ESPECIAL Mercado Financeiro #1 · depois das recentes crises globais, ética e disciplina nunca...
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ESPECIAL
Mercado Financeiro #1 Entenda como as empresas do setor funcionam, quais são as possibilidades de carreira e o que é necessário para se dar bem na área
É inegável que ao pensar em mercado financeiro a imagem que vem a cabeça de muitas pessoas é a do antigo pregão da bolsa de valores onde os operadores gritavam o mais alto possível para
cumprirem o máximo de ordens nos melhores preços, ou de cenas de exageros como no recente filme O Lobo de Wall Street.
A realidade dessa indústria, atualmente, está bem distante desses estereótipos. A maioria das operações de uma bolsa, por exemplo, são feitas de forma eletrônica e sem gritaria. Ao mesmo tempo, depois das recentes crises globais, ética e disciplina nunca foram tão valorizadas.
A verdade é que o mercado financeiro existe para conectar as pessoas que têm dinheiro com as que precisam de dinheiro. É uma lógica simples, mas a necessidade das pessoas e empresas por esse serviço deu origem a uma indústria gigantesca. Para fazer essa engrenagem girar, são diversas instituições e pessoas trabalhando intensamente em virtualmente todos os países do mundo.
Entenda a seguir como funcionam cada uma dessas instituições, quais são as possibilidades de carreira nessa indústria e o que é necessário para se destacar profissionalmente:
Quais são as possibilidades de atuação no mercado financeiro?
Para quem se interessa pelo setor, existem diversos tipos de empresas com excelentes oportunidades de trabalho. Uma vez dentro desse concorrido mercado, há muitas carreiras possíveis. Quem
se sente atraído pela adrenalina da bolsa de valores pode trabalhar em corretoras que acompanham o mercado minuto a minuto para saber o melhor momento de comprar e vender ações. Os interessados em administração de empresas, por sua vez, podem buscar bancos de investimento que trabalham com processos de reestruturação de companhias ou até mesmo aquisição de startups. A seguir, listamos os principais tipos de empresa que você vai encontrar, embora modelos híbridos também sejam bastante comuns.
Quais são as possibilidades de atuação no mercado financeiro?
Bancos de varejoFinanciam o consumo das pessoas físicas (clientes comuns) e
também das pessoas jurídicas (empresas de micro, pequeno
e médio porte). Captam depósitos e concedem empréstimos,
financiamentos e opções de investimento aos clientes. Podem
atuar na área de private banking, que ajuda de maneira
bastante próxima clientes extremamente ricos a administrar
seu patrimônio, ou na área de commercial banking, que oferece
diversos produtos e serviços para os demais clientes, como
contas de poupança, contas correntes, empréstimos com
garantia hipotecária, seguros e cartões de crédito. Para se dar
bem na área, é necessário tem facilidade com números e boas
habilidades comerciais e de de relacionamento com pessoas.
Entre os maiores no Brasil estão: Itaú Unibanco, Bradesco,
Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal.
Bancos de investimentoTambém conhecidos pelo termo em inglês, investment banking,
trabalham com empresas, governos e outras instituições
grandes, ajudando esses clientes em mudanças de estrutura
e levantamento de capital. Em outras palavras, emprestam
dinheiro para empresas, assessoram e financiam operações
de compra, fusão e reestruturação de companhias. Podem
administrar fundos de investimento e auxiliar empresas a
abrir capital (negociar ações) na bolsa de valores. Para se dar
bem na área, é necessário ter conhecimentos de modelagem
financeira e manter um bom contato com clientes. A área é
conhecida pelos prazos apertados e longas horas de trabalho,
mas também pelos bônus por performance bastante altos.
Entre os maiores no Brasil estão: Goldman Sachs, JPMorgan,
Credit Suisse, Merryl Linch, BTG Pactual, BNP Paribas, Itaú
BBA e Deutsche Bank.
GestorasAdministram o dinheiro confiado e investido por seus
clientes, sejam eles empresas ou pessoas, buscando as
melhores oportunidades de investimento, que podem ser
diversos tipos de ativos, ou assets – como ações na bolsa de
valores, aplicações no setor imobiliário, em infraestrutura,
agropecuária etc. Essa alocação dos recursos de terceiros é
chamada de asset management. Para se dar bem nessa área, é
necessário ter satisfação em ajudar seus clientes a alcançar
Quais são as possibilidades de atuação no mercado financeiro?
suas metas financeiras, bem como grandes recompensas
monetárias, e lidar com pressão para retornos acima do
mercado.Entre as gestoras, existem aquelas especializadas
em determinados tipos de investimento, e com diferentes
doses de risco, agressividade e retorno financeiro. Entre
as principais gestoras do Brasil, podemos citar Blackstone,
Advent, GP Investments, Constellation, Pátria, 3G, Gávea,
Acqua, Carlyle, Tarpon, Fundo Pitanga, Axxon, Rio Bravo,
Eccelera, Votorantim Novos Negócios, entre vários outros,
além dos próprios bancos públicos e privados. Os principais
tipos são:
Gestoras de fundos private equity Compram fatias de empresas com o dinheiro dos investidores.
Ficam de cinco a dez anos ou mais como sócias dessas
companhias e lucram (ou saem no prejuízo) quando passam
o negócio para frente, a partir da abertura de capital na bolsa
de valores ou da venda da participação na empresa. O desafio
de quem trabalha com isso é entrar na administração da
empresa e alavancar seus resultados para obter melhores
ganhos ao fim da sociedade.
Gestoras de fundos venture capital Semelhante a área de private equity, porém com foco em
empresas jovens e inovadoras, principalmente startups.
Muitas dessas empresas atuam em indústrias de rápida
mudança, tais como tecnologia, biotecnologia, ou tecnologia
verde. Quem trabalha com esse tipo de investimento deve
estar de olho nas tendências e ter emoção em buscar “a
próxima coisa nova”. Vão se dar bem nessa área os indivíduos
que gostam de números e negociação, mas também têm uma
aptidão para as novas tecnologias.
Gestoras de hedge funds São fundos que adotam uma ou várias estratégias de
investimento específicas, com o objetivo de obter o melhor
retorno a curto prazo - ao contrário de private equity e venture
capital, de retorno a médio e longo prazo. Com isso em mente,
esse fundos realizam investimentos nos mais variados tipos
de ativos. Mudam frequente o dinheiro de um investimento
para o outro, de olho na lucratividade. Ainda assim, vale
ressaltar que é um setor bastante variado e não existe uma
linha única em termos de risco e expectativas de rentabilidade.
Quais são as possibilidades de atuação no mercado financeiro?
Gestoras de patrimônio A área lida com o chamado wealth management, conhecido em
português como gestão patrimonial ou gestão de fortunas.
Sua função é aconselhar e gerir grandes patrimônios
familiares ou pessoais. Normalmente, esse serviço vai além
do aconselhamento sobre investimentos, incluindo também
contabilidade, planejamento jurídico, etc. É diferente do
private bank, pois neste nem sempre o cliente está interessado
em opções de investimento. O gestor patrimonial é, acima de
tudo, uma pessoa de confiança. Seu papel é pensar em boas
estratégias e dar conselhos personalizados.
Seguradoras
Hoje, existem poquíssimos itens de valor que não podem
ser segurados, embora os tipo de seguro mais comuns
envolvam negócios, veículos, imóveis, aluguéis e problemas
de saúde.O que está por trás do sucesso dessa indústria é a
atividade de gerenciamento de riscos. Isso porque o seguro
nada mais é do que um serviço de transferência de riscos, em
que a seguradora protege pessoas e empresas contra o risco
de ocorrerem eventos imprevisíveis e que representariam
grandes perdas financeiras para elas. A conta final só fecha
quando o risco que cada indivíduo ou empresa representa
é calculado com bastante precisão. Os profissionais da área
atuária devem apreciar resolver problemas por meio de
análise de dados e modelagem, e costumam ser motivados
por trabalhar com computadores e fórmulas. Entre as
maiores empresas do Brasil estão: Bradesco Saúde, Itauseg,
Porto Seguro Seguros, Bradesco Seguros e Previdência, e
Mapfre Seguros.
Corretoras de valores mobiliários A função da corretora é captar recursos com os investidores
para aplicar no mercado de ações. De forma bastante
genérica, pode-se dizer que os corretores devem se preocupar
em vender as ações – e por isso são chamados de sell side, ou
o lado da venda, em tradução livre. Ao contrário da atividade
de asset management, em que uma equipe de gestão decide
pelos melhores investimentos, na atuação das corretoras é
o próprio investidor que escolhe onde colocar seu dinheiro.
Grande parte do trabalho dos corretores envolve convencer os
clientes de que o investimento vale a pena. Um bom corretor
Quais são as possibilidades de atuação no mercado financeiro?
deve acompanhar o mercado para saber o melhor momento
de comprar e vender ações. Entre as habilidades valorizadas
nessa área, estão: aptidão para a matemática, capacidade
de reagir rapidamente a mudanças, resiliência para suportar
a volatilidade do mercado, capacidade de tomar decisões
rápidas baseadas em informações incompletas. Algumas
das maiores corretoras são: Coinvalores, Ativa, Souza Barros,
Concórdia e Fator.
Qual é o perfil esperado de um profissional do mercado financeiro?
Muitos estudantes associam trabalhar com finanças a ganhar muito dinheiro e se aposentar antes dos quarenta anos. Na realidade, o enriquecimento fácil não
passa de um mito. É preciso ter em mente que entrar para o mercado financeiro não é ganhar na loteria – os benefícios até podem ser altos na comparação com outros setores, mas os salários são atrelados a metas e performance, e a jornada de trabalho é bastante intensa. O superintendente de microcrédito do banco Santander, Jeronimo Ramos, e o professor do programa Certificate in Financial Management da escola de negócios Insper, Ricardo Rocha, dão algumas dicas aos interessados.
Qual é o perfil esperado de um profissional do mercado financeiro?
ter inglês fluente
Essa dica pode parecer óbvia, mas nenhuma outra área é tão
exigente em relação à fluência no idioma como o mercado
financeiro. Você sabia que a maioria dos investidores que
compra ações de empresas brasileiras é estrangeiro? Pois é.
Quando uma empresa brasileira com ações negociadas na
bolsa de São Paulo apresenta seus resultados do trimestre ou
do ano para o mercado, em teleconferência com investidores,
quase sempre o faz em inglês. Para quem trabalha com
investimentos, tão importante quanto saber falar é redigir
análises de mercado em inglês.
adaptar-se bem a mudanças
O mercado financeiro muda o tempo todo, e quem trabalha
com isso deve estar preparado para a montanha-russa. Crises
financeiras como a de 2008 pegam todos de surpresa e viram
o mundo de cabeça para baixo em questão de horas. A cada
nova turbulência no mercado, o sistema impõe regras mais
rígidas para bancos e empresas atuarem, e não há muito
tempo para se adaptar. Além disso, o avanço da tecnologia e
da internet traz novos desafios a cada dia – desde como se
proteger contra ataques virtuais, cada vez mais destruidores,
até discussões sobre como as pessoas farão seus pagamentos
nos próximos dez anos.
aprender a trabalhar com metas
Os salários no mercado financeiro têm uma parcela fixa e
outra variável, atrelada ao cumprimento de objetivos pré-
estabelecidos individuais e da equipe. Se o trabalho e a
economia vão bem, dá para faturar alto com bônus anuais de
três a dez vezes o salário (em algumas empresas chega a 20
salários). Mas, se vai mal, o bolso aperta – sim, as empresas
fazem isso de propósito. Falhar em cumprir sua meta pode te
levar ao extremo de perder sua posição.
Qual é o perfil esperado de um profissional do mercado financeiro?
saber se comunicar
O mercado financeiro parece tentador para algumas pessoas
que acreditam que o trabalho se resume a acompanhar
números na tela do computador. O raciocínio lógico
matemático é de fato uma exigência e deve ser treinado
com exercícios, mas também conta pontos saber apresentar
resultados e análises. Faz parte da rotina se reunir com
clientes ou ir a jantares de negócios, por isso é importante
trabalhar a comunicação.
gostar de trabalhar
As jornadas de quem trabalha no mercado financeiro quase
sempre ultrapassam as 40 horas semanais. A maioria
dos executivos só não olha seus e-mails de trabalho no
smartphone quando está dormindo. É preciso ler muita coisa
(principalmente notícias do mercado e análises), e, para
aguentar o tranco, também é importante se interessar de
verdade pelo universo das finanças.
Como se destacar no começo da carreira?
Darrin Kerr, especialista em carreiras em finanças e sócio na empresa de treinamentos em certificações financeiras FK Partners, compartilha quais são as
atitudes mais importantes que vão fazer com que analistas financeiros se destaquem e alcancem excelência no que fazem.
Como se destacar no começo da carreira?
tenha proficiência em excel e contabilidade financeira
Analistas devem estar bastante confortáveis com as
ferramentas que usam no dia a dia, como o próprio Microsoft
Excel ou outros programas de finanças necessários para
analisar dados. Também precisam entender como ler e
interpretar relatórios financeiros, e para isso é necessário ter
uma base sólida em contabilidade.
pense no todo
No trabalho de um analista, é necessário reunir informações,
apresentar relatórios financeiros e tirar conclusões a partir
disso. Dependendo da complexidade da empresa ou do
projeto que está sendo analisado, é fácil se perder no meio
de números. Os melhores analistas jamais deixam isso
acontecer. Eles sabem o que faz sentido e para os objetivos
da companhia, e o que não é tão relevante. Ter conhecimento
do que é importante (ou não) permite que foquem no todo ao
comunicar seus resultados e análises.
entenda o negócio para além dos números
É fácil para um analista focar somente nos números
financeiros do negócio, entregar as análises necessárias e
partir para a próxima tarefa. Os bons analistas vão além
dessa abordagem, e procuram entender de verdade o negócio
que estão analisando. Eles falam com os gerentes de produto,
os vendedores e os clientes. Eles sabem de onde vêm os
lucros da empresa, e em que áreas isso ainda não está claro.
De maneira geral, têm em mente a estratégia da empresa
e seus objetivos sempre que desenvolvem uma análise,
entregando um trabalho muito mais perspicaz e útil.
faça os números contarem uma história
Embora analistas devam ser capazes de calcular taxas
de crescimento,racios e margens baseados nos dados
financeiros da companhia, os bons analistas usam esses
mesmos números e análises para contar uma história. Em
outras palavras, são capazes de tirar insights e conclusões
do trabalho que fazem, e usam linguagem clara e concisa na
hora de comunicar isso aos tomadores de decisão na empresa.
Como se destacar no começo da carreira?
antecipe a mudança e seu impacto
Bons analistas sabem que o cenário de hoje não será
necessariamente o mesmo amanhã, e devem estar
preparados para mudanças em fatores macroeconômicos,
regulações governamentais e comportamento dos
competidores. Muitos analistas somente reagem a essas
mudanças e começam a interpretam os impactos depois
que os eventos ocorrem. Bons analistas antecipam essas
mudanças e já testam outros potenciais cenários para
entender melhor quais podem ser os impactos, e estão
preparados antes de qualquer coisa acontecer.
busque feedback para melhorar sua performance
Os melhores analistas nunca estão satisfeitos com seu
trabalho, de modo que sempre buscam melhorar. Eles
procuram ter feedback constante de seus clientes e colegas
para melhorar performance e apresentação. Esses pedidos de
feedback podem ser feitos formalmente, por meio de pesquisas
e questionários, ou informalmente, com uma conversa. A
questão é que os bons analistas sempre querem melhorar, e
sabem buscar ajuda e orientação para atingir esse objetivo.
Para que servem as certificações financeiras?
Para qualquer estudante de Direito, o final do curso é um momento de expectativas e ansiedade. As expectativas vêm da nova fase da vida que começará logo após o recebimento do
diploma. A ansiedade vem do fato que muitos dos novos bacharéis não poderão exercer plenamente sua profissão de advogado enquanto não passarem no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – esse processo assegura que os candidatos que passaram na prova possuem o conhecimento e prática necessários para desempenhar a profissão com excelência.
Para que servem as certificações financeiras?
Outra fonte de preocupação para grande parte da população,
depois da própria saúde, são as suas finanças. Nada mais
justo que os órgãos responsáveis pelo bom funcionamento do
mercado financeiro criassem os mesmos mecanismos para
assegurar a qualidade dos serviços prestados.
Nesse processo de certificação, os responsáveis por emitir
opiniões sobre empresas, fazer a gestão de recursos ou
terceirizar o serviço de administração de fortunas, entre
outros, são obrigados a se submeter a testes que avaliam seu
conhecimento sobre a área que atuam. Essa especialização é
extremamente importante, pois no mercado financeiro há um
leque enorme de funções, e cada uma exige conhecimentos e
qualidades específicas de seus profissionais.
Devido à quantidade de produtos ofertados aos clientes e
à magnitude das crises econômicas por que passamos nos
últimos anos, os órgãos reguladores têm se preocupado
principalmente com a adequação do produto ao cliente no
momento da venda. Não existe produto errado ou certo, o que
deve ser evitado é que seja oferecido ao cliente algo que não
se adequa ao seu perfil. Em outras palavras, você pode até
comprar um sapato um número menor que o seu porque o
achou muito bonito, mas ele com certeza vai apertar o seu pé.
O maior beneficiado com esse processo de certificação
de profissionais são os clientes, pois contarão com
pessoas capacitadas para ajudá-lo em todo o processo de
investimento. Uma matéria comum a todas as certificações
é Ética. Isso reflete a preocupação dos reguladores em
assegurar aos clientes que os profissionais coloquem os seus
próprios interesses em segundo plano e que os clientes sejam
tratados de maneira justa e correta.
Quais são as principais certificações financeiras?
Atualmente, as certificações financeiras que despertam um interesse maior por parte dos profissionais são CNPI, CFP®, CGA e CFA®. Pablo Camargo, sócio-gerente na FK Partners,
explica com detalhes para qual função específica no mercado financeiro cada uma delas serve. Saiba para qual função específica no mercado financeiro cada uma delas serve.
Quais são as principais certificações financeiras?
cnpi (programa de certificação nacional)
É um exame realizado pela APIMEC (Associação dos Analistas
e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) e
tem como público-alvo os profissionais que realizam análise
e emitem relatórios referentes a valores mobiliários (ações e
títulos de renda fixa). Esses relatórios são fruto de pesquisas
em que o analista expõe suas opiniões sobre os ativos e
servem de base para muitas decisões de investimento. Cada
profissional agenda uma data de exame que lhe convém.
Essa certificação abrange, entre outras matérias, Mercado de
Capitais, principais produtos financeiros e um grande foco em
relatórios financeiros e contabilidade.
cfp® (certified financial planner)
É uma certificação cujos direitos são detidos pelo IBCPF
(Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais
Financeiros) e tem como público-alvo os Private Bankers,
Planejadores Financeiros e gerentes de relacionamento
que auxiliam os clientes de alta renda. Além de produtos
financeiros e gestão de carteiras de investimentos, os
candidatos aprendem sobre planejamento sucessório, fiscal,
de aposentadoria, gestão de riscos através de seguros e o
planejamento financeiro como um todo. Essa certificação, que
ocorre duas vezes ao ano nos meses de junho e novembro,
está passando por uma reformulação para acrescentar novos
tópicos cobrados nos exames de 2015. O CFP® é um grande
diferencial para os profissionais que desejam ingressar no
mundo da gestão de patrimônio de clientes de alta renda.
A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais) criou a certificação CGA
(Certificado de Gestores ANBIMA) que tem como público-
alvo os profissionais que fazem a gestão (decisão sobre
investimentos) de ativos de terceiros. Com um volume
sob gestão maior que R$ 2 trilhões, é natural que esses
profissionais sejam avaliados. O exame acontece 4 vezes
ao ano, e tópicos como precificação de ativos, análise de
relatórios, processo de investimentos são enfatizados. Essa
prova é obrigatória para os gestores que entram no mercado
e demanda um grau de conhecimento técnico financeiro
bastante elevado.
Quais são as principais certificações financeiras?
cfa® (chartered financial analyst)
É realizado pelo CFA Institute, uma entidade criada há
mais de 50 anos nos Estados Unidos. Essa certificação vem
crescendo muito no mundo todo nos últimos anos e hoje
conta com aproximadamente 700 profissionais certificados
no Brasil para mais de 120 mil ao redor do globo. Diferente
das outras certificações citadas essa não é obrigatória
em nenhum campo do mercado financeiro mas é a mais
desejada por todos pelo amplo conhecimento adquirido nos
três exames que os candidatos se submetem para obter a
certificação. Hoje em dia é vista pelo mercado como um MBA
em finanças e para o primeiro nível as provas acontecem nos
meses de junho e dezembro.
Esteja certo de que, se o mercado financeiro for o seu destino,
você terá dois sentimentos quando arrumar um emprego: a
expectativa pelos novos desafios e aprendizados que virão e
a ansiedade que antecede qualquer exame de certificação ao
qual você vai se submeter.
É possível inovar e empreender no mercado financeiro?
Em 2009, o americano Louis Beryl tentou sem sucesso conseguir um empréstimo para ajudar a pagar a mensalidade de seu MBA em empreendedorismo na Universidade de Harvard.
A resposta negativa, no entanto, lhe rendeu o insight para um novo modelo de negócios. Com um diploma em Engenharia Financeira pela Universidade de Princeton e prestes a entrar em uma das mais prestigiadas escolas de negócios norteamericanas, Louis sabia que seu currículo lhe garantia uma alta probabilidade de devolver o dinheiro que estava pedindo, porém os bancos não estavam muito interessados em quanto era promissor seu LinkedIn.
É possível inovar e empreender no mercado financeiro?
A experiência levou o jovem executivo a criar a Earnest,
startup que oferece pequenos empréstimos individuais com
base em fatores de mérito. O termo não tem tradução precisa
para o português, mas o significado está próximo de correto,
honesto e prudente. A empresa analisa o potencial de ganho
da pessoa, levando em consideração, por exemplo, currículo
e histórico de trabalho, ao invés do histórico de crédito
tradicional usado pelas grandes instituições financeiras.
Fundada oficialmente em 2013, só começou a operar de fato
no ano seguinte, alcançando a marca de 8 milhões de dólares
em emprétimos. Os principais clientes são jovens recém-
formados, entre 22 e 34 anos.
A Earnest não pode ser considerada propriamente um banco,
e em nada se parece com um. O escritório abriga uma equipe
pequena e segue uma combinação de arquitetura e design
casuais, típicos de startups, bastante diferente dos grandes
bancos em que Louis havia trabalhado antes de empreender
– ele tem passagem pelo Morgan Stanley, Deutsche Bank e o
hoje inexistente Lehman Brothers.
A startup faz parte de um movimento de várias empresas
jovens que utilizam novas tecnologias para oferecer
empréstimos a pessoas e pequenos negócios que não
teriam acesso aos empréstimos tradicionais. Louis vê esse
ecossistema em ebulição com otimismo: “Todas essas
inovações e esses credores alternativos são muito positivos e
podem ajudar a economia norteamericana”, ele disse.
Também faz parte desse grupo a Prosper. Fundada em
2005, tornou-se uma das pioneiras na área. Trata-se de uma
espécie de marketplace onde pessoas físicas podem emprestar
dinheiro umas as outras. A esposa de Chris Larsen, um
dos empreendedores, é do Vietnã, e foi lá que o executivo
teve a inspiração para criar sua startup. No país asiático, os
empreendedores se juntam em cooperativas chamadas hoi, e
então reúnem recursos para oferecer emprétimos informais
uns aos outros.
Max Levchin, um dos fundadores do PayPal e entre os
maiores experts em pagamento online no Vale do Silício,
também resolveu entrar nesse mercado. Em 2012, junto com
É possível inovar e empreender no mercado financeiro?
dois outros sócios, ele fundou a Affirm, e é ambicioso em
seus objetivos: quer substituir o uso do cartão de crédito em
compras online.
Se o e-commerce em que você está comprando tiver firmado
parceria com a startup, estará disponível um botão “Pagar com
Affirm”. Clicando ali, você faz log in através do Facebook ou
outra rede social, e a Affirm cuida da transação, ganhando
uma porcentagem do valor. O cliente escolhe a melhor opção
sobre quando e como poderá pagar a Affirm, e a compra é
aprovada na hora.
Para Max, a proposta é a versão moderna de uma prática
antiga, ainda existente em cidades pequenas. Em uma loja
em que vendedor reconhece quem você e conhece a sua
história, provavelmente é possível deixar um pagamento em
aberto até o final do mês. Para conhecer as pessoas, a Affirm
lança mão de um complexo algoritmo que reúne informações
de seu perfil nas redes sociais e de seu histórico de compras
online e determina instantaneamente se você é confiável. Se
a resposta for não, você não verá mais o botão oferecendo a
a possibilidade de comprar através da empresa. Da mesma
forma que a Earnest, seu escritório em São Francisco não
lembra o ambiente formal dos bancos, embora reúna diversos
talentos da área das finanças.
A sede da empresa ocupa dois andares de um prédio histórico,
e o ambiente de trabalho se assemelha a um loft: o espaço é
todo aberto, com pé-direito alto, pisos em madeira rústica e
mesas de trabalho repletas de bancos e pessoas debruçadas
sobre seus notebooks.
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