ESQUADRIAS USADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ESQUADRIAS USADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA – CARACTERÍSTICAS E EXECUÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Jonas Vieira Rodrigues Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESQUADRIAS USADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA – CARACTERÍSTICAS E EXECUÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Jonas Vieira Rodrigues

Santa Maria, RS, Brasil 2015

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ESQUADRIAS USADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

BRASILEIRA – CARACTERÍSTICAS E EXECUÇÃO

Jonas Vieira Rodrigues

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,

RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Orientadora: Prof. Dr. Joaquim C. Pizzutti dos Santos (UFSM)

Santa Maria, RS, Brasil 2015

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia

Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

ESQUADRIAS USADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA – CARACTERÍSTICAS E EXECUÇÃO

elaborado por Jonas Vieira Rodrigues

como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

_________________________________

Joaquin C. Pizzutti dos Santos, Prof. Dr. (Presidente/Orientador)

________________________________ Eduardo Rizzatti, Prof. Dr.

(UFSM).

________________________________ Jorge L. Pizzutti dos Santos, Prof. Dr.

(UFSM).

Santa Maria, 08 de julho de 2015.

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Graduação em Engenharia Civil

Universidade Federal de Santa Maria

ESQUADRIAS USADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA – CARACTERÍSTICAS E EXECUÇÃO

AUTOR: JONAS VIEIRA RODRIGUES

ORIENTADOR: JOAQUIM C. PIZZUTTI DOS SANTOS Data e Local da Defesa: Santa Maria, 08 de julho de 2015.

Atualmente, a construção civil brasileira presencia um cenário bastante positivo, em que além do notável crescimento de empreendimentos buscam-se novas opções construtivas e novos materiais com o intuito de proporcionar um produto final diferenciado, tanto esteticamente quanto funcionalmente. Agilidade, consumo consciente e conforto aliam-se à estética final dos imóveis, contribuindo para um aumento considerável do valor de venda. O presente trabalho de conclusão de curso apresenta um estudo e compilação de um dos elementos construtivos que melhor exemplifica os valores supracitados: as esquadrias. São apresentados os diferentes tipos de esquadrias encontrados diariamente nos canteiros de obras brasileiros, apresentando suas características, processos de fabricação e execução em obra. Também serão apresentadas as principais patologias encontradas na relação esquadria-alvenaria de acordo com o diferente material da qual a esquadria é constituída. Ao fim do trabalho proposto, tem-se uma fonte de consulta para estudantes e profissionais que necessitem um melhor conhecimento técnico global nas particularidades de esquadrias, a fim de que sejam auxiliados na escolha da melhor esquadria a ser utilizada de acordo com seu tipo de projeto. Palavras-chave: Esquadrias; Materiais e construção; Novos materiais;

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Função das esquadrias. ............................................................................ 15

Figura 2 - Exemplo de brise-soleil. ............................................................................ 17

Figura 3 - Exemplo de cobogós. ................................................................................ 17

Figura 4 - Janela de abrir. ......................................................................................... 19

Figura 5 - Janela de correr de madeira. .................................................................... 20

Figura 6 - Janela basculante de alumínio. ................................................................. 21

Figura 7 - Janela do tipo guilhotina. .......................................................................... 22

Figura 8 - Esquadria fixa. .......................................................................................... 22

Figura 9 - Janela maxim-ar. ....................................................................................... 23

Figura 10 - Janela sanfonada. ................................................................................... 23

Figura 11 - Tonalidades de madeira. ......................................................................... 25

Figura 12 - Esquadrias de madeira. .......................................................................... 26

Figura 13 - Fixação do batente. ................................................................................. 29

Figura 14 - Localização dos pontos de espuma. ....................................................... 29

Figura 15 - Exemplo de espuma expansiva. ............................................................. 30

Figura 16 - Tipos usuais de esquadrias de alumínio. ................................................ 32

Figura 17 - Fábrica de esquadrias de alumínio. ........................................................ 33

Figura 18 - Processo de extrusão do alumínio. ......................................................... 34

Figura 19 - Exemplo de macho e cunha. ................................................................... 35

Figura 20 - Chumbamento de contramarco de alumínio. .......................................... 36

Figura 21 - Alumínio sendo mergulhado em tamque para anodização. .................... 37

Figura 22 - Pintura eletrostática ................................................................................ 39

Figura 23 - Comparação de proteção de alumínio. ................................................... 39

Figura 24 - Fluxograma simplificado da obtenção do PVC. ...................................... 40

Figura 25 - Esquadrias de PVC. ................................................................................ 43

Figura 26 - Exemplo de esquadria de ferro e aço. .................................................... 48

Figura 27 - Fluxograma de produção de esquadria de ferro/aço............................... 50

Figura 28 - Alvenaria antes da fixação da esquadria. ............................................... 51

Figura 29 - Fachada moderna executada com vidro. ................................................ 54

Figura 30 - Vidro serigragado com logo da empresa. ............................................... 56

Figura 31 – Efeitos na iluminação de um ambiente em função do vidro colorido. ..... 56

Figura 32 - Efeito do vidro impresso em esquadria. .................................................. 57

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5 Figura 33 - Vidro refletivo em esquadria. .................................................................. 57

Figura 34 - Fissura devido a ausência de contraverga. ............................................. 59

Figura 35 - Processo avançado de degradação em esquadria de madeira. ............. 60

Figura 36 - Corrosão em esquadria de ferro. ............................................................ 61

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Materiais usados em esquadrias e cundutibilidade térmica. .................... 42

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos de portas metálicas. ...................................................................... 49

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SIMBOLOS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AFAP-PVC Associação Brasileira de Fabricantes de Perfis de PVC

Cm Centímetro

HCl Ácido clorídrico

M Metro

NBR Norma Brasileira

PVC Policloreto de polivinila (ou policloreto de vinil)

THF Tetraidrofurânico

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11

1.1 Justificativa ........................................................................................................ 12

1.2 Objetivos.. .......................................................................................................... 13

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 13

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 13

2. ESQUADRIAS .................................................................................. 14

2.1 Histórico e definição ......................................................................................... 14

2.2 Classificação quanto à função das esquadrias .............................................. 16

2.3 Classificação quanto à forma de abertura ...................................................... 19

2.4 Classificações quanto à matéria-prima ........................................................... 24

3. ESQUADRIAS DE MADEIRA .......................................................... 25

3.1 Fabricação de esquadrias de madeira ............................................................. 27

3.2 Execução em obra de esquadrias de madeira ................................................ 28

3.2.1 Execução de portas de madeira ....................................................................... 28

3.2.2 Execução de janelas de madeira ...................................................................... 30

4. ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO.......................................................... 31

4.1 Fabricação das esquadrias de alumínio .......................................................... 32

4.2 Execução em obra das esquadrias de alumínio ............................................. 35

5. ESQUADRIAS DE PVC ................................................................... 40

5.1 Fabricação de esquadrias de PVC ................................................................... 44

5.2 Execução em obra de esquadrias de PVC ...................................................... 45

6. ESQUADRIAS METÁLICAS DE FERRO E AÇO ............................ 47

6.1 Fabricação de esquadrias metálicas ............................................................... 50

6.2 Execução em obra de esquadrias metálicas ................................................... 51

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10 7. ESQUADRIAS DE VIDRO ................................................................ 53

7.1 Fabricação e execução de esquadrias de vidros ........................................... 58

8. PATOLOGIAS RELACIONADAS ÀS ESQUADRIAS ...................... 59

9. CONCLUSÕES................................................................................. 62

REFERÊNCIAS .................................................................................... 64

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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios, quando os povos começaram a se sedentarizar, os

primeiros refúgios e resquícios do que se podem chamar de primeiras moradias são

caracterizados por serem constituídos de aberturas, sejam designados para entrada,

saída e circulação ou para iluminação. Antigamente constituídos exclusivamente de

madeira e meramente com caráter funcional, hoje as aberturas, que são preenchidas

com o que chamamos de esquadrias, são elementos que possuem caráter estético e

possibilitam um maior conforto ao produto final.

Como a especulação imobiliária atualmente vem se desenvolvendo cada vez

mais, influenciada tanto por investimentos públicos como privados, visto que em

nosso país a demanda por moradias e empreendimentos comerciais é constante,

existe uma preocupação crescente com a otimização dos materiais e da estrutura da

edificação. Com isso, devem ser analisadas as opções mais viáveis que estão

disponíveis no mercado e, com as esquadrias, essa preocupação torna-se inevitável,

pois elas podem valorizar a construção final, além de uma escolha correta de tipo de

esquadria poder reduzir custos, agilizar cronogramas e evitar problemas posteriores,

como possíveis patologias.

O trabalho desenvolvido em sequência tem a finalidade de apresentar

diferentes tipos de esquadrias presentes no mercado nacional, além de demonstrar

seus processos de fabricação e execução em obra. Primeiramente será apresentado

o conceito e tipos de esquadrias, particularmente portas e janelas, pois estes são

itens de relevante importância em uma obra e necessitam ser fundamentalmente

selecionados seguindo os melhores critérios de desempenho e funcionalidade, a fim

de proporcionar um melhor custo benefício no empreendimento qual é executado,

ou seja, prevê-se uso de diferentes esquadrias para diferentes padrões de obras.

Após esse primeiro momento, serão apresentados alguns possíveis

problemas envolvendo esquadrias. Dentre as principais matérias primas utilizadas

para a confecção das esquadrias estão: alumínio, metal, madeira, PVC e vidro.

Nota-se que existe uma gama de esquadrias fabricadas com esses materiais, por

isso é relevante apontar a diferenciação, vantagens e desvantagens de cada uma,

com o intuito de proporcionar informações mais precisas para o planejamento da

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12 obra. Há também uma classificação quanto ao modelo das mesmas e tal

classificação pode influenciar na escolha correta para cada caso.

É fundamental o estudo desses itens na construção civil, dada sua relevância.

Devido a isso, esse trabalho proporcionará um conhecimento passível de uma

posterior aplicação tanto no mercado, como para embasamento teórico na ciência

da Engenharia Civil, auxiliando tanto os graduandos quanto os profissionais, pois o

trabalho final resulta em uma fonte de pesquisa com caráter de sintetizar as

principais características do elemento construtivo denominado esquadria.

1.1 Justificativa

O mercado da construção civil encontra-se em crescimento, havendo uma

constante busca por novos materiais e técnicas que sejam funcionais, agreguem

valor estético ao projeto e que diminuam o custo final da obra. Nesse cenário, o

estudo acerca das esquadrias torna-se bastante relevante, pois elas são um

importante elemento no custo final da obra, agregando custos diferenciados de

acordo com sua matéria-prima, padrão estético e agilidade no processo construtivo.

Por esta razão o presente trabalho final de graduação mostra-se relevante,

pois, diante das necessidades apresentadas pelo mercado e pelas inovações que

constantemente apresentam-se no setor da construção civil, é importante que se

pesquise acerca dos mais diversos aspectos envolvendo esquadrias, a fim de que

haja subsidio para as escolhas feitas para cada projeto específico.

Assim, ao término do presente trabalho, têm-se uma ferramenta de pesquisa,

um panorama para auxiliar acadêmicos e profissionais da área no momento de

optarem pelo material a ser incorporado na construção.

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13 1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho final de graduação tem por finalidade apresentar

diferentes tipos de esquadrias, suas principais características e patologias, reunindo

informações que sejam importantes, tanto para graduandos quanto para

profissionais da área de construção civil.

1.2.2 Objetivos específicos

- Apresentar a conceituação geral de esquadrias e qual sua funcionalidade

na construção civil.

- Destacar quais são as espécies de esquadrias utilizadas com maior

frequência na construção civil brasileira.

- Observar, em cada uma das espécies de esquadrias mais utilizadas no

Brasil, quais são as condições de fabricação, procedimentos para execução e

eventuais patologias encontradas na utilização de determinado material.

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2. ESQUADRIAS

2.1 Histórico e definição

No início da civilização humana, a moradia, em seu primeiro estágio,

caracterizava-se por possuir uma pequena abertura, preenchido por um

elemento, em madeira, denominado de porta, que propiciava a entrada e

saída de seus moradores. No segundo estágio de moradia do ser humano -

cabanas ou choças – as habitações apresentam o surgimento de uma

pequena abertura para entrada de luz, caracterizando as primeiras janelas.

Nos demais estágios de habitação, as esquadrias consolidaram-se como

componentes básicos das edificações residenciais. (D’ÁVILA, 2000 apud

FERNANDES, 2004, p.22).

Santiago (1996, apud Fernandes, 2004, p.22), define simplificadamente que

“as esquadrias são componentes das edificações, que ligam e integram os espaços

e as pessoas. Cada ambiente de uma edificação possui uma função que,

consequentemente, exige diferenciadas tipologias de esquadrias”. O termo

esquadrias é geralmente utilizado para designar janelas e portas.

Em síntese, denomina-se esquadria o elemento de vedação usado no

fechamento de vãos que propicia a circulação de pessoas, luz (caráter de

luminosidade e térmico) e ar (caráter térmico). São exemplos de esquadrias: portas

e janelas, os quais são os dois exemplos que receberão melhor tratamento no

presente trabalho pois são itens tradicionais em construções, de segurança de uma

edificação, visto que podem controlar a entrada e saída de pessoas e também

contribuem para diminuir a deterioração da residência diante das intempéries

climáticas. Também são exemplos de esquadrias: telas, alçapões, brises, grades,

portões, cobogós, entre outros. A figura 1 apresenta o fluxo propiciado por

esquadrias.

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Figura 1 - Função das esquadrias.

Fonte: Aula 01: Esquadrias (2007).

Segundo elucida Fernandes (2004, p. 15):

A esquadria pode ser considerada como o componente que apresenta

maior número de funções e o seu estudo, em muitos casos, não recebe

atenção semelhante. O custo deste componente da edificação residencial é,

relativamente, significativo, variando de 5 a 14% do custo total, mas pode

ser aumentado quando projetado, produzido ou instalado sem eficácia,

tornando-se um elemento gerador de desconforto do espaço construído. Em

muitos casos, a especificação de esquadrias padronizadas é adotada de

forma indiscriminada para qualquer região do país. Como resultado pode

ocorrer a incompatibilidade entre esses componentes e variáveis, tais como

o meio ambiente, o clima, os acessórios, as ferragens, a legislação, o

usuário, etc.

As esquadrias são normalizadas pela NBR 10821 - Esquadrias externas para

edificações (ABNT, 2011-B) a qual se divide em três partes: terminologia; requisitos

e classificação; e métodos de ensaio. Dependendo da matéria-prima constituinte da

esquadria, podem ser inclusas outras normas, como o vidro na NBR 7199/89 -

Projeto, execução e aplicações de vidro na construção civil (ABNT, 1989) e também

dependendo do tipo de esquadria, como a janela necessita de caixilhos para

guarnição, deve-se levar em conta a NBR 10821/1: Caixilhos para edificações –

Janelas (ABNT, 2011-A).

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Em síntese, as esquadrias devem apresentar: estanqueidade à água e ao ar

(devem proteger o ambiente contra calor, frio e infiltrações); resistência suficiente

para se manter intacta no transporte, execução em obra, resistir a agentes

atmosféricos; resistência ao vento; e por fim, comportamento acústico, a fim de

reduzir a propagação sonora originada do ambiente externo (ZULIAN et al., 2002)

Cada material que será estudado no decorrer do trabalho trará uma maior ou menor

performance frente às funções que a esquadria deve obedecer.

As esquadrias podem ser divididas em diferentes formas, de acordo com o

tipo de material, a qual é a divisão principal utilizada no trabalho: alumínio, metal,

PVC, madeira e vidro, quanto a sua função (serão apresentadas, principalmente,

portas e janelas) e forma de abertura. A seguir serão apresentadas as três divisões

supracitadas, começando pela função, seguido pela forma de abertura e por fim e

com mais importância serão apresentados os materiais constituintes.

2.2 Classificação quanto à função das esquadrias

A classificação quanto à função baseia-se no caráter funcional da esquadria.

É a divisão tipicamente conhecida, composta pelas tradicionais portas (função de

circulação de pessoas, separação de ambientes) e janelas (circulação de ar e

luminosidade), além de grades (caráter de proteção da edificação, geralmente

constituídas de metal), cobogós (superfície vazada, com função de aeração,

luminosidade e estético; possuindo como matéria-prima cimento, cerâmica ou outros

materiais), alçapão (possibilita acesso a porão e sótão) e brise-soleil (elemento com

caráter de proteger da luminosidade e calor). As figuras 2 e 3 ilustram um brise-soleil

e cobogós.

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Figura 2 - Exemplo de brise-soleil. Fonte: Duco (2014).

Figura 3 - Exemplo de cobogós. Fonte: FAUFBA (2014).

Importante salientar que portas e janelas podem ser regulamentadas por

instrumentos legais, que tem como propósito determinar dimensões e requisitos

mínimos para a execução de projetos de modo a garantir padrões de segurança,

habitabilidade e conforto (SILVA 1982 apud FERNANDES, 2004).

Desse modo, algumas das escolhas durante o projeto e a execução ficam

restritas aos padrões determinados em legislação.

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Na cidade de Santa Maria existe o Código de Obras e Edificações do

Município de Santa Maria (Lei Complementar nª 070, de 04 de novembro de 2009),

que possui algumas previsões nesse sentido. Por exemplo, o artigo 105 do referido

código determina que:

Art. 105. Não pode haver aberturas para iluminação e ventilação em paredes levantadas sobre a divisa do terreno ou a menos de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) de distância da mesma. Parágrafo único. As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não podem ser abertas a menos de 0,75m (setenta e cinco centímetros) da divisa (SANTA MARIA, 2009, p. 28).

De mesmo modo, observam-se limitações em relação ao tamanho das portas

em determinados locais, tendo como objetivo garantir a acessibilidade, conforme

pode ser observado no artigo 175 do Código de Obras e Edificações do Município de

Santa Maria no qual consta que “portas situadas nas áreas comuns de circulação,

bem como as de ingresso na edificação e nas unidades autônomas, devem ter

largura livre mínima de 0,80 m (oitenta centímetros)” (SANTA MARIA, 2009, p. 47).

Ademais, acerca das determinações para vãos de ventilação e iluminação, o

que pode englobar esquadrias, a lei municipal santa-mariense define que:

Art. 104. A soma total das áreas dos vãos de iluminação e ventilação de um compartimento tem seus valores mínimos expressos em função da área deste compartimento, conforme tabela seguinte:

Compartimento Vãos mínimos de iluminação

Vãos mínimos de Ventilação

Principal 1/6 1/12 Secundário(exceto garagens) 1/12 1/24 Garagens -- 1/20

Parágrafo único. Nos ambientes integrados, permitidos, o vão de iluminação e ventilação deve ser igual à soma dos vãos de iluminação e ventilação das dependências que integrarem e formarem o conjunto (SANTA MARIA, 2009, p. 28).

Já no código de obras municipal de Porto Alegre, estabelecidas pela Lei

Complementar 284, de 27 de outubro de 1992, observam-se determinações

esparsas por toda a lei, referindo, por exemplo, que as janelas devem permitir a

renovação do ar, em pelo menos 50% da área mínima exigida; ter área para

ventilação superior a 0,40 m² em qualquer compartimento; ter as vergas das janelas

posicionadas acima de 2,20 m do piso; ter entradas de ar localizadas, no máximo, a

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19 0,30 m do piso, em compartimentos que tiverem janelas com peitoril superior a 3,00

m; ter área total das janelas dos compartimentos principais superior à fração de 1/6

da área do piso para iluminação e, consequentemente, de 1/12 para ventilação; ter

proteção térmica e luminosa externa, como venezianas, persianas ou similares nas

janelas de dormitório (PORTO ALEGRE, 1992).

Especificamente, acerca das portas o Código de Edificações de Porto Alegre

estabelece que qualquer porta deve ter altura mínima de 2,00 m; que porta de

entrada deve ter largura mínima de 90 cm; as portas de dormitórios devem ter

largura mínima de 80 cm; as de sanitários devem ter largura mínima de 60 cm

(PORTO ALEGRE, 1992).

2.3 Classificação quanto à forma de abertura

A classificação das esquadrias quanto à forma de abertura baseia-se no

método em que ocorre a abertura das folhas ou caixilhos, geralmente por

movimentos de rotação, translação e ou movimentos combinados de ambos. Dentre

os modelos predominantes no cenário nacional, destacam-se:

- De abrir ou pivotante: exemplo tradicional, na qual a esquadria, por meio de

dobradiça, gira proporcionando a abertura do vão. Quando se utiliza pivô ao invés de

dobradiça, denomina-se pivotante. A figura 4 apresenta um exemplo de esquadria

de estilo abrir.

Figura 4 - Janela de abrir.

Fonte: Esquadrias Styllo (2014).

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Janelas de abrir/pivotantes podem ser formadas por diversos números de

folhas. Folhas são as superfícies principais da esquadria, por exemplo, quando a

janela abre-se em duas abas, temos 2 folhas. A abertura das folhas podem ser

internas e externas, facilitando a limpeza e estanqueidade da região protegida pela

esquadria. A principal desvantagem do uso desse tipo de janela diz respeito à

aeração do ambiente, pois não há um controle adequado da entrada de ar no

cômodo guarnecido pela esquadria.

- De correr: é o exemplo tão tradicional quanto às esquadrias de abrir, pois

são as esquadrias que “correm” no sentido lateral de acordo com a superfície que a

guarnece, podendo ser apoiadas ou suspensas em trilhos com auxilio de acessórios.

Possui vantagens similares às esquadrias de abrir, porém alguns fabricantes limitam

a abertura até outra folha da esquadria, reduzindo cerca de 50% a possibilidade de

entrada de ventilação. Tal limitação é solucionada quando há um trilho que se

prolonga após a limitação do corpo da esquadria, tornando a folha “escondida”. O

principal problema apresentado em sua longevidade é o desgaste da superfície que

a sustenta, pois com o decorrer do tempo os trilhos inferiores se deterioram

permitindo a infiltração de água e o aparecimento de fissuras. Um exemplo é

apresentado na figura 5.

Figura 5 - Janela de correr de madeira.

Fonte: Leroy Merlin (2014).

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- Basculante: outro tipo constantemente presente nas mais diversas

edificações, as esquadrias basculantes (geralmente janelas e tipicamente utilizada

em banheiros) são caracterizadas pela abertura parcial devido à presença de pivôs

na lateral que possibilitam a projeção interna ou externa ao ambiente. Sua principal

desvantagem é a necessidade de modulação especial, pois possui dimensões

inferiores às janelas tradicionais. A figura 6 apresenta um exemplo de janela

basculante.

Figura 6 - Janela basculante de alumínio. Fonte: Trishopping (2014).

- Guilhotina: a janela do estilo guilhotina é um dos tipos que vêm caindo em

desuso, antigamente eram utilizadas em moradias e atualmente são encontradas

com mais frequência em casas de campo e hotéis-fazenda. Possuem como

característica a abertura ao deslizar verticalmente uma folha sobre outra, com um

melhor controle de aeração ao ser comparada com janelas de abrir e correr. São

esquadrias que levam certo risco, principalmente em cômodos que possuem a

presença de crianças, pois estas podem destravar a trava de segurança que as

mantém seguras e abertas. Um exemplo é ilustrado na figura 7.

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Figura 7 - Janela do tipo guilhotina. Fonte: Unimade (2014).

- Esquadrias Fixas: possuem funções meramente estéticas ou de iluminação.

São comuns em corredores e escadas, como se pode ver na figura 8.

Figura 8 - Esquadria fixa.

-Maxim-ar: São caracterizadas por serem semelhantes às basculantes, com

translação em torno de eixo horizontal, podendo ser para dentro ou fora da

edificação a sua projeção. Pode ter sua abertura regulada, pois possui uma

corrediça em suas laterais (a basculante só possui um pivô). São fáceis de limpar e

possuem boa estanqueidade. A figura 9 ilustra uma janela maxim-ar.

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Figura 9 - Janela maxim-ar. Fonte: Madeira Madeira Imóveis (2014).

- Camarão: são esquadrias que também são conhecidas como sanfonas,

caracterizadas pela presença de mais que uma folhas as quais permitem a dobra e

corrida, possibilitando uma quase que completa abertura dos vãos. Necessitam de

trilhos, inferiores ou superiores para efetuar o correto sanfonamento e a

possibilidade de abertura. Possuem vantagens semelhantes às janelas de correr,

porém podem tornar-se dificultosas com o passar do tempo, pois emperram com

certa facilidade com intempéries e limpeza ineficiente.. A figura 10 apresenta um

diagrama de dobras de uma janela sanfonada.

Figura 10 - Janela sanfonada.

Fonte: Panazzolo Esquadrias (2014).

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24 2.4 Classificações quanto à matéria-prima

A classificação quanto à matéria-prima será a classificação utilizada para

realizar um detalhado estudo das esquadrias em geral. Os diferentes materiais, além

de possuírem diferentes características, são facilmente adaptáveis em diferentes

tipos de abertura e podem ser utilizados, quase sempre, diferentes materiais para

diferentes funções.

Assim, as matérias-primas tornam-se o principal diferencial na comparação

das esquadrias, possuindo distintos valores no comércio e, para uma correta

escolha no uso da esquadria na obra, deve-se conhecer os materiais presentes no

mercado da construção civil brasileira. No transcorrer do trabalho, serão

apresentadas as cinco matérias-primas mais utilizadas no cenário nacional: madeira,

alumínio, metal, PVC e vidro, exemplificadas nos dois elementos mais comuns:

portas e janelas.

As matérias-primas possuem distintas particularidades, possuindo diferentes

elasticidades, conforto termo acústico, resistência às intempéries e agentes

biológicos, garantia do produto, enfim, uma infinidade de características que devem

ser analisadas para a correta escolha por parte do profissional. Nos próximos

capítulos serão apresentados os materiais e suas singularidades.

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3. ESQUADRIAS DE MADEIRA

Segundo Bauer (1994 apud HUTH, 2007), a madeira é um dos materiais de

construção mais utilizados pelo homem, possuindo características técnicas que

favorecem sua utilização nas mais diversas etapas e elementos construtivos de uma

obra. Boa resistência mecânica, bom nível de isolamento termo acústico e facilidade

de afeiçoamento (podem ser trabalhadas com ferramentas simples) aliado com o

valor estético que proporciona, faz da madeira uma excelente matéria-prima para

execução de esquadrias, as quais se destacam pela nobreza e sofisticação nos

acabamentos.

Conforme Silva. e Silva (2007), há uma grande gama de espécies de

madeiras que podem ser utilizadas como matérias-primas para a fabricação de

esquadrias, devendo ser analisado basicamente dois critérios: maleabilidade e

resistência a umidade. Vale destacar que para que se possa executar uma

esquadria com qualidade é necessário que a madeira esteja completamente seca,

caso contrario, a madeira continuará com o processo de secagem mesmo depois da

esquadria instalada, podendo ocorrer deformações irreversíveis.

Dentre as espécies mais utilizadas, destacam-se: Cumaru, Ipê, freijó, cedro-

mara, itaúba (FERNANDES, 2004).

A figura 11 apresenta algumas tonalidades de madeira utilizadas na

fabricação de esquadrias.

Figura 11 - Tonalidades de madeira.

Fonte: Celso Moveis (2015).

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A madeira é utilizada tanto em obras com características rusticas quanto

obras sofisticadas, destacando-se pelo valor estético que proporcionam em seus

acabamentos.

A principal desvantagem que este material apresenta é a vulnerabilidade de

grande parte das espécies, quando expostas a condições climáticas adversas. A

umidade, radiação solar e agente biológico, interfere na estrutura da madeira

acarretando primeiro a perda de seu valor estético e posteriormente sua

degradação. Outra desvantagem é que este material pode apresentar variações de

volume (retração ou inchamento), em função da variação da umidade, mesmo

depois de trabalhadas.

No entanto, existem maneiras de proteger a madeira e minimizar os efeitos

causados por agente naturais. A aplicação de substâncias químicas é a melhor

forma de protege-la e aumentar sua vida útil, sendo que existem uma vasta linha de

produtos disponíveis no mercado com diferentes características. Porém é importante

que a aplicação destes produtos seja rotineira, o que também acaba se tornando

uma desvantagem.

A seguir, a figura 12 ilustra algumas esquadrias de madeira presentes no

cotidiano do engenheiro civil brasileiro.

Figura 12 - Esquadrias de madeira. Fonte: Alexandre Brito Esquadrias (2014).

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27 3.1 Fabricação de esquadrias de madeira

Os fabricantes de esquadrias de madeira buscam por espécies que

apresentem boa maleabilidade, boa resistência à umidade e que se adaptem as

diversas particularidades de projetos com custos viáveis. Segundo Silva e Silva

(2007), o processo de fabricação de portas e janelas de madeira segue as etapas

descritas na sequencia:

1º Passo: Preparação – Antes do início do processo de fabricação de

esquadrias, a madeira deve se apresentar seca, a fim de se evitar possíveis

deformações durante a produção. O processo de secagem natural é o mais

recomendado, porém uma secagem completa ao natural pode levar até 2 anos.

2º Passo: Corte – Nessa primeira etapa do procedimento industrial

propriamente dito, deve-se cortar a madeira que dará forma à estrutura futura.

Ocorre o corte e também se tem o fresamento dos perfis de madeiras que formarão

os caixilhos, por exemplo (essa etapa tem a função de formar o perfil de madeira

que vai construir o caixilho).

3º Passo: Proteção - Após a transformação da madeira bruta em peça, deve-

se tratar o produto contra agentes biológicos, com passagem de resinas e

antissépticos. O processo de proteção é dado colocando a estrutura dentro de um

recipiente com substâncias químicas que irão neutralizar a ação de insetos e

microrganismos que possam prejudicar a longevidade do material ou a perda de

resistência.

4º Passo: Acabamento e Colagem – Depois da proteção concedida pela ação

de substâncias químicas, as peças são levadas até máquinas, como

desempenadeiras, plainas e lixadeiras, que possuem a função de retirar possíveis

deformações, como curvaturas indesejadas e realizam lixamento superficial,

proporcionando forma final à estrutura. Após esse acabamento, as partes da

estrutura final são montadas (geralmente possuem encaixe do tipo espiga, porém

ocorre variação de acordo com o fabricante, podendo ocorrer encaixe tipo cavilha) e

coladas, finalizando o processo de montagem. A fabricação da esquadria é

finalizada com a colocação das ferragens, como: dobradiças, fechaduras, rodízios,

borboletas, trincos, visores, entre outras. A esquadria finalizada é protegida no seu

esquadro, embalada e estocada até ser solicitada em obra. É recomendada a

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28 estocagem na posição vertical em piso nivelado e livre de possíveis agentes

externos que possam prejudicar a estrutura.

3.2 Execução em obra de esquadrias de madeira

3.2.1 Execução de portas de madeira.

As portas são as esquadrias com função de privacidade e transição de

ambientes, sendo constituídas além da peça de madeira de materiais como:

dobradiças, fechaduras, marcos, visores, entre outros. A execução de portas de

madeira é um processo considerado simples, geralmente é utilizada uma espuma de

poliuretano expansiva, que auxilia na correta adequação da esquadria junto ao vão.

Com base em Silva e Silva (2007), a instalação de uma porta de madeira

ocorre da seguinte forma, considerando o método mais atual de execução, com

utilização de espuma de poliuretano.

1º Passo – Preparação do vão: O cuidado na preparação dos vãos na

alvenaria é fundamental para a fim de se evitar problemas posteriores à aplicação da

peça de esquadria. É necessário prover uma folga entre a alvenaria e a esquadrias

para que a mesma possa ser posicionada, aprumada e nivelada.

2º Passo – Colocação do marco: Deve-se colocar o batente, fixando e

travando com cunhas, posicionando-as preferencialmente nos cantos dos caixilhos e

sem excesso de força, pois este movimento exagerado pode ocasionar

empenamento; também se deve averiguar o prumo, nível e cotas. A figura 13 ilustra

a fixação de batente.

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Figura 13 - Fixação do batente. Fonte: AEC WEB (2014).

3º Passo – Após o posicionamento da esquadria no vão, devidamente

aprumada e nivelada, é feito a aplicação da espuma. A figura 14 ilustra a posição

correta de aplicação dos pontos de espuma.

Figura 14 - Localização dos pontos de espuma. Fonte: Casa da Madeira (2014).

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Após a aplicação da espuma é recomendada uma pausa a fim de que ocorra

a correta ação desta. O tempo de pausa varia de fabricante, podendo ser de 2hs até

um dia. Na figura 15 é apresentada uma espuma de determinado fabricante, com

suas características.

Figura 15 - Exemplo de espuma expansiva. Fonte: Cascola (2014).

4º Passo – Após o intervalo de colocação da espuma deve ser cortado o

excesso desta, por meio de estilete, por exemplo. Também deve ser retiradas

cunhas, ripas e travamentos.

5º Passo – Por fim, deve-se colar os encaixes finais como guarnições, em

meia esquadria para encaixe perfeito com a parte superior, fixando-as nos marcos

reguláveis.

3.2.2 Execução de janelas de madeira

A execução de uma janela de madeira segue basicamente os mesmos

passos usados na instalação de uma porta, devendo atentar-se ao nivelamento da

cabeceira e peitoril.

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4. ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO

O histórico do uso das esquadrias de alumínio no país já é antigo, desde 1940

pode-se encontrar fábricas com produção de esquadrias deste material, porém não

existiam perfis extrudados, ou seja, as chapas eram cortadas e trefiladas (espécie

de dobras) até chegar ao tipo de perfil que se desejava. Este processo era

demorado e muitas vezes ocorriam defeitos, com dobras imprecisas, sendo

melhorado somente em 1952 quando os Estados Unidos difundiram ao mundo a

técnica de extrusão (ASA ALUMINIO, 2006).

Extrusão, de acordo com a NBR 6599 (ABNT, 2000), é o processo

metalúrgico que consiste na deformação plástica a quente do material, fazendo-o

passar, pela ação de um pistão, através de um orifício e uma matriz que apresenta o

contorno da secção do produto a ser obtido.

O uso do alumínio é difundido no mundo devido às suas características, tais

como: aparência limpa e moderna, é um material leve, facilitando sua execução e

não acrescentando muita sobrecarga à edificação. Além disso, possui defesa natural

à ação da água e, consequentemente, à corrosão, propiciando maior longevidade

quando em comparação a esquadrias de metais e de madeiras mais simples,

necessitando uma menor manutenção. A fim da obtenção de um melhor caráter

estético ou de uma maior vida útil, pode facilmente receber pintura eletrostática ou

anodização, conferindo ao material final uma maior resistência frentes às

intempéries (ASA ALUMINIO, 2006)

Além de possibilitar vários acabamentos e ser de um material extremamente

durável, a esquadria de alumínio é geralmente muito precisa e estanque (com

exceções das janelas padrão de má qualidade que são vendidas em diversos

centros de construção no país). O alumínio oferece muitas opções de acabamento e

não enferruja, sendo adequado para construções à beira-mar, por exemplo.

Este material é extremamente leve, facilitando a fabricação, instalação e

funcionamento do produto, além disso, diminui o peso nas estruturas principais dos

edifícios.

Sintetizando toda a introdução acima, a utilização do alumínio em esquadrias

pode ser justificada pelas suas vantagens: resistência à corrosão, baixo peso,

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32 característica estética, disponibilidade no mercado, ser reciclável, fácil moldagem

(podendo ser transformado em diversas formas), variedade dos acabamentos de

superfície, tecnologia moderna, fácil manutenção, durável, boa vedação.

4.1 Fabricação das esquadrias de alumínio

A fabricação de esquadrias em alumínio é bem difundida em todas as regiões

do país, estando presente em quase todo o território nacional. As fábricas produzem

todas as classificações de esquadrias trabalhadas no presente trabalho, como

portas e janelas, como ilustrado na figura 16.

Figura 16 - Tipos usuais de esquadrias de alumínio. Fonte: Asa Alumínio (2015).

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Na fabricação das esquadrias de alumínio estão presentes máquinas como:

policorte (serra de disco), entestadeira, pantógrafo, curvadeira, estampo, entre

outras (ASA ALUMINIO, 2006). A figura 17 ilustra uma fábrica de esquadrias de

alumínio.

Figura 17 - Fábrica de esquadrias de alumínio. . Fonte: Portal do Alumínio (2015).

Segundo Almeida (1991 apud Santos, 2004, p.52), “o processo de fabricação

de perfis para esquadrias, através da extrusão, produz barras com comprimentos

médios de 6 metros.” O processo de extrusão consiste basicamente nas seguintes

etapas: os lingotes de alumínio são transformados em tarugos cilíndricos, com

posição química de acordo com sua aplicação.

A extrusão é dada por meio de prensas hidráulicas, nos quais os tarugos são

introduzidos e prensados passando através de uma matriz que dá a forma ao perfil,

como apresentado na figura 18.

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Figura 18 - Processo de extrusão do alumínio. Fonte: Info Escola (2015)

As fases de fabricação, apresentadas por Almeida (1991 apud Santos, 2004),

podem ser sinteticamente demonstradas nas seguintes etapas:

1º passo: Preparação - É a etapa de avaliação da função da esquadria,

dependendo de seu projeto. Levam-se em conta a região de utilização do caixilho,

pé direito da edificação, dimensões e futuros acabamentos do vão.

2º passo: Usinagem - Nesta etapa ocorre as operações de usinagem, em que

as barras de alumínio necessitam de um tratamento de vaselina líquida para a

proteção na fabricação durante o manuseio do material. Dentre os tipos de

processos tem-se cortes (por meio de serras circulares) e estampagem (operação

realizada através de ferramentas especiais para cada tipo de furo, rasgo ou

encaixe). Os dois processos são importantes para a fabricação dos caixilhos de

alumínio, necessitando de precisão para tornar o produto final estanque e nas

dimensões pretendidas para a execução em obra.

3° passo: Montagem – Após as operações de corte e usinagem dos perfis, é

feito a montagem do quadros, com auxilio de acessórios (geralmente macho e cunha

ou parafusos). Após a montagem ocorre a instalação das ferragem e demais

acessórios.

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35 4.2 Execução em obra das esquadrias de alumínio

Para a execução das esquadrias de alumínio em obra utiliza-se contramarco

cortado a 45º e fixado com macho e cunha. A figura 19 ilustra o macho e cunha.

Figura 19 - Exemplo de macho e cunha. Fonte: Propacto (2015).

Almeida (1991 apud Santos, 2004) define que o contramarco é um quadro

suplementar de alumínio, chumbado diretamente na alvenaria a fim de garantir uma

vedação e exatidão no preenchimento do vão, racionalizando o processo de

execução e evitando possíveis locais vazados ou não alinhados, ou seja,

proporciona a exatidão nas dimensões de projeto além de garantir prumo, nível e a

proteção na fase de acabamento. O contramarco também permite acabamentos

finais no vão sem prejuízo, pois a esquadria só é adicionada após a colocação

deste.

A figura 20 apresenta um exemplo de chumbamento de contramarco de

alumínio.

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Figura 20 - Chumbamento de contramarco de alumínio. Fonte: PDG (2015).

Também se utiliza na execução de esquadrias de alumínio o marco, que é o

quadro que fica aparente, na periferia da região da esquadria. Marco e contramarco

podem possuir diferentes funções de acordo com a forma de abrir de peças de

esquadrias, por exemplo, caso a esquadria seja do tipo “abrir” marco e contramarco

funcionam como batentes, em caso de portas/janelas de correr, funcionam como

trilhos para a corrida das folhas. A união dos quadros pode ser de duas formas, com

corte a 45º, como o contramarco (também fixado com o macho e cunha) ou com

usinagem a 90º, unido com olhal e parafusos. (ALMEIDA, 1991 apud SANTOS,

2004).

Continuando a execução das esquadrias de alumínio, temos elementos como

folhas, vidros e outros acessórios que se diferenciam de acordo com o fabricante do

material, como borboletas, trincos e roldanas. As folhas podem necessitar de

encaixes para baguetes de alumínio para a fixação de vidros ou estes serão

instalados com o auxílio de gaxetas de borracha ou massas de silicone. Por fim,

após a instalação de folhas e vidros resta somente um acabamento final que pode

ser feito por meio de arremates (ALMEIDA, 1991 apud SANTOS, 2004).

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Também se deve salientar que a esquadria de alumínio necessita de um

tratamento para proteção a fim de evitar possíveis danos como corrosão e uma

deterioração da sua superfície. Frente a isto, têm-se três possibilidades de

tratamento para evitar que danos ocorram e diminuam a vida útil da estrutura:

anodização, coloração inorgânica eletrolítica e pintura eletrostática (ALMEIDA, 1991

apud SANTOS, 2004).

Primeiramente, a anodização tem a função de conferir melhor padrão estético

final à esquadria e também proporcionar melhorar proteção frente à corrosão,

maresias e quaisquer outros ataques que a esquadria possa ser submetida. O

processo de anodização se dá através de um banho de ácido eletrolítico com tensão

de alimentação na faixa de 14 a 20 volts e intensidade de corrente de 1,5 A/dm²

proporcionando um aquecimento do banho (ALMEIDA, 1991 apud SANTOS, 2004).

Além disso, têm-se cuidados como temperatura entre 18 e 20ºC e

refrigeração com ar contínua. Com este ambiente criado, há decomposição do ácido

e uma reação que gera óxido de alumínio, conhecido como alumina que possui a

característica de ser mais resistente que o material inicial. Após o processo de

anodização deve ocorrer a selagem que é descrita como uma etapa complementar e

obrigatória, pois confere uma melhor resistência à corrosão atmosférica. O processo

de selagem é sinteticamente descrito como um mergulho do alumínio anodizado em

uma cuba d’água (destilada ou dionizada) levado à ebulição (98 a 100 graus

Celsius). Nestas condições a alumina se hidrata e aumenta seu volume, o que

acarreta o fechamento total de seus poros. A figura 21 apresenta uma estrutura de

alumínio sendo anodizada.

Figura 21 - Alumínio sendo mergulhado em tamque para anodização. Fonte: Prodec (2015).

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A segunda forma de proteção é a coloração inorgânica eletrolítica que se

baseia no uso de corrente alternada que acaba por atrair sais metálicos para o fundo

dos poros. A diversidade de tons se dá devido à quantidade de sais metálicos

utilizados no processo.

A última forma de proteção é a pintura eletrostática, sendo o processo mais

utilizado na proteção e decoração do alumínio.

O processo de aplicação da pintura é realizado em uma cabina utilizando

uma pistola de ar comprimido de baixa pressão. Em sua ponta existem dois

eletrodos ligados uma fonte de alta voltagem (até 90 mil volts).

Ao passar por ela, o pó recebe uma carga positiva e, pelo princípio de

atração eletromagnética, é atraída pela peça metálica ligada a terra. Este

princípio oferece ao produto segurança de uma cobertura perfeita e

uniforme, mesmo nas reentrâncias e cavidades de difícil acesso, cobrindo-

as com uma camada que pode variar de 40 a 100 micra. O sistema de pintura eletrostática exige que a peça passe por um pré-

tratamento antes de ser pintada, eliminando-se resíduos como óleo, graxa,

sujeira e remoção de oxidação. Após o pré-tratamento, a peça vai para a

cabina de pintura e depois para uma estufa a uma temperatura de

aproximadamente 230º à 250º C, por um tempo de 15 a 30 minutos, onde é

feita a polimerização do produto. (ALMEIDA, 1991 apud SANTOS, 2004,

p.57).

A pintura eletrostática também é conhecida como sendo o processo chamado

de lacagem e a imagem 22 pode ilustrar a pintura.

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Figura 22 - Pintura eletrostática Fonte: Comofas (2015).

As principais vantagens da pintura eletrostática são: acabamento homogêneo,

pintura total da esquadria, aderência elevada, resistência a impactos, a ferrugem e a

altas temperaturas.

A figura 23 mostra um comparativo da pintura final, comparando alguns tipos

de anodização com a pintura eletrostática.

Figura 23 - Comparação de proteção de alumínio. Fonte: Esquadrimetal (2015).

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5. ESQUADRIAS DE PVC

O Policloreto de Vinila (PVC) é obtido a partir do etileno, um dos subprodutos

do petróleo, que representa 43% de seu peso, combinado com o cloro retirado do

cloreto de sódio, o sal de cozinha, que representa 57% de seu peso. Esses dois

recursos naturais, sal e petróleo (ou gás natural) são à base da fabricação dos

componentes do PVC (GODOI, 2005).

O etileno é obtido através dos processos de refinamento do petróleo, já o

cloro provém da eletrólise, reação que consiste na passagem de uma corrente

elétrica por uma certa quantidade de água salgada obtendo o cloro (SANTOS,

2004).

O processo de industrialização do PVC dá-se conforme o fluxograma da

figura 24.

Figura 24 - Fluxograma simplificado da obtenção do PVC. Fonte: Santos (2014).

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A procura por esquadrias de PVC vem aumentando significativamente ao

longo dos anos, pois o produto apresenta características técnicas que favorecem

sua aplicação nos mais variados projetos de engenharia, adaptando-se a diferentes

situações, regiões e padrões (GODOI, 2005).

O PVC é um material de alta resistência a intempéries, maresias e agentes

biológicos possuindo longa durabilidade. Pode ser aplicado nas mais adversas

condições climáticas, pois possuem a propriedade de ser bom isolante térmico. Além

de todas estas vantagens, o PVC ainda pode ser pigmentado de diversas cores,

atingindo os padrões estéticos desejáveis (HUTH, 2007).

Acerca do início da aplicação de PVC na produção de esquadrias, Santos

(2004, p. 09) esclarece:

As esquadrias de PVC surgiram nos anos de 1950 e 1960 na Alemanha Ocidental. No início o PVC foi pouco utilizado no mercado, mas só em 1970 houve uma fase de rápido desenvolvimento, atingindo 45% do mercado em 1980. A partir daí, o PVC propagou-se pela Europa e Estados Unidos, sempre conseguindo parcelas significativas dos mercados locais. No Brasil, as primeiras tentativas de produção e comercialização de perfis de PVC, datam meados de 1970[...]

Segundo Rauber (2012), um aspecto importante que faz crescer a demanda

pelo PVC é a conscientização das pessoas acerca da necessidade de preservação

de florestas e matas. Diante dessa nova preocupação os empreendedores têm se

empenhado em buscar alternativas no ramo de esquadrias que aliem tecnologia à

funcionalidade e atendam às necessidades dos clientes.

Ademais, importante notar que a escassez de madeiras nobres em razão do

crescente controle mais rigoroso do desmatamento, leva inevitavelmente ao uso de

novos materiais e nesse caso o PVC se destaca por causa de sua qualidade,

versatilidade e acessível produção (RAUBER, 2012).

As esquadrias são produzidas a partir de perfis extrudados, os quais possuem

aço galvanizado em sua estrutura interna, o que aumenta sua resistência. Existe

uma grande variedade de topologias de perfis, que se adaptam aos projetos

garantindo um produto final qualificado. Ponto positivo das esquadrias de PVC é que

são excelentes isolantes termo acústicas e não propagam chamas, sendo bastante

utilizadas em países da América do Norte e Europa há bastante tempo (HUTH,

2007).

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Comparado com outros materiais, o PVC apresenta-se como o melhor

isolante térmico, conforme demonstra a Tabela 1, a seguir:

Tabela 1 - Materiais usados em es quadrias e condutibilidade térmica.

Material Condutibilidade térmica (kcal/m².hºC)

PVC 1,1 – 1,6

Alumínio 1,5 – 1,9

Ferro 4,3 – 4,7

Madeira 5,0 – 6,0

Fonte: Santos (2004).

Cabe mencionar, também que o consumo energético na produção e

transformação do PVC é um dos mais baixos, se comparado com o de

outros materiais utilizados na construção civil, na confecção dos caixilhos,

tais como ferro alumínio, madeira e aço. O consumo bruto para a fabricação

do PVC representa, em média, menos de 0,25% da quantidade de petróleo

bruto extraído no mundo (SANTOS, 2004, p. 18).

A ligação dos perfis que formam os quadros das esquadrias acontece em

fábrica atravéz de soldas térmicas, com isso não ocorre a descontinuidade nos

cantos das peças como no caso da madeira e alumínio, consequentemente a

esquadrias apresenta maior estanqueidade a água. (SANTOS, 2004)

Outrossim, o PVC pode ser produzido com diversas cores e padrões, dentre

eles pode assemelhar-se a esquadrias de madeira, visto que ele pode ser

dimensionado e pintado de forma a se parecer esteticamente com ela. (OLIVEIRA,

2012).

Nesse sentido, vale lembrar que a esquadria de madeira agrega valor

estético, simbolizando rusticidade.

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Figura 25 - Esquadrias de PVC. Fonte: Elkras (2015).

Porém, o PVC apresenta como desvantagem ser sensível à ação de alguns

elementos orgânicos, tais como os solventes cetônicos e tetraidrofurânicos (THF), os

quais podem eventualmente ser encontrados em algumas tintas, vernizes e em

certos produtos de tratamento de madeira (EUROSYSTEM, 2005 apud GODOI,

2005).

Ademais, o PVC, ainda que possuam vida útil significativa, é material

termoplástico, podendo apresentar acentuadas deformações ao longo do tempo,

seja por tensões diversas ou por exposição a temperaturas elevadas (OLIVEIRA,

2012).

Outra desvantagem do uso do PVC é que, ainda que seja difícil sua

combustão, quando inflama o material produz um gás que contém ácido clorídrico

(HCl), o qual é altamente tóxico e prejudicial à saúde Desse modo, há de se

observar com atenção o uso de esquadrias de PVC em ambientes fechados

(SANTOS, 2004).

Os caixilhos de PVC, de acordo com a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), seguem as seguintes normas:

- NBR 10821/EB 1968: Caixilho para Edificação – janela - Especificação. Rio de

Janeiro, 1988.

- NBR 10820/TB 354: Caixilho para Edificação – janela - Termologia. Rio de Janeiro,

1988.

NBR 6485/MB 1225: Caixilho para Edificação – janela, fachada cortina e porta

externa – verificação da penetração de ar – método de ensaio. Rio de Janeiro, 1988.

- NBR 10829/MB 3071: Caixilho para Edificação – janela – medição da atenuação

acústica – método de ensaio Termologia. Rio de Janeiro, 1988.

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44 5.1 Fabricação de esquadrias de PVC

Como já foi citado anteriormente, as esquadrias de PVC são executadas a

partir de perfis extrudados, os quais possuem diversas formas que propiciam a

execução de praticamente todas as tipologias de aberturas. Na sequência será

apresentado o processo de fabricação destas esquadrias.

Segundo Santos (2004), o início da fabricação se dá com o corte, podendo

ser executado com equipamentos simples. Recomenda-se que a serra utilizada

nesta etapa não seja utilizada em outros materiais, como alumínio e aço, de modo a

evitar contaminações, ou seja, é importante que a lâmina da serra esteja limpa e

livre de gordura para não prejudicar a qualidade da solda.

Godoi (2005) salienta que no início do processo de fabricação é importante

observar que a área de montagem deve ser climatizada a uma temperatura de no

mínimo 15ºC, do contrário corre-se o risco de obter uma má qualidade de junta na

solda.

Os perfis, após cortados, devem ser soldados dentro de um período de 24

horas, para evitar que as superfícies acabem sofrendo avarias. O plano de corte

deve ser perpendicular à linha visual dos perfis, do contrário a solda poderá não ser

homogênea. O comprimento do corte deve ser dimensionado alguns milímetros

maior em cada canto para compensar o material que é reduzido durante o processo

de solda (GODOI, 2005).

Antes da solda os perfis de PVC passam por um reforço com aço

galvanizado, que são inseridas na câmara interior a cada peça, destinada à

colocação desses reforços que contribuem para a estabilidade da esquadria

produzida. Os reforços de aço devem ser cortados com comprimentos menores que

o perfil original, de modo que ele também permita a operação de soldagem sem

interferências (GODOI, 2005).

Mendes (2005, apud Godoi, 2005) destaca que nesta etapa também são

executadas as operações de usinagem para a colocação dos acessórios como

dobradiças e maçanetas.

Após a inserção do aço galvanizado e as operações de usinagem os perfis de

PVC são encaminhados para a solda termoplástica para fazer a ligação definitiva

dos perfis. Posteriormente, encaminha-se a peça a outra máquina para que seja

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45 limpa, sendo retirados os pedaços excedentes de PVC decorrente dos processos

anteriores, dando acabamento à esquadria (GODOI, 2005).

Por fim, as esquadrias são submetidas a um processo de finalização,

momento em que são adicionados acessórios como vidros e mosquiteiros

encaixilhados (MENDES, 2005 apud GODOI, 2005).

Os produtores, por intermédio da Associação Brasileira de Fabricantes de

Perfis de PVC (Afap-PVC), têm programa de garantia de qualidade

desenvolvido desde 1989, envolvendo nove empresas, e normas

abrangentes, que englobam desde a matéria-prima utilizada e o controle do

processo de fabricação até a instalação (ARCOWEB, 2004 apud SANTOS,

2004, p. 69).

5.2 Execução em obra de esquadrias de PVC

Com base em Godoi (2005), o processo de instalação de uma esquadria de

PVC será apresentado na sequência:

Primeiramente confere-se o prumo e nível do vão, bem como as dimensões

do mesmo para averiguar se estão adequadas à colocação daquela esquadria. Após

esse procedimento, estando as dimensões corretas, coloca-se o marco da esquadria

com os calços que auxiliam na instalação, conferindo, o prumo e nível do marco.

Após a colocação do marco, realizam-se os furos na parede, necessários à

instalação, por onde passarão as buchas e parafusos de fixação. Apertam-se os

parafusos e aplicam-se neles pontos de espuma de poliuretano que, juntamente com

os parafusos, farão a fixação da esquadria no vão.

Posteriormente, aplica-se espuma em todo o perímetro da esquadria,

deixando uma reentrância interna ao marco para que ali, posteriormente, seja

aplicado o silicone de vedação. É importante não aplicar quantidade exagerada de

espuma, o que pode causar a deformação da esquadria.

Após a secagem da espuma, a quantidade que expandiu para fora do marco

é removida e inicia a vedação da peça. A vedação começa com a aplicação de

silicone na reentrância deixada no perímetro da peça. Imediatamente após a

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46 aplicação do silicone, sobre esse são colocados os acabamentos da esquadria,

usualmente meia cana, pinázio ou guarnição.

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6. ESQUADRIAS METÁLICAS DE FERRO E AÇO

As esquadrias metálicas são esquadrias tradicionais, muito utilizadas

antigamente e que, atualmente, vêm perdendo espaço para novas tecnologias,

como esquadrias de PVC.

A fácil disponibilidade no mercado com custos relativamente baixo torna o

ferro uma matéria prima bastante competitiva para a indústria de esquadrias, pois o

material apresenta a propriedade de ser facilmente personalizado, tornando-se uma

boa opção para obras onde se necessita de um dimensionamento particular da

esquadria. Porém o fato de o material ser susceptível aos efeitos da corrosão,

necessitando de constante manutenção, acaba muitas vezes contribuindo para a

escolha de outro material.

O aço, que possui características semelhantes ao ferro, porém com melhor

desempenho frente às intempéries, ainda é tido como uma boa alternativa na hora

da escolha do material utilizado em obra, sendo utilizado em diversas tipologias de

esquadrias, porém apresenta custo superior ao ferro (FLEXEVENTOS, 2006 apud

HUTH, 2007).

Como o presente trabalho prioriza portas e janelas, a presença de esquadrias

metálicas nestas duas tipologias se dá em maior volume na produção de janelas,

enquanto portas metálicas, atualmente, são pouco encontradas em residências de

médio a alto padrão.

O aço utilizado em esquadrias é composto por ferro, carbono e uma leva de

outros materiais em menor quantidade, como silício, cobre e manganês. Cada

elemento, quando adicionado à liga metálica, confere certa particularidade, por

exemplo, a adição de cobre confere ao aço uma maior resistência frente à corrosão,

proporcionando uma maior durabilidade ao material. A adição de zinco, comumente

chamada de galvanização, também confere ao aço maior resistência frente ao

ataque corrosivo, além de proporcionar uma melhor aparência ao produto (ORSE,

2004).

As esquadrias de aço e ferro, assim como os outros tipos apresentados no

presente trabalho, devem apresentar eficácia frente aos seguintes aspectos:

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- estanqueidade ao ar e água (deve apresentar vedação adequada);

estanqueidade a agentes externos e pó (proteger contra a entrada de animais e

sujeira originadas do meio externo);

- isolamento térmico e acústico (não deve transmitir com facilidade o calor

nem propagar sons para o ambiente interno);

- satisfatória aeração (proporcionar a circulação do ar, podendo alternar o

fluxo dependendo do modo de sua abertura/fechamento);

- satisfatória iluminação (permitir a entrada de luz);

- resistência própria (apresentar resistência para não se degradar durante o

transporte,

- resistência quanto à presença de cargas de vento, independente da altura

de utilização desta esquadria;

- devem ser de fácil manuseio, execução e manutenção.

A figura 26 apresenta um exemplo de esquadrias de ferro e aço facilmente

encontradas no cenário nacional atual.

Figura 26 - Exemplo de esquadria de ferro e aço. Fonte: Balaroti (2015).

As esquadrias de ferro e aço são recomendadas para quaisquer ambientes,

exceto em regiões litorâneas em que este é submetido à maresia e pode perder sua

durabilidade. O aço define uma estrutura robusta ao produto final, possuindo maior

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49 resistência a impactos quando comparado aos outros materiais em estudo, como o

alumínio e o PVC.

As desvantagens na utilização de janelas e portas em aço são, além do custo,

o aspecto não tão atraente e um menor conforto térmico acústico quando

comparado ao alumínio e ao PVC. Já o ferro possui menor custo, porém apresenta

menor resistência a impactos e à corrosão, necessitando de maior manutenção.

Uma característica diferente dos outros materiais é que as portas metálicas

possuem tipologias nem sempre encontradas em outras matérias-primas, como as

portas corta-fogo. O quadro 1 apresenta os tipos de portas metálicas encontradas na

construção civil nacional.

Quadro 1 - Tipos de portas metálicas.

Tipo de porta Sistema e características Indicação e uso

Giratória folhas, batentes e

sistemas em função do uso

locais onde há brusca variação de temperatura,

com fluxo intenso de pessoas (lojas, metrôs) e mais recentemente em

segurança bancária

De correr sistemas com rodízios,

mecanismos de controle para abrir e fechar

Garagens, indústrias e comércio

Portas corta-fogo

Folhas de aço com núcleo isolante e incombustível

com fechaduras e dobradiças especiais que mantém a porta sempre fechada, como opcional

podem ter molas e sistemas de alarme

eletrônico

todas as edificações nas quais é obrigatório o uso

de portas corta-fogo

De suspender

vários sistemas mecanizados ou não

(articulada, deslizante e basculante)

garagens

Cortinas sistemas de correr

verticais, articuladas, de enrolar, embutir, etc...

lojas, galpões e depósitos

Fonte: Zulian et al. (2002).

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50 6.1 Fabricação de esquadrias metálicas

As esquadrias de aço são geralmente produzidas em perfis “I”, “T” e “L”,

podendo ser encontrados também perfis em chapas de aço ou tubulares enquanto

as estruturas de ferro são geralmente fabricadas em barras circulares, por se

tratarem, geralmente, de grades. O ferro também é encontrado na fabricação de

janelas, pois o aço, embora mais durável, não apresenta facilidade em ser modulado

e, assim, é encontrado em dimensões específicas. As estruturas de ferro também

possuem baixo custo de produção, tornando o produto final mais barato que a

maioria dos outros materiais.

Os passos para fabricação de esquadrias metálicas são basicamente

semelhantes aos descritos na fabricação de quadros de alumínio. A imagem 27

ilustra os passos para produção de esquadrias metálicas.

Figura 27 - Fluxograma de produção de esquadria de ferro/aço. Fonte: COPEMA (2015).

A principal diferença na produção dá-se na fase de limpeza e proteção, na

qual o aço sofre o processo de galvanização. Galvanização é o processo de

revestimento de um metal por outro mais nobre a fim de proporcionar melhor

resistência frente à corrosão ou até mesmo conferir melhor aparência ao metal.

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51 6.2 Execução em obra de esquadrias metálicas

Para a execução das esquadrias de aço e ferro deve-se prestar atenção nas

características de fábrica, pois a estrutura vem composta por acessórios, como

grapas e chumbadores, que servem de guia para a fixação da esquadria. Também

se deve cuidar o armazenamento das peças em obra, evitando empilhamento, e a

conferência no ato do recebimento quando comprada. Em síntese, pode-se dizer

que a execução de esquadrias de aço e ferro é dada pelas seguintes etapas:

1º Passo: Conferência das medidas de projeto e das medidas em obra (a

abertura do vão deve apresentar, geralmente, uma folga de 2,0 cm a cada lado para

preenchimento) a fim de evitar maiores problemas caso o vão não esteja correto.

Também se deve verificar a conformidade de vergas (em portas) e contravergas (em

janelas), a imagem 28 demonstra como deve se apresentar a alvenaria antes da

fixação.

Figura 28 - Alvenaria antes da fixação da esquadria. Fonte: REDECASAMAIS (2015).

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2º Passo: Deve-se centralizar a posição da esquadria no vão, conferindo

nivelamentos e correto posicionamento do peitoril, do prumo, e das possíveis

diferenças de cotas, como o assentamento de um futuro piso.

3º Passo: Deve-se calçar vergas e contravergas em suas regiões periféricas,

com distância de 60 cm entre os diferentes calços. Não deve ocorrer presença de

calço na região central, somente em posições laterais, permitindo, após a execução,

o correto funcionamento de abertura que a esquadria conter. Após o calçamento,

deve-se verificar níveis e prumos novamente.

4º Passo: Chumbar e parafusar a esquadria, fixando-a e testando sua

abertura. Também deve-se verificar todo o quadro da esquadria a fim de evitar que

esta apresente algum problema antes do preenchimento final de argamassa.

5º Passo: Preencher a folga da esquadria e vão com argamassa (traço 1:3) a

fim de conferir estanqueidade à estrutura. Este passo deve ser extremamente

cuidadoso a fim de evitar a penetração de água e o surgimento de possíveis

infiltrações.

6º Passo: Secagem da argamassa e proteção final da esquadria, protegendo

ela contra a corrosão e o ataque de agentes externos. Também deve-se cuidar para

que a esquadria pronta não seja prejudicada com a presença de pó de cimento, cal

e outros materiais. Para isto, geralmente a esquadria é plastificada.

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7. ESQUADRIAS DE VIDRO

O uso do vidro na construção civil cresceu rapidamente a partir do século XX,

devido a diversas pesquisas tecnológicas que permitiram o desenvolvimento deste

produto, deixando de ser produzido artesanalmente e passando para produção

massiva. Por definição o vidro trata-se de uma substância inorgânica, homogênea e

amorfa, obtida através do resfriamento de uma massa de fusão, sendo que, em

decorrência disso, suas principais qualidades são a transparência e a dureza

(BUENO, 2000).

O vidro é utilizado primeiramente pela qualidade da transparência, sinônimo

de luz e de comunicação. Huth, (2007, p. 24), descreve: “é o único material que

possibilita a visualização do produto que ele contém ao mesmo tempo em que o

protege contra radiações que o deteriorariam”.

Outra propriedade importante é a dureza deste material, o vidro não é poroso

e nem absorvente, trata-se de um bom isolante acústico, com baixo índice de

dilatação e condutividade térmica (BUENO, 2000).

.

Adicionalmente, o vidro exerce a função de equilibrar a temperatura e a

luminosidade nos ambientes, podendo tanto favorecer quanto impedir a passagem

de luz e calor. Em regiões de baixas temperaturas, indica-se a utilização de vidros

incolores que permitem a máxima entrada de luz e calor. Já em regiões de

temperaturas elevadas, deve-se optar por tipologias termoabsorventes, que

restringem a entrada de calor. Com isso, ocorre uma redução significante no

consumo energético, pois reduz a necessidade de sistemas artificias de calefação.

(BUENO, 2000).

O vidro encontra-se na construção civil sob diversas formas, como em

janelas, portas, blocos, elemento decorativo, divisória, entre outros. As esquadrias

de vidro, especificamente, adequam-se perfeitamente em diversos tipos de obras,

sejam elas residenciais, comerciais e industriais

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Em síntese, podemos destacar que a importância do vidro na composição das

esquadrias está relacionado às seguintes propriedades: Transparência, dureza,

proteção contra radiação solar, isolamento térmico e acústico, além do valor estético

que os diversos tipos de vidros proporcionam nos acabamentos.

A figura 29 apresenta a fachada de uma moderna edificação executada com

vidro.

Figura 29 - Fachada moderna executada com vidro. Fonte: Imobiliária versátil (2015)

São várias as tipologias de vidros disponíveis no mercado. O vidro sem

nenhuma espécie de transformação é chamado recozido, devido ao seu processo de

fabricação. A partir desse, são produzidos todos os outros diversos tipos de vidros.

Dentre os principais tipos de vidros utilizados nas edificações, destacam-se os

vidros de segurança, que possuem características favoráveis à resistência mecânica

e proporcionam padrões de segurança superior ao vidro comum. As esquadrias de

vidros de segurança são indicadas para áreas de maior risco de acidentes, sujeitos a

impactos, choques térmicos ou utilização sob condições adversas, que requeiram

resistência mecânica (BUENO, 2000).

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Bueno (2000, p.35) esclarece que “a diferença fundamental entre o vidro de

segurança e o comum é que ao ser fraturado o vidro de segurança produz

fragmentos menos suscetíveis de causar ferimentos graves do que o vidro comum.”

Os vidros de segurança são basicamente dois: o aramado e o laminado

(HUTH, 2007).

O vidro laminado caracterizam-se por possuir duas ou mais lâminas de vidro

interligadas, sob calor e pressão, por uma película. Oferecem boa segurança, pois,

ao se quebrarem, os cacos do vidro ficam grudados na película e não se dispersam

pelo ambiente. Assim como o vidro temperado, o vidro laminado não pode ser

cortado na obra, devendo ter suas dimensões especificadas previamente (BUENO,

2000).

O vidro aramado, por sua vez, é incorporada uma rede metálica de malha

quadrada, tendo como principal característica a resistência ao fogo e diminui o risco

de acidentes, pois ao ser quebrado, não estilhaça, sendo que os fragmentos de vidro

mantem-se presos à tela metálica (BUENO, 2000).

Outro tipo de vidro muito utilizado com diferentes aplicações são os vidros

temperados, o qual tem sua resistência aumentada pela têmpera, processo no qual

o material é aquecido a uma temperatura critica e depois resfriado rapidamente.

Estre processo faz com que ocorram tensões residuais de compressão na sua

superfícies e tensões de tração na parte internas, aumentando consideravelmente

sua resistência mecânica, sendo que o vidro apresenta grande resistência as

tensões de compressão (HUTH, 2007).

São indicados para locais susceptíveis a impactos, choques térmicos e

principalmente onde se deseja o máximo de transparência com o mínimo de

elementos estruturais de sustentação. Um exemplo comum de utilização são em

fachadas de edifícios e vitrines (BAUER, 1994 apud HUTH, 2007).

Outro ponto da versatilidade das esquadrias de vidro se dá pelas diversas

possibilidades de acabamento que ele apresenta, podendo ser incolor ou colorido,

serigrafado, impresso, reflexivo, fosco, dentre outros beneficiamentos que possuem

função estética e funcional.

Os vidros coloridos, serigrafados, pintados a frio ou impressos são muito

utilizados em fachadas e vitrines, servindo a fins comerciais e publicitários, podendo

estampar identidade visual de empresas, por exemplo, na figura 30.

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Figura 30 - Vidro serigragado com logo da empresa. Fonte: Speedtemper (2015).

Ademais, importante mencionar que o vidro colorido também pode cumprir

uma função estética adicional, que é a de influenciar nos padrões de iluminação do

ambiente em que é aplicado, conforme a imagem 31 abaixo:

Figura 31 – Efeitos na iluminação de um ambiente em função do vidro colorido.

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Fonte: AECWEB (2014).

Uma desvantagem do vidro é que em locais em que a segurança do imóvel

deve ser maior, a utilização de portas e janelas de vidro pode não ser uma boa

opção, já que deixa o local mais exposto, posto que grande parte dos vidros

possibilita visão completa dos ambientes, e podem ser estilhaçados facilmente.

Para atenuar parcialmente esse problema, no que se refere à exposição do

interior do imóvel, uma alternativa são as esquadrias de vidro impresso, serigrafados

ou refletivo, que contribuem significativamente para aumentar a segurança quando

se faz uso desse material na aplicação de esquadrias, conforme fica demonstrado

nas figuras 32 e 33.

Figura 32 - Efeito do vidro impresso em esquadria. Fonte: Vidraçaria Acorci (2015).

Figura 33 - Vidro refletivo em esquadria.

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58 Fonte: Guaporé Vidros (2015). 7.1 Fabricação e execução de esquadrias de vidros

O vidro é obtido através da fusão, em altas temperaturas, de uma mistura de

materiais como sílica (areia), potássio, alumina, sódio (barrilha), magnésio e cálcio.

Apresentam propriedades que os tornam elementos importantes na composição de

diversas tipologias de esquadrias utilizadas na construção civil. A execução das

esquadrias de vidros pode ser através de caixilhos ou autoportante.

Para execução onde se utiliza caixilhos, Zulian et al. (2002) orientam os

seguintes cuidados:

- Utilização de mão de obra treinada, preferencialmente por profissionais da

própria empresa fornecedora do material.

- O vidro, após o recebimento deve ser armazenado, devendo ser posicionado

verticalmente com leve inclinação.

- Utilização de massa na parte interna e externa do caixilho, mesmo com a

utilização de baguetes.

- Após a instalação do vidro, sinalizá-lo com um “X”, de maneira que fique bem

visível, afim de evitar acidentes.

- Na limpeza final, tomar cuidado para não utilizar produtos químicos, que

possam danificar o vidro. Deve-se utilizar apenas água detergente neutro, ou

produtos limpa vidro apropriados.

Nas instalações autoportantes (quando não são utilizados caixilhos), Bauer

(1994 apud Huth, 2007) explica que: a instalação de vidros autoportante é feita

através de ferragens metálicas fixadas diretamente no vidro e na estrutura de

sustentação, ou seja, as ferragens fazem a ligação direta desses elementos,

transmitindo os esforços sem a utilização de caixilhos de outros materiais. Entre as

ferragens e o vidro, devem-se utilizar materiais imputrescíveis, não higroscópicos

que não escoem ou desgastem com o passar do tempo para garantir melhor

funcionamento da esquadria.

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8. PATOLOGIAS RELACIONADAS ÀS ESQUADRIAS

Assim como os demais elementos construtivos, as diversas tipologias de

esquadrias também sofrem com manifestações patológicas ao longo de sua vida útil.

Seja por falhas durante a produção e execução ou devido a condições climáticas

desfavoráveis, é necessário conhecer os principais fatores que interferem na

funcionalidade e durabilidade das esquadrias, afim de que se possa evitar a

ocorrência de futuros problemas.

Uma manifestação patológica bastante comum nas edificações ocorre na

interface esquadrias/alvenaria. O aparecimento de fissuras inclinadas nos vértices

superior e inferior dos vãos das esquadrias são causadas por sobrecargas

uniformemente distribuídas. Para evitar essas manifestações deve-se utilizar vergas

e contra-vergas prolongadas além do vão, para que se tenha uma melhor

distribuição de esforços (MOCH, 2009).

Figura 34 - Fissura devido a ausência de contraverga. Fonte: Moch (2009).

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Outra patologia bastante comum está presente nas esquadrias de madeira, as

quais apresentam vulnerabilidade a diversos agentes externos.

A presença de umidade, a radiação solar e agentes biológicos como fungos e

insetos, atacam facilmente os elementos constituintes da madeira, ocasionando

primeiro a perda de suas características estéticas e posteriormente sua degradação.

A melhor solução para preservação da madeira e a manutenção preventiva,

visto que existe no mercado uma vasta linha de produtos que quando aplicados

corretamente aumentam a vida útil da madeira. No entanto, deve-se salientar que a

aplicação destes produtos deve ser rotineira. Na figura 36 é possível observar uma

porta de madeira em estado de degradação.

Figura 35 - Processo avançado de degradação em esquadria de madeira.

Fonte: Santos e Duarte (2013).

Já as esquadrias constituídas por materiais metálicos são susceptíveis a outro

tipo de patologia, a corrosão. Estre processo acorre devido a exposição do metal

com o ambientes externo, onde há presença de grande numero de soluções

aquosas. A corrosão é o processo de deterioração progressiva do metal proveniente

de uma reação química ou electroquímica que transforma o ferro em oxido de ferro

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61 hidratado (ferrugem). A melhor solução para sanar os efeitos da corrosão é a

intervenção preventiva, através de pintura. A pintura tem a função não somente

estética, mas de proteger e isolar o metal de todo e qualquer contato com o meio

externo ao qual o material está exposto.

A figura 36 demonstra o processo avançado de corrosão em uma porta de

ferro.

Figura 36 - Corrosão em esquadria de ferro. Fonte: Texture Lib(2015).

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9. CONCLUSÕES

O presente trabalho buscou apresentar diferentes tipos de esquadria

encontrados no mercado nacional, apresentando o tipo de matéria-prima

constituinte, suas características, possíveis vantagens e desvantagens, o processo

de fabricação, execução em obra e proteção final contra intempéries. O trabalho

também contemplou uma breve demonstração das possíveis patologias decorrentes

da relação alvenaria/esquadria e, em cada item, tentou ilustrar através de imagens

os principais pontos, a fim de transformar o trabalho final em uma forma de guiar

profissionais e estudantes na escolha do correto tipo de esquadria.

Primeiramente foram apresentadas as justificativas para o tema do trabalho

final e a apresentação da classificação dos tipos de esquadria, seja pela forma de

abertura, pela função ou pela matéria-prima. Depois desta primeira parte, foram

divididos em capítulos os diferentes materiais que compõe as esquadrias

encontradas no mercado brasileiro. A divisão quanto ao tipo de material foi o

principal enfoque, pois a escolha do engenheiro deve se basear nas características

que o material contempla na região de utilização da esquadria, como, por exemplo,

jamais se deve utilizar uma esquadria mais vulnerável à corrosão em ambientes

litorâneos, como esquadrias de ferro.

O trabalhou também abrangeu, após a apresentação de cada tipo de material,

a forma tradicional de fabricação e a execução em obra, a fim de demonstrar como

cada esquadria se porta e quais principais cuidados devem ser tomados para não

ocorrer problemas posteriores. Por fim, buscou-se em cada capítulo apresentar

formas de proteção e manutenção da durabilidade das diferentes esquadrias e

demonstrar, brevemente, problemas que geralmente são acarretados por má

execução ou erros de projetos.

Assim, pode-se concluir que a execução das esquadrias deve ser realizada a

fim de promover a estanqueidade e durabilidade, escolhendo uma correta mão-de-

obra e empresas confiáveis de fornecimento. Quanto à escolha pelo tipo de material,

todos possuem características positivas e negativa, necessitando realizar a análise

da necessidade de cuidado referente à região na qual a esquadria estará aplicada,

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63 ou a finalidade que ela apresentar, como também o custo-benefício e a

disponibilidade encontrada no mercado.

A análise do custo-benefício de cada espécie de esquadrias evidentemente

dependerá do projeto a ser executado, levando em consideração variáveis diversas

como o porte do empreendimento, durabilidade do material empregado, o custo,

dispêndio com manutenção, conforto térmico-acústico. A relação custo-benefício

será positiva quando for possível aliar atributos estéticos e funcionais dentro de um

mesmo projeto, optando-se pela espécie de esquadria acertada no caso específico.

Nesse sentido, cada material terá suas especificidades, posto que alguns,

ainda que possuam o custo baixo e mostrem-se adequados em projetos de um

orçamento reduzido, terão a desvantagem de investimentos em longo prazo com

manutenção ou gastos em energia elétrica para uma melhor iluminação ou conforto

térmico dos ambientes.

A madeira, por exemplo, um dos materiais mais utilizados na produção de

esquadrias, não possui um alto custo de produção e pode ser encontrada facilmente,

sendo viável renovar suas reservas, tendo uma vida útil satisfatoriamente longa

quando bem conservada. Metal também é um material de fácil acesso, de baixo

custo e facilmente moldado adequando-se aos mais diversos projetos, porém torna-

se uma escolha inadequada quando houver fatores externos que acelerem seu

processo de oxidação. O alumínio, por sua vez, é um material vantajoso

considerando sua leveza e baixa manutenção, porém tem custo elevado, acima do

da madeira ou metal. Já o PVC desponta como o material mais indicado em uso

geral, sendo durável e não necessitando de maiores tratamentos contra insetos

(como a madeira) e bem menos suscetível à corrosão quando comparado a

esquadrias metálicas. Finalizando, resta salientar que a esquadria em PVC, embora

seja a melhor escolha frente ao desempenho de suas características, apresenta um

caráter estético inferior às demais, sendo indicada somente quando este item não for

de maior relevância.

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