ESPAmbiente

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Entrevista à Diretora da Escola Salvador Mendes de Almeida na ESPA Projeto Comenius 2011-2014 Entrevista ao presidente da Associa- ção de Estudantes Rio da Costa - fotorreportagem Message in a bottle: a ESPA em Lon- dres Teatro na ESPA: “Deixemos o sexo em Paz” E muito, muito mais…

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Publicação do clube eco-escolas em colaboração com outros projetos da Escola Secundária Pedro Alexandrino

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Entrevista à Diretora da Escola

Salvador Mendes de Almeida na ESPA

Projeto Comenius 2011-2014

Entrevista ao presidente da Associa-ção de Estudantes

Rio da Costa - fotorreportagem

Message in a bottle: a ESPA em Lon-dres

Teatro na ESPA: “Deixemos o sexo em Paz”

E muito, muito mais…

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Na capa Aves aquáticas no rio da Costa. Parque Urbano do rio da Costa, Odivelas Fotografia de Valter Venâncio

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Nota de Abertura

Neste número de abril/maio, a publicação ESPAmbiente continua a divulgar notícias, projetos, ativida-

des e dá voz a alguma da criatividade poética dos alunos da Escola Secundária Pedro Alexandrino. Preten-de-se que este continue a ser um espaço de partilha e divulgação de temáticas e eventos desenvolvidos dentro e fora da sala de aula, que contribuíram para o enriquecimento pessoal de todos quantos neles par-ticiparam.

ESPAmbiente pretende, assim, ser um veículo de alguma da intensa vida cultural da Escola, pois esta-mos conscientes da impossibilidade de relatar todas as atividades desenvolvidas na comunidade escolar.

Isabel Mendes e Valter Venâncio

Ficha técnica

Título:

ESPAmbiente

Edição e grafismo:

Isabel Mendes

Maria do Rosário Luís

Valter Venâncio

Contribuíram para este número:

André Brito

Bruna Malho

Carolina Rodrigues

Catarina Guimarães

Clarina Batista

Fábio Carvalho

Fernanda Oliveira

Helena Trindade

Inês Pereira

Irene Penhor

Isabel Mendes

Isabel Rodrigues

Ivo Penedo

Jéssica Costa

Joana Ramos

João Barros

João Fernandes

João Ferreira

João Miguel Calca

Liliya Dubyey

Mara João

Maria Beatriz Gonçalves

Maria João Martins

Marta Rito

Marta Torres

Mónica Maia

Nicole Peixoto

Patrícia Martinho

Patrícia Sousa

Rafaela Gonzalez

Rosário Velez

Sheliza Hajiani

Tatiana Sanches

Valter Venâncio

Vera Duarte

Data:

Maio de 2012

Local de edição:

Póvoa de Santo Adrião

Tiragem:

Edição online

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Índice

Entrevista à diretora da ESPA....................................................................................................................... 5

A solidariedade não pára… .......................................................................................................................... 8

Natal à Nossa Medida .................................................................................................................................. 9

Gala de Natal ESPA....................................................................................................................................... 9

Café-concerto em noite de Reis ................................................................................................................. 10

Entrevista ao presidente da A.E. da ESPA .................................................................................................. 11

Oficina de escrita criativa ........................................................................................................................... 13

Conheces o Rio da Costa? .......................................................................................................................... 14

Message in a bottle em Londres: troca de experiências ............................................................................ 18

“Deixemos o sexo em paz”: uma aula de Educação Sexual ........................................................................ 20

Sophia Carpersanti apresentou “Noite da Alma” ....................................................................................... 21

Projeto Comenius Multilateral da União Europeia 2011-2014 ................................................................... 22

“Não desista nunca” .................................................................................................................................. 24

Visita de Estudo à Baixa de Lisboa ............................................................................................................. 25

Palestra na ESPA: “A Preservação do Ambiente” ....................................................................................... 26

CLUB M=? ESPA: Promoção da equidade na escola ................................................................................... 27

Projeto poético “Pensar D.Dinis”: o desafio .............................................................................................. 28

Perda de Biodiversidade ............................................................................................................................ 30

Canteiro das Palavras ................................................................................................................................. 32

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Entrevista à diretora da ESPA

Maria Rosário Ferreira tem 50 anos e é direto-ra da Escola Secundária Pedro Alexandrino desde 2009. É bacharel em Ciências Religiosas. Nasceu no dia 29 de julho de 1961, é casada, tem três filhos e reside em Santo António dos Cavaleiros há quase 27anos.

ESPAmbiente – Como é que se tornou diretora? R.F. – (Risos) Candidatei-me ao cargo de diretora na sequência de um trabalho que havia sido reali-zado anteriormente, achei que não estava concluído e que ainda havia algumas coisas a fazer. Assim, em-barquei nesta aventura de me candidatar a diretora da escola. O projeto por mim apresentado foi aceite pelo Conselho Geral da Es-cola, penso que por se ter mostrado benéfico e válido. ESPAmbiente – Que cargo exercia antes de se tornar diretora? R.F. – Antes, fui Presidente do Conselho Executi-vo. ESPAmbiente – Foi professora cá na escola antes disso? R. F. - Sim, e estou nesta escola há 22 anos. A es-cola tem 24 anos, portanto, praticamente, faço parte da sua história. ESPAmbiente – A sua vida pessoal mudou de forma significativa ao tornar-se diretora? R. F. – Sim, em parte. Mudaram algumas realida-des, este trabalho é muito exigente, não há um horário completamente fixo e definido, existem grandes preocupações, é uma casa muito grande

com muita gente para gerir, para ouvir! É preciso chegar a todos... alunos, professores, funcioná-rios… é necessária muita disponibilidade, mas o que me vale é a compreensão e aceitação por parte da minha família. ESPAmbiente – Vê-se a voltar a dar aulas com facilidade e com todo o gosto, ou agora seria mais difícil? R. F. – Vejo, sim! Aliás com uma perspetiva bas-tante diferente daquela que tinha antes de assu-mir o cargo de direção. Muitos alunos, como vo-cês, sabem que para esta direção, incluo aqui to-dos os elementos que a compõem, os alunos são os elementos mais importantes dentro da escola, é para eles que nós trabalhamos! Tudo o resto vem por acréscimo, se os professores não estive-

rem bem, os alunos também não estão… Eu ensinei durante muitos anos, gosto muito de dar aulas e nunca me esqueço que, por ter a possibilidade de aprender com os alunos, isso torna-me uma pessoa muito mais rica. ESPAmbiente – Quais são as princi-pais funções de uma diretora? R.F. – Essencial e fundamentalmen-te zelar pelo estabelecimento de ensino, para que a comunidade es-colar se mova sempre na perspetiva

do crescimento pessoal de cada um, isto implica conseguir estar por dentro de todas as situações relacionadas com funcionários, com alunos, com professores, obrigando a uma grande adaptabili-dade, pois é preciso tocar muitos aspetos. Sem a colaboração da minha equipa não seria capaz de levar este empreendimento a bom porto, o êxito do meu trabalho está alicerçado nas pessoas que comigo colaboram, direta ou indiretamente. Um diretor tem de conduzir, tem de estar por dentro das questões administrativas, das questões liga-das ao pessoal docente e não docente, tem de estar por dentro das questões relacionadas com os alunos, matrículas, toda a legislação que se relaciona com as várias modalidades de ensino… Reforço que este trabalho só é exequível devido

“…este trabalho é muito exigente, não há um horário com-pletamente fixo e de-finido, existem gran-des preocupações, é uma casa muito grande com muita gente para gerir, pa-ra ouvir!”

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ao contributo e enorme dedicação de todos os que profissionalmente me rodeiam. ESPAmbiente – Quantos professores, funcioná-rios e alunos existem na nossa escola? R.F. – Na última contagem, a escola tinha 1067 alunos diurnos, no CNO (Centro Novas Oportuni-dades) e no ensino noturno andará perto de 400 alunos; professores são 167, aproximadamente, e funcionários, contando com a se-cretaria e assistentes operacionais, são mais ou menos 32, o que é muito pouco para uma escola des-ta dimensão. É um corpo docente estável e a maioria das pessoas já cá trabalhavam quando eu aqui fui colocada. ESPAmbiente – Sabe qual é a ori-gem do nome “Escola Secundária Pedro Alexandrino”? Qual a data da sua fundação? R.F. – Pedro Alexandrino foi escolhido para pa-trono da escola, pois foi um pintor, proprietário de uma quinta situada na freguesia que é hoje a Póvoa de Santo Adrião. A Escola Secundária de Pedro Alexandrino surge, em 1986, através do documento legal Portaria nº 791/86, de 31 de dezembro, e é designada por Escola Secundária nº 2 da Póvoa de Santo Adrião. Nesta Portaria é estabelecido o início da atividade em 1 de outu-bro de 1987. Contudo, a construção do edifício ultrapassaria o prazo previsto, ini-ciando-se o ano escolar em Loures, na Escola Preparatória Carolina de Michaëlis que, havia tempo, se en-contrava desativada. No dia 4 de janeiro de 1988, deu-se início às aulas no novo edifício, e o seu no-me, Pedro Alexandrino, foi altera-do sob proposta da Junta de Fre-guesia da Póvoa de Santo Adrião, através da Por-taria nº 588/87 de 9 de julho. ESPAmbiente – Qual é o Projeto Educativo desta instituição? Como e por quem é que ele foi elabo-rado? R.F. – O Projeto Educativo está neste momento a ser terminado. Já foi apresentado em Conselho Geral e vai ser aprovado dentro de pouco tempo. O lema do projeto é Escola de Sucesso Participa-tiva e Abrangente (ESPA). É uma escola que tem uma grande diversidade de culturas e de etnias e

onde se deseja que os alunos sejam Pessoas mais felizes. O nosso projeto educativo procura cum-prir este desiderato. ESPAmbiente – Há outros documentos para a or-ganização desta instituição? R.F. – Sim, o Plano Anual de Atividades que já foi aprovado pelo Conselho Geral, o Regulamento Interno que foi aprovado, mas que será sujeito a

eventuais alterações, o Projeto Cur-ricular de Escola que não está atua-lizado porque tem havido revisões em termos de organização curricu-lar e, portanto, encontra-se em stand by, aguardando que saiam definitivamente todas as leis relati-vas a este assunto. ESPAmbiente – Qual seria a princi-pal ação para melhorar o ensino público?

R.F. – Uma que se mostra fundamental seria a capacidade de conseguirmos trabalhar em con-junto, num espírito de partilha, para o mesmo fim: professores, alunos, funcionários. Acredito ser esta uma forma de melhorar o ensino e a aprendizagem. Isto não significa que todos pen-semos da mesma forma, muito pelo contrário, na diferença é que está a riqueza humana. ESPAmbiente – Qual o procedimento de matricu-la dos alunos novos? Quais os critérios? A insti-tuição tem preocupação em ampliar o atendi-

mento e receber todos os alunos? R.F. – Sem dúvida! Temos alunos de todas as franjas económicas, sociais e somos uma escola que possui uma diversidade de oferta muito alarga-da, por conseguinte, tentamos ir ao encontro de todos alunos, sem fazer distinção. Acontece-nos, muitas ve-zes, receber alunos com problemas

de vária ordem nomeadamente disciplinar e não os pomos de lado. Pelo contrário, porque a escola é de todos, é também para aqueles que, eventu-almente, não estão bem integrados por alguma razão. É uma questão de inclusão! ESPAmbiente – Como se dá a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais? Quais os desafios e soluções possíveis? R.F. – Tem-se apostado na criação de projetos que permitam favorecer a inclusão de todos os jovens. Acreditamos que há diferentes caminhos

“…a escola é de todos, é também para aque-les que, eventualmen-te, não estão bem in-tegrados por alguma razão. É uma questão de inclusão!”

“…fundamental seria a capacidade de con-seguirmos trabalhar em conjunto, num es-pírito de partilha, pa-ra o mesmo fim: pro-fessores, alunos, fun-cionários.”

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que nos ajudam a apoiar eficazmente os alunos com necessidades educativas especiais e todos os que necessitam de uma intervenção educativa diferenciada. Que todos tenham lugar na sala de aula e que cada um aprenda à sua maneira, no fundo, que o professor consiga chegar a todos os alunos potenciando a aprendizagem plena. Este é um trabalho que exige muito es-forço e dedicação por parte dos docentes. Felizmente, a Escola Secundária Pedro Alexandrino tem muitos professores que se dedi-cam totalmente aos seus alunos e que estão abertos à integração e à inclusão. A título de exemplo, pos-so mencionar o projeto API (Aco-lher, Partilhar e Integrar) que tem precisamente como objetivo inte-grar alunos estrangeiros, tanto ao nível da língua portuguesa como também ensinando-lhes as aprendizagens mais básicas em termos culturais. Relativamente aos alunos com necessidades edu-cativas, a escola tem estado atenta e sensível a esta questão. Existem muitos casos em que os professores têm envidado todos os esforços para que os alunos não passem fome; é evidente que um jovem que não vê satisfeita esta necessidade básica não pode ter sucesso escolar. Neste âmbi-to, tem havido campanhas de solidariedade or-ganizadas por alunos da escola. ESPAmbiente – Sente-se uma profissional reali-zada? Porquê? Que conselhos daria a quem está a iniciar esta carreira? R.F. – Sinto-me realizada. Gosto muito do que faço e faço-o com muito gosto e dedicação. Con-sidero a escola a minha segunda casa e, às vezes, mesmo a primeira, há momentos do ano que passo quase aqui 24 horas seguidas (estou a exa-gerar…), só faltava uma caminha para dormir uma sesta (risos). Estou muito longe de conseguir atingir tudo o que queria, sou ambiciosa e exigen-te comigo própria, procuro ser cada vez melhor. Para mim, é muito importante ouvir dizer bem desta Escola, pois faz com que sinta que o esforço tem valido a pena. É muito importante e muito gratificante encontrar alunos que já passaram por aqui e que voltam para matar saudades, significa que a escola os marcou e "deu frutos" nas suas vidas.

O trabalho desempenhado pelos docentes nunca está concluído, exigindo sempre novas aborda-gens adequadas a diferentes realidades e preco-nizando uma constante reflexão sobre as práticas educativas. Gostaria muito que todos os profis-sionais da educação conseguissem interiorizar a ideia, cada vez mais premente, de que o mundo

evolui exponencialmente e que, apesar das mudanças poderem ser difíceis, temos de nos adaptar. ESPAmbiente – Encontra motivos para estar orgulhosa? R.F. – Encontro muitos motivos para estar orgulhosa. Esta escola tem muito boas pessoas, muitos bons alunos, é uma escola de muito boa gente, com pessoas que são capazes de fazer tudo por ela, a muitos ní-

veis (alunos, funcionários e professores). Essa é a razão pela qual sinto orgulho em fazer parte des-ta comunidade.

Marta Torres e Mónica Maia

(10º CT1)

“Felizmente, a Escola Secundária Pedro Alexandrino tem mui-tos professores que se dedicam totalmente aos seus alunos e que estão abertos à inte-gração e à inclusão.”

O mundo será melhor no

dia em que as escolas fo-

rem mais importantes que

os bancos.

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Salvador Mendes de Almeida na ESPA

A solidariedade não para…

No mundo existem muitas injustiças e uma das suas vítimas foi Keila Semedo que, com apenas 17 anos, foi atirada para uma cadeira de rodas.

No dia 9 de dezembro vá-rios alunos e professores fo-ram chamados ao Auditório Prof. Manuel Álvaro, às 12.00 horas. Ninguém sabia o que estava previsto acontecer, mas todos estavam curiosos. Esta-vam presentes a Optimus, uma equipa do canal 2 da RTP (Rá-dio Televisão Portuguesa), e a assistente operacional que muitas vezes acompa-nha a Keila, D. Natália. Só quando a apresentação estava prestes a co-meçar, os alunos foram convidados a entrar. Notava-se que Keila, uma adolescente tímida, estava extre-mamente nervosa.

Às 12:30, uma aluna começou o seu discurso agradecendo a todas as pessoas que ajudaram a Keila. Ficámos muito surpresos com a chegada de um senhor, sentado numa cadeira de rodas, para nós completamente desconhecido, mas que, através do discurso de uma professora, soube-mos que se tratava de Salvador Men-des de Almeida, o fundador da “Asso-ciação Salvador”. Para conhecermos melhor a sua biografia, foi visualizada uma apresentação onde foi revelada a história que o levou àquele estado: enquanto conduzia, Salvador embateu contra um placard de publicidade, pois estava alcoolizado: “Estava a um pal-mo de distância do céu”.

Após a apresentação, vários alunos cantaram: André Torcato interpretou a música “Yesterday”, Cláudio Pereira um magnífico fado e, por último, a turma do 9º3ª entoou a canção “Cinderela” junto de Keila. Esta parecia estar mais animada com as canções e trauteava cada uma delas, principalmente “Cinderela”.

Em seguida, a aluna apresentadora anunciou que a Optimus oferecia uma pen banda larga e

um portátil à Keila Semedo. Isto tudo entregue pelo próprio Salvador que, em seguida, afirmou que tinha adorado a apresentação e disse algu-

mas palavras que nos fazem pensar. “Foi muito importante sentir o apoio dos amigos e fa-mília. Na diferença é que está o ganho”.

Keila, muito emocionada, entregou um lindo ramo de flo-res e um postal a Salvador Mendes de Almeida. Em segui-da, agradeceu a todos quantos

a apoiaram nesta fase mais dura da sua vida. Após o final do espetáculo, Sal-

vador acedeu a gravar uma entre-vista exclusiva para o Canal 2 da RTP. O jornalista entrevistador au-torizou que a professora Isabel Mendes fizesse o registo escrito de três questões, para que pudes-sem figurar nesta publicação:

RTP – Como surgiu esta ideia do computador para a Keila?

Salvador: A “Associação Salvador” fez uma parceria com a Optimus para apoiar a Keila, daí ter surgido o computador.

RTP – Em que consiste o Programa “Ação Qualidade de Vida”?

Salvador: Este programa atribui apoios como cadeiras de rodas elétri-cas ou manuais; adaptação de veículos; computadores. Nós o que pretende-mos é a plena integração das pessoas com deficiência motora na nossa soci-edade. Cada caso é um caso.

RTP – Que peso tem o envolvimento dos parceiros, dos mecenas nas O.N.G.

(Organizações Não Governamentais)? Salvador: Tem um peso importantíssimo. Nes-

te momento de crise, com esse espírito é que conseguimos que essas ajudas cheguem a quem mais precisa.

Liliya Dubyey e Sheliza Hajiani (8º1ª)

“Foi muito importan-te sentir o apoio dos amigos e família. Na diferença é que está o ganho.”

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Natal à Nossa Medida

«O Natal só acontece uma vez por ano, pois se acontecesse todos os dias, este mundo seria bem diferente.» (in, Dickens, Conto de Natal)

No âmbito da época de Natal e tendo

em conta a situação atual do país, reali-zou-se na nossa escola a iniciativa “Natal à Nossa Medida”.

A ideia partiu da Professora Joana Ramos, que, ao tomar conhecimento de uma iniciativa semelhante a cargo da Junta de Freguesia de Santo António dos Cavaleiros, pensou que poderia ser feito o mesmo a nível de escola. Se bem o pensou me-lhor o fez: falou com a Professora Vera Duarte que se mostrou dis-ponível para colaborar. Assim, com as suas respetivas direções de turma (7º4ª e 9º2ª) lançaram mãos à obra.

Foi feita a divulgação da inicia-tiva através de um cartaz, que foi

afixado em vários pontos da escola e, através da criação de um evento no Fa-cebook.

Foi extraordinária a adesão de alunos, funcionários e professores que pronta-mente contribuíram para esta recolha de bens, em que o principal objetivo era proporcionar um Natal melhor às famí-lias das freguesias de Santo António dos

Cavaleiros e Póvoa de Santo Adrião, onde resi-dem a maior parte dos nossos alunos.

A todos os que contribuíram para esta iniciativa, as referidas professoras deixam um grande bem haja!

Joana Ramos e Vera Duarte

Gala de Natal ESPA Artes divertem alunos e professores no Auditório.

Dia 16 de dezembro, pelas 15h, decorreu no

Auditório Prof. Manuel Álvaro a Gala de Natal 2011, organizada pelo projeto ESPA em Palco.

A festa começou com um mini-sketch “Noite de Natal”, seguido pela interpretação de André Torcato da música “Christmas Song”. Catarina Ezequiel dançou ao som de “All I Want for Chris-tmas is you” e as alunas Raquel Gomes, Raquel Alexandra e Raquel Vicente com “Castelos no Ar”. Joana Costa (en)cantou com “Someone like you” e depois o público assistiu a mais um sketch inti-tulado “Espírito de Natal”.

Seguiu-se Sara Pinheiro com “Right to be wrong” e depois Raquel Alexandra e Daniel Perei-ra com a música “Roubo-te um beijo”. O pequeno fadista da escola, Cláudio Pereira, cantou a músi-ca tradicional “Cheira bem, cheira a Lisboa”, le-vando o público a acompanhá-lo. André Torcato fez mais uma atuação, desta vez a tocar no clari-

nete a música “Nazaré”. De seguida, Daniel Trin-dade cantou e tocou na guitarra “Hurricane”, an-tes do hilariante sketch “Pedido ao Pai Natal”. Rute Gonçalves cantou um brilhante solo intitu-lado “Fly to the moon”, seguido por um dueto da mesma com o mais participativo artista da Gala, Daniel Pereira; cantaram “Sole mio” de forma elegante e bem encenada. As professoras Isabel Bordonhos, Elisabete Alexandre, Fátima Guerra e Jaqueline Cruz surpreenderam a plateia com um medley de músicas e danças bastante divertido.

Alguns alunos da turma 7º2ª dançaram a mú-sica “All I want for Christmas is you”, arrancando aplausos e piropos à divertida audiência. Para fi-nalizar, todo o auditório cantou “Natal na ESPA”, canção com letra escrita pela coordenação do projeto ESPA em Palco. Foram 2h e 30 min (!) de muita animação. Esperamos agora pela Gala de Final de ano.

Maria João Martins (8º1ª)

Joana Ramos Vera Duarte

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As três “Raquéis” interpretaram “Castelos no Ar”.

Cena do sketch “Espírito de Natal”: o fantasminha em ação.

Rute Gonçalves e Daniel Pereira cantaram “Sole mio” em dueto

As meninas do 7º2ª dançaram e encantaram a assistência com a sua graciosidade.

Outra cena do sketch “Espírito de Natal”.

Todos os participantes cantaram “Natal na ESPA” no final da festa.

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Café-concerto em noite de Reis

No dia 6 de janeiro de 2012, pelas 18h, um conjunto de professores da Escola Secundária Pedro Alexandrino organizou um café-concerto no refeitório, para comemoração do Dia de Reis e, em simultâneo, angariando fundos para a aqui-sição de duas baterias para a cadeira de rodas da aluna Patrícia Santos, da turma 3TC1.

A festa foi composta por duas partes: uma primeira parte que se iniciou com a atuação do 1º e do 3º TOE que, acompanhados pelo professor José Hipólito, cantaram as janeiras. Seguiu-se “as sevilhanas”, dança bem executada pela ex-aluna da ESPA, Filipa Santos, e gostámos também da música de Debussy “Children´s Corner” que Igor Correia executou ao piano.

Após mais alguns momentos de música e de dança, seguiu-se o sorteio do cabaz de reis.

A segunda parte abriu com um momento de poesia: a aluna Lídia declamou o poema “História antiga” de Miguel Torga, tendo-se igualmente

destacado as atuações de Ruth com a sua inter-pretação da canção: “Take a bow”; o Josie (Alber-to Feijó) com um magnífico improviso que pôs toda a gente a dançar…

O café-concerto finalizou com a atuação dos NO AGE que abrilhantaram a festa ao som do sa-xofone alto, da guitarra elétrica, do clarinete, do trompete, da bateria, do baixo elétrico e da flauta transversal.

Ao mesmo tempo que assistiam ao espetáculo, os presentes tinham a possibilidade de solicita-rem comida e/ou bebida sendo prontamente atendidos pelos alunos que prestavam assistência às mesas.

Para além desta festa, a comunidade escolar também ajudou na aquisição das rifas e, hoje, a Patrícia já anda na cadeira de rodas nova, tendo o restante capital ficado para ajudar alguns alunos carenciados da escola.

Ivo Penedo e Mara João (8º1ª)

Mesa farta no café-concerto A sevilhana Filipa Santos mostrou o seu salero.

Igor Correia interpretou uma peça de Debussy.

Dr.ª Rosário Azevedo sorteia um cabaz de Reis.

Alberto Feijó pôs a assistência a dançar.

Final da atuação dos NO AGE

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Entrevista ao presidente da A.E. da ESPA “Já estamos a fazer projetos para quase todas as atividades!”

No dia 6 de dezembro de 2011, pelas 13.30, na

sala da Associação de Estudantes, tivemos o pra-zer de conversar com Belarmino Silva (Beto), 18 anos, presidente da Associação de Estudantes, com o objetivo de tentar saber dos projetos da recentemente eleita Lista X. ESPAmbiente – O que vos levou a concorrer? B.S. – Havia uma grande motivação, foi por isso que decidimos concorrer. A nos-sa motivação era ser dife-rente e continua a ser. To-das as anteriores listas quando concorreram tam-bém fizeram um bom traba-lho, mas sentimos que nos identificamos mais com outro tipo de planos e trabalhos. Por isso decidimos criar um projeto nosso. Então fui falar com amigos que são res-ponsáveis e decidimos levar isto para a frente, muito antes da campanha. A fase de planificação foi bastante complicada, o que ainda nos motivou mais. ESPAmbiente – Estão conscientes do trabalho que têm pela frente? B.S. – Sim, nós estamos bem cientes daquilo que temos pela frente, e fizemos um projeto muito ambicioso porque temos várias atividades para reali-zar e tudo isto no espaço de um ano, tendo em conta que o primei-ro período já terminou. Sabemos que vamos ter bastantes dificulda-des e há coisas que não vamos con-seguir fazer. No entanto, há ativi-dades que vamos tentar realizar, por exemplo, a mesa de matraquilhos. Queremos muito que ela esteja cá, mas há pessoas que não são responsá-veis e poderão chegar ao ponto de faltar às aulas para ficar a jogar, e isso não pode acontecer. A Associação de Estudantes não quer que isso aconteça.

ESPAmbiente – De todas as atividades quais são as principais onde querem atuar? B.S. – Nos anos passados as áreas que estiveram mais em foco foram a área do Desporto e do la-zer, ou seja, as festas, a viagem de finalistas, o

baile e os torneiros de fute-bol. Nós também vamos prestar atenção às áreas que cativam os nossos alunos: toda a gente quer torneiros, festas e também temos ou-tras áreas que queremos dar atenção, como o apoio aos alunos nas disciplinas e a ní-vel psicológico, já temos pro-jetos neste sentido.

ESPAmbiente – Na ESPA e fora desta com que parceiros querem dialogar? B.S. – Consoante a atividade que estamos a reali-zar, contactamos um parceiro ou um agente dife-rente. Por exemplo, para a viagem de finalistas contactámos a “Slidein” e em princípio tudo indi-ca que fazemos a viagem com eles. Ainda conta-mos com apoio político. Por exemplo, se quiser-mos fazer torneios de futebol, contra outras esco-las, vamos falar com essas escolas e já sabemos que podemos contar com algumas, mais concre-

tamente com a Escola Secundária da Ramada e com a Escola Secun-dária de Odivelas. ESPAmbiente – O que pensam do facto de a ESPA não ter uma Asso-ciação de Pais e Encarregados de Educação? B. S. - Relativamente a esse aspeto,

eu já estou nesta escola desde o 7º ano, não me lembro de ter existido uma Associação de Pais. Mas se não existe é por alguma razão, e há que estudar as causas. É claro que a escola tem inte-resse em dar a voz a todos os elementos da co-munidade e os pais são quem mais sabe da vida dos alunos. Poderá ser interessante e ter um bom benefício para a comunidade escolar; será, talvez, uma aposta a ser analisada pela Direção da esco-

“A nossa motivação era ser diferente e continua a ser. (…) Por isso decidimos criar um projeto nos-so.”

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la. Até porque sendo esta uma escola tão ativa e dinâmica faria bastante sentido. Os alunos preci-sam de ser apoiados e quantos mais órgãos trabalharem em prol disso, melhor. ESPAmbiente – Tendo em conta todo o trabalho que envolve uma Associação de Estudantes, como pensam conciliá-lo com o vosso trabalho escolar? B. S. - Para que não deixemos nunca o trabalho escolar de lado, foram criados departamentos na Associação de Estudantes. Deste modo, ninguém fica sobrecarregado. As nossas prioridades nesse aspeto estão bem definidas.

ESPAmbiente – Há algum aspeto que não tivesse sido questionado e que queiras salientar nesta

conversa? B.S. – Desde já, quero agradecer pe-la entrevista e congratular-vos pelo trabalho que fizeram. As perguntas foram bastante pertinentes. Relati-vamente à pergunta em questão, posso dizer-vos que o facto de ser o presidente da Associação de Estu-

dantes me fez conhecer excelentes pessoas e, quem sabe, até poderá ter aberto novas portas para o meu futuro. Enfim, contribuiu para uma mudança positiva na minha vida pessoal. ESPAmbiente – Agradecemos a tua disponibilida-de.

Clarina Batista, Mara João e Patrícia Sousa (8º1ª)

Oficina de escrita criativa Aconteceu na ESPA, a 30 de novembro

De repente, fomos colocados perante o desa-fio de descobrir palavras começadas por “P”, “O”, “T”, “R”, “A”… e de construir um texto com as pa-lavras encontradas. O resultado foi hilariante. Sem se aperceberem, os participantes quebraram o gelo, deixando cair as defesas relativamente à suposta ausência de inclinação para a escrita.

De repente, todos, mas mesmo todos, alunos e professores, sentiram-se oficiantes da escrita e a criatividade tomou conta dos presentes.

Construir um texto em torno de uma das cara-terísticas indiretas de um personagem, fácil!

Começar uma narrativa pelo clímax da ação, desafiante!

Produzir um poema a cinco mãos, empolgan-te!

Elaborar um texto exatamente com 77 pala-vras, estonteante!

Foram três rápidas horas que todos prolonga-riam por outras tantas, tal foi a satisfação geral.

Repetir, mesmo pagando? É para já! Afirma-ram consensualmente todos os respondentes, que classificaram a atividade como “refrescante”, “fantástica”, “motivante”, “desafiante”.

Ah, resta referir que todo este entusiasmo não teria sido possível sem a orientação estimulante da autora Margarida Fonseca Santos, responsável pela efusiva satisfação de todos os participantes.

Isabel Rodrigues

“(…) a escola tem in-teresse em dar a voz a todos os elementos da comunidade e os pais são quem mais sabe da vida dos alunos..”

Fonte: http://margaridafonsecasantos.blogspot.com Imagem de Carla Nazareth

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Reportagem fotográfica

Conheces o Rio da Costa?

O Rio da Costa atravessa os concelhos de Odivelas e Loures e é um afluente do rio Trancão, que por sua vez desagua no Rio Tejo. Todos os pequenos riachos, ribeiros e ribeirinhos com que te cruzas na região em que está implantada a Escola Secundária Pedro Alexandrino acabam por verter as suas águas no rio da Costa. Podemos por isso dizer que este rio é o nosso rio. Conhece-o melhor através desta fotorreportagem.

Rio da Costa

Rio Trancão

Carta topográfica evidenciando o percurso do Rio da Costa. Esta linha de água atravessa as freguesias da Ramada, Odivelas, Olival Basto, Póvoa de Santo Adrião, Santo António dos Cava-leiros e Frielas.

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Odivelas – Parque urbano do rio da Costa O rio da Costa foi aproveitado para a construção de um parque urbano. Contudo parece não

ter havido intervenção sobre a qualidade da água: apesar de o pH estar em níveis aceitáveis, existem níveis elevados de nitratos e de fosfatos. As aves aquáticas partilham o rio com garrafas de plástico, latas e outros resíduos.

No parque urbano foi recuperada uma nora, engenho que permitia retirar água para irrigar campos agrícolas.

Aspeto geral do parque urbano. Uma população de patos habita no parque.

Os patos partilham as águas com vários objetos “exóticos”.

Nalguns pontos o rio parece ter-se tornado num local de despejo de entulhos.

Uma antiga nora foi preservada. O parque é ladeado a oeste por campos agrícolas.

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Olival Basto – emparedado, entre a estrada nacional e a autoestrada O rio da Costa está reduzido a um canal, espremido entre estradas. As ratazanas, os patos e as

gaivotas parecem gostar.

Póvoa de Santo Adrião – antiga comunidade piscatória Ratazanas do tamanho de coelhos habitam as margens de um rio muito mal cuidado. Perto do

rio localiza-se o chafariz d’El Rei, erigido em 1756 e recuperado em 2007. Agora só falta recupe-rar o rio da Costa.

Aspeto do rio na direção de Odivelas. Aspeto do rio na direção da Póvoa de Santo Adrião.

As margens estão densamente construídas, deixan-do pouco espaço para rio. Comunidades de aves aquáticas sobrevivem no rio.

Ratos e ratazanas pululam nas margens e no rio, evidenciando o precário estado de conservação.

O chafariz d’El Rei ergue-se próximo do rio. Até ao século XX foi principal fonte de água na Póvoa.

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Ponte de Frielas Um rio com margens artificiais, transformadas em diques, onde existe um emissor de águas

residuais. Nas margens existem explorações agrícolas que utilizam essas águas na rega. Existe ainda um tanque público de lavagem de roupa, onde em tempos as lavadeiras se encon-

travam e onde todos os segredos eram revelados (por alguma razão se diz “a roupa suja lava-se em casa”).

Valter Venâncio

As margens transformadas em diques para limitar as cheias frequentes no inverno. Tanque público, ainda em funcionamento.

Emissor de águas residuais para o rio da Costa. Explorações agrícolas ocupam as margens do rio,

até Loures.

"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem."

Berthold Brecht

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Message in a bottle em Londres: troca de experiências Em novembro de 2011 todos os grupos do projeto foram recebidos em Londres pela organização anfitriã, Phakama UK, para uma semana de atividades, partilha e discussão sobre a água.

Provavelmente já ouviste falar na necessidade

de preservar a água, que é um bem cada vez mais raro (em quantidade e, sobretudo, qualidade), mas cada vez mais procurado. É sabido que no futuro o acesso à água com qualidade pode ser a causa de conflitos entre pessoas e nações.

Pensar sobre como levar as populações a re-conhecerem a importância da água foi o desafio que juntou, no mês de novembro em Londres, os representantes dos grupos europeus participan-tes no projeto Message in a bottle.

Estiveram presentes dois grupos da cidade de Lublin, na Polónia (um grupo ambientalista e um grupo de teatro), um grupo de teatro de Istam-bul, na Turquia, um grupo de estudantes de An-tropologia de San Sebastian / Donostia, do País Basco, Espanha, um grupo de Jovens da Irlanda, o grupo anfitrião e um grupo de professores e alu-nos da ESPA. A nossa escola foi representada pe-los alunos Carla Miguel (2TAI), Catarina Barata (10ºCT1) e Rafael Sarmento (12ºCT2) e pelos pro-fessores Ana Dantas, Isabel Rodrigues e Valter Venâncio.

Os dias 12 e 19 de novembro foram dedicados unicamente às viagens de ida e regresso, ao check-in e check-out. No dia 17 de novembro ti-vemos uma tarde livre. Nos restantes dias tive-mos sessões de trabalho intensas, entre as 9 e as 17.30. Sobrou pouco tempo para fazer turismo.

O primeiro dia de trabalho iniciou-se com um pequeno almoço partilhado, em que cada um dos grupos participantes trouxe iguarias do seu país de origem e as deu a provar aos restantes, parti-lhando também algumas histórias por trás destes alimentos. Os pastéis de nata, as castanhas assa-das e o café português fizeram muito sucesso.

Todas as sessões de trabalho se iniciaram com jogos e dinâmicas de grupo que permitiram que os participantes se conhecessem melhor e que-brassem barreiras. Cada grupo teve também de levar dois destes jogos. Os grupos levaram ainda uma canção e uma apresentação do seu grupo e do modo como trabalha. Cada participante teve ainda de levar um objeto relacionado com água.

Foram realizadas muitas atividades criativas e de reflexão, designadamente a recriação e ence-nação das músicas dos diferentes grupos. Uma das atividades que foi mais produtiva e mais exi-gente foi a criação, com fita adesiva, de um ma-pa-mundo gigante no chão do estúdio de ensaios onde decorreram muitas das sessões, realizado coletivamente. A tarefa foi complicada porque a cada grupo foi atribuído a criação de uma parte do mundo que deveria ser realizada o mais per-feita possível, e em articulação com as partes cri-adas pelos restantes grupos.

Todos os países trouxeram amostras de água dos seus rios locais, que foram analisadas durante uma sessão de trabalho liderada pela organização Thames 21, tendo-se concluído que todas as amostras possuíam problemas. Na amostra por-tuguesa havia um excesso de nitratos e de fosfa-tos na água. Esta análise serviu como ponto de partida para uma discussão em torno do modo como os rios são (mal)tratados em todos os paí-ses participantes.

Num dos dias, houve uma visita guiada pelo rio Tamisa dinamizada por um arqueólogo, em que pudemos ver como a História de Londres, tal como a de muitas cidades, está estreitamente ligada à água. Visitámos o observatório de Gre-enwich e o Museu Marítimo, onde se conta a his-tória da relação entre o Homem e o mar. Partici-pámos numa oficina de exploração e identifica-ção de achados arqueológicos no Tamisa. Assis-timos a palestras, comunicações e sessões de ci-nema, com filmes propostos pela organização ou pelos diferentes grupos. No final da última ses-são, pudemos finalmente ver um trabalho que um artista local pintou enquanto assistiu às nos-sas sessões de trabalho e que tivemos de comple-tar, escrevendo mensagens nas garrafas por ele desenhadas.

Foi uma semana muito enriquecedora, cansa-tiva e produtiva. Voltámos para Lisboa cheios de ideias. Para as pôr em prática vamos precisar da ajuda de todos.

Valter Venâncio e Isabel Rodrigues

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Pequeno almoço partilhado, com delícias originá-rias de 5 países europeus.

O “Regent’s canal” atravessa a Queen Mary Univer-sity e manteve o foco dos participantes na água.

O Museu Marítimo visto do observatório de Gre-enwich. Ao fundo o Tamisa, num dia de neblina.

Os representantes da ESPA reunidos para uma foto de grupo em Greenwich Park.

Procedendo à análise das amostras de água dos rios locais.

A deixar mensagens em garrafas na última sessão de trabalho.

A semana londrina do “Message in a bottle” no canal do Phakama UK no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=A5G3jYaz_DI http://www.youtube.com/watch?v=QEEdnKGJBQQ http://www.youtube.com/watch?v=vBMGIol8eak http://www.youtube.com/watch?v=n6CWrW7HGyI http://www.youtube.com/watch?v=XWzeen6QjHU

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TEATRO na ESPA

“Deixemos o sexo em paz”: uma aula de Educação Sexual

Dia 16 de Abril, às 12 horas, no auditório prof. Manuel Álvaro, várias turmas da Escola Secundá-ria Pedro Alexandrino (ESPA) assistiram, durante cerca de uma hora, à representação de “Deixe-mos o sexo em paz”, peça de teatro profunda-mente didática, dirigida a um público vasto, que apresenta a sexualidade sem tabus, de um modo divertido.

A adaptação do original do dramaturgo e pré-mio Nobel da Literatura Dario Fo esteve a cargo da Companhia de Teatro Maria Paulos e ganhou vida na pessoa da própria atriz Maria Paulos, que desempenhou vinte e um papéis distintos intera-gindo frequentemente com o público.

O texto da peça é construído sobre a temática da educação sexual procurando transmitir a men-sagem de que se deve «encarar a vida sexual co-mo uma forma de ser feliz, praticando-a de uma maneira consciente e informada», explicou Maria Paulos. Foram apresentados factos do dia a dia como a atitude dos pais perante o sexo, a primei-ra experiência sexual, a virgindade, a menstrua-ção, o aborto, entre outros.

Ao longo de todo o espetáculo, as persona-gens interpretadas por Maria Paulos vão dando resposta à curiosidade dos adolescentes, «que iniciam cada vez mais cedo e, muitas vezes, de

uma forma errada a sua vida sexual» e, num tom de comédia, vai desmontando o ridículo de diver-sas situações, resultante, sobretudo, do descon-forto de como, por vezes, algumas pessoas tra-tam e veem o sexo. Contudo, o espetáculo termi-na de forma simbólica com “a fábula dos três de-sejos” deixando no ar a seguinte mensagem: “o Amor perpetua-se renovando a ternura.”

A reação do público, que encheu completa-mente o auditório, foi excecional, quer pela for-ma como interagiu com a atriz, quer pelo civismo demonstrado, frisando Maria Paulos que os alu-nos da Escola Secundária Pedro Alexandrino tive-ram “um comportamento exemplar”.

A docente Isabel Calvo, Coordenadora do Pro-jeto ESPAJovem e responsável pela vinda da Companhia de Teatro Maria Paulos à ESPA, bem como muitos outros professores, consideraram esta peça um excelente contributo para a abor-dagem da Educação Sexual em Meio Escolar. A explicação parece residir no facto de o texto apresentar de forma risonha «um tema geral-mente solenizado» e chamar a atenção para a importância que tem uma sexualidade bem vivi-da, por pessoas bem informadas.

Isabel Mendes

O público teve uma postura irrepreen-sível durante a peça.

A atriz Maria Paulos na sua atuação

O encenador, a atriz e a equipa orga-nizadora

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No auditório da ESPA

Sophia Carpersanti apresentou “Noite da Alma”

"Duvido de mim mesma e de todos os meus sentidos. No entanto, a realidade que me rodeia é inegável, e sou incapaz de deixar de o sentir em todos os lugares, a todo o instante."(in “Noite da Alma”)

Cinco de março de 2012. 10 horas. O auditório

prof. Manuel Álvaro estava praticamente cheio para assistir à apresentação do livro “Noite da Alma” da autoria de uma ex-aluna da escola, Marta Costa/Sophia Carpersanti.

A apresentação da escritora esteve a cargo da professora Inácia Camacho que salientou: “(…) na escola todos os alunos são importantes e há que valorizar os talentos, mesmo daqueles que já não a frequentam!” Foi descrita a biografia de Marta Costa, que se iniciou na escrita aos 13 anos, com o género poético, tendo a prosa surgido aos 15/16 anos, enquanto aluna da ESPA, e por im-pulso da leitura. A jovem escritora tanto trabalha com a palavra poética, como se debruça sobre a literatura do fantástico.

Seguidamente, Marta Costa apresentou o seu percurso escolar e os seus gostos pessoais (leitu-ra, escrita, desporto, pintura, música, cinema…), salientando que “ser escritor é ser uma espécie de mini-deus: o mundo segue as regras que eu entender… Na minha mala ponho-me ao caminho para o desconhecido…”

No que respeita ao seu percurso literário, co-meçou a escrever poesia em 1993. Seguiu-se o escrito “Os imperadores” (redigido em parceria com a amiga Vanessa e onde o desenho surgia como uma necessidade). Em 1998, escreveu “A Gema de Ominium”. Em 2008, terminou três li-

vros, pertencentes à coleção GAEA, onde o espa-ço, o mundo de suporte e a estrutura são aspetos em comum. “A Noite da Alma” insere-se nesta tríade e, com esta obra, a autora perseguia três desafios: escrever um livro situado no século XXI, desenvolver a ação em vários espaços simbólicos e apresentar um texto bem mais curto que os an-teriores.

Durante a conferência, Marta Costa apresen-tou de forma pormenorizada o projeto do seu livro (as diferentes influências, o processo de construção de cada personagem…) e, na parte final, respondeu a variadas questões colocadas pela assistência e pela moderadora, professora Inácia Camacho. Assim, explicou que o título da obra – “Noite da Alma” – advém do facto de a personagem principal ter uma alma muito pura e, por vezes, ser atraída pelo lado mais negro das situações. Reiterando uma sugestão de alguns alunos, confirmou que gostaria de ver o seu livro editado em romance gráfico do género animé. Informou ainda ter sido extremamente difícil en-contrar uma editora e que a Chiado Editora inves-tiu nesta obra, não existindo, contudo, a certeza se editará os próximos livros (tudo depende do número de exemplares vendidos de “Noite da Alma”).

Finalmente, perante a questão “Como conse-gue conciliar a escrita com a sua vida?”, Marta Costa/Sophia Carpersanti respondeu que a escrita ocupa um espaço muito importante na sua vida (escreve, em média, três horas por dia), embora tenha fases em que não escreve. Em seu enten-der, um escritor não lança para o papel palavras apenas quando tem inspiração…

Isabel Mendes

A autora e a moderadora da sessão. “ Noite da Alma” Marta Costa responde a questões.

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Projeto Comenius Multilateral da União Europeia 2011-2014

Responder à diversidade através do envolvimento das vozes dos alunos: uma estratégia para o desenvolvimento dos professores. Responding to diversity by engaging with students’ voices: a strategy for teacher development.

Um grupo de investigadores de universidades de Portugal (Universidade do Algarve), Espanha (Universidade Autónoma de Madrid) e Reino Unido (The University of Manchester, University of Hull) obtiveram financiamento para apoiar um projeto de investigação e de desenvolvimento colaborativo de professores, que terá a duração de três anos. O projeto irá ser desenvolvido nas seguintes escolas secundárias: Escola Secundária Pedro Alexandrino; Agrupamento de Escolas Pro-fessor Lindley Cintra; Colegio Gaudem; Ies la Dehesiila; Archbishop Sentamu Academy; St. Pe-ter’s; Newland School for Girls.

Verifica-se que um dos maiores desafios para os professores, em toda a Europa, é o de conseguir responder à diversidade dos alunos, dado que o movimento da população entre os países tem contribuído para a emergência desta questão. Constata-se que as escolas integram, cada vez mais, jovens com diferenças a nível étnico e, con-sequentemente, com diferenciação cultural e lin-guística. Em simultâneo, existe também uma pre-ocupação generalizada com o sucesso escolar dos alunos a quem são atribuídas necessidades edu-cativas especiais, bem como os de origem eco-nomicamente desfavorecida.

No que respeita à ESPA (Escola de Sucesso, Participativa e Abrangente), o Projeto Educativo de Escola aponta, nos seus objetivos, para uma diversificação de oferta curricular, adequando-a

às necessidades e focos de interesse dos alunos, pelo que se tem proposto a criação de currículos mais atrativos, cujos programas valorizem os elementos culturais de que os alunos são porta-dores.

Na verdade, este estabelecimento de ensino

tem-se regulado pela diversidade e tem estado continuamente aberto à mudança e ao acolhi-mento de novos e distintos percursos educativos e/ou formativos. O corpo docente da Escola

tem-se empenhado em tomar medidas condu-centes à flexibilização das ofertas curriculares, de forma a adaptar-se aos interesses dos estudantes e a proporcionar o cumprimento da escolaridade obrigatória, na senda da igualdade de oportuni-dades. A própria direção se tem pautado pela promoção de uma gestão participada e uma cul-tura colaborativa, procurando desenvolver um

Escola parceira: Archbishop Sentamu Academy

Escola parceira: Newland School for girls

Escola parceira: Escola Secundária Pedro Alexandrino

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trabalho cooperativo, edificando caminhos de diálogo e de responsabilização, através do refor-ço dos aspetos positivos da comunidade em geral e de cada um em particular.

Esta iniciativa teve bom acolhimento por se acreditar que, para atingir a qualidade e a eficá-cia, é imprescindível “ouvir as diferentes vozes”, nomeadamente as dos alunos.

Através da criação de uma abordagem inova-dora no desenvolvimento do trabalho dos profes-sores (numa formação em contexto), o objetivo deste projeto Comenius é apoiar os docentes no desenvolvimento de práticas inclusivas1, em situ-ação de sala de aula, melhorando a qualidade do seu trabalho, numa perspetiva de colaboração com as opiniões dos alunos, de forma a assegurar que a diversidade – pessoal, social, económica, étnica – não é um obstáculo à participação e à aprendizagem.

Deste modo, o processo foi iniciado com uma

ida à Universidade de Hull, em Inglaterra, onde se organizou um workshop que teve em vista, para além da apresentação de cada escola, a definição dos passos a serem tomados, durante o primeiro ciclo desta investigação-ação.

Neste âmbito, A ESPA já levou a cabo as se-guintes ações:

1. Análise da diversidade na escola, através do trabalho efetuado pelos alunos investi-gadores do Projeto M=? e a partir de son-dagem de opinião e encontros tidos com os Conselheiros da Direção e Padrinhos ESPA.

2. Reunião com professores que participa-ram na ação de formação, realizada na Es-cola, “Ambientes de Colaboração na Esco-

la: Aprender com a Diversidade”, com o intuito de formar um grupo de trabalho.

3. Formação de um grupo de três professo-res que, juntos, procederão à planificação e observação de aulas, adotando metodo-logias de trabalho inclusivo e colaborativo com os alunos, ou seja, este trio de do-centes irá contemplar estratégias de in-clusão, promovendo a participação de to-dos os elementos da turma. Constituem este trio a professora Lina Ferreira, a pro-fessora Rosário Azevedo e o professor Mauro Stingo. Pretende-se que esta expe-riência se constitua como um ponto de partida para o alargamento desta iniciati-va a outros trios de professores.

Em Junho, decorrerá um novo encontro entre

as escolas envolvidas, a fim de se divulgar o tra-balho efetuado, os resultados alcançados e as perspetivas futuras. 1 A educação inclusiva preconiza uma abordagem pedagó-gica onde se amplia a participação de todos os alunos. É, portanto, uma intervenção humanística e democrática que perspetiva o sujeito e as suas caraterísticas individuais, ten-do como objetivos fundamentais o crescimento, a satisfa-ção pessoal e a inserção de todos, como forma de respon-der à diversidade dos alunos.

Rosário Velez Coordenadora do projeto

Fonte: http://elculturaldenerea.com/2009/06/12/felipe-y-el-derecho-

a-la-educacion-mafalda/

Felipe: – O nosso direito à educação é de tal modo indiscutível… …que não há a menor esperança que alguma alma caridosa o

retire!

Grupo de trabalho ESPA: Lina Ferreira, Rosário Aze-vedo, Mauro Stingo e a coordenadora, Rosário Velez.

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Colóquio na ESPA sobre empreendedorismo:

“Não desista nunca”

No dia 8 de fevereiro, pelas 10h00, houve uma palestra, “Empreender com história” com o ora-dor Francisco Banha, no auditório da nossa esco-la. Este programa teve como objetivo sensibilizar e estimular as atitudes dos jovens a desenvolve-rem as suas ideias para melhorar o país, garan-tindo um futuro melhor, uma vez que Portugal foi apresentado como o segundo pior país na escala europeia.

De facto, Portugal apresenta valores muito abaixo do pretendido no que diz respeito à em-pregabilidade, habilitações académicas por parte da população, etc. O orador apresentou argu-mentos, com a finalidade de nos incentivar a mu-darmos esta realidade, apresentando imagens, gráficos, frases citadas por empreendedores e até

pessoas com ideias excelentes, que se tornaram empresários ainda muito jovens.

Em suma, com este evento ficámos a saber que todos nós podemos ser empreendedores. Não só criar uma empresa, tem também de exis-tir paixão, entusiasmo e criatividade no que fa-zemos.

“Queremos o melhor: que sejamos realizados e felizes, estudar em boas escolas, ter uma boa casa” e “Não desista nunca” foram algumas das frases mais marcantes deste colóquio, proferidas pelo Dr. Francisco Banha. Helena Trindade, Jéssica Costa e Tatiana San-ches

(12ºSE)

O orador da sessão, Dr. Francisco Banha.

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No âmbito da disciplina de Matemática

Visita de Estudo à Baixa de Lisboa

No dia 16 de janeiro de 2012, todas as turmas do 8º ano da Escola Secundária Pedro Alexandri-no foram em visita de estudo à baixa lisboeta.

Saímos da escola às 14.30 acompanhados por vários professores, de entre os quais se destacam as professoras que coordenaram esta visita: Cris-tina Ribeiro, Liliana Carvalho e Tânia Santos.

A visita tinha como objetivos estudar as isome-

trias nas calçadas de Lisboa e promover a inter-disciplinaridade, através do acompanhamento da visita com poemas.

A chegada à baixa deu-se por volta das 15 ho-ras, perto do Quartel dos Bombeiros de Lisboa e nesta viagem observámos o elevador da Glória e o de Santa Justa e passámos pelo Chiado, junto à estátua de Fernando Pessoa.

Durante a visita tirámos fotografias aos azule-

jos, à calçada portuguesa, aos candeeiros, símbo-los da capital do país.

Tudo decorreu dentro da maior normalidade,

com uma boa coordenação, ou seja, as turmas foram divididas em pequenos grupos, sob a su-pervisão de um professor, e não houve inciden-tes.

João Miguel Calca (8º1ª)

Fonte: http://catiaosorio.wordpress.com/2010/05/29/cartoon-de-matematica/

Fonte: revista “Sábado”, 10 de Março de 2011.

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“Despoluir é preciso!”

Palestra na ESPA: “A Preservação do Ambiente”

No passado dia 20 de abril, pelas doze horas, no auditório da Escola Secundária Pedro Alexan-drino, ocorreu uma palestra sobre questões am-bientais dinamizada por uma ambientalista fran-co-polaca, Nicole Grospierre Slominska.

Esta conferência decorre das diferentes inicia-tivas do projeto da ESPA “Message in a bottle” e pretendeu, por um lado, dar a conhecer os “Mi-crorganismos eficientes” e, por outro, apresentar dados sobre a situação da água do “Rio da Costa” que circunda a nossa escola.

Nesta conferência foi exibido um vídeo feito de fotos do Rio da Costa tiradas pelo professor Valter Venâncio (entre Odivelas e Frielas) e foi realizada uma apresentação do projeto de Nicole: EM Technology and Environmental Protection. A apresentação pretendia mostrar que existem vá-rias teorias ecológicas que "veem" o planeta Ter-ra como um só Ser Vivo (hipótese de Gaia), e que o Ser Humano não possui um lugar especial no nosso planeta, é apenas um dos seus componen-tes. Falou-se, também, de forma desenvolvida, da teoria dos “Microrganismos eficazes”, tendo sido dados exemplos concretos de uma eficaz utiliza-ção destes microrganismos na agricultura, na cri-ação de animais, na compostagem. e na despolui-ção da água de um rio. Assim, quando introduzi-dos em bolas de barro (bolas bokashi) que pode-rão ser lançados ao rio, estes microrganismos ini-ciam um processo de despoluição das águas, res-tabelecendo rapidamente um nível de oxigenação adequado.

Foi uma conferência muito educativa e criati-va, onde foram feitas algumas experiências com água e colocadas algumas questões pelos presen-tes, as quais foram prontamente respondidas por

Nicole Slominska e traduzidas para português pe-lo professor Valter Venâncio.

A conferencista integra uma organização am-bientalista polaca, “Dla Ziemi - Pela Terra” e tem criado várias revistas com informação ambiental, mas numa perspetiva otimista, pois segundo Ni-cole: “As pessoas não refletem sobre as soluções, só pensam nos perigos”.

Para saberem mais sobre o projeto de Nicole, EM Technology and Environmental Protection, visitem o site www.emformacja.pl (e usem o Go-ogle tradutor, uma vez que a informação está em polaco).

Marta Rito e Patrícia Martinho

(7º2ª)

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CLUB M=? ESPA: Promoção da equidade na escola

O Clube M=? ESPA está focado na questão da equidade, procurando encontrar pontos de ação para melhorar a relação de todos os inter-venientes do processo de formação no espaço escolar. Todas as iniciativas e propostas de ação foram e são muito enriquecedoras para os mem-bros do clube e também para a comunidade esco-lar.

O responsável pelo M=? , professor João Barros, tem desenvolvido o seu trabalho em con-junto com outros três docentes - professoras Ali-ce Barros, Inácia Camacho e Isabel Paiva - e ainda sete alunos efetivos. Das atividades desenvolvi-das destacam-se:

Semana dos Direitos da Criança em con-junto com a turma 2TAI – partilha de tes-temunhos e conceção de um placard com os Direitos das Crianças.

Dia dos Direitos Humanos (construção de um cartaz alusivo ao dia).

Celebração do dia dos Reis (6 de janeiro) Espetáculo de beneficência. Iniciativa pa-ra colaborar com a angariação de fundos para a compra de duas baterias para uma cadeira de rodas elétrica de uma aluna da ESPA.

Apoio ao projeto Comenius cujo foco é “Responder à diversidade através do en-volvimento das vozes dos alunos: uma es-tratégia para o desenvolvimento dos pro-fessores”. O clube ficou responsável por conceber o guião das entrevistas e con-cretizar as entrevistas aos alunos das tur-mas onde o trio de professores aplica o projeto Comenius na ESPA, bem como concretizar a gravação vídeo das aulas onde é aplicado o projeto.

João Barros

Alunos do projeto M=?

Reunião do projeto M=?

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Comemorações dos 750 anos do nascimento de D. Dinis

Projeto poético “Pensar D. Dinis”: o desafio

No âmbito do projeto da Câmara Municipal de Odivelas dedicado às “Comemorações dos 750 anos do nascimento de D. Dinis”, um conjunto de professores da Escola Secundária Pedro Alexan-drino produziu, com um grupo alargado de alu-nos, três videogramas: “Pensar D. Dinis”, “Trova do vento que passa” e “A minha saudade” exibi-dos no dia 21 de abril (sábado), no evento “Um dia no mosteiro com D. Dinis”.

Este projeto perseguia, desde o seu início, objetivos ambiciosos e que se revelaram realistas, pois foram sendo concretizados. Salientam-se a promoção da aplicação prática do conhecimento da História e da Literatura Portuguesas, através de recreações de época, combinadas com os ta-lentos artísticos dos alunos; o contacto direto com o Património Cultural de Odivelas, fomen-tando a assimilação da identidade local; a promo-ção da criatividade, da participação e das sinergi-as dos diferentes atores da comunidade educati-va e o desenvolvimento das capacidades de ex-pressão/ comunicação oral, de memorização e de representação.

A ideia base consistia na criação de uma inter-textualidade entre a poesia trovadoresca (canti-gas de amigo, de amor, de escárnio e de maldi-zer) e a poesia contemporânea e, a partir daí, conceber um alinhamento de espetáculo poético, com apontamentos de dança e de canto, a que se aliaria ainda a execução de uma música medieval.

As coordenadoras iniciais do projeto, professo-ras Aura Figueira, Fernanda Oliveira e Isabel Mendes contaram, desde o início, com a colabo-ração das docentes Alda Braz e Maria do Rosário Luís, no que respeita à seleção da poesia con-temporânea, e do professor Manuel Álvaro Silva como consultor científico-pedagógico para a poe-sia medieval.

Após os ensaios dos poemas pelos alunos Be-larmino Silva, Bernardo Azinheiro, Carla Miguel, Catarina Barata, Cátia Pereira, Helena Trindade, Joana Costa, Raquel Vicente, Sara Brito e Maria João Martins, passou-se à fase das filmagens. Aí, a equipa passou a integrar, como operadores de câmara, o aluno Ricardo Pais e o professor João Barros, coordenados pelos realizadores dos vide-

ogramas e responsáveis pelo som e edição de imagem, professores João Simões e José Carriço, igualmente coordenadores do projeto.

Assim, foram editadas três películas: o filme “Pensar D. Dinis” que apresenta como cenário principal o Convento de S. Dinis e S. Bernardo (Odivelas) e estabelece pontes entre a poesia trovadoresca e a contemporânea. Integra um momento de execução musical, interpretado pe-los alunos André Torcato e Débora Madureira, e uma dança medieval graciosamente executada pelas “bailarinas” do 7º 2ª, Ana Santos, Ana Can-deias, Marta Rito e Patrícia Martinho, dança essa coreografada pelo colega de turma André Casti-lho. Este grupo foi ensaiado pela sua diretora de turma, professora Elisabete Alexandre.

O videograma “Trova do vento que passa” foi filmado essencialmente na Escola Secundária Pe-dro Alexandrino e contou, no seu elenco, com muitos alunos da escola, provenientes, na sua maioria, da turma 10º CT1.

Quanto ao videograma “A minha saudade”, decorre de uma montagem de imagens que pre-tendem ilustrar e sublinhar a mensagem transmi-tida pelo poema “A minha saudade” de José Jorge Letria, na voz do aluno Bernardo Azinheiro.

O projeto contou com variadíssimos apoios dos quais se destacam a Direção Executiva da Es-cola Secundária Pedro Alexandrino, a Câmara Municipal de Odivelas, o Centro Cultural Mala-posta e algumas casas comerciais situadas perto da escola e é resultado de um esforço continuado de professores e de alunos, no sentido de valori-zar a poesia portuguesa.

Fernanda Oliveira e Isabel Mendes

Claustro do Convento de S. Dinis

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Maria João escreveu e interpretou um texto de “amor cortês”.

Alguns elementos do grupo “Pensar D. Dinis”.

Belarmino e Bernardo declamam o poema “D. Dinis”, de Fernando Pessoa.

Joana ensaia a canção “Flor de verde pinho”, poema de Manuel Alegre.

Bernardo Azinheiro durante os ensaios.

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Problema ambiental global

Perda de Biodiversidade

Talvez já tenhas ouvido falar que um dos prin-cipais desafios ambientais que o nosso planeta enfrenta á a perda de biodiversidade. Mas sabes mesmo o que isso significa e o que implica? Duas alunas do 10ºCT3 vão esclarecer-te, através de uma pequena peça de investigação.

O que é a Biodiversidade?

A biodiversidade ou diversidade biológica é a

diversidade da natureza viva. Também pode ser traduzida como a variedade e a variabilidade exis-tente entre os seres vivos e as complexidades ecológicas.

A biodiversidade pode ser entendida como uma associação de vários elementos ordenados: ecossistemas, comunidades, espécies, popula-ções e genes. Varia com diferentes regiões ecoló-gicas, havendo maior biodiversidade nas regiões tropicais do que nas regiões de climas tempera-dos.

O Planeta Terra tem diversidade de vida, des-de a variedade genética, diversidade dos genes de uma espécie, dentro das populações e espé-cies, à variedade de ecossistemas formados pelos seres vivos e à variedade de comunidades e habi-tats.

O que causa a perda de biodiversidade? No planeta Terra, os ecossistemas são únicos e

apenas em parte são comparáveis, o que mostra que a biodiversidade não está distribuída da mesma maneira pela Terra.

Há várias ameaças na Terra que causam a per-da de biodiversidade, como por exemplo:

Poluição do solo, da água e da atmosfera

A poluição, ao interferir nos habitats, pode le-var a desequilíbrios que provocam a diminuição ou extinção dos seres vivos de uma espécie, cau-sando a perda de biodiversidade.

Destruição e diminuição dos habitats naturais

A destruição de habitats coloca em risco a so-

brevivência das espécies que neles vivem, que se veem privadas de espaço e de alimento, entre outros fatores imprescindíveis à sua sobrevivên-cia. As florestas tropicais são os ecossistemas ter-restres mais ricos em espécies animais e vegetais a sua destruição causa perdas irreparáveis de vi-da animal, extinção de espécies e principalmente perda de biodiversidade genética, que coloca em risco a sobrevivência não só das espécies direta-mente afetadas como a de todo o planeta, uma vez que todos os ecossistemas estão estreita-mente interligados.

Exploração excessiva de espécies

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A exploração excessiva pode levar algumas es-pécies animais e vegetais a entrar em vias de ex-tinção ou, em alguns casos, a extinguirem-se por completo.

Aquecimento global

A subida da temperatura média, o aumento do

nível da água do mar e a alteração do regime de chuvas são, entre outras, consequências do aquecimento global. Estes fenómenos levam a que muitas espécies tenham dificuldade em adaptar-se às novas condições, que mudam mui-to rapidamente, potenciando a sua extinção.

Quais consequências, para o Homem, da per-

da de biodiversidade?

Como consequência da perda de biodiversida-de, as populações humanas sofrerão uma queda significativa da qualidade de vida, que se refletirá diretamente numa maior dificuldade em obter alimentos, diminuição do estado de saúde das populações, maior vulnerabilidade a desastres naturais, redução e restrição do uso de energia, diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável, instabilidade social, política e eco-nómica.

Fábio Carvalho, Irene Penhor, Nicole Peixoto e

Rafaela Gonzalez (10º CT3)

Fonte: http://elplanetadeloslibros.wordpress.com/category/critica-social/

Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/linguagem.htm

Fonte: http://ablasfemia.blogspot.com

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Canteiro das Palavras

Eu tive um sonho... Era cheio de felicidade, Doçura e fantasia... Tinha muita criatividade... Era um paraíso! Havia uma praia, Sempre com muito sol e muito calor... Estava lá eu e a minha amiga Maia. Sonhar É divertido e animado... Gostava era agora de descansar E poder sonhar um bocado…

Beatriz Simões e Joana Mendes (7º 1ª)

Ao Tiago, na hora da sua morte…

Promessas passadas, Hoje vistas com dor e alegria, Beijos traídos de um coração só. Agonia da mãe que perde E de um pai que cria. O sentimento de horror Ao ver-te caído em Terra fria. Um sonho acabado, que hoje me arrepia, Mas nunca me esquecerei Da tua alegria.

Clarina Batista (8º 1ª)

Aquele bosque aromático e florido A outra casa espaçosa e acolhedora Esta flor gorda e branca Tal solidão abandonada e dolorosa O mesmo céu limpo e vermelho Uma nuvem cheia e fofa O mar refletor e profundo Uma pedra dura e cinzenta Aquela rosa espinhosa e mulherenga Essa árvore oca e verde O pássaro amarelo e furtivo Tal coração explosivo e ardente Aquela canção melodiosa e esbelta O outro vento quente e transparente A mesma estrela brilhante e sonhadora Uma ilha isolada e paradisíaca Este pão saboroso e farinhento Aquele obrigado simpático e sorridente O mesmo adeus antipático e tristonho Esse ciúme egoísta e negro Tal raiva violenta e mortífera Um frio só e trespassante O barco oscilante e incolor O outro amor acordado e voador Este búzio vazio e rijo Aquela Lua amarela e gigante Uma palavra sonhadora e irrequieta Tal fogão eletrónico e aquecedor Esta brisa gelada e arrepiante…

Ivo Penedo e Patrícia Sousa (8º 1ª)

A árvore e a nuvem Uma árvore anda de aqui para ali sob a chuva, com pressa, ante nós, derramando-se na cinza. Leva um recado. Da chuva arranca vida como um melro ante um jardim de fruta. Quando a chuva cessa, detém-se a árvore. Vislumbramo-la direita, quieta em noites claras, à espera, como nós, do instante em que flocos de neve floresçam no espaço. Tomas Tranströmer

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Aquele bosque desenhado e pintado! Sua casa brilhante e iluminada... Uma flor defeituosa e alegre... Tal solidão negra e infinita! O céu verde e cor-de-rosa? Numa nuvem pesada e quadrada? Num mar gelado e vermelho? Minha pedra esponjosa e amarga Naquela rosa azul e brilhante! Uma árvore redonda como o Sol... Um gato careca mas peludo! O mesmo pássaro chinês e cor-de-rosa... Um coração belo e esquecido Numa canção esquecida e só! Meu vento brilhante como ouro! A estrela esvoaçante e esbelta Numa ilha castanha e sombria... O pão vermelho e bolorento... O mesmo obrigado forçado e desdentado! O tal adeus sozinho e perdido No ciúme raivoso e triste! Uma raiva doce e saborosa... Um frio quente e ensolarado... Num barco amarrado e enferrujado O amor frio como TU! Meu búzio infinito e final! Tua lua encantada e perfeita Naquela palavra imperfeita e deprimente! Teu fogão verde arde Nessa brisa gelada como a morte...

João Ferreira e João Fernandes (8º 1ª)

Palavras São brancas como a sinceridade, as penas e as nuvens Nascem como flores e como o sol. Crescem como crianças e como o amor. Com elas posso contar as minhas tristezas As minhas alegrias e as minhas vergonhas.

Inês Pereira (7º 1ª)

Ambiente É verde como a relva, como a alface e como as folhas das árvores. Nada como os peixes e como os golfinhos. Salta como os sapos e como os cangurus. E com ele digo amor, alegria e tristeza!

Bruna Malho e Carolina Rodrigues (7º 1ª)

Um bosque escuro e assustador Uma casa grande e acolhedora Uma flor pequena e fofinha Aquela solidão triste e má O céu revestido de pequenas nuvens Aquela nuvem pequena e original O mar grande e ilimitado A pedra dura e lisa A rosa vermelha e espinhosa Aquela arvore grande e feia O gato gordo e peludo O pássaro pequeno e assustado Um coração grande e carinhoso A estrela luminosa e amarela Um pão duro e tostado Um obrigado simples mas sincero Um adeus sentido e tocado O ciúme cruel e negro A raiva bafienta e escura O frio quente e achocolatado O barco navegador e azul Um amor caloroso e friorento Um búzio gordo e transparente A lua pequena e branca Uma palavra sentida e agradecida Um fogão frio e queimado Uma brisa quente e laranja.

André Brito e Catarina Guimarães (8º 2ª)

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A chuva lenta

Esta água medrosa e triste, como criança que padece, antes de tocar a terra, ….desfalece. Quietos a árvore e o vento, e no silêncio estupendo, este fino pranto amargo, ….vertendo! Todo o céu é um coração aberto em agro tormento. Não chove: é um sangrar longo e lento. Dentro das casas, os homens não sentem esta amargura, este envio de água triste da altura; Este longo e fatigante descer de água vencida, por sobre a terra que jaz transida. Em baixando a água inerte, calada como eu suponho que sejam os vultos leves …de um sonho.

Chove… e como chacal lento a noite espreita na serra. Que irá surgir na sombra da Terra? Dormireis, quando lá foram sofrendo, esta água inerte e letal, irmã da Morte se verte?

Gabriela Mistral Tradução de Ruth Salles

Desde a montanha

Estou na montanha e vejo a enseada. Os barcos descansam sobre a superfície do verão. «Somos sonâmbulos. Luas vagabundas.» Isso dizem as velas brancas. «Deslizamos por uma casa adormecida. Abrimos as portas lentamente. Assomamo-nos à liberdade.» Isso dizem as velas brancas. Um dia vi navegar os desejos do mundo. Todos, no mesmo rumo – uma só frota. «Agora estamos dispersos. Séquito de ninguém.» Isso dizem as velas brancas.

Tomas Tranströmer

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Lição sobre Água

Este líquido é água. Quando pura é inodora, insípida e incolor. Reduzida a vapor, sob tensão e a alta temperatura, move os êmbolos das máquinas que, por isso, se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente. Embora com excepções mas de um modo geral, dissolve tudo bem, ácidos, base e sais. Congela a zero graus centesimais e ferve a 100, quando à pressão normal. Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão, sob um luar gomoso e branco de camélia, apareceu a boiar o cadáver de Ofélia com um nenúfar na mão.

António Gedeão Água

Água, feita de volubilidade mãe das nuvens e do barro. posso senti-la discreta transparente inevitável. Prisioneira gelada dos refrigeradores, vago itinerário dos peixes, húmido túmulo dos detritos que os homens repudiaram.

Feita de angústia, saíste dos olhos para a estrada áspera das rugas. Ergues tua bandeira vermelha no peito dos apunhalados. Água, hei-de beber-te comovido na inodora volúpia da tua acomodada transparência. Embebes de esquecimento os suicidas.

André Carneiro No Alto Mar

No alto mar A luz escorre Lisa sobre a água. Planície infinita Que ninguém habita. O Sol brilha enorme Sem que ninguém forme Gestos na sua luz. Livre e verde a água ondula Graça que não modula O sonho de ninguém. São claros e vastos os espaços Onde baloiça o vento E ninguém nunca de delícia ou de tormento Abre neles os seus braços.

Sophia de Mello Breyner

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Maria Beatriz Gonçalves (7º3ª)