ESPECIAL PORTO DE AVEIRO – 31.01.2007

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Este Suplemento é parte integrante do Diário de Aveiro de 31 de Janeiro de 2007 - Não pode ser vendido separadamente

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Especial sobre o Porto de Aveiro, publicado pelo “Diário de Aveiro” a 31 de Janeiro de 2007. Visite-nos em www.portodeaveiro.pt, www.youtube.com/portodeaveiro , http://www.portodeaveiro.pt/portofolio/, http://www.portodeaveiro.pt/navegantes2005/ , e http://www.portodeaveiro.pt/natal/

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Este Suplemento é parte integrante do Diário de Aveiro de 31 de Janeiro de 2007 - Não pode ser vendido separadamente

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O Município de Ílhavo acolhe nasua área geográfica o Porto

de Aveiro, que a vários níveis temassumido e, estamos certos que,

continuará a assumir uma impor-tância crescente neste Município,onde se localiza mais de 90% daárea de operação do Porto deAveiro e toda a sua capacidadede expansão, assim como na Re-gião e no País.

O Porto de Aveiro é uma infra-

estrutura de estatuto e relevâncianacional, em processo de cres-cimento e de afirmação no SectorMarítimo-Portuário, e com rele-vantes funções de indução dedesenvolvimento ao nível local,regional, nacional e internacional.

O documento das “Orientações

Estratégicas Para o Sector Ma-rítimo-Portuário” recebe da nossaparte uma análise global positiva,assumindo-se como parte de umprocesso de legislação, orien-tação e planeamento, que terá na“Lei dos Portos”, no “Plano Nacio-nal Marítimo-Portuário” e nos“Planos de Estratégia e Explo-ração dos Portos” os seus ele-mentos complementares da maiorimportância.

Urge desenvolver e finalizartodo esse trabalho para que asua concretização seja a priori-dade e a prática da gestão políti-ca e operacional, deixando o“eterno planeamento” que emregra é um obstáculo ao desen-volvimento. Esse trabalho deveser desenvolvido em equipa comas Câmaras Municipais, muito emespecial as que recebem estru-turas portuárias no Município.

Em boa hora o Governo, reali-zou e colocou em discussão pú-blica as “Orientações Estratégi-cas para o Sector Marítimo-Por-tuário”, bem ciente da sua neces-sidade e da importância destesector para Portugal. A CâmaraMunicipal de Ílhavo fez questãode participar neste processo,pela sua elevada importânciapara o desenvolvimento econó-mico nacional e para o desenvol-vimento integral e sustentado doMunicípio de Ílhavo e da regiãoda Ria de Aveiro, onde o Portode Aveiro exerce uma influênciarelevante a vários níveis.

O Porto de Aveiro tem uma re-levante actividade na área comer-cial (sólidos e líquidos), na áreaquímica e na pesca (longínqua,costeira e artesanal), faltando aconcretização do investimento naárea da náutica de recreio (embo-ra tenha dois pequenos anco-radouros de recreio concessiona-dos a Associações locais), quetem na Marina da Barra o seuprojecto de referência.

A Câmara Municipal de Ílhavotem definido no plano estratégicode desenvolvimento do Município,o crescimento do sector terciáriocom um contributo da actividadeportuária. Este crescimento assu-

mirá uma relação equilibrada como desenvolvimento industrial eurbano do Município e muito emespecial da cidade da Gafanhada Nazaré, garantindo a quali-dade de vida da população e dosoperadores portuários.

Crescimento e desenvolvimen-to equilibrado e sustentável é aaposta que vamos continuar aassumir e a concretizar, na cer-teza de que o Porto de Aveirotem uma área de influência ope-racional que ultrapassa os limitesdo Município de Ílhavo e da suazona da Ria de Aveiro, e que po-de cada vez mais assumir impor-tância ao nível do desenvolvi-mento de capacidades de logísti-ca e de transportes (numa lógicaintermodal), na Região Centro,no todo Nacional, ao nível Ibéricoe Europeu.

A opção assumida pelo Gover-no de definir uma PlataformaLogística com dois pólos nestaregião – um no Município de Avei-ro (em Cacia) e outro no Municípiode Ílhavo (na Gafanha da Nazaré),tendo o Porto de Aveiro como ele-mento central, assume umaimportância grande que deve serpotenciada com uma boa ligaçãoàs zonas industriais da região.

O Porto de Aveiro, com as ca-pacidades da sua área portuária,com uma gestão partilhada daszonas industriais existentes e emcriação nos Municípios que inte-gram a Grande Área Metropo-litana de Aveiro e a Associaçãode Municípios da Ria (entre ou-tros geograficamente mais próxi-mos, como Anadia), e com a uti-lização das infraestruturas detransportes rodoviários e ferro-viários, tem a opção e a oportu-nidade em mãos, de ser umamuito importante Plataforma Lo-gística na Região Centro do Paíse da Península Ibérica.

Reiteramos e partilhamos aaposta no desenvolvimento doPorto de Aveiro, numa óptica res-ponsável ao nível Municipal e Re-gional, e devidamente integradanas “Orientações EstratégicasPara o Sector Marítimo-Portuário”Nacional.

Ficha Técnica:Director: Adriano Callé LucasDirector-Adjunto Executivo: Ivan SilvaTextos: Ana Sofia Pinheiro e Margarida MalaquiasFotografias: Paulo Ramos e Eduardo Pina Fotografia da capa: cedida pelo Porto de AveiroDesign Gráfico e paginação: Isabel AntunesCoordenação da publicidade: Ivo AlmeidaComposto e impresso na FIG - Fotocomposição e Indústrias Gráficas, SA.

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PORTO DE AVEIRO

Relevância no Sector Marítimo-Portuário NacionalOpinião

(*) José AgostinhoRibau Esteves

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Apesar dos 200 anos do Porto de Aveiro secompletarem apenas a 3 de Abril de2008, as comemorações dos dois séculosde existência irão começar com um ano

de antecedência, devido à importância desta obra«para o desenvolvimento da região», referiu JoséLuís Cacho, presidente da Administração do Portode Aveiro (APA). Juntamente com a Associaçãode Municípios da Ria, as Câmaras Municipais deAveiro e Ílhavo, a APA estabeleceu um calendáriode eventos comemorativos, com a duração de umano ou ano e meio, desde 3 de Abril de 2007 atéOutubro de 2008.

Além da comemoração formal a 3 de Abrildo próximo ano, irão realizar-se um conjuntode eventos, exposições, colóquios e será cria-do o Pólo Museológico do Porto de Aveiro,em parceria com a Câmara e o MuseuMarítimo de Ílhavo. O fecho das comemoraçõesvai ser marcado por «uma bonita regata develeiros, que a Câmara Municipal de Ílhavoconseguiu trazer», revelou José Luís Cacho.Neste momento, o grupo de trabalho, formadopelas várias entidades, está a elaborar o progra-ma definitivo das comemorações e que seráapresentado em breve.

No futuro

Durante os últimos anos, o Porto de Aveiro temconhecido um grande desenvolvimento e há aindavários investimentos em marchaque trarão frutos daquia algum tempo.Olhandop a r a

ofuturo, JoséLuís Cacho per-spectiva a Marina da

Barra já consolidada, encarando-a como «um projec-to estratégico importantíssimo para a região», tornan-do-se numa «obra emblemática, até para o desen-volvimento turístico», opinião partilhada pelo ex-

presidente da APA, Raúl Martins.Depois do momento de

impasse, emrelação à

Marina daBarra, a APA

está a tentar, «no mais

curto espaço de tempo possível», retomar o caminhonormal dos trabalhos, revelou José Luís Cacho.

Por outro lado, o responsável imagina a linha fer-roviária em pleno funcionamento, «todos os terminaisem grande movimento e a plataforma logística ocupa-da por muitas empresas logísticas e de transforma-ção», o que no seu entender tornará o Porto de Aveiro«num grande pólo de actividade logística industrial».

Todos estes projectos (alguns concretizados eoutros por concretizar) são, segundo José LuísCacho, o resultado do trabalho desenvolvido jun-tamente com Raúl Martins, enquanto este aindaintegrava a administração, numa altura que oactual presidente define como «a época de ourodo Porto de Aveiro». No seu entender, «fez-semais trabalho nesses três anos do que em toda avida do Porto de Aveiro», permitindo agora«colher o fruto do trabalho que foi feito nessa

época». José Luís Cacho explica que nessa épocahavia condições propícias para o desenvolvimentodo porto e «se não se tivesse sido feito nessaaltura, não era possível termos o Porto de Aveiroque temos hoje». Essa visão estratégica permitiucriar, também, a Plataforma Logística, que «seráuma porta para dar visibilidade ao projecto imple-mentado», rematou.

200 anos desde a abertura da Barra

Comemorações começam em Abril

Dois séculos passaram desde a abertura da Barra, obra que proporcionou a criação do Porto de Aveiro.A Administração do Porto de Aveiro, a Associação de Municípios da Ria e as Câmaras Municipais de Ílhavo e Aveiro

estão já a preparar as comemorações que se prolongarão por um ano e meio

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Como evoluiu a actividade portuária em2006? Foi um ano positivo?

2006 foi um ano em que, mais uma vez, veri-ficou-se o crescimento do porto, não tantocomo o que tínhamos estimado no início doano, mas crescemos cerca de 20 mil toneladas.Ainda não temos a estatística final apurada,mas pensamos que o crescimento deve situar-se entre meio e um por cento, relativamente a2005. Isto porque tivemos uma queda acentua-da nos dois últimos meses do ano. Vínhamoscom um crescimento e, de repente, deu-se umaquebra acentuada nos dois últimos meses doano, que se deveu a situações conjunturais, aosefeitos da globalização e às fragilidades quetenho vindo a falar e que o Plano Estratégicoesbate. O Porto de Aveiro continua com mui-tas fragilidades e é natural que as quebras decrescimento aconteçam. Temos que implemen-tar medidas, o mais rápido possível, para seminimizar estas situações. As matérias-primastornaram-se mais baratas em mercados maislongínquos, em que são transportadas em viasde maior comprimento e dimensão e como oPorto de Aveiro não tinha condições para rece-ber esses navios passaram para outros portos.É uma situação que temos de ultrapassar,porque o Porto de Aveiro não pode estarsujeito a estas fragilidades. Temos que, rapida-mente, tomar as medidas previstas no PlanoEstratégico para minimizar estas situações.

Que medidas serão tomadas?Estas medidas passam, essencialmente,

por melhorar a acessibilidade marítima– a Barra de Aveiro. Neste momento, játemos em fase de adjudicação o estudoda Barra de Aveiro. Durante este ano eo próximo, vamos elaborar esses estu-dos para, em 2009, lançarmos o concursodas obras necessárias à alteração da Barrade Aveiro, por forma a receber os navios tãodesejados, de maior cumprimento, para nostornarmos mais competitivos.

Aliado à ligação ferroviária que deverá serfeita nessa altura, também...

Sim, aliado à ligação ferroviária. A ferrovia jáestá no terreno, já estão a ser executadas as obrasda Plataforma Logística, em Cacia, e o início daligação à Linha do Norte. As propostas para oramal, propriamente dito, foram abertas nasemana passada. Portanto, está tudo dentro da

programação prevista. O Governo está acumprir com aquilo que prometeu e o Porto deAveiro está satisfeito com isso. Acho que é umavitória do Governo e uma vitória do Porto deAveiro – uma obra tão desejada há 20 anos,finalmente, vais ser possível. Com isso, vamostornar o porto mais competitivo e, efectiva-mente, transformá-lo num porto com condiçõespara alargar o seu hinterland junto a Cacia, queé o nosso objectivo estratégico.

Quais vão ser as mudanças significativasna gestão deste porto, depois da ligação fer-roviária?

Nas cargas que, tradicionalmente, movimen-tamos aqui no porto, algumas, naturalmente,vão passar a ser movimentadas pela via fer-roviária, designadamente alguns granéis sóli-dos, alguns aços. Por exemplo, a pasta de papelé, hoje, movimentada pela via rodoviária deCacia ou de Vila Velha do Ródão, mas vai pas-sar a ser levada pela ferrovia. Há um conjuntode cargas que, tradicionalmente, vinham viarodoviária e têm condições para poder passarpara a ferrovia. Nas cargas que possam vir a sermovimentadas, futuramente, há a perspectivade alargar o hinterland. Prolongámosaté à região deCastilla y

Léon,que fica auma distância que sócom a via ferroviária é que nos podemos tornarcompetitivos, de forma a que as cargas que sãodescarregadas no porto cheguem a essa região.Portanto, neste caso, é fundamental a ferrovia.Hoje efectuamos já algumas cargas para Es-panha, alguns aços, alguns agro-alimentares,

mas é determinante a ligação ferroviária parapodermos chegar mais competitivamente aEspanha.

O mercado espanhol é apetecível para oPorto de Aveiro?

É um mercado apetecível, tem uma dimen-são que ultrapassa a nossa. É um país que emtermos económicos é superior cinco ou seisvezes a Portugal. A região de Castilla y Léon,em termos de movimentação de mercadorias,vale 200 milhões de toneladas, o que indica aimportância que esta região tem para nós, doponto de vista estratégico. Se movimentarmosum por cento de 200 milhões de toneladas sig-nifica dois milhões de toneladas – valor muitoimportante para o Porto de Aveiro. Hoje em dia,movimentamos cerca de 3,5 milhões detoneladas. Esta zona pode ter um impacto posi-tivo para o Porto de Aveiro e para a região deCastilla y Léon, porque se conseguirmos chegarlá de uma forma competitiva, também asempresas obtém melhores resultados com isso.

E a possibilidade de investir, também, emPortugal...

Há um conjunto de sinergias quese fundem. Se eles

virem emn ó s

u mfactor de

competitividade, é evi-dente que eles vêm investir cá. Nesse âmbito,estamos a organizar, juntamente com o Porto deLeixões e com a Câmara de Salamanca, asJornadas Logísticas Luso-Espanholas, que vãoser realizadas no Centro de Congressos de Sala-manca nos dias 29 e 30 de Março, em que va-

mos levar algumas empresas de Aveiro e da re-gião centro. Estamos a fazer uma promoção daregião e do porto em Salamanca, que se traduzno início de uma relação que estamos a estabe-lecer com Castilla y Léon. Fomos integrados narede de plataformas logísticas da rede de Cylog,que é uma rede de plataformas de Castilla yLéon. Estamos, portanto, a dar os primeiros pas-sos na integração e promoção do porto nessaregião. É uma estratégia institucional, na per-spectiva de promover o porto nessa região atéchegarmos a 2009. Por isso vamos começar alevar empresas, para que estas conheçam aregião e o hinterland Castilla y Léon, de forma aperceber-se como chegar a essa região.

Com a inclusão do Porto da Figueira, oplano estratégico fica alterado?

O Governo anunciou as orientações estraté-gias para o sector e decidiu que o Porto da Fi-gueira da Foz seria transformado numa estru-tura empresarial, que teria participação doPorto de Aveiro. Em 2007 teria de ficar concluí-do esse processo de constituição da empresa ede integração na estrutura empresarial do Portode Aveiro. Neste momento, estamos a estudaro modelo com o Governo, ou seja, estamos adefinir como vamos constituir a empresa daFigueira da Foz e estabelecer as condições dagestão da estrutura, de forma a criar uma em-presa sólida e sustentável em termos de médioe longo prazo, o que não é fácil, atendendo à

estrutura que tem o Porto da Figueira.Estamos a estudar e a criar condições, de

modo a que o Porto da Figueira da Fozseja, juntamente com o Porto de Aveiro,a «porta atlântica da região centro» eque, conjuntamente, consigam colocarcargas em Espanha, sendo que o Porto

da Figueira também tem condições paraisso. Temos de definir uma estratégia con-

junta que nos permita ser competitivos.

O Porto da Figueira da Foz acaba por serum complemento ao Porto de Aveiro?

O Porto da Figueira tem uma estruturaprópria de carga que faz com que ambos quasese complementem. Não é concorrencial, mas éevidente que há sempre uma fronteira ténue. Deuma forma global não sentimos o Porto da Fi-gueira como um concorrente nosso, mas comouma complementaridade. Penso que pode serinteressante esta integração. No âmbito deste elo,

Quando José Luís Cacho integrou a Administração do Porto de Aveiro (APA), sabia que não fazia sentido«fazer concessões se não houvesse uma certeza relativamente à ligação ferroviária». Hoje em dia, a construção da ferrovia

já está garantida e, por isso, em 2007 a administração irá, rapidamente, levar a cabo as concessões no Porto de Aveiro,que para o responsável «são uma questão importante e vital no modelo de desenvolvimento do porto»

Revelou José Luís Cacho, presidente da Administração do Porto de Aveiro

«2007 vai ser o ano dasconcessões no Porto de Aveiro»

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vamos gerir o Porto da Figueira da Foz comogerimos o Porto de Aveiro, ou seja, de formaséria, responsável e numa perspectiva de trans-formar o Porto da Figueira da Foz numa empre-sa sólida e sustentável, em termos de médio elongo prazo. O Estado prometeu fazer lá algunsinvestimentos, que são importantes e estratégi-cos para a sustentabilidade da Figueira da Fozno médio e longo prazo. Nessa perspectiva,vamos trabalhar para que seja uma realidade,durante 2007, a Figueira como estrutura empre-sarial integrada no Porto de Aveiro.

E quanto ao Plano Estratégico?Relativamente ao Plano Estratégico que esta-

va feito, após esta integração no universo daAPA, teremos naturalmente de reajustá-lo. Te-mos um Plano Estratégico ajustado a uma rea-lidade, que é a APA, mas agora que vamosgerir a APA e o Porto da Figueira, temos queestudar os ajustes do Plano Estratégico a estanova realidade, de modo a que ambos os por-tos possam ter um crescimento sustentável, emtermos de médio e longo prazo, para que atin-jam os seus objectivos estratégicos.

Qual tem sido a reacção dos agentes doPorto da Figueira da Foz?

Tem havido alguns contactos com a comu-nidade portuária e com as pessoas do InstitutoMarítimo-Portuário. De uma forma geral, estátudo bem, as entidades oficiais perceberam,realmente, que pode ser uma mais-valia para oPorto da Figueira da Foz esta parceria com aAPA. Penso que estão confiantes que esta par-ceria vai correr bem. É natural que haja receio,porque se analisarmos o histórico, verifica-seque somos um porto, por natureza, marcadopelas mudanças. Por isso, é natural que as pes-soas sintam algum receio em relação à mudan-ça. No passado, sempre houve conflitos, mashoje mudámos e temos que caminhar, conjun-tamente, para que Aveiro e Figueira da Fozpossam ser a «porta atlântica da região centro».Vamos trabalhar, conjuntamente, a nossa con-corrência, mas do lado de lá da fronteira.

Na página web é referido que o Plano deInvestimentos de expansão de infra-estru-turas portuárias estaria concluído no final de2006. Ficou concluído?

Toda a obra marítima, a nível de terminaisque havia a construir, está construída e o nossoplano ficou concluído. Ficaram por concretizartodas as acessibilidades – rodoviárias, ferro-viárias e, de certo modo, as marítimas, também.São investimentos avultados em que tem havi-

do alguma dificuldade em concretizar porparte do Governo, da APA e de outras entida-des que estão associadas a estas obras, como aREFER. Consequentemente, levou a algunsatrasos na parte das acessibilidades, que estarãoem construção por um período de três anos.

É o caso da ligação ferroviária?A ligação ferroviária deveria estar concluída

em 2006, por isso tem um atraso de três anosem relação à programação que foi estabelecidaem 1999/2000. Neste momento, falta o fechoda via de cintura portuária, que poderá avan-çar a construção em 2008. Há condições paraconcretizar as restantes obras relacionadas coma via de cintura. Uma parte vai ser executadajá, que são os restabelecimentos rodoviários àferrovia, na zona do porto de Pesca do Largo,para restabelecer as ligações rodoviárias às em-presas de pesca, ou seja, estabelecer a ligaçãoda Gafanha à área portuária. Temos, também aferrovia para chegar à área portuária. Restaexecutar dois troços: o troço entre a zona doTEDP até à A25; e o troço entre a zona da Bres-ford e os terminais portuários. Em 2008/2009haverá condições para concluir essas obras.

Em termos de capital financeiro estas obrasacarretam um valor considerável...

É um valor considerável. Este conjunto deobras envolve cerca de 70 milhões de eurospara a ferrovia e cerca de 16 milhões de eurospara a rodoviária. O total deve rondar 80 a 90milhões de euros.

Uma parte é comparticipada pela APA...Uma parte é financiada pela APA (uma par-

te mais pequena), o grosso é financiado pelaREFER, pelo Governo e pelos fundos comu-nitários.

O porto de Aveiro tem sido «apetecível» ainvestimento privado. De recordar, no últimoano, o investimento anunciado da Socarpor,da Martifer e da BP…

A visão que temos hoje e que estamos aprocurar construir acerca do Porto de Aveiroimplica que este não seja apenas um mero localde mediação de mercadorias, mas que sejauma grande plataforma logística industrial.Nesse âmbito, tenho procurado empresas paraas quais o transporte marítimo possa ser umfactor de competitividade. É nesse universo deempresas que tenho desenvolvido algum tra-balho, para que seja viável trazer alguns inves-timentos empresariais para a área portuária.Temos tido alguns resultados, o Grupo Marti-

fer está a fazer alguns investimentos em algu-mas áreas – nas áreas dos biocombustíveis, naarmazenagem, na movimentação de combus-tíveis e na metalomecânica. Tem um conjuntode investimentos avultados e estratégicos, tan-to para eles, como para nós. É uma mais-valiamuito importante para o Porto de Aveiro ter oGrupo Martifer como parceiro, porque trabal-hamos conjuntamente para o desenvolvimen-to do Porto de Aveiro.

Mas há outras empresas....Paralelamente a isso, temos também investi-

mentos no sector alimentar, da Socarpor, quetambém vai fazer um investimento avultado nacasa dos 15 milhões de euros, no sector agro-ali-mentar, encarando o porto de Aveiro comouma oportunidade. Este projecto é muito im-portante no sector agro-alimentar, porque trata-se de um projecto estratégico, com a perspecti-va de investir em Espanha. Todos estes investi-mentos da Socarpor têm como principal visãoestratégica a utilização da ligação ferroviária doporto de Aveiro para chegar a Castilla y Léon.É um projecto muito importante para nós, namedida em que vai ser o «motor» da nossa idapara Espanha. Vamos caminhar conjuntamentecom a Socarpor na aposta no sector agro-ali-mentar, que é um sector importante dentro donosso plano estratégico do Porto de Aveiro.

Entre as empresas investidoras encontra-se,também, a BP.

Tem havido outros investimentos, como o casoda BP e outros projectos na área dos granéis só-lidos. Houve um investimento recente da Cim-por com o Grupo PTE, que vai fazer um inves-timento considerável de armazenagem. Há umconjunto de investimentos privados que estão avir para cá, para além dos que já estavam con-solidados e que encaram o Porto de Aveiro comouma oportunidade. Temos que, realmente,crescer para isso, porque toda esta área tem de seraproveitada com os investidores privados, deforma a tornarem-se parceiros do porto.

Estão previstos novos investimentos em2007? Ainda há espaço no Porto de Aveiropara investimentos?

Há muito espaço no Porto de Aveiro. Feliz-mente, temos muitas áreas e estamos a cami-nhar nesse sentido. Em 2007, vamos ter mais in-vestimentos privados interessantes, temos si-nais que nos indicam isso. Novas cargas vãoaparecer no Porto de Aveiro e estamos a empe-nhar-nos muito em criar uma estrutura consoli-dada em termos de médio e longo prazo. Esta-

mos muito preocupados com esta situação dedecréscimo de movimento no final do ano e,nesse sentido, estamos a tomar as medidas ne-cessárias para que consigamos, rapidamente,inverter esta tendência momentânea, através dealternativas, de novas cargas e de novas opor-tunidades Há uma tendência para a nossa eco-nomia melhorar, mas as coisas estão ainda emcontra-ciclo e, por isso, muito inseguras e fragi-lizadas. Temos de caminhar com alguma pru-dência e é nesse sentido que estamos a dar já al-guns passos. Vão surgir novidades em 2007, te-mos algumas coisas «na manga» para apresen-tar este ano, que estão em fase de negociação.

O Terminal Norte está prestes a ser conces-sionado?

O ano 2007 vai ser o ano das concessões noPorto de Aveiro. Apontamos nesse sentido.Quando comecei a desempenhar este cargo,em 2005, achava que não fazia sentido fazerconcessões se não houvesse uma certeza relati-vamente à ligação ferroviária. Hoje já temosessa certeza, já podemos programar o porto emfunção ao cenário da ferrovia, porque é umarealidade que está no terreno Por isso, é a alturade pensar nas concessões, porque estas sãouma questão importante e vital no modelo dedesenvolvimento do porto, na estratégia que oGoverno definiu. Portanto, vamos avançar,rapidamente, com as concessões no Porto deAveiro. As primeiras concessões de 2007 serãono Terminal de Granéis Líquidos. No próximomês, pensamos que deve haver condições paralançar o concurso da concessão desse terminal,em que serão prestados serviços às empresasinstaladas nesse terminal, nomeadamente namovimentação da carga. Está em estudo a con-cessão da carga seca, no Terminal Norte. Aindanão temos esse modelo definido, portantovamos ter a concessão desse espaço, talvez, emJunho. Pensamos que há condições para que noquarto trimestre de 2007 seja lançado o concur-so da carga seca do Terminal Norte.

Será uma mudança estratégica na gestão doporto…

A concessão da carga seca vai retirar a APAda operação portuária, ou seja, os equipamen-tos da APA passam para o concessionário e ostrabalhadores portuários que operam nos equi-pamentos passam a ser trabalhadores dos con-cessionários ou da empresa. O modelo aindanão está definido, temos de ajustar os recursos,de modo a satisfazer os desejos das pessoas,quer a administração, quer os trabalhadores daAPA, quer as empresas concessionárias.

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Quinze milhões de euros é o total doinvestimento que a Socarpor, S.A.vai fazer no Terminal de GranéisSólidos do porto de Aveiro na con-

strução de um terminal de Granéis agro-ali-mentares.

«Alargar o nosso hinterland a Espanha,designadamente à região de Castilla y Léon,competir com os portos do Norte de Espanhanas cargas agro-alimentares destinadas a essaregião» é um dos objectivos estratégicos doporto de Aveiro, que pode ser consubstan-ciado com o novo projecto da Socarpor,um terminal de Granéis agro-alimenta-res, cuja primeira pedra foi lançada, emAveiro, pela secretária de Estado dosTransportes, Ana Paula Vitorino.

Estas instalações contarão com umaárea total de 20.250 metros quadrados e fi-carão inseridas em área adjacente àPlataforma Logística do Porto de Aveiro.

Com um investimento estimado em 15milhões de euros, o terminal será providode um armazém com capacidade para 45mil metros cúbicos, com um sistema ino-vador a nível nacional: a mecanização to-tal de todo o processo de movimentaçãode granéis agro-alimentares, desde a des-carga à armazenagem e à recepção de ca-mião ou comboio. A sua operacionalidadeestá prevista para o início do segundo se-mestre de 2007.

A Administração do Porto de Aveirosalienta que esta opção gera «um elevadovalor acrescentado à mercadoria por duasordens de razões: nos ganhos de eficiência eprodutividade e no facto de se tratar de umprocesso amigo do ambiente (sem desperdí-cios ou levantamento de poeiras)».

O director-geral da Socarpor, FerreiraJorge, adiantou ao Diário de Aveiro que esteprojecto, acima de tudo, significa crescimen-to, tratando-se de uma infra-estrutura ondese pretende «ganhar eficiência, produtivi-dade e modernidade na movimentaçãodeste tipo de cargas».

O novo terminal da Socarpor, cuja obratem um prazo de execução de um ano, per-

mitirá ainda «criar condições de atractivi-dade de outros mercados e outros inter-lands, nomeadamente o de Castilla y León».

De referir que a Socar-por está a procu-rar pro-m o -

ver as i t u a ç ã ogeográfica localem relação à Península Ibé-rica, «cativando mercados como o Brasil(país de referência para toda a América doSul) e Angola», destacou Rodrigo Leite,presidente do Conselho de Administraçãoda empresa, do Grupo TERTIR, que se

encontra implantado nos portos de Leixões,Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa e Setúbal.

O projecto da Socarpor, em conjunto com afábrica de biodiesel da

Martifer (com asobras ini-

c i a -

d a sem Julho

passado no Ter-minal de Granéis Líquidos

do Porto de Aveiro) e com o parque de ar-mazenagem de combustíveis líquidos da BPPortugal, representam um investimento de65 milhões de euros. Projectos que figuramum «sinal claro de que o porto de Aveiro tem

vindo a criar condições, no contexto do sis-tema portuário nacional, para se consolidarcomo um porto competitivo, capaz de atrairprojectos oriundos da iniciativa privada ecom uma marca clara de inovação e moder-nidade», remata Ana Paula Vitorino.

Triplo da capacidade

Quando atingida a sua capacidade máxi-ma, o Terminal de Granéis Agro-Alimen-tares da Socarpor terá condições paramovimentar cerca de 1.600 mil tone-ladas de mercadorias por ano.

Parte desta carga terá como origem/destino a região de Castilla y Léon, mer-cado-alvo deste projecto. A concretização

deste objectivo passa pela efectivação da li-gação ferroviária do Porto de Aveiro à rede

ferroviária nacional. Uma empreitada daresponsabilidade da REFER, que deverá estarconcluída entre finais de 2008 e início de 2009.

Ferreira Jorge, director-geral da Socarpor,destacou ao Diário de Aveiro que actual-mente o porto de Aveiro movimenta, nestetipo de cargas, um total de 500/600 miltoneladas de mercadoria e que, com o pro-jecto da empresa, essa capacidade triplica eo escoamento do produto só fará sentidopara «fora de portas», mais concretamentepara o mercado espanhol.

Porto de Aveiro compete com congéneres espanhóis

Socarpor investe em terminalde granéis agro-alimentares

A Socarpor, S.A. vai investir cerca de 15 milhões de euros na construção de um terminal de granéis agro-alimentares, cuja capacidadeserá de 43 mil metros cúbicos e permitirá a movimentação de 1.600 mil toneladas de mercadorias por ano

Factos & Números� 20.250 m² de área total das instalações� 43 mil m³ de capacidade� 15 milhões de euros em investimento

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Uma fábrica de biodie-sel vai ficar instaladano porto de Aveiro.Sob a responsabilida-

de da empresa Martifer, estaunidade fabril, que vai em-pregar cerca de 40 funcioná-rios, deverá entrar em funcio-namento em Março de 2007 erepresenta, de acordo com osecretário de Estados da In-dústria e Inovação, AntónioCastro Guerra, um «investi-mento central na políticaenergética» do país.

Castro Guerra esteve noporto de Aveiro para o lan-çamento oficial da cons-trução da fábrica de biodie-sel, avaliada em 20 milhõesde euros e que irá ajudar aminorar a «grande depen-dência» das exportações deprodutos petrolíferos regis-tada em Portugal.

O investimento da Martifercomporta diversas vanta-gens, além da previsível

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Refinaria inicia funções em Março de 2

Martifer expO secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação marcou

presença num momento simbólico de lançamentoda obra da fábrica de Biodiesel da Martifer, localizada no porto de Aveiro

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redução das importações deprodutos energéticos – é ocaso da diminuição das emis-sões de dióxido de carbono eo aproveitamento de produ-tos agrícolas para abastecer afutura refinaria.

Carlos Martins, presidenteda firma, salientou que a con-strução da fábrica no porto deAveiro se insere num «projec-to mais vasto» que passa pelacriação de outra unidade naPolónia, a juntar à que jáexiste na Roménia.

Entre outras vantagens, aaposta no biodiesel pode ser«a solução para resolver osproblemas da Política Agríco-la Comum na Europa», afir-mou o investidor.

Carlos Martins revelou ain-da que pretende criar um«centro de competências» nodistrito com a participação daUniversidade de Aveiro, rela-cionada nomeadamente comas energias das ondas, foto-voltaica e eólica.

O investimento da Martifervai «contribuir para que oporto de Aveiro prossiga na

senda do progresso», avaliouJosé Luís Cacho, presidentedo Conselho de Adminis-tração da estrutura portuária.

100 mil toneladasde biodiesel

Com capacidade para pro-duzir 100 mil toneladas debiodiesel a partir da trans-formação de oleaginosas, arefinaria, localizada no portode Aveiro, deverá entrar emfuncionamento em Marçode 2007 e criar 40 postos detrabalho.

Este projecto tem em vista omercado ibérico e deverágerar uma facturação anualna ordem dos 70 milhões deeuros. Ocupando uma áreana ordem dos oito mil metrosquadrados, a fábrica ficaráinstalada junto de duas outrasfábricas, uma de pás e uma deaerogeradores para torreseólicas, que a Martifer - atra-vés da Repower Portugal - es-tá a desenvolver no Porto deAveiro, num investimento de25 milhões de euros.

Quanto à origem da maté-ria-prima, o Brasil foi escolhi-do como o maior fornecedorda futura refinaria, que irá

trabalhar predominante-mente com soja, mamona edênde. Em Portugal, a Mar-tifer pretende adquirir óleos

de girassol, enquanto a colzaserá importada da Roménia,onde se encontra em constru-ção aquela que será a primei-

ra refinaria de biodiesel dopaís, num investimento queronda igualmente os 16 mi-lhões de euros.

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e 2007

xplora biodiesel no porto de Aveiro

O projecto em números� 100 mil toneladas de biodiesel� 40 postos de trabalho� 70 milhões de euros de facturação anual� 8 mil metros quadrados de área fabril� 25 milhões de euros de investimento

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A«mais antiga empresa a operar no porto deAveiro», a Vougamar - Trânsitos e Navegação, Lda.conseguiu, em 2006, atingir as expectativas previs-tas para o ano transacto, «pesem embora as condi-

cionantes da conjuntura actual», referiu o sócio-gerente,Walter Morais. Alcançados os objectivos propostos para oúltimo ano, o responsável espera que em 2007, assimcomo nos anos vindouros, a Vougamar caminhe no senti-do do «crescimento devidamente sustentado, sempreatenta a novas oportunidades de negócio, porque vãosempre aparecendo novos nichos de mercado», esclareceuWalter Morais.

A completar o trigésimo-sexto ano de actividade por-tuária, no presente ano, a Vougamar, tem como principalactividade o agenciamento de navios. De acordo com infor-mações fornecidas no site da empresa, «o número denavios assistidos tem vindo a aumentar todos os anos»,tendo a estatística portuária contabilizado 110 navios (57entradas e 53 saídas), em 2006, o que se traduz num cresci-mento de 5,2 por cento, relativamente a 2005. Posicio-nando-se, no ano transacto, em oitavo lugar no ranking deagentes de navegação a intervir no porto de Aveiro, aVougamar movimentou 207.560 toneladas, ou seja, mais6,2 por cento do que em 2005, com 197.504 toneladas des-carregadas e 10.057 carregadas.

Depois de alcançados objectivos de 2006

Vougamar perspectiva crescimento sustentado

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«2006 foi um ano em que, mais umavez, verificou-se o crescimento doporto», sublinhou José Luís Cacho,presidente da Administração do

Porto de Aveiro (APA).Em relação a 2005, durante o último ano reg-

istou-se um aumento de 0,62 por cento no totalde carga transaccionada no porto de Aveiro,com 3.349.569,7 toneladas movimentadas, emque 2.302.508,2 representam descargas e1.047.061,5 dizem respeito a carregamentos.

A carga geral foi o tipo de carga mais tran-saccionada (49 por cento), com um considerá-vel aumento de 20,33 por cento relativamenteao ano anterior, logo seguida pelos granéissólidos (35 por cento) e pelos granéis líquidos(16 por cento). Relativamente aos anos anteri-ores, a carga geral, em 2006, «ganhou terreno»em relação a outros tipos de cargas, tendo reg-istado um crescimento de oito por cento.

Apesar de 2006 ter representado, para oporto de Aveiro, um ano de crescimento detráfego positivo, os últimos dois meses do anonão foram tão favoráveis como os restantes,tendo-se registado uma queda acentuada nomovimento de mercadorias, o que levou a quenão se atingisse o crescimento «estimado noinício do ano», explicou José Luís Cacho.

Segundo o presidente da APA, esta quebrarepentina deveu-se «a situações conjunturais,aos efeitos da globalização e às fragilidades»do porto. «As matérias-primas tornaram-semais baratas em mercados mais longínquos,em que são transportadas em vias de maiorcomprimento e dimensão e como o Porto deAveiro não tinha condições para receber essesnavios passaram para outros portos», revelouo responsável. Esta é uma situação que a APAprevê resolver em breve com o lançamento,em 2009, do «concurso das obras necessárias àalteração da Barra de Aveiro, por forma a rece-ber os navios tão desejados, de maior cumpri-mento», de forma a que este porto se tornemais competitivo, adiantou José Luís Cacho.

Mês de Dezembro

A estatística portuária do mês de Dezembrodemonstra que a maior quebra verificou-se noTerminal Norte, em que o total de mercadoriasatingiu apenas 221.382,8 toneladas, valor bas-tante baixo, quando comparado com épocashomólogas dos últimos dois anos, em que esseindicador foi quase o dobro do registado emDezembro de 2006. Também no Terminal Sulverificou-se uma quebra no crescimento, masnão tão acentuada. Pelo contrário, o Terminalde Granéis Líquidos registou até algum cresci-mento, em relação aos últimos dois anos.

Analisando, pormenorizadamente, o movi-mento portuário por tipo de carga no último

mês de 2006, verifica-se que os granéis líquidosforam o único tipo de carga que atingiu umcrescimento positivo. Tanto a carga geral,como os granéis sólidos registaram, em De-zembro último, um decréscimo acentuado,comparativamente com o períodos homólogosde 2004 e 2005. O decréscimo nos vários tiposde carga levou a que se registasse um decrésci-mo de 26,06 por cento, relativamente a Dezem-bro de 2005, totalizando-se 221.382,8 toneladas,em que 142.339,9 correspondem a descargas e79.042,9 representam carregamentos.

Entre Janeiro e Dezembro, as mercadoriascarregadas em maior quantidade no porto deAveiro foram a madeira e cortiça (311.313toneladas); a celulose e desperdícios; cimentos,cal e materiais de construção manifacturados; eprodutos químicos, excepto produtos carbo-químicos. Em termos de mercadorias descar-regadas, os produtos metalúrgicos foram,largamente, aqueles que mais chegaram aoporto (977.450 toneladas), logo seguidos peloscereais, pelos produtos químicos, excepto pro-dutos carboquímicos.

Agentes de Navegação

Três agentes de navegação tiveram, em 2006,uma maior relevância em termos de movi-mento de navios e mercadorias. São eles aAveifoz – Agência de Navegação, Lda., com 387navios agenciados e 608. 920 toneladas movi-mentadas; a Euroline – Navegação e Afre-tamentos, Lda., com 311 navios agenciados e516.022 toneladas movimentadas; e a Guinave –Sociedade de Navegação Guimarães, Lda., com204 navios agenciados e 340. 646 toneladasmovimentadas.

Em termos de empresas de estiva, em 2006,a Socarpor movimentou 1.363.614 toneladasem 473 navios, a Aveiport, 666.135 toneladasem 214 navios, a Vougamar, 451. 590 toneladasem 140 navios, e a Socarmar/Aveiro, 337.558toneladas em 77 navios. Sem intervenção dequalquer empresa de estiva, movimentaram-se530.673 toneladas de mercadoria, tendo sidousados para isso 186 embarcações.

13 anos em análise

Ao comparar os dados desde 1993 a 2006,verifica-se que as cargas efectuadas registaram

o valor máximo em 2006 (1.047 milhares detoneladas), ao passo que as descargas rea-lizadas, durante este ano, demonstraram-seem decréscimo (2.303 milhares de toneladas),quando confrontadas com os últimos cincoanos. Por outro lado, o total de cargas edescargas atingiu o valor máximo no anotransacto - 3.350 milhares de toneladas – valorpróximo daquele que foi verificado em 2005,3.329 milhares de toneladas. Neste últimos 13anos, 1993 foi o pior ano, em termos de totalde cargas e descargas (1.901 milhares detoneladas), constituindo 1997 e 1998 dois anos

de viragem. Com um grande aumento dedescargas, o ano 2002 foi aquele em que maisdescargas se realizaram (2.494 milhares detoneladas).

2006 foi o ano em que se registou uma maiorarqueação bruta, com 3.141 mil GT, indicadorque tem vindo a crescer ao longo dos anos, no-meadamente depois da quebra registada em2000. Em 1998 atingiu-se o máximo de naviosatracados no porto de Aveiro, 1.235, enquantoque 2000 foi o pior ano nesse campo, com 1.011navios aportados.

Quando analisadas as importações e expor-tações efectuadas em 2006, verifica-se que oprimeiro e o terceiro trimestre foram os mel-hores do ano. Apesar de se terem registadomais exportações durante o quarto trimestre,esta foi a pior época do ano, a nível geral. Oprimeiro trimestre foi o melhor período em ter-mos de importações. Agosto e Novembro rev-elaram-se o melhor e o pior mês de 2006,respectivamente.

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Terminado 2006, é altura de rever os resultados da actividade portuária durante o ano transacto e verificar o crescimentode tráfego relativamente aos anos anteriores verificado no porto de Aveiro

Análise da estatística portuária

Movimentação de cargas cresceu em 2006

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Onze empresas apresentaram, naREFER, em Lisboa, propostas para aconstrução do ramal ferroviário deligação da Linha do Norte (em

Cacia) ao porto de Aveiro.No total, sete agrupamentos de

empresas e quatro empresas, demodo individual, concorreram aeste concurso público interna-cional, sendo que a propostamais baixa cifra-se nos 25,9 mil-hões de euros e pertence ao agru-pamento de empresas RamalhoRosa Cobetar/Obrecol, Obras eConstruções SA. Por seu turno, a pro-posta com um valor base mais alto apre-sentado ronda os 37,9 milhões de euros epertence ao agrupamento de empresasSociedade de Construções Soares da Costa,SA/Monte Adriano, Engenharia e Cons-truções, SA.

Dasonze propos-tas apresentadas, desta-que ainda para o agrupamento de em-

pre-sas, que

envolve uma cons-trutora aveirense, Conduril, SA/RosasConstrutores, SA, com uma proposta comum valor base de quase 29 milhões de euros.

A Motaengil, Engenharia e Construções,SA, em conjunto com a Construtora do Tâme-ga, SA, também apresentou uma proposta àREFER, cifrada em quase 28 milhões de euros.

A OPCA – que está a construir o TerminalMultimodal de Cacia (uma das obras envol-ventes à ligação ferroviária ao porto de Avei-

ro) – também concorreu a esta obra juntamen-te com a Edifer – Construções, SA, apresentan-do uma proposta no valor base de cerca de

29,5 milhões de euros.Em termos individuais, a SomagueEngenharia, SA e a Teixeira Duarte,

SA apresentaram, igualmente,propostas para a execução destaobra, com valores próximos dos27,8 e 29,9 milhões de euros,respectivamente.

Sustente-se que este concursopúblico internacional visa a con-

strução da primeira fase da ligaçãoferroviária do porto de Aveiro entre o

Terminal Multimodal de Cacia e o viadutode acesso à Ponte da Gafanha e compreendetrabalhos de obras de arte, estrutura de con-tenção, terraplenagens, drenagens e vedações.

A obra inclui três viadutos, duas pontes eduas estruturas de protecção corresponden-do a 4.500 metros de vão incluindo aproxi-madamente 15 quilómetros de fundaçõesem estacaria, 27 mil metros cúbicos de betãoe 4.500 toneladas de aço e vedações com aextensão de três quilómetros.

Esta empreitada tem um prazo de execuçãode 730 dias (dois anos), a contar da data deadjudicação da obra, e será co-financiada porFundos Estruturais da União Europeia.

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A REFER abriu, no início do ano, as propostas ao concurso para a realização do ramal ferroviário de ligação ao porto de Aveiro

Investimento Prazo de Execução Extensão

Ramal Ferroviário de Ligação (±) 30 Milhões de Euros 2 anos 8,8 Kmao Porto de AveiroTerminal Multimodal de Cacia 7 Milhões de Euros 1 ano 1,6 KmTOTAL (±) 37 Milhões de Euros 10,4 Km

Ligação ferroviária ao porto de AveiroO traçado do Ramal Ferroviário de Ligação ao Porto de Aveiro tem uma extensão de 8,8 quilómetros e desen-

volve-se, grosso modo, de nascente para poente, iniciando-se no Km 274,600 da Linha do Norte (a sudeste dapovoação de Mataduços) e terminando, a norte da Gafanha da Nazaré, no Terminal Norte do Porto de Aveiro.

Os feixes ferroviários localizar-se-ão no interior da área de jurisdição da Administração do Porto de Aveiro eterão como objectivo fundamental «servir os Terminais Específicos do Sector Comercial já construídos ou emfase de construção no âmbito dos Projectos de Financiamento para reestruturação do porto de Aveiro,nomeadamente p FEDER/PIDDAC/Fundos Próprios (prolongamento do Terminal Norte, TerminalEspecializado de Granéis Líquidos e Terminal Roll-On/Roll-Off) e Fundo de Coesão/PIDDAC/Fundos Próprios(Terminal Especializado de Granéis Sólidos, Via de Cintura Portuária – 3.ª fase)», especifica o resumo nãotécnico do projecto.

Plataforma Multimodal de CaciaO projecto de construção da Plataforma Multimodal de Cacia – já em execução – surgiu como sequên-

cia da ligação ferroviária ao porto de Aveiro com o principal objectivo de «redistribuir as mercadoriasprovenientes de e para o porto de Aveiro», refere o resumo não técnico do projecto.

A Plataforma Multimodal de Cacia ocupa uma área de 14,43 hectares e como elementos principais apresen-ta um conjunto de feixes de linhas com capacidades e funções distintas, uma área de contentores de 29.300metros quadrados e edificações de apoio com o edifício administrativo e a portaria de acesso ao terminal.

Ligação ferroviária ao porto de Aveiro

Onze empresas concorrem à obra

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Tendo em conta a fase de transiçãoque caracteriza actualmente o portode Aveiro e o imperativo primário deaproveitamento e potenciação das

suas novas valências infra-estruturais nocontexto do mercado nacional, ibérico einternacional, a visão do porto no horizontede 2015 foi definida, fundamentalmente,com base nas características endógenas doporto de Aveiro, por forma a valorizar e ex-plorar os seus pontos fortes e a eliminar, ouminimizar, os seus pontos fracos.

Assim, a visão perspectivada para 2015é a seguinte: «o porto de Aveiro será umdos mais dinâmicos e competitivos por-tos da Faixa Atlântica da Pe-nínsula Ibérica no transportede curta e média distância,e possuirá um amplopólo de desen-volvimento logísti-co e industrial».

Para a prosse-cução desta visãoforam definidostrês objectivosestratégicos: alar-gar e potenciar ohinterland; rea-lizar o potencial decapacidade em reser-va; e melhorar a ofertade serviços portuários.

Com os dois primeirosobjectivos, a Administração doPorto de Aveiro (APA) pretende,fundamentalmente, potenciar «os fac-tores de competitividade endógena doporto, aproveitando a boa inserção territo-rial do porto, decorrente do dinamismoeconómico do hinterland, da posiçãogeográfica central do porto nesse mesmohinterland, dos bons acessos terrestres e daausência de pressão urbanística; e a gran-de capacidade em reserva ao nível daacostagem de navios, da utilização de ter-raplenos e da valorização dos terrenos emreserva para a instalação de actividadeslogístico-industriais».

Com o terceiro objectivo, pretende-se «mi-nimizar os obstáculos ao desenvolvimentodo porto, decorrentes das limitações do seuacesso marítimo, e superar os constrangi-mentos detectados ao nível dos processosde gestão e operação portuária».

Alargar e potenciar o hinterland

De acordo com o plano estratégico,alargar e potenciar o hinterland encerraduas perspectivas: uma geográfica e outraeconómica. Na perspectiva geográfica, pre-tende-se alargar o actual hinterland doporto de Aveiro ao interior do país e àregião a noroeste de Madrid, «em função damelhoria dos acessos rodoviários (IP5/A25)e da integração na rede ferroviária».

Na perspectiva económica, pretende-se«potenciar o dinamismo económico do hin-

terland, através do aumento e diversificaçãodas mercadorias movimentadas, abrangen-do novos mercados, incluindo a introduçãode nichos de mercado de contentores eTMCD, e aumentando o número de clientes,com especial enfoque para os clientes instal-ados no porto, designadamente nos espaçosem reserva».

Realizar o potencialde capacidade em reserva

A realização do potencial de capacidadeem reserva contempla, igualmente, duasópticas de abordagem.

Por um lado, pretende-se «transformar acapacidade disponível de acostagem e de

terraplenos num factor de melhoria de oper-ação portuária, através, nomeadamente, daminimização do tempo de espera dosnavios e da maximização do aproveitamen-to da capacidade de armazenagem».

Por outro lado, dever-se-á «potenciar asvantagens estratégicas da grande reserva deterrenos disponíveis, cerca de 190 hectares,decorrentes da sua boa inserção geográfica edo acesso a cais de acostagem (possibilidadede cais de uso privativo), para a instalaçãode actividades logísticas e industriais uti-lizadoras do porto, transformando o espaçonum pólo de desenvolvimento económico

da região».

Melhorar a ofertade serviços portuários

A melhoria da ofer-ta de serviços por-

tuários deverá sersuportada na re-solução de umconjunto de con-strangimentos,de forma a au-mentar a com-

petitividade doporto e a sua capa-

cidade de respostaàs necessidades dos

clientes. Desses cons-trangimentos, a APA desta-

ca «a melhoria do acesso marí-timo ao porto; a concretização da

ligação à rede ferroviária; a adequação daoferta de super-estruturas e equipamentosàs solicitações do mercado; a flexibilização eaumento da produtividade das operaçõesde estiva; a modernização (informatização esimplificação) dos procedimentos adminis-trativos e aduaneiros; e a optimização daorganização funcional das operações por-tuárias e a coordenação entre os diferentesagentes e actores portuários».

34 acções/projectosde intervenção1- Melhoria dos acessosA) Estudo de navegabilidade do acesso ao portoB) Dragagens de estabilização do acesso ao portoC) Estudo de reconfiguração do acesso/barra

do portoD) Construção do acesso ferroviárioE) Conclusão da 3.ª fase da via de cintura por-

tuária

2- Ordenamento territorialA) Elaboração do plano de ordenamento territo-

rial do Pólo de Desenvolvimento EconómicoB) Criação de uma zona tampão entre o porto

e a zona urbana envolventeC) Implementação de um sistema de infor-

mação geográficaD) Concretização do projecto da marina da

Barra

3- Passagem para o Modelo de Landlord porA) Preparação do concurso público interna-

cional para a concessão dos terminais decarga seca da zona norte

B) Lançamento do concurso público interna-cional para a concessão dos terminais decarga seca da zona norte

C) Adjudicação da concessão dos terminais decarga seca da zona norte

D) Reorganização dos serviços de exploraçãoportuária decorrente da concessão

4- Melhoria do enquadramento organiza-cional e regulamentarA) Elaboração do Regulamento de ExploraçãoB) Conclusão da actualização do sistema

GesporC) Conclusão da implementação do sistema de

informação de gestão da APA (GIAF)D) Implementação do sistema VTSE) Reorganização dos serviços de coorde-

nação e controlo do movimento portuáriodos navios

F) Conclusão do processo de gestão ambientalG) Elaboração do sistema de qualidade interno

da APAH) Clarificação do quadro de intervenção da

mão-de-obra portuária

5- Promoção da actuação comercialA) Elaboração de um estudo de marketingB) Elaboração de um plano comercialC) Elaboração de um plano de promoção e

relações externasD) Criação na APA de um observatório de

mercadoE) Elaboração de um dossier do investidor do

Pólo de DesenvolvimentoF) Criação na APA de um gabinete de apoio ao

cliente

6- Envolvimento da comunidade portuáriaA) Institucionalização de um órgão com funções

consultivas envolvendo toda a comunidadeportuária

B) Parcerias com a comunidade intraportuáriaC) Parcerias com a comunidade extraportuáriaD) Simplificação e informatização dos procedi-

mentos administrativos e aduaneirosE) Elaboração da carta de qualidade do porto

de AveiroF) Promoção conjunta do porto de Aveiro

O Plano Estratégico do Porto de Aveiro, apresentado no início do ano passado, define as orientaçõesestratégicas da administração portuária, tendo como horizonte os próximos 10 anos

Apresentado em 2006

Plano Estratégico defineobjectivos a 10 anos

Novos projectos para 2007� Plataforma Logística� Exploração, no início de 2007, do Terminalde Granéis Sólidos� Concessão da operação portuária noTerminal Norte em marcha (concurso lançadoem 2007)

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ABP Portugal e a Administração do Portode Aveiro (APA) assinaram um contra-to de concessão para a construção, ins-talação e exploração comercial de um

parque de armazenagem de combustíveislíquidos no Porto de Aveiro. Esta infra-estrutu-ra estará concluída dentro de 24 meses, estan-do a concessão definida para um período míni-mo de 22 anos, num investimento entre 20 a 25milhões de euros.

De acordo com António Comprido, presi-dente da BP Portugal, a concretização destaparceria é um acto que considera «muito im-portante» para ambas as partes, porque «per-mite ao porto de Aveiro desenvolver as várias

valências», ao mesmo tempo que se insere nu-ma estratégia de desenvolvimento dos planosde abastecimento da multinacional.

O responsável, que assume um «carinhomuito grande por Aveiro», afirmou, na cer-imónia de assinatura do contrato de concessão,que há muito procurava um porto que servissee apoiasse a BP Portugal no armazenamentode combustíveis e que «estivesse de acordocom o posicionamento» da empresa em Portu-gal, esperando, com este investimento, dar um«contributo para o crescimento desta região».

É objectivo da BP reforçar a sua posição naRegião Centro do país e, «mais importante,diversificar as fontes de abastecimento», sendo

que a empresa espera movimentar, com aactual tipologia de navios que podem movi-mentar-se no porto de Aveiro, entre dois a trêsnavios de 16 mil toneladas por mês.

António Comprido frisou que este investi-mento serve os interesses da empresa, tantoestratégicos (diversificação de produtos) comooperacionais (optimização de custos, pela pro-ximidade aos abastecimentos na RegiãoCentro).

José luís Cacho, presidente do Conselho deAdministração da APA, adiantou que, comestas novas infra-estruturas, prevê-se um«crescimento exponencial do porto de Aveiro»,designadamente com a «duplicação, em dois a

quatro anos, da movimentação da carga» nestaestrutura portuária.

Dentro de dois anos, a BP Portugal terá a funcionar, no Terminal de Granéis Líquidos do porto de Aveiro, um parque de armazenagemde combustíveis líquidos, uma infra-estrutura que representa um investimento de 23 milhões de euros

Porto de Aveiro recebe parque de armazenagem de combustíveis líquidos

BP Portugal opera a partir de Aveiro

A BP Portugal vai investir cerca de 23 mil-hões de euros num armazém de combustíveis,a construir no porto de Aveiro. Em entrevistaao Diário de Aveiro – publicada a 19 deSetembro no caderno DA Economia -, AntónioComprido, presidente da BP Portugal, sustentaque este é um projecto «importante para odesenvolvimento da BP em Portugal»

Por quê a aposta no porto de Aveiro?Em 1999, fizemos uma análise das fraquezas

e dos pontos fortes e verificámos que temosum grande desequilíbrio entre a nossa imple-mentação, a nossa dimensão, enquanto empre-sa de comercialização de combustíveis, e anossa infra-estrutura logística em temos dearmazenagem e de distribuição. Também sen-timos que a zona Norte e Centro Norte têmtambém algum défice face às naturais limi-tações da nossa instalação, em Matosinhos, etambém das próprias características do Portode Leixões, das dificuldades que por vezesexistem, principalmente nos meses de Inverno.

E então pensaram construir um novoarmazém…

Sabemos que as refinarias nacionais vão con-tinuar a ser a principal fonte de abastecimentopara as operações da BP em Portugal. Mas achá-mos que era importante para a BP, até em ter-mos de diferenciação de produtos, ter maiorcapacidade de importação e de armazenagemde produtos não dependentes do aparelho refi-nador nacional. Explorámos as várias necessi-dades e encontrámos a possibilidade do Portode Aveiro, que estava em desenvolvimento, tin-ha criado um terminal petrolífero, tinha nego-ciado com alguns operadores locais de alguma

dimensão, econseguimos umacordo com um desses operadores eadquirir o direito que tinha concedido e avan-çámos para o Porto de Aveiro, porque seenquadra bem nessa óptica de complementar anossa rede.

Numa política de proximidade…É nessa lógica que o terminal de Aveiro se

integra, dar à BP uma maior flexibilidade parapoder tirar partido de ser parte de uma empre-sa internacional que tem o seu próprio apare-lho refinador, tem um sistema de trading anível mundial que é dos mais desenvolvidos edos mais importantes nesta área. Portanto,comprando às nossas refinarias ou comprandoa outras refinarias, pode-nos colocar cá produ-tos com qualidade diferente, eventualmente, apreços vantajosos. E, portanto, foi com o intuitode reequilibrar a nossa dimensão comercialcom a nossa dimensão logística, que apostá-mos no terminal de Aveiro.

Qual será a capacidade deste terminal?São cerca de 120 mil metros cúbicos, que em

princípio,movimentará à volta

das 500 mil toneladas anuais, quan-do entrar em velocidade cruzeiro. Tem váriostanques de gasóleos e gasolinas, vai ser um ter-minal muito evoluído tecnologicamente. O ter-minal de Aveiro encaixa muito bem nesta novaestratégia, quer pela sua posição geográfica,quer pelas possibilidades que nos vai dar para acriação de outras alternativas à introdução deprodutos no mercado português.

Na cerimónia de assinatura do contrato deconcessão, falou que há muito procurava umporto que servisse a BP e que estivesse deacordo com o posicionamento da empresa emPortugal. Qual é esse posicionamento?

Pensamos que é um projecto importantepara a região e para o país. Portugal não temtirado tanto partido quanto deveria do facto deter uma costa atlântica, que podia ser umaporta de entrada para Europa ou, pelo menos,para a Península Ibérica. Achamos que Aveiroentendeu isso, tem bons acessos por estrada epor caminhos-de-ferro. Achamos que é umporto pluridisciplinar, porque não está muito

dependente do monoproduto e, consequente-mente, está mais defendido relativamente acrises e, por todas essas razões, é um projectoindustrial de envergadura, com visão.

Em Aveiro, afirmou que este investimentoserve os interesses tanto estratégicos comooperacionais da empresa. De que forma?

Em termos operacionais, porque temos umaimplantação, em termos de rede de clientes, nazona centro do país que nos permite minimizaros custos de distribuição e, consequentemente,melhorámos as nossas margens e temos preçosmais competitivos. No aspecto estratégico,naquela lógica de queremos ter cada vez maisflexibilidade para introduzir novos produtos eprodutos diferenciados e, assim, sermos donosdas nossas próprias instalações, para podermosdefinir como as utilizar. Portanto, dá-nos essaflexibilidade, que se casa muito bem com onosso pensamento estratégico que implica quea empresa esteja sempre à procura de trazerpara Portugal os produtos mais competitivosque conseguir desenvolver a nível mundial.

Qual é a importância da Região Centro noquadro dos clientes da BP?

Tem bastante importância. As operações daBP espalham-se pelo país todo, mas obviamen-te, todos sabemos que o litoral, o centro, a faixaentre Viana do Castelo e Setúbal e o litoral algar-vio são as zonas mais densamente populosas,com maior crescimento e com maior actividadeeconómica e, portanto, Aveiro encaixa perfeita-mente dentro dessa zona, que é uma zona bas-tante importante para nós, até porque temvários pólos de desenvolvimento importantes,tal como Coimbra, Leiria, Viseu, Guarda.

Projecto em números� 23 milhões de euros – investimento previsto para a

construção do novo terminal de armazenagem decombustíveis da BP Portugal

�50 mil metros quadrados – área total do terminal daBP Portugal no porto de Aveiro

�120 mil metros cúbicos – capacidade de armazena-gem de gasolina e gasóleo

� 180 mil toneladas – carga prevista movimentardurante este ano

�480 mil toneladas – carga anual prevista movimentara partir de 2008

Novo armazém de combustíveis no porto de Aveiro

Projecto «é importante para o desenvolvimento da BP»

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