Estado Atual Etnomusicologia Brasileira

7/24/2019 Estado Atual Etnomusicologia Brasileira

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O ESTADO ATUAL DA ETNOMUSICOLOGIA BRASILEIRA

Gerard Béhague(Professor de Etnomusicologia da Universidade do Texas – EUA)

As observações feitas aqui não se tratam de uma mensagem paternalista mas sim do balançoatual dos estudos etnomusicológicos no Brasil. Iniciaremos com a seguinte perguntafundamental: qual a diferença conceitual entre folclore musical como vem sendo pensado epraticado no Brasil nos últimos quarenta e cinqüenta anos e etnomusicologia brasileira! Aoprocurar responder a essa pergunta" poderemos constatar a e#ist$ncia ou não daetnomusicologia no Brasil.

%omo bem mostrou o &rofessor 'anuel (eiga em sua tese de doutorado )feita na *%+A," -uma tradição -istórica bem estabelecida no Brasil de estudos dos fen/menos musicaistradicionais nas vrias e#pressões de música c-amada primitiva" folclórica ou popular

urbana. 0esde as cr/nicas coloniais dos via1antes estrangeiros at2 as observações sobrecantos e danças no s2culo passado e as primeiras -istórias da música brasileira do s2culo 33"o m2todo descritivo prevaleceu. 4 sempre e#ceções a qualquer generali5ação" no entantopode6se afirmar que esse m2todo de descrição enfati5ou" de um modo geral" algunselementos -istóricos de um g$nero musical determinado" caracter7sticas musicais oucoreogrficas" e" em alguns casos" o estudo de mudanças sofridas por esse g$nero. 8 folcloremusical não teve infeli5mente um modelo teórico ou metodológico sistemati5ado. 8 uso efunção da música" por e#emplo" se bem ten-a sido levado em consideração" não passou" emgeral" de breve refer$ncia de base. 9 o caso do trabal-o da finada 8neda Alvarenga em seufamoso livro 'úsica popular brasileira );<=>," em que menciona o uso de instrumentosmusicais em con1untos" o uso de tal ou qual canto folclórico ou peça instrumental para dança"mas não se preocupa em descrever e interpretar as dimensões sociais do fen/meno musical.

?ão quero di5er com isso que esse livro carece de valor. 'uito pelo contrrio. estudos dessetipo devem ser avaliados em seus próprios termos -istóricos e conte#tuais.

?o entanto. o que pode parecer vlido para as d2cadas dos

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quarenta e cinqüenta" 1 não responde mais @s necessidades desde os anos sessenta doestudo das realidades musicais brasileiras. são poucos os estudos do folclore musical queapresentam resultados de trabal-o e viv$ncia de campo. 8s estudos de gabinete )desde+uciano allet at2 avares de +ima, se mant$m muito limitados no sentido geral da falta dee#peri$ncia direta do pesquisador ou estudioso em relação ao ob1eto ou assunto de estudo.

0e um certo modo" o folclore musical -erdou essas limitações da musicologia comparada doprinc7pio do s2culo 33. 8 musicólogo comparativo tal como o folclorista musical sempreconcebeu a música como fen/meno isolado da cultura que a gera. A peça musical e suascaracter7sticas estruturais" ou se1a o produto musical" 2 que sempre tiveram a atençãominuciosa do musicólogo ou folclorista. 8s defeitos deste tipo de abordagem são óbvios paraos etnomusicólogos: o m2todo de estudo não considera nem o conte#to sócio6cultural dofa5er musical nem o seu processo dinCmico" e" por conseguinte" o seu verdadeiro sentido. D a7 est a diferença fundamental entre os conceitos do folclore musical e da etnomusicologia.Dsta 2 uma rea de estudo interdisciplinar" 2 o estudo da música na cultura e como cultura)como di5ia o antropólogo Alan 'erriam," ou se1a" a tentativa de e#plicação do fen/menomusical em todas as suas dimensões: estrutural" funcional" -istórica" sociológica. dinCmica esemiológica" entre outras. al estudo requer a devida preocupação não só com o te#to musical

)canto" peça instrumental, mas com o conte#to cultural em que esse te#to se desenvolve etamb2m" com as variveis do conte#to que podem afetar ou alterar o te#to musical. Al2mdisso" o etnomusicólogo deve reformular a sua abordagem anal7tica.



A maioria dos estudiosos brasileiros )e latino6americanos em geral, que se dedicaram aoestudo das e#pressões musicais populares do pa7s encararam o assunto com a convicção deque o seu n7vel de compreensão dos fatos musicais de seu pa7s e de sua cultura serianecessariamente mais apurado do que se estivessem estudando alguma cultura musicalestrangeira. &elo fato de se considerarem membros da cultura popular brasileira" esses

estudiosos nunca duvidaram da ob1etividade de suas observações. A realidade de talpresunção 2" no entanto" bastante duvidosa se considerarmos que dentro da tremendaestratificação social

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brasileira" os folcloristas e etnomusicólogos v$m de grupos sociais privilegiados ou

dominantes" em geral com um grau de eurocentrismo bastante pronunciado.%onseqüentemente" parece necessrio" nestes casos tamb2m" o a1uste cultural e auto6criticaque se impõem quando se estuda uma cultura musical al-eia @ da gente. Fue eu saiba"nen-um folclorista ou etnomusicólogo brasileiro tem manifestado a consci$ncia desse fato. 8enfoque anal7tico na etnomusicologia moderna tamb2m requer um equil7brio entre aabordagem $mica )isto 2" vindo dos membros da cultura ou grupo social cu1a música 2 oob1eto do estudo, e a perspectiva c-amada 2tica )a propriamente anal7tica, do pesquisador.Gomente o trabal-o de campo consciencioso" utili5ando a metodologia de observador6participante" permite esse equilibro de pontos de vista. ?em o folclore musical brasileiro nema incipiente etnomusicologia t$m contribu7do muito para a teoria etnomusicológica em geral.Isso não quer di5er que a etnomusicologia brasileira deva seguir cegamente as lições daetnomusicologia europ2ia ou norte6americana" mas sim que os etnomusicólogos brasileiros

devem tentar formular os seus próprios ob1etivos teóricos" baseados na sua própriaconceituação da problemtica de pesquisa e na sua finalidade" conforme v$m fa5endo" pore#emplo" Hafael os2 de 'ene5es Bastos" os2 orge %arval-o" Dli5abet- ravassos e 'ariaDli5abet- +ucas. A atitude ou posição sócio6pol7tica do etnomusicólogo brasileiro ainda estpor ser definida. 8 problema da -egemonia cultural e do populismo cultural atuante deve serenfrentado com a devida -onestidade. Basta reafirmar aqui a necessidade de abandonar deuma ve5 por todas a orientação etnoc$ntrica e as atitudes um tanto neo6colonialistas que-erdamos do vel-o folclore musical e da musicologia comparada.

Dm termos de conceituação de uma poss7vel etnomusicologia brasileira" não resta dúvida deque 'rio de Andrade foi o verdadeiro pioneiro. Geu Dnsaio )que 1 tem quase sessenta anos,foi a primeira tentativa inteligente de delinear e analisar de uma forma não6convencional os

vrios elementos estruturais dos fen/menos sonoros da música brasileira de tradição oral. Geuconceito de cultura foi dinCmico ao contrrio das perspectivas estticas que prevaleciam noseu tempo. Dstudou não só a música luso6brasileira" mas tamb2m a afro6brasileira e" em graume6

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nor" a música ind7gena. Andrade concebeu a dinCmica musical como multi6direcional ao

contrrio do conceito uni6direcional dos partidrios do evolucionismo. Geus estudos dasdanças dramticas )ou bailados, e do que ele c-amou de música de feitiçaria continuamsendo os mais estimulantes da literatura etnomusicológica do Brasil porque" com o seu estilo



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único" consegue combinar assuntos musicais e sócio6culturais. Gem pretender um maiorcon-ecimento da antropologia cultural" ele considerou as bases etnogrficas dos conte#tos dae#ecução musical" o que o tornou um verdadeiro etnomusicólogo pelo menos conceitualmentese não metodologicamente. Gua única disc7pula" 8neda Alvarenga" não seguiu infeli5menteseus passos pioneiros. ?o entanto" ela prestou serviços muito valiosos para os estudos

musicais brasileiros com a sua antologia 'elodias registradas por meios não6mecCnicos" ecom seu trabal-o editorial das obras musicais do 'rio de Andrade.

8s g$neros de cantos e danças da tradição luso6brasileira foram estudados assiduamente pelopróprio 'rio de Andrade para a rea cultural centro6sul" e por Hossini avares de +ima para area caipira sobretudo. +ui5 4eitor %orr$a de A5evedo foi um dos primeiros a estudar atradição nordestina da cantoria. A música e as danças associadas @s festividades religiosaspopulares )como a Jesta do 0ivino" as Jolias de Heis ou os bailes pastoris, retiveram aatenção de +ui5 4eitor e dos folcloristas 'ello 'orais Jil-o e" mais tarde" Alceu 'anard deAraú1o. %omo se sabe" a tradição portuguesa das6festividades das danças de" Gão onçalo edas danças de Ganta %ru5 foi preservada com bastante tenacidade nas 5onas rurais" ecombinada com outras danças mestiças" como o cururu e o cateret$ )ambos acompan-adospor cantos de desafio cu1a polifonia 2 tipicamente iberiana,. unto com a do romanceiro" estatradição foi bem documentada por folcloristas e musicólogos. Dm geral" no entanto" apreocupação destes tem sido dirigida para questões -istóricas procurando esclarecer vriostipos de sincretismo cultural que criaram uma grande diversidade de cantos e dançasfolclóricas. que essas questões não podem ser elucidadas com muita e#atidão" a maioriadestes estudos acabam sendo altamente especulativos ou de uma simplificação bastanteing$nua.

?a rea de organologia" apesar da supremacia da

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viola na m#sica $rasileira em geral% foram os instrumentos de deriva&'o africana ue rece$erammaior aten&'o% esecialmente os idiofones e mem$ranofones* E% aesar do enorme interesse noassunto% o Brasil n'o ossui ainda% ue eu sai$a% uma cole&'o a$rangente e reresentativa de todosos instrumentos de tradi&'o oular* +s estudos organol,gicos% como os de Tavares de -ima% tratam%em geral. da descri&'o f/sica e das roriedades ac#sticas dos instrumentos% deixando de lado os seusasectos funcionais e seus oss/veis significados sim$,licos*

D quanto @s tradições afro6brasileiras" 2 estran-o que" ao inv2s da literatura abundante sobreo folclore" a antropologia" a sociologia e a -istória da cultura negra no Brasil" pouco se fe5 emetnomusicologia. 8 estudo clssico do 'rio de Andrade sobre o samba campineiro );<KL,"que ele c-amou de samba rural paulista" não tem o seu semel-ante para as numerosasvariedades regionais do g$nero )samba6lenço" samba de roda" samba de viola" etc.,. 8sDstudos de folclore de +uciano allet );<KM, deram" para o seu tempo" o mel-or tratamentogeral da musica negra no Brasil" mas as suas anlises são concebidas em termoseuroc$ntricos e sua informação não resultou de muita e#peri$ncia de campo.

8 grupo baiano de antropólogos )psicólogos, que nos trou#e os primeiros estudos s2rios dosentido sócio6cultural das religiões afro6brasileiras )?ina Hodrigues" Artur Hamos, de ummodo geral negligenciaram o aspecto musical das religiões. 8 americano 'elville 4ersNovitsque esteve na Ba-ia em ;<M;6ME recon-eceu a importCncia fundamental da música e dadança como partes integrais das estruturas rituais" no entanto" não podia tratar destaimportCncia etnomusicologicamente" pois era e#clusivamente antropólogo. At2 agora" aindafa5em falta estudos monogrficos aprofundados dos repertórios musicais do candombl2baiano" do 3ang/ )este bem estudado por os2 orge %arval-o na sua tese de doutorado," damacumba" umbanda" e do batuque tanto paraense como riograndense. Oreas completamente



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abertas @ pesquisa incluem a codificação de repertórios entre os vrios grupos de santo" asrelações das cantigas e dos toques e os sistemas de crença e prtica religiosa" a música comoparte do comportamento religioso6ritual" a música como e#ecução )ou performance, emtermos etnogrfi6

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cos" entre outros. A música predominantemente negra não religiosa tem sido mais acess7velaos pesquisadores. emos. &or e#emplo" um bom tratamento dos cantos e das danças dacapoeira no estudo de Paldeloir Hego )Capoeira Angola," mas o estudo do estado atual dacapoeira como música e dança ainda não foi iniciado. 0a mesma forma" o e#celente trabal-ode uerra &ei#e" sobre os maracatus do Hecife );<=Q, precisa ser atuali5ado. 8 afo#2 baianotamb2m merece ser pesquisado a fundo.

alve5 a rea mais deprimida nos estudos brasileiros 2 aquela que di5 respeito @ músicatradicional ind7gena. Apesar do enfoque sócio6antropológico nos estudos das culturasind7genas desde o princ7pio do s2culo" a música ind7gena foi mantida distante pela maioria dospesquisadores brasileiros. A Introdução Ao Estudo da Música Indígena Brasileira );<LL,de Helsa Camêu" se bem de grande utilidade como fonte geral de informação" foiempreendida por uma estudiosa bem intencionada mas pouco con-ecedora dos m2todosetnomusicológicos. Apesar do seu tratamento muito competente no que se relaciona cominstrumentos musicais e estruturas sonoras )dentro da anlise tradicional," a sua falta dee#peri$ncia de campo se sente especialmente na aus$ncia de avaliação e interpretação docomple#o etnogrfico ind7gena que envolve a dança" o simbolismo dos instrumentos e osconte#tos de e#ecução musical em geral. 8s trabal-os mais recentes de Hafael os2 de'ene5es Bastos )sobre a música Ramaur," do professor americano" o antropólogo e

etnomusicólogo Ant-on Geeger e da Dli5abet- ravassos )tamb2m no &arque do 3ingu,"apontam feli5mente para um futuro prometedor numa rea tradicionalmente ignorada.

As novas gerações de estudiosos de fen/menos de músicas de tradição oral no Brasil nospermitem afirmar que -" de fato" uma etnomusicologia brasileira em formação" tanto noconceitual como na prtica de trabal-o de campo. 8s nomes que eu con-eço nesta formaçãosão os do 'anuel (eiga" os2 orge de %arval-o" Hafael 'ene5es Bastos" 'arco Antonio+avigne" 'aria Dli5abet- +ucas" Dli5abet- ravassos e iago de 8liveira &into. %om certe5a-aver outros cu1os trabal-os ainda não foram publicados. ?ão tem dúvida que a maiordificuldade no desenvolvimento da etnomusicologia brasileira 2 a car$ncia de formação.Instituições de ensino superior não deram" at2 agora" o devido valor @ etnomusicologia.

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As poucas cadeiras e#istentes são de Sfolclore musicalT e os musicólogos -istóricos" em geral"não querem apoiar uma rea de estudos por eles descon-ecida. Dssa falta de atenção nasuniversidade brasileiras implica que a formação no n7vel de pós6graduação ou 2 feita noe#terior )casos (eiga" %arval-o" 8liveira &into" +avigne" +ucas, ou sob a orientação de umprofessor estrangeiro )caso ravassos,. Isso 2 perfeitamente normal. ?o entanto" enquantonão -ouver apoio institucional que permita o desenvolvimento de um curr7culo" a aquisiçãode fontes bibliogrficas e audio6visuais" e o aproveitamento" no ensino" dos verdadeirosetnomusicólogos brasileiros" presenciaremos" mais uma ve5" o desperd7cio do talento -umano

e#istente. Dnquanto as escolas de música ou conservatórios não recon-ecerem a importCnciado estudo da etnomusicologia para o mel-or con-ecimento das realidades culturaisbrasileiras" o etnomusicólogo se afastar para as reas de ci$ncias sociais )casos 'ene5es



Bastos" %arval-o, ou folclore" com dilogos muito relevantes entre os cientistas sociais. Fuemperde neste processo 2 o estudante de música. A etnomusicologia deve ser integrada noscurr7culos musicais das escolas especiali5adas e das universidades.

&ara resumir ve1o a problemtica atual da etnomusicologia brasileira nos seguintes pontos:

;. Jalta de levantamento sistemtico dos fatos musicais e etnogrficos na rea de músicatradicional e folclóricaU

E. falta de coleções de aut$nticas gravações de campo de boa qualidade sonora para permitiruma avaliação mais e#ata da diversidade das culturas musicais de uma regiãodeterminadaU

K. falta geral de abordagens teóricas relevantes incluindo um enfoque antropológico" modelosanal7ticos relevantes" descrições etnogrficas e interpretações adequadasU

M. falta de programa de formação acad$mica" s2rios e cont7nuos" para a formação de futurosetnomusicólogos brasileirosU

=. falta de comunicação entre os pesquisadores da rea" em parte pela falta de publicaçõesespeciali5adas e de oportunidades de encontrosU

Q. a necessidade de uma re6avaliação realista por parte dos estudiosos das relaçõesinterpessoais entre enfoque cultural do pesquisador e os valores culturais do grupo sobestudoU

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L. a necessidade de desenvolver uma atitude realista em relação a função e posição sócio6pol7tica ou ideológica do etnomusicólogo brasileiro.

Ge bem não inclu7 em meus comentrios aqui as vrias e#pressões da '&B e ''&B"recon-eço plenamente a necessidade de uma mel-or compreensão da dinCmica culturalatrav2s de processos musicais e do estudo do comple#o etnogrfico dos novos estilos demúsica popular urbana bem evidente que a etnomusicologia tem muito que contribuir nestarea tamb2m.

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erard B2-ague 2 &rofessor de 'usicologia e Dtnomusicologia e 0iretor da Dscola de 'usicada *niversidade do e#as" Austin" D*A.

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