Espiritualidade

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ESPIRITUALIDADE: ESPIRITUALIDADE: ALGUMAS ALGUMAS REFLEXÕES REFLEXÕES Jean Bartoli [email protected]

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Page 1: Espiritualidade

ESPIRITUALIDADE: ESPIRITUALIDADE: ALGUMAS ALGUMAS

REFLEXÕESREFLEXÕES

Jean [email protected]

Page 2: Espiritualidade

O SER HUMANO ?O SER HUMANO ?

�Natura

�Cultura

�Aventura

Carlos Josafá

Page 3: Espiritualidade

PARADOXOS DA NOSSA REALIDADEPARADOXOS DA NOSSA REALIDADE

Fonte: Eduardo Cruz

MATERIALTangível

ESPIRITUALIntangível

Posse

Controle

Previsão

Pertença

Seguimento

Gratuidade

Autonomia

Heteronomia

Page 4: Espiritualidade

SER HUMANOSER HUMANO

� Projeto de realização

� Feixe de virtualidades

� Possibilidade de fracasso, de fixação e de desvios.

Page 5: Espiritualidade

A CONSCIÊNCIAA CONSCIÊNCIA

CRÍTICA

SAPIENCIAL

Page 6: Espiritualidade

VÁRIOS NÍVEIS DA VÁRIOS NÍVEIS DA EXPERIÊNCIA HUMANAEXPERIÊNCIA HUMANA

NÍVEIS DE EXISTÊNCIA

SENTIR CONHECER AGIR

FUNÇÕES TEÓRICAS

Perceber Analisar Julgar

FUNÇÕES PRÁTICAS

Consentir Discernir/ Decidir

Fazer

PROJEÇÃO DE VIDA

Sentir Desejar Realizar

CULTURAS Associar Interpretar Transformar

Márcio Fabri

Page 7: Espiritualidade

Afetividade

Soc

ializ

ação

Conhecimento : Verdade

EGO

SER HUMANO

Carlos Josafá

Page 8: Espiritualidade

HARMONIA PRIMITIVAPassado

RECONCILIAÇÃOFuturo

REALSER

ESSÊNCIA

Fonte: Eduardo Cruz

APARÊNCIASESTAR

EXISTÊNCIA

Page 9: Espiritualidade

RAZÕES DA ALIENAÇÃORAZÕES DA ALIENAÇÃO� Nossa fuga de responsabilidade pessoal. Perdemos

o contato conosco mesmos porque permitimos que outra pessoa ou outra influência qualquer tomam decisões pessoais em nosso lugar.

� Somos treinados e estimulados para distribuir nossa vida rigidamente em compartimentos. Disto resulta a perda do senso da nossa própria inteireza e de nossa integridade.

� Segue a impressão de confusão, de fragmentação da vida e de destruição da própria personalidade.

� Segue a pergunta: "De que modo podemos voltar a manter contato conosco mesmos?"

Page 10: Espiritualidade

DESPERTARDESPERTAR ESPIRITUALESPIRITUALHOJEHOJE??

�Recurso ao ocultismo�Interesse pela meditação oriental�Movimentos religiosos

comunitários�Sensibilidade diante da dimensão

transcendente da experiência.

Page 11: Espiritualidade

TRÊS INTERROGAÇÕES TRÊS INTERROGAÇÕES SOBRE O HOMEMSOBRE O HOMEM

�Sua unidade e sua unicidade

�Sua margem de liberdade e sua responsabilidade moral

�Sua mortalidade.

Page 12: Espiritualidade

O INDIVÍDUO NAS O INDIVÍDUO NAS TRADIÇÕES TRADIÇÕES RELIGIOSAS:RELIGIOSAS:

ALGUNS EXEMPLOS.ALGUNS EXEMPLOS.

Page 13: Espiritualidade

BIOSFERA

ESFERA HUMANA

ESFERA ECONÔMICA

RELAÇÃO DE INCLUSÃO ENTRE TRÊS ESFERAS

René Passet

Page 14: Espiritualidade

ROSTO:Sentimentos, Sombra

CORAÇÃO:Consciência

NOMEEssência do ser

SOPRODom divino

HOMEM EGÍPCIO

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TERRAAdamah

HOMEM:BassarNefesh

DEUSNESHAMARespiração

RUAHSopro

Genese

HOMEM BÍBLICO

Page 16: Espiritualidade

Nous:Parte divina,Visão direta

do Ser

Psyché:Percepção, razão,Intuição,

pensamento (lógico e prático)

Soma

O HOMEM GREGO

Page 17: Espiritualidade

CABEÇA:Consciência e razão

CORAÇÃO:Estados da alma

FÍGADO:Sentimentos e

Paixões irracionais

HOMEM MAYA

Page 18: Espiritualidade

O HOMEM AFRICANOO HOMEM AFRICANO

� Multiplicidade dos elementos constitutivos de nossa natureza.

� Tendência à dispersão� Equilíbrio instável: pode ser destruída por

inimigos ocultos� Busca de uma proteção oculta� Primazia do invisível� Dupla rede de dependências:

– Vertical: ancestrais, gênios e deuses– Horizontal: ascendentes e colaterais do mesmo sangue.

Page 19: Espiritualidade

BUDISMO: QUATRO BUDISMO: QUATRO VERDADES NOBRESVERDADES NOBRES

�Existência da dor

�Sua causa

�Os meios para eliminá-la

�Sua extinção

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Thymos

Psyché

Soma

Modelo: Fukuyama

Page 21: Espiritualidade

Coração(Espírito

Eu profundo)

Alma

CorpoSOMA

PSYCHÉ

THYMOSNOUS

Page 22: Espiritualidade

NousParte espiritual

ThymosParte emotiva

EpithymiaParte cobiçosa

Modelo: Evágrio Pôntico

Page 23: Espiritualidade

O CORAÇÃO... INTELIGENTEO CORAÇÃO... INTELIGENTE� O coração significa na Bíblia e na tradição cristã,

principalmente oriental, o que o espírito ou o “eu profundo” representam em outras tradições: o lugar não só da afetividade mas também da inteligência, do conhecimento, da escolha e da decisão.

� Seria, por assim dizer, o centro o mais central do ser humano, a interioridade mais interior onde o homem todo é chamado a se recolher e a superar-se.

� Poderia ser designado, também, como o “supra-consciente” onde domina não o princípio de prazer mas o desejo de significado, onde o homem se acha religado ao Absoluto pela sua irredutível liberdade.

Page 24: Espiritualidade

PENSAMENTOS QUE PODEM PENSAMENTOS QUE PODEM DOMINAR O HOMEMDOMINAR O HOMEM

EPITHYMIA (PARTE COBIÇOSA)

THYMOS (PARTE EMOTIVA)

NOUS (PARTE ESPIRITUAL)

GULA (medo de morrer de

fome)

TRISTEZA AMBIÇÃO (ser visto pelos outros)

LUXÚRIA (refugiar-se num mundo

de aparências)

CÓLERA INVEJA (comparação de si

mesmo com os outros)

COBIÇA (ânsia por tranquilidade)

ACÍDIA (incapacidade de fazer-se

presente no momento atual)

HYBRIS (identificação com a

imagem ideal)

Evágrio Pôntico

Page 25: Espiritualidade

GRANDES TEMAS GRANDES TEMAS PRESENTES NA PRESENTES NA

BUSCA ESPIRITUAL BUSCA ESPIRITUAL E RELIGIOSAE RELIGIOSA

Page 26: Espiritualidade

TRÊS GRANDES TEMASTRÊS GRANDES TEMAS

�O mal, a morte e o sofrimento

�A salvação, as libertação e a felicidade

�A ética, uma lei e alguns mandamentos, alguns caminhos de libertação.

Page 27: Espiritualidade

O MALO MAL�Buda: tudo é dor porque tudo é

impermanente.�Gregos: o mal decorre essencialmente

da liberdade humana.� Judeo-cristianismo: o mal decorre de

um pecado voluntário, da ruptura da ordem querida por Deus.

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A SALVAÇÃO, A A SALVAÇÃO, A LIBERTAÇÃO, A FELICIDADELIBERTAÇÃO, A FELICIDADE

� Buda: o nirvanáé a extinção da sede e do desejo, atingida por uma tomada de consciência radical que conduz o homem num longo caminho ascético e cognitivo.

� Para os gregos, o ser humano é o único responsável pela busca da própria felicidade.

� O Islã concebe o acesso ao paraíso como pura concessão da vontade divina.

� O judeo-cristianismo promete uma salvação que é dom de Deus e participação do homem.

Page 29: Espiritualidade

OS CAMINHOS, A LEI, A OS CAMINHOS, A LEI, A ÉTICAÉTICA

� A ação ritual integra-se na concepção de uma ordem do mundo ou das coisas garantida pelos deuses.

� A noção de lei divina aparece nas religiões monoteístas.

� A lei remete a uma ética, reflexão sobre o ethos(conjunto de comportamentos que cria uma segunda natureza).

� Esta segunda natureza é adquirida pela prática de atos virtuosos.

Page 30: Espiritualidade

BIG BANG E CABALABIG BANG E CABALA

� O universo teve início com uma explosão e algum resíduo do tremendo calor desprendido seria uma radiação cósmica de fundo que perpassaria todo o universo.

� Segundo a Cabala, antes da criação a divindade se concentrou num ponto que pertence à esfera do infinito, Ein Sof, a partir do qual o universo se expande. Algum resíduo da luz divina que explodiu naquele momento de expansão ainda persiste.

Fonte: Friedman

Page 31: Espiritualidade

PARALELOS ENTRE FÍSICA PARALELOS ENTRE FÍSICA MODERNA E MISTICISMO ORIENTALMODERNA E MISTICISMO ORIENTAL

� A unidade de todas as coisas

� Além do mundo dos opostos

� Espaço-tempo

� O universo dinâmico

� Vazio e forma

� A dança cósmica

� Simetrias Quark: um novo Koan?

� Padrões de mudança

� Interpenetração

Fonte: Capra

Page 32: Espiritualidade

ALGUNS ASPECTOS DA ALGUNS ASPECTOS DA TEOLOGIA BÍBLICATEOLOGIA BÍBLICA

Fonte: Márcio Fabri dos Anjos

Page 33: Espiritualidade

OS CÓDIGOS BÍBLICOSOS CÓDIGOS BÍBLICOS

CÓDIGO DE PUREZA

� Experiência forte

� Israel estabelecido

� Templo

� Capital Jerusalém

� Sacerdócio real

� Matriz Social

CÓDIGO DE ALIANÇA

� Experiência fundante

� Exodo, libertação

� Sair : busca do caminho da vida

� Profetas e Juízes tentando reunir o povo em vista da vida.

Page 34: Espiritualidade

PERDÃO DOS PECADOSPERDÃO DOS PECADOSPROXIMIDADE DE DEUSPROXIMIDADE DE DEUS

PUREZA

� Ritual, culto

� Purificação, sacrifícios, ofertas para superar a impureza do pecado

� Pecado é violação da Lei, das prescrições.

ALIANÇA � Justiça, Amor, Aliança e

Solidariedade

� Denúnica profética da atitude cultualista e proposta de atitudes existenciais

� Abominação da injustiça e do descompromisso entre as pessoas.

Page 35: Espiritualidade

INCIDÊNCIA DOS CÓDIGOS INCIDÊNCIA DOS CÓDIGOS NA CONCEPÇÃO DE DEUSNA CONCEPÇÃO DE DEUS

PUREZA

� Santidade de Deus

� Teofanias

� Deus terrível, vingativo, ciumento.

� Deus causa morte

� Deus gera privilégios : alguns são escolhidos e privilegiados.

ALIANÇA

� Misericordioso

� Libertador

� Se comove com quem sofre

� Vingador do injustiçado

� Proximidade com ele gera vida

� Cria igualdades.

Page 36: Espiritualidade

A VIA DO AMORA VIA DO AMOR� Cristianismo: no sentido de acolhida do outrro e

de doação, é o único caminho proposto pelo Cristo.

� Cabala: Deus tem dois braços, o do rigor e o da graça.

� Budismo: a compaixão ativa para todos os seres vivos é uma intensificação da benevolência universal.

� Hinduismo: a bakhtisignifica instaurar uma relação amorosa com a divindade que permite uma união total com ela.

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FATORES CONSTITUTIVOS DA FATORES CONSTITUTIVOS DA CONSCIÊNCIA OCIDENTAL CONSCIÊNCIA OCIDENTAL

� O conhecimento da morte : revelado no Antigo Testamento.

� O conhecimento da liberdade : revelada pela unicidade da pessoa nos ensinamentos de Jesus Cristo.

� O conhecimento da sociedade : revelada pelo fato que vivemos numa sociedade industrial.

fonte : Karl Polanyi

Page 38: Espiritualidade

CONSEQÜÊNCIASCONSEQÜÊNCIAS� O homem aceitou a realidade de sua morte e

construiu o sentido da sua vida física.� O homem aceitou a verdade de que pode

perder a própria alma e que isto é pior do que a morte : nesta consciência fundamentou a própria liberdade.

� Aceitando sem se queixar a realidade da sociedade, acha coragem e força para tentar suprimir toda injustiça e todo atentado à liberdade.

fonte : Karl Polanyi

Page 39: Espiritualidade

ALGUNS ALGUNS DESAFIOSDESAFIOS

Page 40: Espiritualidade

ConhecimentoCientífico

Símbolo

Símbolo

CONHECIMENTO

Fonte: Eduardo Cruz

Page 41: Espiritualidade

LINGUAGEM SIMBÓLICALINGUAGEM SIMBÓLICA

Existem duas espécies de sinais:� Sinais arbitrários: puramente indicativos,

remetem a uma realidade significada,presente ou apresentável.

� Sinais alegóricos que remetem a umarealidade significada difícil de serrepresentada. Figuram concretamente umaparte da realidade por eles significada.

Page 42: Espiritualidade

O SÍMBOLOO SÍMBOLO

� Lalande (Vocabulário técnico e crítico da filosofia, editora Martins Fontes) define o símbolo como “todo sinal concreto que evoca, por uma relação natural, algo ausente ou impossível de ser percebido”.

� O símbolo vale por si e é a transfiguração de uma representação concreta, fazendoaparecer um sentido secreto: é a revelação de um mistério.

Page 43: Espiritualidade

OS DOIS LADOS DO OS DOIS LADOS DO SÍMBOLO (Ricoeur)SÍMBOLO (Ricoeur)

A parte visível de todo símbolo autêntico possui trêsdimensões concretas:

Cósmica : encontra sua figuração no mundoconcreto

Onírica : encontra suas raízes nas lembranças, nosgestos que emergem dos nossos sonhos, partemuito concreta da nossa vida íntima.

Poética : jorra da linguagem mais viva e maisconcreta.

A parte invisível, de representações indiretas, de sinais alegóricos inadequados, constitui uma lógica a parte.

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ESPIRITUALIDADE E ESPIRITUALIDADE E CULTURACULTURA

Uma sociedade possui uma cultura, no sentido profundo da palavra, somente quando é capaz de engajar-se a serviço de certos ideais, de certos mitos, de certas crenças.

Ter uma cultura é saber situar-se em relação ao universo e aos outros homens, ao passado e ao futuro, ao prazer e ao sofrimento, à vida e à morte.

Pierre Thuillier

Page 45: Espiritualidade

UMA ESPIRITUALIDADE UMA ESPIRITUALIDADE CONTEMPORÂNEA?CONTEMPORÂNEA?

� Espiritualidade como opção fundamental e horizonte significativo da existência.

� Espiritualidade como experiência de Deus.

� Espiritualidade como compromisso com o mundo.

� Espiritualidade libertadora.

� Espiritualidade comunitária.

Page 46: Espiritualidade

PROVÉRBIO ÁRABEPROVÉRBIO ÁRABE� Plante uma idéia

e colherás um hábito

� Plante um hábito e colherás um caráter

� Plante um caráter e colherás um destino.

Page 47: Espiritualidade

UPANISHAD IV, 4.5UPANISHAD IV, 4.5

� O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.

� O que for o teu desejo, assism será tua vontade.

� O que for a tua vontade, assim serão teus atos.

� O que forem os teus atos, assim será teu destino.