarem os agricultores a mudança de comportamento sobre uma nova forma de produção,

pois os restantes dois métodos em termos percentuais dos dados recolhidos no campo para o

caso concreto do método EMC 23, 6% aderem a este método devido aos conteúdos

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abordados, e por ser um método que por sua natureza tem em vista a educação de adultos

ondem podem sanar algumas duvidas que possam possuir durante o processo de produção e

que seja um momento ideal para a sua melhor perceção, com vista aos melhores resultados

durante o processo de produção. Em relação ao método Radio comunitário dos 100%

inqueridos os agricultores não adere a este método por tratar dum método que simplesmente

não se faz sentir no distrito e por tratar de assuntos de produção duma forma generalizada.

Tabela nº2: Representação dos agricultores que aderem aos métodos de extensão rural

Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)

E.C.M 17 23,6%

C.D.R 42 58,3%

Reuniões 65 90,3%

Feiras 68 94,4%

Rádios Comunitários 0 0%

Total dos agr. Inqueridos 72

Diante da tabela abaixo ilustrada constatou-se que dos 100% dos agricultores

inquiridos sobre métodos usados para o melhoramento da produção da cultura de couve no

distrito de Inhambane, concretamente na baixa de Chalambe numa percentagem de 9.7% não

aderem ao método Reuniões pois eles dizem que não enfrentam nenhum problema nas suas

machambas e que possam solucionar com a presença dos actores de extensão rural, enquanto

5,55% não aderem ao método de feiras os agricultores alegam que por vezes eles não vem a

necessidade de se fazerem presentes porque eles já têm os seus compradores já definidos e

quando chegam os dias das feiras não possuem produtos para exporem.

Para o caso do método escola na machamba do camponês 76,4% dizem não aderirem

a este método porque é bastante ariscado e muito moroso na quilo que são os seus resultados,

consideram ariscado porque para a sua realização são escolhidos alguns agricultores, visto

que não se podem fazer presentes todos os 280 agricultores de uma única vez então para fácil

assimilação dos conteúdos abordados são feitos em grupos de 20 a 30 pessoas então tornasse

ariscado porque quando os agricultores trainados para os não treinados tenham percebido

mal a realização dos conteúdos e disseminem mal podem levar a uma fraca produção e

consideram que estes treinados não divulgam toda informação la discutida.

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Relativamente aos CDR numa percentagem de 41,67% afirmam não aderirem pois não

vêm a necessidade de aderirem pois mesmo com as suas respeitavam técnicas rudimentais

têm obtido bons resultados, e devido fraca distribuição dos serviços de extensão rural, em

relação a rádio comunitária, dos agricultores inquiridos dizem não aderir a este método pois

não vêm a necessidade, o distrito não possui nenhum programa radiofónico que trata dos

assuntos relacionados com agricultura, salientam que seria muito importante que existisse

um programa que tratasse questões relacionados com a agricultura, porque a rede extensão é

bastante fraca o que poderia ajudar aos agricultores na solução dos seus problemas.

Tabela nº3: Representação dos agricultores que não adere aos métodos de extensão rural

Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)

E.C.M 55 76,4%

C.D.R 30 41,67%

Reuniões 7 9,7%

Feiras 4 5,55%

Rádios Comunitários 0 0%

Total dos agr. Inqueridos 72

Diante dos resultados acima ilustrados sobre o nível de aderência dos métodos de

extensão pode se verificar que o nível do contributo dos métodos de extensão ainda é fraco,

apesar que boa percentagem dos agricultores já estar a aderir a estes métodos pois isto deve-

se a factores culturais onde estes agricultores ainda não querem a abandonar as suas formas

de produzir para adoptar novas técnicas de produção, o baixo nível de escolaridade também

influencia na pecepção destes métodos de extensão rural.

Insuficiência de meios de transporte para os extensionistas: dentro do seu plano

organizacional, têm atribuído aos extensionistas meios de transportes como bicicletas ou

motorizadas de modo a facilitar a deslocação dos extensionistas garantindo que possam

atingir maior parte dos agricultores. Com tudo, o número de motorizadas distribuído aos

extensionistas não satisfaz ao necessitado, ficando alguns extensionistas sem meios de

transporte e obrigados a usarem meios alternativos para deslocarem-se ao ponto de trabalho.

Deficiência da capacidade técnica dos Extensionista: A fraca formação dos

extensionistas em matérias relacionados com os modelos de extensão rural, alguns

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extensionistas desta equipe de extensão têm ainda dificuldades em reconhecer os princípios

fundamentais dos métodos de extensão rural e em que situação aplica-los. Também

constatou-se que a poucas actividades desenvolvidas pelos extensionistas com vista a

divulgar os métodos.

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CAPITULO V

5. Conclusões e recomendações

5.1.Conclusões

A produção da cultura de couve no distrito de Inhambane concretamente na baixa de

Chalambe os agricultores usam várias práticas culturais tais como o preparo do solo onde

antes de lançarem a semente no campo definitivo fazem o lançamento nos alfobres,

adubação, irrigação, como forma de obter melhores resultados e o combate a praga e doença

que fazem através de combates químicos, biológicos e rotação de culturas.

Conclui-se também que os métodos de extensão rural, mais usados no distrito de Inhambane

na baixa de Chalambe são devidos em três grupos que são: métodos individuais, métodos de

grupos de camponeses e métodos de massas. Destes três grupos os mais usados são métodos

de Campo de Demonstração dos Resultados (CDR), Escola na Machamba do Camponês

(EMC), reuniões, feiras e rádio comunitária. O uso simultâneo destes três métodos de

extensão facilita a obtenção de melhores resultados, pois a escassez de recursos e a elevada

relação extensionista-produtores, faz com que o método de grupo seja o mais viável porque

apresenta uma vantagem de poder alcançar, com poucos recursos, maior número de

agricultores, comparativamente ao método individual permitindo uma interacção directa

entre extensionistas e produtores.

Conclui-se ainda que na hipótese: os métodos de extensão rural usados contribuem para o

melhoramento da produção da cultura da couve na baixa de Chalambe é nula, pois na baixa

onde foi realizado o estudo demonstra que todos os métodos de extensão rural são bastante

importante, mais o seu contributo ainda não se faz sentir de forma desejada ou ainda é fraco

devido a vários factores tais como, fraca distribuição da rede de extensão rural, fraco

domínio dos métodos por parte dos agentes de extensão rural e baixo nível de escolaridade

por parte dos agricultores.

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5.2.RECOMENDAÇÕES

5.2.1. Para o governo Distrital:

Procurar incentivar mais os extensionistas com meios financeiros para poderem fazer

várias demonstrações na actividade de extensão agrícola de modo a utilizar as novas

tecnologias para atrair os seus destinatários a deixarem de usar técnicas rudimentares;

Fortificar ou ampliar a rede de extensão rural no distrito de modo a alcançar a maior

parte possível de agricultores por época;

Criar uma instituição de investigação agrária no distrito de modo a enriquecer a

capacidade de respostas na parte dos extensionistas a problemas relacionados com a

produção, diminuindo assim como a dependência do centro de investigação de

Inhacoongue, que praticamente se dedica a pesquisa de mandioca e não de hortícolas;

Incentivar a formalização de associações e também encorajar os produtores a

aderirem as associações ou cooperativas visto que em as facilmente serão abrangidos

pelos serviços de extensão rural.

5.2.2. Para os agricultores

Devem organizar-se em associações de modo a facilitar o trabalho dos serviços de

extensão no distrito assim como minimizar os custos relacionados com recursos

humanos e materiais no campo, e facilidades de aquisição do microcrédito por parte

dos agricultores associados;

Acatarem as orientações dos agentes de extensão rural como forma de ultrapassarem

os seus problemas e obterem melhores resultados durante a época de produção da

cultura.

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CAPÍTULO VI

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ÍNDICE

Conteúdo pag.

Declaração de Honra…………………………………………….……….…………………i

Dedicatória………………………………………….………...…….…….………………..ii

Agradecimentos…………………………………….………….…………………………..iii

Lista de Abreviaturas e Siglas…………………………………………..…………………iv

Lista de Figuras………………….…………..……………………………….……………..v

Lista de Tabelas……………………..……...………………………………………………v

Lista de Gráficos………………….…………………………..………..…….….………….v

Lista de Apêndices……………………………………......………………….….…………vi

Lista de Anexos……………………………….……..……………………………………vii

Glossário……..………………………...……………………………………...………….viii

Resumo ................................................................................................................................. ix

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

1.1. Contextualização do Tema ...................................................................................... 1

1.2. Problema de pesquisa .............................................................................................. 2

1.3. Justificativa ............................................................................................................. 3

1.4. Objectivos ............................................................................................................... 5

1.4.1. Geral ................................................................................................................ 5

1.4.2. Específicos ....................................................................................................... 5

1.5. Hipóteses ................................................................................................................. 6

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 7

2.1. Referencial teórico .................................................................................................. 7

2.1.1. Extensão .......................................................................................................... 7

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2.1.2. Extensão Rural ................................................................................................. 8

2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural ............................................................. 9

2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane .......................... 10

2.2.1. Discrição da cultura da Couve ....................................................................... 10

2.2.1.1. Discrição botânica da cultura da couve ..................................................... 11

2.2.2. Preparação do solo ......................................................................................... 11

2.2.3. Época de cultivo ............................................................................................ 12

2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve........................................... 13

2.2.5. Doenças que atacam a cultura da couve ........................................................ 14

2.2.6. Importância económica da cultura da couve ................................................. 15

2.3. Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane ............................... 15

2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane................................... 16

3. METODOLOGIA ........................................................................................................ 23

3.1. Descrição da área de estudo .................................................................................. 23

3.2. Descrição da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane ............................... 24

3.3. Amostragem .......................................................................................................... 24

3.4. Colecta de dados ................................................................................................... 26

3.5. Análise de dados ................................................................................................... 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 28

4.1. Práticas culturais no cultivo da couve na baixa de Chalambe .............................. 28

4.2. Métodos usadas pela Extensão Rural para o melhoramento da Produção da Cultura

de Couve na baixa de Chalambe ...................................................................................... 30

4.3. Contributo dos Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da

produção da Cultura de Couve. ........................................................................................ 35

4.3.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural ................. 35

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 39

5.1. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 39

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5.2. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................... 40

5.2.1. Para o governo Distrital: ................................................................................ 40

5.2.2. Para os produtores ......................................................................................... 40

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 41

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I

Apêndice nº 1 Inquérito dirigido aos Agricultores da baixa de Chalambe no distrito de

Inhambane.

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Escola Superior de Desenvolvimento Rural

Departamento de Sociologia Rural

Curso: Comunicação e Extensão Rural

Levantamento de dados sobre a Analise dos métodos de Extensão Rural Usadas para o

melhoramento da Produção da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane; de salientar

que o presente inquérito não será usado de forma nenhuma para prejudicar a quem fornecer

informação. O presente Inquérito esta direcionado aos Agricultores da baixa de Chalambe

no distrito de Inhambane.

1.Identificação do Inquerido

1.1. Nome do Inquerido? ……...…………..……….……………………………………….

1.2.Bairro……………………..…………………………………………………………….

1.3. Idade? ………………………………………………..

1.4. Estado Civil

Solteiro……… Casado……….

1.5. Sexo? Feminino……. Masculino…….

1.6. Qual é o nível académico? …………………………………………………………….

1.7Profissão? ………………………………………………………………………………..

2. Identificação dos métodos de Extensão Rural usadas no melhoramento da

produção da Cultura de Couve no distrito de Inhambane;

2.1Já ouviu falar de métodos de extensão rural?

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II

R:Sim………Não……...

2.3.Existem métodos usados param a produção da cultura de couve nesta baixa?

R:Sim……….; Não………

2.4. Quais são esses métodos usados para o melhoramento da produção de couve na baixa

de Chalambe?

R:……………………………………………………………………………………………

2.5. Como é que fazem para a realização desses métodos?

R................................................................................................................................................

2.6.Qual é a importância para o agricultor desses métodos de extensão rural na produção da

couve?

R………………………………………………………………………………………………

2.7.Quais são os conteúdos que são abordados nesses métodos de extensão rural?

R………………………………………………………………………………………………

2.8. Quem contribui para a disseminação desses métodos?

R: Agente de Extensão…………..; Ensinado por um familiar………; Outros…………….

2.9.Os agente de Extensão tem aparecido para prestar apoio aos agricultores na divulgação

de alguns métodos?

R: Sim…….. Não…………

2.10.Se e que Sim, quantas vezes?

R: Por Semana…………;Mês…………..; Anos………..

R: Sim…………………………….. Não………………………………………………….

R:……………………………………………………………………………………………

2.12.E como e que fazem para explicar esses métodos?

R………………………………………………………………………………………………

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III

2.13. Durante a divulgação métodos quais são os constrangimentos que têm encarado?

R………………………………………………………………………………………………

2.14.E como e que fazem pra colmatar estes constrangimentos?

R:……………………………………………………………………………………………

2.15.Entre estes métodos divulgados quais são os mais aderidos?

R:……………………………………………………………………………………………

2.16.E Porque a Preferência por estes métodos?

R:……………………………………………………………………………………………

2.17. Quais são procedimentos para a produção da cultura da couve?

R:……………………………………………………………………………………………

2.18. Qual é a variedade que mais produzem?

R:……………………………………………………………………………………………

2.19. O porque da preferência dessa variedade?

R:……………………………………………………………………………………………

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IV

Apêndice nº2: Inquérito dirigido a Instituição ligada ao sector Agrário no distrito de

Inhambane.

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Escola Superior de Desenvolvimento Rural

Departamento de Sociologia Rural

Curso: Comunicação e Extensão Rural

Levantamento de dados sobre a Analise dos Métodos de Extensão Rural Usadas para o

melhoramento da Produção da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane; de salientar

que o presente inquérito não será usado de forma nenhuma para prejudicar a quem fornecer

informação. O presente Inquérito esta direcionado a Instituições ligadas ao sector Agrário

no distrito de Inhambane.

1.Identificação do Inquerido

1.2.Nome da Instituição?........................................................................................

1.2.Nome do Inquerido? ……………….………………………………………

1.3.Cargo?.................................................................................................................................

3.Sexo?

Feminino…………. Masculino………

2.Descrição dos métodos de Extensão Rural usado para o Contributo da Produção de

Couve no distrito de Inhambane;

2.1. Quantos agricultores têm a baixa de Chalambe? ………………………………………

2.2. Como é que eles estão organizados

Associados…………… Singulares………….

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V

2.3.Existem alguns métodos usados pela instituição para o contributo da produção cultura

da couve

Sim……… Não…….

2.4 Se e que sim quais são esses métodos?

R:……………………………………………………………………………………………

2.5.De que forma esses métodos são disseminadas aos agricultores da Baixa de Chalambe?

R:……………………………………………………………………………………………

2.6.Estes métodos têm tido resultados satisfatórios com uso desses métodos?

R:Sim……….. Não…………

2.7.Se é que não, porque?

R:……………………………………………………………………………………………

2.8.Se e que sim de que forma esses resultados manifestam-se?

R:……………………………………………………………………………………………

2.9.Os agricultores têm aderido a estes métodos?

R:Sim…………. Não………..

2.10.Quais são as dificuldades que os extensionista têm- se deparado na transmissão desses

métodos.

R:……………………………………………………………………………………………

2.11.E como e que a os extensionista tem feito para fazer face a estes constrangimentos?

R:……………………………………………………………………………………………

2.12.Quantas vezes os extensionista fazem se presente para assistência aos agricultores da

baixa de de Chalambe.

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VI

R:Diário…………. Semanal…… ….. Mensal……… Anual…………

3. Contributo dos métodos de extensão rural na produção da Couve.

3.1.Como tem sido a influência desses métodos aos agricultores na produção da Cultura de

Couve?

R:Má………… Normal……… Boa…………

3.2.Qual é o impacto quê esses métodos trazem no seio dos agricultores.

R:Positivos……………………………………….Negativos………………………………

3.3. Quais são os indicadores desses resultados?

R:……………………………………………………………………………………………

3.4. Quais são as mudanças que estes métodos de extensão rural troseram aos agricultores

da baixa de Chalambe?

R:……………………………………………………………………………………………

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VII

Apêndice nº 3, Ilustração duma família no distrito se informando através da Rádio

Fonte: Autor 2015

Apêndice nº 4, Ilustração de um extensionista dirigindo uma reunião de baixo de uma

arvóre na baixa de Chalambe

Fonte: Autor 2015

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VIII

Apêndice nº5, Ilustração de um campo de produção de couve na baixa de Chalambe

Fonte: Autor 2015