Afonso Murad

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ESPIRITUALIDADE E

EDUCAO:

O OLHAR DO TELOGO

APROXIMAR-SE DO MISTRIO...

No um enigma matemtico a resolver, ou algo obscuro, mas sim uma fonte inesgotvel, sempre

nova, da qual nos aproximamos com fascnio e

respeito.

O telogo no discorre acerca da espiritualidade como doutor, e sim como peregrino e aprendiz, que

partilha sua experincia e seu conhecimento.

O que existia desde o princpio,

o que vimos e ouvimos, o que vimos com nossos

olhos, o que contemplamos e nossas mos tocaram

do logos da vida,

Disso damos testemunho e anunciamos,

para que vocs estejam em comunho conosco, com

o Pai e com o Filho Jesus Cristo.

E que a nossa alegria seja completa (cf.1 Jo 1,1-4)

A ESPIRITUALIDADE EM ANALOGIAS

A seiva da rvore da existncia (Sl 1)

O bosque com sua diversidade

Antenas para captar e decodificar os sinais

de Deus na vida (Mt 16,3)

Alento nas tempestades da vida

(Mt 14,22-27)

Trilhar um caminho de iluminao

(Sl 36,9; 2Cor 3,17)

ANALOGIA DO AMOR HUMANO (CT 8, 6-7)

Encantamento e atrao.

Encontro.

Repouso.

Cultivo.

Rotina risco de perda do encantamento.

Reencantamento.

Amadurecimento.

Certa vez, um europeu que viajava pelo oriente, conheceu uma linda

mulher chinesa, numa estao de trem. Encantou-se por ela, mas

tinha dificuldades de se comunicar, pois no conhecia seu idioma.

Quando voltou, ele comeou a aprender o mandarim, para se

comunicar com sua amada. Os dois se correspondiam

constantemente e alimentavam o amor atravs das cartas. Enquanto

isso, ele mergulhou no estudo da lngua e da cultura chinesa, num

esforo gigantesco, a ponto de se tornar um especialista no assunto.

Ento, foi requisitado em muitos lugares para cursos e eventos. No

tinha mais tempo para escrever sua amada, e ela nem sabia onde

encontr-lo, pois ele viajava constantemente. O homem se tornou um

personagem importante. Mas abandonou a mulher que o motivou a

aprender o mandarim.

PARBOLA DO ENCONTRO NA ESTAO

ESPIRITUALIDADE EM CONCEITOS

Cultivo da relao com o sagrado, que d consolo, esperana e sentido para a existncia.

Vivncia da f que motiva as aes e alimenta nossas convices.

Jeito de viver o seguimento de Jesus.

A espiritualidade se expressa em ritos e devoes, mas no se reduz a isso.

Sim, porque Ele se revelou a ns (corrente kataftica).

Em parte, pois Ele sempre maior do que nossas representaes humanas (corrente apoftica).

POSSVEL CONHECER A DEUS?

Bendito sejas, Pai,

pela sede que despertas em ns

pelos planos arrojados que nos inspiras,

pela chama que s Tu mesmo

crepitando em ns...

Que importa que a sede

fique em grande parte insatisfeita?...

Ai dos saciados!

(Dom Helder Cmara)

Seguir a Jesus, entrar no seu caminho de vida,

aprender com ele.

NCLEO DA ESPIRITUALIDADE CRIST

ESPIRITUALIDADE E AS VIRTUDES TEOLOGAIS

COMO CRESCER NA OPO POR JESUS?

VIAS DO SEGUIMENTO

Mstica

Autoconhecimento

Autodisciplina

Engajamento

Sabedoria

1. VIA DA MSTICA:

CULTIVAR A INTIMIDADE COM DEUS

A PRTICA DA ORAO

Manter-se enraizado(a) em Deus.

Exercitar a entrega, a ao de graas e a splica.

Meditar a Palavra de Deus.

Preparar a mente e o corpo. Colocar-se na presena de Deus.

Invocar o Esprito Santo.

Ler o texto bblico, imaginando as cenas, as pessoas, as palavras.

Silenciar.

Conversar com Jesus (pedir, agradecer, louvar).

LEITURA ORANTE BSICA

Leitura orante em

10 passos

Ter uma comunidade de referncia.

Fazer silncio e se retirar, nos momentos mais exigentes.

Exercitar a orao de discernimento e assumir o risco das decises.

A cada ano fazer seu projeto pessoal de vida e revisit-lo periodicamente.

CULTIVO PESSOAL DA ORAO

RISCOS DA ESPIRITUALIDADE REDUZIDA

DEVOO E AOS RITOS

Religiosidade para satisfao pessoal.

Encobrir questes humanas mal resolvidas.

Autossuficincia religiosa.

2. AUTOCONHECIMENTO

Quem conhece a si prprio(a) aprende a lidar com seu lado luminoso, as sombras e o lado tenebroso.

Quanto mais algum se conhece, mais tem condies de livremente optar por Jesus.

A espiritualidade mais do que autoconhecimento ou autoajuda. Trata-se de se conhecer luz do

amor de Deus.

Riscos: psicologismo, individualismo.

3. AUTODISCIPLINA (ASCTICA)

Esforo pessoal para cultivar atitudes boas e internalizar hbitos positivos.

Potencializa a vontade e a superao dos limites.

Riscos:

- Rigidez e intolerncia.

- Autossuficincia.

4. ENGAJAMENTO

Deus Amor. Quem se engaja pelo bem dos outros, toca o mistrio de

Deus (1 Jo 4,16).

Formas de Amor:

- Aos que esto prximos (famlia,

amigos)

- Aos que mais necessitam.

- Por uma nova sociedade justa,

inclusiva e sustentvel.

CIRANDA (ELISA LUCINDA)

No conheo o amor abstrato. Conheo o amor pelo outro, pela

ptria e pelo futuro, pela vida, pela obra. Defender a dignidade do

homem , no mnimo, uma conexo ideolgica, uma posio

ecolgica, uma convico.

Tocar harpa do tempo a muitos dedos. Vencer o mito da impotncia

(h muitos medos). Sei que no se pode mudar os comeos: os

meninos escravos, as meninas prostitutas, as famlias exploradas

nos campos e nas cidades. ... ora, no se pode mudar o comeo. A

Histria no d r, natural. Mas se pode mudar o final.

Por isso, gosto de agir no meio. Por meio disso, encontro um meio

genial de provocar mudanas nesses destinos, oferecendo meios ao

meu igual.

Se um se multiplica, o vento sopra sobre as sementes e a chuva

realiza sua bno, ser trigo a ao da gente, ser mesa farta de

po, ser eterno o milharal!

Penso em voc, na capacidade que tem de ler, se eu ensinar. Na

vocao que tem de transformar, se eu informar.

Que os mares da generosidade jamais desabasteam meus

caminhos. Que sejam sustentveis os desenvolvimentos, no

espordicos, no bambos, no endividados, no iluses ocas desse

tempo.

Filantropia para mim no exibio. Nem um negcio para Deus

me dar em dobro depois. Tampouco dar feijo com arroz.

Falo de instrumentar o plantador, viabilizar-lhe a enxada do seu

sujeito, a bssola do seu trajeto, o trator infinitamente potente para

que seja sempre sua a lavoura.

Sei que na ponta do fato est a arma, no bero est o medo. A quero

atuar antes do desespero - , imobilizando-o, inviabilizando-o, retirando-lhe o cenrio, a probabilidade.

Vivo sobre esta clara tica. Tenho comigo mltiplas personalidades.

Todas elas querem dar a mo ciranda da Histria responsvel

dessa vida que chamamos sociedade, cidadania.

O amor nossa unidade e nossa alegria.

Vou me apresentar: no sou heri, no sou rei, tampouco no sou a

metade e no sou um s. Sou um permanente congresso de mos,

cheio de diversas foras e de boas vontades.

Que mania que tem todos de achar, h muitos anos, que o mundo

est terminando! Pois pra mim, todos os dias, em cada ao de um

dos meus muitos seres, o mundo est apenas comeado!

RISCO DA ESPIRITUALIDADE

REDUZIDA AO ENGAJAMENTO

Perda da motivao.

Ativismo e descentramento.

5. VIA DA SABEDORIA

Desenvolve a intuio.

Aprende das experincias cotidianas.

Descobre Deus nos diversos espaos do mundo: a tecnologia, a arte, o conhecimento, a beleza, as

lutas pela cidadania.

Identifica o que nos afasta de Deus.

Limite: necessita das outras dimenses, especialmente do profetismo, para se tornar

significativa e profunda.

INTERDEPENDNCIA DAS VIAS DO

SEGUIMENTO DE JESUS

Mstica

Engajamento

AutoconhecimentoAutodisciplina

Sabedoria

TENDNCIAS ATUAIS DE ESPIRITUALIDADE

Devocional

FATORES QUE ESTIMULAM O CULTIVO DA

ESPIRITUALIDADE NA ESCOLA Educadores(as) e gestores(as) sintonizados no Bem e que

buscam a Deus.

Clima saudvel de relaes e gesto compartilhada.

Eco das grandes causas humanitrias na escola (ecolgica, social, de gnero, tico-culturais, outras).

Equilbrio entre eventos pastorais e processos de iniciao e acompanhamento da f.

Criao e acompanhamento de grupos para partilhar f e vida.

Prticas de engajamento socioambiental.

PERFIL DO APRENDIZ / MISSIONRIO(A)

Paixo/convico

Conectividade/dilogo

Organizao/estratgia

UM APELO!

Cultive a espiritualidade.

Acompanhe o caminho espiritual das novas geraes (mistagogia).

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