Esculpindo a Estética do Funk Escrito por: Jhone Sila Santos.

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Esculpindo a Estética do Funk Escrito por: Jhone Sila Santos

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Esculpindo a Estética do Funk

Escrito por:Jhone Sila Santos

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Artesão do prazer, carpinteiro da fantasia, estética inspiradora, que supera qualquer obra renascentista. Quem nunca ouviu Funk e nunca foi em um baile, dificilmente saberá a rítmica poética que emana daqueles corpos em contrastes; constante movimento; em pulsação; desafiando articulações, fibras musculares; e a mais rígida estrutura óssea, assim como o imaginário. Contagiando até olhares mais conservadores e mentes mais discretas.

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Funkeiras com suas bundas e coxas em Close-up (sem mágica de computação, apenas membros enaltecidos pelo próprio movimento, pelo esforço e técnica). Estão avista, se fazem presente e parte do espetáculo. São os verdadeiros protagonista da peça, onde as mulheres são secundárias e serviçais. A bunda de frente para o público canta o sucesso da noite.

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O corpo estético do Funk, resume-se a forma estética da alma feminina. A dança, e a mulher são parte de uma história que mistura prazer, fertilidade e imortalidade. Em várias culturas a dança está vinculada ao sexo. A dança tem como objetivo possuir seu hospedeiro. A mulher neste contexto, como mensageira do prazer é peça central. Ela ritualiza os compassos do prazer. O Funk aparece aqui com a mesma proposta, ritualizar o sexo e possuir seu observador. Neste sentido devemos compreender quem dança Funk não dança, mas se dança, ou seja, dança para o outro. A dança deve ser dançada, para que o outro seja possuído, e assim possa dançar (seja exposto ao sexo).

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Se pudéssemos levar o Funk para algum momento da história, por exemplo o século XIX, sem dúvida o que mais se apreciaria em sua forma estética seria os pés.

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Se retrocedêssemos mais um pouco na história, século XVII, as perucas e as roupas roubariam as cenas. Imagine aquelas vitorianas com toda aquela riqueza material e polpa fazendo o quadradinho de oito. Mas os homens adorariam. Nos prostíbulos italiano do século XVIII, não vestiam as prostitutas de roupas e jóias para depois despi-las.

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Imaginemos agora, como o Santo Ofício olharia o Funk; em que feitiço o Funk seria julgado. Seria enquadrado em qual pecado? O que satã tentava fazer com todo aquele movimento? Talvez, o mesmo feitiço que as negras praticavam quando criava sua arte. Mas, foi na metade do século XX, por ordens médicas, combinando-,beleza+saúde+progresso , igual a melhores crias e condições de vida, que vimos o desnudamento do corpo-, que encontraria respaldo nas revistas de moda, nos anúncios de compra e vendas da belle època, no cinema. Seu difusor mais eficaz.

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Presenciamos o aparecimento de coxas, peitos, cinturas afiladas, quadris largos e genitais bem marcados, ou seja, uma nova ótica sobre o corpo, uma nova intimidade. Esta é a obsessão do século XXI, e o Funk como produto deste século encontraria sua estética, seu sustento, sua economia do corpo. Colocando sobre ele (corpo), uma estética do patriarcado.O templo onde o homem possa entrar, olhar, saciar-se.

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