ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA … · “A construção do Projeto Político...
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ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO DE CURITIBA
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
COLÉGIO ESTADUAL PAULA GOMES
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
CURITIBA2010
COLÉGIO ESTADUAL PAULA GOMES – EFM
RUA CURUPIS, 903 – BAIRRO SANTA QUITÉRIA
MUNICÍPIO DE CURITIBA
N.R.E – Curitiba
DDD – 41 TELEFONE - 3269-1992
FAX – 41 – 3269-1992
E- mail - [email protected]
CEP – 80310- 200
C.G.C/MF 076.592.469/0001-84
ENTIDADE MANTENEDORA - GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
4
COLÉGIO ESTADUAL PAULA GOMES
RELAÇÃO DOS CINCO ÚLTIMOS DIRETORES
Maria Lenira Garcia de Toledo Pizza – 08 anos
Waldir Flemming – 05 anos
Angélica G. Ziack – 02 anos
Fátima Viudes Schumbauer – 02 anos
Waldir Flemming – desde 2006 até os dias de hoje
Curitiba, 25 de novembro 2010
5
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
1. IDENTIDADE DO COLÉGIO PAULA GOMES …...............................6 1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................6 1.2 OBJETIVO GERAL....................................................................8 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................9 1.4 HINO DO COLÉGIO...............................................................11 1.5 HISTÓRICO DO PATRONO DO COLÉGIO.............…................12 1.6 BIOGRAFIA DO PATRÔNO ….................................................14
CAPÍTULO II
2. CARACTERIZAÇÃO ESCOLAR 19 2.1 Organização de turmas e horários – 2010............................19 2.2 Índice de aprovação, reprovação, transferências, desistências de alunos do Colégio Estadual Paula Gomes no ano de2009...21 2.3 Relação de Funcionários:....................................................….21 2.3.1 Equipe Gestora/Pedagógica/Administrativa:......................... 21 2.3.2 Corpo Docente / Agente Educacional I e II.............................21 2.4 Organização do Espaço Físico.................................................24
CAPÍTULO III
3. MARCO SITUACIONAL.................................................................26 3.1 Perfil dos Alunos......................................................................29 3.1.1 Análise da Pesquisa dos Alunos............................................29 3.2 Perfil dos Pais.......................................................................... 31 3.2.1 Análise da Pesquisa da Comunidade.....................................32 3.3 Pesquisa Realizada com Professores e Funcionários................33 3.3.1 Análise da Pesquisa de Professores e Funcionários...............34
CAPÍTULO IV 4. MARCO CONCEITUAL..................................................................35 4.1 Gestão Democrática...............................................................35 4.2 Função da Escola....................................................................36
CAPÍTULO V
5. MARCO OPERACIONAL..................................................................38 5.1 Gestão Administrativa Operacional..........................................38 5.2 Regimento Escolar....................................................................39 5.3 Associação de Pais e Mestres e Funcionários .........................39 5.4 Conselho Escolar.......................................................................40
5.5 Classe Especial...........................................................................42 5.6 Sala de Recursos........................................................................ 43
5.7 Sala de Apoio............................................................................44 5.8 Grade Curricular......................................................................45
6
6. CAPÍTULO VI 6.1 Plano de ação.......................................................................48 6.1.2 A escola que queremos...................................................... .48 6.1.3 Diretrizes Curriculare............................................................53 6.1.4 Currículos............................................................................. 54 6.1.5 Metodologia..........................................................................57 6.1.6 Avaliação..............................................................................59 6.1.7 Conselho de Classe................................................................61 6.1.8 Compete a Equipe Pedagógica.............................................62
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.........................................................64
7
CAPÍTULO I
1 - A IDENTIDADE DO COLÉGIO ESTADUAL PAULA GOMES
1.1 JUSTIFICATIVA
O tema desta pesquisa está vinculada ao estudo do Projeto Político
Pedagógico no Colégio Estadual Paula Gomes. O mundo vem passando por
intensas mudanças tecnológicas, no campo da comunicação e no processo
de democratização do poder. Constantemente temos a impressão de que
varias instituições não conseguem acompanhar tão retumbante
transformação, principalmente as escolas. É difícil mudar... será que estamos
preparados para cumprir a tarefa de criar a ponte para o futuro?
É, pois imprescindível a reelaboração o Projeto Político Pedagógico o
qual deverá ser destinado aos alunos do Ciclo Básico de Alfabetização (CBA),
Ensino Fundamental e Ensino Médio, proporcionando-lhes melhores
oportunidades em face aos múltiplos desafios do futuro, com qualidade e
principalmente tornando a escola atraente para nossos alunos.
A gestão participativa não deve ser fracionada e sim conjunta
contemplando todos os segmentos do Colégio que deverão se inserir neste
processo para que as mudanças realmente aconteçam. Para isso, contempla-
se nesse trabalho o comprometimento de toda a comunidade escolar, com a
ação, utilização e integração da prática pedagógica. Escola e família sendo
parceiros no processo educacional, pois a educação é a melhor forma de
romper o ciclo de pobreza e exclusão.
Os problemas da sociedade, não podem ser deixados na porta da
escola, as diferenças sociais entram com os alunos nos Estabelecimentos de
Ensino, portanto, cabe aos gestores escolares coordenar e liderar as
transformações das práticas pedagógicas. O conhecimento historicamente
produzido e que é objeto do trabalho dos professores está perdendo um
pouco do seu significado. De fato, isso se concretiza pela própria dinâmica da
mídia ao associar o sucesso de determinados indivíduos à performance de
grandes jogadores de futebol, à beleza de determinados modelos, a
corrupção mostrada diariamente pela mídia. Assim, destituída de sua
principal função, que é ensinar, a escola assume cada vez mais papéis sendo
8
alguns deles controversos.
Os alunos, por sua vez, não vislumbram um mundo melhor, ao se depararem
com uma estrutura que estimula de forma desmedida a autonomia, a
iniciativa individual e a desregulamentação de normas. Marcelo Neri, da
Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que boa parte dos jovens brasileiros
abandonam os estudos principalmente porque o atual ambiente escolar não
lhes interessam. Há também a falta de qualificação do ensino público, mas o
maior fator de repulsão é o desinteresse de continuar frequentando a escola.
Esse resultado é preocupante porque a evasão escolar se concentra nos mais
pobres. A comunidade em geral exonera-se da responsabilidade de dar
limites aos filhos e estimular o interesse dos alunos, não conseguem
enxergar a relação entre qualidade do ensino e a mudança na vida de seus
filhos para melhor.
Por isso se fazem necessários debates que envolvam a escola e a
comunidade, objetivando uma discussão mais profunda apontando as causas
e buscando soluções, para que realmente a escola possa cumprir sua função:
“Transmitir os conhecimentos historicamente produzidos”.
“A construção do Projeto Político Pedagógico, para gestar uma nova
organização do trabalho pedagógico, passa pela reflexão anteriormente
feita sobre os princípios. Acreditamos que a análise dos elementos
constitutivos da organização trará contribuições para a construção do
Projeto Político Pedagógico”. Veiga (1998)
9
1.2 OBJETIVO GERAL
Reavaliar e atualizar o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual
Paula Gomes, através de estudos e pesquisas elaboradas pela Direção,
Equipe Pedagógica, Professores, Funcionários, Alunos e Pais, com a intenção
de propiciar uma gestão participativa no processo, possibilitando ao nosso
educando o acesso ao conhecimento como via de emancipação humana e
social, valorizando o conhecimento historicamente produzido valorizando os
conhecimentos nas diferentes disciplinas, ensinando o aluno a ler, escrever,
entender o que foi lido, fazendo com que a comunidade e membros da
escola participem do processo educativo.
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1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Valorizar o conhecimento historicamente produzido, currículo produto
de ampla discussão fundamentado nas teorias críticas.
- Utilizar instrumentos de avaliação diversificados de acordo com as
possibilidades teórico-metodológicas necessários em cada disciplina.
Mecanismos bem elaborados e critérios claros de verificação.
- Incentivar a comunidade, para que seja parceira no processo
educacional, acompanhando seu filho, verificando as tarefas
assiduidades seu desempenho escolar, comparecendo na escola
quando solicitado, nas reuniões, entrega de boletins, tarefas básicas
e imprescindíveis da família.
- Diminuir o índice de reprovação e evasão escolar.
- Ensinar a ler, a entender o que foi lido, a escrever e a usar números
para lidar com problemas do mundo real. Não há “consciência crítica”
sem entender o texto escrito.
- Incentivar a Gestão compartilhada, pois a democracia é uma
comunidade inclusiva; procurar fazer as pessoas tomarem parte no
processo, reconhecendo a diversidade de seus membros, abrindo
espaço para a participação de pais e alunos no debate das questões
básicas da escola.
- Compartilhar a Gestão democrática, o gestor delegando tarefas,
cumprindo o plano de metas, gerenciando juntamente com as
associações de apoio os recursos do governo, prestando contas com
transparência e competência.
- Resgatar a conceituação do Colégio Estadual Paula Gomes com um
trabalho coletivo entre escola e comunidade.
- Respeitar o diferente, aceitando e valorizando-o.
- Facilitar e estimular a participação ativa e crítica dos alunos nas
diferentes tarefas que se desenvovem na sala de aula.
- Estabelecer um perfil da realidade atual da Escola através do estudo
das seguintes questões: Marco Situacional, Marco Conceitual, Marco
Operacional e Plano de Ação;
11
- Traçar o perfil dos professores da Escola.
- Pesquisar e apresentar a história da Escola.
- Refletir o interior da Escola na sua estrutura física.
- Apresentar o sistema de avaliação adotado no estabelecimento, de
acordo com a legislação vigente (Regimento Escolar).
- Estimular a leitura. Todos os professores lendo com seus alunos,
Projeto de Leitura Semanal.
- Estudo da cultura Afro-brasileira em todas as disciplinas: sua história,
suas lutas, contribuições do povo negro nas áreas sociais, econômica
e política pertinentes à história do Brasil. O dia 20 de Novembro será
incluído no calendário da escola como “Dia Nacional da Consciência
Negra”.
– Prevenção ao uso indevido de drogas Lei 11.343/2006 – cap.I, art 19,
inciso X.
– Educação ambiental – Lei 9799/95
– Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente – Plano
Estadual de enfrentamento à violência sexual infanto – juvenil.
– Programa de Educação Fiscal do Paraná.
– Lei 07/06 – História do Paraná (obrigatoriedade de contemplar na
disciplina de História – Ensino Fundamental e Médio).
– Gênero e diversidade sexual.
• Impedir a interrupção do processo de alfabetização, respeitando o ritmo e as características de cada criança, visando a apropriação da leitura e da escrita para desenvolver as habilidades fundamentais à continuidade de seus estudos. (Ciclo Básico de Alfabetização - CBA)
• Inserir o aluno ao acesso do currículo da base nacional comum, promovendo avaliação pedagógicas contínua para a tomada de decisão quanto ao seu ingresso ou reingresso no Ensino Regular. (Classe Especial)
• Superar as dificuldades e obter êxito no processo de aprendizagem na Classe Comum (Sala de Recursos).
• Auxiliar alunos da 5ª série a superar defasagens de aprendizagem em
conteúdos referentes aos anos iniciais do Ensino Fundamental. (Sala de
Apoio.)
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1.4 HINO DO COLÉGIO
Letra: Heitor Stockter de França
Música: Bento Mossurunga
IUm símbolo Paula Gomes
Fulgura por tradição REFRÃO
Na galeria dos nomes
Que temos no coração
IIPor seu ardor e civismo
De o Paraná emancipar
A gratidão deu batismo
Ao nosso Grupo Escolar
IIISeguimos pois seu exemplo
No entusiasmo de vencer
Na escola que é nosso templo
Onde aprendemos a ler
IVNa voz da mestra eficiente
Lições valiosas ouvir
Veremos raiar de repente
A luz do sol, do porvir.
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1.5 HISTÓRICO DO PATRONO DO COLÉGIO
O Colégio Estadual Paula Gomes – Ensino Fundamental e Médio foi
criado pelo decreto 15.216 de 01/11/1954, para suprir as necessidades da
região sudoeste da cidade de Curitiba, de um centro educativo. Sua
inauguração se deu em 19 de Dezembro de 1954, com o nome de “Grupo
Escolar Paula Gomes”, pelo então presidente da República João Café Filho. A
obra foi projetada e construída durante a gestão do Governo Bento Munhoz
da Rocha Netto e financiada pela Caixa de Habilitação Popular do Estado do
Paraná. Começou a funcionar no dia 14/02/1955.
A princípio o Colégio atendia a clientela de 1ª a 4ª série, no período
matutino e vespertino. A primeira Diretora do Colégio foi a Professora Lilian
Silveira Vieira. No ano de 1955 passou a funcionar o ginásio “Manoel Pedro
dos Santos Lima” no período noturno, sob a coordenação da Professora Zeni
Carraro Almeida, paraninfa da 1ª turma de formandos em 1959.
Em Agosto de 1972, teve início Ensino Supletivo, no período Noturno,
pelo Ato 1.842/72 do Conselho Estadual de Educação (CEE) conveniada
Fundação Movimento de Alfabetização – Mobral, dirigido, coordenado,
supervisionado e avaliado pelo departamento de Educação Complementar e
foi extinto em 07/98, pela Resolução 2.287/98, Parecer n.º 1.546/98. Também
em 1972, houve a implantação do Ensino de 1º Grau preconizado pela Lei
5.692/71, apoiado pelo Parecer 112/72 do Conselho Estadual de Educação do
Paraná.
No ano de 1975 o Grupo Escolar Paula Gomes e o Ginásio Estadual
Manoel Pedro dos Santos Lima foram reorganizados com o Decreto n.º
1.380/75, tornando a entidade num só nome “Colégio Estadual Paula
Gomes”, (o curso de ginasial com o antigo nome foi extinto gradativamente),
compreendendo o Ensino de 1º e 2º Graus Regular, sendo que os cursos de
Assistente de Administração e Técnico em Secretariado começaram a
funcionar neste ano sob o Decreto 1.380/75. A Classe Especial DM (deficiente
mental), começou a funcionar pela Resolução n.º 2.165/80, deste mesmo
ano.
14
No ano de 1987 foi implantado o Ciclo Básico de Alfabetização(C.B.A)
num contínuo de dois anos (1ª e 2ª série do primário), alterado em 1997
quando passou a funcionar como C.B.A. quatro anos (sem reprovação por
nota até a 4ª Série).
No início do ano de 1998 começou a funcionar o Programa de
Adequação Idade-Série (correção de Fluxo), onde os alunos reprovados, com
faixa etária avançada cursaram de 5ª a 8ª série em um ano, corrigindo esta
defasagem.
No início do ano de 1999, começa a funcionar uma sala de recursos,
área de deficiência mental e distúrbios de aprendizagem pela resolução n.º
900/90 considerando a Lei n.º 9394/96, a deliberação n.º 020/86 do CEE e o
Parecer n.º 1447/99 da coordenação secretarial n.º 3120/98, passando
então a denominar-se: Colégio Estadual Paula Gomes - Ensino Fundamental e
Médio.
O estabelecimento teve por objetivo o atendimento aos dispositivos do
Artigo 1º da Lei 4024 de 20 de Dezembro de 1961 e dos Artigos 1º, 17º e 21º
da Lei 5692 de 11 de Agosto de 1971, ministrar ensino de 1º Grau e Ensino
Médio, observada a Legislação e as normas especificamente aplicáveis.
Presentemente a filosofia e objetivos das Diretrizes e Bases da
Educação (Lei 9394/96) norteiam as ações didático-pedagógicas do Colégio
Estadual Paula Gomes – Ensino Fundamental e Médio, denominação esta
adotada a partir de resolução 003/98.
15
1.6 BIOGRAFIA DO PATRÔNO
FRANCISCO DE PAULA E SILVA GOMES
ORIGEM
Filho de capitão de ordenanças, e depois capitão de milícias do
regimento de Curitiba, Luiz Gomes da Silva, e de sua primeira esposa Dona
Maria Joaquina de Jesus, descendente de antigos troncos curitibanos
Francisco de Paula e Silva Gomes viveu embalado nas tradições
bandeirantes, sendo-lhe familiares os nomes de Afonso Botelho de Sampaio,
Bruno Filgueira, Estevão Baião, Carneiro Lobo, e podendo assistir, muito
pequeno ainda, a despedida da expedição comandada por Diogo P. de A.
Portugal, a conquista memorável dos Campos de Guarapuava.
MÚSICA
Depois de dominar um velho instrumento que pertencera a seus
antepassados, conseguiu uma flauta que chegou a tocar com desenvoltura.
Mais tarde possuiu um violino e o fez vibrar com alma (é tradição que peça
de tal valor ainda exista, se é verdade será a única recordação concreta do
“paladino”).
Porém a sociedade da época não era suficiente para fazer brilhar seus
dons naturais e suas inclinações artísticas. PAULA GOMES, chegou a ser
conhecido quando o buço lhe sombreou o lábio superior, por sua música e
por sua boêmia.
OS ESTUDOS
Enquanto estudava em Curitiba, os primeiros rudimentos de
leitura, escrita, contas, catecismo e latim, levava uma vida solta pelos
campos, caçando, pescando e nadando nesses mesmos rios que hoje são
apenas míseros filetes d’água, como o Água Verde, o Ivai e o Belém.
16
CURITIBA
O município todo contava, talvez, 10.000 habitantes, localizados além
da sede em São José dos Pinhais, Ferraria, Campina Grande, Votuverava,
Iguassú, Príncipe. Nessa época Curitiba teria 200 casas, provavelmente
distribuídas pelo pátio da Matriz, rua do Fogo (São Francisco), beco do
inferno, e as ruas do Louro do Chafariz (ou da Carioca), alegre fachada
batizada da Entrada das Flores e do Comércio. Esse era o campo de ação de
PAULA GOMES, nas serenatas, nas aventuras e nos negócios, em que se
iniciava.
TROPEIRO
Seu feitio boêmio o arrastou a vida aventureira e nômade, pois fez-se
tropeiro (uma das profissões mais rentosas do século passado no Paraná).
Esse árduo ofício o obrigou a viajar constantemente ao Rio Grande e ao
Uruguai (que conheceu muito bem após a guerra Cisplatina) e a São Paulo,
onde vendia o seu gado, em feiras de renome.
SERVIÇOS LOCAIS A COMARCA
Foi um dos descobridores dos campos de Palmas. Trilhou
constantemente os caminhos da Sorocaba, Guarapuava, a estrada da Mata, e
a vereda do Itupava, para ver o mar de perto. Com isso conseguiu ser um
perfeito conhecedor de todas as condições naturais e sociais da sua querida
5ª Comarca. Assim percebeu que para sua plena prosperidade, a
emancipação providencial era indispensável.
Por seu esforço descobriu um caminho direto de Palmas a Palmeira, o
qual facilitou o acesso de mercadorias indispensáveis ao desenvolvimento da
zona daqueles campos, como por exemplo o sal.
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SONHO DE EMANCIPAÇÃO
As suas constantes viagens pelo interior do Paraná determinaram nele
um desejo irreprimível de ir a Corte e ali mostrar aos membros do Senado e
da Câmara, o que sua terra valia, e como era justa a emancipação que
desejava. Não sendo casado e não possuindo descendentes legítimos pensou
que cabia a si o dever indeclinável de ir à Corte a fim de possibilitar a
emancipação da Comarca.
Homem de fibra, ligou imediatamente o pensamento a ação, e foi para
onde estava o rei, com à Corte, e os fazedores de leis.
BUSCA PELA EMANCIPAÇÃO
Tentou primeiro algumas demonstrações no Anuário Sigaud, que foram
bem aceitas e até aplaudidas pelos platônicos inertes. Depois compôs folhas
avulsas, em que contou apenas com o apoio da sua inteligência e do seu
braço.
Compreendeu então, que a sua missão era árdua. Era um advogado
sem procuração da sua gente, e como tal se propunha a defender o Brasil
todo, a sua causa de estremecida 5ª Comarca. O manejo do espanhol, do
francês e do latim, além de sua fluência verbal e eloqüência provinda do
coração, facilitaram a realização do seu desideratum.
Estando no Rio de Janeiro, começou a responder, através do “Jornal do
Comércio” e outras folhas, a todas as dúvidas, questões e perguntas que
fossem levantadas na Câmara e no Senado, pró ou contra a emancipação.
Assinava com seu nome, algumas vezes com seu pseudônimo, ou fazia
passar suas elucidações como matéria de redação, conforme as
necessidades de cada assunto e os interesses especiais da Comarca.
Algumas vezes se viu envolvido em polêmicas, e combateu com valor
incrível para quem na verdade devia manejar melhor o laço e as rédeas, do
que a pena. De outras vezes, quando desejava dar impressão de contradição
18
a si próprio, com seus artigos, usava pseudônimos para contrariar-se e
discutia em diálogo excepcional, em favor de Curitiba.
Esse trabalho do “Paladino da Emancipação” durou alguns anos,
durante os quais além do esfalfamento próprio, em prélio interminável, com
labor unipessoal desbaratou o considerável patrimônio que amoedara como
tropeiro.
Assim que viu porém, realizado o seu grande ideal político, na Lei n.º
704, de 29 de Agosto de 1853, “arrumou as malas” e voltou para a província
natal.
VOLTA AO TRABALHO E A MÚSICA
Na organização da província, o seu nome ficou de lado. Nem nas
secretarias, províncias, nem nos postos altos, nem na Câmara local, nem nos
Comandos Superiores da Guarda Nacional, houve lugar para ele. Com a
extrema alegria da vitória, haviam esquecido o labor decisivo para a
conquista dela, só seus conterrâneos mal agradecidos.
Como da sua fortuna, pouca coisa ficara, considerou necessário
reconstruí-la, e voltou ao primitivo trabalho. Passava dos 50 anos quando
recomeçou suas viagens, transportando pontas de gado para a feira de
Sorocaba, no anseio de materialmente reconstruir seu patrimônio.
Voltou aos seus instrumentos musicais (especialmente à flauta)
distração predileta das monótonas e longas travessias pelos campos e
agrestes sertões. Durante o seu período de luta nas cidades, não tivera
tempo de lidar com a música, senão com a prosa concreta de sua
argumentação cerrada.
MORRE ASSASSINADO
Foi numa viagem ao Sul, e quando distraído tocava músicas evocativas
da sua cidadezinha (agora feita capital de província, graças a ele também)
que se viu traído covardemente e assassinado por um peão seu, em nove de
Abril de 1857. Visara o peão vil, apenas o roubo, que levou a termo
19
apunhalando o nosso conterrâneo pelas costas, e fugindo em seguida (com a
guaiaca de couro cheia de onças) para nunca mais ser encontrado.
PECÚLIO DEIXADO
Apesar de considerar-se então, um homem pobre, em vista do muito
que dispendera, em estradas, deixou para seus irmãos, a apreciável quantia
de 36 contos ouro. Gastou-se o ouro herdado, gastaram seus parentes.
Dispersaram-se assim as poucas lembranças que dele deviam existir.
Mas Paula Gomes deixou alguma coisa menos perecível do que o ouro.
Foi o exemplo de extremado amor à terra, de extremada dedicação aos seus
nobres ideais. E isso é digno de ser eternizado em granitos e bronzes, a fim
de que através deles o altruísmo frutifique em condições semelhantes.
FRANCISCO DE PAULA E SILVA GOMES, máxima trabalhador para a
liberdade e a emancipação política da sua terra, esteve sempre pronto a dar-
lhe a vida, como deu sem nenhuma espécie de compensação (o que é sem
dúvida muito mais difícil) grande parte dos seus bens materiais.
SEUS OSSOS
Os ossos do nosso ilustre conterrâneo ficaram nos arredores de Cruz
Alta, perdidos de vez na imensa extensão das cochilhas gaúchas.
Pensando que ele não seria como Sopião o Africano que condenou
Roma como indigna de guardar os seus ossos por ingrata, fui em 1938, ao
cemitério de Cruz Alta e folheei os arquivos locais em busca de um traço do
seu nome. Se alguma probabilidade houvesse trataria de fazer o transporte.
Desgraçadamente porém, Curitiba ficou pelo destino, em face de seu
filho ilustre, como Roma, condenada a não possuir de PAULA GOMES senão o
nome glorioso, embora vejo o rosto numa placa de rua.
20
CAPÍTULO II
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
2. CARACTERIZAÇÃO ESCOLAR
O Colégio Estadual Paula Gomes organiza suas turmas na medida em que os
alunos efetuam suas matrículas. Como a grande maioria dos nossos alunos são do Ensino
Fundamental é quase sempre necessária a presença dos responsáveis para renovar a
matrícula. O critério usado é a ordem alfabética. Em 2010 as turmas foram organizadas,
na medida do possível, por idade. Fica difícil trabalhar com turmas muito heterogêneas.
Os menores têm dificuldades de conviver com alunos mais velhos que têm outras falas,
objetivos, interesses, etc.
2.1 Organização de Turmas e Horários no ano de 2010:
O período da manhã com 585 (quinhentos e oitenta e cinco) alunos, tem início às
7:30h e término às 11:50h. Nesse período o Colégio conta com 19 (dezenove) turmas
distribuídas nas seguintes séries:
TURNO SÉRIES TURMA N.º DE ALUNOS5ª E.F. A 265ª E.F. B 26
MANHÃ 6ª E.F. A 356ª E.F. B 297ª E.F. A 347ª E.F. B 308ª E.F. A 368ª E.F. B 328ª E.F. C 331ª E.M. A 351ª E.M. B 331ª E.M. C 34
21
1ª E.M. D 311ª E.M. E 312ª E.M. A 262ª E.M. B 272ª E.M. C 263ª E.M. A 323ª E.M. B 29
O período da tarde, funciona com 373 (trezentos e setenta e três) alunos; tem
início às 13:15h e término às 17:35h. Nesse período o Colégio conta com 14 (quatorze)
turmas distribuídas nas seguintes séries:
TURNO SÉRIES TURMAS N.º ALUNOS3ª E.F. A 274ª E.F. A 23
TARDE 4ª E.F. B 205ª E.F. C 245ª E.F. D 265ª E.F. E 285ª E.F. F 306ª E.F. C 336ª E.F. D 336ª E.F. E 347ª E.F. C 267ª E.F. D 288ª E. F. D 35
Classe Especial 06
O período da noite, com 71 (setenta e um) alunos com início às 18:50h e término
às 22:45h. Nesse período o Colégio conta com 3 (três) turmas distribuídas nas seguintes
séries:
TURNO SERIES TURMA N.º ALUNOS1ª E.M. F 21
NOITE 2ª E.M. D 323ª E.M. C 20
22
2.2 Índice de aprovação, reprovação, transferências, desistências de alunos do
Colégio Estadual Paula Gomes no ano de 2009.
Para possibilitar que o Colégio Estadual Paula Gomes possa traçar metas e
objetivos para o ano de 2011 é necessário conhecer e analisar o desempenho do ano de
2009 que foi o seguinte:
Aprovados 70,2 %
Reprovados 18 %
Transferidos 9,8 %
Abandono 2,0 %
2.3 RELAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS
2.3.1. Equipe Gestora/Pedagógica/Administrativa:
NOME DN TURNO FUNÇÃOWaldir Flemming 30/09 DiretorDulcemar Amaro Vieira 20/04 Vice diretorCristina Maria Felisbino 15/11 T e N Vice diretoraElizabete Cristina Gaska Costa 18/10 M e T SecretariaAnna Luiza Penteado de Carvalho 20/04 M OrientadoraDalva Inez Dambros 19/09 T OrientadoraElci Rosani Struzib 26/12 M OrientadoraHelena F. C. de Medeiros 03/09 M OrientadoraSheila Mara K. de Araujo Barbosa 21/07 N OrientadoraSonia Candido Rodrigues 27/05 T Orientadora.
2.3.2. Corpo Docente
Nº NOME FUNÇÃO CARGO
1. Adriana Titericz Espanhol QPM
2. Adriana Zaguurski Educação Física QPM
3. Adriana Iaroczinski Geografia QPM
4. Àlari Inês Slongo Lei 15308 QPM
23
5. Altevir Dobjanski Matemática QPM
6. Anna Luiza Penteado Técnico Pedagógico QPM
7. Antonia Mardegan Língua Portuguesa / Inglês QPM
8. Antonia Santos Língua Portuguesa / Inglês PSS
9. Cassiane Mara Markir Ed. Física PSS
10. Cláudia Regina M. Chaves Ciências SCO2
11. Clemente Pokczyva Sociologia/Filosofia PSS
12. Cristina Maria da C. Felisbino Direção / Matemática QPM
13. Dalva Inês Dambros Técnico Pedagógico QPM
14. Daniel de Azevedo Costa Artes SCO2
15. Déborah Regina K F dos Santos História QPM
16. Denise Augusta Surminsk Vier Geografia PSS
17. Dulcemar Amaro Vieira Direção Aux./ Geo./Hist. QPM
18. Edimara Osachuki Lingua Portuguesa QPM
19. Edson José Neves História PSS
20. Elci Rosani Struzik Técnico Pedagógico QPM
21. Eloisa do Rocio Maia Língua Portuguesa PSS
22. Emerson Luiz Santos Kucharski Educação Física QPM
23. Ernani Gerson Bender Física QPM
24. Fernando Vieira Borges Ciências QPM
25. Flávia Gobbo Educação Física QPM
26. Gisele Rodrigues Ribas Educação Física PSS
27. Jane Denise Foggiatto Artes QPM
28. Jucélia Aparecida R. Gonçalves Artes QPM
29. Kátia Cristina Manfre Educação Especial QPM
30. Lauro Czarnecki Matemática QPM
31. Leila Ramos Santana Língua Portuguesa / Inglês QPM
32. Leocádio Milcznikowski LEI 15308 QPM
33. Leontina Braga Tomal C. B. A. SCO2
34. Luce Yara Saheb Matemática QPM
35. Luciacyr L. Almeida Biologia QPM
36. Maria Neide Freiria Matemática QPM
37. Maria Sireide de Araújo História QPM
38. Miguel Kryminice Lei 15308 QPM
24
39. Nilce Proença Gonçalves Língua Portuguesa QPM
40. Orley Conrado Villa Química QPM
41. Regiane Reis Língua Portuguesa / Inglês SCO2
42. Rosicler Ranieiro Pandini Ciências / Biologia QPM
43. Samira Salomão História / Ens. Rel./Artes QPM
44. Scheila Mara K. Araujo Barbosa Técnico Pedagógico QPM
45. Solange Cid Bastos Língua Portuguesa / Inglês SCO2
46. Sônia C. Rodrigues Sociol. / Ens. Rel./ Téc. Ped. SCO2
47. Vanderley Germano Liotto Português PSS
48. Vera Lúcia Reikdal Vivan Geografia QPM
49. Waldir Flemming Diretor QPM
50. Wilcléia Maria Godinho Educação Especial QPM
Agente Educacional I e II
Nº NOME OBS.
1. Adriana dos Santos Xavier de Souza AGENTE EDUCACIONAL II
2. Aparecida de Fátima de Oliveira AGENTE EDUCACIONAL I
3. Atérlia Maria Antero AGENTE EDUCACIONAL
Dalila Maria Leskowicz AGENTE EDUCACIONAL I
4. Doramilda Cardoso Rodrigues AGENTE EDUCACIONAL I
5. Eliana Ribas Buffara de Castro AGENTE EDUCACIONAL II
6. Eliane Peixa AGENTE EDUCACIONAL II
7. Elizabete Cristina Gaska Costa AGENTE EDUCACIONAL II / SECRETÁRIA
8. Fátima Aparecida Goes Dias AGENTE EDUCACIONAL I
9. Iara B. Ferreira AGENTE EDUCACIONAL I
10. Janaína Stelmastchuck AGENTE EDUCACIONAL II
11. João Aguinaldo Coelho AGENTE EDUCACIONAL II
12. Lucimara Seidler Rodrigues AGENTE EDUCACIONAL II
13. Vilma Pereira de Goes AGENTE EDUCACIONAL I
25
2.4 Organização do Espaço Físico
Agora, mais bonito e acolhedor, no final do ano de 2005 foi disponibilizado para
nosso Colégio uma verba de R$ 355.579,25 destinada a reparos e pintura. Com a reforma
foi possível mudar os espaços e aumentar o número de vagas
A parte do Colégio é composta de:
- 25 salas;
- 01 sala de Direção;
- 01 secretaria geral;
- 01 sala de vice direção;
- 01 laboratório de ciências biológicas (completo);
- 01 laboratório de informática com 20 computadores;
- 01 sala de supervisão escolar;
- 01 sala de orientação educacional;
- 01 sala de mecanografia;
- 01 sala de almoxarife;
- 01 sala de material passivo;
- 01 sala de arte;
- 01 sala de vídeo;
- 01 cantina comercial (A.P.M.);
- 01 cantina que serve merenda escolar;
- 01 salão de festas;
- 02 pátios abertos (com cancha de esportes);
- 02 pátios fechados;
- 04 banheiros masculinos e femininos (alunos);
- 01 banheiro masculino (professor);
- 01 banheiro feminino (professora);
26
- 01 sala de professores;
- 01 casa do vigia;
- 01 biblioteca, inaugurada em 1964 com o nome de “Annete Macelo” e hoje
com o nome de “Adriano Robine”.
27
CAPÍTULO III
3. MARCO SITUACIONAL
Pesquisas têm identificado problemas nos processos e resultados da alfabetização
de crianças no contexto escolar; insatisfações e inseguranças entre alfabetizadores
perplexidade do poder público e da população diante da persistência do fracasso da escola
em alfabetizar, evidenciada por avaliações nacionais e estaduais, vêm provocando críticas
e motivando propostas de reexame das teorias e práticas atuais de alfabetização.
Um momento como este é sem dúvida, desafiador, porque estimula a revisão dos
caminhos já trilhados e a busca de novos caminhos; porém é também ameaçador, porque
pode conduzir a uma rejeição simplista dos caminhos trilhados e a propostas de soluções
que representem desvios para indesejáveis caminhos.
O Brasil, quando olhado em termos de PIB (Produto Interno Bruto) fica entre a
sexta e a décima economia do mundo, mas quando o desenvolvimento é medido pelo
IDHC (Índice de Desenvolvimento Humano) brasileiro a posição do país cai para o 70º
lugar. Essa diferença entre o número 6, em parte da economia e o número 70 em
condições de bem estar e dignidade do nosso povo, mostra as distorções do modelo
brasileiro de desenvolvimento.
Com o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados que amplia para nove anos o
Ensino Fundamental pode ocorrer uma melhora neste ensino, mas isto não resolve as
deficiências educacionais atuais.
Especialistas apontam os efeitos positivos no aumento do tempo obrigatório de
estudo. Pesquisas mostram que cada ano a mais na escola resultará em um aumento de
renda de 10% no futuro.
Outro efeito positivo foi descrito em um trabalho com base em dados do MEC.
Estudantes que cursaram a préescola colhem resultados no decorrer da vida acadêmica
até 15% superior àqueles obtidos por alunos que ingressam no Ensino Fundamental com
7 anos.
Na última década, os avanços em sala de aula foram bem mais lentos do que o
28
esperado e o necessário.
Os números reunidos na versão preliminar de um relatório do Ministério da
Educação (MEC) revelam que o Brasil deixou de atingir as metas mais básicas rumo a
excelência academica. Elas compõe o Plano Nacional de Educação, documento formulado
dez anos atrás, durante o governo Fernando Henrique, que pela primeira vez, definiu
objetivos concretos para a educação pública do país, justamente até 2010. Fica bem claro
que o Brasil patinou no enfrentamento de questões cruciais, tais como os elevadíssimos
índices de repetência, indicadormor da incompetência própria da escola.
A meta para esse ano era chegar até 10%, índice ainda alto, mas a repetência estacionou
em 13%, como em alguns dos países africanos. Outro dado que ajuda a traduzir a
ineficácia do ensino é a evasão escolar. Nesse caso o Brasil até piorou. De 2006 a 2008, o
percentual de estudantes que abandoram a sala de aula pulou de 10% para 11% quando o
objetivo era baixar a taxa nesse mesmo período para 9%. Alerta a espeicialista Maria
Helena Guimarães: “Essas são questões que os países mais ricos já equacionaram com
eficácia há mais de um século atrás”.
Ainda que a tendência geral seja de melhora do ensino, a persistência da má
qualidade nas escolas brasileiras faz refletir sobre a necessidade de acelerar o passo.
Sabese que as deficiências no nível básico repercutem de forma decisiva nos indicadores
de acesso à universidade – um dado que merece a atenção por sinalizar as chances de um
país competir globalmente.
O Brasil conta hoje com apenas 14% dos jovens com idade considerada ideal (entre
18 e 24 anos) na universidade. É um número mínimo na comparação até com os países da
América Latina, como Chile, onde a taxa já está em 21% e também frustrante diante da
meta do presente plano de educação, que previa a esta altura, pelo menos 30% dos jovens
brasileiros no ensino superior. O atraso do país ainda se reflete no medidor do
anafalbetismo; a taxa é de 10%, quando deveria ter caído para4%. Ao escancarar esse e
outros “nós”, o atual documento do MEC tem o mérito de traçar um diagnóstico preciso,
iluminar as várias lacunas e reforçar a idéia de que, com acesso já garantido à sala de
aula, é preciso investir com mais vigor na tão almejada execelência acadêmica.
(Veja,10/03/2010, pag.101).
29
O último Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) mostra que a maioria das
escolas brasileiras não consegue passar de ano: 49,4 em 100 foi a média das escolas
nacionais, 47 foi a média obtida pelas escolas públicas (VEJA, maio,2009).
A escola atualmente se tornou um lugar de conflitos. Os embates entre professores
e alunos são constantes nos colégios públicos e particulares do país: 46% dos professores
dizem que sua maior dificuldade é conter a indiciplina e despertar o interesse dos alunos;
52% admitem atitudes agressivas com os estudantes, tendo sido irônicos ou rudes, 47%
já sofreram agressões verbais na sala de aula; 11% chegaram a ser agredidos fisicamente.
(VEJA, 17/06/2009). Alunos desmotivados, indisciplina, infraestrutura precária e
violência são as muitas adversidades enfrentadas pelos professores e o maior prejudicado
é mais uma vez o “bom ensino”.
A crise na educação brasileira é antiga e seus principais motivos, tristemente
conhecidos. Os equívocos das políticas governamentais, a negligência em relação ao
ensino, o descuido quanto a qualidade e o vergonhoso atraso do Brasil, muitas vezes, são
temas de trabalhos de especialistas respeitados. As consequências desse conjunto de
problemas são patentes em dados assustadores, de que os estudantes brasileiros concluem
os oito anos do ensino fundamental e os três do ensino médio lendo sofrivelmente e sem
domínio da linguagem e matemática básica. Na avaliação feita em 41 países o Brasil
ocupa a última e a penúltima colocação em matemática e ciências. Pisa (Programa
Internacional de Avaliação de Alunos).
A escola na sua grande maioria não conta com o apoio dos pais que, se não estão
ausentes, aparecem para defender os filhos, “eles costumam ficar incondicionalmente ao
lado dos filhos”, afirma a psicologa Marina Lipp, da PUC de Campinas. É como se os
pais considerassem que a sua tarefa principal é garantir o acesso à escola – a partir daí a
responsabilidade seria dos professores , da Instituição. Todos esses questionamentos, a
sobrecarga das escolas, dos professores, o conjunto de atividades que retira da Escola a
sua função principal “a de transmitir os conteúdos culturais e universais historicamente
produzidos, o desenvolvimento intelectual dos alunos” serão analisados e debatidos
procurando meios para que realmente aconteça a aprendizagem. Que a permanência da
30
criança na escola seja organizada de modo a possibilitar que o objetivo de
desenvolvimento intelectual dessas crianças, venha a ser atingido.
Por isso, o objetivo principal do Colégio Estadual Paula Gomes é ensinar , é a
difusão de conteúdos vivos, concretos tornando nosso aluno consciente e crítico, com
capacidade para selecionar informações significativas e gerenciálas com competência.
3.1 Perfil dos Alunos
Foi feito com os alunos do Colégio, uma pesquisa com o objetivo de traçar o perfil
dos nossos educandos, para que a escola possa traçar metas para o ano de 2011:
MASCULINO FEMININO MASCULINO (%) FEMININO (%)7 a 9 7 a 9 16 17
FAIXA 10 a 12 10 a 12 25 25ETÁRIA 13 a 15 13 a 15 37 35
16 a 18 16 a 18 20 22
NORMASSATISFATÓRIA 328 62
INSATISFATÓRIA 200 38CONTEÚDO BOM 357 69PROGRAMÁTICO REGULAR 156 31
TRABALHA VALORESSIM 355 68NÃO 168 32
PROBLEMA DE CONDUTA(FALTA DE RESPEITO)
SIM 355 69NÃO 160 31
SABE DE AGRESSAO FÍSICA NA ESCOLA
SIM 315 60NÃO 205 40
OS ALUNOS DEPREDAM A ESCOLA
SIM 377 73NÃO 139 27
O QUE INFLUENCIA NAFORMAÇÃO DOS JOVENS
ESCOLA 201 33FAMÍLIA 181 30
RELIGIÃO 64 10TV 163 27
3.1.1. Análise da Pesquisa dos Alunos
A pesquisa mostrou uma realidade muito triste. O desrespeito para com nossos
professores alcançou um índice muito elevado: 69% dos alunos não respeitam os
professores; para 62% dos alunos as normas são satisfatórias. Onde está o erro? O que
trabalhar? Quais são os culpados? Que fazer com a indisciplina presente na escola?
31
Parece que o conhecimento historicamente produzido, objeto de trabalho dos
nossos professores perdeu seu significado. Será que o sucesso é alcançado sem precisar
de educação? É o que nos apresenta a mídia: jogadores de futebol, modelos, etc. Será que
paramos no tempo, tentando resgatar de forma saudosista a antiga função da escola?
Como dar limites na escola, se pais não conseguem estabelecer regras em sua própria
casa? Que esperar dessa nova geração?
A depredação da escola é real para 73% dos nossos alunos. “Quem ama cuida” nos
perguntamos, será que nossos alunos não gostam da escola? Será que ficou claro para eles
seus direitos e deveres? Será que sabem o que realmente vieram fazer na escola? A taxa
de agressividade também é alta, 60% dos nossos alunos já presenciaram agressões físicas
na escola. Será que estamos ouvindo nosso aluno? Será que um gesto de carinho não
resolve mais que o grito? Por que criticamos, e não lembramos de elogiar? Será que o
professor está presente na sala de aula? Presença não é sinônimo de estar perto. A
presença educativa é uma presença intencional, deliberada. Tem a intenção de exercer
sobre o outro uma influência construtiva, é fazerse presença na vida do educando.
As respostas, a definição de caminhos é o grande desafio para o ano de 2011. Por
isso, a necessidade de debates, envolvendo elementos da Escola e da Comunidade,
objetivando uma discussão mais profunda, apontando as causas e os caminhos, um fio
condutor de transformações fundamentais, individuais e sociais. A crença na
possibilidade de uma sociedade mais justa e humana. É necessário que o Colégio
promova a articulação comunidade alunos escola, pois a escola não é um órgão
isolado, e as ações desenvolvidas devem sempre estar voltadas para as necessidades de
seus alunos e da comunidade. Os pais precisam opinar, participar, acompanhar a
formação do caráter, estimular suas metas e conquistas, acompanhar o rendimento e o
comportamento do filho na escola. A escola para ter sucesso precisa da real parceria dos
pais. E o que fazer para que esses pais, tão ausentes, participem de reuniões, acompanhem
o rendimento escolar dos filhos?
32
3.2 Perfil dos Pais : Realizamos uma pesquisa, um levantamento em forma de
questionário para que os pais respondessem, e com esses subsídios e análise dos dados o
Colégio pudesse direcionar caminhos para o Projeto Político Pedagógico.
Este é o resultado :
ESCOLARIDADE
1º Grau Incompleto 26 13%1º Grau 92 47%2º Grau 55 28%Superior 22 12%
RELIGIÃO
Católica 138 72%Evangélica 46 24%Quadrangular 02 01%Kardecista Espírita 05 03%
RESPONSÁVEL PELO ALUNO
Mãe 178 60%Pai 103 34%Tio 12 04%Avós/Madrinha 05 02%
MORADIA PRÓPRIASim 149 71%Não 61 29%
TRABALHO
Empregado 85 40%Desempregado 28 13%Aposentado 12 06%Serviço Temporário 13 06%Serviço Público 09 04%Comerciante 09 04%Trabalho Domestico 56 27%
RENDA FAMILIAR
Menos de Um Salário 05 02%1 Á 3 Salários 97 46%3 A 5 Salários 90 43%Mais De 5 Salários 19 09%
MEIO DE TRANSPORTE PARA A ESCOLA
Sistema Pública 61 26%Particular 13 06%A pé 139 65%
CONCEITO DA ESCOLAÓtimo 20 11%Bom 111 60%Regular 53 29%
PORQUE ESCOLHI ESTA ESCOLA
Mais Próximo 115 63%Indicação 07 04%Estudei nesta Escola 22 12%Gosto 33 18%Bons Professores 05 03%
NORMASSatisfatória 121 65%Insatisfatória 65 35%
33
O QUE ESTÁ BOMNA ESCOLA
Ensino Aprendizagem 64 31%Professores 47 22%Segurança 24 11%Lache 09 04%Horário 09 04%Direção 16 08%Disciplina 15 08%Atendimento aos pais 15 08%Funcionários 07 03%Reforço 02 01%
O QUE PRECISA MELHORAR
Direção 05 2%Funcionários 06 02%Organização 07 03%Ensino 37 14%Professores 32 12%Disciplina 28 10%Segurança 26 10%Alunos 03 01%Biblioteca 02 01%Saída dos Alunos 16 06%Entrega Boletim 12 04%Aparência do Colégio 52 19%Normas 04 01%Atendimento Aos Pais 06 02%Falta De Professores 15 06%Tudo 18 07%
3.2.1 Análise da Pesquisa da Comunidade
Através da pesquisa percebemos que a grande maioria dos pais dos alunos do
Colégio Estadual Paula Gomes possuem somente o Ensino Fundamental e muitos
incompleto. Sabemos que vários pais são analfabetos, o que não apareceu na pesquisa.
Muitos desempregados, um grande número faz trabalhos domésticos, ficando claro
que a maioria dos nossos alunos vêm de famílias que vivem com uma renda baixa.
Com isso a responsabilidade em oferecer aos nossos alunos um “ensino de
qualidade” deve ser o objetivo mais buscado no ano de 2011. É preciso trabalhar os
conteúdos historicamente produzidos, a autoestima, valorização do ser humano, respeito,
uma tomada de consciência dos Professores, Direção e Equipe Pedagógica para que
realmente aconteça o “ensino e a aprendizagem”.
34
A avaliação dos professores deixou a desejar pois somente 22% dos professores
mereceu “conceito bom”. Por isso, o Colégio deve estar observando e avaliando sempre
seu quadro de professores. A Equipe Pedagógica deverá buscar novas metodologias,
novos jeitos de dar aula, pois o que se vê sempre: “aluno um atrás do outro e professor
usando quadro de giz”.
Percebese também que a disciplina deve ser melhorada. O desafio é trazer os pais
para a escola, pois nossos alunos não observam regras de conduta e são muito agressivos.
Alguns pais nem sabem o que deve melhorar, acham tudo tão ruim que nem se
deram ao trabalho de responder: escreveram “tudo”.
É necessário um trabalho conjunto, direção, professores, funcionários, para que por
meio do conhecimento histórico, científico, artístico e filosófico, dar ao nosso aluno
condições de análise da sociedade atual em suas contradições, instrumentalizandoo para
transformar sua prática social e não adaptarse a este mundo tão excludente,
preconceituoso e meritocrático.
3. 3 Pesquisa Realizada com Professores e Funcionários
Somente com conhecimento claro do que pensam professores e funcionários é que
seremos capazes de descobrir caminhos, alternativas para um resgate necessário e urgente
da educação, uma escola que trabalha o cognitivo, o afetivo e o pragmático, uma escola de
razão, emoção e ação.
ENSINOAPRENDIZAGEMBOM 35
REGULAR 25FALTA DE RESPEITO COM O
PROFESSORSIM 48NÃO 12
EXISTE AGRESSÕES FÍSICAS NA ESCOLA
SIM 40NÃO 20
PAIS PARTICIPAM NA ESCOLASIM 25NÃO 35
O QUE PRECISA MELHORAR
DISCIPLINA 52%COOPERAÇÃO 30%
COMPROMETIMENTO 48%RELACIONAMENTOS 37%
FALTA AO TRABALHO 40%COMPORTAMENTO DOS PAIS 63%
35
3.3.1 Análise da Pesquisa de Professores e Funcionários
De acordo com o resultado da pesquisa ficou claro que em 2011 temos
muito a mudar, a melhorar. A falta de limites, o desrespeito para com os professores e
funcionários é uma prática constante por parte dos alunos.
O rápido aumento da população escolar trouxe consigo um recrutamento em
massa de professores. Esse recrutamento foi feito muitas vezes com recursos limitados e
nem sempre foi possível encontrar candidatos qualificados.
A falta de financiamento e de metas pedagógicas, assim como a superlotação das
turmas traduziramse frequentemente numa profunda degradação das condições de
trabalho dos professores. A entrada na escola de alunos com grandes dificuldades de
aprendizagem, impõe novas tarefas aos professores, para as quais estão muitas vezes mal
preparados.
Nunca é demasiado insistir na importância da qualidade de ensino e, portanto dos
professores.
A escola precisa ser um lugar criativo, rico de novas linguagens, um lugar onde se
retome novamente o currículo, conteúdos historicamente produzidos, onde o aluno
aprenda a ler, a entender o que foi lido, a escrever e a usar números para lidar com
problemas do mundo real.
Escola e família sendo parceiras no processo educacional. É necessário que o
professor se atualize sempre na sua disciplina de formação.
“Todo espaço em educação significa, antes de mais nada, mudança de atitude”.
João Fitzgerald Kened.
36
CAPÍTULO IV
4. MARCO CONCEITUAL
4.1 – Gestão Democrática
Queremos para o Colégio Estadual Paula Gomes uma ação administrativa na
perspectiva de uma construção coletiva, com a participação de toda a comunidade escolar
nas decisões do processo educativo, com divisão de trabalho, em que todos devem
coexistir em colaboração mútua.
É preciso um Gestor que confira identidade ao Projeto Político Pedagógico e ao
Estabelecimento de Ensino. A identidade e o projeto adotado, não pertencem apenas a
escola, mas a coletividade, sendo o Diretor/Gestor o porta voz da escola, no sentido de
conscientizar a comunidade desta sua responsabilidade; cabe ainda ao Gestor o papel de
motivar e estimular o Corpo Docente, pois lida com pessoal preparado, qualificado e de
formação universitária.
O Diretor/Gestor não vai limitarse a fazer com que cada um cumpra suas
obrigações e com as decisões que lhe dizem respeito, mas estimular e valorizar aquilo que
for feito, com responsabilidade e dedicação.
O Diretor/Gestor precisa demonstrar uma postura de coerência, competência e de
segurança que:
• Tranquilize os inquietos.
• Crie consenso.
• Acalme os extremistas e dê sentido a coexistência.
Será necessário solidez nas ações, e uma certa correspondência entre a pessoa que
é, e o papel que exerce. Portanto será papel do Gestor/Diretor:
• ser dedicado para ter dedicação;
• valorizar para ser valorizado;
• ouvir para ser ouvido;
• respeitar para ser respeitado;
37
• amar para ser amado.
4.2 Função da Escola
Possibilitar a promoção humana por intermédio da produção e transmissão de
conhecimentos historicamente produzidos, tendo como suporte a legislação que no artigo
12, inciso 1, LDBN, CEI de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, prevê que os
Estabelecimentos de Ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu Sistema de Ensino
terão a incumbência de elaborar, executar seu Projeto Político Pedagógico, em sintonia
com a lei maior LDB 9394/96.
Para isso, o Colégio propiciará situações que permitam aos professores, a equipe
escolar e os funcionários aprender, pensar e realizar o fazer pedagógico de forma
coerente. O Projeto Político Pedagógico como organização do trabalho da escola como
um todo fundamentarseá nos seguintes princípios:
a) Igualdade de condições para acesso e permanência na escola.
b) Qualidade que não pode ser privilégio de minorias econômicas e sociais,
propiciando uma qualidade para todos. Está voltada para os conteúdos
historicamente produzidos. Por isso a preocupação em evitar de todas as
maneiras possíveis a repetência e a evasão.
“A competência humana do sujeito em termos de se fazer história, diante dos
fins históricos da sociedade humana”. (DEMO, 1994, pg. 14).
c) Gestão democrática com a compreensão em profundidade dos problemas postos
pela prática pedagógica. Buscar resgatar o controle do produto do trabalho
pelos educadores, tendo em vista sua socialização e a participação coletiva dos
diferentes segmentos da escola nas decisões/ações administrativas pedagógicas
desenvolvidas.
O Colégio Estadual Paula Gomes propõe seu Projeto Político Pedagógico, numa
visão crítica, não perdendo de vista a realidade escolar, buscando explicar e compreender
as causas da existência de problemas, e se esforça para propor ações, alternativas (criação
coletiva). Nosso Projeto Político Pedagógico não é algo estanque, dissociado dos aspectos
políticos e sociais. Tem continuidade nas ações, descentralização, democratização do
processo de tomada de decisões e instalação de um processo coletivo de avaliação de
38
cunho emancipatório.
“O sujeito é social, portanto constitui e se constitui na História e na Cultura”
(Vygostki).
Exemplificamos com o símbolo de uma estrela que significa o caminho para
direcionar nossas ações pedagógicas.
CONTEÚDOS
“Não podemos fazer tudo ao mesmo tempo, mas podemos fazer alguma coisa
imediatamente” (Colcin Coolidge).
39
Formação Humana Conhecimentos Historicamente Constituidos.
Formação pluridimensional cidadania valores e ética.
Reflexão Critica
Participação organizada e ativa na democratização inserindo e intervindo no mundo do trabalho.
DireçãoEquipe
PedagógicaProfessores
FuncionáriosAlunos Família
CAPÍTULO V
5. MARCO OPERACIONAL
5.1 Gestão Administrativa Operacional
A administração democrática e participativa da comunidade é sempre um
horizonte a ser buscado nunca um fato consumado. Será sempre um “aprendizado
coletivo”! Para isso fazse necessário o envolvimento dos diretores, professores,
funcionários, alunos e a comunidade.
Para que isso possa ocorrer é necessário fazer sempre pesquisas com dados
concretos e reais, tentando sempre analisar esses dados com muita clareza, nunca fugindo
da realidade, mas também não a considerando imutável. Acreditamos sempre que as
mudanças são possíveis e podem ocorrer mediante uma ação coletiva e democrática. Esse
é o grande desafio do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Paula Gomes.
Para tanto foram feitos roteiros, pesquisas, entrevistas sobre o processo
administrativo e pedagógico que se dá neste espaço escolar, como ele é percebido por
alunos, professores, pais, funcionários, para a busca de uma construção coletiva do
processo educacional em toda sua amplitude.
É preciso uma escola com possibilidades de manifestações democráticas, com
conjunto de decisões coletivas que interessam a vida escolar, sem processos
centralizadores, fragmentados, burocráticos que dificultam o trabalho.
Entendemos que a consolidação de uma gestão operacional, democrática no
interior da escola, não é um processo espontâneo e fácil. São necessários esforços
coletivos, encaminhamentos, em função de decisões de grupos e não de indivíduos.
“Democratização da administração da educação não significa eliminar, a
presença do Estado nos serviços públicos, mas buscar mecanismos para
submeter às decisões de estado ao debater e ao controle pela opinião pública,
pais, grupos e partidos” (Miguel Gonzalez Arroyo, 1979, p.4).
40
5.2 Regimento Escolar
Conforme a Legislação vigente, Deliberação CEE 016/99.
O Regimento Escolar foi revisto e aprovado pelo Núcleo Regional de Educação e é
um documento construído com a participação de todo o seguimento da escola e da
coletividade, contém uma visão ampla e global do que consideramos indispensável para o
desempenho numa Escola Pública de boa qualidade.
Consta de histórico, finalidades, atribuições, Conselho Escolar, objetivos, Gestão
Escolar, de funcionamento, da Equipe Pedagógica, do Corpo Docente, Biblioteca,
Secretaria, Conselho de Classe, Equipe Administrativa, dos Serviços Gerais, do
Laboratório de Informática da APMF, da organização do regime didático, organização de
cursos, currículos, programas, da avaliação, recuperação de estudos, da promoção, da
matrícula, das adaptações, da reavaliação e equivalência de estudos feitos no exterior, da
regularidade da vida escolar, da freqüência, do calendário escolar, arquivos escolares, da
incineração, dos direitos e deveres, das proibições, das sanções, fundamentados na Lei n.º
9394/96 e no ECA.
O Regimento Escolar não é um documento pronto, acabado mas que deverá ser
realimentado no nosso dia a dia.
O Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar serão sempre uma busca
permanente, na preparação do aluno para o mundo, suas contradições, fornecendolhe um
instrumental por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação
organizada e ativa na democratização da sociedade.
Escola como espaço de conhecimentos. Alunos de diferentes pontos de partida
terem direito ao mesmo ponto de chegada.
5.3 Associação de Pais e Mestres e Funcionários
Tem como objetivo auxiliar a direção escolar na promoção das atividades
administrativas, pedagógicas e sociais da escola, bem como arrecadar recursos para
complementar os gastos com o ensino, a educação e a cultura.
A Lei do Serviço Voluntário (Lei n.º 6908 de 18/02/98) dispõe sobre o serviço
41
voluntário e de outras providências (regimento escolar).
A cada dois anos é feita uma convocação para a Comunidade Escolar para fazer
escolha da nova diretoria e componentes da APMF através de voto. Ela é um órgão de
representação de pais, mestres e funcionários, não podendo ter caráter partidário, racial e
nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e conselheiros.
A última eleição da APMF foi feita no dia 11/03/2009 e deverá acontecer nova
eleição em 11/03/2011.
Fazem parte da APMF “Dignidade e Trabalho” os seguintes membros:
Presidente: Reinaldo da Rosa – RG 5.7320842
VicePresidente: Atélia Maria Antero RG 1.4515887
1º Secretário: Maria Aparecida Lopes RG 1.316.371
2º Secretário:Silvania de OLiveira RG 6.453.721 0
1º Tesoureiro: Eliana Ribas Buffara RG 2..100.5282
2º Tesoureiro: Izabel Batista Ferreira RG 5.151.5080
Dir. Esportivo: Leocádio Miecznikowski RG 684.835
Diretor Cultural: Miguel Kryminice RG 784.259 7
Conselho Fiscal
– Orley C. Villa RG – 4465936 – 0
– Dulcemar ª Vieira RG – 5.169.032 – 0
– Noeli Ribeiro RG – 5.310.1011
– Dalila M Leakoviscz RG – 9.1355
5.4 Conselho Escolar
É um órgão colegiado que tem como objetivo promover a participação da
comunidade escolar nos processos de administração e gestão da escola, visando assegurar
a qualidade do trabalho escolar em termos administrativos, financeiros e pedagógicos.
42
O Conselho Escolar do Colégio Estadual Paula Gomes é constituído por
representante de todos os segmentos da comunidade escolar.
O Presidente do Conselho Escolar é o atual Diretor Waldir Flemming com a
finalidade de efetivar a Gestão Escolar, na forma de colegiado, promovendo a articulação
entre os segmentos da comunidade escolar e os setores do Colégio, constituindose como
órgão auxiliar da direção do Estabelecimento de Ensino.
O Conselho Escolar é responsável pela tomada de decisão, planejamento,
execução, acompanhamento e avaliação das questões administrativas e pedagógicas,
baseada na Legislação em vigor, nas Diretrizes Pedagógicas Administrativas fixadas pela
Secretaria do Estado da Educação, artigo 1º da Resolução n.º 46/49/08 e Deliberação n.º
16/99 do Conselho de Educação.
Fazem parte do Conselho Escolar os seguintes membros:
FUNÇÃO Tit/Supl NOME RG
Direção Presidente Waldir Flemming 1.105.8485
Equipe Pedagógica Titular Elci Rosani Struzik 3.489.4124Equipe Pedagógica Suplente Sonia C. Rodrigues 106.05938 Corpo Docente . Ens. Fund. Titular Samira Salomão 3.669.8063Corpo Docente Ens. Fund. Suplente Maria S. A. Cesconetto 8.332.2691Corpo Docente Ensino Médio Titular Orley C.Villa 44.659360
Corpo Docente Ensino Médio Suplente Vera Lucia Reikdal Vivan
1.697.6890
Corpo. Discente Ens. Fund. Titular Carlos Alberto D. Rosa10.998.0293
Corpo. Discente. Ens. Fund. Suplente Jessica C. Cavalheiro10.442.8185
Corpo Discente Ensino Médio Titular Francielle C.R. De Lima 101842975Corpo. Discente Ensino Médio Suplente Ana Letícia C. Martinez 8.167.5937Representante. Pais Ens. Fund. Titular Reinaldo Rosa 5.732.0842Representante. Pais. Ens. Fund. Suplente Erci Correa Buligon 906.4721Representante. Pais. Ens. Médio Titular Joana Dark Rodrigues 11476689Representante. Pais. Ens. Médio Suplente Soeli Margaret Castelli 145.1588Representante. A.P.M. Titular Leocádio Miecznikoski 874.3584Representante. A.P.M. Suplente Atélia Maria Antero 1.105.8485
43
Representante da. Comunidade Titular Maria Apª. Cordeiro Rosa
3.927.9967
Representante da. Comunidade Suplente Claudete Diniz 130.3033
Representante de Ent. Religiosa Titular Pastor Luiz Carlos Foltran
1.947.328
Representante Comercial Titular Josia Lago Junior (mouse)
10.439.7604
Representante Comercial Suplente Jonas Vieira12.330.2882
Representante de Ent. Filantrópica Titular Jurandir Reis Silva 8.010.1764
Representante Administrativo Titular Eliana Ribas Bufara 2.100.5282
5.5 Classe Especial
O currículo a ser desenvolvido na educação inclusiva será o mesmo para qualquer
etapa escolar estabelecida para os aluno da Classe comum, e deverá ser constituído a
partir do Projeto Político Pedagógico da Escola de acordo com o artigo 59,,Inciso I da
LDB 9394/96.
Os objetivos propostos para a Classe Especial prevê o encaminhamento do aluno
para novas exigências futuras, seja em Classe Comum ou em outras formas de
escolarização, bem como a sua inserção no mercado de trabalho.
A escola proverá materiais pedagógicos específicos, adequados as peculiaridades
dos alunos, para permitirlhes o acesso ao currículo.
Os conteúdos oferecidos deverão ser trabalhados de forma interdisciplinar e
contextualizada; deverão envolver tanto as áreas do conhecimento (linguagem oral e
escrita e cálculos matemáticos) com as do desenvolvimento (cognição, socioafetivo
emocional e motora)
O aluno da classe especial, deverá participar das aulas de Educação Física,
Educação Artística e de todas as atividades extraclasse, junto com os alunos de Classe
Comum, potencializando a capacidade de aprender e sua socialização.
A Avaliação será processual e contínua. Os resultados de análise qualitativa
obtidos deverão oferecer indicações sobre as possibilidades de novos encaminhamentos
pedagógicos para o aluno. O desempenho do aluno deverá ser registrado em relatório
44
pedagógico semestral, descrevendo os avanços nas áreas do conhecimento e do
desenvolvimento, bem como, metodológicas, estratégias, tipos de avaliações empregadas,
adaptações curriculares realizadas e ajustes que ainda precisam ser efetuados. Este
relatório deverá ser elaborado pelo professor da Classe Especial, analisado e vistado pela
equipe técnico pedagógica da Escola.
5.6 Sala de Recursos
LDB nº 9394/96 Parecer nº 17/01 CNE, Resolução 02/01 CNE, Deliberação
02/03 – CEE.
É destinada aos alunos matriculados no Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, que
apresentam problemas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo, distúrbios de
aprendizagem e/ou deficiência mental, e que necessitam de apoio especializado
complementar para obter sucesso no processo de aprendizagem na Classe Comum.
Para o ingresso na Sala de Recursos o aluno deverá ser avaliado pelo professor da Classe
Comum, professor especializaqdo e equipe técnicopedagógica da Escola, com
assessoramento de uma equipe multiprofissional (externa), equipe do NRE e SME,
quando necessário.
A avaliação pedagógica deverá ser registrada em relatório, com indicação dos
procedimentos de intervenção e encaminhamento(s).
O horário de atendimento deverá ser em período contrário ao que o aluno está
matriculado e frequentando a Classe Comum.
O aluno da Sala de Recursos deverá ser atendido individualmente ou em grupos de até 10
(dez alunos), com atendimento por meio de cronograma preestabelecido.
O cronograma de atendimento deverá ser elaborado pelo professor da Sala de Recursos
junto com o professor da Classe Comum e equipe técnicopedagógica da Escola, em
consonância com a indicação dos procedimentos de intervenção pedagógica que constam
no relatório da avaliação no contexto escolar.
O aluno receberá atendimento de acordo com as suas necessidades, podendo ser de 2
(duas) a 4 (quatro) vezes por semana, não ultrapassando 2 (duas horas diárias.
O trabalho desenvolvido na Sala de Recursos não deve ser confundido com reforço
escolar (repetição dos conteúdos da prática educativa da sala de aula).
45
O aluno frequentará a Sala de Recursos o tempo necessário para superar as dificuldades e
obter êxito no processo de aprendizagem na Classe Comum.
5.7 Sala de Apoio
LDBEN nº 9394/96, Parecer CNE nº 04/98; Deliberação nº 007/99 CEE;
Resolução Secretarial nº 371/2008
A cada 3 (três) turmas da 5ª série do Ensino Fundamental, os estabelecimentos de
ensino terão abertura automática de 01 (uma) Sala de Apoio à aprendizagem da Língua
Portuguesa e 01 (uma de Matemática As Salas de Apoio sempre serão abertas no turno
contrário e a carga horária disponível para cada uma das disciplinas Língua Portuguesa e
Matemática será de 4 horas aula semanais.
O número de alunos por sala deverá ser no máximo de 15.
A sala de apoio é destinada ao aluno de 5ª série com defasagens de aprendizagem
em conteúdos referentes aos anos iniciais do Ensino Fundamental..
As famílias devem comparecer na Escola e receber orientações a respeito do
"Programa Salas de Apoio à aprendizagem", informando sobre a necessidade e
importância dos alunos estenderem seu tempo escolar, mantendo pais ou responsáveis
informados quanto à frequência e aproveitamento.
A metodologia deve ser adequada às necessidades dos alunos, diferenciandoas das
atividades do ensino regular.
46
5.8 Grade Curricular - Ensino Fundamental SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 09 – CURITIBA MUNICÍPIO: 0690 CURITIBA
ESTABELECIMENTO: 04482 – PAULA GOMES, C E – ENS. FUND. E MEDIO
ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 4000 – ENS. 1 GR. 5/8 SER.
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2006 – SIMULTANEA MÓDULO: 40 SEMANAS
DISCIPLINA / SÉRIE 5 6 7 8
BA
SE N
AC
ION
AL
CO
MU
M
ARTE
CIENCIAS
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO RELIGIOSO*
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
2
3
2
1
3
3
4
4
2
3
2
1
3
3
4
4
2
3
2
0
4
3
4
4
2
3
2
0
3
4
4
4
SUB-TOTAL 21 21 22 22
PAR
TE
D
IVE
RSI
FIC
AD L.E.M. – INGLÊS** 3 3 3 3
SUB-TOTAL 3 3 3 3
TOTAL GERAL 24 24 25 25
NOTA: MATRIZ CURITICULAR DE ACORDO COM A LDB Nº 9394/96.* NÃO COMPUTADO NA CARGA HORÁRIA DA MATRIZ POR SER FACULTATIVA PARA O ALUNO.** O IDIOMA SERÁ ESTABELECIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO.
• DATA DE EMISSÃO: 28 DE MAIO DE 2010.
WALDIR FLEMMING- Diretor
47
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 09 – CURITIBA MUNICÍPIO: 0690 – CURITIBA
ESTABELECIMENTO: 04482 – PAULA GOMES, C E – ENS. FUND. E MEDIO
ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 0009 – ENSINO MÉDIO TURNO: MANHÃANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010– SIMULTANEA MÓDULO: 40 SEMANASMATRIZ CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA / SÉRIE 1 2 3
BA
SE
NA
CIO
NA
L C
OM
UM
ARTE
BIOLOGIA
EDUCAÇÃO FÍSICA
FILOSOFIA
FÍSICA
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
QUÍMICA
SOCIOLOGIA
2
2
2
0
2
2
2
4
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
4
3
2
0
0
2
2
2
2
2
2
4
3
2
2
SUB-TOTAL 23 23 23
PA
RT
E D
IVE
RS
IFIC
AD
A
L.E.M. – INGLÊS 0 2 2
L.E.M. - ESPANHOL 2 0 0
SUB-TOTAL 2 2 2
TOTAL GERAL 25 25 25
NOTA: MATRIZ CURITICULAR DE ACORDO COM A LDB Nº 9394/96.• O IDIOMA SERÁ ESTABELECIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO..WALDIR FLEMMINGDIRETOR
48
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 09 – CURITIBA MUNICÍPIO: 0690 – CURITIBA
ESTABELECIMENTO: 04482 – PAULA GOMES, C E – ENS. FUND. E MEDIO
ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 0009 – ENSINO MÉDIO TURNO: NOITE
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 – SIMULTANEA MÓDULO: 40 SEMANAS
DISCIPLINA / SÉRIE 1 2 3
BA
SE N
AC
ION
AL
CO
MU
M
ARTE
BIOLOGIA
EDUCAÇÃO FÍSICA
FILOSOFIA
FÍSICA
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
QUÍMICA
SOCIOLOGIA
2
2
2
0
2
2
2
4
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
4
3
2
0
0
2
2
2
2
2
2
4
3
2
2
SUB-TOTAL23 23 23
PAR
TE
D
IVE
RSI
FIC
AD
A L.E.M. – INGLÊS0 2 2
L.E.M - ESPANHOL 2 0 0
SUB-TOTAL2 2 2
TOTAL GERAL 25 25 25
NOTA: MATRIZ CURITICULAR DE ACORDO COM A LDB Nº 9394/96.O IDIOMA SERÁ ESTABELECIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO.
OBS.: SERÃO MINISTRADAS 03 AULAS DE 50 MIN. E 02 AULAS DE 45 MINUTOS.DATA DE EMISSÃO: 20 DE MAIODE 2010.WALDIR FLEMMING- Diretor
49
CAPÍTULO VI
6.1 Plano de Ação
6.1.2 A escola que queremos
O objetivo primordial do Projeto Político Pedagógico – P.P.P. do Colégio Estadual
Paula Gomes é a transmissão e assimilação dos conhecimentos historicamente
produzidos, com metodologia da pedagogia históricocrítica para que o aluno tenha
acesso aos conhecimentos produzidos pelo conjunto da humanidade de forma
sistematizada e democrática.
A escola deve ser um espaço de socialização de conhecimentos e que possibilite a
todos os envolvidos compreender as contradições mundo real para modificálo.É nessa
compreensão que se situa a intencionalidade do papel da escola, que não é trabalhar no
acaso, na espontaneidade, no experimentalismo e no vazio do pragmatismo cotidiano.
Pessoas, sujeitos e comunidade, diversos e diferentes tem igualmente a necessidade de
aprender – nem mais e nem menos.
Estamos indiscutivelmente, na era da comunicação. As informações fluem com
rapidez em todos os canais da comunicação: jornais, revistas, televisão, principalmente
informática. O desafio desta escola, é a preparação de um cidadão consciente e crítico,
com capacidade para selecionar informações significativas e gerenciálas com
competência.
Se faz necessário a renovaçao dos conteúdos, a renovação de métodos e relações,
pois, quando a escola propõe temas de estudo que ajudam os alunos a superar suas
incertezas e angústias, o autoritarismo pode dar lugar a atitude de cooperação.
“Se os conteúdos a alcançar se inscrevem no prolongamento daquilo que os alunos
esperam, então o mestre deixa de ser o inimigo e já nem é um ser exterior” (Snyders,
1978, p.313.)
É necessário que vivamos em harmonia com todos os segmentos da escola, todos
engajados em um único objetivo. com os aluno passando de uma experiência
inicialmente confusa e fragmentada (sincrética) para uma visão sintética, mais
organizada e unificada.
50
O que o Colégio Estadual Paula Gomes propõe é discutir no plano de ação, o
papel da escola, é ir além das necessidades pragmáticas e utilitárias do mercado, não é
adaptar o sujeito às novas demandas da sociedade atual e sim por meio do conhecimento
histórico, científico, artístico e filosófico, possaibilitar que o aluno tenha condições de
analisar a sociedade atual, suas contradições, instrumentalizandoo para transformar sua
prática social e não adaptarse a este mundo tão excludente, preconceituoso e
meritocrático. A tarefa do professor deve centrarse em ensinar o aluno a estabelecer uma
relação consciente com o conhecimento científico. Segundo Saviani, passase do senso
comum à consciência filosófica e cabe ao professor partir da prática social, buscando
alterar qualitativamente a prática de seus alunos, para que possam ser agentes de
transformação social.
“Uma mudança implica a dialetização entre a denúncia da situação ao anúncio
de sua superação no fundo, o nosso sonho” (Freire, 1998, pg. 88)
A participação da Direção, Equipe Pedagógica, Funcionários e a Comunidade
Escolar é condição básica para que na escola aconteça a apropriação do saber,
contribuindo assim para eliminar a seletividade social e tornála democrática. É
necessário uma Gestão compartilhada, pois, a democracia é uma comunidade inclusiva;
pessoas tomando parte no processo, reconhecendo a diversidade de seus membros,
abrindo espaço para a participação de pais, alunos, membros do colégio no debate das
questões básicas da escola.
Ensinar a ler, a entender o que foi lido, a escrever e a usar números para lidar com
problemas do mundo real. Não se pode exigir do nosso aluno “consciência critica”, se ele
não consegue entender o texto escrito.
A formação de um educador comprometido com a educação exige reflexão
contínua sobre o “fazer” como fazer sua prática. Para que isso ocorra a Equipe
Pedagógica fará com os professores, leituras, reflexões, análises nos encontros e nas horas
atividades buscando caminhos para mudar a atual realidade: “alunos aprendendo tão
pouco”. O grande desafio do Colégio Estadual Paula Gomes é que todos alcancem um
51
maior desenvolvimento cultural e consequentemente profissional.
Sabemos que não é tarefa fácil, mas são objetivos buscados: melhorar a
metodologia, aulas diversificadas, planejamentos participativos, trocas de experiências,
reflexão e investigação, um trabalho integrado, organizado, coletivo em função do aluno,
do jovem que queremos.
“A educação vive a dialética instigadora entre seu cotidiano, a escola vivida e
instituída, e a escola dos seus sonhos, a escola projetada que procura instituir,
na escola instituída” Gadotti.
Cada escola efetiva o princípio curricular ao orientar e pautar suas ações de
seleção e de transposição de saberes na integração das múltiplas e complexas relações que
envolvem a comunidade, a cidade, o país, buscando democratizar o conhecimento
científico e as tecnologias de forma a utilizálas numa interação aprendente – aprendiz na
busca da construção de conhecimentos, práticas e atitudes situados culturalmente.
A Escola deve preconizar a vivência de práticas e de valores que se configurem
pelo respeito a diversidade, que se estruturem na cooperação e na participação consciente
de todos os componentes da escola, da comunidade escolar, para que seja garantido o
acesso irrestrito da população e uma formação integral do aluno.
É preciso fazer encontros, estudos e debates com os professores, pois o ser humano
precisa interagir, estudar, julgar, analisar, sintetizar fatos buscando desenvolver conceitos,
elaborar hipóteses e verificar a realidade dos processos educacionais numa prática
didática, na promoção de desafios cognitivos e emocionais, desencadeadores do
desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes. O exercício do diálogo e da auto
reflexão na articulação e na reconstrução de significados, proporcionando aos estudantes
a análise da coerência dos argumentos, dos conhecimentos implícitos e das ações
conscientes e inconscientes. É preciso dialogar com os professores, refletindo sobre
que rumo tomar, que sociedade se quer, que escola se deve buscar, respeitando as
diferenças entre os cidadãos atendendo os alunos nas suas necessidades e potencialidades.
A escola deve proporcionar aos estudantes uma educação que conduza a cidadania,
52
desenvolver relações horizontais de cooperação e solidariedade entre todos os envolvidos
no processo pedagógico.
Educar na diversidade significa formar indivíduos capazes de conviver em
sociedades cada vez mais plurais, propiciando a superação das diferentes formas de
exclusão.
“A Escola precisa ser séria, mas não precisa ser sisuda” Paulo Freire
Na medida em que se concebe o planejamento como um meio para facilitar e
viabilizar a democratização do ensino, o seu conceito necessita ser revisto, reconsiderado
e redirecionado.
Na prática docente o planejamento na grande maioria das vezes temse reduzido a
atividade em que o professor preenche e entrega um formulário, padronizado e
diagramado em colunas, onde o docente redige os seus “objetivos gerais”, “objetivos
específicos”, “conteúdos”, “estratégias” e “avaliação”.
Planejamento não é isto. Ele deve ser concebido, assumido e vivenciado no
cotidiano da prática social docente, como um processo de reflexão (reflectire, que
significa voltar atrás). Refletir é o ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis,
revisar, vasculhar uma busca constante de significado. É examinar detidamente, prestar
atenção, analisar com cuidado. E é isto o filosofar.
Elaborar, executar e avaliar planos de ensino exige que o professor tenha clareza
(crítica) da função da educação escolar na sociedade brasileira, da função político
pedagógica, do valor dos conteúdos como meios para a formação do cidadão consciente,
competente e crítico; das articulações entre conteúdos, métodos, técnicas e meios de
comunicação; e da avaliação no ensino –aprendizagem.
A elaboração (coletiva/individual) dos planos de ensino depende da visão do
mundo que temos e do mundo que queremos, da sociedade brasileira que temos e aquela
que queremos, da escola que temos e daquela que queremos.
O trabalho de planejamento a tarefa de preparar (pensar e redigir) vivenciar,
acompanhar e avaliar planos de ensino, são ações e reflexões que devem ser vivenciadas
53
pelo grupo de professores e não por apenas alguns deles. Ter uma clara reflexão dos
problemas básicos da escola, curso, disciplina e, principalmente de suas aulas.
Problemas de evasão, retenção, indisciplina, desinteresse, faltas, atrasos e tantos
outros, a escola necessita identificar suas causas tendo em vista a sua superação;
analisando a realidade e questionando a própria teoria.
O plano de ação do Colégio Estadual Paula Gomes deverá sempre ser avaliado,
para o acompanhamento e o desenvolvimento do Plano de Gestão e do Projeto Político
Pedagógico (PPP), com momentos de reflexão coletiva, de modo a permitir as
modificações necessárias para que se atinjam os objetivos desejados.
O desafio do Colégio Estadual Paula Gomes é formar cidadãos conscientes,
capazes de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da recuperação das
desigualdades e do respeito ao ser humano, um trabalho que vai exigir o
comprometimento de todos os envolvidos no Plano de Ação do Colégio: diretor,
Funcionários, professores, equipe pedagógica, alunos, pais, e a comunidade como um
todo.
É função de todos trabalharem no sentido de fazer com que a escola seja um lugar
de encontro de muitas pessoas; lugar de partilha de conhecimentos, ideais, crenças,
sentimentos, lugar de conflitos, uma vez que acolhe pessoas diferentes, com valores e
saberes diferentes. É nessa tensão viva e dinâmica que é preciso organizar a principal
função social da escola: “ensinar e aprender” – professores, alunos, funcionários, famílias
e todas as demais pessoas que fazem parte da comunidade escolar, desenvolvendo práticas
pedagógicas democráticas, respeitando os direitos individuais e coletivos de todos,
cooperando para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
54
6.1.3 Diretrizes Curriculares
Um dos desafios para a recuperação da Escola Pública são as diretrizes curriculares.
Elas propõem uma abertura no campo das práticas de ensino, convocam os professores a
ação contínua de escritura, conduzem a reflexões a direções, fazeres, articulam
conhecimentos propiciando uma composição com os saberes, para que através dessas
práticas se alcance o ensino que a Escola Pública almeja.
Segundo Antonio Vinão Frago (1998), o que ocorre na escola identifica os modos
de pensar, conhecer e atuar que proporcionam estratégias e pautas para organizar a aula e
a própria escola. A seleção destas estratégias e não de outras, as ações desta e não de
outra forma, os tempos e os espaços que junto com a experiência e formação do professor,
organizam a tarefa diária da escola.
As Diretrizes Curriculares da rede pública estadual tem como referência as
orientações legais decorrentes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.º
9.394/96 que estabelece que a educação básica é formada pela educação infantil, ensino
fundamental e médio, tendo por finalidades “desenvolver o educando, assegurarlhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecerlhes meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Art. 21 LDBN/96.)
O objetivo das Diretrizes Curriculares Nacionais é tratar da formação básica
comum assegurada a todos os estudantes. Segundo Cury, a federação é, calcada na noção
de colaboração, supõe um trabalho conjunto no interior do qual os agentes públicos
busquem, por consenso, respeito aos campos específicos de atribuições, tanto metas
comuns como meios mais adequados para a consecução das finalidades maiores da
educação. Essa noção implica, então, no despojamento de respostas e caminhos
previamente prontos e fechados.
“A educação verdadeira é mudança, é transformação da pessoa pelo que se da e
pelo que se recebe. É interação, da mesma forma que a educação, na medida
em que é uma transformação que muda o que se aprende. A aprendizagem,
quer dizer, mudança, é uma condicionante e uma prova tanto do bom
55
comunicador como do bom educador. Aquele que comunica codificando a
realidade aprende tanto quanto aquele que decodifica ao aprender essa mesma
realidade” (Gutierrez, 1988, p. 75).
Todos aqueles que integram a comunidade escolar precisam participar da
organização das “Diretrizes” do trabalho pedagógico. Todos agindo para que o trabalho
pedagógico aconteça, todos se beneficiando e se comprometendo com ele. Dessa forma a
partir dos conteúdos, da definição dos objetivos a serem alcançados na série, ou no ano
escolar, são estabelecidas as atividades a serem realizadas, definidos os materiais
necessários, as atitudes a serem desenvolvidas para o bom andamento dos processos de
ensino – aprendizagem.
6.1.4 Currículos
Um currículo completo e elaborado coletivamente é indispensável para garantir o
avanço dos alunos.
Currículo é uma construção sociocultural, é um modo de organizar uma série de
práticas educativas, refletir sobre a seleção de objetivos, métodos e conteúdos, é a
construção de uma identidade.
Na última década, o discurso educacional concentrouse na reforma educacional
que foi associada aos imperativos das grandes empresas. As escolas passaram a ser áreas
de treinamento para diferentes setores da força de trabalho, passaram a ser vistas como
promovedoras dos conhecimentos e das habilidades ocupacionais necessárias a expansão
da produção.
É necessário a realização de uma análise criteriosa na intervenção política sobre o
currículo, para estabelecer concretamente os mínimos para o sistema educativo, analisar
as tendências criadoras e renovadoras do sistema social educativo, facilitar uma escola
frequentada por todos os alunos, seja qual for sua condição social (Skilbeck, 1982).
Partindo do fato de que em nossa sociedade existem diferenças culturais e
desiguais oportunidades relacionadas a desigualdade socioeconômica e cultural, a
definição do núcleo curricular mínimo, não é uma decisão neutra para as diferentes
coletividades sociais, cujas experiências culturais extra escolares e as expectativas de
56
futuro conectam desigualmente com a cultura comum e com o que fica fora dela.
Numa sociedade heterogênea e com desiguais oportunidades de acesso à diferentes
setores inclusive a cultura, o currículo comum obrigatório tem que ser enfocado desde
uma perspectiva social.
Na atividade pedagógica, o professor é o elemento de primeira ordem desse
processo. É nele que recai não apenas as determinações a serem respeitadas provenientes
do conhecimento, ou dos componentes do currículo, mas também as obrigações em
relação aos seus próprios alunos, ao meio social concreto no qual vivem, e isso o chama
inevitavelmente a intervir, devido à responsabilidade para com eles. O currículo tem a ver
com a cultura à qual os alunos têm acesso; já o professor, melhor do que outros, pode
analisar os significados substanciais da cultura que deve estimular para seus receptores.
O professor não decide sua ação no vazio, mas no contato da realidade, de um local
de trabalho, numa instituição que tem suas normas de funcionamento e marcadas às
vezes pela administração, pela política curricular, pelos órgãos de governo ou pela
simples tradição que se aceita sem discutir.
“O professor é quem, em última instância, decide os aspectos a serem
desenvolvidos na classe, especificando quanto tempo dedicará a uma
determinada matéria, que tópicos vai ensinar, a quem os ensina, quando e
quanto tempo concederlhesá e com que qualidade serão aprendidos”.
Schwille (1982 p. 12).
O planejamento do professor é o mais importante determinante do que se ensina na
escola. O currículo, como produto da realidade, é transformado e adaptado no processo de
planejamento por meio de acréscimos, subtrações e decisões do professor sobre o ritmo, a
sequência e a ênfase em alguns de seus componentes. Esse é um dos desafios a serem
enfrentados: elaborar um currículo o qual ofereça uma consistente formação humana –
possibilitando que o aluno se aproprie dos conhecimentos historicamente constituídos,
desenvolvendo um olhar crítico e reflexivo sobre essa constituição e, por outro lado,
possibilite a compreensão da lógica e dos princípios técnicocientíficos que marcam o
57
atual período histórico e afetam as relações sociais e de trabalho. Uma educação
humanista e tecnológica que ofereça uma formação pluridimensional para além do
humanismo clássico e da profissionalização específica, que possibilite ao estudante
condições tanto de inserir e intervir no mundo do trabalho quanto de continuar seus
estudos, ingressando no ensino superior.
Será também necessário considerar as dimensões formadoras do sujeito, a
complexidade histórica e social e a singularidade. O estudante é também um ser que
interpreta e dá um sentido ao mundo, a sua vida e à sua história.
Por isso é muito importante estudos e debates com professores, equipe pedagógica,
pensando em um currículo que contribua para a formação crítica do nosso aluno. Para
isso o começo seria fazer uso dos saberes escolares de um ponto de vista questionador,
contextualizados numa perspectiva interdisciplinar, quebrando a rigidez que a
legitimidade social e o estatuto de verdade dão a eles.
É necessário que o professor se atualize continuamente na sua disciplina de
formação e faça uma análise crítica de como, por que, onde e a serviço do que, e de quem,
esta disciplina é dada, ou seja, deve fazer uma análise de sua prática pedagógica e de sua
concepção de conhecimento, de educação.
Os professores devem organizarse para estudar, planejar, avaliar os caminhos
traçados e os resultados alcançados – avaliar a organização do trabalho como um todo,
revendo posições, metodologias, modos de enfrentar surpresas e dificuldades, pois
selecionar conteúdos não é apenas fazer uma lista de conhecimentos que se transmitem
num modelo escolhido a priori, mas o currículo deve emergir de condições reais em que
se dá o trabalho com o conhecimento.
“As mudanças culturais chegam às escolas através dos currículos, mas apenas
na medida em que se plasmam em práticas concretas” Gemeno Sacristám
Por isso o currículo deve conter:
a) Fundamentação teórica (preceitos gerais para o trabalho na área);
b) O histórico do ensino das disciplinas;
c) Os objetivos de aprendizagem de cada ciclo ou série (de preferência, com o que
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se espera que os alunos saibam ao fim do período);
d) Os conteúdos que serão trabalhados no período para alcançar essas expectativas
com a justificativa de cada um;
e) As orientações didáticas e bibliográficas;
6.1.5 Metodologia
O Colégio Estadual Paula Gomes adota a Tendência Progressista “Crítico Social
dos Conteúdos” que tem como pressupostos básicos a construção de uma sociedade justa,
igualitária, democrática e a utilização dos conteúdos como um instrumento privilegiado
para a formação de tal sociedade, oferecendo aos nossos alunos, uma compreensão da
lógica dos processos e a formação de raciocínio lógico, voltado para compreensão do
mundo e das relações sociais nas quais as pessoas se inserem para formação de cidadãos
que se preocupam na implementação de mudanças sociais.
Os conteúdos do Colégio Estadual Paula Gomes são vistos, portanto como um
instrumento de desalienação dos cidadãos.
Por isso o professor deve conhecer os mais variados elementos que envolvem sua
prática educativa, a necessidade de compreendela da forma mais completa, filosófica e,
cientificamente possível.
O método materialista, histórico, dialético (Marx) propicia ao aluno passar do
senso comum educacional (conhecimento da realidade empírica), reflexão teórica
(movimento do pensamento, abstrações) para uma consciência filosóficarealidade
concreta, pensada, realidade educacional plenamente compreendida.
A construção do pensamento se daria pois, da seguinte forma: parte do empírico,
passa pelo abstrato e chega ao concreto. (Saviani, 1991, p 11). É a construção de ações
mais filosóficas, mais pensadas, mais completas, mais cheias de movimento lógico que
permite que o agir pedagógico tornese mais relacionado a realidade concreta.
Todo ser humano nasce com potencial e tem o direito de desenvolvêlo.
Por isso o Colégio Estadual Paula Gomes tem como grande desafio que os
professores não repassem para seus alunos receitas prontas que não vão ser aceitas. Os
alunos não devem aprender a resolver o problema no papel, mas saberem para que ele
59
serve na vida real. Conteúdo cumprido não é programa aprendido. Essa é a razão por que
os professores devem se preparar, pesquisar, ler muito, criar seu espaço, todos se
ajudando, sem competição e com muita cooperação. É preciso ouvir os alunos para saber
o que eles sentem e pensam.
O objetivo da escola é privilegiar a aquisição do saber, e de um saber vinculado as
realidades sociais, por isso é preciso que os métodos favoreçam a correspondência dos
conteúdos com os interesses dos alunos, e que estes possam reconhecer nos conteúdos o
auxilio ao seu esforço de compreensão da realidade, prática social.
A metodologia de uma pedagogia crítica não parte de um saber artificial,
depositado a partir de fora, nem do saber espontâneo, mas de uma relação direta com a
experiência do aluno, confrontada com o saber trazido de fora. O trabalho docente
relaciona a prática vivida pelos alunos com os conteúdos propostos pelo professor,
momento em que se dará a “ruptura” em relação à experiência pouco elaborada. Tal
ruptura só é possível com a introdução explicita pelos professores, dos elementos de
análise a serem aplicados criticamente à prática do aluno. Conteúdos historicamente
produzidos, não teóricos, abstratos, mas, é necessário trazer para o plano do
conhecimento a dialética real.
Uma aula deve começar pela constatação da prática real, havendo, em seguida, a
consciência dessa prática no sentido de referila aos termos do conteúdo proposto, na
forma de um confronto entre a experiência e a explicação do professor. Vaise da ação à
compreensão e da compreensão à ação, até a síntese, unidade entre a teoria e a prática.
Assim dentro dos limites da organização escolar, é preciso buscar maneiras de
ensinar compatíveis com a metodologia específica das diferentes disciplinas e que
respeitem as características dos processos humanos de conhecimento e de aprendizagem.
Articular o ensino e a aprendizagem implica articular conteúdo e forma, tornando
cada vez mais o ensino favorável à ocorrência da aprendizagem. Isso exige riqueza de
situações, experiências e recursos para favorecer o processo múltiplo, complexo e
relacional de conhecer e incorporar dados novos ao repertório de significados, utilizando
os na compreensão orgânica dos fenômenos no entendimento da prática social.
A linguagem oral com a qual crianças e adolescentes se expressam está
60
impregnada de marcas que representam grupos sociais de origem, valores e
conhecimentos. É a partir desses modos de falar e de ser que o trabalho pedagógico deve
ser organizado.
6.1.6 Avaliação
Deliberação 007/99, do Conselho Estadual de Educação do Paraná, “os critérios de
avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em consonância com o currículo do
Estabelecimento de Ensino” e a LDB em seu Artigo 24, Inciso V, alínea a, estabelece:
“avaliação contínua e comparativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os
de eventuais provas finais”.
O professor deve elaborar o Plano de Trabalho Docente de acordo com o PPP da
Escola.
A avaliação deve ser entendida como parte integrante do processo educacional,
sendo um dos aspectos essenciais para a qualidade do ensino devendo centrarse na
investigação, qualificação e, sobretudo, na intervenção como afirma Lukesi (1995).
A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se
articula com o Projeto Político Pedagógico e com o Proposta Pedagogica Curricular. A
avaliação, tanto no geral quanto no caso específico da aprendizagem não possui uma
finalidade em si, ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado
previamente definido: garantir a qualidade do resultado que estamos construindo, a partir
de um processo de assimilação ativa dos conteúdos historicamente produzidos.
A prática da avaliação da aprendizagem, em seu sentido pleno, só será possível na
medida em que se estiver efetivamente, interessado na aprendizagem do educando, ou
seja, há que se estar interessado em que o educando aprenda aquilo que está sendo
ensinado.
No caso da avaliação, vale bem lembrar o baixo investimento pedagógico. Para
professores, alunos, pais e instituições, interessa mais a aprovação dos educandos,
estamos pouco atentos ao seu efetivo desenvolvimento. Os professores dizem:
“Ensinamos, mas os alunos não aprendem; o que é que vamos fazer...?” Se estamos
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interessados em que aprendam, há que se ensinar até que aprendam, devese investir na
construção dos resultados desejados.
A avaliação implica na retomada do curso de ação se ele não tiver sido satisfatório,
ou a sua reorientação, caso esteja se desviando. A avaliação da aprendizagem necessita,
para cumprir seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a aprendizagem
bem sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é que a avaliação deixe de
ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e
assuma o papel de avaliar uma aprendizagem significativa, momento da síntese, isso é,
quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire um visão mais clara e
unificadora .
O trabalho escolar precisa ser avaliado, não como julgamento definitivo e
dogmático do professor, mas como uma comprovação para o aluno de seu progresso em
direção à noções mais sintetizadas.
A avaliação escolar deve ser crítica: analisando os resultados de toda a ordem do
trabalho pedagógico, ter conhecimento dos problemas que existem em todo ambiente
escolar, compreender e coletivamente diagnosticar tais situações enquanto aluno,
educador, sociedade, buscando sempre o desenvolvimento das capacidades dos alunos, ser
consciente das mudanças necessárias propondo conteúdos voltados para a interação
“conteúdos X realidades sociais”.
Ter ciência de que, por meio dos instrumentos de avaliação da aprendizagem,
estamos solicitando ao educando que manifeste seu modo de aprender, sua capacidade de
raciocinar, de poetizar, criar estórias, seu modo de aprender.
Não se pode querer que o educando manifeste uma aprendizagem que não foi
proposta nem realizada. Um instrumento de avaliação da aprendizagem não tem que ser
nem mais fácil nem mais difícil do que aquilo que foi ensinado e aprendido. Os métodos
avaliativos não podem tomar o aluno apenas como objeto, pois isto compromete
irremediavelmente o objetivo das avaliações.
É preciso evitar métodos de avaliação relacionados com ameaças e punições que,
alijando o aluno de sua condição de parceiro do educador na realização do trabalho
pedagógico, comprometem a constituição do sujeito que é precisamente o objetivo que a
62
avaliação deveria favorecer. Para tanto não deve haver horas especiais de verificação.
“Todo momento é ocasião de apreciar o rendimento escolar”(Lusia, 1962, p.
331).
A avaliação deve ser formativa, diagnóstica, dialética. Avaliase para modificar,
para promover uma ação, para ir além da constatação do fracasso. Desse modo a avaliação
numa concepção progressista, pressupõe a intervenção do professor no processo de
ensino/aprendizagem, deve servir não apenas para diagnosticar, para obter resultados
através da aplicação de instrumentos , mas principalmente para a orientação e revisão dos
objetivos/critérios que não foram atingidos. Desta forma, a avaliação em tese, só tem
sentido se servir para transformar a pratica, para promover uma ação, para melhorar os
resultados da aprendizagem proporcionando o sucesso escolar.
A utilidade da avaliação é fornecer subsídios imediatos para a correção do
processo educativo em direção ao objetivo buscado. A razão de ser da avaliação não é a
classificação ou a retenção de alunos, mas a identificação do estágio de compreensão e
assimilação do saber pelo educando, junto com as dificuldades que este encontra, bem
como os fatores que determinam tais dificuldades, com vistas a adoção de medidas
corretivas da ação. Esse caráter diagnóstico da avaliação já está a determinar a própria
frequência com que a mesma deve ser realizada.
6.1.7 Conselho de Classe
O Conselho de Classe é um orgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa
em assuntos didáticospedagógicos, com atuação restrita a cada classe do
Estabelecimento de Ensino, tendo por objetivo avaliar o processo educacional e a relação
professoraluno, propondo os procedimentos adequados a cada caso e deliberando sobre
resultados finais de avaliação individual, após analise em particular de cada caso.
Haverá tantos Conselhos de Classe ordinário ou extraordinário, quantas forem as
turmas do Estabelecimento de Ensino, e sempre que houver necessidade.
O Conselho de Classe, é constituído pelo Diretor, Secretaria, equipe pedagógica, e
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pelos professores que atuam numa mesma classe.
O Conselho de Classe reunirseá em cada bimestre, em datas previstas no
Calendário Escolar, e extraordinariamente sempre que um fato relevante assim o exigir.
O Conselho de Classe é um momento de reflexão, tomada de decisões, de criar
metas, levantar objetivos, planejar novas ações, redirecionar as praticas pedagógicas,
rompendo com a fragmentação dos conhecimentos.
O Conselho de Classe deve ser um espaço democrático e de construção de
alternativas, e não uma reunião que determina; deixando para a pedagoga uma lista de
alunos e pais a serem chamados. No PPP do Colégio o Conselho de Classe é valorizado
por seu caráter coletivo, um processo no qual por meio da analise de diversos
profissionais, busca a tomada de decisões numa perspectiva de auto desenvolvimento e
desenvolvimento de estrategias pedagógicas para o atendimento ao estudante.
O aluno não pode ser avaliado sem que se leve em conta aspectos quantitativos e
qualitativos do estudante: como ele se relaciona com o conhecimento, com outros
estudantes, com a equipe da escola, com o ambiente onde está inserido.
O Conselho de Classe deve ser um momento de reflexão do trabalho que está
sendo realizado e como tomada de decisão para um novo fazer e para mudanças de
estrategias.
6.1.8 Compete a equipe pedagógica
● Participar da elaboração, avaliação, realimentação do Projeto Político
Pedagógico, Regimento Escolar e Conselho de Classe.
● Acompanhamento aos professores nas permanências e na aprendizagem dos
alunos, bem como na adaptação no ambiente escolar.
● Orientar e assessorar o professor na seleção de conteúdos, elaboração e
atualização de recursos didáticos e tecnológicos, pesquisando com os
professores, novos recursos, numa troca de experiências propondo formas de
atuação que viabilizem o processo de ensino – aprendizagem.
● Identificar as necessidades de aprofundamento teórico dos professores e
promover momentos de estudos coletivos e as reflexões decorrentes.
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● Detectar e acompanhar, junto ao Corpo Docente, casos de alunos que apresentem
problemas específicos, tomando decisões que proporcionem encaminhamento e
atendimento adequado pela escola, família e instituições.
● Envolver a comunidade escolar no processo ensino – aprendizagem, por meio da
participação efetiva e conjunta dos pais.
● Acompanhar o processo e o registro das avaliações escolares.
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