Estadão - 13 de Outubro

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Caderno2 Ao somdassirene s Berna Real e discu te aviolênciaem mo str ano MAM FUNDADOEM 1875 O profess or escocês Economia 23H30 JULIOMESQUITA (1862 - 1927) NOBEL:POBREZA ECONSUMO  Viagem Miami animal  Veja como apro veita r a cidade com seu cacho rro FOTOS LUIZAW CERVENKA Seleção pede apoio à torci da Osgastosdosgover- nos estaduais com salários de servido- resestãononívelmaisaltonos15anos de vigência da Lei de Responsabilida - de Fiscal, informa  Daniel Bramatti. Nos 12 meses encerrados em agosto desteano,osgovernosde26Estadose doDistritoFederaldestinaram,emmé- dia,46,75%da rec eita corr enteà folh a de pessoal. POLÍ TICA/ PÁG.A8 l Amo r emalto-mar. Cas ar em cruz eiros : opçã o econ ômic a e diver tida.PÁG.D8 Prefeitura perd oa dívid as deR$30mi Opos ão u sar á p ed a la d a em 20 15 p a ra f o r ç ar im pe ac hm en t Rel ató rio que apo nta irr egu lar ida deno1º sem est re ser á usadopar a tentar lev arCunha a abr ir ação con tra Dil ma Time enfrent a Venezu ela, em Doc u mentos a p ontam q ue lobb y a l t ero u te x to d e MP Chu va no RS dei xa 7,6 mil desal ojad os METR ÓPOL E / PÁG.A14 DARIOOLIVEIRA/CÓDIGO19 Dell comp ra ameri cana Gasto est adu al com ser vid or éomaiorem 15 an os Gov ern o da Tur quia vi ra alvo de pro testo Em acor do comverea dore s paraa ele-  vaçãodeIPTU,a gestãoFerna ndoHad- dadsancionouperdãoamultasdequa- seR$ 30milhõesaplica dasa empresas e entidades culturais que não presta- ramcontasdousodedinheiropúblico. Entre os anistiadosestão companhias de teatro, gráficas e até uma empresa deEdemarCidFerreira,dofalidoBan- coSantos. METR ÓPOL E/ PÁG.A12  Aoposiçãoapresentar áhoje aditamen - toaopedidodeimpeachmentdapresi- dente Dilma Rousseff assinado pelos  juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júniorparaincluirapráticadaspedala- dasfiscaisem2015.Diantedafragilida- decrescentedopresidentedaCâmara, EduardoCunha(PMDB-RJ),osoposi- cionistasfazempressãoparaqueacele- rea aber turado proc esso de impe ach- ment.Onovoaditamentoutilizaorela- tório do procurador Júlio Marcelo de Oliveira,responsável por investiga ção que aponta que o governo atrasou a transferência de R$ 40,2 bilhões aos  bancospúblicosno primeirosemestre de 2015– em todo anopassado , fora m R$37,5bilhões.Paraaoposição,oatra- so nosrepass esde dinhe irodo Tesou- ro a ban cospúblico s tamb ém em 2015 derrubaoargumentodequenãosepo- deri a abrirproces socom bas e emirre- gularidadescometidasnomandatoan- teri or de Dilma. POLÍTICA/ PÁG.A4 l Plan altoteme deci sãode Cunha DilmaRousseffse reuniucom minis - trospara defini r estra tégia s caso Eduard o Cunh a (PMDB -RJ) decid a “unil ateral ment e” a favorda cass ação domanda toda pre sid ent e semsub- meter a dec isã o ao ple nár io.PÁG.A4 ALEX SILVA/ESTADÃO Lobistas de montadoras de veículos conse guiramalteraro conteú do da MP 471 antes que ela fosse assinada pelo presidenteLula,em2009,edepoistive- ram acesso ao texto antes da publica- ção no Diário Oficial da União. As mu- dançasfavore ceramfábricas inves tiga- das por contr atar servi ços de interme - diaçãono gover no. Mensa gensobtidas por Andreza Matais e Fábio Fabrini mostra m queos lobist as convencera m o governo a incluir no texto regras de interesse de ao menos três montado- ras.GraçasàMP,fabricantesinstalados noNorte,NordesteeCentro-Oesteob- tiveram prorrogação de incentivos fis- caisporcincoanos.Umsupostoesque- ma de corrupção para comprá-la está sendoinvestigado.OutrasduasMPses- tãosob suspe ita. POLÍ TICA/ PÁG.A7 Ar te no centro deSP Umbalão de 34metr os de comprimento quemisturaas formas de uma ba le iae de uma tartaruga sobr evo ou o Va- le do Anha nga - ba ú on te m à ta r- de. Cha madode Skywhale , foi criado pela artista australiana Patrici a Piccini ni, que inauguro u exposiç ão na ci da de . O diade fo lgaem o Paulo também teve parques lota dos , comfila deaté2 hora s para estaci onar. CADE RNO2/ PÁG.C4 e METR ÓPOL E / PÁG.A16 Levantamento da Fipe mostra que cre sceo núme rode trab alha dore s for- mais que aceitam reduzir os salários para tentar escapar do desemprego.  Atéagosto,ocorre ram111acordoscole- tivos com redução nominal dos salá- rios , quas e meta de dele s no Esta do de São Paulo. Em 2014, foram apenas 4 reg istr osde nego ciaç õescomcorteno holerite. ECONOMIA/PÁGS.B1 eB4 Cris e le va 111 ca teg ori as a redu zir sal ário l Casa Civ ilnegamudança Gov ern o dizque a MPfoi ass inada “s em alter açõesde mérit o, inclu sive quant o aosprazos e aos porc entuai s”. PÁG.A7 Terça-feira  13 DEOUTUBRO DE2015  R$ 4,00  ANO136 Nº44555 EDI ÇÃODE  estadão.com.br

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Caderno2Aosomdas sirenesBerna Reale discutea violênciaemmostra noMAM

FUNDADOEM1875

O professor escocês Angus Deaton ganhouo Nobel de Economiapormelhorar a medi-

çãode indicadoreseconômicos básicos

comopobreza e consumo,emespecialnos paísesem desenvolvi-mento. ECONOMIA/PÁG.B6

Economia

23H30

JULIOMESQUITA (1862 - 1927)

NOBEL:POBREZAECONSUMO

 ViagemMiamianimal Vejacomo

aproveitar a cidadecomseucachorro

Tempoem SP

FOTOS LUIZAW CERVENKA

Seleçãopedeapoioà torcida

25°Máx.   18°Mín.

Osgastosdosgover-nos estaduais comsalários de servido-

resestãononívelmaisaltonos15anosde vigência da Lei de Responsabilida-de Fiscal, informa Daniel Bramatti.

Nos 12 meses encerrados em agostodesteano,osgovernosde26EstadosedoDistritoFederaldestinaram,emmé-dia,46,75%da receita correnteà folhade pessoal.POLÍTICA/ PÁG.A8

Houaisse suascatedrais Antonio Houaissgostava do adjeti- vo “catedralesco”.Não encontroadjetivo melhorpara algumasdasempreitadasem queele se meteu.CADERNO2/ PÁG.C8

l Amor em alto-mar.Casar emcruzeiros:

opçãoeconômica e divertida.PÁG.D8

PrefeituraperdoadívidasdeR$30mi

Oposiçãousarápedaladaem2015paraforçarimpeachmentRelatórioqueapontairregularidadeno1ºsemestre será usadopara tentarlevarCunhaa abriração contraDilma

TimeenfrentaVenezuela,emFortaleza.DanielAlves (foto) pediu

à torcidaque nãofaça a seleção“pagaro pato’’pelosproblemasdoPaís. ESPORTES/ 

PÁG.A17

Documentosapontamque lobbyalterou textodeMP

ChuvanoRSdeixa7,6mildesalojadosMETRÓPOLE / PÁG.A14

DARIO OLIVEIRA/CÓDIGO19

DellcompraamericanaEMCporUS$67biECONOMIA/ PÁG.B12

Gastoestadualcomservidoréomaiorem15anos

O premiê turco, Ahmet Davutoglu,confirmouqueogovernoinvestigaa

participação do Estado Islâmico noatentado de sábado, em Ancara, quedeixou97mortos.Ontem,houvema-nifestações emtodo o país contra ogoverno. Sindicatos convocaramgrevegeral. INTERNACIONAL/ PÁG.A9

GovernodaTurquia viraalvo deprotesto

Em acordo comvereadores paraa ele- vaçãodeIPTU,a gestãoFernandoHad-

dadsancionouperdãoamultasdequa-seR$ 30milhõesaplicadasa empresase entidades culturais que não presta-ramcontasdousodedinheiropúblico.Entre os anistiadosestão companhiasde teatro, gráficas e até uma empresadeEdemarCidFerreira,dofalidoBan-coSantos.METRÓPOLE/ PÁG.A12

 Aoposiçãoapresentaráhoje aditamen-toaopedidodeimpeachmentdapresi-dente Dilma Rousseff assinado pelos

 juristas Hélio Bicudo e Miguel RealeJúniorparaincluirapráticadaspedala-dasfiscaisem2015.Diantedafragilida-decrescentedopresidentedaCâmara,EduardoCunha(PMDB-RJ),osoposi-

cionistasfazempressãoparaqueacele-rea aberturado processo de impeach-ment.Onovoaditamentoutilizaorela-

tório do procurador Júlio Marcelo deOliveira,responsável por investigaçãoque aponta que o governo atrasou atransferência de R$ 40,2 bilhões aos

 bancospúblicosno primeirosemestre

de 2015– em todo anopassado, foramR$37,5bilhões.Paraaoposição,oatra-so nosrepassesde dinheirodo Tesou-

ro a bancospúblicos também em 2015derrubaoargumentodequenãosepo-deria abrirprocessocom base emirre-gularidadescometidasnomandatoan-terior de Dilma. POLÍTICA/ PÁG.A4

lPlanaltoteme decisãode CunhaDilmaRousseffse reuniucomminis-

trospara definir estratégias caso

Eduardo Cunha (PMDB-RJ)decida

“unilateralmente” a favorda cassação

domandatoda presidente semsub-

metera decisão aoplenário.PÁG.A4

ALEX SILVA/ESTADÃO

A prioridadeeducacionalIoeb pode desempenhar importantepapel na tarefa de avaliação daspo-líticaspúblicas educacionais. PÁG.A3

Chuvafraca.Pág.A14

JOSÉPAULO KUPFER

      M      E      L      E      V

      A      N      S      /      A      P      P

NOTAS& INFORMAÇÕES

Amalaise brasileiraO choquede realidadeproporcio-nadopela incompetência de Dilmageneralizou o desalento.PÁG.A3

Lobistas de montadoras de veículosconseguiramalteraro conteúdo da MP471 antes que ela fosse assinada pelopresidenteLula,em2009,edepoistive-ram acesso ao texto antes da publica-

ção no Diário Oficial da União. As mu-dançasfavoreceramfábricas investiga-das por contratar serviços de interme-diaçãono governo. Mensagensobtidaspor Andreza Matais e Fábio Fabrini

mostram queos lobistas convenceramo governo a incluir no texto regras deinteresse de ao menos três montado-ras.GraçasàMP,fabricantesinstaladosnoNorte,NordesteeCentro-Oesteob-

tiveram prorrogação de incentivos fis-caisporcincoanos.Umsupostoesque-ma de corrupção para comprá-la está sendoinvestigado.OutrasduasMPses-tãosob suspeita. POLÍTICA/ PÁG.A7

ArtenocentrodeSPUmbalão de34metrosdecomprimentoquemisturaasformasdeumabaleiae deumatartarugasobrevoouo Va-ledoAnhanga-baú ontemà tar-de.ChamadodeSkywhale, foicriadopelaartistaaustralianaPatricia Piccinini,que inaugurouexposiçãonacidade. O diadefolgaemSãoPaulotambémteveparqueslotados, comfiladeaté2 horasparaestacionar.CADERNO2/ PÁG.C4

e METRÓPOLE / PÁG.A16

CiclistaéagredidonaregiãodacracolândiaMETRÓPOLE / PÁG.A15

Levantamento da Fipe mostra quecresceo númerode trabalhadores for-mais que aceitam reduzir os saláriospara tentar escapar do desemprego.

 Atéagosto,ocorreram111acordoscole-tivos com redução nominal dos salá-rios, quase metade deles no Estado deSão Paulo. Em 2014, foram apenas 4 registrosde negociaçõescomcortenoholerite.ECONOMIA/PÁGS.B1 eB4

Crise leva111categoriasareduzirsalário

lCasa Civil negamudançaGoverno dizque aMPfoi assinada“sem

alteraçõesde mérito, inclusivequanto

aosprazos e aosporcentuais”.PÁG.A7

HUMBERTO WERNECKRiscos ocultosTemarecorrente,a estabilidadefinanceira dos paísesemergentes voltouao centrodas preocupaçõesdoFMIe doBanco Mundial.ECONOMIA/ PÁG.B5

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Terça-feira   13 DEOUTUBRO DE2015   R$ 4,00   ANO136 Nº44555 EDIÇÃODE   estadão.com.br

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 A2   Espaço aberto   TERÇA-FEIRA , 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

l]ZANDER NAVARRO

Ascrianças

deMacondo

FórumdosLeitores

Todosleramouou-

 viram falar sobreCem Anos de Soli-dão (1967), do co-lombiano Ga-

 briel García Már-quez, morto no ano passado.Em1982,laureou-secomoNo-

 belde Literatura.Os especialis-

tas dizem ser uma narrativaque rivaliza com o lendárioDom Quixote, a obra-prima dalíngua espanhola.

O livro de García Márquezsimboliza à perfeição o realis-momágicoou,ainda,orealma-ravilhoso, gênero literário queexplodiudurantealgumtempoentre os mais influentes escri-tores homens do continente.Como curiosidade, essa aurade sucesso foi enfraquecidaquandosurgiram inúmerases-critorasda região que alcança-ram fama nos anos posterio-res,comoIsabelAllende.

Orealmaravilhosoéumsub-produto do surrealismo e ou-tro genial escritor, o cubano

 Alejo Carpent ier, autor doclássico   O Reino deste Mundo(1949),definiusuaessênciaco-motudoaquiloqueseriaexcep-cional na vida humana, acres-centando, porém, que “o ex-traordinárionãoéforçosamen-te belo ou sedutor. Não é beloou feio, mas é principalmenteassombroso por ser insólito.Tudo o que escapa às normasestabelecidasé maravilhoso”.

Cem Anos de Solidão descrevesob uma exuberância deliranteoinesperadoeoincomum,nar-rando a história de três gera-ções da família Buendía, emmeioaumapopulaçãoqueper-deamemória,umabelamulherascendendo aos céus envoltaem lençóis brancos, ou, ainda,

homens capazes de atrair parasi um enxame de borboletasamarelas. São passagens mági-casquetranscorremnovilarejomítico de Macondo e tornamasualeiturairresistível.

Paraoscríticos,esselivrose-ria a metáfora irretocável daHistória latino-americana,umalutaincessantecontrarea-lidades trágicas e brutais, ina-creditáveis.Orealmaravilhosorealçariamaisvivamenteocoti-dianodesuaspopulações,refu-giando-seemfabulaçõesaluci-natóriasqueseriamasfugasco-letivasàopressãoexistentedes-desempre.

Comosabemosbem,Macon-donãoé umvilarejodas cerca-

nias de Arataca, onde nasceu

Márquez.Defato,MacondoéoBrasil.Senão,comoentenderonosso país e o seu enraizadoreal maravilhoso quenos servecomo canal de escape – o fute-

 bol ou o carnaval à frente?E seincluirmosomundodapolíticaouoabsurdoEstadobrasileiro?Ou ainda o fantástico recente

período durante o qual o cam-po petista tem atuado no po-der? Somos uma nação de ce-gosouapenasinebriadosporal-gumpómágicoquenosimobili-za,incapazes dealgumareaçãoconsequente contra a manipu-lação que nos transforma emmarionetes?

Se brasileiro fosse, GarcíaMarquez produziria uma enci-clopédia, tal a riquezamaterialàsuadisposição.

Exagero? Ora, este espaçonãopermitenemesboçaralista

das nossas infinitas excentrici-dades cotidianas. Duas ilustra-ções da política: uma, de 2003,enquanto a outra é recente enos faz rir nervosamente. Na-queleprimeiroano,umbotocu-do autointitulado embaixadorquis praticamente eliminar ousodalínguainglesanocotidia-no de nossas relações interna-cionais, lembram-se? Já o fatoatualfoi proporum orçamentodestinado a gastar sem ter re-cursos para isso, o que nos ga-rante largo destaque nas olim-píadasdastoliceshumanas.En-tre esses extremos teríamosumalistaaperderdevista.

Por que somos assim, sem-

pre privilegiando o insólito, aignorânciae a irracionalidade?Éperguntaqueanimariaumde-

 bate necessário e urgente, co-moviaparailuminarosnossos

 bloqueiosculturais. Sem deta-lhamento, o que deixarei paraoutros ensaiosfuturos, lanço aaposta:sãotrêsosfatoresmaio-resqueexplicamesseavassala-dor comportamento errático,incoerentee escancaradamen-te infantil que comanda quasetodos nós.

Primeiro,anossahistóriaru-ral e seu legado escravocrata.

 Apenasduasgeraçõesatráséra-mosum paísagrícolae agrário.Umespaçosocialsemjustiçaeabandonadoaopoderabsoluto

dos grandes proprietários de

terras. Produziu uma popula-ção de migrantes atemorizadaeservil,hojereproduzindosuasubmissãonascidades.Essahe-rança explica, por exemplo,desde a existência de escravasdomésticas– asquais somenteagoracomeçamateralgunsdi-reitos – até o Estado patrimo-

nialista que nos oprime. É oqueexplicaa aceitaçãopassivade nossa degradante estruturade desigualdades, ancoradasnesse padrãohistórico.

Essanaturalizaçãoaceitairre-fletidamentenoslevaaosegun-dofatorcausal.Destavezécul-turalenosremeteàreligiãodo-minante que mantemos entrenós.Éo“catolicismodecoitadi-nhos”,umaexplicaçãodomun-doquetransferesempreareso-luçãodosproblemasparaoina-tingível além, seja em sua for-ma ortodoxa ou em sua versão“progressista” – o catolicismocombinado com um marxismoprimário,quepromete“umou-tromundopossível”,semnun-caexplicitá-loemtermospráti-cos. A profunda religiosidadedos brasileiros sob esse arca-

 bouço, realço respeitosamen-te, é outro fator explicativo doatrasode nossasociedade.

Finalmente,oterceirofatorépolíticoedizrespeitoàindigên-ciaintelectualdaesquerda.Sãoaquelesque deveriam seraber-tosàrevelaçãodonossoinfanti-lismo fatalista e confrontá-locomrigor,apegar-seaosfatoseàs evidências do mundo real esugerir caminhos viáveis. Mas,ao contrário, nossa esquerda,comrarasexceções,afirmaain-da mais a densidade pueril denossa imensa Macondo. Nes-tes anos recentes, autointitu-lando-se como tal, o petismo

nopoderdesmoralizoucomple-tamenteesse campopolítico.Reconheça-sequesãosuges-

tões ainda preliminares para odebate. Mas precisamos, comurgência, abrir uma discussãonacionalsobrenossopovo,suaidentidadeenossaspossibilida-desobjetivas.Nãoémaispossí-

 velcontinuarnesse fingimentopermanente sobre nós mes-mos, pois assim o destino será manterintactaaMacondobra-sileira, sem jamais deixar a in-fância.GarcíaMárqueznão fa-ria melhor.

]

SOCIÓLOGO E PESQUISADOR

EM CIÊNCIAS SOCIAIS

E-MAIL: [email protected]

Depois de longosedifíceisenten-dimentos,acon-clusãodaParce-ria Transpacífi-co (PTP), de 12

países com acesso ao Pacífico,incluídos EUA e Japão, repre-sentando 40% da produção

mundial, abre uma nova etapanas negociações comerciais. A PTP vai além de um acordo delivre-comérciotradicional,limi-tado à redução ou eliminaçãodetarifaseaoexamedasbarrei-ras tarifárias e não tarifárias(subsídios,antidumping),con-troladas nasfronteiras.

 A PTP e outrosentendimen-tos,comooacordoEUA-UniãoEuropeia, inauguram uma for-madeinterdependênciaeconô-mico-comercial regional maisprofunda. Esses acordos am-pliarão as cadeias produtivasglobais,em queo foco,ao con-trário dos acordos negociadosaté aqui, são as regras existen-tesdentrodoterritóriodecada

país-membro relacionadascom o comércio (competição,investimento, propriedade in-telectual, serviços, trabalhis-tas,meioambiente),quepassa-rãoa serharmonizadas.

 A PTP é a primeira negocia-çãoimportante,nasúltimasdé-cadas,levadaaefeitopormoti-

 vações geopolíticas. Lideradapelos EUA, a PTP ampliou osinteresses e a visibilidade nor-te-americana na Ásia e excluiuaChina,comoobjetivoderes-ponder à crescente presençadeste país e ao temor dos paí-ses da região de uma eventualameaça de Pequim.

Não cabe aqui analisar asprincipais disposiçõese regrasdo acordo, mas examinar as

consequências para o comér-cio internacional dessa parce-riainovadora.

 APTPvai impactarfortemen-te o sistemamultilateralde co-mércio. Os países não partici-pantespoderãotentarreviveraOrganização Mundial de Co-mércio (OMC),mas a parceriadeixaráosEUAaindamenosin-teressado em salvar a OMC emaispropensoaaceleraroacor-docomaUniãoEuropeia.Ofa-to de a definição das regras tersido feita fora da OMC enfra-queceasnegociaçõesmultilate-rais e marginalizaa instituição.

 ARodadaDoha,iniciadaháqua-se15 anos, fracassou e deve serencerrada melancolicamente,

emdezembro,nareuniãominis-

terialdeNairóbi,comopreten-dem os EUA, apesar da oposi-çãodaChinaedaÍndia.

 AsnovasregrasdoPTPtende-rãoasergradualmenteestendi-dasaospaísesquetivereminte-resseemsejuntaraosnovosme-gablocos.Paísescomo o Brasil,que ajudavam a definir as re-

gras no âmbito multilateral daOMC,passarãoaterdeaderiraelascompoucaschancesdemu-dá-las, como ocorre com a Co-reia doSul,quejá declarousuaintençãodesejuntaraoPTP.

Novos padrões estão sendoestabelecidos para o comérciointernacional e terão implica-ções em todos os países. Essespadrões poderão exercer in-fluência sobre outros acordosque vierem a ser examinadoscommembrosounãodoPTPesobre a negociação de acordosplurilaterais fora do âmbito daOMC,comoo de serviços.

 Aexclusão detodos ospaísesdo Brics (Brasil, Rússia, Chinae África do Sul) chama a aten-ção. Não seria o caso de essespaíses pensarem em estudarumanegociaçãovoltadaparaacolaboraçãocomercialquepu-desse no médio prazo cami-nharnamesmadireçãodosno-

 vos megablocos?Quandofor ratificado(o que

levaráalgumtempoemvistadareaçãointernadealgunspaíses,como os EUA, pela ameaça à sua indústria automobilísticae

farmacêutica),deveráhaversig-nificativo desvio de comércio,

tanto na área agrícola quantonademanufaturas,pelapresen-çadosEUAedoJapãogozandode preferências em relaçãoaospaísesnão membros.

Quantoao Brasil,aindaé ce-do para antecipar as conse-quências da entrada em vigordoPTP,masécertoquehaverá desdobramentos afetando ne-gativamente os interesses co-merciaisbrasileiros.HojeoBra-sil exporta cerca de US$ 54 bi-lhões para 12 dos países-mem-

 brosdo PTP;poderá haverdes- vio de comércio com a substi-tuição de produtos agrícolas

 brasileiros por norte-america-noseaustralianos,maiscompe-titivosepreferenciaisnoâmbi-

to da parceria. Por outro lado,

as novas regras impactarão fu-turas negociações do Brasil, acomeçar com a União Euro-peia, se forem levadas adianteno próximo ano. A parceriaEUA-União Europeia, quandoaprovada, deixará ainda maisflagrante o isolamento do Bra-sil das negociações que envol-

 vemos fluxosdinâmicosdo co-mércioglobal.Essanovaformade intercâmbiocomercial, quehojerepresentaquase70%dastrocasmundiais,sedesenvolvepor meio das cadeias produti-

 vasglobais emque oBrasilocu-pa uma posição marginal pelasua baixa competitividade em

 bens e serviços.Odivórcioentrepolíticama-

croeconômica, política indus-trial e a de comércio exterioracentuouaperdadacompetiti-

 vidade da economiabrasileira.Segundo o Fórum EconômicoMundial, o Brasil despencou18 posições no índice de com-petitividade, caindo para o76.ºlugar.

O PTP deveria acender umaluzamarelanoBrasil,quehá13anosvem se emaranhandoemopções estratégicas equivoca-das no comércio exterior e napolítica externa. Sob forte in-fluênciapolítico-partidária,es-sasopçõessedesdobraramempolíticas que isolaram o Brasildas negociações comerciaisglobais e estão acarretandoumcustoparaabalançacomer-cial com a queda das exporta-çõesedasimportações.Ospre-conceitos antiglobalização e aprioridade Sul-Sul marginali-zaram o Brasil dos entendi-mentos paranegociações compaíses comercialmente rele-

 vantes fora da região.Espera-se que a assinatura

do acordo entre EUA, Japão epaíses asiáticos possa estimu-laros formuladores de políticadogovernopetistaa retomaradiscussão de uma agenda parareduzir o custo Brasil (refor-mas estruturais – tributária,trabalhista, Previdência –, ocustoda energia,infraestrutu-ra, burocracia, taxa de juros).Semisso serádifíciliniciarumprocesso de negociação deacordoscomerciaisquerecolo-queo Brasil nofluxo dinâmicodascadeiasprodutivasedaino-

 vação, com mais investimen-toseemprego.

]

PRESIDENTE DO CONSELHO

DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP

Publicadodesde 1875

 Américo de Campos (1875-1884)Francisco Rangel Pestana (1875-1890)

Julio Mesquita (1885-1927)Julio de Mesquita Filho (1915-1969)Francisco Mesquita (1915-1969)Luiz Carlos Mesquita (1952-1970)

José Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1988)Julio de Mesquita Neto (1948-1996)Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1997)Ruy Mesquita (1947-2013)

Não é mais possívelcontinuar nessefingimento permanente

sobre nós mesmos

ParceriaTranspacífico,

liberalizaçãocompetitival]RUBENSBARBOSA 

O Brasil ocupa posiçãomarginal nas cadeiasprodutivas globais pelabaixa competitividade

EMPALPOSDEARANHA

Prioridades

Em reunião do FMI em Lima,no Peru, o ministro da Fazenda,Joaquim Levy,disseque o rebai-

 xamento da nota do Brasil pelaS&P foi devastador para empre-sas e bancos, mas a prioridadedele é aprovar o Orçamento pa-ra 2016. Enquanto isso a “presi-denta”se reuniano domingopa-ra tratar – pasmem – da criação

decomitêcontraopedidodeim-peachment. Dá para acreditarque o País poderá voltar a cres-cer, criar empregos e recuperara credibilidade, quando as exce-lências estão mais preocupadasem garantir o poder a qualquercusto ou fazendo “o diabo”?APARECIDADILEIDE [email protected]ão Caetano do Sul

Daquinão saio...

O problema com os postes de

Lula é que criam raí[email protected]ão Preto

...daqui ninguém me tira

Dona Dilma, não sobrou nemum pouquinho de respeito peloPaís e por seu povo? Não restounem um resquício de amor pró-prio? É apenas o poder pelo po-der? Só existe dinheiro para

comprar apoio? Que Deus nossalve!VERA [email protected]

Impeachment

 A presidente montou uma equi-pe de juristas e advogados(12/10,A4). Ficam aquiduas per-guntas: a equipe é de funcioná-rios públicos? Caso contrário,quem pagará a conta?ROBERTOPEREIRA DA FONSECA

[email protected]ão Paulo

Interesse púbico

O Estadão de domingo noticiaque agora, em 2015, as pedala-das fiscais continuam. Onde es-tá a Advocacia-Geral da União,que representa os interesses daUnião, como o próprio nome adefine? Comoesse procedimen-to ferea probidade administrati-

 va e perturba financeiramente oEstado, porque não representarao Ministério Público Federalcontra os servidores públicosque o permitiram ou mesmopropor ação civil pública de im-probidade administrativa?EDMUNDOC. RIBEIRO [email protected]

Prova contundente

O MinistérioPúblicoconfirmoua continuidade daspedaladasfis-

cais em 2015 e pede apuração.Esse artifício pode também serchamado de “rolagem de dívi-da”, operação que bancos parti-culares abominam, pois foge to-talmente da boa técnica bancá-riaao concedercréditos, poisin-

 variavelmente causa enormesprejuízos às instituições. O sujei-to não tem dinheiro para quitaro empréstimo contraído e o ge-rente, a trocode umseguro, ven-da de um cartão de crédito ououtros produtos em campanha,

renova a operação,muitas vezescom aumento do valor inicialemprestado. Purotoma lá dá cá.É público e notório queo gover-no recorreu a essa malandra-gem, pois em matéria de escam-

 bo é campeão. No ano passado bancos oficiais emprestaram aoTesouro Nacional, então mal deuma perna, R$ 37,5 bilhões; esteano até o primeiro semestre,com as duas pernas quebradas,a cifra alcançou R$ 40,2 bilhões.Portanto, providencial o alertadoEstado emjulho,quedeuiní-cio às investigações, de que a

Caixa fechara o mês de marçocom déficit de R$ 44 milhões naconta de pagamento de seguro-desemprego, 100% financiadapelo Tesouro Nacional. Algumadúvida de que o banco tenhausado recursos próprios para pa-gar o programa? Ainda bem queo Tribunal de Contas da União(TCU) não se acovardou diantede tanta pressão do governo pa-ra camuflar as falcatruas e nãoaprovou as contas da presiden-te. Senão onde iríamos parar?SÉRGIO DAFRÉ[email protected]í 

Cunha e Dilma

Num país com uma sociedadedemocrática um pouco maisconsciente, Eduardo Cunha te-riasido afastadodo comandodaCâmara dos Deputados de ime-diato, porque não tem condi-ções de representar a sociedadetendo embolsado dinheiro daPetrobrás.Trata-sede umaques-

tãode confiabilidade e represen-tatividade. O mesmo se aplicaàs contas do governo federal re-provadas pelo TCU. Não se tra-ta apenas de um processo for-mal. Trata-se, antes de mais na-da,de atitude. O governo infrin-giu propositalmente a Lei deResponsabilidade Fiscal não pa-rapromovero bem-estar decon-tingentesdo povo, maspara gas-tar em propaganda eleitoralconscientemente mentirosa.São duas infrações graves con-

tra a [email protected]ão Paulo

Silêncio quegrita alto

 A substituição dos ataques doLula pelo silêncioque vemman-tendo sobre a saída de EduardoCunhado cargo queocupaé ape-nas uma coincidência ou medomesmo, o que é mais provável,depois que o presidente da Câ-mara dos Deputados advertiu

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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%HermesFil eInfo:A- 3:20151013:

O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015   Notas e Informações   A3

O Índice de Satisfa-ção com a Vida, me-dido trimestralmen-te em pesquisa daConfederação Na-cional da Indústria(CNI), chegou aonível mais baixo de

sua série, iniciada em 1999. Isso sig-nifica que a crise que o País atraves-sa é percebida pelos brasileiros co-mo a pior desde aquela época, ero-dindo a sensação de bem-estar quefoi especialmente alta entre osanos de 2006 e 2013 – a chamada“era de ouro” do lulopetismo. Ago-ra, por mais que o governo da presi-

dente Dilma Rousseff tente estimu-lar o otimismo, fazendo até mesmoreferência, recentemente, a uma“luz no fim do túnel”, o fato é que apopulação em geral vem manifes-tando desconforto cada vez maiorcom a sua situação, uma espécie demalaise nacional, cuja superação de-

mandará muito mais do que as sur-radas tiradas de autoajuda às quais vem recorrendo o atarantado gover-no petista.

O índice de satisfação caiu de94,7 para 93,4 pontos no trimestreencerrado em setembro, bem abai- xo da média his tóri ca, que é de101,7 pontos. Os pesquisadoresconstataram que o aumento da insa-tisfação foi maior entre aquelesque têm renda familiar menor. Nafaixa dos que recebem até um salá-rio mínimo, o índice caiu 13,5% en-tre setembro de 2014 e o mesmomês deste ano. Isso significa, prova- velmente, que os efeitos da infla -

ção alta e do desemprego crescentecomeçam a afetar a percepção dos brasileiros mais pobres a respeitode sua situação e do que o futurolhes reserva.

Tanto isso é verdade que o Índicede Medo do Desemprego, tambémmedido pela CNI, passou de 104,1

pontos em junho para 105,9 em se-tembro, sendo este o terceiro pata-mar mais alto da série, muito acimada média histórica, que é de 88,2pontos. O crescimento desse índiceno período de um ano foi de nadamenos que 37,5% – eram apenas 77pontos em setembro de 2014.

Essa perspectiva negativa já haviasido constatada em outra pesquisada CNI, feita pelo Ibope, em que amaioria absoluta dos entrevistados,63%, declarou esperar que o restan-te do governo de Dilma seja ruimou péssimo, contra 28% que tinhamessa mesma opinião em dezembrodo ano passado. Está claro que o

choque de realidade proporcionadopela incompetência de Dilma, soma-do às inúmeras promessas de cam-panha descumpridas em seu novomandato, contribuiu decisivamen-te para minar a confiança dos brasi-leiros em seu governo e para gene-ralizar uma sensação de desalento

– especialmente entre a clientelaeleitoral mais fiel a Dilma e ao PT,localizada no Nordeste e entre osmais pobres e menos instruídos.

Dos entrevistados que completa-ram até o 4.º ano do ensino funda-mental, por exemplo, 53% declara-ram estar com “muito medo” do de-semprego. Em dezembro de 2014,quando Dilma ainda festejava a suareeleição, apenas 14,4% responde-ram dessa maneira. A grande maio-ria, 61%, declarou na ocasião quenão tinha nenhum receio de ficarsem trabalho.

Entre os entrevistados no Nor-deste, 56% disseram ter “muito me-

do” de perder o emprego, contraapenas 11% no final do ano passa-do. Pode-se inferir que a atenção es-pecial dada pelo governo àquela re-gião, na forma de programas assis-tenciais e de renda, manteve em al-ta o otimismo de seus moradoresno ano da eleição presidencial, mes-

mo diante das evidências de que aeconomia já degringolava. Em con-traste, no Sudeste, o medo do de-semprego já era alto em dezembrode 2014, na casa dos 21,2%, o quesignifica que, nessa região, a percep-ção sobre a crise econômica, causa-da pelas lambanças de Dilma, já erauma realidade. Agora, o medo dodesemprego no Sudeste está em53% – alto, mas menor do que noNordeste.

Diante desse quadro crítico, a pre-sidente Dilma pode escolher trilharo caminho de seu guru, o ex-presi-dente Lula – que, em março de2005, citando um livro de autoaju-

da, disse que, “se você pensa negati- vo, o resultado será negativo; se vo-cê pensa positivo, as coisas serãopositivas”. Ou pode arregaçar asmangas para finalmente corrigir osinúmeros equívocos que cometeu eque geraram tanta desesperançanos brasileiros.

HÁ2.205DIAS

Av. Engenheiro Caetano Álvares, 55 -CEP 02598-900 São Paulo - SPTel.: (11) 3856-2122

Redação: 6º andarFax: (11) 3856-2940E-mail: [email protected]

O Estado reserva-se o direito de selecionare resumir as cartas. Correspondência semidentificação (nome, RG, endereço e telefo-ne) será desconsiderada.

Conselhode AdministraçãoPresidente

 Walter Fontana FilhoMembrosFernando C. Mesquita,Fernão Lara Mesquita,Francisco Mesquita Neto,Getulio Luiz de Alencar eJúlio César Mesquita

DiretorPresidente:Francisco Mesquita NetoDiretorde MercadoLeitor e Operações: Christiano NygaardDiretorde MercadoAnunciante: Flavio PestanaDiretorFinanceiro: Jorge CasmeridesDiretorde RecursosHumanos: Fábio de BiazziDiretoraJurídica: Mariana Uemura SampaioDiretorde Tecnologia: Nelson Garzeri

PUBLICAÇÃODAS.A.OESTADODES.PAULO

Amalaisebrasileira

Foi um fracassoanunciado a 13.ªrodada de licita-ções de blocos ex-ploratórios de pe-

tróleo realizadapela Agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocom-

 bustíveis (ANP), que rendeuapenas 12% do valor mínimode todas as bacias ofertadas enegociou só 14% do total deáreas em leilão. O governo ti-nha esperança de arrecadar deR$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões casohouvesse disputa pelos blocos,cujovalor total mínimofoi fixa-do pela ANP em R$ 978 mi-lhões. Seria um dinheirorazoá-

 vel para ajudá-lo a reduzir orombo previsto para suas con-tas neste ano. Mas um conjun-to de fatores adversos, algunsdos quais de responsabilidadedo próprio governo, produziuresultados frustrantes.

De 10 baciassedimentares in-cluídas no leilão, 6 não recebe-ram oferta. Dos 266 blocos deexploração oferecidos, apenas37 foram arrematados. Poreles, o governo receberá R$121,1 milhões, pouco mais de10%do valormínimoque pode-ria receber caso todos os lotesfossem arrematados pelo pre-ço mínimo. É o pior resultadodesde 2003.

 A rodada anterior, realizadaem novembro de 2013, só nãofoi um fracasso tão grande co-mo o que acaba de ocorrer porcausa da forte atuação da Pe-trobrás, que, com lances consi-derados ousados, arrematou49 dos 72 lotes então adquiri-

dos, dos 240blocos para explo-

ração de gás colocados em lei-lão. Desta vez, por estar envol-

 vida em séria crise financeiracausada pelo esquema de cor-rupção investigado pela Opera-

ção Lava Jato e por seu uso po-lítico pelo governo do PT, aPe-trobrás não fez nenhum lance.Foi a primeira vez, desde o pri-meiro leilão realizado em 1999,que a empresa não fez ofertas.

Em nota, a estatal explicouque a decisão de não participarfoi tomada “após exaustivaanálise técnica e econômicados blocos ofertados, cuja ade-são ao portfólio da companhianão se mostrou vantajosa”. A ausência no leilão deveu-setambém, segundo a nota, à suasituação financeira, que exige“maior disciplina de gestão”,pormeio da redução dos inves-timentos e de cortes de custosadministrativos.

Não foi, porém, só a ausên-

cia da Petrobrás e de outrasgrandesempresas do setor pre- viamentehabilitadas para o lei-lão que levou ao fracasso da13.ª rodada. A queda do preçodo petróleo, de mais de 50%desde 2014 (a cotação atual éde cerca de US$ 50 por barril),certamente tornou as empre-sas mais seletivas e atentas àsalternativas mais lucrativas, oqueas afastou do leilão. A ofer-ta de áreas pouco atrativasacentuou essa preocupaçãodas empresas.

Um fator que pode ter sidodecisivo para a ausência dasgrandes companhias interna-cionais do leilão foi uma mu-dança nasregrasfixadas no edi-

tal da 13.ª rodada. Essa mudan-

ça deu à ANP o poder de deci-sãosobrea união de duasreser-

 vas contíguas. Com a uniãodas reservas em uma áreamaior, a agência pode cobrar

participação especial, uma ta- xa aplicada apenas a grandes volumes de produção. Segun-do fontes do setor, isso elevaos custos,fator que podeter si-do considerado também pelaPetrobrás para não participardo leilão.

Regras aplicadas há tempospela ANP – como a exigênciade conteúdo local nos equipa-mentos a serem utilizados naexploração e produção – igual-mente podem ter contribuídopara tornar menos interessan-te, para as grandes empresas, aparticipação num leilão já pre-

 judicado pela situação do mer-cado do petróleo e pela ofertade áreas pouco promissoras.

Mesmo reconhecendo que o

resultado ficou muito abaixodo esperado, a diretora-geralda ANP, Magda Chambriard,insistiuna avaliação da agênciade que as áreas oferecidaseram “extremamente boas”.Mas alguma coisa deu errado eela disse que a ANP analisará oque produziu resultados tãofracos nessa rodada.

Quanto à Petrobrás, de fatoé necessário que imponha“maior disciplina” à sua gestãofinanceira, para corrigir os er-ros causados pela administra-çãopetista. Mas a empresapre-cisa estarpreparada para o mo-mento em que suas atuaisáreas de produção entraremem declínio. E essa preparação

requer a posse de novas áreas.

 A s melhores condi-ções de ensinopara crianças eadolescentes nãoestão nas gran-

des cidades, reve-la o Índice de Oportunidadesda Educação Brasileira (Ioeb),recentemente lançado peloCentro de Liderança Pública.O índice avalia quanto cada ci-dade contribui para o sucessoeducacional dos jovens. Segun-do esse critério, as melhoresnotas foram para municípios

 bem pequenos. São Paulo, queé a capital mais bem colocadano ranking, obteve o nada hon-roso 1.387.º lugar, entre 5.245municípios avaliados.

O Ioeb é calculado a partirde dois tipos de fatores: os re-sultados educacionais – cujosdados são oriundos do Índicede Desenvolvimento da Edu-cação Básica (Ideb), criado

em 2007 e hoje o principal in-dicador da educação brasilei-ra – e os chamados “insumoseducacionais”, fatores consi-derados determinantes parauma educação de qualidade.No cálculo do Ioeb entram aescolaridade dos professores,o número médio de horas au-la/dia, a experiência dos dire-tores e a taxa de atendimento(quantas crianças e adolescen-tes estão na escola e quantasestão fora).

 Ainda que seja um novo mo-do de avaliar a educação brasi-leira, o Ioeb confirma uma rea-lidade bem conhecida – aindahá muito que melhorar na qua-lidade educativa ofertada no

País. Numa escala de 0 a 10, a

média nacional ficou em 4,5. Eisso se refere não apenas à es-cola pública. O estudo abran-ge toda a educação básica – daeducação infantil ao ensino

médio – oferecida pelas redespública e privada, bem comotodas as crianças e adolescen-tes em idade escolar, estejamou não na escola. A partir des-se levantamento, o Ioeb dá uma nota única a cada localida-de (município ou Estado), queserá revisada a cada dois anos.

Busca-se assim estimularuma discussão a respeito daeducação regional como umtodo, ultrapassando possíveisdivergências entre as esferasmunicipal, estadual ou fede-ral. Conforme explica o relató-rio do Ioeb, “a ênfase na redede ensino pode gerar distor-ções. (...) Por essa lógica ascrianças e adolescentes forada escola não são de responsa-

 bilidade de ninguém, uma vezque eles não pertencem a ne-nhuma rede”. Segundo Reynal-do Fernandes, criador do Idebe do Ioeb, “o prefeito deveriaestar preocupado com as crian-ças da rede estadual, munici-pal, privada e com as que es-tão fora da escola”.

Entre as 10 cidades mais bem pontuadas, 4 são do Cea-rá (Sobral, Groaíras, Porteirase Brejo Santo), 3 de São Paulo(Novo Horizonte, Paranapuã e Monte Castelo), 1 do RioGrande do Sul (Centenário), 1do Paraná (Bom Sucesso doSul) e 1 de Minas Gerais (SãoDomingos das Dores).

Um dos objetivos do Ioeb é

identificar e difundir as expe-

riências de sucesso. SegundoFabiana de Felício, economis-ta e uma das desenvolvedorasdo novo índice, “enquanto es-távamos produzindo os estu-

dos, um dos colaboradores dis-se que Porteiras (CE), que fi-cou em terceiro lugar, bebeuna fonte de Sobral”, o municí-pio que obteve a maior notado País.

Entre as capitais mais bemavaliadas, depois de São Pau-lo, vêm Curitiba, Belo Hori-zonte, Palmas e Goiânia. Comas piores notas estão Belém,S a lv a do r e M ac a pá . N oranking dos Estados, São Pau-lo também está em primeirolugar, seguido por Minas Ge-rais e Santa Catarina. O Pará éo que oferece, em média, aspiores oportunidades educa-cionais do País.

Os dados indicam que umagestão da educação mais cen-

tralizada, como ocorre nas ci-dades pequenas, permite queas políticas públicas gerem re-sultados mais nítidos e unifor-mes. “Com um pouco de inves-timento (no município peque-no), pode haver um efeito gran-de. Já no município grande étudo mais lento, tudo dilui en-tre todo mundo e há mais difi-culdade para que as ações che-guem à periferia, por exem-plo”, disse Fabiana de Felício.

Como se vê, o Ioeb pode de-sempenhar um importante pa-pel na tarefa de avaliação daspolíticas públicas educacio-nais. Afinal, oferecer oportuni-dades educativas de qualidadeé – deve ser – a prioridade do

Estado.

AprioridadeeducacionalFracassoanunciado

POR DECISÃOJUDICIAL, O ESTADOESTÁ SOB CENSURA.ENTENDA O CASO:WWW.ESTADAO.COM.BR/CENSURA

que não cairá sozinho?PETER [email protected]ão Paulo

Limpeza geral

 A coincidência de concentraçãode compromissos noticiadoscom a Justiça das personalida-des responsáveis pela República– Eduardo Cunha e Renan Ca-lheiros; Dilma Rousseff, presi-

dente do conselho da Petrobrásdurante causas da Lava Jato eresponsável pelaspedaladas; ex-presidenteenvolvido em marke-ting para empreiteiros – nos fazpensarna proximidade delimpe-za simultânea!DARCY ANDRADEDE [email protected]ão Paulo

OPERAÇÃOLAVA JATOPixululecos

 A família do pai dos pobres está 

cada vezmais rica. Todos osde-nunciados na OperaçãoLava Ja-to negamter sidosbeneficiados.O delator Fernando Soares, co-nhecido como Fernando Baia-no, diz que pagou despesas pes-soais do Lulinha, em torno deR$ 2 milhões. Este nega, mas

 bastao leãodo Imposto de Ren-da verificar a evolução patrimo-nialdos acusadosque vaiencon-trar anomalias. Ou o leão sóavança nos assalariados?J. A. MULLER

 [email protected]é

Mentira?

Fernando Baiano entregouo Lu-linha em delação homologadapor Teori Zavascki, ministro doSupremo Tribunal Federal. Oque será que os petistas vão di-zer? Que o ministro concordoucom uma mentira?EUGÊNIOJOSÉ [email protected]ão Paulo

estadão.com.br

4.989

l “Ou se combate toda formade corrupção, independentementedo partido, ou é hipocrisiade quem critica só um partido.”ELOIZAELO

l “Você já reparouque os queacusam os autores do Pixuleco deindignaçãoseletiva estão praticando a mesmacoisa?”LUCASSAMPAIO

l “Melhor a indignação seletiva do que a passividade peranteessa onda de corrupção.”JAN ESTEVAM

“O Brasil é um grande paíse não está falido. Quemestá falido é o governo.Está na hora de o povo

chamar nova licitação!”

OSVALDODANIEL SALAS / FOZDO IGUAÇU (PR), SOBREO IMPEACHMENT DE [email protected]

“Dedo médio em riste é oque sinaliza Dilma à Nação

com a continuidade daspedaladas fiscais em 2015”

OSCAR THOMPSON/ SANTANADE PARNAÍBA, SOBRE AREINCIDÊNCIA NO [email protected]

Pixulecocom chifresapareceemBHBonecodoex-presidenteLulacarregaminiaturas deDilmaedogovernadorde MinasGerais

Centralde atendimentoao assinanteCapitale Regiões Metropolitanas:4003-5323Demais localidades: 0800-014-77-20www.assinante.estadao.com.br/faleconoscoCentralde atendimentoao leitor:Fale com a redação: [email protected] telefone: 3855-2001

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OpiniãoEditorResponsável: Antonio Carlos Pereira   Diretorde Conteúdo:Ricardo Gandour

Editora-ChefeRe sponsável: Maria Aparecida DamascoDiretorde DesenvolvimentoEditorial: Roberto Gazzi   A versãona Internetde

O Estadode S.Paulo

Notas& Informações

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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 A4   TERÇA-FEIR A, 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

 Adriano Ceolin/ BRASÍLIA

 A presidente Dilma Rousseff eseus principais ministros fize-ram ontem nova mobilizaçãonogovernoparadefinirestraté-gias contra a provável apresen-taçãodeumpedidodeimpeach-ment naCâmara.Paraa cúpulado Palácio do Planalto, o presi-denteda Câmara, Eduardo Cu-nha (PMDB-RJ), deve decidir“unilateralmente” a favor dacassação do mandato de Dilma

semsubmeteradecisãoaosde-putados em plenário.

Na avaliação de um auxiliardireto da presidente, Cunhaprecisa acelerar o processo deafastamentoparadeixardesero foco do bombardeio de notí-cias desfavoráveis na Opera-ção Lava Jato. “Ele aposta nocaos. Está desgastado e já nãocontacomoapoioirrestritodaoposição”,avaliou.Oencontrode ontem reuniu, no Palácio da

 Alvorada, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), RicardoBerzoini (Secretaria de Gover-

no), José Eduardo Cardozo(Justiça) e o assessor especialGilesAzevedo.

Dilmaeseusministrosacredi-tamqueogovernotemosvotossuficientesparaimpediraapro-

 vaçãodorecurso.Apesarda con-fiança,ogovernomanterápres-são sobre os partidos da basealiada. Os ministros foramorientados a cobrar fidelidadeno plenário e a atender às de-mandas por cargos no segundoe terceiroescalões no governo.

SegundooMinistérioPúblico

daSuíça,o presidenteda Câma-raesuamulhertêmquatrocon-tas na Suíça usadas para bancardespesas da família. Uma dasfontesdamovimentaçãobancá-

ria foi um negócio fechado pelaPetrobrásnaÁfricaem2011,con-formerevelouaProcuradoriadopaís europeu na sexta-feira. Nodia seguinte, líderes dos princi-pais partidos de oposição(PSDB, DEM, PPS e SD) pedi-ram, em nota, que ele se afaste

docargo.Atéentão,opresidentedaCâmaraeaoposiçãoatuavamdeformaafinadapublicamente.

Cunhapodeavalizarhojeope-dido de impedimento da presi-dente assinado pelos juristasHélio Bicudo, Janaína Paschoale Miguel Reale Júnior.

 A peça tem como principalfundamento o crime de res-ponsabilidade fiscal que teriasido cometido pelo governoaoatrasardeformapropositale sistemática o repasse de re-cursosobrigatóriopeloTesou-ro a bancos públicos – as cha-madas peladas fiscais.

Nasemanapassada,oTribu-nal de Contas da União rejei-touporunanimidadeascontasda presidente do exercício de

2014 por causa das pedaladasrealizadasaolongodoanopas-sado. Na visão da corte, Dilmateria cometido crime de res-ponsabilidadefiscal.Adecisão,porém, precisa ser levada aoCongresso Nacional.

Dilma só poderia ser cassadapor crime cometido no seuatual mandato, que teve inícioem2015.Époressemotivoqueaoposiçãoquerincluirnopedi-do de impeachment a análisepreliminardoMinistérioPúbli-codeContasdequehouvepeda-ladasem 2015também.

Política   Gasto de Estados comservidores é o maiorem 15 anos. Pág. A8

Governo vai recorrerseadendo for incluído

DanielCarvalhoDaieneCardoso / BRASÍLIAPedroVenceslau

Dividida após a divulgaçãodenotapedindooafastamen-to do presidente da Câmara,EduardoCunha (PMDB-RJ),

a oposição apresentará hojeumaditamento ao pedidodeimpeachment da presidenteDilma Rousseff assinado pe-los juristas Hélio Bicudo eMiguel Reale Júnior para in-cluir no requerimento aprática de “novas pedala-das” fiscaisem 2015.

Diantedafragilidadecrescen-te de Cunha em razão das de-núncias de seu envolvimentonaOperaçãoLavaJato,osoposi-cionistas pressionam o presi-dente da Câmara para que eleacelere a abertura do processodeimpeachmentequeremutili-zaro adendopara reforçara in-tensidadedo pedido.

O novo aditamento utiliza o

relatório do procurador JúlioMarcelode Oliveira, responsá- vel pela investigação que apon-ta que o governo atrasou atransferência de R$ 40,2 bi-lhões aos bancos públicos noprimeiro semestre de 2015,montantemaiorqueoverifica-do em todo o ano passado (R$37,5 bilhões).

Para o bloco de oposição(PSDB,DEM,SDePPS),oargu-mento de que o atraso nos re-passes de dinheiro do TesouroNacional a bancos públicosocorreutambémem2015derru-

 ba o discurso de Cunha de quenãosepoderiaabrirumproces-

socombaseemirregularidadescometidas no mandato ante-riordeDilma.Nasemanapassa-da, o Tribunal de Contas daUnião(TCU) rejeitou poruna-nimidade os balanços do pri-meiro mandato da petista com

 basenas pedaladasde2014(ma-nobras contábeis).

Nos bastidores, governistassuspeitamqueoaditamentose-

 ja umamanobra combinadaen-tre Cunha e a oposição apenasparatentarconferirautenticida-de legalao impeachment.

Na última semana, Reale Jú-nior fez um adendo apontandoque o governo “pedalou” tam-

 bém neste ano. Em julho, o Es-tado mostrouque a CaixaEco-nômica Federal fechara o mêsdemarçocomumdéficitdeR$

44 milhões na conta para paga-mento de seguro-desemprego,que é 100% financiada por re-cursosdoTesouro.Esseburacoindicaquehouvefaltaderecur-sosequeobancopodeter sidoforçado a, novamente, usar re-cursos próprios para pagar oprograma.Cunhaavalioucomo“fraca” a petição apresentadaporReale Júnior.

Análise. Cunha passou o feria-doanalisandosete dosoitope-didos de impeachment que es-tão sobre sua mesa. Hoje eleconsultaráassessoresdaCâma-ra,oquedevegarantirotemponecessário paraque a oposiçãoapresente o aditamento.

Parlamentares próximos aCunhadisseramqueopresiden-te da Câmara se irritou com anota divulgada pela oposiçãonosábado,masnãopôdeimpe-diradivulgação.Otemordepar-te dos líderes era de que a rela-ção de confiança entre o grupoe o peemedebista ficasse abala-da,afetandoassim o andamen-to do impeachment. Agora, aoposiçãoensaiaumdesagravoaCunha,exigindoqueoprocura-dor-geral da República, Rodri-go Janto, apresente as provascontra o peemedebista.

Para a oposição, o ideal seriaCunha deferir o pedido, maseles avaliam que o presidenteestá fragilizado após as denún-

ciasdequeeleeseusfamiliarestêmcontasnaSuíça.Ontem à noite, os oposicio-

nistas receberam do peemede- bistaa promessade queele fariao que havia combinado inicial-mente: indeferir o pedido paraqueum recurso sejaapresenta-do em plenário.

Líderes da base aliada tam- bém acreditam que este será orito,já queCunhaestá“ferido”e precisa de apoio para manterseumandato.Enquantoaoposi-çãocalculater cercade 290vo-tos para aprovar o recurso, osgovernistascalculamquehá,nomáximo, apenas 233 votos.

Crise. Grupo de parlamentares de PSDB, DEM e SD anuncia a inclusão de relatório do procurador Júlio Marcelo de Oliveira, que

acusa Dilma de ter repetido pedaladas fiscais neste ano, para aumentar pressão sobre Eduardo Cunha pela abertura do processo hoje

Receita

RicardoBrito JoãoVillaverde/ BRASÍLIA

Ocoordenadorjurídicodacam-panhaàreeleiçãodapresidenteDilmaRousseff,oadvogadoFlá-

 vioCaetano,chamoude“levian-dade”eventualtentativadaopo-sição de se incluir em pedidosde impeachment apresentadosna Câmara o parecer do procu-radordoMinistérioPúblicojun-to ao Tribunal de Contas daUnião (TCU) Julio Marcelo de

Oliveira que atestouter havidoa continuidade das chamadaspedaladasfiscaisem 2015.

Caetano disse quenãose po-de fazer aditamentos “infini-tos”aospedidose,seissoocor-rer, não descarta recorrer naprópriaCâmaraouaoSupremoTribunal Federal (STF) para

 barrar a iniciativa. “Manifesta-ção de procurador dentro deTCU? Esse argumento beira à leviandade. Uma manifestaçãoque nem sequer é um parecerdoTCUeaindaversandosobreum ano que ainda não acabou.

Isso é absolutamente infunda-

do,foradecontexto,depropósi-to e soa muito mais como umcomentáriopessoaldoquealgocomseriedade”, criticou.

Oposicionistas articulamusar o parecer do procurador

 junto ao TCU, apresentado nasexta-feira ao tribunal, para re-forçar o pedido de impeach-ment de Dilma já apresentadopelosjuristasHélioBicudoeMi-guel Reale Junior. Esse even-tual aditamento visa a não es-

 barrar no argumento de quenãose pode pediro afastamen-todeDilmaporaçõesdomanda-toanterior,encerradoem2014.

Na semana passada, o TCU,por unanimidade,recomendoua reprovação das contas do go-

 verno de 2014. O presidente da

Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ),devedecidirhojeofuturodopedidodosjuristas.

Nogoverno,um pedidode li-minar ao Supremo está pronto.Oargumentoéodequeas“peda-ladas”não constituíramum cri-me de responsabilidade fiscal.Outraalegaçãoéqueforamreali-zadas por governos anterioressem gerar perda de mandato. A questão agora é de “timing”.Uma ala do governo defende aentradano STF imediatamentee outra defendeesse movimen-toparaummomentofuturo.

l  DivisãoDivididasobre o afastamento deCunhado comando da Câmara, abancada do PT naCasa sereúnehojepara tentar alcançarumaestratégia comum, já que,porenquanto,não há consenso.

Para auxiliares de Dilma,presidente da Câmaraestá acuado e podeutilizar impeachment emsua estratégia de defesa

Planalto temegesto desesperadodeCunha para iniciar trâmite

Oposiçãovai incluir ‘novaspedaladas’para reforçar texto do impeachment

Crise se agravaapós denúnciascontra Cunha

lCobrançaNo sábado, líderes da oposiçãocobram publicamente que Eduar-doCunha(PMDB-RJ) deixea pre-sidênciada Câmara. O deputadoreitera quenão saido posto.

l EquipeDilmaRousseffse reúnecom mi-nistros no Alvorada (foto),no do-mingo, e montaestratégia contrao impeachment, que contacomequipe de advogadose juristas.

lAnáliseNofim de semana, Cunha anali-sa pedidos de impedimento,entreeles o de HélioBicudo (fo-to) e MiguelReale Jr., e decidehoje sevai indeferi-losou não.

PONTOS-CHAVE

l  AfastamentoO deputado Ivan Valente (SP)anunciouontemque o PSOL vaientrar hoje com uma representa-çãono Conselho deÉticada Câ-marapela cassaçãodo mandatodo presidente da Casa, EduardoCunha(PMDB-RJ), por quebra dedecoro parlamentar.

Advogado do PT chamade ‘leviandade’ ideia deincluir no pedido deimpeachment parecersobre pedaladas em 2015

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-6/10/2015

Alerta.PresidenteDilmadurante congresso,em Brasília

ANDREDUSEK /ESTADÃO-17/9/2015

Ofensiva.Maria LuciaBicudo, MiguelReali (centro) e CarlosSampaio entregama Cunha (dir ) pedido de impeachment

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015   Política   A5

GrupoCCROficial www.grupoccr.com.brGrupoCCROfcial

O cozinheiro Caio pega o metrôda Linha 4-Amarela todos os diaspara trabalhar.

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chega lá.

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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 A6   Política   TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

GersonMonteiroESPECIAL PARA O ESTADO

 APARECIDA

O bispoauxiliar da Arquidioce-se de Aparecida, dom Darci Jo-sé Nicioli, pediu ontem ao go-

 verno mais seriedade no mane- jo do dinheiro público, duranteasfestividades em homenagemàNossaSenhoraAparecida,em

 Aparecida(SP).“Fala-se que o Brasil está em

criseeestámesmo.Crisepolíti-ca, crise econômica financeira.Certamentenabasedessacrise

está uma grande crise moral,

umacrise de valores”,declarouNicioli. Para ele, o País “seriaumparaíso”seseguisseomode-

lodegestãodoSantuárioNacio-

nal de Aparecida. “As doaçõesrecebidas no Santuário são re-

 vertidasinteiramente paraaco-lherbem.” O bispoauxiliar res-saltou que a riqueza do Brasilprecisa ser melhor distribuída.“Não falta dinheiro, falta serie-dadeno uso do dinheiro.”

Único político a participardoencontro religioso, o gover-

nador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) , evi tou críti -cas à presidente Dilma Rous-seff (PT). “O que preocupamaiséqueoanopassadooBra-sil praticamente já não cres-ceu, este ano é uma queda dequase 3% do PIB, se o ano que

 vem ele também não crescer e você tiver três anos seguidosde recessão, é muito preocu-pante”, disse o governador.Emsuaopinião,“ogovernopre-cisa agir rápido, no sentido demelhorar o crédito e reduzir ataxa de juros”. “Vamos aguar-dar”,foiaúnicafrasequeogo-

 vernador de SP disse direta-menteaoprocessodeimpeach-mentquetemsemanadecisiva

em Brasília.

Com a velocidade e, principalmen-te,coma intensidadeda crisepo-lítica,prevalece hojeem Brasília

a máxima sintetizadapor um verso docompositor Caetano Velosopara descre-

 ver uma das facetas do País: “Aquitudoparecequeé aindaconstruçãoe jáé ruí-na”.A talAgendaBrasil,encampadape-loPlanalto,é mais umadas ruínaspolíti-casda segundagestãoDilmaRousseff,um monumentoà incapacidadeda presi-dente de se firmar comoarticuladora.

Umalembrançadestestemposde fomeporcargose emendasdas atuais legisla-turasda Câmarae doSenado.

Se tudocontinuarcomo está, ao ladoda AgendaBrasil,tambémrepousaránomuseu de ruínas do governoo progra-maPátria Educadora, slogan pomposolançado porDilmano diade suasegun-da posse no Paláciodo Planalto.

Emquase dezmeses do atual manda-to,a presidente játrocou três vezesoministro da Educação,justamenteemuma área naquala continuidade daspo-líticaspúblicas é apontadapor todososespecialistascomoessencial parao su-cesso. Em outrosministériose setoresestratégicos, a situaçãoé semelhante,agravadapela maisrecentereformadaEsplanada,forjadapara tentar recons-truirabasedeapoiodeDilmaeevitaro

avanço de um pedido de impeachment.Curiosamente,o versode Caetano está na cançãoForadaOrdem, lançada em1991,períodode turbulência queprece-deuo impeachmentde Fernando Collor,ocorrido em1992. Em Brasília, algumacoisa,de novo,estáfora daordem.

EmAparecida, bispopedemais ‘seriedade’ a governo

IsabelaBonfim/ BRASÍLIA

Doismesesapósserapresen-tada como elemento da rea-proximação do presidentedo Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), com o PaláciodoPlanalto,achamadaAgen-da Brasil, uma série de pro-postaspara reaquecer a eco-nomia encampada pelo Exe-cutivo, encontra dificulda-desparaavançarnoCongres-so. Na semana passada, porex em plo, a proposta deem enda à Constituição(PEC) que cria a InstituiçãoFiscal Independente (IFI)foi rejeitada no plenário.

 A crise política que ameaça omandato da presidente DilmaRousseff, a prioridade do gover-no para aprovar a segunda fasedo ajustefiscal e o incômodode

senadorescomacomissãoespe-cial que trata do assunto são osprincipais problemas enfrenta-dos.NalistadeRenanestãopro-postascomoduasgrandesrefor-mas tributárias, uma envolven-dooICMSeoutradoPIS/Cofins.

O primeiro obstáculo foi aprópria definição do que seriaaagenda.OpresidentedoSena-do a lançou com 23 pontos ge-néricosdistribuídose,apóssu-gestões de outros senadores,foi ampliada para 49 pontos.

 Vinte dias depois do anúncioda agenda, o senador instalouaComissão Especial de Desen-

 volvimentoNacional com o ob- jetivo de concentrar o debate eacelerar a apreciação das pro-

postas.Trintapropostasemdis-cussãoemoutrascomissõesfo-ramtransferidas para que a co-missão as analisasse. A decisãoincomodou senadores pelo fa-to de perderem as relatoriascom a migração. “Já começouumareaçãoemcadeia,porquea

transferência tira do relator odireitodecontinuarproferindo

 voto”, disse o senador RonaldoCaiado(DEM-GO).

Diante do incômodo, das 85propostas idealizadas por Re-nan, apenas 17 passaram a sertocadasnacomissão.“Aagendaesvaziaoutrascomissões,oquegera um problema. Temos quetercuidadoparanãoferirsensi-

 bilidades”,admite o presidenteda comissão, Otto Alencar(PSD-BA).Nasuaavaliação,po-rém, a comissão tem consegui-do fazer avançar as propostasquerecebeu.Dezforamaprova-

das.“Emcincoreuniões,jáapro- vamos mais projetos que todasas outras comissões da casa”,afirmouAlencar.

Obstáculos.Líderdo PTna Ca-sa, o senador Humberto Costa(PE)ressaltouquealgunsproje-

tosdaagendanuncaforamapoi-ados pelo partido, como a mu-

dançanaremarcaçãodeterrain-dígenas.NocasodaIFI,aorien-taçãoeradevotofavorável,massenadores petistas foram con-tra. Para Costa, o regime de ur-gência atrapalha a aprovaçãodaspautasdaAgendaBrasil.“Oassuntocheganoplenáriosema

discussãonecessária,ossenado-res não conhecem a proposta enãosabemcomo votar”,avalia.

O líder do governo no Sena-do, Delcídio do Amaral (PT-MS),avaliaqueaatualconjuntu-ra política desacelera a aprova-çãodas pautas.“Ela nãoperdeuforça, mas as últimas semanasforamatípicas,oquenosvoltoupara outrasquestões.”

Segundo a oposição, não há chancesdeaagendaavançar.“Is-soémaisumfactoide.Sembaseparlamentar, nãoé possívelim-plementar nenhuma agenda”,afirma Caiado. Paulo Bauer

(PSDB-SC), integrante da co-missão,defendeocarátertécni-co das propostas e acredita queelasnão contradizemos princí-pios da oposição, mas tambémponderaadificuldadedeaprova-ção.“Não vejoessa pauta comoprioridadepara a Câmara.”

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Presente. Alckmin participade evento em Aparecida

l  VetosRenanCalhei-

rosdissea alia-

dos que sóvai

convocarnova

sessão para

votar vetos pre-

sidenciaisem

novembro.

Ao falar de crise política,dom Darci José Nicioli

diz que é moral a base daatual turbulência dentrodo governo e na economia

l  Resistência

Das 85 propostas idealizadas pelo presidente do Senado, apenas 17 são discutidas em comissão dois meses após lançamento da iniciativa

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ANDREDU SEK/ESTADÃO-10/8/2015

“Isso é mais um factoide.Sem base parlamentar, nãoé possível implementarnenhuma agenda”Ronaldo Caiado

SENADOR (DEM-GO)

“Não vejo essa pauta comoprioridade para a Câmara”PauloBauer

SENADOR (PSDB-SC)

Barreiras. Renanapresentou projetos de estímulo à economia que enfrentamresistênciasno Senado

JOSE PATRICIO/ESTADÃO

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DEOUTUBRO DE 2015   Política   A7

 AndrezaMataisFábioFabrini / BRASÍLIA

Lobistas de montadoras de veículos conseguiram alteraro texto original da MedidaProvisória471antesdeelaserassinadapeloentãopresiden-te Luiz Inácio Lula da Silvaem 2009, revelammensagensobtidas pelo Estado. As mu-danças favoreceram fábricas

investigadas por contratarosserviçosde intermediação nogoverno.Asempresasinteres-sadas ainda tiveram acesso à  versãofinal antesdo textoserpublicadonoDiárioOficialdaUnião e enviado ao Congres-so, o que ocorreu dias depoisdaassinaturapor Lula.

GraçasàMP,montadorasins-taladas no Norte, Nordeste eCentro-Oeste prorrogaram in-centivos fiscais por mais cincoanos. Um suposto esquema decorrupçãoparacomprá-la,reve-lado pelo Estado, está sob in-

 vestigação da Polícia Federal edo Ministério Público Federal.Outras duas MPs editadas nosanos seguintes pelos governos

Lula (512/2010) e Dilma Rous-seff (638/2014) também estãosob suspeita.

 As mensagens mostram queoslobistasconvenceramogover-no a enxertar na MP regras deinteressedeaomenostrêsmon-tadorasantesdeLulaassiná-la,oqueocorreuem20denovembrode2009,uma sexta-feira.A ver-sãofinaldanorma,queseriapu-

 blicada na segunda-feira, dia 23,foienviadaaelesantesdeserpu-

 blicada noDiárioOficial.Numadasmensagens,oadvo-

gadoJoséRicardodaSilva,donodeumaconsultoriaqueatuoupa-ra montadoras, avisa ao empre-sárioMauroMarcondesMacha-do que,por sua“intervenção”, otextoquesairiado Planalto con-

templaria o que as montadorashaviam pleiteado. Silva confir-mater feito gestões para alteraro conteúdo original da MPe dizquerecebeuuma“cópia”dela,já com as mudanças, no domingo,

 véspera da publicação.Emnotaao Estado, eledisse

queapresentou“sugestões”an-tesdeanormaserassinada,“al-gumas acatadas”, já que gover-nos “têm o saudável hábito deouvir as partesinteressadas”.

‘Consórcio’. O advogado é do-noda SGRConsultoria,empresaque, conforme documentosapreendidos na Operação Zelo-tes,formou um“consórcio”coma Marcondes & Mautoni Em-

preendimentos, de Mauro Mar-condes, para viabilizar a ediçãodaMPpeloExecutivoesuaposte-rior aprovação pelo Congresso.Paraisso,negociarampagamen-toscoma MMCAutomotores, afabricanteMitsubishi,eaCAOA,

quemontaveículosdaHyundaierevendemodelos Forde Subaru.

 Aoescreverpara Marcondes,Jo-séRicardoavisaque estáenvian-do “anexos contendo o inteiroteordaMP”.Emseguida,descre-

 ve“oquedeimportantefoialtera-do”apóssuaatuaçãonogoverno.

EleexplicaqueoscréditosdeIPI desejados pelas fábricas, a

 vencer em 31 de dezembro de2010, seriam esticados de 2011atéofimdesteano.ParaaFord,o benefício teria um redutor, aser aplicadogradualmente.

“Notextooriginalda MP,es-tavaprevistotambémumredu-tor,até2015,paraocréditopre-sumido de 32% do IPI, afeto à MMC e CAOA. Contudo, essa

reduçãofoiretirada dotextona‘última hora’, decorrente denossa intervenção, mantendo-se, assim, integralmente, os32%até 2015”, escreveu Silva.

Em seguida, o advogado avisaque,como contrapartida, as três

montadoras seriam obrigadas aaplicar10%dosincentivosrecebi-dosempesquisa,desenvolvimen-to e inovação tecnológica. “Oque nós pedimos, com ênfase, efoi atendido, foi a possibilidadedeessesinvestimentos(10%)se-

remabsorvidospelaáreadeenge-nharia automotiva, a ser imple-mentadapelas empresas.”

Nas mensagens obtidas peloEstado, Silva não mencionaseus interlocutores dentro nogoverno nas tratativas de in-fluenciar na elaboração da MP.

 Além da exposição de motivos,

ele envia ao parceiro os “dadosembasadoresdaediçãodamedi-da provisória” por Lula. “Nãoconseguisaberainda,comcerte-za,sea MPserápublicadaama-nhãounaterça-feira.Tudoindi-caque será amanhã”,conclui.

 Amedida provisóriafoi publi-cada na segunda, contendo asmesmas regras descritas nasmensagens. Além de Lula, sãosignatários os então ministrosGuido Mantega(Fazenda),Mi-guel Jorge (Desenvolvimento)e Luiz Antônio Rodrigues Elias(Ciência e Tecnologia). Com aMP471,ogovernodeixoudear-recadar anualmente R$ 1,3 bi-lhão.Emmarçode2010,oCon-gressoaconverteunaLei12.218

sem fazer alterações no texto.Editada por Lula no mesmoano, a MP 512 estendeu benefí-ciosda medidaanterior a novasinteressadas.Porcausadacone-

 xãoentreasduas normas,a Polí-ciaFederaltambémsuspeitadeencomenda nessecaso.

BRASÍLIA

 A Casa Civil da Presidência in-formouqueaMP471foiassina-da pelo então presidente LuizInácioLuladaSilva“semaltera-çõesdemérito,inclusivequan-to aos prazos e aos porcen-tuais”. Em nota, a pasta afir-

mouqueotextofoirecebidona

Casa Civil em 19 de novembrode 2009 e “já assinado” no diaseguinte. A assessoria de Lulanão respondeu aos questiona-mentos enviados peloEstado.

 A SGR Consult oria confir -mouteratuadonogovernopa-ra alterar o texto da MP. Emnota,explicouque sua“inter-

 venç ão” foi no sent ido de“apresentar sugestões paraos técnicos que estavam tra-

 balh ando na elab oraçã o daMP”.Algumasdessaspropos-tas, acrescentou, “foram aca-tadaseoutras,não”.“Aexem-

plo do que ocorre na elabora-ção de medidas econômicasdemaiorcomplexidade,ocor-reramdiscussões técnicas in-formaisentreasáreasinteres-sadas na MP. Governos têm,nessas ocasiões, o saudávelhábitodeouvir aspartesinte-ressadas”, alegou.

 A SGR também confirmo uterrecebidodogovernootex-

tofinaldaMPantesdeserpu- blicada . “A publica ção ocor-reunodia23.Nodia22,quan-do a MP já havia sido enviadaparaapublicação”,aSGR“so-licitou uma cópia”, informoua empresa, sem esclarecerquem a forneceu. A conduta éatípica. O Planalto nãocostu-ma liberar o texto de MPs an-tes da divulgação oficial.

 A SGR acrescen tou que tra- balha em consu ltor ia sobre“assuntostributárioscomple-

 xos”. “A empr esa não atuacom a prática de lobby e des-

conhece,nocasocitado,qual-quer procedimento, de quemquerque seja, nessesentido”,sustentou a empresa.

 A SGR pontuou ainda que,emrelaçãoàMP471,foicontra-tadapelaMarcondes&Mauto-ni para consultoria em direitotributário. E que sua relaçãocomessaclientesedá“noâmbi-to técnico”. A Marcondes &

Mautoni não se pronunciou. As montadoras beneficiadas

pelaMPnegamterusadooses-critórios para fazer lobby. A CAOA, que fabrica veículosHyundai, sustentou jamais ter“contratadooupago”qualquerconsultoria ou empresa para atramitaçãoda norma.

 A montadora ressaltou quese valeu dos serviços da Mar-condes&Mautonipara“asses-soriaempresarial”.O contratoseriapara que dono da empre-sa,Mauro Marcondes,a repre-sentasse em entidades do se-

tor automotivo. “A CAOA nãoassinou nenhum contratonempagouqualquerimportân-cia para qualquer empresa oupessoafísica emrelação a esseassunto (MP 471).”

 AMMC Automotores,que fa- brica veículos da Hyundai, ale-gou que “jamais firmou qual-quer contratocom a SGRCon-sultoria”,do advogadoJosé Ri-

cardodaSilva.Amontadoraex-plicouquecontratouaMarcon-des & Mautoni “para o desen-

 volvimento de estudos que de-monstrassemasvantagensquea extensão do benefício fiscalconcedidopropiciavaà região”emqueestásuafábrica.Asins-talaçõessão em Catalão (GO).

 A Ford, em nota, respondeuque,“comoumaempresacom-prometidacoma éticae a inte-gridade em todos os aspectosdonegócio”,“temumaposiçãoforteeclaracontraacorrupçãoemtodasasnossasoperações”.

140 

E-mails indicamque lobby alterou

conteúdodeMP

GestãoDilmaincluiuregras

CasaCivil afirmaquetexto foi assinadosem‘alterações demérito’

ASMENSAGENS

1.“No texto original daMP, estava previsto tam-

 bém um redutor, até2015, para o crédito presumi-do de 32% do IPI, afeto à MMC e CAOA. Contudo, essaredução foi retirada do textona ‘última hora’, decorrentede nossa intervenção, manten-do-se, assim, integralmente,os 32% até 2015”

2.“O que nós pedimos,com ênfase, e foi aten-dido, foi a possibilida-

de de esses investimentos(10%) serem absorvidos pelaárea de engenharia automoti-

 va, a ser implementada pelasempresas”

3.“Não consegui saberainda, com certeza, sea MP será publicada

amanhã ou na terça-feira. Tu-do indica que será amanhã”

l  E-mails   obtidos pela PF tra-

zem troca de mensagens entre

o advogado José Ricardo da

Silva e interlocutores desconhe-

cidos. Nelas, Silva demonstra

influência sobre decisões do

governo referentes à MP 471

EDUARDOMARTINS/AGÊNCIAA TARDE-20/11/2009

Mensagens mostram que lobistas de montadoras de veículosmudaram medida provisória antes de ser assinada por Lula

Caneta. O então presidente LuizInácio Lulada Silva editou a Medida Provisória471 em 2009

No anopassado, jána gestãoda presidente DilmaRous-seff, o governoeditou a MP

638/2014, queinstituiu no- vas regrase benesses para oProgramade Incentivoà Inovação Tecnológica e

 Adensamento da Cadeia Pro-dutiva de VeículosAutomo-tores (Inovar-Auto). O pro-gramapassoua serinvestiga-do na Operação Acrônimodepois quea PolíciaFederaldetectouindícios de queafabricanteCAOApagou pro-pinapara obter portariasquea mantivessemcomo

 beneficiária.

PARALEMBRAR

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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 A8   Política   TERÇA-FEIRA , 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

Leonardo AugustoBELO HORIZONTE

ESPECIAL PARA O ESTADO

LucianaNunesLeal / RIO

O governode Minas Gerais au-

mentou de R$ 3,7 bilhões paraR$ 8,9 bilhões, em relação aoprevistonaLeideDiretrizesOr-çamentárias (LDO), o déficitdo orçamento do Estado em2016 enviado em 30 de setem-

 bro à Assembleia Legislativa. A principalrazãofoiocrescimen-todadespesacomfolhadepaga-mento,devidoaaumentossala-riais, e à arrecadaçãode impos-tosmenordo queo esperado.

Com a deterioração nas con-tas, o Estado atingiu no segun-do quadrimestre do ano o cha-mado limite prudencial da Leide Responsabilidade Fiscal(LRF),queéde46,55%–adespe-sacompessoalchegoua48,71%da receita corrente líquida.

Diante disso, o Executivo está proibido de aumentar salários,fazer contratações, com exce-ção de servidores em áreas co-mo saúde e educação, e de en-

 viar projetosde lei ao Legislati- vo com aumento de despesas.

OsgastoscompessoalnoEs-tado passaram de R$ 39,8 bi-lhões no primeiro quadrimes-trede 2014 para R$47,3bilhõesno mesmo período deste ano,altade 18,8%.Já arrecadaçãode

ICMS, a maior fonte de receitadosEstados, ficou praticamen-te estagnada.

Para tentar aliviar o caixa, ogoverno enviou à Assembleiapropostadeaumentonaalíquo-ta do ICMS para produtos co-mo cerveja e serviços como in-ternet e TV por assinatura. O

orçamento enviado à Assem- bleia Legislativa pelo governa-dor Fernando Pimentel (PT)prevê receita de R$ 83,099 bi-lhões e gastos de R$ 92,020 bi-lhões parao período.

OsecretáriodeFazenda,José Afonso Bicalho, atribui partedos problemas às administra-ções anteriores, de PSDB e PP.“Asreceitas estavamsuperesti-madas, principalmente a recei-tapatrimonial,easdespesases-

tavam subestimadas. De formaqueo orçamento foiapresenta-do como equilibrado e, no fun-do,eradesequilibrado”,afirma.Para a oposição, em nota, afir-mou que o déficit “só pode seratribuído à má gestão da admi-nistraçãopetista”.

Extras. No Rio, depois de co-gitar e descartar enviar à As-sembleia Legislativa o Orça-mento 2016 com previsão dedéficit,o governadorLuiz Fer-nando Pezão (PMDB), fechoua previsãode receitae despesado Estado para o ano que vemem R$ 79 bilhões.

Paranãoficarnovermelho,oOrçamento prevê R$ 14,1 bi-lhões em receitas extras, aindaincertas, que dependerão da

 venda de terminais rodoviá-rios, imóveis e royalties futu-

ros, concessão de linhas rodo- viárias intermunicipais e secu-ritização da dívida ativa, entreoutras medidas. Também con-ta com novos empréstimos,que dependem de autorizaçãoda União. “Qual a chance dedar certo? Não sei, mas é umatentativa”, disse o secretáriode Fazenda, JúlioBueno.

 A maiorapostado governoé asecuritização da dívida, em queumainstituiçãofinanceiravendeospapéiseatuacomaProcurado-riaGeral do Estadona cobrançadosdébitos.Aprevisãoédequeaoperaçãorenda R$ 4 bilhões aoscofresestaduais em2016.

O governoenviou aoLegisla-tivo projeto que aumenta

alíquotasdoImpostosobrePro-priedade de Veículos Automo-tores (IPVA) de motocicletas,

 veículos movidos a gás, cami-nhões tratores e carros flex. OExecutivo também tenta mu-dar regras para pagamentos depensãopor morte.

O Riovive grave crise, decor-rente da retração da economia,que diminuiu a arrecadação deICMS, e da queda brusca na re-ceita dosroyalties do petróleo.

DanielBramatti 

 Aparcela dareceita queos go- vernosestaduais gastamcomo pagamento de servidorespúblicosestánonívelmaisal-to nos 15 anos de vigência da

Lei de Responsabilidade Fis-cal (LRF). O recorde se deve,principalmente, à queda dearrecadação provocada pelaretraçãoda economia.

Nos 12 meses encerradosemagosto deste ano, os governosde26EstadoseoDistritoFede-ralgastaram,em média, 46,75%de sua receita corrente líquidacomafolhadepessoal.Emagos-todoanopassado,quandoacri-seaindanãohaviasemanifesta-do em toda sua gravidade, esseindicador estava em 44,75%. Opatamarde45%nãoerasupera-do desde 2000, ano em que aLRFentrouem vigor.

Oimpactodaretraçãodaeco-nomia nas contas estaduais é

generalizado:segundolevanta-mentodo EstadãoDados,todosos Estados, sem exceção, tive-ram queda de receita, em ter-mos reais, quando se compa-ram os Relatórios de GestãoFiscal do segundo quadrimes-tre deste ano com os do mes-mo período do ano passado.

Mesmo com a crise, porém,nemtodos os governadores re-duziram suas despesas de pes-

soal: em 12 Estados houve au-mentos reais (acima da infla-ção) de gastoscom esse item.

Emvez decortargastos,ges-tores têm buscado o reequilí-

 brio das contas com a elevaçãode impostos. Nos últimos me-ses, pelo menos sete assem-

 bleias legislativas aprovaramaumentos de alíquotas doICMS, fim de isenções ou cria-çãode novas taxas.

Fiscal. Com exceção do Para-ná, todos os Estados pioraramsua situação fiscal em relaçãoao anopassado, quando selevaemcontaoindicadordarelaçãodespesas com pessoal e receitacorrente líquida (o total de re-

cursos arrecadados pelo Esta-domenosastransferênciasobri-gatóriaspara os municípios).

 A criseacelerou uma tendên-cia que já se mostrava há anos:namédiadoconjuntodosEsta-dos,aparceladareceitacorren-telíquidacomprometidacomopagamento de servidores vemcrescendo desde 2008 – houveuma exceção em 2011, quandoocorreuum leverecuo.

Em agosto, 21 das 27 unida-des da Federação estavam aci-

madealgumdoslimitesdegas-tosdo Poder Executivo estabe-lecidos pela LRF – de alerta(44,1%), prudencial (46,55%) emáximo(49%).Nomesmomêsdo ano passado, havia 16 Esta-dos nessasituação.

Ajuste. Seis governos ultra-passaram o limite máximo eprecisarãoseajustarnospróxi-mosmesesparaevitaraspuni-çõesprevistasnalei:RioGran-de do Norte (54,17%), Tocan-tins (51,47%), Mato Grosso(51,2%), Paraíba (51,15%), Dis-trito Federal (50,8%) e Per-nambuco (50,33%). Desde aaprovaçãodaLRF,éaprimeira

 vez que seis governadores gas-tamcompessoalmaisdameta-de de sua receita líquida.

Santa Catarina só não che-gou ao limite máximo de 49%por 0,07 ponto porcentual: es-tá comprometendo 48,93% desuareceitacomafolhadosser-

 vidores. Outros quatro gover-nos estão gastando mais de48% da receita: Alagoas, MinasGerais, Paráe Amazonas.

Punições. Quando um gover-

no ultrapassa o teto de gastoscompessoal,a LRFdáprazodedoisquadrimestresparaquese-

 jam tomadas medidas que ree-quilibremas contas.Se elasnãoderem resultado, começam aspuniçõesautomáticas: são sus-pensasas transferênciasvolun-táriasderecursoseficamproibi-dasas operações decrédito.Nagestão de pessoal, são vetadasconcessões de reajustes, cria-ção de cargos e qualquer outraalteração de estrutura quepro-

 voqueaumento de despesas.Governadores que ultrapas-

samotetoenãoconseguemree-quilibrar as contas estão sujei-tos até a penas de reclusão, emcasode condenação judicial.

 JoséMariaTomazelaSOROCABA

 A queda na arrecadação de im-postoslevaprefeiturasareduziroatendimentopúblico.Empelomenos17cidadesdeSãoPaulo,oexpedientenas repartiçõesmu-nicipais foireduzidode oitopa-

raseishoras.Osfuncionáriosga-

nham pelas horas não trabalha-das ficando em casa. Os prefei-tos reclamam principalmentedaqueda nosrepasses da União.

Em Nova Odessa, os setoresda administração passaram afuncionar durante cinco horasdiárias,três a menos queantes.O prefeito Benjamin Bill VieiradeSouza(PSDB)esperaecono-mizar R$ 1,8milhãoaté dezem-

 bro.De acordocom o prefeito,acriseeconômicaderrubouosre-passes do Fundo de Participa-ção dos Municípios (FPM) em28% e a arrecadação municipal

de impostos caiu quase 30%. O

corte é necessário para fazerfrente a um gasto de R$ 15 mi-lhões com a folha de pagamen-to de novembro e dezembro,maiso 13.ºsalário.

Em São Carlos, o expedientefoireduzidoemagostoevaiaté29defevereirode2016.EmUba-tuba,nolitoralpaulista,amedi-daentrouem vigorem 15de se-tembro por um período inicialde 90 dias. A redução atinge aaltatemporadanaspraiasdaci-dade,masaprefeituradizqueoatendimento ao turista não se-ráafetado.EmArealva,asrepar-

tiçõesabremumahoramaistar-

de e fecham uma hora antes. A prefeitura de Piratininga quereconomizarR$ 150mil pormêspara garantir o pagamento dosservidores. “Cortamos tam-

 bém horasextras, nomeações egratificações”, disse o prefeitoSandroBola (PSDB).

Expediente.  No Estado da Pa-raíba, a redução de jornada deoito para seis horas já vale paratodasasrepartiçõesestaduais,à exceçãodosserviçosessenciais.

Em Palmas, sete secretariasmunicipaisestãocomjornadare-

duzidaparaseishorasdesdequin-

ta. “Sabemosque os serviçosse-rãoprestadoscomamesmaquali-dade, pois isso foi avaliado commuitocuidado”, disse o prefeitoCarlosAmastha.Aeconomiapre-

 vista é deR$ 250mil pormês.

Prefeituras de Minas Gerais,MatoGrosso doSul, Bahia, RioGrande do Sul e Espírito Santotambémcortaramhoras.EmRe-sende(RJ),asáreasadministra-

tivas funcionam em turno úni-co,apartirdas12horas,desdeoinício de maio.

No Paraná, 24 prefeitos liga-dos à Associação dos Municí-pios do Setentrião Paranaense(Amusep) decidiram adotarmeio expediente para atendi-mento públicoem abril.

De acordo com o presidente Antonio Carlos Zampar (PT),prefeito de Itambé, os municí-piosbuscamseadequaràquedadereceita. “A mobilizaçãoé pa-ra o povo saber da dificuldadequeagenteestápassando”,diz.

Arrecadação menor ereajustes salariais afetamorçamento; Rio apostaem receitas extras paraequilíbrio das contas

EmMinas,despesa com folha eleva déficit

49% da Receita Corrente Líquida

Entre 46,55% e 48,9% da RCL

Entre 44,1% e 46,54% da RCL

● Com retração da economia, gasto com servidores consome

parcela maior da arrecadação

A CRISE E AS CONTAS ESTADUAIS

AM

RRAP

RO

MT

PAMA

CERN

PB

PE

ALSE

BA

MG

ES

RJ

PR

SC

RS

PI

TO

GO

DF

MS

SP

AC

Os gastos com pessoal

ACIMA DO LIMITE

LIMITE PRUDENCIAL

LIMITE DE ALERTA

*12 meses encerrados em agosto

2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09 2010 11 13 14 201512

EM PORCENTAGEM

MÉDIA DOS ESTADOS

Acre

Alagoas

Amapá

Amazonas

Bahia

Ceará

Distrito Federal

Espírito Santo

Goiás

Maranhão

Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

Minas Gerais

Pará

Paraíba

Paraná

Pernambuco

Piauí 

Rio de Janeiro

Rio Grande do Norte

Rio Grande do Sul

Rondônia

Roraima

Santa Catarina

São Paulo

Sergipe

Tocantins

39,19

44,50

43,5046,48

46,2048,81

42,6246,05

43,6148,06

43,19

45,43

46,4250,80

36,86

46,1347,51

36,2942,17

42,51

51,2041,37

41,89

44,5948,71

43,6748,13

49,7351,15

46,2143,75

42,4650,33

41,1446,17

27,1033,27

48,15

39,0947,09

41,3944,04

33,8242,37

41,4948,93

38,5246,18

45,6247,65

48,2751,47

54,17

45,95

20 60

Média de todos osgovernos estaduais*

2011* 2015*

20

23,5

27,0

30,5

34,0

37,5

41,0

44,5

48,0

Porcentual da Receita Corrente Líquidacomprometido com o pagamento de servidores

INFOGRÁFICO/ESTADÃOFONTE: SECRETARIAS DE FAZENDA DOS ESTADOS

LIMITEPRUDENCIAL46,55

LIMITE DE

ALERTA44,1

45,3246,75

ABAIXO DOS LIMITES

ACIMADO LIMITE

49

LIMITEPRUDENCIAL46,55

LIMITE DEALERTA

44,1

Corte de receita faz prefeituras reduziremexpediente

l  Constatação

l  Limites

GastodeEstados

comservidores é o

maior em15 anos

l  ParcelasDiante da crise, prefeitos tam-

bémdecidiram pagar saláriosdo

funcionalismo em parcelas. A

prefeituradeFernandópolis (SP)

espera recursos doFPMpara

pagarhoje parte dos servidores.

Orçamento.O governador deMinas, FernandoPimentel

“O orçamentofoi apresentadocomo equilibradoe, no fundo, eradesequilibrado”JoséAfonsoBicalho

SECRETÁRIO DE FAZENDA

DEMINAS GERAIS

21das 27 unidades da Federação

estavamacima de algum

dos limitesde gastosdo

PoderExecutivo estabelecidos

pelaLeideResponsabilidade

Fiscalem agosto

16Estados brasileiros

estavamnesta situação no

mesmomêsdo ano passado

Despesa compromete, em média, 46,75% da receita, o patamar maiselevado desde que Lei de Responsabilidade Fiscal entrou em vigor

Prefeitos alegam quedaem repasses do FPMpara diminuir horário deatendimento ao públicoem repartições públicas

FREDERICOHAIKAL/HOJEEMDIA-15/9/2015

Page 9: Estadão - 13 de Outubro

7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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%HermesFil eInfo:A- 9:20151013:

O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DEOUTUBRO DE 2015   A9

Internacional  EleiçõesnosEUA

Democratas fazemhoje1º debate da temporadade primárias.Pág. A11

 ANCARA

O primeiro-ministro da Tur-quia, Ahmet Davutoglu, con-firmou ontem que o governoinvestiga a participação doEstadoIslâmico(EI)noaten-

tado de sábado, em Ancara.“O EI é nosso principal sus-peito”,disseo premiêà emis-soraNTV. “Estamospertodeumnome. E este nome apon-ta parauma organização.”

Davutogludissequenãopode-riadarmaisdetalhessobreasin- vestigaçõesparanão alertar“cé-lulasadormecidas”dogrupoter-rorista.“Estascélulaspoderiamse esconder, alterar sua rotinaoumudaromododevida”,disseo premiê. Alémdas declaraçõesdeDavutoglu,váriosjornaistur-cos também afirmaram ontemque as investigações estão con-centradas em seguidores do EIna Província de Adiyaman.

 A políciaturca teria distribuí-

do na região fotos de 16 possí- veishomens-bombae começouontem a analisar o DNA desses16 suspeitos para compará-loscom os restos dos autores doatentado de Ancara. A ligaçãodoEI parece maisevidente ain-da quando o ataque é compara-do com o realizado em Suruc,em julho, quando um homem- bombado EI, utilizandoo mes-

motipode explosivo, matou33ativistada esquerdacurda.

O governo turco deu ontemmaisdetalhesdoatentadodesá- bado. Numan Kurtulmus, vice-premiê, confirmou que foramdois homens-bomba, cada um

carregando 5 quilos de TNT. Onúmero de mortos, de acordocom autoridades locais, subiuontem para 97 – partidos liga-dos aos curdos, porém, garan-temque128pessoasmorreram. A polícia anunciou ainda a pri-são de quatro suspeitos, mem- bros do EI, na cidade de Adana,no sudestedo país.

 A aparente facilidade comque os terroristas penetraramna manifestação de sábado –apesar de várias denúncias ealertas– deixou entreos turcosa impressão de cumplicidadedo governo do presidente Re-cep Tayyip Erdogan. O protes-toquefoialvodoataqueeralide-rado por partidos de esquerda

daTurquiaegrupospró-curdosdo país, principais protagonis-tasdaondadeprotestosantigo- verno de 2013.

Ontem, pelo segundo dia se-guido, várias manifestaçõescontraErdogan foram registra-das nas principais cidades daTurquia. Associações de médi-cos,engenheiroseosprincipaissindicatos do país convocaram

umagrevegeralparahojeeama-nhã. A tensão política na Turquia

atinge o ápice a apenas três se-manas da eleição marcadapara1.º de novembro. O AKP, parti-do de Erdogan, anunciou quesuspendeu sua campanha atésexta-feiraem razão do atenta-do. O CHP, o maior partido deoposição, retomará as ativida-

deseleitorais na quinta-feira.MuratKarayilan,líderdoPar-tidodosTrabalhadoresdo Cur-distão (PKK), rejeitou ontemqualquertipoderespostaarma-da ao ataque. Ele pediu que osmembrosdoPKKvoltemasuasposições nas montanhas para“honrar”a vontade dasvítimasdo ataque de Ancara, que mar-chavam pelapaz.

O prêmio Nobel de Literatu-rade 2006,o escritorturco Or-han Pamuk, criticou ontem opresidente Erdogan, a quemchamoude“autoritário”,ereco-nheceuquetemeumaguerraci- vil no país. “Tenho o coraçãopartido”, afirmouo escritorementrevista ao jornal italiano LaRepubblica ao comentar o aten-tadode sábado.

 Autor de obras que questio-namaalmamelancólicadaTur-quia,Pamukafirmouque“ome-do” vem tomando conta dopaís.“Vejootemornosrostosenoscoraçõesdaspessoas,esteéosentimentoquegovernaaTur-quia”, disse.

Océlebreescritorturcosede-fine um democrata de ideias li- berais e acusa Erdogan de ter

criado as tensões atuais em ra-zãode suaambiçãopelo poder.“Aderrotaeleitoralnaseleiçõesde junho enfureceu Erdogan,porque ele não conseguiu con- venceros curdosde seu projetode repúblicapresidencial”,afir-mouPamuk.“Então, o governoeoExércitodecidiramcomeçarumaguerracontrao movimen-to curdo.” /AP, AFPe REUTERS

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l  Cerco aos terroristas

Turquia confirmaque investigaEI poratentado; governo é alvo deprotestos

 A póso ataqueterroristacom o maiornúmerode mortosna históriamoder-nada Turquia,líderesmundiais, inclu-

indoo papaFrancisco, o presidentedos EUA,Barack Obama, e a rainha Elizabeth II,ofere-ceram suascondolências a umpaís enlutado.Maso presidente daTurquia, Recep TayyipErdogan,que costumater umapresençado-minantena vidapública,emitiuapenas umbrevepronunciamento,sem fazerdiscursos.Diasantes, seupaís teverazãoparacelebrar:

 AzizSancar, cientista americanode origemturca, ganhouo Nobel dequímica.

Emvez decelebrar, veio à tona umdebateindagandose eleerade fatoturco, levando-seem contaseu parentesco distantecom umdeputado curdonascido no sudeste do país,

onde a maioria dapopulaçãoé curda.Em en-trevistaà BBC, Sancardisse: “Não falo cur-do,sou turcoe pontofinal”.Atualmente,na-daparecesersuficienteparafazeros turcosse unirem, mesmoduranteum momentocompartilhadode pesarou triunfo. E asrea-çõesmais recentes refletemuma sensaçãocada vezmaisprofunda, indicandoqueopaísse tornouperigosamentepolarizado.“Esseé o erro mais fatal daTurquia nasuahistória.E o fato denão podermosnos unircomo país emtornoda dorcausadapelaper-dade nossoscidadãosé profundamente en-tristecedor”, disseZiya Meral,acadêmicoturcoque mora emLondres.

Horasdepois doataque, nafrente daesta-

çãode trem deAncara, capital turca,os líde-respolíticosse dedicarammaisao atritoin-ternodo queao consolo dosqueperderamparentes.O lídercurdo SelahattinDemirtas

culpoudiretamenteo governo pelaviolên-cia,em comentáriosque foramcriticadosatépor aqueles contráriosao governo. Numpronunciamento à imprensatransmitido emcadeianacional, o primeiro-ministro, AhmetDavutoglu,fez um apeloà uniãonacional,masatacou seusopositores.

 Analistasexplicama faltade uniãona Tur-quia,mesmo diantede tamanha tragédia,como resultadoda divisão cada vezmaispro-fundapromovidapelo comando de Erdogane de seu PartidoJustiçae Desenvolvimento(AKP),no governo há13 anos.Faz tempoquea Turquiase dividede acordocom determi-nadoscritérios– secularese religiosos,ricosepobres,turcosecurdos–ehouveummo-

mentoem queErdoganpareceucapazde re-solveressas tensões.Ele buscoua pazcomoscurdos, deupoder àsmassasreligiosasan-tesoprimidase, durante algumtempo,lide-

rou umaeconomiarobusta.Mas,recentemente,tudo isso se reverteu,

e Erdogan afastoumuitos deseus antigospartidários.Seu governo prendeu jornalis-tas,perseguiuempresários com investiga-çõestributárias de motivação políticae repri-miuo movimentopolíticocurdo. A Turquiapassoua enfrentarumasériede ameaçasà suasegurança.Mas, comodemonstroua rea-çãode todosos segmentosda sociedadenasequênciados atentadosem Ancara, o paísestáprincipalmenteem guerraconsigomes-mo. / TRADUÇÃODEAUGUSTOCALIL

]

É JORNALISTA

“O EI é o principal suspeito.Estamos perto de um nome.E este nome aponta parauma organização. Nãoposso dar mais detalhes

para não alertar célulasadormecidas (do EI). Elaspoderiam se esconder,alterar sua rotina ou mudaro modo de vida”AhmetDavutoglu

PRIMEIRO-MINISTRO DA TURQUIA

CAGDASERDOGAN/APPHOTO

Crise turca. Acusado de conivência com terroristas, premiê Ahmet Davutoglu diz que grupo radical islâmico é principal suspeito dos

ataques de sábado em Ancara; número oficial de mortos sobe para 97, mas curdos afirmam que 128 pessoas morreram nas explosões

Ataque.Manifestanteantigoverno coloca fogoembarricada durante protestoemIstambul

]

 ANÁLISE: Tim Arango / THE NEWYORKTIMES

Ataque em Ancara nãoé suficiente para unir

um país polarizado

Page 10: Estadão - 13 de Outubro

7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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 A10   Internacional   TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015   O ESTADO DE S. PAULO

 A FrançadecidiuatacaroEstadoIslâmico(EI)na Síria.Seu pla-noélançaralgumasbombasso-

 bre os jihadistas. Na realidade, ela já  bombardeou posições do EI no país vizinho,oIraque,mas osaviõesfrance-ses não tinham o direito de ultrapas-sar a fronteira entre Iraque e Síria e,portanto, de agir na parte síria do EI.Esta norma poderia parecer absurda.Defato,oEIfundousuaação,suaideo-logia,suaidentidadeesuabarbárieso-

 brea negaçãoda fronteiraentre SíriaeIraque.Respeitaruma fronteiraque oinimigonãorespeitaequivaliaaconti-nuardandotiros n’água.

Portanto,adecisãodeFrançoisHol-lande é política: de fato, se os aviõesfrancesesnãotinhamodireitodebom-

 bardear o EI na Síria, era para não pres-tar indiretamente ajuda ao presidentesírio, Bashar Assad, eleprópriosob ata-quedossoldadosdoEI.Porconseguin-te,pelalógica,anovaestratégiadeParisanunciariaaalteração:oinimigoprinci-pal,queaindaontemeraotiranoAssad,teriamudado.Agora,é o EI.

Hollandetomou o cuidado de ressal-tarque,apesardasaparências,aFrançacontinua hostil a Assad, assassino doseu povo. Hoje, ele tem dois inimigosprincipais, Bashar e o adversário deBashar, o EI.Deste malabarismodiplo-mático, alguns concluem que, na reali-dade,seAssadcontinuaoinimigoprin-cipal, é um pouco menos principal emrelação a ontem. Agora, no plano mili-tar,osataquesdaaviaçãofrancesacon-

seguirãoaniquilaroEI?Jáimaginamoso sarcasmo dos assassinos do EI. Osamericanosrealizaram6.500bombar-deios.OEImalospercebeu.Então,seo mosquito francês entrar na dança,com 10 ou 17 ou 39 bombas, dá paraimaginar?

É,portanto,claroqueogestodeHol-landetem,antesdemaisnada,umsen-tidodiplomático.Não apenas em rela-ção à Síria, mas também em relação à Rússia.MoscounãoestáausentenaSí-ria. Vladimir Putin é o fiel aliado de

 Assad. Foi ele que convenceu BarackObama, há dois anos, a não bombar-deara Síria.

Todos os estrategistas concordamnumponto:acoalizãocontraoEIpre-cisa se ampliar. Evidentemente, ela

conta com as forças legais do Iraque,maselasestãoesgotadas.Elacontacomoscurdos,masaTurquiadeRecepErdo-gan,quepersegueoscurdos,nãofacilitaas coisas. Também pode contar com oIrã,poderosopaísxiita,que,felizmentefoi reintegrado à comunidade interna-cional graças aotalentode Obama.

Tudoistoéinsuficientecontraumini-migo como o EI. Faltaa Rússia. Ocorreque a Rússia compartilha dos mesmostemores e dosmesmos anseios doOci-

dente: acabar com o EI. Segundo algu-mas informações, Putin se preparariapara entrar no combate “a fim de levarsua ajuda às minorias cristãs da Síria,protegidas antigamente porAssad, quehoje estão sendo martirizadas pelosaçougueiros do EI”.A Rússiasocorren-do os cristãos?

Bom senso. No entanto, como enga- jara Rússia na açãoc ontrao EI, umavezque Moscou, depois das crises da Cri-meiaedaUcrânia,foibanidadacomu-nidade das nações pelos ocidentais?Sanções, congelamento das relações,

 vitupérios, contorções, todo o arsenalda Guerra Fria foi recuperado, mergu-lhando de um só golpe a França numaenormecriseagrícolaemrazãodassan-çõescontraaRússia.Alémdisso,todas

estasgesticulaçõessó serviram pa-raconsolidarapopularidadedePu-tin em seu país, porque a Crimeia,imaginam os russos desde sempre,é “russa”.

 A França influiu nesta rupturacomaRússia.Elaanulouavendadedois navios porta-helicópteros aMoscou,temendoqueestasembar-cações possam levar Putin a entraremguerracontranãosesabequem.Paris se deixou influenciar pelos

EUAapontodereembolsaraRússiapelarupturadocontratoumasomamirabolante(de pelomenos um bi-lhãode euros).

Hollande,emsuarecentecoletivaà imprensa,não evitou o problema,sem contudo atacá-lo claramente.Ele disse que, se a situação evoluirno bom sentido na Ucrânia, será “oprimeiro a pedir a retirada das san-ções contra a Rússia”. Por isso, al-guns acreditam que os minúsculos

 bombardeiosfranceses na Síria po-derão abrir finalmente o caminhopara uma volta do bom senso nasrelaçõescomaRússia.  /TRADUÇÃO DE

ANNACAPOVILLA

]

É CORRESPONDENTE EM PARIS

GILLES

LAPOUGE

EUAeRússiajátravamguerranaSíria,diz ‘NYT’

 AndreiNetto

ENVIADO ESPECIAL / MOSCOU 

PeritosdeHolandaeRússialan-çamhojeumaguerradeversõespara explicar o desastre envol-

 vendo o voo MH17 da Malaysia Airlines, que matou 298 pes-soas ao cair na fronteira entreUcrâniaeRússia,em17dejulhode2014.

EmAmsterdã,oConselhodeInvestigação sobre Segurança(OVV, na sigla em holandês),queinvestigouascausasdoaci-dente, apresenta seu relatóriofinalsobreascausasedeveindi-car até mesmo o tipo de míssilqueabateuoBoeing777.Emres-posta,emMoscou,ofabricantede mísseis Almaz-Antey fará uma simulação que provariaque a responsabilidade pelo ti-ro seriados ucranianos.

 A queda do Boeing chocou omundo há 15 meses. O voo co-

mercial da Malaysia Airlinesque se dirigia para a Ásia levan-doemsuamaiorpartepassagei-rosemfériasfoiabatidoquandocruzavaaregiãodeDonetsk,nolestedaUcrânia.Aáreaestácon-flagradaporumconflitoentreoExércitodopaísemilicianosse-paratistasapoiadospelaRússia.

 Ao que tudo indica, atingidoporummíssilterra-ar,oBoeingse partiu em trêsgrandespeda-ços e caiu sobre uma região ru-ral,espalhandofragmentoshu-manosepertencespessoaisporuma área de dezenas de quilô-metrosquadrados.

Nosdiasqueseseguiram,mi-licianos separatistas, boa partedeles com balaclavas cobrindoosrostos,vestindoroupasmili-tareseportandoarmamentodeguerra,cercaramolocaleimpe-diram,emumprimeiromomen-to, o acesso dos inspetores in-

ternacionaisquecolheriamevi-dênciassobreascausasdaque-da.Oacessofoimaistardelibe-rado de forma parcial e sobreuma cena de crime adulterada,oquetornouainvestigaçãomui-tomaisdifícil.

 Agora, as duas versões vêm à público no mesmo dia – e nãoporacaso.Hátrêsmeses,oOVV enviou aos países que partici-pam da apuração sobre a tragé-diaumrelatórioparcialsobreascausasdoacidente.Entreasevi-dências coletadas estariam cai-

 xas-pretas,fragmentosdo aviãoperfurados peloexplosivo e atéfragmentos do míssilencontra-dos nos corpos das vítimas. Orelatório, porém, deve se limi-tar a indicar o que derrubou oavião,semapontarquemouporquê. Essas perguntas serão res-pondidas por uma investigação

 judicialem curso em Amsterdã.Umacópiadorelatóriofoien-

 viadaao Kremline indicariaqueummíssildefabricaçãorussate-ria abatido a aeronave. Coinci-dência ou não, a Almaz-Antey convidoucercade200veículosde imprensa do mundo – entreosquaisoEstado – paraacom-panhar em Moscou, no mesmo

diadadivulgaçãoemAmsterdã,uma simulação que provariaque os mísseis da empresa nãotêmrelaçãocom o desastre.

 AAlmaz-Anteyprometeapre-sentar as “razõesreais”da que-da,combaseemumasimulaçãofeita, detonandoum míssil lan-çadoapartirdeumsistemaan-tiaéreoBUKterra-arpróximoaum avião, como aconteceu na

região de Donetsk. A compa-nhia promete apresentar os re-sultados da experiência em es-cala real, alegando que os mís-seis do tipo BUK-M1 não sãomais produzidos pela Rússiadesde1999,masaindaintegramo arsenal da Ucrânia.

 A troca de acusações entreKiev e Moscou continua. En-quanto o presidente ucraniano,

Petro Poroshenko, diz que omíssil partiu de tropas russas opresidente russo, Vladimir Pu-tin, alega o contrário. Valendo-sedopoderdevetonoConselhodeSegurança daONU,o Krem-linbloqueouumaresoluçãoquepediaaaberturadeumainvesti-gaçãopeloTribunalPenalInter-nacional, em Haia, sobre a res-ponsabilidadepelo crime.

NAWEB

l]   [email protected]

AFrançaeoconflitosírio

BEIRUTE

O conflito civil na Síria vem setornando uma guerra indiretaentre Rússia e EUA. O jornalNewYorkTimes afirmou ontemque os insurgentes que lutamcontra o regime de Bashar As-sad começaram, pela primeira

 vez, a receber mísseis antitan-ques americanos no exato mo-mento em que os ataques rus-soscontraosrebeldessíriospra-ticamente dobraram nos últi-mosdias.

O aumento da ajuda enviadamelhorou o moral de ambos oslados do conflito, ampliou osrespectiv os objetivos militarese radicalizou a posição políticadas partes rivais. Citando Ah-mad al-Saud, um dos coman-dantes rebeldes, suas tropasagora conseguem qualquer ar-mamentoamericanoemumes-paço de tempo bastante curto,o quenãoocorriaantes.

Ontem, a União Europeia(UE) pediu quea Rússia“cesseimediatamente” os bombar-deioscontraasposiçõesdaopo-siçãomoderadanaSíria.“Asre-centesoperaçõesmilitares rus-

sasquetiveramcomoalvooEs-tado Islâmico e outros gruposdesignadospelaONUcomoter-roristas,assimcomoaoposiçãomoderada, são fonte de umaprofundapreocupaçãoedevemcessar imediatamente”, disse-ramos28chanceleresdoblocoapósreuniãoem Luxemburgo.

Prioridade. Segundoeles, a “es-caladamilitar”russa,quecome-çoua atacara Síriano dia30 desetembro, segundo a UE,“ameaça prolongar o conflito,minaroprocessopolítico,agra-

 vara situaçãohumanitária e au-mentar a radicalização”. Os di-plomatas europeus pediramqueMoscou“centralizeseuses-forços para alcançar uma solu-çãopolíticapara o conflito”.

 Areunião deontemocorreu apoucos dias de uma cúpula dechefesdeEstadodaUE,marca-daparaquinta-feira,quediscuti-rá a questão síria. Na visão doschancelereseuropeus,acriseseaprofundou e terminar com oconflito que já matou cerca de250mil pessoas tornou-seumaprioridade. / AFP, NYT, REUTERS e

AP

Rebeldes anti-Assad recebem cada vez mais mísseisamericanos para responder a ataques russos

Amsterdã e Moscoutentam explicar causa daqueda de voo da MalaysiaAirlines que matou298 pessoas na Ucrânia

Vídeo. Destroços

do vooforam

saqueados

estadao.com.br/e/rouboMH17

6

LAISENGSIN/APPHOTO -25/7/2014

Holandesese russosapresentam

hojeversõesparaquedadeBoeing

Tragédia.Funcionária da Malaysia Airlines coloca flores em memorial do voo MH17

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015   Internacional   A11

Tenhoarma,masaNRAnãomerepresenta

l]COLBERT I.KING

THEWASHINGTONPOST

 VISÃOGLOBAL

GanhávamosarmasnoNatal. Meu irmão eeu também ganháva-

mos armas durante o ano seconseguíssemos fazer uma

 boa troca no bairro ou se pa-paiencontrasse um bomne-gócio.Asarmaseramdebrin-quedo.

Em uma memorável ma-nhãdeNatal,cadaumdenós

encontrou coldres duplos parasaque rápido sob a árvore. Emoutro Natal, ganhamos imita-ções perfeitas de rifles doExército,oquefezdenósosga-rotos mais invejados da ZonaOeste.

Nossasinfânciasforamreple-tas de brincadeiras de polícia eladrão que acabavam com umdosladosmortoounumaacalo-radadiscussão:“Euoacerteipri-meiro”.“Não,fuieu!”Brincáva-mos de Exército, fingindo sersoldados americanos comba-tendo um inimigo imagináriodo exterior.

 Aos sábados, íamos à matinêdo cinema local, com os olhosgrudados na tela assistindo fil-mes de nomes como DurangoKid,RedRyder,RoyRogers,Ho-palong Cassidy, Johnny MackBrown, Sunset Carson (queguardavaorevólvercomacoro-nha para frente) e Eddie Dean,atirandoematandomalfeitoressemsinal deremorso nemsuara camisa. Armas de mentira efilmes de faroeste eram parteda infância.

 Vários anos mais tarde, pas-sei para as armas reais, entran-doparao centrode treinamen-

to para me tornar um oficial dareserva,queenvolveuumcursode verão usando armas de fogocom munição real. Algum tem-podepoisdisso,meumundodearmasreaisfoiampliadoparain-cluir os modelos .38 Special eMagnum .357como treinamen-to para minhasfunções de pro-teção como agente especial doDepartamento de Estado.

Armamentos. Desde 1988, souumproprietáriodearmasregis-tradona capital e, portanto,es-tou entre os 22% dos america-nos que possuem armas, de

acordo com a  Newsweek. Em2013, as pesquisas do Pew Re-search Center indicaram queosproprietáriosdearmascor-respondiam a 24% da popula-ção americana.

Na verdade, ninguém sabeao certo quantos são os pro-prietários de armas nos EUA.Damesmamaneira,nãoháumnúmeroprecisoparaaquanti-dade de armasno país. O Pew citaváriasestimativas,chegan-do a um total entre 270 mi-lhõese 310 milhões. Uma coi-sa é certa: temos a maior pro-porção de assassinatos liga-dos a armas de fogo entre ospaíses desenvolvidos.

OsCentrosparaoControleePrevençãodeDoençasconta-ram33.636mortesligadasaar-mas de fogo em 2013. E comoinformou o WashingtonPost , onúmero de mortos por armasdapolícianomomentodapri-sãoé desconhecido.

 Até o momento, já tivemosem 2015 mais de 40 mil inci-dentes de violência com ar-

mas,resultandoemmaisde10milmortose20milferidos,deacordo com a ONG Gun Vio-lenceArchive. Entre essesnú-meros, foram mais de 2 miladolescentes com idades en-tre12e17anosmortosouferi-dos, bem como 560 criançascommenosde12anos.Eoanoaindanãoacabou.Oquefazer,o quefazer?

Criminalidade.   A violênciacomarmasdefogoéumflage-lo nos EUA. Mas de quais epi-sódiosdeviolênciaestamosfa-lando? O único tipo que pare-ce provocar comoção é o dostiroteios em massa ocorridosem Roseburg, no Estado do

Oregon, na Escola PrimáriaSandy Hook, em Newton, emConnecticut, em um cinemade Aurora, no Colorado, emFort Hood, no Texas, e emBlacksburg, na Virgínia.

São esses os casos que cha-mamaatençãoesuscitamape-los por reformas nas leis deporte de arma. A AssociaçãoNacionaldoRifle(NRA,emin-glês)nãomerepresentacomoproprietário de arma. Que ve-

nhamoscontrolesmaisrigo-rosos.

 As verificações de antece-dentesprecisamseraprofun-

dadas para todas as vendasde armas, fechando tambémas brechas jurídicas nas fei-ras de armamentos. É preci-so uma dura repressão con-tra intermediários “repassa-dores” que adquirem armaslegalmente apenas para re-

 vendê-las a pessoas proibi-dasde comprá-las.

Porqueosadeptosdacaça–ouoslares,porsinal–preci-samdearmasdeassaltousa-das pelo Exército? Este pro-prietáriodearmasdizquees-tas deveriam ser banidas. E,se serviços de atendimentoem saúde mental puderemajudararesolveroproblema,que sejamoferecidos.

Noentanto,arespostanãodeveriaselimitaraosassassi-natosemmassa,quenãocor-respondem ao maior núme-ro de mortes. Desde o iníciodoano,Washingtonteve120homicídios – são 11 vezesmaismortesdoqueemRose-

 burge maisdequatrovezes onúmero de vítimasde Sandy Hook.

Desafio. Infelizmente, essasmortes individuais parecematrair apenas brevemente aatençãoda mídia, depois dasnotíciasarespeitodoclimaedotrânsito.Mas,sejanacapi-taldosEUA,emChicago,emBaltimore ou num câmpusuniversitário na Costa Oes-

te, estamos falando numapredisposição em apertar ogatilho contra os indefesosetomaravidadeoutrapessoa.

Felizmente, a maioria denóssente calafriosdiante daideia.O mesmonão é verda-deiro para o assassino emmassa,o ladrãode carrosar-madoeomembrodagangue.Será que algum deles é me-nos doente do que os de-mais?

Suas motivações podemserdiferentes.Asconsequên-cias de suas ações não são.Trata-sedelimitesextremosdaculturade armasque per-meianossotecidosocial.Éaíquejazo desafio.

É preciso ir mais fundo na violência cometida com ar-mas. Sabemos como e comquais armas os assassinosmatam. Precisamos sabermais a respeito do porquê edecomolidarcom esta crisede saúde pública, que é obranossa. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO

CALIL

]

É COLUNISTA

Matador contradizversão

sobremassacrenoMéxico

CIDADE DO MÉXICO

Pelomenos9dos43estudantesda cidade mexicana de Iguala,desaparecidosem setembro de2014,nãoforammortosnoater-rosanitáriodeCocula,deacor-do com o depoimento de umsuspeito de envolvimento nocrime,o quecontradiza versão

divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) noanopassado.

O depoimento consta nas 54 milpáginasdorelatóriodocasoelaborados pela própria PGR,queforampublicadasnodomin-go na internet. Outras versõesdocasocontadasporpoliciaiseporintegrantes do cartel Guer-reros Unidos também estãonos documentos.

 As informaçõesforam torna-das públicas, uma prática inco-mumparaasautoridadesmexi-canas,depoisqueumajornalis-ta utilizou uma lei de transpa-

rência para solicitar acesso aoinquérito,pedidoquefoideferi-do há meses pelo Instituto Na-cionaldeTransparênciaecum-prido, agora, pelaPGR.

 A declaração que confrontaaconclusãooficialdocasofoifei-tapelomatadordealuguelMar-coAntonioRíosBerber,quedizterpresenciadoamortedoses-tudantes em Pueblo Viejo, naperiferiadeIguala.“Euatireinacabeça de dois”, disse Berber,que contou ainda que o corpodos nove desaparecidos foramincinerados e jogados em umacova.

Ele disse ainda que, na mes-

manoite,maisquatrojovensfo-ram levados por traficantes aomesmo local. Eles teriam sidogolpeados na cabeça até fica-rem inconscientes, mas Berberafirmounãosaberseforammor-tosporquedeixouolocalapósaexecução do primeirogrupo.

Os depoimentos que cons-tam na versão oficial garantemque os estudantesforam assas-sinados em Cocula, mas que“uns15delesjátinhammorridopor asfixia (em razão de seremtransportados na caçamba deumacaminhonete)quandoche-garamnolocal”. /AFP

WASHINGTON 

Os pré-candidatos democratasà Casa Branca realizam hoje,emLasVegas,oprimeirodeba-te da temporada de primáriasdopartido.Nopalco,comtrans-missãodaCNN,estarãoHillary Clinton,lídernaspesquisasefa-

 voritaparaobteravaga decandi-data,osenadorBernieSanders,que vem crescendo, mas semameaçaraex-secretáriadeEsta-do, e os azarões Martin O’Mal-ley, ex-governador de Mary-land, Lincoln Chaffee, senadorpor Rhode Island, e Jim Webb,ex-senador por Virgínia – ostrês com números irrisóriosnassondagens.

Ograndeausenteéovice-pre-sidente Joe Biden, que aindanão decidiu se entra ou não nadisputa.Alguns democratas te-mem que a candidatura de Hil-lary, envolvida em escândalos,

perca o fôlego até as eleiçõespresidenciais,emnovembrode2016. Por isso, muitos defen-demumplanoB,queseriaovi-cede BarackObama.

Oencontrodehojeéconside-rado importante para que a ex-secretáriade Estado mantenhaa ponta nas pesquisas, já queSanderstêmampliadoabasedeapoio em Estados estratégicos

–comoIowaeNewHampshire,queiniciamatemporadadepri-márias, em janeiro. Na tentati-

 va dese aproximarda crescenteparcela progressistado PartidoDemocrata, Hillary tem defen-dido publicamente bandeirashistóricas de Sanders, que seapresentacomo socialista.

Odebatedehojeéumaopor-tunidade também para que ela

contorneosproblemasdepo-pularidade e detalhe suaspropostas de campanha,ofuscadas pela crise em tor-

no do uso de seu e-mail pes-soal para tratar de assuntosdoDepartamentodeEstado,noperíodoem quechefiouapasta,entre 2009 e 2013.

Deacordo coma médiade váriosinstitutosdepesquisa,elaborada pelo site RealClearPolitics,Hillarylideraadisputa democrata com 42%das intenções de voto. San-ders vem atrás,com 25%. Osoutrostrêscandidatosnãoul-trapassam a barreirade 1%.

Confronto.  O grande dramadosdemocratas,no entanto,são as eleições gerais de no-

 vembro,quando o candidatodopartidoenfrentaráorepu-

 blicano, também escolhidoemprévias.Hillarysempreli-deroucomfolgaoconfrontocontra qualquer candidatodo partidorival.

Nas últimas semanas, noentanto, ela começou a cairlentamente e passou a serameaçadaporalgunsnomes,como Jeb Bush e Marco Ru-

 bio. A única boa notícia paraa ex-secretária de Estado éque ela aindavence com fol-ga um confronto direto comDonaldTrump,atuallíderdacorridapresidencialrepubli-cana. / AP

Em depoimento, homemenvolvido no caso afirmaque 9 dos 43 jovens forammortos antes de grupo ser

 jogado em aterro sanitário

Encontro de hoje seráimportante para Hillary,favorita na disputa, falarsobre escândalos queameaçam sua candidatura

Democratas seenfrentamemseu

1ºdebate dasprimárias nosEUA

Os americanosprecisam ir mais fundona violência cometidacom armas de fogo nosEstados Unidos

Os americanos ainda não sabem como lidar com uma crise de saúde pública da qual eles mesmo são responsáveis

Prévias.Democratasfazem1ºdebatehojeemLasVegas

JOERAEDLE/GETTYIMAGES/AFP

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 A12   TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

Metrópole

lOposiçãoApós definir,em 2013, alta do

IPTU deaté 20% paraimóveis

residenciais e 35% para comer-

ciais,tema foiparar na Justiça.

Oposição barra reajuste.

lAlteraçãoApós um anolutando na Justiça,

Haddad altera trava para 10%

em residências e 15%em comér-

cios e consegue aprovação em

dezembro de 2014.

l TravaPrefeitura propõe, em setembro,

tiraras travasde IPTU para

áreas ociosas, subutilizadas,

irregularese comobrasparadas

na cidade.

l VitóriaCâmara aprova projeto quetira

trava de imóveisociosos com

maisde 500metrosquadrados–

são79 milna cidade.Arrecada-

çãodeve subir R$ 150milhões.

BrunoRibeiroFabioLeite JulianaDiógenes

Uma emenda aprovada noprojeto de lei do aumento doImpostoPredial e Territorial

Urbano (IPTU) de imóveisociososvai beneficiarempre-sasda área dacultura.Comamedida, a Prefeitura de SãoPaulo perdoa multas de em-presas que não prestaramcontasdousodedinheiropú-blicoedeixadearrecadarqua-se R$ 30 milhões. Entre osanistiadosestão companhiasde teatro, gráficas e até umaempresa do ex-banqueiroEdemarCidFerreira,doBan-co Santos,falidoem 2005.

O perdão da dívida foi possí- vel por causa de um acordoen-tre a gestão Fernando Haddad(PT) e vereadores. Para cobrarumIPTUmaiordeimóveissemuso, com a retirada das travas

dereajuste,aadministraçãomu-nicipalaceitouincluirnoProje-to de Lei 146/2015 a anistia dedívidas de empresas com a Se-cretaria Municipal da Cultura.Otextofoisancionado,semve-tos,porHaddadnodia1.ºdestemês,24horasdepoisdeaCâma-ra aprová-lo.

 As dívidas contraídas entre2000e2012sãodecorrentesdemultas aplicadas às empresasparceirasdaCultura.Omontan-te, conforme estabelecido porlei, equivale a dez vezes o valorrecebidodopoderpúblico.

Segundoapasta,forambene-ficiadaspela emenda 13 empre-sasparaasquaisforamrepassa-dos R$ 2,99 milhões – oque re-sultou no valor total. “O artigo

anistia apenas as multas gera-daspeloindeferimentodepres-taçãodecontas,masacobrança

da devolução dos R$ 2,99 mi-lhões permanece”, diz a pasta,em nota.

 A medida, chamada de “con-trabando”nojargãodaCâmara,foi apresentada pelo vereadorMilton Leite (DEM). “A emen-

daéparaajudarasempresaspe-quenas. Elas não conseguiamcumprir as exigências para aprestaçãode contas, que foramsendo indeferidas, e acabaramsendomultadas”,disse o parla-mentarao Estado.

Leite também incluiu umaemendaparaanistiardívidasdeIPTU de escolas de samba. Eleinformouqueamedidatemum“custo pequeno”, estimado emtornodeR$300mil.

Acordo.   O entendimento dagestãoHaddadaofecharoacor-do foi de que o texto iria gerarmaisreceitas doque perdas – aestimativa de arrecadação comoaumentodoIPTUédeR$150

milhões.Háaindaaexpectativade que outro artigo da lei, quereduzoImpostosobreServiços(ISS) para empresas que mon-tam estandes para feiras deeventos e congressos, possaatrairempresasdosetorqueha-

 viam saído dac apital por causade vantagens fiscais de outrascidades.

 Além disso,segundoa Prefei-tura,asdívidasdasempresases-tavam no Departamento Judi-cial do Município (JUD). Eraum recurso que a Prefeitura já não tinha mais expectativa dereceber,segundoanálisedages-tãoHaddad.

Beneficiados. A lista de proje-tosbeneficiadospelaanistiain-

cluiconvêniosparaamanuten-çãodegruposdecorais,encena-çõesteatraiseexposiçõesdear-

te na periferia. É nessa últimacategoriaque aparece a empre-sa Brasil Connects Cultura, deEdemar Cid Ferreira.

 A empresa teve aprovado oprojeto Periferia SP em marçode2004.FoimultadaemR$4,9milhões“emrazãodanãoapre-sentação de contas nem com-

provaçãodarealizaçãodoproje-to”, segundo despacho do Diá-rio Oficial, em junho de 2006.

O advogadoArnaldoMalhei-rosFilho,representantede CidFerreira, informou que não ti-nha conhecimento da dívida.“A intervenção no banco dele,que deixou todos os bens blo-queados, foi em novembro de

2004. A partir daí, ele não temmais disponibilidade sobre os

 bens, não poderia pagar multanenhuma”,afirmou.

 A empresa mais beneficiadafoioInstitutoTakano,fechadoemabrilde2005.Agráficarece-

 beu verba para produzir umapublicaçãoespecial chamada A

Revista, com o tema “A Possedo Presidente Lula”, em 2003,na gestão Marta Suplicy 

(PMDB),entãonoPT.Adívida,sem a multa, é de R$ 921 mil.Nenhum representante daTakano foi localizado para co-mentaro caso.

Da lista, a menor dívida, deR$ 12,6 mil, é da empresa ArtInvest. O dinheirofoi parapro-moção de apresentações de

rua, segundo informações doDiário Oficial. A empresa tam-

 bém não foi localizada.

Administração. Acordo leva à aprovação de emenda em projeto de lei de aumento do IPTU para imóveis ociosos; 13 companhias

que não prestaram contas do uso de dinheiro público têm multas anistiadas. Governo avalia que ação gera mais receitas que perdas

Líder do governo FernandoHaddad(PT)naCâmaraMuni-cipal,overeadorArselinoTatto(PT) disse que não sabia que o

 valoranistiado dasempresas decultura durante a votação doprojetodeleideaumentodoIm-postoPredialeTerritorialUrba-

no (IPTU) para imóveis ocio-sos era tão alto. “Seguimos asorientaçõesdaSecretariaMuni-cipalde Finanças”, disseTatto.

“Em votações dessa nature-za,oquefazemoséquestionaraSecretariadeFinanças,osecre-táriodeRelaçõesGovernamen-

tais(quetema atribuiçãode nego-ciar com o Legislativo), José

 Américo, e, dependendodo ca-so,o prefeito”, afirmouTatto.

OtextofoiaprovadoapósumdiainteirodediscussõesnaCâ-mara,que seguiramaté as2 ho-rasdodia30domêspassado.O

secretário José Américo estevepessoalmente no plenário paracosturaro acordo.

 Avotação foitumultuada.Ve-readoresda oposiçãoacusaramHaddaddeterfeito“contraban-do”–ainclusãodeumtemaquenãotemavercomanaturezado

projeto.“Emvezdecolocarcla-ramente, o governo optou porfazer contrabando. Cada umdesses assuntos merecia umadiscussão específica”, disse, nodia da votação, o vereador An-drea Matarazzo (PSDB). Alémda anistia de multas às empre-

sas de cultura, outro “contra- bando” prevê redução do Im-

postosobreServiços(ISS)paraalguns tiposde empresas.Tattosaiuemdefesadogover-

no. “Quando você trata de umimposto,oISS,vocêpodetratarde outro imposto, o IPTU. Issonãoé contrabando.Haddades-tá pensando na cidade no futu-ro,emtrazermaisempresaspa-racá.”  / B.R,F.L. eJ.D.

Haddad e Câmara perdoam dívidas deR$ 30 mi de empresas da área cultural

Entendimento.Oprefeito FernandoHaddad(PT)sancionouo projeto,sem vetos,24 horasapós a aprovaçãona Câmara

Líder dogoverno desconhecia valor total daanistia

AltadeIPTUdeociososrenderáR$150milhões

DiadaCriançaCom calor de 30°C,parques de SP têm filaspara entrar. Pág. A16

PONTOS-CHAVE

MARCIOFE RNANDES/ESTADÃO-9/9/2015

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015   Metrópole   A13

FabioLeite

Projeções feitas pelo CentroNacional de Monitoramentoe Alertas de Desastres Natu-rais (Cemaden), do governofederal,mostram queo Siste-ma Cantareira pode recupe-rarovolumemortoaindanes-te ano. Caso chova dentro damédia histórica nos próxi-mos meses, aponta a simula-

ção, o principal manancialpaulista voltará a operar noazul (acima do nível zero) apartir de 22 de dezembro.

Nestecenário,segundocálcu-los do Cemaden, o Cantareirachegariaaofinaldaestaçãochu-

 vosa, em 31 de março de 2016,com 42,2% de sua capacidadenormal, excluindo as reservasprofundas. Uma situação bemmaisconfortávelquearegistra-danomesmoperíododuranteacrise hídrica: -10,3% em marçodeste ano, e 13,4% em 2014. Noanopré-crise(2013),oíndicees-tavaem 62,1% naqueladata.

O volume morto começou aserusadopelaCompanhiadeSa-neamento Básico do Estado de

SãoPaulo(Sabesp)em maiode2014 comouma saída do gover-noGeraldoAlckmin(PSDB)pa-ranão decretarrodízionoabas-tecimentode água paraa regiãometropolitana, onde 8,8 mi-lhões depessoasdependiamdoCantareira antes da crise. Emum ano, a operação que bom-

 beia a reserva estocada abaixo

do nível dascomportas já haviaconsumido R$ 120 milhões, in-cluindoas obrasfísicas.

 As projeções do Cemadenconstamdorelatóriododia8.Oórgão, que faz esse monitora-mentodesdemaiode2014,con-siderou em seus cálculos que o

 volumedeáguaretiradodoCan-tareira para atender a GrandeSão Paulo e a região de Campi-nassejade17millitrosporsegun-

donestemês(amédiaatualéde14,8 mil l/s), 13,5 mil l/s em no-

 vembro, conforme determina-çãodosórgãos reguladores,e 17mill/s entredezembro e março.

Segundo as simulações, fei-tas com base em dados diáriosdeprecipitaçãoeevapotranspi-ração potencial da água no ma-nancial,oCantareirapoderecu-perar o volume morto aindamais rápido, em 63 dias, casochova 25% acima da média nospróximos meses, e em 53 dias,

se a chuva superar o esperadoem 50%. Neste último caso, osistemachegariaaofinaldemar-çocom100%dacapacidade,se-gundo o Cemaden.

Dados da Sabesp mostramquena última estaçãochuvosa,deoutubrode2014amarçodes-te ano, choveu no Cantareira1.020 milímetros, 16,3% abaixoda média histórica (1.161 mm).Jána estaçãoseca,de abrila se-

tembro,o cenáriomelhoroue aprecipitação acumulada na re-gião foi apenas 2,1% abaixo doesperado, 389,3 mm, ante 397,5mm de média. Neste mês, até aúltima sexta-feira, havia chovi-do 32,4%do esperado.

Mesmo sechover25% abaixodo esperado nos próximos me-ses,mantidaaexploraçãodosis-tema, com o racionamento deáguafeitonaGrandeSãoPaulo,o Cantareira pode recuperar o

 volume morto em 108 dias, ouseja, no dia 24 de janeiro,situa-ção melhor do que a registradana mesma data este ano. Casoaschuvasfiquem50%abaixodamédia, a primeiracota do volu-me morto deve durar 176 dias.

Ou seja, no início de abril de2016, o sistemavoltaria a usarasegundareserva,quefoirecupe-radaem fevereiro deste ano.

Contraponto.  Projeções do es-pecialista em recursos hídricosSamuel Barrêto, gerente daONGinternacionalTheNatureConservancy (TNC), mostram

umcenáriofuturoparaoCanta-reira menos otimista do que osapresentados pelo Cemaden.Segundo ele, se chover dentrodo esperado nos próximos me-ses, o sistema só deve atingir40% da capacidade, considera-do o nível de segurança do ma-

nancial,entre2018e 2020. “Es-sa projeção considera o padrãohistóricodeprecipitaçãoeopa-drãoatualdeconsumodeágua.Por isso é importante o alertapara a população de que a crisenão passou e as pessoas devemcontinuarmobilizadas.”

NAWEB

NILTON CARDIN

l  Alerta

Cantareirapodeoperar no azul já

nofimdoano

“Apesar de agosto ter sidomuito seco, com perdas nosistema, o consumo de água

aumentou. As campanhasde conscientizaçãoprecisam ter a mesmaintensidade de antes. Sãonecessárias açõessustentáveis para recuperarnossos mananciais.”SamuelBarrêto

GERENTEDA ONGTNC

Se chover dentro da média, manancial recupera volume morto em22 de dezembro, mostra estudo; especialista diz que prazo será maior

Portal. Confira

comoeconomizar

águaem casa

estadao.com.br/e/agua

6

Sem chuva, níveldemananciais deSP tem queda

Sem registrar chuvas nas regiões

dos principaismananciaisque

abastecema Grande São Paulo,

todosos seisreservatóriostive-

ram quedano nívelontem.O Siste-

ma Cantareira caiu 0,1 pontopor-

centual e operava com16,4%da

capacidade, contando duascotas

do volume morto, segundo índice

divulgado pelaSabesp.

Page 14: Estadão - 13 de Outubro

7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

http://slidepdf.com/reader/full/estadao-13-de-outubro 14/18

%HermesFil eInfo:A- 14:20151013:

 A14   Metrópole   TERÇA-FEIR A, 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

LOTOMANIA Nº 1.597 10/10/2015

Nenhumapostador acertouas 20dezenas e oprêmioacumulouem R$889.866,32.

04 07 10 18 26

34 37 40 41   43

53 56 58   59 79

80 82 83 90 92   www.estadao.com.br

Massacre de armênios(Washington) - O departa-mentode Estado recebeu hon-tem communicação do sr.Morgenthau, embaixador nor-te-americano em Constanti-nopla, de que, desde a entra-

da da Bulgária na guerra omassacre de armênios na Tur-quia recomeçou com maiorferocidade.

LOTOFÁCIL Nº 1.269 9/10/2015

Umaapostaacertouas 15 dezenas e receberá R$

2.122.133,58.

01 04 05 07 08

11 13 14 16 17

18 20 21 22 23

MEGA-SENA Nº 1.749 10/10/2015

Sen a (a cu mu lo u) R $ 25.583.870,58

Quina (78) R$ 28.649,13

Quadra (7.101) R$ 449,56

03 13 14 29 33 43

SÃOPAULORECLAMA LOTERIAS

Guaíbaatingeomaior nívelem74anos

HÁUMSÉCULODUPLASENA Nº 1.427 9/10/2015

1ºsorteio

S ena ( ac um ulo u) R$ 4 .4 93 .3 42 ,6 1

Quina (93) R$ 2.451,26

Quadra (3.547) R$ 61,20

13 24 27 33 36 48

FEDERAL Nº5.013   10/10/2015

1 º Pr êm io 3 2. 38 9 R$ 6 00 .0 00 ,00

2º Prêmio 65.903 R$ 3 7.200,00

3º P rêmio 32.920 R$ 3 7.000,00

4º P rêmio 41 .645 R$ 3 6.800,00

5º P rêmio 97.616 R$ 3 6.608,00

SERVIÇO:  O ESTADO  PUBLICA DIARIAMENTEASLOTERIAS.FIQUE ATENTOAO NÚMERO EÀDATADE REALIZAÇÃO DOS SORTEIOS.

6

Rio chega a 2,86 metros e ameaça centro dePorto Alegre; em SC, raio deixa um morto

GabrielaLaraLuciano Nagel ESPECIAIS PARA O ESTADO

PORTO ALEGRE

 As chuvas que atingem o SuldoPaíshápelomenosumase-mana causaram estragos edeixaram desabrigados noRioGrandedoSul,no Paraná e em Santa Catarina, ondehouve uma morte por raio.NoEstadogaúcho,hámunicí-pios com áreas alagadas e aelevação do nível de rios põeascidadesemalerta.Deacor-

docombalançodaDefesaCi- vilde ontem,7.665 pessoasti- veram de deixar suas casas e24.443 foram atingidas de al-guma forma. O númerode ci-dades afetadaschegoua 53.

Segundo o órgão, dos seteprincipais rios e lagos gaúchos,quatro estão com as águas aci-madoníveldealerta.NocasodoGuaíba – que banha Porto Ale-gre e municípios da região me-tropolitana –, a água bateu os2,86metros porvoltadas 14 ho-ras, de acordo com o SistemaMetroclima,daprefeituradaca-pital.Amarcahistóricaultrapas-saos2,83mde1967enãoeravis-ta desde 1941, quando o Guaíba

chegoua4,76meinundoupartedocentrohistórico.Em umdia,oriosubiu20centímetros.

Para evitar inundação, o De-partamento de Água e EsgotosPluviais(DEP)fechou 13 das14 comportasdosistemadeprote-çãodecheiasdoCaisMauá.“Ti-

 vemos de tomar providênciasmais duras em termos de segu-rança. Deixamos aberta apenasa comporta central para que os

 veículos possam entrar e asequipes fazerem o monitora-mento”, disse o prefeito JoséFortunati(licenciadodoPDT).

Como a cheia do Guaíba ala-gou a região das ilhas em tornoda capital, famílias da região ti-

 veramde buscarabrigoem giná-sios ou na casa de parentes eamigos. O excesso de chuvatambém causou problemas emmais de 20 rodovias federais eestaduais do Estado, que fica-ram total ou parcialmente blo-queadas. Hoje, a previsão é detempo seco, mas as chuvas de-

 vem voltar amanhã.

Mais estragos. Em Santa Cata-rina,osproblemascausadospe-laschuvascomeçaramnaquin-

ta-feira. Houve granizo, venda- val, inundação e deslizamen-tos. A Defesa Civil contabiliza31 municípios com danos e4.390 pessoas afetadas. Os da-dosapontamque881pessoasti-

 veram de deixar suas casas.

Também há registro de umamortepor quedade raio.No Paraná, as chuvas do fim

de semana afetaram cerca de11,5 mil pessoas e danificarammais de 3 mil casas, segundo a

Defesa Civil. Omunicípio mais

atingidofoi o de Ipiranga, de14 mil habitantes, na região cen-tral, com 1.700 casas danifica-das–metadedasresidênciasdacidade.Ohospitallocalficoulo-tado,umavezque25pessoasfi-

caram feridas ao tentar reparar

ostelhadosdestruídospelachu- va. Além de Ipiranga,18 cidadesregistraram problemas com ostemporais. / COLABORARAM ALINE

T O RR E S e E D SO N F O NS E CA ,

ESPECIAIS PARAO ESTADO

www.estadao.com.br/acervo

ATENÇÃO: O QUADROABAIXONÃO DEVE SERUSADOPARA A CONFERÊNCIA OFICIALDASLOTERIAS. DEPENDENDODO HORÁRIODOSSORTEIOSE DOFECHAMENTODA EDIÇÃO,ALGUNSRESULTADOS PODEMESTAR DEFASA-DOS.CONFIRAOS RESULTADOSOFICIAIS NOSITEWWW.CAIXA.GOV.BR

ANTONIO CÍCERO/FOTOARENA

Falecimentos

Teve algum direitocomocidadãoou consumidordesrespeitado?O blogSeusDireitospode ajudar.Enviesuasreclamações,com os devi-dosdocumentos,dados pes-soaisecontatos,alémdono-

me dosenvolvidos na questão,parao [email protected]

2ºsorteio

Sena (0) R$ 0,00

Quina (27) R$ 8.443,22

Quadra (2.076) R$ 104,58

03 04 25 32 37 42

NAWEB

QUINA Nº 3.906 10/10/2015

Quina (ac umulou ) R $ 6.081.038,21

Quadra (47) R$ 15.576,52

Terno (4.855) R$ 215,41

06 27 42 59 616

agradecem as manifestações de carinho recebidas por seu falecimento econvidam para a Missa de 7o Dia, que será realizada hoje, às 12 horas,na Paróquia Perpétuo Socorro, à Rua Honório Líbero, nº 100, JardimPaulistano.

Os filhos Maria Regina, Roberto, Sérgio Roberto e Maria Eloísa, osgenros Norberto e José João, os netos e bisnetos da inesquecível

EDDA CORONA UGOLINI

Parapublicar anúnciofúnebre: BalcãoIguatemi– ShoppingIguatemi 1a - 04,tel. 3815-3523/ fax 3814-0120– Atendimentode 2ª a sábado,das 10 às22 horas,e aosdomingos, das14 às20 horas.Balcão Limão – Av. Prof. Celestino Bourroul, 100, tel. 3856-2139 / fax 3856-2852 – Atendimento de 2ª a 6ª das 9 às 19 horas. Só serão publicadas notícias de falecimento/missa encaminhadas pelo [email protected],com nomedo remetente, endereço, RG e telefone,ou paraa redaçãono fax 3856-2560

A PraiaVila doConde, emBarcare-na, nordeste do Pará, amanheceuontem commais de 200bois mor-tosapós um navio quetransporta-va os animais naufragar no Rio

Pará. O acidente foina terça, dia6, e a maré carregou os animaisapós umabarreira de contençãose romper. Moradores usam más-caras para suportar o maucheiro.

Rosalia Mazzona Tossani – Dia10, aos 96anos. Filhade Luigi Maz-zorana e Bogo Ambile. Deixa os fi-lhos Oriana e Danila. O enterro foirealizado no Cemitério da Paz.MariaLúciaSampaio deAlmei-da –Dia9,aos91anos.FilhadeOle-gário e Hilda Sampaio de Almeida.

Deixa o filhoRicardo e familiares. Ocorpo foi trasladado para o Crema-tório Vila Alpina.

Henry Nekrycz (Ben Abra-ham) – Aos90 anos. Filho deAbra-hamNekrycze IdaNekrycz.Eraca-sado com Miriam Nekrycz. Deixa afilhaEdithe familiares.O enterro foirealizado no Cemitério Israelita doButantã.

 Yone Neistein – Aos 87 anos. Fi-

lhode PinhasNeisteine YehouditheNeistein.Era casado comLily Mizra-hi Neistein. Deixa os filhos Rubens,

Esther, Deborah e familiares. O en-terro foi realizado no Cemitério Is-raelitado Butantã.Mordechai Chanoft  – Aos 66anos. Filho de Dov Chanoft e Szos-zanaChanoft.Era casadocom GeniHelena Oksman Chanoft.Deixa os fi-lhosMarcelo,Thais, Maristella e fa-

miliares. O enterro foi realizado noCemitério Israelita do Butantã.MISSAS

Virginia Battiloro – Hoje, às 18horas, na Igreja Nossa Senhora daEsperança, na Av. dos Eucaliptos,556, Moema (7ºdia).Maria Glória Pinho MoreiraFreire – Hoje, às 18h30, na Paró-quia Nossa Senhora Aparecida, naPraça Nossa Senhora Aparecida,

s/n,Moema(1 ano).Judith Pina Dal´Mas – Hoje, às19horas, na Igreja Matriz Nossa Se-nhora Sagrada Família, na PraçaCardeal Arco Verde, 100, São Cae-

tanodo Sul(7ºdia).MariaMagalyLisboaMalheiros

– Hoje, às 19h30, na Igreja do San-tíssimo Sacramento, na Rua Tutóia,1.125,Paraíso (7ºdia).Diva Friederichs – Amanhã, às19h30, na Paróquia Nossa SenhoraAchiropita, na Rua Treze de Maio,

478, Bela Vista (7ºdia).Joaquim Augusto Amaral Sal-les – Hoje, às 18 horas, na IgrejaNossa Senhora Mãe da Igreja, naAlamedaFranca, 889 (7º dia).

Sidnei LuizTenucciJunior (Si-dão) – Hoje, às 19 horas, na Paró-quia Nossa Senhora Mãe do Salva-dor, na Avenida Professor Frederi-coHermann Junior,105,Altode Pi-nheiro (7ºdia).Oscar de OliveiraJunior – Hoje,às 19h30, na Igreja Santo Antônio

do Embaré, na Av. Bartolomeu deGusmão, 32 / Santos (7º dia).JoséRoberto Dilguerian– Ama-nhã,às 10horas, naCapela doInsti-tuto Meninos de São Judas Tadeu,Av. Itacira, 2.801,Planalto Paulista(3 meses).Lúcio Benecdito das Merces –Amanhã, às 12 horas, na ParóquiaSanta Cecília, no Largo Santa Cecí-lia,s/n (1ano).Fábio da Veiga Oliveira Neto –Amanhã,às12h45,na IgrejaNossaSenhora do Brasil, na Praça NossaSenhorado Brasil,s/n, JardimPau-lista (7ºdia).

estadao.com.br/e/brasil

Serviçofunerárioda Prefeitura:0800-109850(24 horas)www.prefeitura.sp.gov.br/servicofunerario

Centenas de boismortos surgemem praia no Pará

Acima de 32°

28°/32°

24°/27°

19°/23°

Abaixo de 19°

NOITE

Nova12/10 (21h06)

(17h32)

(9h05)

Crescente20/10

Cheia

(9h25)

Minguante3/11

27/10

ChuvaNublado Pancadasde chuva

Parcialmentenublado

Céuclaro

Nascente

Poente18h10

5h36

Votuporanga20°/34°

Presidente Prudente17°/32°

S. J. do Rio Preto21°/32°

Bauru18°/32°

Piracicaba21°/29°

Campinas20°/28°

Sorocaba17°/25°

Itapeva15°/23°

Cananeia18°/24°

Iguape17°/24°

C. do Jordão15°/22°

S. J. dos Campos20°/28°

Guarujá20°/26°

Santos20°/26°

Ubatuba19°/28°

São Paulo18°/25°

Ourinhos16°/27°

Franca19°/31°

Ribeirão Preto22°/35°

Araraquara21°/31°

25°18°

PREVISÃO PARA HOJE EM SÃO PAULOMuita nebulosidade, sol e chuva fraca

Na capital

3mm60%

0mm0%

QUA14/10

SEX16/10

30°

QUI15/10

18°

33°20°

34°20°

0mm0%

PRÓXIMOS DIAS EM SPAmanhã o sol volta a predominar e a

temperatura sobe bastante. Chove à tarde.

Receba por sms a previsão de onde você estáwww.estadao.com.br/sms

Chuva comtrovoadas

Volume de chuva (mm)

Probabilidade de chuva (%)

Sol/chuva

Sol/chuva

Sol/chuva

Sol

Sol

Sol/chuva

Sol/chuva

Sol/chuva

Sol

Sol/chuva

Sol

Sol

Sol

NO MUNDOMín./Máx.Tempo   Fuso   Mín./Máx.

Maceió

Manaus

Natal

Palmas

Porto Alegre

Porto Velho

Recife

Rio Branco

Rio de Janeiro

Salvador

São Luí s

Teresina

Vitória

22°/29°

25°/36°

23°/30°

23°/38°

12°/23°

23°/35°

24°/30°

20°/34°

20°/30°

23°/30°

25°/33°

22°/40°

21°/33°

NAS CAPITAIS

Sol/chuva

Sol

Sol

Sol/chuva

Sol

Sol/chuva

Sol/chuva

Sol/chuva

Sol

Sol

Sol

Sol/chuva

Sol

Mín./Máx.Tempo

Aracaju

Belém

Belo Horizonte

Boa Vista

Brasí lia

Campo Grande

Cuiabá

Curitiba

Florianópolis

Fortaleza

Goiânia

João Pessoa

Macapá

23°/30°

24°/33°

20°/34°

24°/35°

16°/34°

14°/30°

19°/35°

13°/20°

17°/21°

25°/32°

20°/36°

24°/30°

25°/35°

12°/29°

15°/19°

13°/21°

1°/7°

3°/10°

14°/20°

20°/25°

9°/24°

5°/11°

5°/14°

16°/33°

17°/24°

16°/24°

6°/13°

22°/33°

13°/22°

10°/24°

22°/30°

7°/22°

-2°/6°

12°/23°

5°/12°

19°/22°

8°/18°

13°/22°

23°/31°

14°/21°

12°/21°

16°/23°

Assunção

Atenas

Barcelona

Berlim

Bruxelas

Buenos Aires

Caracas

Chicago

Estocolmo

Genebra

Johannesburgo

Lima

Lisboa

Londres

Los Angeles

Madri

México

Miami

Montevidéu

Moscou

Nova York

Paris

Roma

Santiago

Sydney

Tel-Aviv

Tóquio

Toronto

Washington

MANHÃ TARDE

1,0m

TÁBUA DE MARÉS: Porto de Santos

1h57

8h40

14h40

20h55

1,3

0,2

1,2

0,2

1h18

8h07

14h09

20h19

1,3

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1,2

0,2

3h17

9h47

15h46

22h10

1,2

0,3

1,0

0,2

2h36

9h13

15h13

21h31

1,3

0,2

1,1

0,2

N

S

O L

NENO

SESO

15nós

Adamantina18°/33°

Araçatuba21°/33°

Marília17°/31°

Itapetininga17°/24°

CAPITAL

Ar quentee úmido

Frente fria

FRENTE FRIA NA COSTA DE SPUma frente fria associada a

um ciclone extratropical

avança pelo litoral, espalhan-

do muitas nuvens pelo

centro-sul e leste do Estado.

Chove a qualquer hora do diae a temperatura cai um

pouco. A partir de amanhã o

tempo volta a abrir.

São Carlos20°/30°

UR: 45%

UR: 30%

UR: 30%

9mm

60%

75%

 ALÔ,SÃO PAULO Volume de chuva

Umidade relativa

Probabilidade de chuva

0

6

5

5

5

0

-1,5

-2

5

5

5

-2

4

4

-4

5

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Portal. Confiramais notícias doBrasil

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

http://slidepdf.com/reader/full/estadao-13-de-outubro 15/18

%HermesFil eInfo:A- 15:20151013:

O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015   Metrópole   A15

PresosuspeitodematardubladordeHarryPotter

NAWEB

NAWEB

 AntonioPita / RIO

 A Polícia Civil do Rio pren-deu, na noite de anteontem,um suspeito pela morte dopolicial militar Caio CésarIgnacio Cardoso de Melo,quetambématuavacomodu-bladorde personagensdoci-nema, como o bruxo Harry Potter. Policiais militaresqueestavamcom o dubladorquando ele foi atingido pe-los disparos teriam identifi-cado Rafael Nascimento Sil- va, de 23 anos, como autor dodisparo que atingiu o pesco-ço do soldado.

O suspeito foi preso perto

da comunidade da Fazendi-nha, onde o soldado morreu,noComplexodoAlemão,zonanorte do Rio. O homem é co-nhecido como Rafinha. Teriasido reconhecido por policiaisque estavam na patrulha, nodiado crime.Sua prisãojá foradeterminada pela Justiça apóspedido da Delegacia de Homi-cídios, que investiga a mortedoPM.Asualocalizaçãofoire-

sultado de uma operação daárea de inteligência da PolíciaMilitar.

Rafinha foi preso com outro jovem suspeito de tráfico dedrogasnaregião.RodrigoFrei-tas dos Santos, de 27 anos, éconhecido pelo apelido de Sa-po.Ele é apontado pelaPolíciaCivil como gerente do tráficodedrogaseautorderoubosemdiferentes pontos da cidade. Ao ser abordado pelos poli-ciais, numa casa no ComplexodoAlemão,apresentouumdo-cumento falso de identidadepara não ser reconhecido. Osdois suspeitos foram levadospara a delegacia.

Atividades.O soldado Caio Cé-sar Ignácio morreu no último

dia 30 de setembro, após seratingido durante uma patrulhade rotina no Campo doSargen-to, também no Alemão. Segun-do a Polícia Militar, ospoliciaisforam recebidos com tiros du-ranteapatrulha.Caiofoilevadopara o Hospital Estadual Getú-lio Vargas,mas nãoresistiu aosferimentos.

Eletinha27anosetrabalhavana Unidade de Polícia Pacifica-dora (UPP) da Fazendinha,uma das seis comunidades quecobrem o conjunto de favelasdo Alemão, na zonanorte.

Caio era dublador desdecriança,tendoatuadonaversão brasileira de mais de 20 filmes,

desenhosesériesanimadas,co-mo Digimon,Ben10e ComoTrei-nar o seu Dragão. Era dele a vozdogarotoJosué,em A Vida é Be-la, além de outros personagensdoatorDanielRadcliffe,quein-terpretava no cinema o bruxoHarryPotter,dasériecriadape-laautoraJ.KRowlling.Aescrito-ra chegou a lamentar a mortedo policial militar por meio deumarede social.

Homem foi detido em comunidade próxima do local onde o PM CaioCésar de Melo, que deu voz ao personagem, foi assassinado, no Alemão

Seispessoas morreramem umacidentecom um caminhão

carregado de melanciae doiscarrosna BR-040, em Itabirito,na regiãocentralde Minas. Se-gundo a Polícia Rodoviária Fe-deral,o caminhãotomboue acargaatingiu umPalioe umPrisma.Entre os mortos,qua-troestavam noPalioe umnoPrisma.Ao tombar,o cami-nhão atingiua mureta de prote-çãoe caiu emum barranco. Omotoristatambém morreu.Quatroferidosforamlevadosparaa capitalmineira.

Umciclistade38anosfoiassal-tadoeagredidopormoradoresde rua, namanhãde ontem, nacracolândia, região central deSão Paulo. Um suspeito aca-

 bou preso logo depois por poli-ciaismilitares.

Segundo a Secretaria de Se-gurançaPública(SSP),ociclis-tafoi atacado quandopedalavapróximo da Alameda Glete,porvoltadas 11h30.Elefoi der-rubado da bicicleta e, duranteumaconfusãoenvolvendomo-radores de rua, foi agredidopor vários homens. A AlamedaGlete é uma das vias do bairroonde se concentra grande nú-

mero de usuários de crack.Imagens do circuitode segu-

rançadivulgadas pelaRede Re-cord mostram que o ciclistatentou filmar os usuários decrack quando foi atacado. Eletentoufugir,masacabouderru- bado da bicicleta.

 A vítima, que não teve o no-me revelado pela SSP, sofreuumafraturano fêmurda pernaesquerdacomaqueda.Elepre-cisou ser atendido pelos bom-

 beiros.Um dos agressores fugiu

coma bicicleta e como celulardo homem. Identificado comoRafael Augusto Laureano, de29anos,o assaltantefoi locali-zadopela PolíciaMilitar,cercade dez minutos depois, na es-quina da Alameda Glete com a Alameda Barão de Piracicaba,tambémna cracolândia.

Recuperada. Somente a bici-

cleta foi recuperada pelos poli-ciais. O assaltante confessouque também levara o celular,masdisseaospoliciaisquejáha- via conseguidovender o apare-lhoantes de serencontrado.

O assaltante foi encaminha-do para o 2.º Distrito Policial,no Bom Retiro, onde o caso foiregistrado. Os outros agresso-res do ciclista conseguiram fu-girquandoaviaturapolicialche-gouao local.

 ASecretariade SegurançaPú- blica informou quea vítima es-tavabem quando foi socorrida,mas não deu detalhes sobre olocalondeociclistafoihospita-lizado.ASSPtambémnãotinhainformaçõesse o assaltante eramoradorde ruada região.

OABapoiafaxineiraquecomeubombom

Rebeliãoacaba com3presosmortos emMGUmarebeliãono presídiodeTeófiloOtoni (MG)terminou

comtrêsdetentosmortose 14 foragidos, ontem. A confusãocomeçouno final da madruga-dae celasde dois pavilhõesfi-caram totalmente destruídas.Pelamanhã,policiais militaresconseguiram controlar a situa-çãocomo apoiode agentespe-nitenciários.Vários presosfica-ramferidos. A Secretaria de AdministraçãoPenitenciáriainformouter instaurado proce-dimento interno para“apuraras responsabilidades”.

Homem sofreu fratura nofêmur e teve bicicleta ecelular levados; umsuspeito foi preso porpoliciais militares

ACIDENTE

MARCO AMBROSIO/FRAME

Bomba nocaixaeletrônicoUm equipe do Grupo de Ações TáticasEspeciais (Gate),da PM, foi acio-

nada para desarmarum artefato deixado porassaltantesem umcai-

xaeletrônicona zona sulde São Paulo.O bandofugiusem levarnada.

SISTEMA CARCERÁRIO

COMUNICADO IMPORTANTE

PRODUTO DATADEFABRICAÇÃO

Soprador Elétrico 10/12/14 a 28/07/15

MARCA/ MODELODOPRODUTO   NÚMERODE SÉRIE

STIHL/BGE 71, 220 V  434.941.897

a 435.134.819

A STIHL, reiterando seu compromisso com a qualidadee segurança, convoca os usuários do   Soprador ElétricoBGE 71, 220 V, com número de série entre 434.941.897e 435.134.819, a suspender o uso e comparecer a umaAssistência Técnica STIHL para que seja realizado o reparo.

Os endereços e telefones das Assistências Técnicasestão disponíveis em  www.stihl.com.br ou pelo telefone0800 810 0082. Para identificar o número de série do seuSoprador Elétrico BGE 71, 220 V, verifique a gravaçãolocalizada na etiqueta colada em seu produto.

Detectou-se que, em determinadas circunstâncias, a rodado ventilador pode tocar a carcaça do produto e danificaro motor.

Tal situação representa risco de superaquecimentodo motor que, caso o produto não seja desligado, podecausar lesões no usuário, pessoas e/ou objetos que seencontrem no entorno.

Esta ação não representa qualquer custo ao consumidor.O tempo médio de atendimento será de 30 (trinta) minutos.

Galeria. Veja

imagens da região

da cracolândia

estadao.com.br/e/cracksp

6

Ciclistaé roubado e agredidonaregiãodacracolândia

Caminhãocommelanciatombaemata6pessoas

 AOrdemdos AdvogadosdoBra-sil (OAB) em Roraima decidiudarapoioà mulherautuadape-la Polícia Federal porque co-meuum bombom de chocolatequeestavanamesadodelegado

 Agostinho Cascardo. E.R.S., de32 anos, faxineira de uma em-presa terceirizada que prestaserviços na sede da PF em Boa Vista,está “bastanteassustada,envergonhada”, afirma o presi-denteda OAB,JorgeFraxe.

 A entidade vai pedir cópia doprocedimento que teria sidoinstaurado contra a mulher. OadvogadoAbdonNetofoidesig-nadopara acompanhara ação.

Ocasoaconteceunodia30desetembro.Câmerasdeseguran-ça do prédio da PF registraramo momento em que a faxineiracomia a guloseima do delegadoCascardo, que é corregedor dacorporação em Roraima. NaOAB,ondepediu apoio,ela dis-

se que comeu apenas um bom- bom.A mulher afirmaque “nãoagiucomaintençãodecometerfurto e jamais pensou que pu-desse ser processada por algotão insignificante”.

 A Associação Nacional dosDelegadosdaPFemRoraimain-formou que não foi aberto in-quérito contra E.R.S. e que elanão foi autuada em flagrante.  / FAUSTOMACEDOe JULIA AFFONSO

Blog doRio.

Notíciase dicas da

capital carioca

estadao.com.br/e/blogdorio

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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 A16   Metrópole   TERÇA-FEIRA , 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

NAWEB

NAWEB

GersonMonteiroESPECIAL PARA O ESTADO

 APARECIDA

 As celebrações do Dia da Pa-droeira do Brasil reuniram300 mil fiéis em Aparecida,noValedo Paraíba, nofim desemana prolongado. Segun-doadireçãodoSantuárioNa-cional, somente ontem fo-ram 180 mil pessoas. De Ro-ma, o arcebispo local, d. Ray-mundo Damasceno Assis, in-formou à Rádio Vaticanoqueo papa Francisco reiterou odesejo de voltar à cidade em2017, quando se completam300 anos do resgate da ima-gem de Nossa Senhora naságuas do Rio Paraíba do Sul. AIgreja abriuontem ascome-moraçõesda data.

 Aprimeiramissada manhãte-

 ve a participaçãode 30 mil fiéis,que se espremeram nos corre-dores da Basílica para acompa-nharacelebraçãopresididapord. Murilo SebastiãoKrieger,ar-cebispo de Salvador. D. Ray-mundo está no Vaticano, ondeparticipa como presidente-de-legadodoSínodosobreaFamí-lia,convocado pelopapa.

Na abertura, a imagem deNossa Senhora apareceu aosfiéisadornadapelomapadoBra-sil formado por flores de coresdiversas representando os 26Estados e o Distrito Federal.

 A família de Alvimar Guima-rães, de 37 anos, aproveitou oferiado para agradecer a uniãoentrepai,mãeeduasfilhas.Eles

saíram de Belo Horizonte paraacompanhar uma celebração eacender velas para Nossa Se-nhora.“Somosguiadospelafé”,disse Luana Guimarães, de 18anos, filhade Alvimar.

 A Capela das Velas e a Saladas Promessas atraíram fiéis

embuscade pedidos e tambémpara agradecer.

 A passarela de 400 metrosqueligaa Basílica Velhaà Novaficoutodoodiatomadadefiéis.FabianoDias,de27anos,deSa-

 bará, no interior de Minas, des-ceu a passarela de joelhos parapedir a cura da mãe, que passaporproblemasdesaúde.“Acre-dito que vou chegar em casa eminhamãeestarácurada.Preci-sodaminhamãeeseiqueNos-sa Senhora vai curar”, disse.

Paragarantirasegurançados visitantes,aPolíciaMilitar reali-zoua OperaçãoPadroeira,commaisde500policiaise90viatu-

rasde apoio.O serviço foiinte-grado com a Polícia Federal.PresentenoSantuário,ogover-n ad o r G era ldo A lck m in(PSDB)colocouo Estadoà dis-posição da Igreja paraa criaçãode um projeto de acessos dedi-cados às romarias, evitandoque os peregrinos usem a ViaDutra para as caminhadas. Ne-nhumincidente foiregistrado.

Visita.  À Rádio Vaticano, d.Raymundodisse querenovouoconviteaopapaparaqueelepar-ticipedasfestasde300anosdeencontrodaimagem.OcardealencontrouFranciscoontempe-

la manhã em seu gabinete emRoma. “O santo padre, é claro,deseja ir (a Aparecida), como já manifestouemoutrasoportuni-dades”, afirmou o cardeal à rá-dio. “Será realmente uma bên-ção muito grande para todo oBrasil a suavisita.”

O sacerdote brasileiro co- brou a promessa feita pelo pa-

pa em 2013, quando visitou Aparecida em meio à JornadaMundialdaJuventude,realiza-da no Rio. “Eu lhe lembrei queelehaviafeitoestapromessalá na Tribuna Papa Bento XVI,quando se despediu da multi-dão: ‘Até 2017!’. Ele falou: ‘Eu

seidisso,merecordodestami-nhaexpressãodaquelediaete-nho este desejo muito sincerodevoltaravisitarAparecida,so-

 bretudo nesta ocasião dos 300anos,que é umacontecimentomuitoespecial, muitosingularpara Aparecida e para todo oBrasil’.”

Aparecida atrai 300mil fiéis no feriado

 JulianaDiógenes

 As crianças precisaram ter pa-ciência para conseguir brincaraoar livreontem emSãoPaulo.Com calor de 30ºC, segundo aClimatempo,muitasfamíliasre-solveram aproveitar o dia nosparquesdacapital,queregistra-ram congestionamentos na en-trada dosestacionamentose fi-lasde atéduas horas para parar.

Morador de Embu das Artes,na região metropolitana de SãoPaulo, o motoboy Vladimir dos

Santos,de 34 anos, levou o filho Victor,de 12, paraandar de bici-cleta no Parque do Ibirapuera,nazonasul.Omeninocochilavanafiladecarrosparaentrar,por volta das 16 horas. “Ele veio pa-ra andar de bicicleta. Não trou- xemos porque imaginamos queseria fácil pegar uma aí dentro,mas,dojeitoqueestá,semchan-ce de andar de bike hoje”, afir-mou Santos.

Na mesma fila, já bem próxi-mode entrarno estacionamen-to,o auxiliaradministrativoRe-ginaldoOliveira,de35anos,mo-radorda regiãodo GrandeABC,aguardava a suavez deprocurar vaga com a mulher e o filho de 3anos. “Estou há uma hora emeiarodando.Já deiuma volta,

não achei vaga, e estou dando asegunda. Mas tenho fé. Tem deacreditar.”

Paraconseguiralugarbicicle-ta era preciso esperar pelo me-nos uma hora. As amigas RutePereiraeMarianaOliveira,am-

 basestudantesde 18 anos,esco-lheramentrarnafilaporterme-nosgente.“Todasasfilasestãograndes. A da roda-gigante, adobanheiro.Ojeitoéesperar”,disseRute.

Segundo a Prefeitura de SãoPaulo, administradora do Par-quedoIbirapuera,opúblicofoi

estimadoontemem150milpes-soas. Nos fins de semana, essenúmero chega a 200 mil, so-

mando os dois dias, e, nos diasúteis, fica em torno de 30 mil

 visitantes.

Lotação.No Villa-Lobos, na zo-na oeste da cidade, não foi dife-rente. A média de público on-tem foi de 80 mil pessoas, mes-mo número registrado aos do-mingosno parque.

 A enfermeira Dayane Braga,de34 anos,desceudo carrocomos filhos Emily, de 5 anos, e Da-niel,de 7,parabrincarenquantoomaridoprocuravaumavagapa-raestacionar. Elaestima ter de-

morado ao menos 40 minutosna fila do estacionamento.

Já o analistafinanceiroDênisNogueira,de30anos,paideAnaBeatriz, de 7, gastou cerca deduas horas aguardando na filade entrada do parque e procu-rando vaga de estacionamento.“A Ana Beatriz até ficou tristedentro do carro e falou: ‘Nãoacredito que não vou andar depatins!’. Nós duas viemos an-dando para ela conseguir brin-car um pouco e o meu maridofoiestacionar”, disse a mãe,Lu-cianeNogueira,de31anos.Dali,

os três ainda seguiriam para aigreja, às 19 horas. “Tchau, mo-ça!HojeéDiadeNossaSenhora Aparecida e ainda vamos pegarmissa”, despediu-se Lucianecom o marido e a filha, que foiemborade patins.

Só ontem, Dia da Padroeira, 180 mil visitantes passaram pela cidade; papa reforça desejo de voltar em 2017, quando imagem faz 300 anos

Missa. Romeiros lotaram a Basílica durante todo o diade ontem;imagemde Nossa Senhora emocionouos fiéis

l  Dia da Criança

Ibirapuera e Villa-Lobosficaram lotados ontem,com espera tambémpara alugar bicicleta eusar o banheiro

Filaparaestacionaremparqueschega a 2h emdia de calor emSP

11 ficam feridosapóspontecairantes demissa

Informe Publicitário

Conectandoo Brasil aomelhor 

domercadoimobiliáriomundial 

Miami - A nova fase de um pujante mercado

www.fabci.com.br 

São Paulo, 13/10/2015

FIABCI-BRASIL - Federação Internacional Imobiliária.R. Dr. Bacelar, 1043 - 04026-002 - S.Paulo/SP - Brasil - Tel (11) 5078-7778 -  [email protected] 

Produção de conteúdo: Grupo Máquina - Produção gráfca: Publicidade Archote

Após uma das piores crisesimobiliárias já vistas, Miami seencontra em uma nova – e muitoboa – fase. Há apenas oito anos,a Flórida esteve no epicentro deuma situação assustadora. Nosul do estado, os cartazes de “forsale” se espalhavam na frente demansões e de casas mais sim-ples, sem fazer distinção. Os pre-ços dos imóveis chegaram a cairquase 50% com relação ao picoalcançado em 2006, tornando otermo “short sale” (usado quan-do os proprietários vendem seusimóveis a um preço muito abai-xo do valor de aquisição) cadavez mais popular. As expectati-

vas eram de que o setor se só re-cuperaria após um longo períodode recessão, mas a previsão pes-simista não se tornou realidade.

Menos de uma década de-pois, o segmento não só se re-cuperou do baque, como passoua classifcar a cidade como umadas principais para se investir emimóveis no mundo. Em 2011, apesquisa realizada anualmen-te pela consultoria de mercadoimobiliário Knight Frank, queavalia as melhores cidades paragrandes investidores, indicavaMiami na 29ª posição. Hoje, elafgura no 6º lugar e espera-se quecontinue entre as primeiras doranking por mais de uma déca-da. Um relatório publicado pelacorretora americana ISG – Inter-

national Sales Group – evidenciaque alguns fatores locais são es-senciais para que a cidade siganesse crescimento elevado. En-tre eles, os mais relevantes sãoa qualidade de vida que Miamioferece, sua atividade econômi-ca, o poder político representadona cidade e o conhecimento e in-uência dos compradores.

Grandes investidores ame-ricanos e, principalmente, es-trangeiros também são os res-ponsáveis por esse cenário decrescimento do setor. Venezue-lanos, brasileiros e outros lati-

nos contribuíram de forma de-cisiva para a rápida recuperaçãodo mercado imobiliário de Mia-mi. Geralmente pagando à vistae sem reclamar do preço, essescompradores arrematavam apar-tamentos e casas, dentro e forade condomínios fechados, paraservirem como investimento oucomo segunda moradia. Segun-do o relatório da ISG, a Flóridase classifca como o principalestado a receber investimentointernacional no setor imobiliá-rio, seguido pela Califórnia.

Em um evento organizadopela FIABCI-BRASIL, em 15de setembro, o corretor co-fun-dador da ISG, Craig Studnicky,e o brilhante arquiteto CarlosOtt mostraram um panorama

de Miami extremamente pro-missor. Animados, os empre-endedores imobiliários locaisvêm lançando novos projetosde olho nesse novo consumidorestrangeiro. De 2012 até julhode 2015, o número de unidadesem construção, vendidas e/oudisponíveis no mercado era de16.215, das quais 77% já foram

vendidas. Outro dado impres-sionante é o número de lança-mentos previstos para 2017, nacasa dos 6.700 unidades.

Outra tendência apresentada

durante o evento foi o cresci-mento do centro comercial dacidade, o chamado ”downto-wn”. Durante a discussão, ospalestrantes mostraram acredi-tar que Miami está se tornandoum novo Vale do Silício. Coma entrada de grandes empre-sas na cidade, como os novosescritórios do Facebook e doGoogle, é esperado que o nú-mero de compradores nacionaisaumente muito. A pesquisa daISG mostra que a quantidadede nova-iorquinos a pesqui-sar e comprar residências emMiami já vem crescendo muitonos últimos anos e a aposta domercado é que esse  uxo inter-no tende a crescer ainda mais.Para absorver a nova demandada cidade, empresas e prefeitura

se uniram para apresentar solu-ções inteligentes para o desafoque se apresenta. Alternativascomo a revitalização do centrode Miami, o alto investimentoem transporte e o aumento doslançamentos são apenas algunsexemplos do que a nova fase dacidade trará em benefícios paraseus moradores.

Downtown Miami

JOSE PATRICIO/ESTADÃO

Mais. Acompanhe

as notícias da

capital paulista

estadao.com.br/e/saopaulo

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Villa-Lobos. Quem conseguiuentrar se divertiu no local

GABRIELABILO/ ESTADÃO

“Trouxemos a Giulia paraaprender a andar debicicleta no Ibirapueraporque na grama ela sesente segura. O espaço égrande e dá parabrincar.”AnaPaulaLopes

VETERINÁRIA

CarinaBacelar / RIO

Onze pessoas que participa- vam de uma missa campalfica-ram feridas após uma ponte demadeira, que estava em estadoprecário,desabarquandoaatra-

 vessavam em Duque de Caxias(BaixadaFluminense), na fren-te da Igreja Nossa Senhora doPilar.Nopátiodaparóquia,por

 volta de 7h30 de ontem, era re-zadaumamissaemcomemora-ção ao dia de Nossa Senhora

 Aparecida. Oito feridos foram

liberadosaindade manhã.Duas mulheres, mãe e filha,permaneciam internadas atéas16hdeontem.EvadaSilvaSou-za,de72anos,sofreuumafratu-ra exposta no fêmur e passouporcirurgia.O estadode saúdedelainspiracuidados.AfilhaSo-lange Resende, de 52 anos, so-freuumafraturanopulsoetam-

 bém deve ser operada. O filhodeEvaeirmãodeSolange,omo-torista Carlos Alberto da SilvaSouza, de 54 anos, afirmou queas duas estavam “assustadas”.Em nota, a Diocese de Caxiasdisse que “se solidariza com as

 vítimas”. Aponte provisóriafoi coloca-

danolocalpelogovernodoEs-

tado. Outra, de concreto, está interditada por causa de obrasdo Departamento de EstradasdeRodagem(DER).Procurado,o DER não se pronunciou. Deacordocommoradores,aestru-tura provisória está no local há doisanos.

Galeria. Veja

maisfotos da

celebração

estadao.com.br/e/aparecida15

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015   A17

Esportes

Juiz: DarioUbriaco(URU)

Local: Castelão,em Fortaleza

Horário: 22h

Transmissão: Globo e SporTV

BRASIL

Jefferson

Daniel Alves

Marquinhos

Miranda

Filipe Luís

LuizGustavo

EliasLucasLima

Willian

Douglas Costa

Hulk

Técnico:

Dunga

 Almir Leite

ENVIADO ESPECIAL / FORTALEZA

O técnico Dunga costuma di-zer que o Brasil tem sempre aobrigaçãodevencer.Talracio-cínioémaisdoqueverdadenapartida desta noite, às 22h,contra a Venezuela no Caste-lão,emFortaleza.Aseleçãoes-tá devendo depois da derrotapara o Chile, último de seus

tropeços importantes recen-tes. A pressão é grande, e issolevou ontem o lateral Daniel Alves a fazer um pedido aostorcedores:“nãofaçama sele-çãopagaropatopelorestantedosproblemas do País”.

O experiente jogador admitequeaseleçãoestádecepcionan-do. Mas considera que o torce-dor está “misturando as esta-ções’’ e, por isso, cobranças ecríticas estão sendo excessivas.“Seeupuderpediralgumacoisaaotorcedor,éparaaseleçãonãopagaropatodoBrasil’’,disseon-tem,emFortaleza.“Aseleçãoes-tápagandopelarevoltadobrasi-leirocom outras coisas.’’

ParaDanielAlves, comoo fu-

te bol está no coração do torce-dor, acaba sendo usado comoumaespéciedepanaceiaparaosmalesdocotidiano–comoacor-rupçãoe a violência. Aí,quandoos resultados não aparecem, acobrançaé geral. E desmedida.

Mesmo porque há um outrocomplicador: o fato de a maio-ria dos jogadores da seleçãoatuar fora do País, alguns há muitotempo.Issocriaapercep-

çãode queessesatletasnãoes-tão“nemaí’’paraaequipeepro- voca distanciamento.

O lateral também admite aexistênciadesse distanciamen-to.Masrebateafaltadeinteres-se. “A circunstância impedeque você consiga fazer uma

grande carreira no Brasil. Euquero deixar claro que apesarde jogar fora, sou tão brasileirocomo os outros. Pode ser queexista um distanciamento, massomos empurrados a isso.’’ Elegarantiu sentir muito orgulhoem vestir a camisa da seleção.

 A desconfiança em relação à seleçãoganhouforçaimpressio-nante com a derrota por 7 a 1para a Alemanha na Copa do

Mundoe atéagora,mais de umano depois, não diminuiu. Aocontrário,atécresceucomofra-cassodaCopaAméricaedader-rota da semana passada para oChile.“Agentesabequeháumadesconfiança com a seleção,com os jogadores que aqui es-tão, mas mais do que ninguém,

maisdoquequalqueroutrobra-sileiro,a gentequer reverteris-so’’, garantiuDanielAlves.

O técnico Dunga concordaque os efeitos do 7 a 1 incomo-dam. Mas entende que os joga-dores devem saber convivercomessefantasma.“Eudigopa-

raelesqueessacontanãoénos-sa,mas,jáqueagenteestáaqui,temosdepagar.Equandoosre-sultados não veem é normalquetenha essacobrança.’’

Dunga, no entanto, diz sabero que é preciso para que a sele-çãocomecearecuperaroprestí-gioapartirdestanoite.“Primei-ro de tudo, temos de fazer um bom jogo para nós mesmos.Mostraraquiloquesomoscapa-

zes.’’ A fórmula para isso, po-rém, ele admite que ainda nãoencontrou. “Eue minha comis-sãotécnica nãodormimosmui-tobem’’,afirmou.“Senósquere-mos carinho da torcida, tam- bém sabemos que eles queremrecebercarinhoda nossa parte.

Um bom futebol, uma vitória,para que tenham alegria, pos-sam sorrir.’’

Seleção apela à torcida por apoio

Desfalcada e sob

pressão, Argentinadesafia o Paraguai

 ASSUNÇÃO, Paraguai 

SurpreendidapeloEquadoremBuenos Aires na primeiraroda-da,aArgentinaentraemcampopressionadaparaenfrentaroPa-

raguai hoje, às 21h (horário de

Brasília)noDefensoresdelCha-co,em Assunção. Alémda obri-gação de vencer para apagar oresultado negativo, os argenti-nos terão desuperar os inúme-ros desfalques.

O técnico Tata Martino já não pôde convocar Messi, queserecuperadeumalesãonojoe-lho esquerdo. Rojo, Ever Bane-ga e Enzo Pérez também fica-ram fora da convocação pelomesmo motivo. Para piorar, naderrota diante do Equador, o

treinadorperdeuozagueiroGa-

ray,ovolanteBigliaeoatacante Aguero. Ramiro Funes Mori,Kranevitter e Tévez devem co-

meçaro jogo,semmexer naes-

trutura da equipe.“O triunfo dá tranquilida-

de,masumbomjogoéimpor-tante pensando no futuro”,

afirmouTata Martino.O Paraguai quer aprovei-

taros problemasda Argenti-na para chegar aos seis pon-tosdepoisde estrearcom vi-tória diante da Venezuela. Otécnico Ramón Díaz prome-te um time mais cauteloso,mesmo jogandoem casa.

 Vitoriosos na primeira ro-dada, assim como o Para-guai,Equador,UruguaieChi-le buscam continuar com100% de aproveitamento.Equatorianoseuruguaiosjo-gam em casa contra Bolívia(18h) e Colômbia (19h), res-pectivamente. Já os chile-nos, depois de derrotarem oBrasil, vão até Lima enfren-

taro Peru,às 23h15.

NA WEB

Dunga diz que está sem dormir direito desde derrota para o Chile e reconhece que o Brasil tem de vencer a Venezuela para retribuir carinho da torcida

RETROSPECTO

Eliminatórias-2018

Outros jogos

Holanda tenta evitar

vexame da eliminação

Treino

forte.

LateraisDaniel Alvese Marcelodisputamlance noúltimo treinoda seleçãoantes deenfrentar

a Venezuela

FORTALEZA

Na última partida da seleção

semosuspensoNeymarnasEli-minatórias,Dunga deveráfazeralterações no time para deixá-lomaisagressivocontraaVene-zuela. Apesar de ele nãoconfir-mar,sãoboasaschancesdeFili-pe Luiz e Lucas Lima começa-rema partida.

O lateral-esquerdo é maismarcadordo queMarcelo, titu-lar contra o Chile, mas liberaElias para chegar mais à frente.O santista deixará o time mais veloz e objetivo, embora Oscarnãopossaser descartado.

“Nós temos de buscar as me-lhoresopções,mudarumpoucotaticamente, depende do quepoderemos introduzir. Vamos ver jogadoresque estão em me-

lhor condição física e temos de buscaralternativas’’,disse Dun-ga, ontem. Em seguida, acres-centou: “Não significa que va-mos mudar em todo jogo, por-que já temos problemas de en-trosamento. Se mudartoda ho-ra,tira a confiança dojogador.’’

Lucas Moura parece ser opçãodeDungaparaodecorrerdojogo,casoprecisedeumjogadorhábile velozpelo ladodireito. / A.L.

VENEZUELA

Baroja

Rosales

Vizcarrondo

Cichero

Rincón

Lucena

CesarGonzálezSeijas

Rondón

Falcón

Jeffrén

Técnico:

NoelSanvicente

BRASILVENEZUELA2ªRODADADASELIMINATÓRIAS

Substituto. Tevezserátitular no lugar de Aguero

Com sete ausências,entre elas Messi eAguero, argentinosbuscam a recuperaçãoem Assunção

Eurocopa

Terceira colocada na Copa doMundode 2014, a Holandabus-ca um milagre hoje para conti-nuarcomchancesdeseclassifi-carà Eurocopade 2016 pela re-pescagem. Com 13 pontos, osholandeses estão na quarta co-locação do Grupo A, dois atrásda Turquia, em terceiro. Islân-dia e República Checa já estãoclassificadasevãodecidirodes-tinodos rivais.

 A Holanda precisa derrotaroschecosemAmsterdãetorcerpara os islandeses superarem aTurquia em Konya. Os turcos jogam pelo empate, já que le- vamvantagempor teremderro-

tado osholandesespor3 a 0.

 A última vez que a Holandaficou fora da Eurocopa foi em1984, justamente na França,que volta a sediar o evento nopróximoano.Aeliminaçãopre-matura desta vez será aindapior,jáqueotorneioagoracon-ta com24 participantes.

Ontem,comumgoldeIbrahi-movic,aSuéciapassoupelaMol-dávia por 2 a 0, mas não conse-guiugarantirvagadiretanoGru-po G porque a Rússia derrotouoMontenegropelo mesmo pla-car.Ossuecosterãodebuscaraclassificação pela repescagem,assim comoa Ucrânia,que per-deudaEspanhapor1a0eficou

emterceirono GrupoC.

19   vitórias

o Brasil tem no confronto com

os venezuelanos. São dois

empates e apenas uma derrota

Aovivo.Confira

lances de Brasil x

Venezuela, às 22h

estadao.com.br/e/selecaovivo

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ALEXS ILVA/ESTADÃO

Dunga mudatime e lançaLucas Lima

ENRIQUE MARCARIAN/REUTERS

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7/17/2019 Estadão - 13 de Outubro

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 A18   Esportes   TERÇA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

Fellype Gabriel correrisco de não estrear

Únicodos25reforçoscontrata-dospeloPalmeirasnatempora-

daqueaindanãoestreou,Felly-peGabrielnãotemprevisãopa-rajogar.Afaltadeumaboacon-diçãofísicacomofatodeotéc-nicoMarceloOliveiraterapre-ferência por outros atletas naposição fazem com que o meiasejapraticamenteesquecidodu-rante os treinos.

Ontem,porexemplo,elenãofoiparaogramadoporcausadedoresnascostas.Desdequeche-gouaoclube,emmaio,temtrei-nado para conseguir uma me-lhor forma física, mas sofrecom dores musculares. Emabril, ele conseguiu rescindir

seu contrato com o Sharjah,dos Emirados Árabes, masnãojogahámaisdeumano.

FellypeGabrielfoicontra-tadoporindicaçãodeOswal-do de Oliveira e tem vínculoaté31demaiode2017comoPalmeiras. Marcelo Oliveiradizquepretendecontarcomo meia, mas deseja utilizá-lo

sóquandoestiverbemfisica-mente. Ele já ficou no bancoemcincojogos.

Otreinadorcomandouon-tem um coletivo e pratica-mentedefiniuotimequeen-cara a Ponte Preta, amanhã,no Allianz Parque. Jackson eEgídioestãosuspensoseBar-rios está coma seleção para-guaiaque enfrentahojea Ar-gentina.Porisso,dificilmen-teterácondiçõesdejogo.Ga-

 briel Jesus, com a seleçãoolímpica,seráavaliadohojeepode, pelo menos, ficar no

 banco. /DANIELBATISTA

Andrés e Kia têmpressa em vender Pato

Corinthians

Um dos objetivos do Corin-thians no fim da temporada é

 vendero atacanteAlexandrePa-to,emprestadoaoSãoPauloatédezembro.Aschancesdeojoga-dor retornar ao time alvinegrosão pequenas, por isso o clube

 já trabalha nos bastidores em busca de uma propostainteres-santepara negociá-lo.

Umafotoquecirculanainter-net nos últimos dias mostra oatacanteaoladodeAndrésSan-chez, superintendente de fute-

 bol do Corinthians,Kia Joorab-chian,ex-sóciodaMSI,eGiulia-no Bertolucci, sócio do irania-noeumdosempresáriosdojo-gador, em umapizzaria.

TentarvenderPatotemsi-do uma norma no Corin-thians nos últimos meses.Mesmo com os esforço dosdirigentes, aindanão chegounenhumapropostaqueagra-dasse ao clube. Tottenham,ManchesterUnitede Borus-sia Dortmund foram algunsdos clubes que demonstra-

ram interesse na contrata-çãodoatacante,masasnego-ciações nãoevoluíram.

O SãoPaulo jámanifestouinteresseemficarcomoatle-ta,masnãotemcondiçõesdepagar os¤ 10milhões(R$43milhões) pedidos pelorival.

Pato tem contrato com oCorinthians até dezembrodoanoquevem. Ouseja,ca-sonãoconsigasernegociadona abertura da janela detransferências, em dezem-

 bro, poderá assinar um pré-contrato em julho e sair degraçado timealvinegro.

CiroCampos

Carlos Miguel Aidar deveen-tregarnanoitedehojeacartade renúncia à presidência doSão Paulo, em ato para abriroficialmentea campanhapo-lítica para a eleiçãodo suces-sor.Nos bastidores os conse-lheiros já começaramas arti-culações e o quadro apontapara a presença de mais deumcandidato ao cargo.

O atual presidente se reúnecomaliadosànoiteparaforma-lizarasaída.Quemassumeime-diatamenteocomandoéopresi-dente do Conselho Deliberati-

 vo, Carlos Augusto de Barros eSilva, o Leco. O dirigente tematé30diasparaconvocarnovaseleições e será um dos concor-rentesaomandatotampão,váli-doatéabrilde2017.

Leco tem o apoio de aliadosdoex-presidenteJuvenalJuvên-cio e de correligionários de ex-dirigentescomoMarco AurélioCunhae Ataíde GilGuerreiro.

 A proximidade da renúnciafez os antigos sete partidos doConselho Deliberativo do SãoPauloacosturaremnovasalian-ças.Duasdelassãoasprincipaise podem indicar possíveis con-correntespara Leco.

Uma das correntes mais nu-merosas é um grupo intitulado

“Governabilidade”, formadopor antigos aliados e membrosda diretoria de Aidar. Os cercade 75 integrantes estão dispos-tosaavaliarpropostasdosfutu-

ros candidatos e estudam lan-çaropróprionomeparaadispu-tadocargo.

Outra aliança é encabeçadapor ex-presidentes do clube,que estão na ativa para defini-remumnomedeconsensoparaa disputa da nova eleição. Umdospossíveiscandidatos é Fer-nandoCasaldeRey,presidenteentre1994e 1998.

“Sempre defendo a renova-ção,que nãotem ocorrido. Masnão quero descartar nada.

 Aprendi com a idade, estoucom 70 anos, a nunca dizer‘não’. Logicamente, não quero

me negar a ajudar e participarde algo novo”, disse Casal deReyao Estado.

Ogrupodeantigospresiden-tes forma parte do ConselhoConsultivo e adquiriu mais pe-so político na última semana,quando participou de umareu-niãocomAidar.Noencontro,oatualpresidentechamouosan-tecessores para conversaremsobreacrisenoSãoPauloepro-

 jetarmudanças,alémde, naoca-sião,ter descartadoa possibili-dadede renunciar.

Ogrupopolíticoformadoporex-presidentes do clube como

José Douglas Dallora, JoséEduardo Mesquita Pimenta,FernandoCasaldeRey,JoséAu-gustoBastosNetoePauloAma-ralVasconcellossereuniunase-mana passada e analisa tam-

 bém a ideia de lançar um candi-datomaisjovem.Oprazoparaainscriçãodaschapaséatécincodiasantesdaeleição.

“OSãoPauloéumclubeenve-lhecido. Sempre que tem elei-ção falamos de nomes que já ocuparam cargos em gestõespassadas. É preciso dar chanceparaoutros, comideiasnovas”,disseum ex-presidente.

Sucessão de Aidar divide o São Paulo

Palmeiras

Superintendente doclube e empresárioex-sócio da MSI estãono mercado em busca deinteressados no atacante

POSSÍVEISCANDIDATOSRenúncia do presidente,a ser confirmada hoje,provoca uma disputapolítica entre pelo menos

três correntes no clube

Contratado em maio,meia sente dores nascostas e deve ficar forados relacionados parao jogo contra a Ponte

l LecoO presidente do Conselho Delibe-

rativodo clube vai assumir o co-

mando coma renúncia de Aidar

e terá 30diasparaconvocar no-

vaseleições.Ele deve sercandi-

datoao cargo e temo apoiode

ex-dirigentesdo São Paulo.

l Ex-aliadosAntigos membros e apoiadores

da gestãode CarlosMiguelAidar

estudamlançar um concorrente

parao pleito.Uma aliançade 75

conselheiroslidera o movimento.

l FernandoCasal deReyPresidente entre 1994 e 1998e

diretorde futebolna eraTelê

Santana, temo apoio de outros

antigos ex-presidentesdo

SãoPaulo,que integram o

Conselho Consultivo.

Crise no Morumbi

Dorival nãoconfirma trioda seleção

Robson perde etorce por algoz

LIMITE

DESCONTOS, PROMOÇÕES E VANTAGENS: devem ser solicitados exclusivamente no ato da reserva e estão sujeitos a alterações sem prévio aviso e à disponibilidade. |Oferta válida para cabines duplas Internas Premium no Costa Paci fca no dia 17/12/2015 ao preço de R$ 983 (Marítimo) + R$ 270 (Portuária) + R$ 87 (Serv.) por pessoa, nodia 20/12/2015 ao preço de R$ 1.683 (Marítimo) + R$ 540 (Portuária) e R$ 174 (Serv.) por pessoa e no dia 26/12/2015 Internas Premium ao preço de R$ 5.219 (Marítimo)+ R$ 630 (Portuária) e R$ 203 (Serv.) por pessoa. Preços mencionados em Reais, para pagamento SEM ENTRADA, referindo-se somente à parte marítima, sujeito à

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RÉVEILLON, FOGOS EM COPACABANA, 26 DEZ | 7 NOITES, visitando Rio de Janeiro, Salvador e Ilhabela 

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Verão 2015/16

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as águas brasileiras como ninguém.

conhece

Bem-vindo a bordo.

  F   o  t   o  s   m  e  r  a   m  e  n  t  e i l  u  s  t  r  a  t i  v  a  s .

   A   s   o   f   e   r   t

   a   s   a   n  u   n   c   i   a   d   a   s   t   e   r   ã   o  v   a   l   i   d   a   d   e   e   m    n   o   s   s   a   s   l   o   j   a   s ,   n   a   I   n   t   e   r   n   e   t   e   n   o   T   e   l   e  v   e   n   d   a   s .   N   o   c   a   s   o   d   e   p   r   o   m   o   ç   õ   e   s   q  u   e   e   n  v   o   l  v   a   m    t   r   o   c   a   s ,

   a   a   p   r   e   s   e   n   t   a   ç   ã   o   d   e   N   F   e   o  u   t   r   a   s   s   i   m   i   l   a   r   e   s   t   e   r   ã   o  v   a   l   i   d   a   d   e   a   p   e   n   a   s   e   m    n   o   s   s   a   s   l   o   j   a   s .   G   a   r   a   n   t   i   m   o   s   o   e   s   t   o   q  u   e   d   e   4   0  u   n   i   d   a   d   e   s   d   e   c   a   d   a   p   r   o   d  u   t   o   o   f   e   r   t   a   d   o   n   a   r   e   d   e   a   t   é   o   t   é   r   m   i   n   o   d   e   s   t   a   p   r   o   m   o   ç   ã   o   o  u   e   n   q  u   a   n   t   o   d  u   r   a   r   e   m    n   o   s   s   o   s   e   s   t   o   q  u   e   s .   N   o   T   e   l   e  v   e   n   d   a   s ,   e  x   c   l  u   s   i  v   a   m   e   n   t   e   p   a   r   a   a   c   a   p   i   t   a   l   d   e   S   ã   o   P   a  u   l   o   e   G   r   a   n   d   e   R   i   o   d   e   J   a   n   e   i   r   o ,   o   f   r   e   t   e   é   g   r   á   t   i   s   p   a   r   a   c   o   m   p   r   a   s   a   c   i   m   a   d   e   R    $   2   5   0 ,   0   0 .   P   a   r   a   o   s   p   e   d   i   d   o   s   a   b   a   i  x   o   d   e   s   s   e  v   a   l   o   r ,   o   f   r   e   t   e   s   e   r   á   p   o   r   c   o   n   t   a   d   o   c   l   i   e   n   t   e .   P   r   o   m   o   ç   ã   o

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   s   e   n   t   a   ç   ã   o   d   e   C   P   F ,   R   G ,   r   e   f   e   r   ê   n   c   i   a   s   p   e   s   s   o   a   i   s ,   c   o   m   p   r   o  v   a   n   t   e   s   d   e   r   e   s   i   d   ê   n   c   i   a   e   d   e   r   e   n   d   i   m   e   n   t   o   s   p   a   r   a   P   e   s   s   o   a   F   í   s   i   c   a .   P   a   r   a   P   e   s   s   o   a

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O técnico Dorival Junior aindanão sabe se poderá contar comLucas Lima, Ricardo Oliveira eGabrielnapartidacontraoGrê-mio,quinta-feira,emPortoAle-gre,pelo Campeonato Brasilei-ro.OsdoisprimeirosdefendemoBrasildiantedaVenezuela,ho-

 je, em Fortaleza,pelas Elimina-tórias para a Copa de 2018, en-quantooúltimoatuoupelasele-çãoolímpicaontem,emamisto-so disputadoem Manaus.

LucasLima e RicardoOlivei-ra desembarcam amanhã emSão Paulo. Gabriel chega hoje,masganhaumdiadefolga.Dori-

 val pretende conversar com os jogadores antes de decidir pelaescalação. A tendência é que otrio se coloque à disposição dotreinador, já que o Santos está na quarta colocação e o Grê-mio, o terceiro, é concorrentepelavaga na Libertadores.

Santos

União nocampo.Ganso é alvoda tradicional ‘ovada’doscompanheiros noseuaniversário

RobsonConceiçãofalhounatentativade chegarà finaldacategoriaaté60kgeautoma-ticamentesegarantirnosJo-gosOlímpicosdoRio.Obra-sileirofoiderrotadopelopu-gilista do Azerbaijão, AlbertSelimov, por decisão unâni-medos juízes, comtriplo29-28,ontem,eagoraterádetor-cer pelo algoz na decisão doMundialdeBoxedeDoha.

 Apesarde garantira meda-lhadebronzeaochegaràse-mifinal, pelo regulamento,

apenas o terceiro colocadocarimbavagaparaaOlimpía-dade2016.Destaforma,Con-ceição só vai conseguir seclassificar se Selimov forcampeão.O adversárioda fi-nalna quinta-feiraseráo cu-

 bano Lazaro Alvarez.SeAlvarezvencer,Concei-

ção terá outras duasoportu-nidades. A primeira será nopré-olímpico continental na

 Argentina, em março. De-pois terá outra disputa, em

Boxe

30   diasé o prazo que o presidente do

Conselho Deliberativo do clube

tem para convocar novas

eleições no São Paulo

lFUTEBOLELIMINATÓRIASDA EUROCOPABélgicax Israel15h45 / ESPN BRASILHolanda xRepública Checa15h45 / SPORTVItáliax Noruega15h45 / SPORTV2Turquiax Islândia15h45 / SPORTV3ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANASEquador x Bolívia18h/ SPORTVUruguai x Colômbia20h/ SPORTVParaguai x Argentina21h / SPORTV2Brasilx Venezuela

22h/ GLOBOE SPORTVPerux Chile23h15 / SPORTV2AMISTOSOEstadosUnidosx CostaRica20h/ ESPN BRASIL

lBASQUETELIGASUL-AMERICANAMASCULINAMardelPlatax Brasília18h45 / SPORTV3

lTÊNISMASTERS1000Etapade Xangai

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MARCELLO ZAMBRANA/AGIF