Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados...

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Essa

luta

tam

bém

énossa

!Legalização

doaborto

Som

os

forte

s,so

mos

ww

w.cu

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forte

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CU

T-

CE

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RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

03

Essa

luta

tam

no

ssa!

So

mo

sfo

rtes,

som

os

Legalizaçãodo

aborto

Secre

taria

Nacio

nald

aM

ulh

er

Tra

balh

adora

da

CU

T

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

30

Org

an

ização

:

Pro

du

ção

de

texto

s/e

diç

ão

/revis

ão

:

Ilustra

çõ

es:

Dia

gra

mação

:

Secretaria

Nacionald

aM

ulherTrab

alhadora

–S

NM

T/CU

TS

ecretáriaN

acionalda

Mulher

Trabalhad

ora:Rosane

Silva

Assessoria

Política:Léa

Marq

uese

Rita

Pinheiro

snmt@

cut.org.b

r/11

21089116

/112108

9287

Alessand

raTerrib

ili

Tmax

Prop

agand

a

Tmax

Prop

agand

a

Imp

ressão

:B

angraf

1ºE

dição,S

etemb

rod

e2009

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Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

04

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

29

Dire

ção

Exe

cu

tiva

Nacio

nald

aC

UT

2009

-2012

Dire

tore

s/a

sE

xe

cu

tivo

s/a

s:

Pre

sid

en

te:

Vic

e-P

resid

en

te:

Se

cre

tário

-Ge

ral:

Se

cre

tário

de

Ad

min

istra

ção

eF

inan

ças:

Se

cre

tário

de

Re

laçõ

es

Inte

rnacio

nais

:S

ecre

tário

de

Org

an

ização

eP

olític

aS

ind

ical:

Se

cre

tário

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rmação

:S

ecre

tária

de

Co

mu

nic

ação

:S

ecre

tário

de

Po

líticas

So

cia

is:

Se

cre

tária

de

Re

laçõ

es

do

Tra

balh

o:

Se

cre

tária

da

Mu

lhe

rTra

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ad

ora

:S

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tário

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Saú

de

do

Tra

balh

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or:

Se

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tária

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Ju

ve

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de

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ecre

tária

de

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mb

ien

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Se

cre

tária

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mb

ate

ao

Racis

mo

:

Artur

Henriq

ued

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antosJosé

Lopes

FeijóQ

uintinoM

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Severo

Vagner

Freitasd

eM

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Antonio

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Melo

JoséC

elestinoLourenço

(Tino)R

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Motta

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Rosane

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Silva

ManoelM

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ascimento

Melo

Rosana

Sousa

Carm

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ForoM

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Reis

Nog

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Ad

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ibeiro

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mâncio

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Silva

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Beck

FilhoE

lisângela

dos

Santos

Araújo

JasseirA

lvesFernand

esJulio

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JunéiaM

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edro

Arm

engold

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ogério

Batista

Pantoja

Shakesp

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eJesus

ValeirE

rtle

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RA

NIC

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OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

05

stacartilha

éd

irigid

aàs

militantes

do

movim

entosind

icaldas

diversas

categorias

enos

diversos

estados

brasileiros.E

latem

oob

jetivod

econtrib

uircom

od

ebate

sobre

otem

ad

aleg

alizaçãod

oab

orto,tirando

dúvid

ase

comb

atendo

afirmações

falsase

preconceituosas

que

sãod

isseminad

asp

oraí.

Com

estacartilha,m

uitasd

iscussõesp

odem

serfeitas

nab

ased

om

ovimento,a

fimd

esocializar

oacúm

ulod

om

ovimento

de

mulheres

para

termos

mais

capacid

ade

de

dialog

arcom

ascom

panheiras

ed

etrazê-las

para

estaluta.

Boa

leitura!

E

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

28

gravid

ezind

esejada

deve

serasseg

urado

oatend

imento

aoab

ortoleg

aleseg

urono

sistema

púb

licod

esaúd

e.

Neste

contexto,nãop

odem

osnos

calar!

Nós,

sujeitosp

olíticos,m

ovimentos

sociais,org

anizaçõesp

olíticas,lutad

orese

lutadoras

sociaise

pelos

diretos

humanos,

reafirmam

osnosso

comp

romisso

coma

construçãod

eum

mund

ojusto,fraterno

esolid

ário,nosreb

elamos

contraa

criminalização

das

mulheres

que

fazemab

orto,nosreunim

osnesta

Frentep

aralutarp

elad

ignid

ade

ecid

adania

de

todas

asm

ulheres.

·N

enhuma

mulherd

eveserim

ped

ida

de

sermãe.E

nenhuma

mulherp

ode

serobrig

ada

aserm

ãe.Porum

ap

olíticaq

uereconheça

aautonom

iad

asm

ulherese

suasd

ecisõessob

reseu

corpo

esexualid

ade.

·P

elad

efesad

ad

emocracia

ed

op

rincipio

constitucionaldo

Estad

olaico,

que

deve

atender

atod

ase

todos,

semse

pautar

por

influênciasrelig

iosase

comb

asenos

critériosd

auniversalid

ade

do

atendim

entod

asaúd

e!

·P

orum

ap

olíticaq

uefavoreça

am

ulherese

homens

umcom

portam

entop

reventivo,q

uep

romova

de

forma

universalo

acessoa

todos

osm

eiosd

ep

roteçãoà

saúde,

de

concepção

eanticoncep

ção,semcoerção

ecom

respeito.

·N

enhuma

mulher

deve

serp

resa,m

altratada

ouhum

ilhada

porterfeito

aborto!

·D

ignid

ade,autonom

ia,cidad

aniap

araas

mulheres!

·P

elanão

criminalização

das

mulheres

ep

elaleg

alizaçãod

oab

orto!Fre

nte

nacio

nal

pelo

fimd

acrim

inaliza

ção

das

mulh

ere

se

pela

leg

aliza

ção

do

ab

orto

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Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

06

CU

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NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

27

de

jornaiscom

projetos

de

leiq

uecrim

inalizamcad

avez

mais

asm

ulheres.D

eputad

oselab

oramP

rojetosd

eLei

como

o“b

olsaestup

ro”,q

uep

ropõe

uma

bolsa

mensal

de

umsalário

mínim

mulherp

aram

anterag

estaçãod

ecorrented

eum

estupro.A

exemp

lod

esteP

L,existem

muitos

outrossim

ilares.p

araag

ravarm

aisa

situaçãoem

dezem

bro

de

2008a

mesa

diretora

da

Câm

arad

osD

eputad

oscriou

uma

CP

I-C

omissão

Parlam

entard

eInq

uéritop

arainvestig

arap

raticad

oab

ortocland

estinono

Brasil.

Acriação

dessa

CP

Ipenalizará

ainda

mais

asm

ulheresp

obres

eneg

ras,assim

como

osm

ovimentos

que

defed

emeste

direito.

Acrim

inalizaçãod

asm

ulherese

de

todas

aslutas

libertárias

ém

aisum

aexp

ressãod

ocontexto

reacionário,criad

oe

sustentado

pelo

patriarcad

ocap

italistag

lobalizad

oem

associaçãocom

setoresrelig

iososfund

amentalistas.

Querem

retirard

ireitosconq

uistados

em

anterocontrole

sobre

asp

essoas,especialm

entesob

reos

corpos

ea

sexualidad

ed

asm

ulheres.

Ao

contráriod

ap

risãoe

condenação

das

mulheres,

oq

uenecessitam

ose

querem

osé

uma

política

integrald

esaúd

esexuale

reprod

utivaq

uecontem

ple

todas

ascond

içõesp

araum

ap

ráticasexualseg

ura.

Am

aternidad

ed

eveser

uma

decisão

livree

desejad

ae

nãoum

aob

rigação

das

mulheres.D

eveser

comp

reendid

acom

ofunção

sociale,portanto,o

Estad

od

evep

rovertodas

ascond

içõesp

araq

ueas

mulheres

decid

amsob

eranamente

seq

ueremou

nãoser

mães,e

quand

oq

uerem.

Para

aquelas

que

desejam

serm

ãesd

evemser

assegurad

ascond

içõeseconôm

icase

sociais,através

de

políticas

púb

licasuniversais

que

garantam

assistênciaa

gestação,

parto

ep

uerpério,assim

como

oscuid

ados

necessáriosao

desenvolvim

entop

lenod

eum

acriança:creche,escola,lazer,saúd

e.

As

mulheres

que

desejam

evitargravid

ezd

evemterg

arantido

op

lanejamento

reprod

utivoe

asq

uenecessitam

interromp

erum

a

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RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

07

Apresentação...................................................................

Oque

éaborto?...................................................

Oque

éclandestinidade?..............................................

Oque

écrim

inalização?......................................

Oque

élegalização?......................................................

Om

achismo

ea

lutadas

mulheres

pelodireito

aoaborto..........................

Um

aquestão

quetam

bémé

desaúde

pública.........

AC

UT

nãopode

fingirque

nãovê....................

Oque

éfem

inismo;.........................................................

Histórico

daluta

pelalegalização;......................

Casos

deoutros

países;.................................................

“Você

sabia?”.........................................................

Manifesto

daF

renteN

acionalcontra

aC

riminalização

dasM

ulherese

pelaLegalização

doA

borto.......................

Índice

0912

13

13

14

15

1824

2022

23

25

26

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

26

Centenas

de

mulheres

noB

rasilestão

sendo

perseg

uidas,

humilhad

ase

condenad

asp

orrecorrerem

àp

ráticad

oab

orto.Isso

ocorrep

orque

ainda

temos

uma

legislação

do

séculop

assado

–1940

–,que

criminaliza

am

ulhereq

uema

ajudar.

Acrim

inalizaçãod

oab

ortocond

enaas

mulheres

aum

caminho

de

clandestinid

ade,

aoq

ualse

associamg

ravesp

erigos

para

assuas

vidas,

saúde

físicae

psíq

uica,e

nãocontrib

uip

arared

uziresteg

ravep

roblem

ad

esaúd

ep

ública.

As

mulheres

pob

res,negras

ejovens,d

ocam

po

ed

ap

eriferiad

ascid

ades,são

asq

uem

aissofrem

coma

criminalização.S

ãoestas

que

recorrema

clínicascland

estinase

aoutros

meios

precários

einseg

uros,uma

vezq

uenão

pod

emp

agarp

eloserviço

clandestino

nared

ep

rivada,q

uecob

raaltíssim

osp

reços,nemp

odem

viajarap

aísesond

eo

aborto

éleg

alizado,op

çõesseg

urasp

araas

mulheres

ricas.

Aestratég

iad

ossetores

ultraconservadores,

religiosos,

intensificada

desd

eo

finalda

décad

ad

e1990,tem

sido

o“estouro”

de

clínicascland

estinasq

uefazem

aborto.O

sob

jetivosd

estessetores

conservadores

sãop

uniras

mulheres

elevá-las

àp

risão.E

md

iferentesE

stados,os

Ministérios

Púb

licos,aoinvés

de

garantirem

ap

roteçãod

ascid

adãs,

têminvestid

oesforços

nap

erseguição

einvestig

açãod

em

ulheresq

uerecorreram

àp

ráticad

oab

orto.Fichase

prontuários

méd

icosd

eclínicas

privad

asq

uefazem

proced

imento

de

aborto

foramrecolhid

os,numa

evidente

disp

osiçãod

eaterrorizare

criminalizar

asm

ulheres.N

ocaso

do

Mato

Grosso

do

Sul,

foramq

uase10

milm

ulheresam

eaçadas

de

indiciam

ento;algum

asjá

foramp

rocessadas

ep

unidas

coma

obrig

açãod

efazer

trabalhos

emcreches,

cuidand

od

eb

ebês,

numflag

ranteato

de

violênciap

sicológica

contraestas

mulheres.

Aestas

açõesefetuad

asp

eloJud

iciáriosom

am-se

osm

austratos

ehum

ilhaçãoq

ueas

mulheres

sofremem

hospitais

quand

o,emp

rocessod

eab

ortamento,

procuram

atendim

ento.N

estem

esmo

contexto,oC

ongresso

Nacionalap

roveitap

araarrancar

manchetes

Manife

sto

co

ntra

acrim

inaliza

ção

das

mulh

ere

s

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Legaliza

ção

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-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

08

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

25

Are

aliz

ão

de

abortosinseguros

representaa

terceiracausa

dem

ortem

aternano

Brasile

correspon-de

a13%

dastaxas

dem

ortem

aternano

mundo?

As

inte

rna

çõe

sn

oS

US

para

curetagem

(proce-

dim

entop

ós-aborto

induzid

oem

condições

de

risco)são

oseg

undo

proced

imento

mais

realizado

emob

stetrícia?

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condições

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risco)são

oseg

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proced

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mais

realizado

emob

stetrícia?

Bo

ap

arte

da

sm

ulheresque

realizamabortos

sãocasadas

outêm

relaçõesestáveis,têm

idadeentre

20e

35anos

esão

católicas?(fonte:pesquisa

UnB

)

Com

plicações

gera-

das

por

aborto

inseguro

sãoa

quinta

causad

einternação

de

mulheres

nosserviços

púb

licosd

esaúd

e?(fonte:

Ministério

da

Saúd

e)

Bo

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plicações

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inseguro

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causad

einternação

de

mulheres

nosserviços

púb

licosd

esaúd

e?(fonte:

Ministério

da

Saúd

e)

Vocêsab

iaque...

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AD

OR

ES

09

Apresentação

Passar

por

umab

ortonão

éum

aexp

eriênciafácil

para

nenhuma

mulher.Tem

imp

actosob

reseu

corpo,sob

resua

cabeça,

sobre

seussentim

entose

suasang

ústias.N

enhuma

mulher

fazab

ortocom

oum

métod

ocontracep

tivod

eem

ergência,

pelo

contrário.E

ssaé

aúltim

asaíd

ap

aracentenas

de

milhares

de

mulheres

que

nãoq

ueremou

nãop

odem

serm

ães,em

umd

eterminad

om

omento

de

suasvid

as,ese

vêemnum

asituação

de

gravid

ezind

esejada.

Oab

ortoé

uma

realidad

ep

araas

mulheres,e

oE

stado

nãop

ode

fecharos

olhosp

raisso.E

stima-se

que

1m

ilhãod

eab

ortossão

realizados

noB

rasiltod

osos

anos,em

situaçãod

ecland

estinidad

e–

ouseja,

semseg

urançanem

condições

adeq

uadas

de

saúde

ehig

iene–,já

que

aleg

islaçãob

rasileiratrata

asm

ulheresq

uep

raticamo

aborto

como

criminosas.Isso

significa

que

oab

ortoé

uma

realidad

ep

araas

mulheres,

eo

Estad

onão

pod

efecharos

olhosp

araisso.

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

24

Oaborto

élegalizado

emm

uitospaíses

dom

undo.E

mquase

todosos

paísesdesenvolvidos,

oaborto

élegal.E

,aocontrário

doque

dizem,a

experiênciadesses

paísesé

deque,com

alegalização,o

número

de

abo

rtos

nãoaum

enta,p

elocontrário.P

odemos

comparar

paísesque

legalizaramo

abortocom

outrosem

queo

abortoé

ilegal.Na

Holanda

eno

Canadá,onde

oaborto

élegali-

zado,onúm

erode

abortosrealizados

paracada

100m

ulheresem

idadefértilé

de,respectivamente,0,53

e1,2.

No

Brasil,

essenúm

eroé

de3,65,

eno

Peru

(outropaís

emque

oaborto

éconsiderado

umcrim

e),éde

5,19.

Issoacontece

porque,nospaíses

emque

oaborto

foilegalizado,tam

bémse

desenvolveuum

apolítica

deam

ploacesso

aosm

étodosanticon-

cepcionaise

aadoção

deum

apostura

mais

progressistaem

relaçãoà

sexualidade.N

aE

uropa,a

taxam

édiade

abortoa

cada1000

gesta-ções

ém

enorque

10.A

om

esmo

tempo,

naA

mérica

Latina,região

comas

leism

aisrestritivas,e

ondea

qualidadedos

serviçosde

saúdeé

mais

deficiente,ataxa

média

éde

37abortos

acada

1000gestações.

Portanto,

comparando

asleg

islações

sob

reo

abo

rtoem

diversospaíses,

percebe-seque

aslegislações

mais

punitivasem

relaçãoao

abortonão

garantem

baixos

índices

de

abortam

ento.N

essespaíses,as

taxasde

abortamento

ede

mortalid

ade

materna

atingem

osm

aioresíndices

mundiais.

Um

casointeressante

dese

avaliaré

oda

Rom

ênia.A

té1966,

oaborto

eralegalizado

lá,e

am

orta-lidade

materna

associadaao

abortoera

dem

enosde

20m

ulherespor100

mil.

Após

essadata,

oaborto

foiproibido,

ea

mortalidade

associadaao

abortoaum

entouoito

vezes.

Em

2007,P

ortugal,país

reconhecidamente

conservadore

dem

aioriacatólica,aprovou

alegalização

doaborto

viaum

plebiscitorealizado

coma

população.Avitória

sedeu

comm

aisde

60%dos

votos.Apartirdaí,o

governoe

oparlam

entoportuguês

aprovarama

descriminalização

ea

legalizaçãodo

abortono

país.

Aleg

alizaçãodo

aborto

emoutros

países

Page 10: Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento plenodeumacriança:creche,escola,lazer,saúde. ... que o

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

10

Para

discutir

eenfrentar

essaq

uestão,d

iversosasp

ectosd

evemserlevad

osem

consideração.E

semp

reé

preciso

reafirmar

que

oE

stado

brasileiro

élaico,

ouseja,

nãop

ode

nemd

evese

deixar

dirig

irp

orum

aou

outracrença

religiosa.N

emtod

ostêm

am

esma

crença,afinal.

Averd

ade

éq

uem

ulheresp

obres,jovens

eneg

rassão

asq

uem

orremem

decorrência

de

abortos

inseguros.O

prob

lema

éaind

am

aiornocam

po,ond

e,muitas

vezes,oisolam

entoé

maior,e

oacesso

aeq

uipam

entosp

úblicos

de

saúde

ém

aisd

ifícil.E

nquanto

isso,aq

uelasq

uetêm

condições

sabem

aonde

irp

ararealizaro

proced

imento

de

forma

clandestina,m

ascom

segurança

(ep

agam

carop

orisso).

Averd

ade

éq

uem

ulherese

homens

sãoresp

onsáveisp

orum

ag

ravidez

indesejad

a,portanto,não

éjusto

que

am

ulherseja

penalizad

ap

elainterrup

çãod

ag

ravidez.

Averd

ade

éq

uea

divisão

sexuald

otrab

alhoatrib

uiàs

mulheres

ocuid

ado

comos

filhose

otrab

alhod

oméstico,o

que

fazcom

que

umfilho

nãop

lanejado

traga

conseqüências

irreversíveisp

araa

vida

delas.

Averd

ade

éq

ueo

acessoa

métod

osanticoncep

cionaise

aop

lanejamento

familiaraind

anão

éum

arealid

ade

para

am

aioriad

osb

rasileirose

brasileiras.

Averd

ade

éq

uem

uitasm

ulheresaind

anão

conseguem

exigir

dos

seusp

arceiroso

usod

ep

reservativosnum

arelação

sexual,p

orcausa

do

machism

oq

ueaind

aorg

anizaa

nossasocied

ade

–m

achismo

que,aind

ap

orcima,tam

bém

éresp

onsávelp

orhavertantoscasos

de

estupro.

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

23

Aluta

pela

legalização

do

aborto

Adefesa

dalegalização

doaborto

éu

ma

ma

rca

imp

orta

nte

do

sm

ovimentos

dem

ulheres.D

esdeos

anos1960,

essaé

uma

lutacentral

dasm

ulheres.E

muito

antes,aliás.Na

Revolução

Russa

ena

Cubana,o

abortofoilegalizado

nosprim

eirosanos

pós-revolução.A

defesado

direitodas

mulheres

dedecidirse

queremterfilhos

ounão,

ee

mq

ue

mo

me

nto

,e

stá

relacionadacom

adefesa

dolivre

exercícioda

sexualidadefem

ininae

como

direitodas

mulheres

dedecidirlivrem

entesobre

suasvidas.

Oprincipal,

nessadiscussão,

éentender

quelegalizar

oaborto

significagarantir

aautonom

iadas

mulheres

sobreseus

corpose

suasvidas.

Adecisão

delevar

ounão

uma

gravidezadiante

deveserdas

mulheres:

am

ulherd

ecide,

asociedade

acata,oE

stadogarante.

Om

ovimento

dem

ulheresdefende

quea

legalizaçãodo

abortoseja

acompanhada

pelauniversalização

doacesso

aosm

étodosanticonce-

pcio

nais,

de

um

ap

olítica

de

discussãocom

ajuventude

sobresexualidade

eorientação

sexualnas

escolas,e

deum

apolítica

deatendim

entointegral

àsaúde

dasm

ulheres–

outrabandeira

históricado

feminism

o.

Adefesa

dalegalização

doaborto

foi

uma

das

resoluçõ

esm

aisim

portantesda

Ieda

IIConferência

Nacionalde

Políticas

Públicas

paraas

Mulheres.A

partirdaí,ogoverno

brasileiroinstituiu

uma

comissão

tripartite(com

postapor

represen-tantes

doP

oderE

xecutivo,do

Co

ng

res

so

Na

cio

na

le

da

sociedadecivil)

paraelaborar

eenviar

aoC

ongressoN

acionaluman

tepro

jetod

elei

visand

descriminalização

elegalização

doaborto.

Essa

continuasendo,

hoje,um

aluta

importantíssim

ado

movim

entode

mulheres.

Nenhum

am

ulherdeve

serperseguida,

humilhada,

con

den

ada

ou

presa

po

rter

praticadoum

aborto!

Page 11: Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento plenodeumacriança:creche,escola,lazer,saúde. ... que o

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

11

Portanto,

averd

ade

éq

uecad

am

ulherd

eveter

direito

de

decid

irse

quer

ounão

levarum

ag

ravidez

adiante.

Terum

filhoé

uma

responsab

ilidad

ep

aratod

aa

vida,

enão

pod

eser

uma

decisão

imp

ostaà

mulher.N

enhuma

crençarelig

iosap

ode

definir

como

asm

ulheresd

evemcuid

ard

esua

vida,

nemo

que

pod

emfazercom

seucorp

o.Aq

uelasq

ueop

tamp

elam

aternidad

ed

evemserresp

eitadas.A

quelas

que

optam

porinterrom

perum

ag

ravidez,

tamb

ém.As

“verdad

es”p

ropag

andead

asp

oraí

,p

oraq

uelesq

ueq

ueremcontinuar

criminalizand

oas

mulheres,

nãosão

tãoverd

adeiras

quanto

parece.E

stacartilha

traráinform

açõescom

oob

jetivod

eesclarecer

dúvid

ase

enfrentarp

reconceitos.A

borto

legale

seguro

deve

serdireito

de

toda

mulher.A

CentralÚ

nicad

osTrab

alhadores

apóia

essaluta.

Secretária

Nacionald

aM

ulherTrab

alhadora

da

CU

TR

osaneS

ilva

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

22

Ofem

inismo

éa

lutad

asm

ulheresp

orig

ualdad

e,contra

aop

ressão.Ép

artefund

amentald

aluta

da

classetrab

alhadora,

pois

oh

ave

rálib

erd

ad

ep

ara

ninguém

enquanto

asm

ulheresforem

oprim

idas,

enquanto

osn

eg

ros

fore

mo

prim

ido

s,

enquanto

houverp

reconceitod

eo

rien

taç

ão

se

xu

al.

No

ss

asocied

ade

sóserá

livree

justaq

uando

nãohouver

exploração,

dis

crim

ina

çã

o,

op

res

oe

desig

ualdad

ed

enenhum

tipo.

Em

bo

ras

ete

nh

aavançad

oem

direção

àig

ual-d

ade,é

preciso

olharcomatenção

para

como

éa

vida

das

mulheres

emnosso

país

eno

mund

o.N

om

undo

do

trabalho,

asm

ulheressã

om

aio

riaa

bso

luta

en

tretrab

alhadores

precarizad

osou

nainform

alidad

e.No

mercad

oform

al,g

anham,

emm

édia,

30%m

enosq

ueos

homens,

realizando

a

Oque

feminism

o?é

o

mesm

afunção.

Continua

sendo

muito

comum

oasséd

iosexual,os

gracejos,

piad

inhase

“cantadas

inc

on

ven

ien

tes”

na

rua

,n

otrab

alho,no

espaço

de

militância,

emq

ualquer

espaço

púb

lico–

como

seas

mulheres

nãotivessem

direito

de

estarno

espaço

púb

licosem

estaremexp

ostasa

essasab

ordag

ens.C

ontinuamsend

oaltos

osínd

icesd

eviolência

contraas

mulheres.

Em

casa,o

trabalho

do

méstico

ainda

é“co

isad

em

ulh

er”,

ep

or

iss

o,

ela

scontinuam

cump

rindo,

emsua

imensa

maioria,o

que

chamam

osd

ed

upla

jornada

de

trabalho

–trab

alhando

forae

emcasa.

Por

isso,o

feminism

ocontinua

muito

atual.H

ám

uitop

eloq

uelutar.E

asm

ulherestêm

muito

oq

ued

izersobre

isso.

Page 12: Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento plenodeumacriança:creche,escola,lazer,saúde. ... que o

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

12

Perg

unta

se

resp

osta

sso

bre

ale

galiza

ção

do

aborto

Ab

ortoé

ainterrup

çãod

ag

ravidez.

Pod

eser

prod

utod

ealg

uma

comp

licaçãoesp

ontâneaou

pod

eserp

rovocado.Q

uando

ép

rovocado,é

objeto

de

polêm

ica.

Na

maioria

dos

países

que

têmo

aborto

legalizad

o,a

referênciaé

garantir

nosistem

ap

úblico

de

saúde

arealização

de

abortos

(trêsm

eses),pord

ecisãod

am

ulher.Ou

por

ump

razom

aiorem

casod

erisco

de

morte

para

am

ãee

emcasos

de

gravid

ezresultante

de

estupro.P

ortanto,q

ueo

movim

entod

em

ulheresd

efende

aborto

“atéo

nonom

ês”.

até

a12ª

se

man

a

ém

en

tira

Oq

ue

éab

orto

?

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

21

Aluta

porig

ualdad

eentre

mulheres

ehom

ensé,p

ortanto,um

ab

andeira

fundam

entald

aC

UT,

como

parte

dessas

mud

ançasestruturais

pelas

quais

lutamos.Foip

orcomp

reender

aim

portância

do

feminism

op

araa

lutad

ostrab

alhadores

que

aC

UT

crioua

Com

issãoN

acionalsobre

aM

ulherTrabalhad

ora,em1986.M

aistard

e,em2003,p

ercebend

oq

ueera

necessáriaum

aestrutura

maior

nointerior

da

centralp

araresp

onder

àscrescentes

dem

andas

das

mulheres

trabalhad

oras,criou-se

aS

ecretariaN

acionalsobre

aM

ulherTrab

alhadora

da

CU

T–

para

comb

atero

machism

oexistente

nasrelações

de

trabalho

eno

próp

riom

ovimento

sindical.

Essa

iguald

ade

ainda

nãoexiste.H

ám

uitoa

serfeito.N

om

undo

do

trabalho,na

família,nos

meios

de

comunicação,nos

altosínd

icesd

eviolência

dom

ésticae

sexualcontraas

mulheres,

nad

esqualificação

que

elassofrem

nosd

iversosesp

açosd

eq

uep

articipam

(inclusive,na

política).

Acrim

inalizaçãod

oab

ortoé

uma

dessas

questões

que

dem

onstrama

desig

ualdad

e.A

sm

ulheressão

imp

edid

asd

eterem

garantid

oo

seud

ireitod

eop

tarem

seremm

ãesou

nãoe

quand

o.S

ãoim

ped

idas

de

teremautonom

iasob

reseus

corpos

esob

resuas

vidas.

São

ameaçad

asd

ep

risãoou

subm

etidas

àp

ossibilid

ade

de

morrerou

de

sofrerg

ravesseq

üelasd

ecorrentesd

eum

aborto

inseguro.

São

obrig

adas

ase

curvara

uma

leiq

ueas

criminaliza

eas

discrim

ina.E

oE

stado

brasileiro

élaico,

enão

deve

deixar

nenhuma

moral

religiosa

interferirnas

suasleis

enas

suasp

olíticasp

úblicas.

Ép

arad

efender

aig

ualdad

eentre

mulheres

ehom

ens,ép

arad

efenderos

direitos

da

mulhertrab

alhadora,é

para

defend

era

vida

dessas

mulheres,

que

aC

UT

temp

osiçãosob

rea

legalização

do

aborto:

somos

afavor,

pois

essaluta

tamb

émé

nossa.

Page 13: Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento plenodeumacriança:creche,escola,lazer,saúde. ... que o

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

13

Ofato

de

oab

ortoser

ilegal,

ouseja,

constard

oC

ódig

oP

enalbrasileiro,

nãoim

ped

eq

ueele

sejaum

arealid

ade

para

asm

ulheresb

rasileiras.Isso

significa

que

osab

ortossão

realizados

emsituação

de

clandestinid

ade,ou

seja,.

Existem

clínicasq

ue,mesm

oop

erando

nacland

estinidad

e,g

arantemo

proced

imento

de

aborto

de

forma

segura

eem

condições

adeq

uadas.

Ocorre

que,

exatamente

por

serileg

al,ap

enasas

mulheres

que

pod

emp

agar

carotêm

acessoa

essasclínicas.

Ag

rande

maioria

das

mulheres

que,

diante

de

uma

gravid

ezind

esejada,

decid

einterrom

pê-la,

acaba

recorrendo

am

étodos

“caseiros”q

ue,p

odend

o,inclusive,causaram

orted

elas.

“esco

nd

ido

levam

ah

em

orra

gia

se

ase

ela

sp

rofu

nd

as

Oq

ue

écla

nd

estin

idad

e?

Oq

ue

écrim

inaliza

ção

?

No

Brasil,o

aborto

ép

ermitid

oap

enasem

casod

eestup

roou

de

riscoà

vida

da

mãe.

Issosig

nificaq

ueas

mulheres

que

praticam

aborto

forad

essassituações,

de

acordo

coma

brasileira

para

oassunto

(oC

ódig

oP

enald

atad

e1940),são

considerad

ascrim

inosas,estando

sujeitasd

e1

a3

anosd

ereclusão.Tod

osnós,certam

ente,conhecemos

algum

am

ulherque

jáp

recisourecorrerao

aborto

–um

airm

ã,uma

amig

a,um

avizinha,

uma

prim

a.S

eráq

ueelas

merecem

serp

resas?D

evemcorrer

riscossérios

àsua

saúde?

Por

que

sóas

mulheres

sãocrim

inalizadas,

sea

gravid

ezenvolve

umhom

eme

uma

mulher?O

fatod

eo

aborto

sercrim

inalizado

nãoim

ped

eq

ueas

mulheres

interromp

amum

ag

ravidez

indesejad

acom

osm

étodos

de

que

disp

õem.A

penas

colocaa

situaçãoem

clandestinid

ade

eexp

õeas

mais

pob

resa

riscosà

suasaúd

ee

àsua

vida.

an

acrô

nic

ale

gis

lação

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

20

AC

UT

nãop

ode

fingirq

uenão

vêum

aq

uestãoq

ueafeta

tantastrab

alhadoras

por

todo

op

aís.Ép

orisso

que

nonosso

IVC

ongresso

Nacional,

em1991,

aprovam

osp

osicionamento

favorávelàd

escriminalização

eleg

alizaçãod

oab

orto.

AC

UT

defend

eos

interessesd

aclasse

trabalhad

orano

seulocald

etrab

alhoe

nasações

diante

das

políticas

prop

ostasp

elog

overno–

defend

endo

uma

política

econômica

que

favoreçaessa

classe,aam

pliação

de

direitos,a

distrib

uiçãod

erend

ae

ajustiça

social,etc.

Estam

osna

lutaem

defesa

da

educação

blica,

da

saúd

ep

úb

lica,d

em

eios

de

com

un

icaçãod

emocráticos,entre

outrasim

portantes

band

eirasd

om

ovimento

sindical

esocial

que

simb

olizamnossa

lutap

orm

udanças

estruturaisna

sociedad

e.Só

assimvam

osacab

ard

evez

coma

exploração

de

trabalhad

orase

trabalhad

oresb

rasileirosna

suainteg

ralidad

e. AC

UT

não

pode

fingir

que

não

vê.

Page 14: Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento plenodeumacriança:creche,escola,lazer,saúde. ... que o

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

14

Descrim

inalizaroab

ortosig

nifica,

ouseja:

asm

ulheresq

uep

raticaremab

orto,assim

como

osm

édicos

oum

édicas

que

realizamos

proced

imentos

de

aborto,

nãom

aisestarão

expostas

àp

ossibilid

ade

de

prisão

oua

outrasp

enalidad

es,com

oserviços

comunitários

forçados,

situaçãoà

qualforam

subm

etidas,recentem

ente,ad

ezenasd

em

ulheressul-

mato

gro

ssenses.E

ntretanto,

descrim

inalizaro

abo

rtonão

significa

que

oserviço

púb

licod

esaúd

erealize

esseatend

imento.

Descrim

inalizando

oab

ortosua

prática

deixa

de

serconsid

erada

crime,m

aso

Estad

onão

seresp

onsabiliza

por

seuatend

imento.

Istona

realidad

esig

nificaráq

uesom

enteas

mulheres

que

temd

inheirop

arap

agar

clínicasp

articularescaríssim

asterão

ap

ossibilid

ade

de

optarp

orumab

ortoseg

uro.

tirá-lo

do

dig

oP

en

al

Ad

escriminalização

ép

arted

op

rocessod

eleg

alização,m

asnão

basta.Leg

alizaro

aborto

imp

lica,tamb

ém,g

arantirq

ueele

,g

ratuitamente,

comseg

urançae

condições

adeq

uadas

para

preservar

asaúd

ed

asm

ulheres,semq

ueelas

possam

serpresas

porisso.

Aleg

alizaçãosig

nificatam

bém

,ou

seja,d

eterminarcom

ohosp

itaise

clínicasd

evematend

erasm

ulheres;e

osp

razose

orientaçõesq

ued

evemserseg

uidos.

Legalizar

nãosig

nificap

ropor

que

todas

façamab

orto.C

ada

uma

deve

terdireito

aexercersua

autonomia.O

useja:cad

am

ulherdeve

terod

ireitod

ed

ecidirse

querou

sep

ode

terumfilho

naquele

mom

entod

asua

vida.A

quelas

que

nãoconcord

am,não

vãointerrom

per

ag

ravidez.

Aq

uelasq

uenão

pod

emou

nãoq

ueremlevar

uma

gravid

ezad

iante,devem

teresse

direito,sem

terque

correrriscosd

ed

anosg

raves.

se

jare

aliz

ad

on

os

ho

sp

itais

blic

os

reg

ula

me

nta

r

Oq

ue

éle

galiza

ção

?

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

19

recebem

.M

uitosm

édicos(as)

eenferm

eiros(as)d

ecidem

“punir”

as

mu

lhe

res

pe

late

nta

tivad

ea

bo

rtoe

oa

ten

de

mad

equad

amente

aquelas

que

chegam

atéeles

nessascond

ições,fazend

o-assofrer

ainda

mais

asconseq

üênciasd

eum

ad

ecisãoq

ued

everiaser

tomad

alivrem

ente,semam

eaçasou

riscosd

essap

roporção.

Ép

recisod

iscutira

prop

ostad

eleg

alizaçãod

oab

ortotam

bém

do

po

ntod

evista

das

desig

ualdad

esso

ciaise

econômicas.

Op

roblem

ad

acrim

inalizaçãod

oab

ortotam

bém

refleteum

ad

esiguald

ade

de

classe.As

mulheres

que

morrem

emd

ecorrênciad

eab

ortosinseg

urossão,

emsua

amp

lam

aioria,p

obres,

negras,

camp

onesas,d

onasd

ecasa

da

periferia.

São

essasas

mu

lheres

qu

etêm

men

os

acessoa

méto

do

santiconcep

cionais,a

informação

ea

serviçosd

esaúd

e.A

liás,tam

bém

sãoessas

que

apresentam

maiorvulnerab

ilidad

ed

ianted

ed

enúncias,punições,hum

ilhaçõese

abusos

quand

orecorrem

aoserviço

púb

licod

esaúd

eem

processo

de

abortam

ento.Basta

notarq

ueo

aborto

inseguro

éa

segund

acausa

de

morte

materna

entrem

ulheresneg

ras,eterceira

entreas

brancas

(dad

osd

oM

inistériod

aS

aúde).

Aq

uelasq

uetêm

condições

de

pag

arcaro

por

ump

rocedim

entod

eab

ortoem

clínicascland

estinasseg

urascorrem

menos

riscoà

saúde.A

sm

aisp

obres

nãod

ispõem

de

alternativasseg

uras,mas

nãod

eixamd

erecorrer

aoab

orto.Acab

amfazend

oem

condições

precárias,

por

meio

de

“métod

oscaseiros”

indicad

osp

orconhecid

as,ing

erindo

reméd

iossem

orientaçãom

édica,e

assim,colocam

suap

rópria

vida

emrisco.

Esse

ém

aisum

motivo

pelo

qual

oab

ortonão

deve

serinvisib

ilizado

outratad

oap

enasno

âmb

itod

avid

ap

rivada

de

cada

uma.P

recisahaveratend

imento

aq

uetod

astenham

acesso,aq

uetod

asp

ossamrecorrer,

nared

ep

ública

de

saúde,

quand

oenfrentam

uma

gravid

ezind

esejada.

Page 15: Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento plenodeumacriança:creche,escola,lazer,saúde. ... que o

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

15

Om

achis

mo

ea

luta

das

mulh

ere

spelo

dire

itoao

aborto

da

sexualidad

e,ouseja,em

muitas

outrasesferas

da

vida.

Existe

uma

que,entre

outrascoisas,

determina

queo

trabalhodom

ésticoe

ocuidado

comcrianças,idosos

eenferm

oscabem

àm

ulher.Sendo

assim,a

maioria

dasm

ulherescum

premo

quecham

amos

de,ou

seja:alémde

trabalharfora,ainda

trabalhamem

casa.E

moutros

casos,asm

ulheresdeixam

detrabalharfora

paratrabalhar

somente

emcasa,o

quelhes

limita

aindependência

ea

autonomia.

div

isão

sexu

al

do

trab

alh

o

du

pla

jorn

ad

ad

etra

balh

o Não

pod

emos

falarsob

red

escriminalização

eleg

alizaçãod

oab

ortosem

localizara

questão

numa

sociedad

em

arcada

pela

desig

ualdad

eentre

homens

em

ulheres.O

seexp

ressanas

relaçõesfam

iliares,no

mund

od

otrab

alho,noexercício

mach

ism

o

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

18

Um

aquestã

oque

tam

bém

éde

saúde

públic

a

que

marg

inalizae

criminaliza

asm

ulheresq

uerecorrem

aoab

orto.

Estim

a-seq

uesejam

realizados,a

cada

anono

Brasil,cerca

de

1m

ilhãod

eab

ortoscland

estinos.C

omo

parte

significativa

desses

proced

imentos

acontecesem

ascond

içõesad

equad

asd

ehig

ienee

de

segurança,cerca

de

250m

ilmulheres,d

eacord

ocom

estimativas

do

Ministério

da

Saúd

e,são

internadas

noshosp

itaisp

úblicos

comhem

orragias

ouseq

üelasd

eab

ortoinseg

uro.

Com

plicações

gerad

asp

orab

ortoinseg

urosão

anos

serviçosp

úblicos

de

saúde.E

ém

uitocom

umq

ueessas

mulheres,além

de

tudo,sejam

mal

atendid

asp

orp

arted

osp

rofissionaisd

asaúd

eq

ueas

qu

inta

cau

sa

de

inte

rnação

de

mu

lhe

res

Sab

e-seq

uem

uitasm

ulheresm

orremou

sofremsérios

danos

àsaúd

e,todos

osanos,

porq

uep

recisamrecorrer

am

étodos

inseguros

eim

provisad

osp

arainterrom

per

uma

gravid

ez.Isso

éum

aconseq

üênciad

acland

estinidad

qualas

mulheres

sãosub

metid

ase

da

hip

ocris

ia

Page 16: Essa luta também é nossa! Legalização do aborto · puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento plenodeumacriança:creche,escola,lazer,saúde. ... que o

CU

T-

CE

NT

RA

NIC

AD

OS

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

Legaliza

ção

do

aborto

-E

ssalu

tata

mbém

énossa

!

17

16

As

mulheres

trabalham

emcasa

como

sefosse

uma

vocaçãonaturald

elas,apenas

emnom

ed

oam

orpela

família.E

ssetrab

alhoé

fundam

entalpara

oq

uecham

amos

de

reprod

uçãod

avid

asocial,p

aram

antera

sociedad

ecap

italistafuncionand

osem

que

elatenha

que

“arcar”com

essetrab

alho.C

omo

asp

essoasp

oderiam

sairp

aratrab

alharse

nãotivessem

comid

ana

mesa,

roupa

lavada,casa

limp

a,filhosed

ucados

oututelad

os?

Com

oessa

divisão

sexuald

otrab

alhoresp

onsabiliza

asm

ulheresp

elascoisas

de

casae

da

família,é

evidente

que

umfilho

trazm

uitom

aisd

oq

uep

araa

vida

dos

homens.A

lémd

isso,infelizm

ente,a

desig

ualdad

eentre

homens

em

ulheresestá

presente

tamb

émna

prática

sexual.Isso

significa

que

ainda

há–

muitas

mulheres

sãoforçad

asa

fazersexo

comseus

parceiros

contrasua

vontade,

oq

uetam

bém

éum

fatorq

ueacarreta

emg

ravidezes

indesejad

as.

Em

outroscasos,

continuasend

od

ifícilpara

asm

ulheresneg

ociaremo

usod

ep

reservativocom

seuscom

panheiros.

Ésem

pre

das

mulheres

aresp

onsabilid

ade

porevitara

gravid

ez.

Ep

orfim,sab

e-seq

ue–

elesfalham

,ea

responsab

ilidad

ecaiinteira

sobre

ascostas

das

mulheres.

Issosem

contarq

ue,num

país

desig

ualcom

oo

Brasil–

tantod

op

ontod

evista

sócio-econômico

quanto

do

ponto

de

vistareg

ional–,

ésab

ido

que

oacesso

am

étodos

anticoncepcionais,b

emcom

osua

utilizaçãoad

equad

a,ainda

estálong

ed

oq

ueseria

oid

eal.Ás

vezes,asm

ulheresnão

têmacesso

aom

étodo,

ouo

acessoé

difícil,

ouelas

nãotêm

condições

de

comp

rar.O

utrasvezes,

osanticoncep

cionaisd

isponíveis

têmefeitos

colateraisad

versosà

saúde

das

mulheres.

imp

acto

sp

ara

avid

ad

ela

s

estu

pro

de

ntro

do

casam

en

too

ud

eu

ma

rela

ção

está

ve

l

ne

nh

um

tod

oan

tico

nce

pcio

nal

é100%

se

gu

ro

Além

disso,

para

asm

ulheres,mas

sim,d

eveser

uma

opção

delas.

Ser

mãe

nãop

ode

serum

castigo

ouum

aim

posição,

deve

serum

ad

ecisãotom

ada

comconsciência

das

responsab

ilidad

esq

uetraz,e

que

sejaresultad

od

ep

lanejamento

ed

evontad

ed

am

ulheroud

ocasal.M

uitasm

ulheressonham

emser

mães.O

utrasnão

pretend

emter

filhos,ounão

pod

emter

naquele

mom

ento.Todas

têmo

direito

de

organizarsua

vida

como

acharemm

elhor.Acrim

inalizaçãod

oab

ortotam

bém

servea

uma

morald

ed

asm

ulheres.É

como

sea

sociedad

ed

issesseq

ueas

mulheres

nãop

odem

tervida

sexual,ousó

pod

emexercer

suasexualid

ade

seforem

casadas.N

essecontexto,p

arted

asd

outrinascristãs

defend

eq

ueo

sexosó

deve

serpraticad

ocom

afinalid

ade

de

terfilhos.

As

mulheres

querem

exercersua

sexualidad

eco

mresp

onsabilid

ade,resp

eito,afeto.Mas

issonão

pod

eim

pora

elasa

maternid

ade,nem

restringirsua

liberd

ade

de

escolhap

araterum

avid

afeliz.

am

ate

rnid

ad

en

ão

po

de

se

ru

ma

imp

osiç

ão

,n

ão

éu

md

estin

oirre

me

diá

ve

l

co

ntro

led

ase

xu

alid

ad

e