ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL...
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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da
Produção da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa
de Chalambe)
Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural
Autor:
Mauro Valter Jaime
Vilankulo
Junho de 2015
Mauro Valter Jaime
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção
da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe)
Trabalho de culminação do curso
apresentado no Departamento de
Sociologia Rural da Universidade
Eduardo Mondlane – Escola
Superior de Desenvolvimento Rural
para a obtenção do grau de
Licenciatura em Comunicação e
Extensão Rural
Supervisor:
dr. Constantino Machava
Vilankulo
Junho de 2015
i
Declaração de Honra
Eu, Mauro Valter Jaime, estudante da Escola Superior de Desenvolvimento Rural declaro por
minha honra a verdade sobre a autenticidade do presente trabalho de Licenciatura em
Comunicação e Extensão Rural que, é da minha autoria e resulta da minha investigação e por
ser verdade estão plasmadas as referências usadas.
……………………………………………………..
(Mauro Valter Jaime)
ii
Dedicatória
Dedico orgulhosamente a minha mãe, Sandra Jaime. A sua educação fez de mim o homem
que sou hoje. O meu Muitíssimo obrigado por tudo. Este trabalho é a tua conquista e vitória
ao mesmo tempo. Se dependesse só de mim, eu diria que isto é só o começo.
Aos meus queridos irmãos: Joyce Sandra, Leonel Matias Junior, Kianga Bongane, que o
presente trabalho sirva de inspiração para o vosso percurso estudantil.
iii
Agradecimentos
À Deus pai todo-poderoso, vai o meu muito obrigado por ser um companheiro e conselheiro
incansável em todos os momentos da minha vida.
Muitos indivíduos fizeram parte, directa ou indirectamente, para que esta pesquisa
efectivasse. Mas primeiro, quero expressar o meu agradecimento ao DR René Rojas que por
motivos alheios a sua vontade não conseguiu dar o término na execução deste trabalho.
O meu Supervisor doutor Constantino Machava por ter tido a coragem e vontade de dar
continuidade com o meu trabalho e pelo apoio e tempo que dedicou para dar a sua sábia
orientação para a efectivação deste trabalho.
A minha prezada madrinha Margarida Mangunjo pela força, coragem e confiança que me
transmitiu durante os meus estudos.
Ao presado tio Gilberto Mahumana que incondicionalmente transmitiu a sua força e calor
durante a minha carreira estudantil.
Ao meu grande amigo Fernando Francisco Luz pela ajuda para que esta pesquisa se tornasse
uma realidade, dona Joana, por ter me acolhido durante o período da minha formação.
A todos meus colegas da turma que juntos trilhamos nesta batalha e em especial aos
elementos que constituir o meu grupo durante os quatros anos: Danilo Devesse, Inácio
Chicote, Emília Adição e Joaquim Chavane.
Aos meus amigos que tem acompanhado o meu percurso de vida, meus desafios, juntos
enfrentamos grandes batalhas de vida durante o percurso da nossa formação e que directas ou
indirectamente contribuíram para que este trabalho se tornasse uma realidade: Dércio
Tandane, Edeson Kilkey, Abrão Bangueiro, Orlando Simbine, Satismo Mahungane, Isabel
Marrengula.
Os meus agradecimentos estendem se ainda ao Mugass, Miguel Cumbana, ao técnico Bata
pela paciência e o seu tempo dispensado e não se esquecendo da minha grandiosa amiga Elva
e a todos que directa ou indirectamente contribuíram positivamente na minha carreira
estudantil. E que por serem muitos não haveriam páginas suficientes para escrever todos seus
nomes.
A todos o meu grande KANIMAMBO e que deus vos abençoe e vos conceda a vida
eterna…
iv
Lista de Abreviaturas e Siglas
DSAF- Direção dos serviços de Agricultura e Florestas
MINAG - Ministério da Agricultura
DNDR- Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural
GODCA- Gabinete de organização de Organização e Desenvolvimento das Cooperativas
Agrárias
DDR- Departamento de Desenvolvimento Rural
EDR- Estratégia de Desenvolvimento Rural
MPD- Ministério da Planificação e Desenvolvimento
SDAE- Serviço Distrital para das Actividades Económicas
SUE- Serviço Unificado da Extensão
PROAGRI- Programa Nacional para Desenvolvimento da Agricultura
EMC- Escola na Machamba do Camponês
CDR- Campo de Demostração de Resultados
DP- Demostração Pratica
FRELIMO- Frente de Libertação de Moçambique
ONGS- Organizações Não Governamentais
PMGA- Plano Municipal de Gestão Ambiental
INE- Instituto Nacional de Estatística
EDR- Estratégia de Desenvolvimento Rural
AGR- agricultor
v
Lista de Ilustrações
Tabela nº1: representação dos agricultores inquiridos que aderem aos métodos de extensão
rural…………………………………………………………………………………….........33
Tabela nº2: Representação dos agricultores que não aderem aos métodos de extensão
rural.34
Gráfico n°1: representa o sexo que mais pratica agricultura na baixa de Chalambe……….28
Gráfico n°2: representação das categorias dos agricultores que operam na baixa de
Chalambe.29
vi
Lista de Apêndice
Apêndice nº 1, Inquérito dirigido aos agricultores da baixa de Chalambe do Distrito de
Inhambane………………………………………………………………………………….….I
Apêndice nº 2, Inquérito dirigido aos Serviços Distritais para as actividades económicas
Distrito de Inhambane…………………………………………………………..……….…...IV
Apêndice nº 3, Ilustração duma família no distrito se informando através da Rádio….…VII
Apêndice nº 4, Ilustração de um extensionista dirigindo uma reunião de baixo de uma arvóre
na baixa de Chalambe…………………………………………………………………….…VII
Apêndice nº5, Ilustração de um campo de produção de couve na baixa de Chalambe……VIII
vii
Glossário
Solos- é uma superfície a parte mais superficial da crosta terreste bem como o local onde se
plantam as sementes para actividades agrícolas.
Produção- consiste em transformar um bem, ou seja compreende uma serie de operações
físicas que modificam certas características de um determinado objecto
PH- Potencial Hidrogénico, consiste no índice que indica acidez, neutralidade ou alcalinidade
de um meio qualquer.
Solo- é a camada superficial da crosta terreste, sendo formada basicamente por aglomerados
minerais e matéria orgânica oriunda da decomposição de animais e plantas
SOLOS ARENOSOS-são solos que possuem grande quantidade de areia, este tipo de solo
são muito permeáveis pois a água infiltra facilmente pelos espaços formados entre os grãos
de areia e normalmente é pobre em nutrientes
SOLOS ARGILOSOS- são solos que possuem ou são formados por grãos pequenos de
compactos, sendo impermeável e apresentando grande quantidade de nutrientes,
características essenciais para da actividade agrícola.
viii
Resumo
Os métodos de Extensão Rural em Moçambique constituem uma das principais portas para
disseminação de novas técnicas, com vista ao melhoramento da produção e da produtividade
visto que a maior parte da população Moçambicana vive nas zonas rurais e a sua base de
substancia e agricultura. É neste contexto que o presente trabalho tem em vista a fazer uma
reflexão sobre o tema análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento da
produção da cultura da couve no distrito de Inhambane (caso da baixa de Chalambe). A
presente pesquisa foi feita nos SERVIÇOS DISTRITAIS PARA ACTIVIDADES
ECONÓMICAS, DO DISTRITO DE INHAMBANE, e na Baixa da Chalambe onde os
agricultores praticam as suas actividades agrícolas, através da Revisão de varias literaturas e
recolha de dados que baseou-se na técnica de observação directa e entrevistas semi-
estruturada, esta que consiste na combinação de perguntas abertas e fechadas, as mesmas
foram feitas no mês de Novembro a 72 Inqueridos em toda baixa. Para a análise de dados,
descreveu-se os resultados por meio de tabelas, e simples descrição. Durante a recolha de
dados os (SDAE, 2014), realçaram que os métodos de extensão rural usados como forma de
melhorar a produção da cultura da couve são: de individuais, de grupo de camponeses e de
massas, eles fazem a combinação destes métodos como forma de obter os resultados da
melhor forma possível. E os mais usados destes três grupos são, escola na machamba do
camponês, campo de demostração de resultados, reuniões, feiras e rádios comunitárias,
apesar deste último não ser muito usado ou pelos agricultores por ser quase inexistente no
distrito. Do exposto concluiu-se que o contributo dos métodos de extensão rural no distrito
ainda é fraco e isto devesse ao facto de ainda haver um défice por parte dos actores de
extensão rural.
Palavras-chaves: Metódos, Extensão Rural e Cultura de Couve.
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃ
O
1.1. Contextualizaç
ão do Tema
O desenvolvimento da agricultura, está intimamente ligada ao aumento da produção e
da produtividade dos factores usados no processo produtivo. Sendo assim, há necessidade de
se pautar por alternativas de produção que são capazes de usar da melhor maneira a terra, a
força de trabalho, os pacotes tecnológicos e o capital empregue na agricultura. Pois é desta
forma que a Extensão Rural e a investigação tem um papel central na facilitação do uso
racional dos inputs, através de recomendações apropriadas e de transferência de novos
métodos de produção de acordo com a realidade dos produtores influenciando no carácter e
na velocidade do desenvolvimento da agricultura (CAVANE, 1996).
Moçambique é um país cujo 70% da população encontra-se nas zonas rurais
dedicando-se basicamente a agricultura familiar para a sua sobrevivência, Instituto Nacional
de Estatística (INE, 2007).
A extensão é parte integrante dum sistema de elaboração, transferência, e utilização de
tecnologias já desenvolvidas para determinada cultura, neste sistema a participação dos
agricultores é fundamental para a elaboração das tecnologias que melhor espelham a
realidade. O sucesso do sector agrário depende da disponibilidade e acessibilidade aos
serviços de extensão, isto é, para que os agricultores adoptem novas técnicas de produção
com êxitos, eles precisam primeiro de conhecê-las e aprenderem a utiliza-las correntemente
no âmbito do seu sistema de cultivo (SWANSON, 1991).
O termo Extensão Rural é originário dos Estados Unidos da América. Em 1914, os
professores universitários convocavam conferências para o público em geral, a que era
vulgarmente denominada dissertação extensiva, mas com a passagem do termo a (Extensão)
passou a ser vulgarmente usado para designar a educação não formal dada às comunidades
de farmeiros. O propósito do acto era de ajudar a difundir informações úteis e práticas aos
farmeiros e aos seus familiares, em assuntos relacionados com a agricultura e a economia
doméstica (ADAMS, 1982).
A maior parte dos países do III Mundo, a criação generalizada das organizações de
Extensão Rural foi realizada através da assistência externa, particularmente da parte dos
Estados Unidos. Como na altura da independência poucos países do III Mundo possuíam
escolas ou universidades agrícolas, em quase todos eles a Extensão Rural foi atribuída ao
Ministério da Agricultura, e não a uma escola agrária como nos Estados Unidos
(AUGUSTO. L, 1994).
No caso específico de Moçambique, podemos subdividir a história da Extensão Rural
em dois grandes períodos; o período colonial, e pós - independência. Onde no período
colonial embora com alguns objectivos dirigidos para o apoio ao sector familiar camponês, a
extensão também prosseguia a outros relacionados com a defesa do sistema de governação
na altura. A sua base de funcionamento assentava principalmente em postos de extensão
agrária sediados na Direcção dos Serviços de Agricultura e florestas (Idem).
Numa primeira fase, ou seja no período compreendido entre 1977 e 1984 as
prioridades de apoio ao sector agrário foram dirigidas principalmente às empresas estatais e
cooperativas. À partir de 1985 e com base nos resultados do 4º Congresso do Partido
FRELIMO em 1984, uma das directivas económicas dirigidas para o sector agrário foi a
prioridade de apoio ao sector familiar, cooperativo e privado (Ibd).
Actualmente o sector agrário é um pilar da economia nacional. Em 2010 contribuindo
com 23% para o Produto Interno Bruto (INE). Para além disso, a agricultura emprega 90%
da força laboral feminina do país e 70% da força laboral masculina, isto significa que 80%
da população activa do país está empregue no sector agrário, e a economia de Moçambique é
essencialmente agrária, sendo que a agricultura no País é predominantemente de
subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de produtividade (PEDSA
2011-2020).
Contudo, sendo os métodos de extensão rural importantes para o melhoramento da
produção e produtividade das comunidades rurais, o presente trabalho de pesquisa irá se
debruçar sobre o tema “Análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento
da produção da cultura da couve no Distrito de Inhambane, caso da baixa de Chalambe.
1.2. Problema de pesquisa
Em Moçambique, o desenvolvimento da agricultura é fundamental para a redução da
pobreza, visto que mais de 80% da população é rural depende da agricultura para a sua
sobrevivência. Onde mais da metade da população vive ainda em condições de pobreza
absoluta. No entanto, quando se analisa o desenvolvimento da agricultura em Moçambique
se depara com problemas tais como: falta de acesso ao crédito, baixa produtividade agrícola,
insuficiente cobertura dos serviços de extensão, falta de incentivos dos agentes de extensão
(VALÁ, 2006).
A fraca produção verificada actualmente na baixa de Chalambe permite que se faça
alguma reflexão sobre as implicações presentes e futuras da mesma, assim como o contributo
de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura, chamando atenção para se
repensar nas políticas agrícolas que estão em curso no distrito para minimizar o problema da
baixa produção e produtividade.
A Baixa de Chalambe é composto por 280 agricultores sendo estes todos conduzidos
por baixa produção e produtividade, os agricultores da Baixa de Chalambe deram a conhecer
que existente um défice na prestação dos serviços de extensão que por sua vez vai-se
repercutir na baixa produção da Cultura de Couve, é nesse contexto que surge a necessidade
de haver uma reflexão sobre o presente e futuro do sistema de Extensão, assim como o
contributo de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura nesta baixa, chamando
assim atenção para se repensar nas políticas e métodos de extensão rural que estão em curso
no distrito para minimizar o actual cenário que se assiste na Baixa de Chalambe. Face ao
exposto anteriormente, pode se conduzir a seguinte pergunta de partida: Até que ponto os
métodos usados pelos agentes de Extensão rural contribuem para melhoramento da
produção da Cultura de couve na Baixa de Chalambe?’’
1.3. Justificativa
A economia de Moçambique é essencialmente agrária. A agricultura Moçambicana é
predominantemente de subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de
produtividade.
As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto
serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo
o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com
boas oportunidades de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros.
Por estas razões, com a presente pesquisa pretende-se ainda perceber como é que os
agentes de Extensão fazem a disseminação das tecnologias agrárias nesta baixa bem como
pelo facto de esta ser a maior baixa de produção de hortícolas no distrito de Inhambane,
pois, esta abastece quase todos mercados do distrito e dos distritos circunvizinhos da
província.
O interesse pela análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento
da Produção da Cultura de Couve na baixa de Chalambe urge pelo facto de agricultura ser a
base de subsistência para a maior parte da população do distrito e do país em geral e pelo
facto dos agentes de Extensão agrária não se fazerem sentir frequentemente para darem
assistências no que tange aos métodos de extensão rural e novas tecnologias a disseminar
aos agricultores nesta baixa.
Finalmente, estima-se que o trabalho venha a contribuir para o aprofundamento da
discussão sobre análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento da
produção da cultura de couve no distrito de Inhambane (caso da baixa de Chalambe).
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
Analisar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da
Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe).
1.4.2. Específicos
Caracterizar a produção da Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da
Baixa de Chalambe);
Identificar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da
Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da baixa de Chalambe);
Analisar o contributo dos Métodos de Extensão Rural no melhoramento da produção
da Cultura de Couve.
1.5. Hipóteses
Hipótese alternativa (Ha): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de
extensão, contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na Baixa de
Chalambe;
Hipótese nula (Ho): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de extensão não
contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na de Baixa de Chalambe.
CAPITULO II
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O presente capítulo faz uma descrição das literaturas que abordam a situação dos
métodos de Extensão Rural usados para o contributo da produção da Cultura de Couve no
Distrito de Inhambane. Estas são um suporte na reflexão do tema em análise.
2.1. Referencial teórico
2.1.1. Extensão
Segundo MUCAVEL & MABOTE (2001) vêm a extensão como sendo uma intervenção
profissional baseada na comunicação e empregue pelas instituições para induzir mudanças
voluntarias na conduta de um presumido publico ou utilidade colectiva através da
transmissão de informações uteis e de assistência aos produtores na aquisição dos
conhecimentos, capacidades e atitudes necessárias para eles utilizarem eficazmente esta
informação ou tecnologia, bem como, melhorar o processo de tomada de decisão sobre a
utilização dos recursos contribuindo deste modo para melhoria dos seus rendimentos.
Metódos
Segundo XIMENES (2000).Compreendida como adaptação de métodos de ensino no
processo educativo de assistência técnica e extensão rural, respaldada nos princípios da
participação, dialogicidade, respeito aos saberes pré-existentes, exercício da cidadania e
inclusão social.
2.1.1.1. Estratégia Nacional da Extensão
A Estratégia do PROAGRI (I e II) estabelece a necessidade de um Sistema Nacional de
Extensão Agrária para facilitar a transformação do sector da agricultura de pequena escala
através da inovação agrária. A política de Extensão Agrária e a Estratégia do PROAGRI I
previa o estabelecimento de um Sistema Nacional de Extensão, integrando todas as
actividades de extensão do MINAG (Serviço Unificado da Extensão, SUE, compreendendo
as culturas, pecuária e a gestão dos recursos naturais) bem como a promoção da colaboração
de outros provedores de serviços agrários não-governamentais e do sector privado num
Sistema Nacional de Extensão, SISNE (DNER, 2000).
A Extensão Agrária do MINAG contempla as funções nucleares mínimas como a
transmissão de tecnologias, a promoção das organizações de produtores, a estratégia de
desenvolvimento, coordenação e vacinações obrigatórias. Outras funções estratégicas
incluem a capacitação das organizações dos produtores (na planificação, provisão de
serviços, e na cadeia de valores) e em aptidões empresariais e de gestão.
2.1.2. Extensão Rural
Segundo ALMEIDA (1989) faz uma menção sobre diferentes conceitos de Extensão
rural, este que inicia dizendo que a Extensão é um termo difícil de ser definido por causa da
multiplicidade dos objectivos e da diversidade dos meios para se atingir os mesmos. O
termo, por isso, pode ter significados diferentes para diferentes pessoas, mas com base na
literatura disponível torna-se possível estabelecer algumas características mais comumente
aceite.
2.1.2.1. Principais medidas a serem tomadas na extensão rural
Disseminação de informações sobre as opções de tecnologia para os vários sistemas
produtivos, e a formação dos produtores para a aplicação dessas tecnologias através
da ampliação da rede de extensão rural;
Promoção de organizações de produtores para assumirem a responsabilidade pela
gestão dos recursos disponíveis;
Estabelecimento de ligações entre os fornecedores de insumos agrícolas e os utentes
(produtores e associações);
Estabelecimento de ligações claras com empresas do sector privado e ONG’s
envolvidas na provisão de serviços de extensão, fortalecimento das redes de extensão
rural através da terciarização.
Organizar a rede de extensão em linhas verticais com a principal coordenação
operacional a nível provincial e a execução básica a nível distrital;
Realizar campanhas de informação/extensão para diagnósticos participativos;
Desenvolver metodologias para a participação da comunidade na gestão dos recursos
naturais.
2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural
Desenvolvimento Rural é definido como sendo a melhoria das condições de vida,
trabalho, lazer e bem-estar das pessoas que habitam o meio rural.
A Estratégia de Desenvolvimento Rural, EDR, do Ministério da Planificação e
Desenvolvimento, MPD, pretende ser uma inspiração e uma ferramenta de mobilização para
todos os actores envolvidos no desenvolvimento rural. A Visão do Desenvolvimento Rural
para 2025 é que “O desenvolvimento humano nas zonas rurais de Moçambique será em 2025
cerca de três vezes superior que no período 2000-2005, entrando desta forma para a categoria
de desenvolvimento humano médio, com base na transformação para um padrão de
desenvolvimento económico nacional mais favorável ao meio rural, e através de uma
economia rural que seja mais competitiva, sustentável, equilibrada em termos ambientais, e
socialmente estável e atractiva (MPD, 2006).
Foram formulados cinco objectivos principais para os próximos 20 anos
a) Maior competitividade, produtividade e acumulação da riqueza rural;
b) Gestão produtiva e sustentável dos recursos naturais;
c) Crescimento do capital humano, inovação e tecnologia;
d) Diversificação do capital social, eficiência e eficácia institucional;
e) Boa governação e planificação do mercado.
O Desenvolvimento Rural ao nível do distrito faz parte dos termos de referência do
Serviço Distrital para as Actividades Económicas, SDAE, A Extensão Agrária faz parte do
referido serviço (Idem).
2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane
2.2.1. Discrição da cultura da Couve
As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto
serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo
o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com
boas oportunidad8es de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros. A quantidade
de hortícolas comercializadas seria maior se o ataque das pragas e doenças diminuísse.
Muitas vezes as perdas que estas pragas ocasionam as culturas hortícolas são mais altas do
que a quantidade de hortícolas consumidas (METICAL & FLINT, 1995).
A couve de folhas é uma hortícola pertencente á espécie Brassica oleracea L,
variedade Acephala. Cujo centro de origem é provavelmente a região do Mediterrâneo, e que
actualmente se encontra nas regiões tropicais subtropicais. Em Moçambique, a cultura de
couve (Brassica oleracea variedade acephal) é largamente produzida pelo sector familiar nas
zonas baixas ou com sistemas de regadio e tem como finalidade o consumo e venda nos
mercados locais. A sementeira é geralmente feita em viveiros, de modo a garantir melhores
cuidados às plântulas. Esses cuidados permitem obter mudas de qualidade que aumentam as
possibilidades do sucesso da cultura no campo definitivo (TINDALL, 1993).
Em termos nutricionais, a couve-folhas apresenta-se como boa fonte de vitaminas (A,
B e C), além de ser rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em calorias. Apresenta
propriedades mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio, é
importante na boa formação dos ossos (MAMBREU et al., 2007).
A couve-folhas teve origem de clima temperado, sendo plantas bienais que exigem frio
para passar do estádio vegetativo para o reprodutivo. É uma planta alógama e comporta-se
como uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o factor agroclimático
mais limitante. Possui folhas alongadas de limbo elíptico. As raízes se concentram nos
primeiros 20-30 cm de profundidade. A inflorescência se desenvolve sobre um caule curto e
é formada a partir do conjunto de primórdios florais, esses primórdios florais transformam-
se, posteriormente, em botões florais, podendo ter coloração branca, creme, amarela, e mais
recentemente roxa e verde (FILGUEIRA, 2008).
2.2.1.1. Discrição botânica da cultura da couve
A couve é uma cultura perene que normalmente cresce anualmente nas zonas
temperadas e chega a atingir cerca de 1 (um) metro de altura (TINDALL, 1993).
De acordo com TINDALL (1993), Como perene a couve desenvolve-se em duas fases,
sendo a primeira fase o crescimento vegetativo e a segunda o crescimento e desenvolvimento
das partes reprodutivas, características da couve:
Sistema radicular: possui um sistema radicular bastante ramificado e muito
desenvolvido. As raízes chegam a atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura de
extensão lateral no fim da primeira fase de crescimento.
Caule e folhas: possui um caule comparativamente curto. O caule floral desenvolve
se a partir das axilas das folhas e pode atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura. As
folhas são simples, ovais, em forma de roseta aos arredores do caule, largas, bem
desenvolvidas e frescas.
Flores, frutos e sementes: a inflorescência é terminal e é um racimo. A inflorescência
é composta por flores hermafroditas, regulares compostas por 4 sépalas, 4 pétalas
brancas ou amarelas claras, e 6 estames. O fruto é uma longa e delgada vagem – a
síliqua. A semente é castanha – clara a castanha – chocolate e ligeiramente irregular
ou lisa.
2.2.2. Preparação do solo
Segundo TEMBE (1990) a couve pode desenvolver-se em diferentes tipos de solo,
desde os solos pesados (argilosos) aos solos leves (arenosos), desde que sejam férteis e bem
drenados, e que tenham uma boa capacidade de retenção de humidade, um conteúdo alto de
matéria orgânica e um intervalo de pH entre 6.0 a 6.8. em geral o valor favorável de pH para
solos que sofrem intensiva produção de vegetais situa-se entre 5.5 a 7.5.
2.2.2.1. Adubação
A adubação de hortaliças deve ser feita visando suprir, praticamente, todas as
necessidades nutricionais da planta pelo menos macro em nutrientes e esta pode ser mineral
ou orgânica LOPES, (2007).
a) Adubação mineral
Em síntese, a regra de utilização é de 150 a 250g da fórmula 4-14-8 ou 4-16-8 por m².
Deve-se Considerar as exigências nutricionais das espécies, os grandes espaçamentos, a
duração do clima, O nível de produtividade esperado e as indicações de real estado de
fertilizante do solo (LOPES, 2007)
b) Adubação orgânica
O adubo orgânico é de maior importância para o cultivo das hortícolas pelo
fornecimento de Nutrientes, embora na maioria dos casos seja pobre e pela melhoria das
condições físicas do solo. A Matéria orgânica torna o solo muito solto mas ligado,
conferindo-lhe maior capacidade de retenção de água e nutriente. O adubo orgânico, também
melhora a vida macro biológica do solo, favorecendo a sobrevivência de minhocas, fungos e
bactérias benéficas (SITOE, 2005).
2.2.2.2. Irrigação
A irrigação é fundamental para satisfazer a grande necessidade de água, para a maioria
das espécies hortícolas, mesmo em períodos ou regiões onde ocorrem os melhores regimes
de distribuição de precipitação. Em geral, a quantidade de água a aplicar por cada rega, deve
ser o suficiente para manter a humidade do solo até a profundidade de 20 a 25 cm, onde se
concentra a maioria das raízes. O excesso favorece a erosão e a lixiviação dos nutrientes. A
falta de agua prejudica o crescimento e a qualidade dos produtos, podendo acelerar o
processo de maturação, (OLIVEIRA, 1989).
Em Moçambique, a província de Maputo é a que possui maior número de sistemas de
regadio ao nível do país. Estes sistemas incluem os regadios dos distritos de Boane,
Moamba, Magude, e Manhiça com um elevado potencial para produção de diversas culturas
incluindo as hortícolas (INE, 2007).
2.2.3. Época de cultivo
Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo para a
cultura da couve-folha. Um dos factores que contribui para isto certamente é o fato de que,
em muitas regiões, por limitações climáticas, a couve-flor é cultivada em apenas um único
período do ano Entretanto, FILGUEIRA (2008) afirma que, com o melhoramento genético
houve desenvolvimento de híbridos de couve-folhas que apresentam condições de produção
adequada em climas mais quentes, permitindo o cultivo durante todo o ano e que inclusive
para as cultivares de verão sugere o plantio entre os meses de Setembro e Janeiro.
2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve
Segundo LOPES, (2007) umas das principais causas das perdas nas hortícolas é a
ocorrência de pragas e doenças. Para o controlo das doenças recomenda-se a aplicação
preventiva e para o controlo das pragas deve-se usar insecticidas, caso os níveis de infestação
justifiquem o seu controle. As doenças mais comuns nas hortaliças são causadas por fungos,
bactérias e vírus, o cultivo da couve é afectado por doenças que se agrupam em: doenças
causadas por patógenos e doenças. Das doenças causadas pelos potógenos, são mais comuns
e fáceis de controlar as causadas por fungos que por bactérias e vírus.
A actividade infeciosa dos patógenos é acelerada quando existem ferimentos nas
plantas, e a existência de feridas é uma das consequências de má gestão (quer de viveiro,
quer de campo definitivo) causada por elevadas densidades.(Idem)
As doenças fisiológicas são referentes á desordem interna e estão associadas a vários
factores de desenvolvimento como: nutrição, humidade, luz outros. No controle de pragas, é
mais económico fazer aplicação de insecticida logo ao primeiro sinal de ataque do que
esperar que o nível de ataque se eleve e cause danos á cultura. Tanto as infestantes anuais
como as perenes são controladas usando enxadas e herbicidas. Estudos mostram que o uso de
enxada a nível superficial no controle de infestantes causa menos danos a cultura (TEMBE,
1990).
2.2.4.1. Pragas que mais atacam a cultura da couve
Broca da couve (Hellula undalis Fr), as lagartas tem 15 mm de comprimento, e
apresentam cor castanha-amarelada. Apresenta 5 listras longitudinais ao longo do corpo, as
pupas são acinzentada e brilhantes o adulto é uma pequena mariposa de cor castanho-
acinzentada. No caso de virose, deve-se eliminar todas as plantas atacadas e combater os
insectos vectores. No entanto, um mau desenvolvimento das plantas, amarelecimento das
folhas, murcha e morte das plantas, podem ser causados por deficiência nutricional e que são
confundidas com sintomas de doenças (RIBEIRO, 1999).
Segundo SEGEREN et al (1994), os ovos são postos principalmente nos pontos de
crescimento da planta. Neste local depois da sua eclosão, as largas fazem uma teia abaixo da
qual se escondem alimentando-se de pontos de crescimento e provocando a morte da planta.
As lagartas penetram também nas nervuras, pecilos, caule e ápice das plantas e podem
destruir completamente as pequenas plantas. Em plantas maiores aparecem dois a quatro
novos rebentos, algumas semanas depois da destruição do ápice. As plantas de couves
atacadas produzem variam folhas pequenas atacadas e ficam ligadas por teias.
Percevejo-da-couve (Bagrada hilaris Burn) tanto as ninfas como os adultos são
encontradas nas folhas ou no solo por baixo das plantas. Tem 3-5 mm de comprimento,
redondas e de cor preta. Surgem a seiva das folhas e elas murcham. Os adultos têm 5-7 mm
de comprimento de forma oval, de cor preta com manchas vermelhas-claras e possuem um
aparelho bucal do tipo sugador. As plântulas nos viveiros ficam deformadas, murcham e
morrem (SEGEREN et al 1994).
2.2.4.2. Controle de pragas
As pragas que ocorrem na cultura da couve-flor são cosmopolitas. Por isso, o produtor
deve e pode utilizar diferentes métodos de controlo. Entre as ferramentas à disposição dos
produtores estão a rotação de culturas, as barreiras vegetais, o aumento da diversidade
biológica na área, o controle biológico, o natural e o químico (FILGUEIRA, 2000)
2.2.5. Controle das doenças que atacam a cultura da couve
Segundo FILGUEIRA (2000) Para que as doenças sejam bem controladas é
necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja que a planta não seja sujeita a stress
provocada por factores diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação
desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com ervas daninhas. E algumas
medidas para evitar o aparecimento de doenças:
Semear sementes de boa qualidade. Em caso de produção própria, devem ser
escolhidas as plantas saudáveis;
Fazer uma adubação balanceada baseada na análise do solo. Falta ou excesso de
nutrientes são causas frequentes de distúrbios fisiológicos graves;
Evitar o excesso de água na irrigação pois este é factor que mais afecta o
desenvolvimento de doenças, em especial aquelas associadas ao solo.
2.2.6. Importância económica da cultura da couve
Actualmente a nível mundial, as couves constituem a base da dieta de hortícolas sendo
apenas ultrapassadas, na sua importância que as outras culturas destacam a couve, como a de
maior cultivo, em grande número de países; elas são fonte de vitaminas em especial a (A e
C), mas também (B1 e B2), de aminoácidos e sais minerais como função importante na
regulação do aparelho digestivo podendo fazer parte de inúmeros pratos como sopas,
cozidos, saladas entre outros (GARDÉ & GARDÉ, 1988).
2.3. Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane
a) Métodos Individuais:
Segundo GASPAR (2013) os métodos de alcance individual atingem, directamente,
indivíduos isolados em cada acção. Estes métodos são importantes para conhecer a realidade
rural; eles possibilitam á delimitação de comunidades e grupos, a identificação de líderes, a
obtenção da confiança e informações por parte da família rural, o treinamento e
acompanhamento de líderes comunitários e condutores de unidades de demonstração ou
observação. Devem ser utilizados com moderação e Objectivos claramente definidos, por
apresentar custos bastante elevados, devido ao seu alcance limitado. Desses métodos
destacam se os seguintes:
Visita a machamba/ residência
Contactos informais/casuais
Chamada telefónica
b) Métodos de Grupos de Camponeses
Segundo Gaspar (2010) os métodos de alcance grupal atingem, directamente
indivíduos em grupos. Estes métodos são importantes porque estimulam a participação e a
organização grupal: possibilitam a troca de experiências e solução de problemas comuns, o
desenvolvimento técnico em agropecuária, bem-estar social e outros. Estes devem ser
utilizados com maior ênfase em relação aos métodos de alcance individual, todos os métodos
grupais exigem planeamento e condução grupal.
Campo de Demonstração de Resultados (CDR)
Escola na Machamba do Camponês (EMC)
Demonstração Prática (DP)
Visitas de Estudo
Dias de Campos
Reuniões
c) Métodos de Massas
Segundo MONTEZ (2005) os meios de comunicação de massas visam atingir as
pessoas em massa, isto é, um número significativo e indeterminado de pessoas. Eles
não permitem o contato direto entre o extensionista e seu público, mas apresentam
um custo unitário bastante baixo pelo grande número de pessoas atingidas e pela
rapidez com que as mensagens chegam até ao público.
Televisão
Rádio Comunitária
Quadros e Exposições
Feiras
2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane
a) Escola na machamba do camponês
Segundo FILIMONE (2011), Escola na Machamba do Camponês dos Produtores
Treinados para os produtores não Treinados, no Distrito de Matutuine este modelo Escola na
Machamba do Camponês (EMC) tem como objectivo o resumo do esforço do processo de
transformação de tecnologias; capacitação dos produtores em matérias de tomada de decisão
para o maneio de culturas e produção; na contribuição da minimização dos custos de
maximização dos benefícios para aumentar as suas rendas familiares; na facilitação da
interacção e troca de experiencias entre produtores de modo a promover iniciativas locais.
O mesmo autor ainda afirma que a escola na machamba do camponês procura mostrar
aos produtores uma série de pacotes tecnológicos para uma determinada cultura, ensinando
as etapas necessárias para produção desta cultura, para que eles possam melhorar a sua
produção e garantam a segurança alimentar para o seu agregado familiar.
Sendo que esta metodologia uma das mais recentes práticas de extensão introduzida
nos países em via de desenvolvimento, tendo sido introduzida em Moçambique a dez anos,
estando a ser massificada a oito anos pelo Programa Nacional de Segurança Alimentar, esta
que traz uma abordagem de formação treinamento e disseminação das novas tecnologias
agrárias que são usadas para capacitar os camponeses com a expectativa de que os treinados
partilhem os conhecimentos adquiridos com outros camponeses não treinados, estes que tem
como pressuposto de partilha dos conhecimentos entre os treinados e os não treinados visar
garantir uma rápida difusão de informação, aumentar a cobertura dos serviços prestados pela
extensão agrária bem como abordagem participativa de treinamento que pode ser
considerada como uma estratégia de extensão e de educação de adultos baseada no princípio
de que os camponeses aprendem melhor vendo e experimentando.
FILIMONE (2011) conclui referindo que a metodologia de (EMC) consiste em um
grupo formado por 20 – 30 camponeses do mesmo povoado ou de povoados vizinhas que se
reúnem regularmente sobre orientação de um facilitador, durante o ciclo completo duma
cultura, desde a sementeira até a colheita, s propósito do treinamento é de experimentar
novas práticas sendo que o propósito é melhorar a produção como principal foco na criação
da capacidade nos produtores e tomar decisões.
Segundo FILOMONE (2011) salienta que a Escola na Machamba do Camponês não
trata do desenvolvimento de tecnologias, mais do processo a nível local e de
desenvolvimento das pessoas. Este processo consiste em juntar os agricultores para que
possam melhor identificar os seus problemas e encontrar os meios para poderem resolver,
criando capacidades nos agricultores através do fortalecimento dos seus conhecimentos para
que sejam conhecedores dos processos de produção que ocorrem nas suas machambas. Os
agricultores com o apoio dos extensionistas decidem o que é relevante e mais urgente estudar
no âmbito de uma Escola na Machamba do Camponês desta maneira, assegura-se o interesse
do grupo porque o tema responde a prioridade verdadeira identificada pelo próprio grupo.
Por isso, cada ECM é diferente e única, porque tem as suas próprias necessidades e
oportunidades e tem conteúdos próprios.
O mesmo autor salienta ainda que cada ECM tem uma parcela de 1000-1500m que
constitui a ferramenta principal de aprendizagem. A machamba não é um campo
demonstrativo é um laboratório vivo onde os agricultores estudam, e ensinam novas técnicas
durante o ciclo completo de produção da cultura, onde eles avaliam o mesmo os resultados
antes de aplica-los nas suas machambas.
b) Campo de Demonstração de Resultados (CDR)
Segundo GASPAR (2010), Campo de demonstração de Resultados (CDR) é uma farma
preparada ao lado de uma outra farma na qual os camponeses cultivam com os métodos ditos
rudimentares ou arcaicos. Nos CDRs os extensionistas cultivam com base nos pacotes
tecnológicos. Por outras palavras é lá onde os extensionista aplicam as tecnologias agrícolas,
sendo que o objectivo deste processo de trabalho é que no final da colheita os camponeses
estejam convictos de que as tecnologias demonstradas no CDR são mais rentáveis em
relação aos métodos (considerados rudimentares pelos extensionista) por si usados. Portanto,
dá-se por terminada o processo de transferência de tecnologias, quando os camponeses
aceitam adoptar as técnicas ou os insumos agrícolas demonstrados pelos extensionistas, este
processo dá-se durante o período em que decorre uma campanha agrícola.
Conclui GASPAR dizendo que Campo de Demonstração de Resultados é uma unidade
de produção agrícola que visa demonstrar a curto e médio prazo as técnicas de produção,
através de técnicas racionais utilizadas na agricultura, a importância de uma boa
administração de propriedade. Combinando os factores de produção, que objectiva
maximizar os lucros e minimizar os custos, bem como elevar o nível de vida familiar.
Este método tem sentido educativo para os agricultores que constitui em centro de
aprendizagem de novas formas de produção, para eles aprenderem novas técnicas de
produção e não beneficia apenas só os agricultores locais, como também para os agricultores
de outras áreas circunvizinhas.
c) Feiras
Segundo RUAS E.D (2006) Uma feira é, no fundo, um mercado, um espaço onde os
vendedores expõem os seus produtos e os compradores vêm comprar aquilo que precisam.
Mas uma feira é mais do que um simples mercado onde uma pessoa vai vender ou comprar o
seu produto. É um mercado especializado, geralmente à volta de um tema, por exemplo a
Feira de Pesca, a Feira de Habitação, ou a Feira Agrícola.
RUAS salienta que as feiras oferecem oportunidades de negócio aos seus participantes, para
os produtores de tecnologias e seus agentes, a feira é um lugar onde encontram os seus
clientes obtêm informação sobre as necessidades e exigências do agricultor. É esta
informação que lhes permite inovar o seu produto ou desenvolver novos produtos. A
promoção da feira tem como objectivo assegurar uma boa participação dos agricultores
compradores e vendedores.
Para o agricultor, a feira é um sucesso quando consegue satisfazer as necessidades do
seu cliente e com qualidade, tendo as variedades da sua preferência e a um preço acessível.
Para o vendedor, a feira é um sucesso quando ele conseguir vender o seu produto. A
promoção da feira deve ser uma actividade contínua durante toda a preparação da feira, a
partir da identificação dos locais mais afectados, e deve ser continuada em todos os
encontros com a comunidade, com os potenciais beneficiários, com os armazenistas e com os
agentes de semente certificada (RUAS, E.D ate al 2006).
d) Reuniões
De acordo com DOYLE (1998) reunião é um método simples, de alcance grupal,
planeado, realizado junto a um público que possui interesses e objectivos comuns e que
desejam solucionar os problemas por meio da troca de ideias, conhecimentos, informações
para que possa contribuir para o encaminhamento das soluções, tomada de decisões e
assumir compromissos referentes aos problemas comuns do grupo, enfocando os seguintes
Objectivos, motivar a comunidade na gestão do seu próprio desenvolvimento, desenvolver o
espírito associativista e estimular a cooperação mútua, avaliar os trabalhos e os métodos
realizados pelos extensionistas juntos com os agricultores, sensibilizar os agricultores a
pautar por uma nova forma de produção, conscientizar e mobilizar sobre problemas e as suas
respeitavas soluções fortalecer as formas organizacionais existentes.
A reunião nunca é utilizada de uma forma isolada mais sim dentro de uma estratégia, a
reunião nunca é realizada isoladamente, mas fazendo parte de uma combinação de outros
métodos e meios de comunicação. Na acção extensionista, o método de reunião também
ocorre em situações com objectivos mais amplos, como estudo de realidade, planeamento
participativo, apresentação dos planos de trabalho para autoridades e lideranças (reunião de
sede) e para avaliação participativa (Idem)
Finaliza DOYLE (1998) afirmando que as reuniões poderão ocorrer em ocasiões em
que é aconselhável recorrer a técnicas de condução de grupos, mais específicas, com
estrutura de desenvolvimento bem definido. Em função do tipo de reunião a realizar e dos
objectivos a serem atingidos, deve ser seleccionado o público que participará. O
extensionista, na maioria das vezes, é coordenador ou facilitador da reunião.
e) Rádios Comunitárias
Segundo (LOPEZ, s/d) rádio comunitária é um meio de comunicação de massas que
faz com seja especialmente adequado para a transmissão de informação podendo este meio
ser considerado a sua função principal, ele tem condições de transmitir a informação com
muita rapidez que qualquer outro meio de informação.
A rádio foi o primeiro dos meios de comunicação de massas que deu imediatismo a
notícias devido a possibilidade de divulgar os factos no exacto momento em que ocorrem;
entre os meios de comunicação de comunicação de massas a rádio é mais popular e o de
maior alcance público constituindo, muitas vezes no único a levar a informação para
populações de vastas regiões que ainda hoje não tem acesso a ouros meios de comunicação,
seja por motivos geográficos, económicos ou culturais. Referi ainda o autor que este meio de
comunicação possui um status devido ao factor importante e congregado: pela sua natureza
físico-psicológico o facto de ter o homem a capacidade de reter a mensagem falada
simultaneamente com a execução das suas actividades (LOPEZ, s/d).
Dos restantes meios de comunicação de massas, a rádio é o mais privilegiado devido as
suas características intrínsecas, entre elas podendo destacar a linguagem oral, a mobilidade, o
baixo custo, o imediatismo, e a instantaneidade, sensorialidade a autonomia. Por exemplo,
estima-se que haja nos países menos desenvolvidos na África Ocidental, o número de
estações de Rádios Comunitárias subiu de cinco para 72 entre 1991 e 1998. Conclui dizendo
que quando a programação da rádio é relevante tratando dos assuntos que tocam a
sensibilidade do agricultor, os ouvintes tendem a lembrar-se das ideias abordadas para a
resolução dos seus problemas, factos e debatem-nos com os amigos e familiares. Este pode
ser o alicerce de um processo complexo que envolve uma maior consciencialização e
mudança de comportamento, permitindo aos indivíduos e seus familiares enfrentar melhor os
desafios que se colocam as suas actividades pois não devem ignorar este meio eles precisam
de usa lá, como um recurso para a resolução dos seus problemas (Idem).
2.4. Contributo dos métodos de extensão rural no melhoramento da
produção da cultura de couve
Segundo CASTELLS (2003) A missão essencial da instituição de extensão rural é criar
situações dentro das quais as pessoas se desenvolvam educacionalmente e como cidadãos.
Esse desenvolvimento é um processo activo por parte de quem é beneficiário. Assim sendo,
é fundamental que o público atendido se interesse pelo que está em pauta, colocando sua
força mental, esforço físico e envolvimento. As pessoas aprendem, se conscientizam e
descobrem melhor seu próprio caminho por diferentes modos: alguns ouvindo, alguns
vendo, alguns fazendo e outros através da discussão. Diferentes métodos de ensino e
extensão são mais efetivos em determinadas situações, em diferentes estágios do processo de
desenvolvimento, tais como diagnóstico, priorização, planeamento, execução, adoção ou
avaliação. Além do mais, cabe ressaltar, que as pessoas não aprendem na mesma velocidade.
Segundo CASTELLS (2003) é provável que alguns agricultores estejam em determinado
estágio de experimentação de uma nova prática e querendo conhecer os detalhes de como
fazer, enquanto outros estão apenas inicialmente interessados. Por essas razões, em
determinadas situações, o uso de uma variedade de métodos de ensino é mais efectivo que
outros.
Em sua rotina de trabalho, o extensionista rural avalia qual o melhor método de trabalho,
de acordo com os objetivos traçados e a realidade local. Geralmente, os métodos mais
complexos, tanto clássicos como participativos, são os que conduzem aos resultados mais
positivos. Outras vezes, é o método mais simples que produz os melhores resultados. Cabe
ao técnico, analisando o público, os objetivos, os recursos disponíveis, o tipo de mensagem e
os métodos, decidir pela melhor ou mais adequada metodologia a ser utilizada. Para isto
existe uma significativa diversidade de métodos. E existem meios de comunicação que
permitem a concretização dos resultados da forma mais rápida e eficaz (Idem)
Segundo FARIA (1999), A introdução desses modelos de extensão não preconizava o
desenvolvimento rural, tendo como principal propósito a difusão de tecnologias trazidas dos
extensionista aos agricultores. Esse modelo de Extensão Rural deve ter sua prática sustentada
nos paradigmas da educação tradicional e tecnicista, que deve ser entendido pelo
extensionista o detentor do saber, e o agricultor um mero receptor desse conhecimento. O
extensionista é considerado um agente de mudanças tecnológicas que vende tecnologia aos
agricultores, demonstrando e ensinando como ela deve ser utilizada, que as metodologias
participativas são iniciativas de educação popular, pois objectivam a tomada de consciência
ou empoderamento, através de um processo de aprendizagem colectivo. Na adopção de
tecnologias, consideram-se quatro categorias de importante, classificados de acordo com o
tempo que levam para adoptar tais tecnologias:
Os inovadores, aqueles que estão predispostos a adoptar novas ideiam e a assumir os
riscos dessa adopção;
Os adoptadores rápidos, ou seja, os grupos que seguem o exemplo dos inovadores,
entre os quais se encontram os líderes de opinião, bem vistos e respeitados na
comunidade;
Os adoptantes da maioria, grupos que exigem comprovação da adopção pelos
demais produtores e, por fim.
Os retardatários, grupo social normalmente constituído dos mais tradicionais,
apegados aos costumes, que, mesmo quando adoptam determinada tecnologia, o
fazem tão tardiamente em relação aos demais que não conseguem compensar os
investimentos organizacionais.
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA
Para responder o problema de pesquisa, este capítulo faz a descrição do local de estudo,
indica o tipo de pesquisa, apresenta a técnica de colecta dos dados, amostra a variável de
análise, aborda a delimitação da amostra e culminando por evidenciar o método de análise
dos dados.
3.1. Descrição da área de estudo
Segundo o Plano Municipal de Gestão Ambiental do Município de Inhambane (PMGA,
2009), Diz que o Município está localizado na zona central da província de Inhambane. Está
limitado a norte e oeste pela Baía do mesmo nome, a sul pelo distrito de Jangamo, a este pelo
oceano Índico. O município da cidade de Inhambane situa-se a cerca de 480 quilómetros a
norte de Maputo e dista 30 quilómetros da estrada N1, e a sua superfície total é de 192
quilómetros quadrados incluindo a parte líquida, com uma população de 63.867 habitantes.
Esta população encontra-se distribuída por 22 bairros e uma Localidade (Ilha de
Inhambane), dedicando-se maioritariamente à actividade agro-pecuária, pesca e comércio. O
município é, além de tudo, turístico com belíssimas praias o que tem atraído muitos turistas
nacionais e estrangeiros, com destaque para as praias de Barra, Tofo, Tofinho e Rochas
(PMGA, 2009).
O distrito de Inhambane, de características urbanas, tem um padrão e tecido rico que
abrange áreas urbanas, semi-urbanas e rurais, e este é constituída pelos seguintes bairros:
Balane I, Balane II, Balane III, Liberdade I, Liberdade II, Liberdade III, Chalambe I,
Chalambe II, Muelé I, Muelé II, Muelé III, Marrambone, Mucucune, Chemane, Conguiana,
Malembuane, Guitambaturo, Nhamua, Josina Machel, Machavenga, Salele, Siquiriva e Ilha
de Inhambane.
a) Clima
O clima do Município de Inhambane é do tipo tropical húmido modificado pela
altitude, caracterizado por épocas frias e muito chuvosas, o que torna as condições
meteorológicas locais muito próximas ao dos continentes Europeu e Americano. A
temperatura média mensal máxima é de 26,97ºC e a mínima é de 20,30C e a precipitação
média anual é de 926,8mm. No que refere à hidrologia há que destacar os rios Guiúa e
Salela, para além, de várias lagoas, tais como: Chivanene, Cumbe e Pembane. (P.M.G.A,
2009)
b) Solos
Solos são uma mistura de matéria inorgânica e de compostos orgânicos, esta
composição tem muita influência na sua função tanto como meio de circulação de fluidos
assim como na interacção com compostos químicos presentes nesses fluidos. A mesma
composição define largamente o potencial para o uso de solos para agricultura e outros fins.
(P.M.G.A, 2009)
Em termos gerais na província de Inhambane, distinguem-se 3 maiores agrupamentos
de solos nomeadamente os solos de mananga (ocupando o interior da província); solos
argilosos vermelhos (maioritariamente no distrito de Inhassoro); e os solos arenosos-fase
dunar (ao longo da zona costeira onde a Cidade de Inhambane é parte integrante), (P.M.G.A,
2009).
3.2. Descrição da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane
A equipe de extensão do Distrito de Inhambane desde 1986 e é composta por cinco (5)
extensionistas dois quais três (3) são homens e os restantes dois (2) são mulheres, e dos três
são técnico médios e dois são técnicos superiores. Supervisor da equipe cuja as
responsabilidades: monitorar todas as actividades realizadas pela equipe de extensão; ajudar
a solucionar problemas específicos detectados pelos extensionistas e que a sua solução não
ao alcance dos extensionistas, servir de ponte entre a equipe de extensão e o centro de
pesquisa de Inhacoongue
3.3. Amostragem
Segundo POCHINHO (2009) define Amostra como sendo um subconjunto retirado da
população, que se supõe ser representativo de todas as características da mesma, sobre o qual
será feito o estudo, com o objectivo de serem tiradas conclusões válidas sobre a população.
A selecção de pessoas a serem entrevistadas baseou-se na técnica da Amostra aleatória
Simples, esta que é bastante preciso e apresenta todos os elementos da população com
probabilidade de serem escolhidos para fazer parte da amostra. O processo consiste em
seleccionar uma amostra “n” a partir de uma população “N”. Geralmente a selecção é feita
sem reposição e cada amostra é feita de unidade a unidade até que se atinja o número pré-
determinado, (MONTENEGRO, s/d).
A Baixa de Chalambe encontra se localizada no Município de Inhambane, e dispõe de
duas associações que aportam os seguintes nomes 25 de Junho e Associação amigos de
Chalambe, estas que para a sua operacionalização dependem dos 175 Produtores ou
associados, sendo os restantes 105 agricultores não fazem parte de nenhuma associação.
Estes associados e os não associados que trabalham de forma coordenada para fazerem face a
oferta de hortícolas no Município, é de salientar que esta baixa abastece quase todo
Município e a Cidade de Inhambane. Diante do supracitado ira se usar a seguinte formula
para o cálculo do tamanho da amostra da população a ser inquerida:
n = 71.702 ≈ 72
Onde:
n: Tamanho de Amostra pretendido?
N: tamanho ou universo da população (280);
Proporção de sucesso (0,5);
: proporção de fracasso (0,5);
: intervalo de confiança (neste caso o intervalo é de 95% o equivalente à 1.96);
: erro amostral (com valor de 10% ou 0,1 do intervalo de confiança).
3.4. Colecta de dados
Na colecta de dados usou-se as entrevistas semi-estruturadas, observação directa e
Pesquisa Bibliográfica, esta que é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos,
páginas de websites, isto é, qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa
bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto
(FONSECA, 2002).
De referir que para o trabalho de campo que consistiu a colecta de dados, este realizou-
se no Distrito de Inhambane concretamente na Baixa de Chalambe no mês de Novembro,
com uma meta diária de 10 a 11 Inqueridos por dia, de salientar que contou-se com a
colaboração do representante das associações para que o trabalho se tornasse mais célere.
Durante a recolha de dados baseou-se na técnica de observação directa e entrevistas semi-
estruturadas, esta que consiste na combinação de perguntas abertas e fechadas, onde o
informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto (TOMAR, 2007).
No que tange as entrevistas semi-estruturadas que consiste em perguntas abertas e
fechadas usou-se questionário individual vulgo “inquérito”, este que facilitou a obtenção de
informação sobre o assunto ou problema em estudo por parte do entrevistado devido a
simplicidade e a falta de pressão do inquerido, no entanto tomaram-se devidas precauções
para que não saturasse o entrevistado, visto que optou-se no uso de uma linguagem clara e
concisa para facilitar a percepção do entrevistado.
As entrevistas variaram de 10 a 15 minutos por cada entrevistado, para dar mais
liberdade do inquerido se expressar livremente. É de referir que as entrevistas foram feitas
individualmente e isoladas dos outros de modo a não influenciar as respostas dos outros
entrevistados. Todavia a participação foi voluntária e sem nenhuma pressão.
De acordo com GIL (2006), a entrevista semi-estruturada é desenvolvida a partir de
uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redacção permanece invariável para todos os
entrevistados, que geralmente são em grande número. Aqui, o entrevistador tem a liberdade
para desenvolver cada situação, usando um roteiro de tópicos relativos ao problema a ser
estudado
3.5. Análise de dados
Depois de ter feito o levantamento dos dados através das entrevistas semi-estruturadas,
observação directa e pesquisas bibliográficas descreveu-se os resultados por meio de
gráficos, tabelas, e simples descrição. Ainda os mesmos foram codificados com base nos
formulários das entrevistas e introduzidos electronicamente usando o pacote estatístico Excel
2007. De salientar que no desenrolar dos resultados houve uma necessidade de envolver
variáveis estatísticas como: média.
CAPITULO IV
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente capítulo são apresentados os resultados alcançados com o estudo
desenvolvido. Este capítulo corresponde aos objectivos de estudo, faz-se a caracterização dos
agricultores da Baixa de Chalambe:
Caracterização dos agricultores da baixa de Chalambe
Gráfico n°1: representa o sexo que mais pratica agricultura na baixa de Chalambe
Fonte: Autor 2015
De acordo com os resultados do estudo, mostram que do total dos 72 agricultores
inquiridos, A categoria dos agricultores apresenta maior número do sexo feminino 72,22%
contra 27,78% do sexo masculino.
Esta informação e sustentada pelo PEDSA (2011-2020) sustenta que a agricultura
emprega 90% da forca laboral feminina do país e 70% da forca laboral masculina.
Gráfico n°2: representação das categorias dos agricultores que operam na baixa de
Chalambe
Fonte: Autor 2015
Do total dos 100% dos agricultores inquiridos na baixa de Chalambe 78% são
pequenos agricultores e os restantes 22% são médios agricultores. Isto suporta os resultados
da categorização que é dada por FAEF (2001) citado por Ibraimo (2005), esta classificação
leva em consideração o tamanho das áreas exploradas pelos agricultores e agrupa em 3
categorias:
Pequenos agricultores, são aqueles que exploram 0,25-3 ha;
Médios agricultores, exploram áreas de 3 a 20 ha;
Grandes agricultores, exploram mais de 20 ha
Práticas culturais no cultivo da couve na baixa de Chalambe
Dos 100%, dos agricultores inquiridos que produzem a cultura de couve nesta baixa afirmam
que a produção desta hortícola era sazonal, apenas produzia-se no período do inverno por ser
uma cultura que para o seu desenvolvimento exige uma temperatura de 15 a 25 graus, mais
actualmente eles produzem uma variedade de nome couve folha por ser uma variedade que é
tolerante a altas temperaturas, afirmam que para a produção desta cultura eles primeiro
preparam os canteiros onde será o campo definitivo, mais antes de preparem o campo
definitivo eles laçam a semente num local que tem o nome de viveiros mais ou menos um a
dois metros, enquanto vai se desenvolvimento vão preparando o campo definitivo onde serão
colocadas as plântulas da couve, após um mês as sementes terem brotadas e o aparecimento
das plântulas e o campo ter sido preparado fazem o transplante para o canteiro já preparado,
e os seus canteiros tem em média 10 a 12 metros de comprimento e 1,5metros de largura e
produzem em forma de linha com uma separação de plantas de 20 a 25 centímetros.
Após esses todos processos fazem um controle e aplicam um insecticidas e pesticidas
como forma de controlar as pragas e doenças, e salientam ainda que esta cultura exige muita
quantidade de água portanto fazem duas regas ao dia, uma nas primeiras horas da manhã e
outra no fim do dia.
Finalizando afirmam que esta cultura leva 80 a 110 dias para a sua colheita e as folhas
são colhidas começando com as situadas em baixo do caule, não se deve remover muitas
folhas para não influenciar negativamente no processo de crescimento da planta.
Para o combate de doenças e pragas que atacam a cultura durante o processo de
produção os agricultores usam duas formas de combate que são: controlo químico, biológico
e rotação de culturas e, no controlo químico usam Maconzebe, e no controlo biológico usam
piri-piri que misturam.
Os agricultores da baixa de Chalambe convergem com FILGUEIRA (2003) onde
salienta que produção da couve é normalmente conduzida por alguns tratos culturais segundo
as recomendações convencionais, desde o preparo e correcção do solo, adubações orgânica e
química, até o controle de pragas e doenças a colheita é iniciada e esta cultura leva desde a
sua produção a colheita dos 80-90 dias do transplante, durando um período de oito meses,
refere-se ao padrão de 25-30 cm de comprimento para comercialização de folhas de couve.
Métodos usadas pela Extensão Rural para o melhoramento da Produção da Cultura de
Couve na baixa de Chalambe
De acordo com os Serviços distritais de actividades económicas do distrito de
Inhambane (SDAE) deram a saber sobre os Métodos usados para o melhoramento da
produção da cultura de couve no distrito de Inhambane. Estes métodos dividem-se em três
grandes grupos, que são métodos Individuais, métodos de grupos de camponeses e métodos
de massas, os mais usados pelo (SDAE), concretamente na área em estudo são: Escola na
Machamba do Camponês, Campo de Demonstração de Resultados, Rádios Comunitárias,
Feiras e Reuniões. Pois o (SDAE) salienta que um Método de extensão rural tem em vista a
introdução de novas formas de produção com vista ao melhoramento e crescimento
económico do agricultor, contribui para a redução da pobreza e facilita na introdução de
novas técnicas e tecnologias de produção.
Escola na machamba do camponês
Segundo os camponeses inquiridos na Baixa de Chalambe sobre o funcionamento do
método da Escola na Machamba do camponês, afirmam que consiste em os extensionistas
disseminarem novos tipos de tecnologias, técnicas de produção e o uso de sementes
melhoradas com vista ao melhoramento da produção e da produtividade, estes deram ainda a
conhecer que o método para a sua operacionalização os agricultores passam por uma
formação na qual a aprendizagem é baseada e realizada na machamba onde os agricultores
trabalham em pequenos subgrupos constituídos por 20 a 25 agricultores visto que não se
podem fazer todos presentes para permitir uma melhor aprendizagem.
Os mesmos recolhem dados sobre o campo, analisam, tomam decisões activas baseadas
nas análises feitas e posteriormente apresentam suas decisões aos extensionista e outros
produtores que pertencem a escolas na machamba do camponês para serem censuradas e
adoptadas, em caso de algumas dúvidas eles procuram os outros colegas para poderem
satisfazer as suas dúvidas.
Os agricultores divergem com o GASPAR (2013) onde salienta que Escola na
Machamba do Camponês não é uma metodologia de disseminação de novas tecnologias mais
sim uma metodologia participativa de capacitação baseada nos princípios de educação de
adultos (aprendizagem por descoberta), pois em onde os camponeses aprendem fazendo,
observam, analisam, trocam experiencias e tomam decisões para resolver os seus problemas
individuais e da comunidade.
Diz ainda o mesmo autor que Escola na Machamba do Camponês é um processo
dinâmico de capacitação do camponês. A partir dos seus conhecimentos e experiencias
relacionadas com o maneio das culturas, os agricultores aprendem através das técnicas
experimentais e participação a tomar decisões sobre o melhor uso de recursos disponíveis
(Idem).
Campo de demonstração
Os agricultores da baixa em estudo deram a saber que o método de Campo de
Demonstração de Resultados (CDR) consiste nos agentes de extensão rural produzirem no
mesmo campo com agricultores, os extensionista usam novas técnicas de produção e os
agricultores usam as técnicas rudimentares procurando levar os agricultores a mudarem das
suas técnicas para as técnicas disseminadas pelos agentes de extensão como forma de obter
melhores rendimentos.
Os agricultores afirmam que as técnicas disseminadas pelos extensionistas são eficazes
na medida em que numa pequena porção de terra conseguem uma boa produção e
produtividade, contudo o campo de demonstração é usado para que possam influenciar os
agricultores a mudar de atitude e adiram as técnicas disseminadas pelos técnicos.
Outrossim e o facto de esta técnica permitir com que os agricultores observem os
resultados na qual os extensionista obtêm e optarem pelo uso das novas tecnologias como e o
caso de novos híbridos disponíveis, compassos a ter em conta e a fazerem o transplante e
controle de pragas e doenças da cultura de couve.
Pois os agricultores convergem com o pensamento do GASPAR (2010) na medida em
que salienta, que Campo de Demonstração Rural é um método educativo, usado para
mostrar, a aplicação prática de uma técnica ou de um conjunto de técnicas, cujas vantagens
já tenham sido previamente estabelecidas e comprovadas nas condições locais, pela
experimentação. A demonstração de resultados objectiva levar um produtor a realizar uma
ou várias práticas, usando as técnicas que se quer introduzir, em condições que permitam a
ele comparar os resultados assim obtidos com os resultados da testemunha (práticas usuais
da comunidade).
Feiras
Os agricultores afirmam que as feiras servem como um ponto de encontro para
divulgação dos seus produtos, aquisição de sementes melhoradas e troca de experiencias com
outros agricultores bem conceituados na área de produção de hortícolas no geral, permite-
lhes com que estejam em contacto com os seus consumidores e isto traz uma mais-valia
porque sente-se mais motivados para produzirem mais, pois as perdas dos seus produtos são
bastante reduzidas, e as feiras são realizadas de uma forma ordeira sendo agendadas pelos
extensionistas.
Dizem os agricultores ainda que as feiras são realizadas de 15 em 15 dia no mercado de
Giua que dista a escassos quilómetros da sua área de produção e normalmente tem tido um
tema em destaque, pois os dias das feiras devem ser sempre do consenso de todos e deverão
ser respeitados os aspectos religiosos ou as festividades locais, mais as feiras têm-se
realizado nas sextas-feiras pelas primeiras horas da manha.
Salientam ainda os agricultores que estas feiras não são apenas realizadas pelos
agricultores da Baixa de Chalambe, mais fazem se presentes agricultores das outras baixam
tais como de Condjane, Jangamo, Chihenguene e Muéle. As Feiras Agrícola, por exemplo,
atraem agricultores, produtores de sementes, agentes de tractores, vendedores de charruas,
moinhos de vento e moageiras, comerciantes, etc. São estas pessoas especiais que tornam a
Feira um ponto de encontro, onde o agricultor se informa sobre novas variedades e
tecnologias, onde compartilha experiências com outros agricultores e onde se iniciam
contactos para novos negócios.
Os agricultores da Baixa de Chalambe convergem com o RUAS, pois ele sustenta que
as feiras agrícolas e negócio são uma plataforma de intercâmbio nos sectores da agricultura e
pecuária, é um espaço singular onde serão reunidos fornecedores consumidores, com a
exposição dos insumos agrícolas, equipamentos, produção agrícola, banca, compradores, a
troca de experiências com perspectiva no desenvolvimento do sector agrícola.
Conclui afirmando que pretende-se deste modo gerar intercâmbio de conhecimentos
entre os participantes, tendo em vista a produção de resultados conducentes a uma boa
produção e produtividade, do pensamento, da comercialização por meio do uso de assistência
técnica qualificada, serviços financeiros adequados, sementes, mecanização, uso de
agroquímicos apropriados, sementeira a tempo útil (RUAS, E.D et al, 2006).
Reuniões
Dos 100% entrevistados da baixa de Chalambe deram a saber que as reuniões são
realizadas de baixo de uma árvore grande onde possa permitir uma maior participação ou
seleccionam uma machamba d um agricultor onde tem uma sombra para permitir que
possam se discutir de melhor forma os assuntos em debate.
Nas reuniões tratam de problemas que apoquentam os agricultores nas suas machambas
e os extensionistas ou agentes da agricultura procuram mostrar os métodos de combate,
salientam ainda os agricultores que tem tido reuniões na própria Sede do SDAE num espaço
que ostenta o nome de espaço verde, e geralmente quando as reuniões têm-se realizado no
SDAE tem sido sempre no início da campanha de produção onde são debatidos vários
assuntos, e tem vindo agricultores doutras baixas circunvizinhas uma vez que o distrito tem
três baixas, a baixa de Chihenguene, Condjane e Muéle a respeitava baixa em estudo.
Os agricultores vão a linha do pensamento do DOYLE (1998) pois sustenta que as
reuniões têm a capacidade de solucionar mais rápido os assuntos complexos por ser um
espaço de socialização de conhecimentos, o encontro de novas pessoas com diferentes
experiencias possibilita a sinergia entre diferentes conhecimentos para a sua regulação de
problemas, pois apresentam pontos de vistas sobre um determinado assunto, discussões em
grupos apresentam mais rendimento.
Salienta DOYLE (1998) que o resultado das reuniões é uma reflexão colectiva que
possibilita discussões mais profundas sobre o tema e cientificamente é comprovado que as
decisões tomadas em grupo estão sujeitas a menos erros do que aquelas feitas por apenas
uma pessoa.
Rádios Comunitárias
Segundo SDAE afirma que no Distrito há um programa do emissor Provincial que trata
sobre os assuntos Agropecuárias, visto que as Rádios tem uma maior abrangência e permite
que o agricultor possa práticar as suas actividades escutando os programas, pois o SDAE
entra em discordância com os agricultores porque afirmam que não existe nenhuma rádio
comunitária no distrito que trata dos assuntos relacionados com agricultura e nem no emissor
provincial, apenas afirmam que o único programa que eles têm escudo e a voz do
extensionista que passa na rádio Moçambique no emissor nacional todas Terças-feiras pelas
cinco horas da manha.
As ideias do SDAE vão em consonância com (LOPEZ, sd) onde diz que os meios de
Comunicação no caso específico das Rádios Comunitárias permitem alcançar maior
audiência que qualquer outro meio. Por exemplo, estima-se que haja nos países menos
desenvolvidos 94 receptores de rádios por cada mil pessoas, dez vezes mais que o número de
televisores ou cópias de jornais diários disponíveis.
Porém os programas da rádio comunitária são de baixo custo, rápidos e fáceis de
produzir, a rádio pode alcançar as pessoas que estejam isoladas por causa da língua,
localização geográfica, conflito, analfabetismo e da pobreza.
4.1. Contributo dos
Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da produção da
Cultura de Couve.
Dos 100% agricultores inquiridos afirmam que um método de extensão rural, é
importante para o crescimento económico e para a redução da pobreza, especialmente para
os agricultores de subsistência quer sejam homens ou mulheres, incluindo os agregados
chefiados por mulheres e desfavorecidos, através do aumento` da produção agrícola e da
produtividade por via da elevação firme da eficiência na produção e a provisão de novas
tecnologias e inovações.
FARIA (1999), sustenta que o trabalho do extensionista para a sua efectivação deve ter
como alicerce os métodos de extensão pois é através desses que servem como aporta de
transferência de novas tecnologias de produção ao agricultor. Estes servem de base para a
elaboração de um cronograma com as diferentes estratégias de acções que busquem valorizar
as potencialidades da propriedade e do produtor, contando com o apoio de um serviço de
extensão que disponha de uma equipe multidisciplinar para as orientações.
Métodos de extensão rural são usados para introdução de novas técnicas e tecnologias de
produção como o conjunto de processos que conduzem a geração e transferência de novos
conhecimentos e tecnologias úteis para responder à novas necessidades, demandas e para
resolver problemas e constrangimentos específicos que afectam o sector produtivo e
mercados (Idem).
4.1.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural
Diante da tabela abaixo ilustrada é possível verificar que dos 100%, dos agricultores
inqueridos da baixa de Chalambe derem a saber que os métodos, mais aderidos são seguintes
métodos: Reuniões com uma percentagem de 90,3% de aderência, pois estes métodos de
reuniões discutem-se assuntos bastantes relevantes e as suas soluções com vista ao
melhoramento da produção da produtividade, o método de Feiras do total dos 100 %
inqueridos às feiras possuem uma percentagem de 94,4% de aderência pois as feiras
permitem uma maior interação e divulgação dos seus produtos. Em relação aos restantes
métodos de extensão rural no caso específico do CDR dos 100% inqueridos mostram que
58,3% aderem pois os agricultores defendem ser um método que possibilita os extensionistas
levarem os agricultores a mudança de comportamento sobre uma nova forma de produção,
pois os restantes dois métodos em termos percentuais dos dados recolhidos no campo para a
o caso concreto do método EMC 23, 6% aderem a este método devido aos conteúdos
abordados, e por ser um método que por sua natureza tem em vista a educação de adultos
ondem podem sanar algumas duvidas que possam possuir durante o processo de produção e
que seja um momento ideal para a sua melhor perceção, com vista aos melhores resultados
durante o processo de produção. Em relação ao método Radio comunitária do tal dos 100%
inqueridos 0% aderem a este método por tratar dum método que simplesmente não se faz
sentir no distrito e por tratar de assuntos de produção duma forma generalizada.
Tabela nº2: Representação dos agricultores que aderem aos métodos de extensão rural
Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)
E.C.M 17 23,6%
C.D.R 42 58,3%
Reuniões 65 90,3%
Feiras 68 94,4%
Rádios Comunitários 0 0%
Total dos agr. Inqueridos 72
Fonte: Autor 2015
Diante da tabela abaixo ilustrada constatou-se que dos 100% dos agricultores
inquiridos sobre métodos usados para o melhoramento da produção da cultura de couve no
distrito de Inhambane, concretamente na baixa de Chalambe numa percentagem de 9.7% não
aderem ao método Reuniões pois eles dizem que não enfrentam nenhum problema nas suas s
machambas e que possam solucionar com a presença dos actores de extensão rural, enquanto
5,55% não aderem ao método de feiras dos pois eles alegam que por vezes eles não vem a
necessidade de la se fazerem presentes porque eles já têm os seus compradores já definidos e
quando chegam o memento da feira não possuem produtos para la exporem.
Para o caso do método escola na machamba do camponês 76,4% dizem não aderirem
a este método porque é bastante ariscado e muito moroso na quilo que são os seus resultados,
consideram ariscado porque para a sua realização são escolhidos alguns agricultores, visto
que não se podem fazer presentes todos os 280 agricultores de uma única vez então para fácil
assimilação dos conteúdos abordados e para a sua realizam são feitos em grupos de 20 a 30
pessoas então tornasse ariscado porque quando os agricultores trainados para os não
treinados tenham percebido mal a realização dos conteúdos e disseminem mal podem levar a
uma fraca produção e consideram que estes treinados não divulgam toda informação la
discutida.
Relativamente aos CDR numa percentagem de 41,67% afirmam não aderem pois não
vêm a necessidade de aderirem pois mesmo com as suas respeitavas técnicas rudimentais
tem obtido bons resultados, e devido fraca distribuição dos serviços de extensão rural, em
relação a radio comunitária dos 100% enqueridos 0% da população diz não aderir a este
método pois não vêm a necessidade porque no distrito não possui nenhum programa
radiofónico que trata dos assuntos relacionados com agricultura mais salientam que seria
muito importante que existisse porque a rede extensão e bastante fraca o que poderia ajudar
aos agricultores na solução dos seus problemas.
Tabela nº3: Representação dos agricultores que não adere aos métodos de extensão rural
Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)
E.C.M 55 76,4%
C.D.R 30 41,67%
Reuniões 7 9,7%
Feiras 4 5,55%
Rádios Comunitários 0 0%
Total dos agr. Inqueridos 72
Fonte: Autor 2015
Diante dos resultados acima ilustrados sobre o nível de aderência dos métodos de
extensão pode se verificar que o contributo ainda é um pouco fraco, apesar de quase uma boa
percentagem dos agricultores já estar a aderir a estes métodos pois isto deve se a factores
culturais onde estes agricultores ainda não querem a abandonar as suas formas de produzir
para adoptar novas técnicas de produção, o baixo nível de escolaridade também influencia na
pecepção destes métodos de extensão rural. A fraca disseminação e o não domínio destes
métodos por aparte dos agentes de extensão rural verifica-se que estes factores acabam
influenciando duma certa forma para o fraco contributo na baixa em estudo e os fracos
rendimentos dos agricultores.
4.1.2. Constrangimentos que afectam o funcionamento dos métodos de extensão
rural no distrito de Inhambane
Vários são os problemas enfrentados pela equipe de extensão do Distrito de
Inhambane. Estes problemas estão a afectar directamente o funcionamento dos modelos de
extensão rural. Percebeu-se ao longo do estudo que os principais problemas que afectam o
funcionamento dos referidos métodos são:
Insuficiência de meios de transporte para os extensionistas: o SDAE dentro do seu
plano organizacional, tem atribuído aos extensionistas meios de transportes como bicicletas
ou motorizadas de modo a facilitar a deslocação dos extensionistas garantindo que possam
atingir maior parte dos agricultores. Com tudo, o número de motorizadas distribuído aos
extensionistas não satisfaz ao necessitado, ficando alguns extensionistas sem meios de
transporte e obrigados a usarem meios alternativos para deslocarem-se ao ponto de trabalho.
Perguntados os extensionistas sobre que meios alternativos usavam e que implicações
na falta de transporte tinham nas actividades programadas, afirmam que usam na maioria das
vezes os transportes semi-colectivos de passageiros e noutras vezes deslocavam-se a pé.
Disseram que este exercício comprometia muito o calendário das actividades, pois, os
programas traçados eram sempre compridos tardiamente.
Deficiência da capacidade técnica dos Extensionista: constatou-se com este estudo. A
fraca formação dos extensionistas em matérias relacionados com os modelos de extensão
rural, alguns extensionistas desta equipe de extensão tem ainda dificuldades em reconhecer
os princípios fundamentais dos métodos de extensão rural e em que situação aplica-los.
Também constatou-se que a poucas actividades desenvolvidas pelos extensionistas com vista
a divulgar os métodos.
Perguntados aos extensionistas sobre possíveis implicações da fraca capacitação e
divulgação dos métodos, afirmam que isto dificulta a disseminação de novas técnicas, assim
como, o processo de ensino-aprendizagem referente aos vários modelos de extensão agrária
que os produtores encontravam-se envolvidos. Por essa razão os extensionistas limitavam-se
a implementar as orientações deixadas pelo Supervisor de equipa.
CAPITULO V - CONCLUSÃES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusão
Na realidade os métodos de extensão rural, mais usados no distrito de Inhambane na
baixa de Chalambe são devidos em três grupos que são: métodos Individuais, métodos de
grupos de camponeses e métodos de massas. Destes três grupos os mais usados são métodos
de Campo de Demonstração dos Resultados (CDR), Escola na Machamba do Camponês
(EMC), reuniões, feiras e rádio comunitária. O uso simultâneo destes três métodos de
extensão facilita a obtenção de melhores resultados, pois a escassez de recursos e a elevada
relação extensionista-produtores, faz com que o método de grupo seja o mais viável porque
apresenta a vantagem de alcançar, com poucos recursos, maior número de produtores,
comparativamente ao método individual permitindo uma interacção directa entre
extensionistas e produtores.
Conclui-se ainda que a produção da cultura de couve no distrito de Inhambane
concretamente na baixa de Chalambe os agricultores usam várias práticas culturais tais como
o preparo do solo e antes de lançarem a semente no campo definitivo fazem o lançamento
nos viveiros, como forma de obter melhores resultados e o combate a praga e doença que
fazem através de combates químicos, biológicos e rotação de culturas.
Conclui-se ainda que a hipótese: os métodos de extensão rural usados contribuem para
o melhoramento da produção da cultura da couve na baixa de Chalambe é nula, pois a baixa
onde foi realizado o estudo demonstra que todos os métodos de extensão rural são bastante
importante, mais o seu contributo ainda não se faz sentir de uma forma desejada ou ainda é
fraco devido a vários factores tais como fraca distribuição da rede de extensão rural, fraco
domínio dos métodos por parte dos agentes de extensão rural e baixo nível de escolaridade
por parte dos agricultores.
5.2 Recomendações
5.2.1 Para o governo Distrital:
Perante a pesquisa feita na baixa de Chalambe no distrito de Inhambane e diante da
conclusão obtida seria de recomendar aos agricultores e ao governo que para obterem
melhorias na produção da cultura da couve é necessário cumprir as seguintes
recomendações
Ao governo Distrital deve procurar incentivar mais os extensionistas com meios
financeiros para poderem fazer várias demonstrações na actividade de extensão
agrícola de modo a utilizar as novas tecnologias para atrair os seus destinatários a
deixarem de usar técnicas rudimentares;
Fortificar ou ampliar a rede de extensão rural no distrito de modo a alcançar a maior
parte possível de agricultores por época;
Criar uma instituição de investigação agrária no distrito de modo a enriquecer a
capacidade de respostas na parte dos extensionistas a problemas relacionados com a
produção, diminuindo assim como a dependência do centro de investigação de
Inhacoongue, que praticamente se dedica a pesquisa de mandioca e não de hortícolas;
Incentivar a formalização de associações e também encorajar os produtores a
aderirem as associações visto que em associacoes facilmente serão abrangidos pelos
serviços de extensão rural.
5.2.2 Para os produtores
Aos produtores devem organizar-se em associações de modo a facilitar o trabalho dos
serviços de extensão no distrito assim como minimizar os custos relacionados com
recursos humanos e materiais no campo, e facilidades de aquisição do microcrédito
por parte dos agricultores associados;
Os agricultores devem procurar acatarem as orientações dos agentes de extensão rural
como forma de ultrapassarem os seus problemas e obterem melhores resultados
durante a época de produção da cultura.
CAPÍTULO VI
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CFM.
XIMENES, S. (2000) Minidicionário da língua portuguesa. 2.ed. São Paulo: Ediouro
ÍNDICE
Conteúdo pag.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1. Contextualização do Tema ................................................................................................ 1
1.2. Problema de pesquisa ........................................................................................................ 2
1.3. Justificativa ....................................................................................................................... 3
1.4. Objectivos ......................................................................................................................... 5
1.4.1. Geral ............................................................................................................................. 5
1.4.2. Específicos .................................................................................................................... 5
1.5. Hipóteses ........................................................................................................................... 6
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 7
2.1. Referencial teórico ............................................................................................................ 7
2.1.1. Extensão ....................................................................................................................... 7
2.1.2. Extensão Rural .............................................................................................................. 8
2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural .......................................................................... 9
2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane .................................... 10
2.2.1. Discrição da cultura da Couve .................................................................................... 10
2.2.2. Preparação do solo ...................................................................................................... 11
2.2.3. Época de cultivo ......................................................................................................... 13
2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve........................................................ 13
2.2.5. Controle das doenças que atacam a cultura da couve ................................................. 14
2.2.6. Importância económica da cultura da couve .............................................................. 15
2.3. Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane .......................................... 15
2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane................................................ 16
3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 23
3.1. Descrição da área de estudo ............................................................................................ 23
3.2. Descrição da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane ......................................... 24
3.3. Amostragem .................................................................................................................... 25
3.4. Colecta de dados ............................................................................................................. 26
3.5. Análise de dados ............................................................................................................. 27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 28
4.1. Contributo dos Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da produção
da Cultura de Couve. .............................................................................................................. 35
4.1.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural .............................. 35
5.1 Conclusão ........................................................................................................................ 39
5.2 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................... 40
5.2.1 Para o governo Distrital: ............................................................................................. 40
5.2.2 Para os produtores ...................................................................................................... 40
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 1
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO
1.1.Contextualização do Tema
O desenvolvimento da agricultura, está intimamente ligada ao aumento da produção e
da produtividade dos factores usados no processo produtivo. Sendo assim, há necessidade de
se pautar por alternativas de produção que são capazes de usar da melhor maneira a terra, a
força de trabalho, os pacotes tecnológicos e o capital empregue na agricultura. Pois é desta
forma que a Extensão Rural e a investigação têm um papel central na facilitação do uso
racional dos inputs, através de recomendações apropriadas e de transferência de novos
métodos de produção de acordo com a realidade dos produtores influenciando no carácter e
na velocidade do desenvolvimento da agricultura (CAVANE, 1996).
Moçambique é um país cujo 70% da população encontra-se nas zonas rurais
dedicando-se basicamente a agricultura familiar para a sua sobrevivência, Instituto Nacional
de Estatística (INE, 2007).
A extensão é parte integrante dum sistema de elaboração, transferência, e utilização de
tecnologias já desenvolvidas para determinada cultura, neste sistema a participação dos
agricultores é fundamental para a elaboração das tecnologias que melhor espelham a
realidade. O sucesso do sector agrário depende da disponibilidade e acessibilidade aos
serviços de extensão, isto é, para que os agricultores adoptem novas técnicas de produção
com êxitos, eles precisam primeiro de conhecê-las e aprenderem a utiliza-las correntemente
no âmbito do seu sistema de cultivo (SWANSON, 1991).
O termo Extensão Rural é originário dos Estados Unidos da América. Em 1914, os
professores universitários convocavam conferências para o público em geral, a que era
vulgarmente denominada dissertação extensiva, mas com a passagem do termo a (Extensão)
passou a ser vulgarmente usado para designar a educação não formal dada às comunidades
de farmeiros. O propósito do acto era de ajudar a difundir informações úteis e práticas aos
farmeiros e aos seus familiares, em assuntos relacionados com a agricultura e a economia
doméstica (ADAMS, 1982).
A maior parte dos países do III Mundo, a criação generalizada das organizações de
Extensão Rural foi realizada através da assistência externa, particularmente da parte dos
Estados Unidos. Como na altura da independência poucos países do III Mundo possuíam
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 2
escolas ou universidades agrícolas, em quase todos eles a Extensão Rural foi atribuída ao
Ministério da Agricultura, e não a uma escola agrária como nos Estados Unidos
(AUGUSTO. L, 1994).
No caso específico de Moçambique, podemos subdividir a história da Extensão Rural
em dois grandes períodos; o período colonial, e pós - independência. Onde no período
colonial embora com alguns objectivos dirigidos para o apoio ao sector familiar camponês, a
extensão também prosseguia a outros relacionados com a defesa do sistema de governação
na altura. A sua base de funcionamento assentava principalmente em postos de extensão
agrária sediados na Direcção dos Serviços de Agricultura e florestas (Idem).
Numa primeira fase, ou seja no período compreendido entre 1977 e 1984 as
prioridades de apoio ao sector agrário foram dirigidas principalmente às empresas estatais e
cooperativas. À partir de 1985 e com base nos resultados do 4º Congresso do Partido
FRELIMO em 1984, uma das directivas económicas dirigidas para o sector agrário foi a
prioridade de apoio ao sector familiar, cooperativo e privado (Ibd).
Actualmente o sector agrário é um pilar da economia nacional. Em 2010 contribuindo
com 23% para o Produto Interno Bruto (INE). Para além disso, a agricultura emprega 90%
da força laboral feminina do país e 70% da força laboral masculina, isto significa que 80%
da população activa do país está empregue no sector agrário, e a economia de Moçambique é
essencialmente agrária, sendo que a agricultura no País é predominantemente de
subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de produtividade (PEDSA
2011-2020).
Contudo, sendo os métodos de extensão rural importantes para o melhoramento da
produção e produtividade das comunidades rurais, o presente trabalho de pesquisa irá se
debruçar sobre o tema “Análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento
da produção da cultura da couve no Distrito de Inhambane, caso da baixa de Chalambe.
1.2. Problema de pesquisa
Em Moçambique, o desenvolvimento da agricultura é fundamental para a redução da
pobreza, visto que mais de 80% da população é rural depende da agricultura para a sua
sobrevivência. Onde mais da metade da população vive ainda em condições de pobreza
absoluta. No entanto, quando se analisa o desenvolvimento da agricultura em Moçambique
se depara com problemas tais como: falta de acesso ao crédito, baixa produtividade agrícola,
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 3
insuficiente cobertura dos serviços de extensão, falta de incentivos dos agentes de extensão
(VALÁ, 2006).
A fraca produção verificada actualmente na baixa de Chalambe permite que se faça
alguma reflexão sobre as implicações presentes e futuras da mesma, assim como o contributo
de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura, chamando atenção para se
repensar nas políticas agrícolas que estão em curso no distrito para minimizar o problema da
baixa produção e produtividade.
A Baixa de Chalambe é composto por 280 agricultores sendo estes todos conduzidos
por baixa produção e produtividade, os agricultores da Baixa de Chalambe deram a conhecer
que existente um défice na prestação dos serviços de extensão que por sua vez vai-se
repercutir na baixa produção da Cultura de Couve, é nesse contexto que surge a necessidade
de haver uma reflexão sobre o presente e futuro do sistema de Extensão, assim como o
contributo de extensão agrária para o desenvolvimento da agricultura nesta baixa, chamando
assim atenção para se repensar nas políticas e métodos de extensão rural que estão em curso
no distrito para minimizar o actual cenário que se assiste na Baixa de Chalambe. Face ao
exposto anteriormente, pode se conduzir a seguinte pergunta de partida: Até que ponto os
métodos usados pelos agentes de Extensão rural contribuem para melhoramento da
produção da Cultura de couve na Baixa de Chalambe?’’
1.3.Justificativa
A economia de Moçambique é essencialmente agrária. A agricultura Moçambicana é
predominantemente de subsistência, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de
produtividade.
As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto
serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo
o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com
boas oportunidades de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros.
Por estas razões, com a presente pesquisa pretende-se ainda perceber como é que os
agentes de Extensão fazem a disseminação das tecnologias agrárias nesta baixa bem como
pelo facto de esta ser a maior baixa de produção de hortícolas no distrito de Inhambane,
pois, esta abastece quase todos mercados do distrito e dos distritos circunvizinhos da
província.
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 4
O interesse pela análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento
da Produção da Cultura de Couve na baixa de Chalambe urge pelo facto de agricultura ser a
base de subsistência para a maior parte da população do distrito e do país em geral e pelo
facto dos agentes de Extensão agrária não se fazerem sentir frequentemente para darem
assistências no que tange aos métodos de extensão rural e novas tecnologias a disseminar
aos agricultores nesta baixa.
Finalmente, estima-se que o trabalho venha a contribuir para o aprofundamento da
discussão sobre análise dos métodos de extensão rural usados para o melhoramento da
produção da cultura de couve no distrito de Inhambane (caso da baixa de Chalambe).
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
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1.4.Objectivos
1.4.1. Geral
Analisar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da
Cultura de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe).
1.4.2. Específicos
Caracterizar a produção da Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da
Baixa de Chalambe);
Identificar os Métodos de Extensão Rural usados no melhoramento da Produção da
Cultura de Couve no distrito de Inhambane (Caso da baixa de Chalambe);
Analisar o contributo dos Métodos de Extensão Rural no melhoramento da produção
da Cultura de Couve.
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 6
1.5.Hipóteses
Hipótese alternativa (Ha): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de
extensão, contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na Baixa de
Chalambe;
Hipótese nula (Ho): Os Métodos de Extensão Rural usados pelos agentes de extensão não
contribuem para o melhoramento da produção da cultura da couve na de Baixa de Chalambe.
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 7
CAPITULO II
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O presente capítulo faz uma descrição das literaturas que abordam a situação dos
métodos de Extensão Rural usados para o contributo da produção da Cultura de Couve no
Distrito de Inhambane. Estas são um suporte na reflexão do tema em análise.
2.1.Referencial teórico
2.1.1. Extensão
Segundo MUCAVEL & MABOTE (2001) vêm a extensão como sendo uma intervenção
profissional baseada na comunicação e empregue pelas instituições para induzir mudanças
voluntarias na conduta de um presumido publico ou utilidade colectiva através da
transmissão de informações uteis e de assistência aos produtores na aquisição dos
conhecimentos, capacidades e atitudes necessárias para eles utilizarem eficazmente esta
informação ou tecnologia, bem como, melhorar o processo de tomada de decisão sobre a
utilização dos recursos contribuindo deste modo para melhoria dos seus rendimentos.
Metódos
Segundo XIMENES (2000).Compreendida como adaptação de métodos de ensino no
processo educativo de assistência técnica e extensão rural, respaldada nos princípios da
participação, dialogicidade, respeito aos saberes pré-existentes, exercício da cidadania e
inclusão social.
2.1.1.1.Estratégia Nacional da Extensão
A Estratégia do PROAGRI (I e II) estabelece a necessidade de um Sistema Nacional de
Extensão Agrária para facilitar a transformação do sector da agricultura de pequena escala
através da inovação agrária. A política de Extensão Agrária e a Estratégia do PROAGRI I
previa o estabelecimento de um Sistema Nacional de Extensão, integrando todas as
actividades de extensão do MINAG (Serviço Unificado da Extensão, SUE, compreendendo
as culturas, pecuária e a gestão dos recursos naturais) bem como a promoção da colaboração
de outros provedores de serviços agrários não-governamentais e do sector privado num
Sistema Nacional de Extensão, SISNE (DNER, 2000).
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 8
A Extensão Agrária do MINAG contempla as funções nucleares mínimas como a
transmissão de tecnologias, a promoção das organizações de produtores, a estratégia de
desenvolvimento, coordenação e vacinações obrigatórias. Outras funções estratégicas
incluem a capacitação das organizações dos produtores (na planificação, provisão de
serviços, e na cadeia de valores) e em aptidões empresariais e de gestão.
2.1.2. Extensão Rural
Segundo ALMEIDA (1989) faz uma menção sobre diferentes conceitos de Extensão
rural, este que inicia dizendo que a Extensão é um termo difícil de ser definido por causa da
multiplicidade dos objectivos e da diversidade dos meios para se atingir os mesmos. O
termo, por isso, pode ter significados diferentes para diferentes pessoas, mas com base na
literatura disponível torna-se possível estabelecer algumas características mais comumente
aceite.
2.1.2.1.Principais medidas a serem tomadas na extensão rural
Disseminação de informações sobre as opções de tecnologia para os vários sistemas
produtivos, e a formação dos produtores para a aplicação dessas tecnologias através
da ampliação da rede de extensão rural;
Promoção de organizações de produtores para assumirem a responsabilidade pela
gestão dos recursos disponíveis;
Estabelecimento de ligações entre os fornecedores de insumos agrícolas e os utentes
(produtores e associações);
Estabelecimento de ligações claras com empresas do sector privado e ONG’s
envolvidas na provisão de serviços de extensão, fortalecimento das redes de extensão
rural através da terciarização.
Organizar a rede de extensão em linhas verticais com a principal coordenação
operacional a nível provincial e a execução básica a nível distrital;
Realizar campanhas de informação/extensão para diagnósticos participativos;
Desenvolver metodologias para a participação da comunidade na gestão dos recursos
naturais.
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de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
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2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural
Desenvolvimento Rural é definido como sendo a melhoria das condições de vida,
trabalho, lazer e bem-estar das pessoas que habitam o meio rural.
A Estratégia de Desenvolvimento Rural, EDR, do Ministério da Planificação e
Desenvolvimento, MPD, pretende ser uma inspiração e uma ferramenta de mobilização para
todos os actores envolvidos no desenvolvimento rural. A Visão do Desenvolvimento Rural
para 2025 é que “O desenvolvimento humano nas zonas rurais de Moçambique será em 2025
cerca de três vezes superior que no período 2000-2005, entrando desta forma para a categoria
de desenvolvimento humano médio, com base na transformação para um padrão de
desenvolvimento económico nacional mais favorável ao meio rural, e através de uma
economia rural que seja mais competitiva, sustentável, equilibrada em termos ambientais, e
socialmente estável e atractiva (MPD, 2006).
Foram formulados cinco objectivos principais para os próximos 20 anos
a) Maior competitividade, produtividade e acumulação da riqueza rural;
b) Gestão produtiva e sustentável dos recursos naturais;
c) Crescimento do capital humano, inovação e tecnologia;
d) Diversificação do capital social, eficiência e eficácia institucional;
e) Boa governação e planificação do mercado.
O Desenvolvimento Rural ao nível do distrito faz parte dos termos de referência do
Serviço Distrital para as Actividades Económicas, SDAE, A Extensão Agrária faz parte do
referido serviço (Idem).
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
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2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane
2.2.1. Discrição da cultura da Couve
As hortícolas desempenham um papel preponderante na dieta alimentar humana, visto
serem ricas em vitaminas, proteínas, minerais e fibras. Servem como fonte regulador de todo
o organismo, contribuindo para que se goze de boa saúde. Quando produzidas em locais com
boas oportunidades de mercado, os produtores podem gerar grandes lucros. A quantidade de
hortícolas comercializadas seria maior se o ataque das pragas e doenças diminuísse. Muitas
vezes as perdas que estas pragas ocasionam as culturas hortícolas são mais altas do que a
quantidade de hortícolas consumidas (METICAL & FLINT, 1995).
A couve de folhas é uma hortícola pertencente á espécie Brassica oleracea L,
variedade Acephala. Cujo centro de origem é provavelmente a região do Mediterrâneo, e que
actualmente se encontra nas regiões tropicais subtropicais. Em Moçambique, a cultura de
couve (Brassica oleracea variedade acephal) é largamente produzida pelo sector familiar nas
zonas baixas ou com sistemas de regadio e tem como finalidade o consumo e venda nos
mercados locais. A sementeira é geralmente feita em viveiros, de modo a garantir melhores
cuidados às plântulas. Esses cuidados permitem obter mudas de qualidade que aumentam as
possibilidades do sucesso da cultura no campo definitivo (TINDALL, 1993).
Em termos nutricionais, a couve-folhas apresenta-se como boa fonte de vitaminas (A,
B e C), além de ser rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em calorias. Apresenta
propriedades mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio, é
importante na boa formação dos ossos (MAMBREU et al., 2007).
A couve-folhas teve origem de clima temperado, sendo plantas bienais que exigem frio
para passar do estádio vegetativo para o reprodutivo. É uma planta alógama e comporta-se
como uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o factor agroclimático
mais limitante. Possui folhas alongadas de limbo elíptico. As raízes se concentram nos
primeiros 20-30 cm de profundidade. A inflorescência se desenvolve sobre um caule curto e
é formada a partir do conjunto de primórdios florais, esses primórdios florais transformam-
se, posteriormente, em botões florais, podendo ter coloração branca, creme, amarela, e mais
recentemente roxa e verde (FILGUEIRA, 2008).
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2.2.1.1. Discrição botânica da cultura da couve
A couve é uma cultura perene que normalmente cresce anualmente nas zonas
temperadas e chega a atingir cerca de 1 (um) metro de altura (TINDALL, 1993).
De acordo com TINDALL (1993), a couve desenvolve-se em duas fases, sendo a
primeira fase o crescimento vegetativo e a segunda o crescimento e desenvolvimento das
partes reprodutivas, características da couve:
Sistema radicular: possui um sistema radicular bastante ramificado e muito
desenvolvido. As raízes chegam a atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura de
extensão lateral no fim da primeira fase de crescimento.
Caule e folhas: possui um caule comparativamente curto. O caule floral desenvolve
se a partir das axilas das folhas e pode atingir cerca de 0.6 a 1.2 metros de altura. As
folhas são simples, ovais, em forma de roseta aos arredores do caule, largas, bem
desenvolvidas e frescas.
Flores, frutos e sementes: a inflorescência é terminal e é um racimo. A inflorescência
é composta por flores hermafroditas, regulares compostas por 4 sépalas, 4 pétalas
brancas ou amarelas claras, e 6 estames. O fruto é uma longa e delgada vagem – a
síliqua. A semente é castanha – clara a castanha – chocolate e ligeiramente irregular
ou lisa.
2.2.2. Preparação do solo
Segundo TEMBE (1990) a couve pode desenvolver-se em diferentes tipos de solo,
desde os solos pesados (argilosos) aos solos leves (arenosos), desde que sejam férteis e bem
drenados, e que tenham uma boa capacidade de retenção de humidade, um conteúdo alto de
matéria orgânica e um intervalo de pH entre 6.0 a 6.8. em geral o valor favorável de pH para
solos que sofrem intensiva produção de vegetais situa-se entre 5.5 a 7.5.
2.2.2.1.Adubação
A adubação de hortaliças deve ser feita visando suprir, praticamente, todas as
necessidades nutricionais da planta pelo menos macro em nutrientes e esta pode ser mineral
ou orgânica LOPES, (2007).
a) Adubação mineral
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Em síntese, a regra de utilização é de 150 a 250g da fórmula 4-14-8 ou 4-16-8 por m².
Deve-se Considerar as exigências nutricionais das espécies, os grandes espaçamentos, a
duração do clima, O nível de produtividade esperado e as indicações de real estado de
fertilizante do solo (LOPES, 2007)
b) Adubação orgânica
O adubo orgânico é de maior importância para o cultivo das hortícolas pelo
fornecimento de Nutrientes, embora na maioria dos casos seja pobre e pela melhoria das
condições físicas do solo. A Matéria orgânica torna o solo muito solto mas ligado,
conferindo-lhe maior capacidade de retenção de água e nutriente. O adubo orgânico, também
melhora a vida macro biológica do solo, favorecendo a sobrevivência de minhocas, fungos e
bactérias benéficas (SITOE, 2005).
2.2.2.2.Irrigação
A irrigação é fundamental para satisfazer a grande necessidade de água, para a maioria
das espécies hortícolas, mesmo em períodos ou regiões onde ocorrem os melhores regimes
de distribuição de precipitação. Em geral, a quantidade de água a aplicar por cada rega, deve
ser o suficiente para manter a humidade do solo até a profundidade de 20 a 25 cm, onde se
concentra a maioria das raízes. O excesso favorece a erosão e a lixiviação dos nutrientes. A
falta de agua prejudica o crescimento e a qualidade dos produtos, podendo acelerar o
processo de maturação, (OLIVEIRA, 1989).
Em Moçambique, a província de Maputo é a que possui maior número de sistemas de
regadio ao nível do país. Estes sistemas incluem os regadios dos distritos de Boane,
Moamba, Magude, e Manhiça com um elevado potencial para produção de diversas culturas
incluindo as hortícolas (INE, 2007).
2.2.3. Época de cultivo
Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo para a
cultura da couve-folha. Um dos factores que contribui para isto certamente é o fato de que,
em muitas regiões, por limitações climáticas, a couve-flor é cultivada em apenas um único
período do ano Entretanto, FILGUEIRA (2008) afirma que, com o melhoramento genético
houve desenvolvimento de híbridos de couve-folhas que apresentam condições de produção
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adequada em climas mais quentes, permitindo o cultivo durante todo o ano e que inclusive
para as cultivares de verão sugere o plantio entre os meses de Setembro e Janeiro.
2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve
Segundo LOPES, (2007) umas das principais causas das perdas nas hortícolas é a
ocorrência de pragas e doenças. Para o controlo das doenças recomenda-se a aplicação
preventiva e para o controlo das pragas deve-se usar insecticidas, caso os níveis de infestação
justifiquem o seu controle. As doenças mais comuns nas hortaliças são causadas por fungos,
bactérias e vírus, o cultivo da couve é afectado por doenças que se agrupam em: doenças
causadas por patógenos e doenças. Das doenças causadas pelos potógenos, são mais comuns
e fáceis de controlar as causadas por fungos que por bactérias e vírus.
A actividade infeciosa dos patógenos é acelerada quando existem ferimentos nas
plantas, e a existência de feridas é uma das consequências de má gestão (quer de viveiro,
quer de campo definitivo) causada por elevadas densidades.(Idem)
As doenças fisiológicas são referentes á desordem interna e estão associadas a vários
factores de desenvolvimento como: nutrição, humidade, luz outros. No controle de pragas, é
mais económico fazer aplicação de insecticida logo ao primeiro sinal de ataque do que
esperar que o nível de ataque se eleve e cause danos á cultura. Tanto as infestantes anuais
como as perenes são controladas usando enxadas e herbicidas. Estudos mostram que o uso de
enxada a nível superficial no controle de infestantes causa menos danos a cultura (TEMBE,
1990).
2.2.4.1.Pragas que mais atacam a cultura da couve
Broca da couve (Hellula undalis Fr), as lagartas tem 15 mm de comprimento, e
apresentam cor castanha-amarelada. Apresenta 5 listras longitudinais ao longo do corpo, as
pupas são acinzentada e brilhantes o adulto é uma pequena mariposa de cor castanho-
acinzentada. No caso de virose, deve-se eliminar todas as plantas atacadas e combater os
insectos vectores. No entanto, um mau desenvolvimento das plantas, amarelecimento das
folhas, murcha e morte das plantas, podem ser causados por deficiência nutricional e que são
confundidas com sintomas de doenças (RIBEIRO, 1999).
Segundo SEGEREN et al (1994), os ovos são postos principalmente nos pontos de
crescimento da planta. Neste local depois da sua eclosão, as largas fazem uma teia abaixo da
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qual se escondem alimentando-se de pontos de crescimento e provocando a morte da planta.
As lagartas penetram também nas nervuras, pecilos, caule e ápice das plantas e podem
destruir completamente as pequenas plantas. Em plantas maiores aparecem dois a quatro
novos rebentos, algumas semanas depois da destruição do ápice. As plantas de couves
atacadas produzem variam folhas pequenas atacadas e ficam ligadas por teias.
Percevejo-da-couve (Bagrada hilaris Burn) tanto as ninfas como os adultos são
encontradas nas folhas ou no solo por baixo das plantas. Tem 3-5 mm de comprimento,
redondas e de cor preta. Surgem a seiva das folhas e elas murcham. Os adultos têm 5-7 mm
de comprimento de forma oval, de cor preta com manchas vermelhas-claras e possuem um
aparelho bucal do tipo sugador. As plântulas nos viveiros ficam deformadas, murcham e
morrem (SEGEREN et al 1994).
2.2.4.2.Controle de pragas
As pragas que ocorrem na cultura da couve-flor são cosmopolitas. Por isso, o produtor
deve e pode utilizar diferentes métodos de controlo. Entre as ferramentas à disposição dos
produtores estão a rotação de culturas, as barreiras vegetais, o aumento da diversidade
biológica na área, o controle biológico, o natural e o químico (FILGUEIRA, 2000)
2.2.5. Controle das doenças que atacam a cultura da couve
Segundo FILGUEIRA (2000) Para que as doenças sejam bem controladas é
necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja que a planta não seja sujeita a stress
provocada por factores diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação
desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com ervas daninhas. E algumas
medidas para evitar o aparecimento de doenças:
Semear sementes de boa qualidade. Em caso de produção própria, devem ser
escolhidas as plantas saudáveis;
Fazer uma adubação balanceada baseada na análise do solo. Falta ou excesso de
nutrientes são causas frequentes de distúrbios fisiológicos graves;
Evitar o excesso de água na irrigação pois este é factor que mais afecta o
desenvolvimento de doenças, em especial aquelas associadas ao solo.
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2.2.6. Importância económica da cultura da couve
Actualmente a nível mundial, as couves constituem a base da dieta de hortícolas sendo
apenas ultrapassadas, na sua importância que as outras culturas destacam a couve, como a de
maior cultivo, em grande número de países; elas são fonte de vitaminas em especial a (A e
C), mas também (B1 e B2), de aminoácidos e sais minerais como função importante na
regulação do aparelho digestivo podendo fazer parte de inúmeros pratos como sopas,
cozidos, saladas entre outros (GARDÉ & GARDÉ, 1988).
2.3.Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane
a) Métodos Individuais:
Segundo GASPAR (2013) os métodos de alcance individual atingem, directamente,
indivíduos isolados em cada acção. Estes métodos são importantes para conhecer a realidade
rural; eles possibilitam á delimitação de comunidades e grupos, a identificação de líderes, a
obtenção da confiança e informações por parte da família rural, o treinamento e
acompanhamento de líderes comunitários e condutores de unidades de demonstração ou
observação. Devem ser utilizados com moderação e objectivos claramente definidos, por
apresentar custos bastante elevados, devido ao seu alcance limitado. Desses métodos
destacam se os seguintes:
Visita a machamba/ residência
Contactos informais/casuais
Chamada telefónica
b) Métodos de Grupos de Camponeses
Segundo Gaspar (2010) os métodos de alcance grupal atingem, directamente
indivíduos em grupos. Estes métodos são importantes porque estimulam a participação e a
organização grupal: possibilitam a troca de experiências e solução de problemas comuns, o
desenvolvimento técnico em agropecuária, bem-estar social e outros. Estes devem ser
utilizados com maior ênfase em relação aos métodos de alcance individual, todos os métodos
grupais exigem planeamento e condução grupal.
Campo de Demonstração de Resultados (CDR)
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Escola na Machamba do Camponês (EMC)
Demonstração Prática (DP)
Visitas de Estudo
Dias de Campos
Reuniões
c) Métodos de Massas
Segundo MONTEZ (2005) os meios de comunicação de massas visam atingir as pessoas
em massa, isto é, um número significativo e indeterminado de pessoas. Eles não permitem o
contato direto entre o extensionista e seu público, mas apresentam um custo unitário bastante
baixo pelo grande número de pessoas atingidas e pela rapidez com que as mensagens chegam
até ao público.
Televisão
Rádio Comunitária
Quadros e Exposições
Feiras
2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane
a) Escola na machamba do camponês
Segundo FILIMONE (2011), Escola na Machamba do Camponês dos Produtores
treinados para os agricultores não treinados, no Distrito de Matutuine este modelo Escola na
Machamba do Camponês (EMC) têm como objectivo o resumo do esforço do processo de
transformação de tecnologias; capacitação dos produtores em matérias de tomada de decisão
para o maneio de culturas e produção; na contribuição da minimização dos custos de
maximização dos benefícios para aumentar as suas rendas familiares; na facilitação da
interacção e troca de experiencias entre produtores de modo a promover iniciativas locais.
O mesmo autor ainda afirma que a escola na machamba do camponês procura mostrar
aos produtores uma série de pacotes tecnológicos para uma determinada cultura, ensinando
as etapas necessárias para produção desta cultura, para que eles possam melhorar a sua
produção e garantam a segurança alimentar para o seu agregado familiar.
Sendo que esta metodologia uma das mais recentes práticas de extensão introduzida
nos países em via de desenvolvimento, tendo sido introduzida em Moçambique a dez anos,
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Mauro Valter Jaime 17
estando a ser massificada a oito anos pelo Programa Nacional de Segurança Alimentar, esta
que traz uma abordagem de formação treinamento e disseminação das novas tecnologias
agrárias que são usadas para capacitar os camponeses com a expectativa de que os treinados
partilhem os conhecimentos adquiridos com outros camponeses não treinados, estes que tem
como pressuposto de partilha dos conhecimentos entre os treinados e os não treinados visar
garantir uma rápida difusão de informação, aumentar a cobertura dos serviços prestados pela
extensão agrária bem como abordagem participativa de treinamento que pode ser
considerada como uma estratégia de extensão e de educação de adultos baseada no princípio
de que os camponeses aprendem melhor vendo e experimentando.
FILIMONE (2011) conclui referindo que a metodologia de (EMC) consiste em um
grupo formado por 20 – 30 camponeses do mesmo povoado ou de povoados vizinhas que se
reúnem regularmente sobre orientação de um facilitador, durante o ciclo completo duma
cultura, desde a sementeira até a colheita, s propósito do treinamento é de experimentar
novas práticas sendo que o propósito é melhorar a produção como principal foco na criação
da capacidade nos produtores e tomar decisões.
Segundo FILOMONE (2011) salienta que a Escola na Machamba do Camponês não
trata do desenvolvimento de tecnologias, mais do processo a nível local e de
desenvolvimento das pessoas. Este processo consiste em juntar os agricultores para que
possam melhor identificar os seus problemas e encontrar os meios para poderem resolver,
criando capacidades nos agricultores através do fortalecimento dos seus conhecimentos para
que sejam conhecedores dos processos de produção que ocorrem nas suas machambas. Os
agricultores com o apoio dos extensionistas decidem o que é relevante e mais urgente estudar
no âmbito de uma Escola na Machamba do Camponês desta maneira, assegura-se o interesse
do grupo porque o tema responde a prioridade verdadeira identificada pelo próprio grupo.
Por isso, cada ECM é diferente e única, porque tem as suas próprias necessidades e
oportunidades e tem conteúdos próprios.
O mesmo autor salienta ainda que cada ECM tem uma parcela de 1000-1500m que
constitui a ferramenta principal de aprendizagem. A machamba não é um campo
demonstrativo é um laboratório vivo onde os agricultores estudam, e ensinam novas técnicas
durante o ciclo completo de produção da cultura, onde eles avaliam o mesmo os resultados
antes de aplica-los nas suas machambas.
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Mauro Valter Jaime 18
b) Campo de Demonstração de Resultados (CDR)
Segundo GASPAR (2010), Campo de demonstração de Resultados (CDR) é uma farma
preparada ao lado de uma outra farma na qual os camponeses cultivam com os métodos ditos
rudimentares ou arcaicos. Nos CDRs os extensionistas cultivam com base nos pacotes
tecnológicos. Por outras palavras é lá onde os extensionista aplicam as tecnologias agrícolas,
sendo que o objectivo deste processo de trabalho é que no final da colheita os camponeses
estejam convictos de que as tecnologias demonstradas no CDR são mais rentáveis em
relação aos métodos (considerados rudimentares pelos extensionista) por si usados. Portanto,
dá-se por terminada o processo de transferência de tecnologias, quando os camponeses
aceitam adoptar as técnicas ou os insumos agrícolas demonstrados pelos extensionistas, este
processo dá-se durante o período em que decorre uma campanha agrícola.
Conclui GASPAR dizendo que Campo de Demonstração de Resultados é uma unidade
de produção agrícola que visa demonstrar a curto e médio prazo as técnicas de produção,
através de técnicas racionais utilizadas na agricultura, a importância de uma boa
administração de propriedade. Combinando os factores de produção, que objectiva
maximizar os lucros e minimizar os custos, bem como elevar o nível de vida familiar.
Este método tem sentido educativo para os agricultores que constitui em centro de
aprendizagem de novas formas de produção, para eles aprenderem novas técnicas de
produção e não beneficia apenas só os agricultores locais, como também para os agricultores
de outras áreas circunvizinhas.
c) Feiras
Segundo RUAS E.D (2006) feira é, no fundo, um mercado, um espaço onde os vendedores
expõem os seus produtos e os compradores vêm comprar aquilo que precisam. Mas uma
feira é mais do que um simples mercado onde uma pessoa vai vender ou comprar o seu
produto. É um mercado especializado, geralmente à volta de um tema, por exemplo a Feira
de Pesca, a Feira de Habitação, ou a Feira Agrícola.
RUAS E.D et a l (2006) salienta que as feiras oferecem oportunidades de negócio aos seus
participantes, para os produtores de tecnologias e seus agentes, a feira é um lugar onde
encontram os seus clientes obtêm informação sobre as necessidades e exigências do
agricultor. É esta informação que lhes permite inovar o seu produto ou desenvolver novos
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Mauro Valter Jaime 19
produtos. A promoção da feira tem como objectivo assegurar uma boa participação dos
agricultores compradores e vendedores.
Para o agricultor, a feira é um sucesso quando consegue satisfazer as necessidades do
seu cliente e com qualidade, tendo as variedades da sua preferência e a um preço acessível.
Para o vendedor, a feira é um sucesso quando ele conseguir vender o seu produto. A
promoção da feira deve ser uma actividade contínua durante toda a preparação da feira, a
partir da identificação dos locais mais afectados, e deve ser continuada em todos os
encontros com a comunidade, com os potenciais beneficiários, com os armazenistas e com os
agentes de semente certificada (RUAS, E.D at al 2006).
d) Reuniões
De acordo com DOYLE (1998) reunião é um método simples, de alcance grupal,
planeado, realizado junto a um público que possui interesses e objectivos comuns e que
desejam solucionar os problemas por meio da troca de ideias, conhecimentos, informações
para que possa contribuir para o encaminhamento das soluções, tomada de decisões e
assumir compromissos referentes aos problemas comuns do grupo, enfocando os seguintes
Objectivos, motivar a comunidade na gestão do seu próprio desenvolvimento, desenvolver o
espírito associativista e estimular a cooperação mútua, avaliar os trabalhos e os métodos
realizados pelos extensionistas juntos com os agricultores, sensibilizar os agricultores a
pautar por uma nova forma de produção, conscientizar e mobilizar sobre problemas e as suas
respeitavas soluções fortalecer as formas organizacionais existentes.
A reunião nunca é utilizada de uma forma isolada mais sim dentro de uma estratégia, a
reunião nunca é realizada isoladamente, mas fazendo parte de uma combinação de outros
métodos e meios de comunicação. Na acção extensionista, o método de reunião também
ocorre em situações com objectivos mais amplos, como estudo de realidade, planeamento
participativo, apresentação dos planos de trabalho para autoridades e lideranças (reunião de
sede) e para avaliação participativa (Idem)
Finaliza DOYLE (1998) afirmando que as reuniões poderão ocorrer em ocasiões em
que é aconselhável recorrer a técnicas de condução de grupos, mais específicas, com
estrutura de desenvolvimento bem definido. Em função do tipo de reunião a realizar e dos
objectivos a serem atingidos, deve ser seleccionado o público que participará. O
extensionista, na maioria das vezes, é coordenador ou facilitador da reunião.
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Mauro Valter Jaime 20
e) Rádios Comunitárias
Segundo (LOPEZ, s/d) rádio comunitária é um meio de comunicação de massas que
faz com seja especialmente adequado para a transmissão de informação podendo este meio
ser considerado a sua função principal, ele tem condições de transmitir a informação com
muita rapidez que qualquer outro meio de informação.
A rádio foi o primeiro dos meios de comunicação de massas que deu imediatismo a
notícias devido a possibilidade de divulgar os factos no exacto momento em que ocorrem;
entre os meios de comunicação de comunicação de massas a rádio é mais popular e o de
maior alcance público constituindo, muitas vezes no único a levar a informação para
populações de vastas regiões que ainda hoje não tem acesso a ouros meios de comunicação,
seja por motivos geográficos, económicos ou culturais. Referi ainda o autor que este meio de
comunicação possui um status devido ao factor importante e congregado: pela sua natureza
físico-psicológico o facto de ter o homem a capacidade de reter a mensagem falada
simultaneamente com a execução das suas actividades (LOPEZ, s/d).
Dos restantes meios de comunicação de massas, a rádio é o mais privilegiado devido as
suas características intrínsecas, entre elas podendo destacar a linguagem oral, a mobilidade, o
baixo custo, o imediatismo, e a instantaneidade, sensorialidade a autonomia. Por exemplo,
estima-se que haja nos países menos desenvolvidos na África Ocidental, o número de
estações de Rádios Comunitárias subiu de cinco para 72 entre 1991 e 1998. Conclui dizendo
que quando a programação da rádio é relevante tratando dos assuntos que tocam a
sensibilidade do agricultor, os ouvintes tendem a lembrar-se das ideias abordadas para a
resolução dos seus problemas, factos e debatem-nos com os amigos e familiares. Este pode
ser o alicerce de um processo complexo que envolve uma maior consciencialização e
mudança de comportamento, permitindo aos indivíduos e seus familiares enfrentar melhor os
desafios que se colocam as suas actividades pois não devem ignorar este meio eles precisam
de usa lá, como um recurso para a resolução dos seus problemas (Idem).
2.4.Contributo dos métodos de extensão rural no melhoramento da produção da
cultura de couve
Segundo CASTELLS (2003) A missão essencial da instituição de extensão rural é criar
situações dentro das quais as pessoas se desenvolvam educacionalmente e como cidadãos.
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Esse desenvolvimento é um processo activo por parte de quem é beneficiário. Assim sendo,
é fundamental que o público atendido se interesse pelo que está em pauta, colocando sua
força mental, esforço físico e envolvimento. As pessoas aprendem, se conscientizam e
descobrem melhor seu próprio caminho por diferentes modos: alguns ouvindo, alguns
vendo, alguns fazendo e outros através da discussão. Diferentes métodos de ensino e
extensão são mais efetivos em determinadas situações, em diferentes estágios do processo de
desenvolvimento, tais como diagnóstico, priorização, planeamento, execução, adoção ou
avaliação. Além do mais, cabe ressaltar, que as pessoas não aprendem na mesma velocidade.
Segundo CASTELLS (2003) é provável que alguns agricultores estejam em determinado
estágio de experimentação de uma nova prática e querendo conhecer os detalhes de como
fazer, enquanto outros estão apenas inicialmente interessados. Por essas razões, em
determinadas situações, o uso de uma variedade de métodos de ensino é mais efectivo que
outros.
Em sua rotina de trabalho, o extensionista rural avalia qual o melhor método de trabalho,
de acordo com os objetivos traçados e a realidade local. Geralmente, os métodos mais
complexos, tanto clássicos como participativos, são os que conduzem aos resultados mais
positivos. Outras vezes, é o método mais simples que produz os melhores resultados. Cabe
ao técnico, analisando o público, os objetivos, os recursos disponíveis, o tipo de mensagem e
os métodos, decidir pela melhor ou mais adequada metodologia a ser utilizada. Para isto
existe uma significativa diversidade de métodos. E existem meios de comunicação que
permitem a concretização dos resultados da forma mais rápida e eficaz (Idem)
Segundo FARIA (1999), A introdução desses modelos de extensão não preconizava o
desenvolvimento rural, tendo como principal propósito a difusão de tecnologias trazidas dos
extensionista aos agricultores. Esse modelo de Extensão Rural deve ter sua prática sustentada
nos paradigmas da educação tradicional e tecnicista, que deve ser entendido pelo
extensionista o detentor do saber, e o agricultor um mero receptor desse conhecimento. O
extensionista é considerado um agente de mudanças tecnológicas que vende tecnologia aos
agricultores, demonstrando e ensinando como ela deve ser utilizada, que as metodologias
participativas são iniciativas de educação popular, pois objectivam a tomada de consciência
ou empoderamento, através de um processo de aprendizagem colectivo. Na adopção de
tecnologias, consideram-se quatro categorias de importante, classificados de acordo com o
tempo que levam para adoptar tais tecnologias:
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Os inovadores, aqueles que estão predispostos a adoptar novas ideiam e a assumir os
riscos dessa adopção;
Os adoptadores rápidos, ou seja, os grupos que seguem o exemplo dos inovadores,
entre os quais se encontram os líderes de opinião, bem vistos e respeitados na
comunidade;
Os adoptantes da maioria, grupos que exigem comprovação da adopção pelos
demais produtores e, por fim.
Os retardatários, grupo social normalmente constituído dos mais tradicionais,
apegados aos costumes, que, mesmo quando adoptam determinada tecnologia, o
fazem tão tardiamente em relação aos demais que não conseguem compensar os
investimentos organizacionais.
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Mauro Valter Jaime 23
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA
Para responder o problema de pesquisa, este capítulo faz a descrição do local de estudo,
indica o tipo de pesquisa, apresenta a técnica de colecta dos dados, amostra a variável de
análise, aborda a delimitação da amostra e culminando por evidenciar o método de análise
dos dados.
3.1.Descrição da área de estudo
Segundo o Plano Municipal de Gestão Ambiental do Município de Inhambane (PMGA,
2009), o Município está localizado na zona central da província de Inhambane. Está limitado
a norte e oeste pela Baía do mesmo nome, a sul pelo distrito de Jangamo, a este pelo oceano
Índico. O município da cidade de Inhambane situa-se a cerca de 480 quilómetros a norte de
Maputo e dista 30 quilómetros da estrada N1, e a sua superfície total é de 192 quilómetros
quadrados incluindo a parte líquida, com uma população de 63.867 habitantes.
Esta população encontra-se distribuída por 22 bairros e uma Localidade (Ilha de
Inhambane), dedicando-se maioritariamente à actividade agro-pecuária, pesca e comércio. O
município é, além de tudo, turístico com belíssimas praias o que tem atraído muitos turistas
nacionais e estrangeiros, com destaque para as praias de Barra, Tofo, Tofinho e Rochas
(PMGA, 2009).
O distrito de Inhambane, de características urbanas, tem um padrão e tecido rico que
abrange áreas urbanas, semi-urbanas e rurais, e este é constituída pelos seguintes bairros:
Balane I, Balane II, Balane III, Liberdade I, Liberdade II, Liberdade III, Chalambe I,
Chalambe II, Muelé I, Muelé II, Muelé III, Marrambone, Mucucune, Chemane, Conguiana,
Malembuane, Guitambaturo, Nhamua, Josina Machel, Machavenga, Salele, Siquiriva e Ilha
de Inhambane.
a) Clima
O clima do Município de Inhambane é do tipo tropical húmido modificado pela
altitude, caracterizado por épocas frias e muito chuvosas, o que torna as condições
meteorológicas locais muito próximas ao dos continentes Europeu e Americano. A
temperatura média mensal máxima é de 26,97ºC e a mínima é de 20,30C e a precipitação
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média anual é de 926,8mm. No que refere à hidrologia há que destacar os rios Guiúa e
Salela, para além, de várias lagoas, tais como: Chivanene, Cumbe e Pembane. (P.M.G.A,
2009)
b) Solos
Solos são uma mistura de matéria inorgânica e de compostos orgânicos, esta
composição tem muita influência na sua função tanto como meio de circulação de fluidos
assim como na interacção com compostos químicos presentes nesses fluidos. A mesma
composição define largamente o potencial para o uso de solos para agricultura e outros fins.
(P.M.G.A, 2009)
Em termos gerais na província de Inhambane, distinguem-se 3 maiores agrupamentos
de solos nomeadamente os solos de mananga (ocupando o interior da província); solos
argilosos vermelhos (maioritariamente no distrito de Inhassoro); e os solos arenosos-fase
dunar (ao longo da zona costeira onde a Cidade de Inhambane é parte integrante), (P.M.G.A,
2009).
3.2. Caracterização da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane
A equipe de extensão do Distrito de Inhambane desde 1986 e é composta por cinco (5)
extensionistas dois quais três (3) são homens e os restantes dois (2) são mulheres, e dos três
são técnico médios e dois são técnicos superiores. Supervisor da equipe cuja as
responsabilidades: monitorar todas as actividades realizadas pela equipe de extensão; ajudar
a solucionar problemas específicos detectados pelos extensionistas e que a sua solução não
ao alcance dos extensionistas, servir de ponte entre a equipe de extensão e o centro de
pesquisa de Inhacoongue
3.3.Amostragem
POCHINHO (2009) define Amostra como sendo um subconjunto retirado da população,
que se supõe ser representativo de todas as características da mesma, sobre o qual será feito o
estudo, com o objectivo de serem tiradas conclusões válidas sobre a população.
A selecção dos agricultores a serem entrevistados baseou-se na técnica da Amostra
aleatória simples, esta que é bastante preciso e apresenta todos os elementos da população
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com probabilidade de serem escolhidos para fazer parte da amostra. O processo consiste em
seleccionar uma amostra “n” a partir de uma população “N”. Geralmente a selecção é feita
sem reposição e cada amostra é feita de unidade a unidade até que se atinja o número pré-
determinado, (MONTENEGRO, s/d).
A Baixa de Chalambe localiza - se no distrito de Inhambane, e dispõe de duas associações,
tendo como denominações, Associação 25 de Junho e Associação amigos de Chalambe, estas
que para a sua operacionalização dependem dos 175 produtores ou associados, de salientar
que os restantes 105 não fazem parte de nenhuma associação. Os agricultores trabalham de
forma coordenada para fazer face a oferta de hortícolas no distrito, de referir que esta baixa
abastece os seus produtos a todo distrito. Diante do supracitado ira se usar a seguinte formula
para o cálculo do tamanho da amostra da população a ser inquerida:
n =𝑁 × 𝑝 × 𝑞 × 𝑍2𝛼2
𝑝 × 𝑞 × 𝑍2𝛼2 + (𝑁 − 1) × 𝑒2
n =280 × 0,5 × 0,5 × 1.96²
0,5 × 0,5 × 1.96²+ 280 − 1 × 0,12
n =280 × 0,25 × 3.8416
0,25 × 3.8416 + 279 × 0,01
n =70×3.8416
0,25×3.8416+ 279 ×0,01
n =268,912
0.9604 + 2.79
n = 71.702 ≈ 72
Onde:
n: Tamanho de Amostra pretendida?
N: tamanho ou universo da população (280);
𝑝 : Proporção de sucesso (0,5);
𝑞 : proporção de fracasso (0,5);
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𝑍2𝛼2: intervalo de confiança (neste caso o intervalo é de 95% o equivalente à 1.96);
𝑒2: erro amostral (com valor de 10% ou 0,1 do intervalo de confiança).
3.4.Colecta de dados
Na colecta de dados usou-se as entrevistas semi-estruturadas, observação directa e
Pesquisa Bibliográfica, esta que é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos,
páginas de websites, isto é, qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa
bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto
(FONSECA, 2002).
De referir que para o trabalho de campo que consistiu a colecta de dados, este realizou-
se no Distrito de Inhambane concretamente na Baixa de Chalambe no mês de Novembro,
com uma meta diária de 10 a 11 Inqueridos por dia, de salientar que contou-se com a
colaboração do representante das associações para que o trabalho se tornasse mais célere.
Durante a recolha de dados baseou-se na técnica de observação directa e entrevistas semi-
estruturadas, esta que consiste na combinação de perguntas abertas e fechadas, onde o
informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto (TOMAR, 2007).
As entrevistas variaram de 10 a 15 minutos por cada entrevistado, para dar mais
liberdade do inquerido se expressar livremente. É de referir que as entrevistas foram feitas
individualmente e isoladas dos outros de modo a não influenciar as respostas dos outros
entrevistados. Todavia a participação foi voluntária e sem nenhuma pressão.
De acordo com GIL (2006), a entrevista semi-estruturada é desenvolvida a partir de
uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redacção permanece invariável para todos os
entrevistados, que geralmente são em grande número. Aqui, o entrevistador tem a liberdade
para desenvolver cada situação, usando um roteiro de tópicos relativos ao problema a ser
estudado
3.5.Análise de dados
Depois de ter feito o levantamento dos dados através das entrevistas semi-estruturadas,
observação directa e pesquisas bibliográficas descreveu-se os resultados por meio de
gráficos, tabelas, e simples descrição. Ainda os mesmos foram codificados com base nos
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formulários das entrevistas e introduzidos electronicamente usando o pacote estatístico Excel
2007. De salientar que no desenrolar dos resultados houve uma necessidade de envolver
variáveis estatísticas como: média.
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CAPITULO IV
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente capítulo são apresentados os resultados alcançados com o estudo
desenvolvido, este que corresponde os objectivos do estudo, ainda no mesmo capitulo far-se-
á a caracterização dos agricultores da baixa de Chalambe:
Gráfico n°1: Representação da participação dos agricultores por sexo na baixa de Chalambe.
Diante do estudo realizado verificou-se que dos 100% dos agricultores inquiridos, a maior
parte são do sexo feminino, estes que representam 72,22% contra 27,78% que são do sexo
masculino. Esta informação é sustentada pelo PEDSA (2011-2020) que afirma que
agricultura emprega 90% da força laboral feminina do país e 70% da forca laboral masculina.
72,22%
27,78%
sexo
femenino
masculino
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Gráfico n°2: representação das categorias dos agricultores que operam na baixa de Chalambe
Do universo dos agricultores inquiridos na baixa de Chalambe 78% são pequenos
agricultores e os restantes 22% são médios agricultores. Isto suporta os resultados da
categorização que é dada por FAEF (2001) citado por Ibraimo (2005), esta classificação leva
em consideração o tamanho das áreas exploradas pelos agricultores e agrupa em 3
categorias: pequenos agricultores, são aqueles que exploram 0,25-3 ha, médios agricultores,
exploram áreas de 3 a 20 há e grandes agricultores, exploram mais de 20 há.
Práticas culturais no cultivo da couve na baixa de Chalambe
Dos agricultores inquiridos que produzem a cultura de couve nesta baixa afirmam que a
produção desta hortícola era sazonal, apenas produzia-se no período do inverno esta por ser
uma cultura que para o seu desenvolvimento exigia temperaturas de 15 a 25 graus, mais
actualmente eles produzem uma variedade cujo nome é couve folha por ser uma variedade
que é tolerante a altas temperaturas, afirmam que para a produção desta cultura eles primeiro
preparam os canteiros onde será o campo definitivo, enquanto vão preparando o campo
definitivo eles laçam a semente num alfobre com mais ou menos um a dois metros, enquanto
vai se desenvolvendo vão fazendo as devidas correções do solo caso seja necessário
definitivo onde serão colocadas as plântulas da couve, após um mês as sementes terem
brotadas e o aparecimento das plântulas, campo ter sido preparado fazem o transplante para o
canteiro já preparado, e os seus canteiros tem em média 10 a 12 metros de comprimento e
1,5metros de largura e produzem em forma de linha com uma separação de plantas de 20 a
25 centímetros.
medios
22%
pequenos
78%
agricultores
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Após esses todos processos fazem um controle e aplicam um insecticidas e pesticidas
como forma de controlar as pragas e doenças, e salientam ainda que esta cultura exige muita
quantidade de água portanto fazem duas regas ao dia, uma nas primeiras horas da manhã e
outra no fim do dia.
Finalizando afirmam que esta cultura leva 70 a 90 dias para a sua colheita e as folhas
são colhidas começando com as situadas em baixo do caule, não se deve remover muitas
folhas para não influenciar negativamente no processo de crescimento da planta.
Para o combate de doenças e pragas que atacam a cultura durante o processo de
produção os agricultores usam duas formas de combate que são: controlo químico, biológico
e rotação de culturas e, no controlo químico usa Abamecictin, e no controlo biológico usam
piri-piri que fazem uma mistura com tabaco e água e aplicam nos canteiros.
Os agricultores da baixa de Chalambe convergem com FILGUEIRA (2003) onde
salienta que produção da couve é normalmente conduzida por alguns tratos culturais segundo
as recomendações convencionais, desde o preparo e correcção do solo, adubações orgânica e
química, até o controle de pragas e doenças a colheita é iniciada e esta cultura leva desde a
sua produção a colheita dos 80-90 dias do transplante, durando um período de oito meses,
refere-se ao padrão de 25-30 cm de comprimento para comercialização de folhas de couve.
Métodos usados pela Extensão Rural para o melhoramento da Produção da Cultura de
Couve na baixa de Chalambe
De acordo com os Serviços distritais de actividades económicas do distrito de
Inhambane (SDAE) os Métodos usados para o melhoramento da produção da cultura de
couve no distrito de Inhambane. Estes métodos dividem-se em três grandes grupos, que são
métodos Individuais, métodos de grupos de camponeses e métodos de massas, os mais
usados pelo (SDAE), concretamente na área em estudo são: Escola na Machamba do
Camponês, Campo de Demonstração de Resultados, Rádios Comunitárias, Feiras e
Reuniões. Pois o (SDAE) salienta que um Método de extensão rural tem em vista a
introdução de novas formas de produção com vista ao melhoramento e crescimento
económico do agricultor, contribui para a redução da pobreza e facilita na introdução de
novas técnicas e tecnologias de produção.
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Escola na machamba do camponês
Segundo os camponeses inquiridos na Baixa de Chalambe sobre o funcionamento do
método da Escola na Machamba do camponês, afirmam que consiste em os extensionistas
disseminarem novos tipos de tecnologias, técnicas de produção e o uso de sementes
melhoradas com vista ao melhoramento da produção e da produtividade, estes deram ainda a
conhecer que o método para a sua operacionalização os agricultores passam por uma
formação na qual a aprendizagem é baseada e realizada na machamba onde os agricultores
trabalham em pequenos subgrupos constituídos por 20 a 25 agricultores visto que não se
podem fazer todos presentes para permitir uma melhor aprendizagem.
Os mesmos recolhem dados sobre o campo, analisam, tomam decisões activas baseadas
nas análises feitas e posteriormente apresentam suas decisões aos extensionista e outros
produtores que pertencem a escolas na machamba do camponês para serem censuradas e
adoptadas, em caso de algumas dúvidas eles procuram os outros colegas para poderem
satisfazer as suas dúvidas.
Os agricultores divergem com o GASPAR (2013) onde salienta que Escola na
Machamba do Camponês não é uma metodologia de disseminação de novas tecnologias mas
sim uma metodologia participativa de capacitação baseada nos princípios de educação de
adultos (aprendizagem por descoberta), pois é onde os camponeses aprendem fazendo,
observam, analisam, trocam experiencias e tomam decisões para resolver os seus problemas
individuais e da comunidade.
Diz ainda o mesmo autor que Escola na Machamba do Camponês é um processo
dinâmico de capacitação do camponês. A partir dos seus conhecimentos e experiencias
relacionadas com o maneio das culturas, os agricultores aprendem através das técnicas
experimentais e participação a tomar decisões sobre o melhor uso de recursos disponíveis
(Idem).
Campo de demonstração
. Os agricultores da baixa em estudo deram a saber que o método de Campo de
Demonstração de Resultados (CDR) consiste nos agentes de extensão rural produzirem no
mesmo campo com agricultores, os extensionista usam novas técnicas de produção e os
agricultores usam as técnicas rudimentares procurando levar os agricultores a mudarem das
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suas técnicas para as técnicas disseminadas pelos agentes de extensão como forma de obter
melhores rendimentos
Os agricultores afirmam que as técnicas disseminadas pelos extensionistas são eficazes
na medida em que numa pequena porção de terra conseguem uma boa produção e
produtividade, contudo o campo de demonstração é usado para que possa influenciar os
agricultores a mudar de atitude e aderirem as técnicas disseminadas pelos técnicos de
extensão rural.
Outrossim é o facto de esta técnica permitir com que os agricultores observem os
resultados na qual os extensionista obtêm e optarem pelo uso das novas tecnologias como e o
caso de novos híbridos disponíveis, compassos a ter em conta e a fazerem o transplante e
controle de pragas e doenças da cultura de couve.
Pois os agricultores convergem com o pensamento do GASPAR (2010) na medida em
que salienta, que Campo de Demonstração Rural é um método educativo, usado para
mostrar, a aplicação prática de uma técnica ou de um conjunto de técnicas, cujas vantagens
que já tenham sido previamente estabelecidas e comprovadas nas condições locais, pela
experimentação. A demonstração de resultados têm como objectivo levar um produtor a
realizar uma ou várias práticas, usando as técnicas que se quer introduzir, em condições que
permitam a ele comparar os resultados assim obtidos com os resultados da testemunha
(práticas usuais da comunidade).
Feiras
Os agricultores afirmam que as feiras servem como um ponto de encontro para
divulgação dos seus produtos, aquisição de sementes melhoradas e troca de experiencias com
outros agricultores bem conceituados na área de produção de hortícolas no geral, permite-
lhes com que estejam em contacto com os seus consumidores e isto traz uma mais-valia
porque sente-se mais motivados para produzirem mais, pois as perdas dos seus produtos são
bastante reduzidas, e as feiras são realizadas de uma forma ordeira sendo agendadas pelos
extensionistas.
Dizem os agricultores ainda que as feiras são realizadas de 15 em 15 dia no mercado de
Giua que dista a escassos quilómetros da sua área de produção e normalmente tem tido um
tema em destaque, pois os dias das feiras devem ser sempre do consenso de todos e deverão
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ser respeitados os aspectos religiosos ou as festividades locais, mas as feiras têm-se realizado
nas sextas-feiras pelas primeiras horas da manha.
Salientam ainda os agricultores que estas feiras não são apenas realizadas pelos
agricultores da Baixa de Chalambe, fazem se presentes agricultores das outras baixas tais
como de Condjane, Jangamo, Chihenguene e Muéle. As Feiras Agrícola, por exemplo,
atraem agricultores, produtores de sementes, agentes de tractores, vendedores de charruas,
moinhos de vento e moageiras, comerciantes, etc. São estas pessoas especiais que tornam a
Feira um ponto de encontro, onde o agricultor se informa sobre novas variedades e
tecnologias, onde compartilha experiências com outros agricultores e onde se iniciam
contactos para novos negócios.
Os agricultores da Baixa de Chalambe convergem com o RUAS, pois ele sustenta que
as feiras agrícolas e negócio são uma plataforma de intercâmbio nos sectores da agricultura e
pecuária, é um espaço singular onde serão reunidos fornecedores, consumidores, com a
exposição dos insumos agrícolas, equipamentos, produção agrícola, banca, compradores, a
troca de experiências com perspectiva no desenvolvimento do sector agrícola.
Conclui afirmando que pretende-se deste modo gerar intercâmbio de conhecimentos
entre os participantes, tendo em vista a produção de resultados conducentes a uma boa
produção e produtividade, do pensamento, da comercialização por meio do uso de assistência
técnica qualificada, serviços financeiros adequados, sementes, mecanização, uso de
agroquímicos apropriados, sementeira a tempo útil (RUAS, E.D et al, 2006).
Reuniões
Dos 100% entrevistados da baixa de Chalambe deram a saber que as reuniões são
realizadas de baixo de uma árvore grande onde possa permitir uma maior participação ou
seleccionam uma machamba de um agricultor onde tem uma sombra para permitir que
possam se discutir de melhor os assuntos em debate.
Nas reuniões tratam de problemas que apoquentam os agricultores nas suas machambas
e os extensionistas ou agentes da agricultura procuram mostrar os métodos de combate,
salientam ainda os agricultores que tem tido reuniões na própria Sede do SDAE num espaço
que ostenta o nome de espaço verde, e geralmente quando as reuniões têm-se realizado no
SDAE tem sido sempre no início da campanha de produção onde são debatidos vários
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 34
assuntos, e tem vindo agricultores doutras baixas circunvizinhas uma vez que o distrito tem
três baixas, a baixa de Chihenguene, Condjane e Muéle e a baixa de Chalambe.
Os agricultores vão a linha do pensamento do DOYLE (1998) pois sustenta que as
reuniões têm a capacidade de solucionar mais rápido os assuntos complexos por ser um
espaço de socialização de conhecimentos, o encontro de novas pessoas com diferentes
experiencias possibilita a sinergia entre diferentes conhecimentos para a sua regulação de
problemas, pois apresentam pontos de vistas sobre um determinado assunto, discussões em
grupos apresentam mais rendimento.
Salienta DOYLE (1998) que o resultado das reuniões é uma reflexão colectiva que
possibilita discussões mais profundas sobre o tema e cientificamente é comprovado que as
decisões tomadas em grupo estão sujeitas a menos erros do que aquelas feitas por apenas
uma pessoa.
Rádios Comunitárias
Segundo SDAE afirma que no Distrito há um programa do emissor Provincial que trata
sobre os assuntos Agropecuárias, visto que as Rádios tem uma maior abrangência e permite
que o agricultor possa práticar as suas actividades escutando os programas, pois o SDAE
entra em discordância com os agricultores porque afirmam que não existe nenhuma rádio
comunitária no distrito que trata dos assuntos relacionados com agricultura e nem no emissor
provincial, apenas afirmam que o único programa que eles têm escutado é a voz do
extensionista que passa na rádio Moçambique no emissor nacional todas Terças-feiras pelas
cinco horas da manha.
As ideias do SDAE vão em consonância com (LOPEZ, sd) onde diz que os meios de
Comunicação no caso específico das Rádios Comunitárias permitem alcançar maior
audiência que qualquer outro meio. Por exemplo, estima-se que haja nos países menos
desenvolvidos 94 receptores de rádios por cada mil pessoas, dez vezes mais que o número de
televisores ou cópias de jornais diários disponíveis.
Porém os programas da rádio comunitária são de baixo custo, rápidos e fáceis de
produzir, a rádio pode alcançar as pessoas que estejam isoladas por causa da língua,
localização geográfica, conflito, analfabetismo e da pobreza.
Análise dos Métodos de Extensão Rural Usados para o Melhoramento da Produção da Cultura
de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
Mauro Valter Jaime 35
4.1.Contributo dos Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da
produção da Cultura de Couve.
Dos agricultores inquiridos afirmam que um método de extensão rural, é importante para
o crescimento económico e para a redução da pobreza, especialmente para os agricultores de
subsistência quer sejam homens ou mulheres, incluindo os agregados chefiados por mulheres
e desfavorecidos, através do aumento` da produção agrícola e da produtividade por via da
elevação firme da eficiência na produção e a provisão de novas tecnologias e inovações.
FARIA (1999), sustenta que o trabalho do extensionista para a sua efectivação deve ter
como alicerce os métodos de extensão pois é através desses que servem como aporta de
transferência de novas tecnologias de produção ao agricultor. Estes servem de base para a
elaboração de um cronograma com as diferentes estratégias de acções que busquem valorizar
as potencialidades da propriedade e do produtor, contando com o apoio de um serviço de
extensão que disponha de uma equipe multidisciplinar para as orientações.
Métodos de extensão rural são usados para introdução de novas técnicas e tecnologias de
produção como o conjunto de processos que conduzem a geração e transferência de novos
conhecimentos e tecnologias úteis para responder à novas necessidades, demandas e para
resolver problemas e constrangimentos específicos que afectam o sector produtivo e
mercados (Idem).
4.1.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural
Dos agricultores inqueridos na baixa de Chalambe derem a saber que os métodos, mais
aderidos são seguintes: métodos de Reuniões com uma percentagem de 90,3% de aderência,
estes métodos de reuniões discutem-se assuntos bastantes relevantes e as suas devidas
soluções com vista ao melhoramento da produção da produtividade, o método de Feiras dos
100 % inqueridos às feiras possuem uma percentagem de 94,4% de aderência pois as feiras
permitem uma maior interação e divulgação dos seus produtos. Em relação aos restantes
métodos de extensão rural no caso específico do CDR 100% dos inqueridos mostram que
58,3% aderem pois os agricultores defendem ser um método que possibilita os extensionistas
levarem os agricultores a mudança de comportamento sobre uma nova forma de produção,
pois os restantes dois métodos em termos percentuais dos dados recolhidos no campo para o
caso concreto do método EMC 23, 6% aderem a este método devido aos conteúdos
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Mauro Valter Jaime 36
abordados, e por ser um método que por sua natureza tem em vista a educação de adultos
ondem podem sanar algumas duvidas que possam possuir durante o processo de produção e
que seja um momento ideal para a sua melhor perceção, com vista aos melhores resultados
durante o processo de produção. Em relação ao método Radio comunitário dos 100%
inqueridos os agricultores não adere a este método por tratar dum método que simplesmente
não se faz sentir no distrito e por tratar de assuntos de produção duma forma generalizada.
Tabela nº2: Representação dos agricultores que aderem aos métodos de extensão rural
Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)
E.C.M 17 23,6%
C.D.R 42 58,3%
Reuniões 65 90,3%
Feiras 68 94,4%
Rádios Comunitários 0 0%
Total dos agr. Inqueridos 72
Diante da tabela abaixo ilustrada constatou-se que dos 100% dos agricultores
inquiridos sobre métodos usados para o melhoramento da produção da cultura de couve no
distrito de Inhambane, concretamente na baixa de Chalambe numa percentagem de 9.7% não
aderem ao método Reuniões pois eles dizem que não enfrentam nenhum problema nas suas
machambas e que possam solucionar com a presença dos actores de extensão rural, enquanto
5,55% não aderem ao método de feiras os agricultores alegam que por vezes eles não vem a
necessidade de se fazerem presentes porque eles já têm os seus compradores já definidos e
quando chegam os dias das feiras não possuem produtos para exporem.
Para o caso do método escola na machamba do camponês 76,4% dizem não aderirem
a este método porque é bastante ariscado e muito moroso na quilo que são os seus resultados,
consideram ariscado porque para a sua realização são escolhidos alguns agricultores, visto
que não se podem fazer presentes todos os 280 agricultores de uma única vez então para fácil
assimilação dos conteúdos abordados são feitos em grupos de 20 a 30 pessoas então tornasse
ariscado porque quando os agricultores trainados para os não treinados tenham percebido
mal a realização dos conteúdos e disseminem mal podem levar a uma fraca produção e
consideram que estes treinados não divulgam toda informação la discutida.
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Relativamente aos CDR numa percentagem de 41,67% afirmam não aderirem pois não
vêm a necessidade de aderirem pois mesmo com as suas respeitavam técnicas rudimentais
têm obtido bons resultados, e devido fraca distribuição dos serviços de extensão rural, em
relação a rádio comunitária, dos agricultores inquiridos dizem não aderir a este método pois
não vêm a necessidade, o distrito não possui nenhum programa radiofónico que trata dos
assuntos relacionados com agricultura, salientam que seria muito importante que existisse
um programa que tratasse questões relacionados com a agricultura, porque a rede extensão é
bastante fraca o que poderia ajudar aos agricultores na solução dos seus problemas.
Tabela nº3: Representação dos agricultores que não adere aos métodos de extensão rural
Métodos de Extensão Rural Agr. Inqueridos Percentagem (%)
E.C.M 55 76,4%
C.D.R 30 41,67%
Reuniões 7 9,7%
Feiras 4 5,55%
Rádios Comunitários 0 0%
Total dos agr. Inqueridos 72
Diante dos resultados acima ilustrados sobre o nível de aderência dos métodos de
extensão pode se verificar que o nível do contributo dos métodos de extensão ainda é fraco,
apesar que boa percentagem dos agricultores já estar a aderir a estes métodos pois isto deve-
se a factores culturais onde estes agricultores ainda não querem a abandonar as suas formas
de produzir para adoptar novas técnicas de produção, o baixo nível de escolaridade também
influencia na pecepção destes métodos de extensão rural.
Insuficiência de meios de transporte para os extensionistas: dentro do seu plano
organizacional, têm atribuído aos extensionistas meios de transportes como bicicletas ou
motorizadas de modo a facilitar a deslocação dos extensionistas garantindo que possam
atingir maior parte dos agricultores. Com tudo, o número de motorizadas distribuído aos
extensionistas não satisfaz ao necessitado, ficando alguns extensionistas sem meios de
transporte e obrigados a usarem meios alternativos para deslocarem-se ao ponto de trabalho.
Deficiência da capacidade técnica dos Extensionista: A fraca formação dos
extensionistas em matérias relacionados com os modelos de extensão rural, alguns
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Mauro Valter Jaime 38
extensionistas desta equipe de extensão têm ainda dificuldades em reconhecer os princípios
fundamentais dos métodos de extensão rural e em que situação aplica-los. Também
constatou-se que a poucas actividades desenvolvidas pelos extensionistas com vista a
divulgar os métodos.
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CAPITULO V
5. Conclusões e recomendações
5.1.Conclusões
A produção da cultura de couve no distrito de Inhambane concretamente na baixa de
Chalambe os agricultores usam várias práticas culturais tais como o preparo do solo onde
antes de lançarem a semente no campo definitivo fazem o lançamento nos alfobres,
adubação, irrigação, como forma de obter melhores resultados e o combate a praga e doença
que fazem através de combates químicos, biológicos e rotação de culturas.
Conclui-se também que os métodos de extensão rural, mais usados no distrito de Inhambane
na baixa de Chalambe são devidos em três grupos que são: métodos individuais, métodos de
grupos de camponeses e métodos de massas. Destes três grupos os mais usados são métodos
de Campo de Demonstração dos Resultados (CDR), Escola na Machamba do Camponês
(EMC), reuniões, feiras e rádio comunitária. O uso simultâneo destes três métodos de
extensão facilita a obtenção de melhores resultados, pois a escassez de recursos e a elevada
relação extensionista-produtores, faz com que o método de grupo seja o mais viável porque
apresenta uma vantagem de poder alcançar, com poucos recursos, maior número de
agricultores, comparativamente ao método individual permitindo uma interacção directa
entre extensionistas e produtores.
Conclui-se ainda que na hipótese: os métodos de extensão rural usados contribuem para o
melhoramento da produção da cultura da couve na baixa de Chalambe é nula, pois na baixa
onde foi realizado o estudo demonstra que todos os métodos de extensão rural são bastante
importante, mais o seu contributo ainda não se faz sentir de forma desejada ou ainda é fraco
devido a vários factores tais como, fraca distribuição da rede de extensão rural, fraco
domínio dos métodos por parte dos agentes de extensão rural e baixo nível de escolaridade
por parte dos agricultores.
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Mauro Valter Jaime 40
5.2.RECOMENDAÇÕES
5.2.1. Para o governo Distrital:
Procurar incentivar mais os extensionistas com meios financeiros para poderem fazer
várias demonstrações na actividade de extensão agrícola de modo a utilizar as novas
tecnologias para atrair os seus destinatários a deixarem de usar técnicas rudimentares;
Fortificar ou ampliar a rede de extensão rural no distrito de modo a alcançar a maior
parte possível de agricultores por época;
Criar uma instituição de investigação agrária no distrito de modo a enriquecer a
capacidade de respostas na parte dos extensionistas a problemas relacionados com a
produção, diminuindo assim como a dependência do centro de investigação de
Inhacoongue, que praticamente se dedica a pesquisa de mandioca e não de hortícolas;
Incentivar a formalização de associações e também encorajar os produtores a
aderirem as associações ou cooperativas visto que em as facilmente serão abrangidos
pelos serviços de extensão rural.
5.2.2. Para os agricultores
Devem organizar-se em associações de modo a facilitar o trabalho dos serviços de
extensão no distrito assim como minimizar os custos relacionados com recursos
humanos e materiais no campo, e facilidades de aquisição do microcrédito por parte
dos agricultores associados;
Acatarem as orientações dos agentes de extensão rural como forma de ultrapassarem
os seus problemas e obterem melhores resultados durante a época de produção da
cultura.
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CAPÍTULO VI
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Couve no Distrito de Inhambane (Caso da Baixa de Chalambe) 2015
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ÍNDICE
Conteúdo pag.
Declaração de Honra…………………………………………….……….…………………i
Dedicatória………………………………………….………...…….…….………………..ii
Agradecimentos…………………………………….………….…………………………..iii
Lista de Abreviaturas e Siglas…………………………………………..…………………iv
Lista de Figuras………………….…………..……………………………….……………..v
Lista de Tabelas……………………..……...………………………………………………v
Lista de Gráficos………………….…………………………..………..…….….………….v
Lista de Apêndices……………………………………......………………….….…………vi
Lista de Anexos……………………………….……..……………………………………vii
Glossário……..………………………...……………………………………...………….viii
Resumo ................................................................................................................................. ix
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1. Contextualização do Tema ...................................................................................... 1
1.2. Problema de pesquisa .............................................................................................. 2
1.3. Justificativa ............................................................................................................. 3
1.4. Objectivos ............................................................................................................... 5
1.4.1. Geral ................................................................................................................ 5
1.4.2. Específicos ....................................................................................................... 5
1.5. Hipóteses ................................................................................................................. 6
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 7
2.1. Referencial teórico .................................................................................................. 7
2.1.1. Extensão .......................................................................................................... 7
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2.1.2. Extensão Rural ................................................................................................. 8
2.1.3. Estratégia de Desenvolvimento Rural ............................................................. 9
2.2. Práticas culturais no cultivo da couve no distrito de Inhambane .......................... 10
2.2.1. Discrição da cultura da Couve ....................................................................... 10
2.2.1.1. Discrição botânica da cultura da couve ..................................................... 11
2.2.2. Preparação do solo ......................................................................................... 11
2.2.3. Época de cultivo ............................................................................................ 12
2.2.4. Pragas e doenças que atacam a cultura da couve........................................... 13
2.2.5. Doenças que atacam a cultura da couve ........................................................ 14
2.2.6. Importância económica da cultura da couve ................................................. 15
2.3. Métodos de extensão rural usados no distrito de Inhambane ............................... 15
2.3.1. Principais Métodos usados no Distrito da Inhambane................................... 16
3. METODOLOGIA ........................................................................................................ 23
3.1. Descrição da área de estudo .................................................................................. 23
3.2. Descrição da Equipe de Extensão do Distrito de Inhambane ............................... 24
3.3. Amostragem .......................................................................................................... 24
3.4. Colecta de dados ................................................................................................... 26
3.5. Análise de dados ................................................................................................... 26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 28
4.1. Práticas culturais no cultivo da couve na baixa de Chalambe .............................. 28
4.2. Métodos usadas pela Extensão Rural para o melhoramento da Produção da Cultura
de Couve na baixa de Chalambe ...................................................................................... 30
4.3. Contributo dos Métodos de Extensão Rural usados para o melhoramento da
produção da Cultura de Couve. ........................................................................................ 35
4.3.1. Nível de contributo e aderência dos Métodos de Extensão Rural ................. 35
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 39
5.1. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 39
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5.2. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................... 40
5.2.1. Para o governo Distrital: ................................................................................ 40
5.2.2. Para os produtores ......................................................................................... 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 41
I
Apêndice nº 1 Inquérito dirigido aos Agricultores da baixa de Chalambe no distrito de
Inhambane.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
Escola Superior de Desenvolvimento Rural
Departamento de Sociologia Rural
Curso: Comunicação e Extensão Rural
Levantamento de dados sobre a Analise dos métodos de Extensão Rural Usadas para o
melhoramento da Produção da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane; de salientar
que o presente inquérito não será usado de forma nenhuma para prejudicar a quem fornecer
informação. O presente Inquérito esta direcionado aos Agricultores da baixa de Chalambe
no distrito de Inhambane.
1.Identificação do Inquerido
1.1. Nome do Inquerido? ……...…………..……….……………………………………….
1.2.Bairro……………………..…………………………………………………………….
1.3. Idade? ………………………………………………..
1.4. Estado Civil
Solteiro……… Casado……….
1.5. Sexo? Feminino……. Masculino…….
1.6. Qual é o nível académico? …………………………………………………………….
1.7Profissão? ………………………………………………………………………………..
2. Identificação dos métodos de Extensão Rural usadas no melhoramento da
produção da Cultura de Couve no distrito de Inhambane;
2.1Já ouviu falar de métodos de extensão rural?
II
R:Sim………Não……...
2.3.Existem métodos usados param a produção da cultura de couve nesta baixa?
R:Sim……….; Não………
2.4. Quais são esses métodos usados para o melhoramento da produção de couve na baixa
de Chalambe?
R:……………………………………………………………………………………………
2.5. Como é que fazem para a realização desses métodos?
R................................................................................................................................................
2.6.Qual é a importância para o agricultor desses métodos de extensão rural na produção da
couve?
R………………………………………………………………………………………………
2.7.Quais são os conteúdos que são abordados nesses métodos de extensão rural?
R………………………………………………………………………………………………
2.8. Quem contribui para a disseminação desses métodos?
R: Agente de Extensão…………..; Ensinado por um familiar………; Outros…………….
2.9.Os agente de Extensão tem aparecido para prestar apoio aos agricultores na divulgação
de alguns métodos?
R: Sim…….. Não…………
2.10.Se e que Sim, quantas vezes?
R: Por Semana…………;Mês…………..; Anos………..
R: Sim…………………………….. Não………………………………………………….
R:……………………………………………………………………………………………
2.12.E como e que fazem para explicar esses métodos?
R………………………………………………………………………………………………
III
2.13. Durante a divulgação métodos quais são os constrangimentos que têm encarado?
R………………………………………………………………………………………………
2.14.E como e que fazem pra colmatar estes constrangimentos?
R:……………………………………………………………………………………………
2.15.Entre estes métodos divulgados quais são os mais aderidos?
R:……………………………………………………………………………………………
2.16.E Porque a Preferência por estes métodos?
R:……………………………………………………………………………………………
2.17. Quais são procedimentos para a produção da cultura da couve?
R:……………………………………………………………………………………………
2.18. Qual é a variedade que mais produzem?
R:……………………………………………………………………………………………
2.19. O porque da preferência dessa variedade?
R:……………………………………………………………………………………………
IV
Apêndice nº2: Inquérito dirigido a Instituição ligada ao sector Agrário no distrito de
Inhambane.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
Escola Superior de Desenvolvimento Rural
Departamento de Sociologia Rural
Curso: Comunicação e Extensão Rural
Levantamento de dados sobre a Analise dos Métodos de Extensão Rural Usadas para o
melhoramento da Produção da Cultura de Couve no Distrito de Inhambane; de salientar
que o presente inquérito não será usado de forma nenhuma para prejudicar a quem fornecer
informação. O presente Inquérito esta direcionado a Instituições ligadas ao sector Agrário
no distrito de Inhambane.
1.Identificação do Inquerido
1.2.Nome da Instituição?........................................................................................
1.2.Nome do Inquerido? ……………….………………………………………
1.3.Cargo?.................................................................................................................................
3.Sexo?
Feminino…………. Masculino………
2.Descrição dos métodos de Extensão Rural usado para o Contributo da Produção de
Couve no distrito de Inhambane;
2.1. Quantos agricultores têm a baixa de Chalambe? ………………………………………
2.2. Como é que eles estão organizados
Associados…………… Singulares………….
V
2.3.Existem alguns métodos usados pela instituição para o contributo da produção cultura
da couve
Sim……… Não…….
2.4 Se e que sim quais são esses métodos?
R:……………………………………………………………………………………………
2.5.De que forma esses métodos são disseminadas aos agricultores da Baixa de Chalambe?
R:……………………………………………………………………………………………
2.6.Estes métodos têm tido resultados satisfatórios com uso desses métodos?
R:Sim……….. Não…………
2.7.Se é que não, porque?
R:……………………………………………………………………………………………
2.8.Se e que sim de que forma esses resultados manifestam-se?
R:……………………………………………………………………………………………
2.9.Os agricultores têm aderido a estes métodos?
R:Sim…………. Não………..
2.10.Quais são as dificuldades que os extensionista têm- se deparado na transmissão desses
métodos.
R:……………………………………………………………………………………………
2.11.E como e que a os extensionista tem feito para fazer face a estes constrangimentos?
R:……………………………………………………………………………………………
2.12.Quantas vezes os extensionista fazem se presente para assistência aos agricultores da
baixa de de Chalambe.
VI
R:Diário…………. Semanal…… ….. Mensal……… Anual…………
3. Contributo dos métodos de extensão rural na produção da Couve.
3.1.Como tem sido a influência desses métodos aos agricultores na produção da Cultura de
Couve?
R:Má………… Normal……… Boa…………
3.2.Qual é o impacto quê esses métodos trazem no seio dos agricultores.
R:Positivos……………………………………….Negativos………………………………
3.3. Quais são os indicadores desses resultados?
R:……………………………………………………………………………………………
3.4. Quais são as mudanças que estes métodos de extensão rural troseram aos agricultores
da baixa de Chalambe?
R:……………………………………………………………………………………………
VII
Apêndice nº 3, Ilustração duma família no distrito se informando através da Rádio
Fonte: Autor 2015
Apêndice nº 4, Ilustração de um extensionista dirigindo uma reunião de baixo de uma
arvóre na baixa de Chalambe
Fonte: Autor 2015
VIII
Apêndice nº5, Ilustração de um campo de produção de couve na baixa de Chalambe
Fonte: Autor 2015