O comportamento social poderá ser entendido, de

forma genérica, como um conjunto de acções, atitudes e

pensamentos que o indivíduo apresenta em relação à

comunidade, aos indivíduos com que interage e a ele

próprio.

A qualidade desta interacção é resultante da conjugação

de dados inatos com os processos de socialização.

As pessoas manipulativas não especificam o que

querem ou o que estão a querer dizer. Em vez disso

utilizam métodos indirectos de forma a que adivinhe o

que eles querem dizer ou se sinta tão mal ou

responsável por eles. Concordando em fazer o que eles

querem, mesmo contra vontade.

O comportamento manipulativo é passivo, porque a

pessoa não diz directamente o que quer e agressivo

porque não respeita os direitos dos outros.

Tem como raízes a baixa auto-estima. Muitas vezes

acham-se muito espertas porque conseguem quase tudo o

que querem através de truques e chantagens.

Uma educação tradicional onde a manipulação era o

único meio para atingir os objectivos. Os pais para

obterem o poder sobre os filhos utilizavam

comportamentos manipuladores. (Ex: Não faças isso, porque dá

azar!)

Acreditar, de facto, que:

Não se pode confiar em ninguém, nem nos Santos;

Não se pode nem deve ser franco e directo;

A acção indirecta é mais eficaz que o face a face.

A principal característica da comunicação manipuladora é:

A utilização de linguagem confusa, para atingir os seus

objectivos.

Utiliza-se frequentemente da chantagem emocional para.

É um actor nas suas relações interpessoais.

Exagera e caricatura nalgumas partes da informação

emitida pelos outros (Ex: NM - A Maria está maldisposta. M - A Maria está a

vomitar, não imaginam… Está toda curvada, e a sala está toda suja!!!)

Repete a informação desfigurada e manipula-a. (Ex: NM - A

Maria está a vomitar. M - De certeza de que está grávida!)

Nega factos e inventa histórias para mostrar que as coisas

não são da sua responsabilidade (Ex: M- Eu?!; Não fui eu!)

É especialistas em rumores e no «diz que disse»

A sua arma preferida é a culpabilidade. (Ex: M- Tudo eu, Tudo

eu!; Pois, tenho de ser sempre eu a fazer isso!)

Faz chantagem emocional/moral (Ex: M- Pois, ninguém gosta de

mim…/Nunca faço nada bem…)

Emprega frequentemente o “nós” e não o “eu”. (Ex: M-

“falemos francamente”; “confiemos um no outro”).

Apresenta-se sempre cheio de boas intenções (Ex: M- Não te

preocupes com isso. Eu faço isso por ti ) – Oferece-se sempre.

Fala por meias palavras e é confuso

(Ex: M- Se não tivesses feito aquilo, aquilo não

tinha acontecido…)

• Se fosses mesmo boa amiga, tu... ou Se fizeres isso, então

eu não sei o que farei. (chantagem emocional)

• Se eu fosse a ti, … (decidir pelo outro)

• Eu acho que devias…

• Se me fizeres isto, ficar-te-hei eternamente grato. (Oferece

recompensas: aprovação ou bens materiais)

• Fingir-se cansado, de forma a que tenham de tomar uma

decisão por ele.

• Tu pareces estar um bocado “à nora” com essa papelada

toda (exploração das vulnerabilidades dos outros)

• Ser simpático em demasia.

• Não posso porque neste momento a minha família está

toda doente. (dar desculpas de forma a que se sinta comovido)

• Todos os outros pensam que esta é uma boa ideia

(pressionando a fazer sentir-se isolado)

• Lamuriar-se.

Veja se estas frases lhe são familiares:

- "Eu não vou fazer mais nada aqui. Só eu faço, e ninguém se

mexe!"

- "Como de costume, EU VOU TER QUE LAVAR A LOUÇA

SOZINHA... E com toda a enxaqueca que eu estou desde esta

tarde ..."

Estas são frases bastante comuns para indução de culpa, junto

com uma ameaça, e "preparada" para, no mínimo, ganhar a

simpatia dos outros.

Ao invés de pedir honestamente por ajuda, o que seria o

esperado, honestamente correcto, essa pessoa "trabalha" para

fazer com que os outros se sintam mal por ela, a fim de

conseguir o que ela quer.

O manipulador perde a sua credibilidade à medida que os

seus “truques” são descobertos.

Reclamações sucessivas;

Vitimização;

Uma vez descoberto, o manipulador tende a vingar-se dos

outros e, se tem poder, utiliza-o para isso;

Stress;

Dificilmente recupera a confiança dos outros;

Solidão.

De início, o comportamento manipulativo pode

vencer, mas com o passar do tempo, as pessoas

começam a sentir-se desconfortáveis face ao sujeito

manipulador (mesmo que não saibam muito bem

porque se sentem assim), ressentidas, aborrecidas,

irritadas, zangadas e com vontade de evitar o

sujeito manipulador.

Rapidamente se perderá a confiança nas pessoas

que manipulam.

Quem manipula sabe bem que só o consegue fazer

por curtos períodos de tempo: Até à próxima

vítima! Sentem-se cada vez mais inseguros;

imaginam constantemente novos esquemas de acção

manipulativa, que virão sempre a ter o mesmo

resultado: O afastamento dos outros!

Reformular sempre de forma perceptível e clara;

Ex: NM - Não, desculpa lá, mas o que tu queres dizer

não é isto assim, assim…?

Questionar as situações;

Ex: M - O pai do João comprou 1 computador para

ele. NM – De certeza que ele teve boas notas e mereceu.

Cingirmo-nos somente àquilo que nos interessa;

Acabar com os rodeios.

Ex: NM - Deixa-te disso, vamos mas é falar do que

interessa está bem?

Fica aqui a pergunta para todos nós:

Por que não sermos honestos

connosco e admitirmos abertamente

que queremos dinheiro, ajuda, poder

ou atenção?

Acreditamos que se todos nós aprendermos a

pedir, honesta e gentilmente, os relacionamentos

seriam muito mais harmoniosos e duradouros.

Perante este trabalho concluímos que o estilo de

comunicação manipulativo gera comunicação

manipulativa.

Visto este estilo comunicativo ter uma origem

na educação, é importante estarmos atentos à

mesma e do que se transmite nela.

Apesar de várias personalidades conterem um

pouco de cada estilo de comunicação, temos que

achar o meio termo.

Como me sinto como

receptor

Como se sente sobre si

próprio

Recompensas Consequências a longo prazo

Manipulativo

Irritado;

Magoado;

Confuso;

Não percebe o que se passa;

Desiludido;

Culpabilizado.

Frustrado;

Amargo;

Desapontado;

Esperto;

Impotente;

Baixa auto-estima.

Auto-protecção;

Influência os outros porque eles

não percebem o que se está a

passar até ser tarde demais.

Evita:

Confronto directo;

Ser rejeitado directamente.

Stress;

Amizades destruídas;

Perda de confiança nos outros;

Zanga face a si e face aos outros.

Passivo

Irritado;

Confuso;

Aborrecido

Inseguro;

Frustrado;

Pouco importante

Com piedade dele, mas…

Desapoiado;

Sem poder;

Inadequado;

Ignorado;

Frustrado;

Pouco importante;

Baixa auto-estima.

Evita:

Riscos;

Responsabilidades;

Rejeição;

Ser culpabilizado;

Tomar decisões.

Outros não sabem qual é a sua

posição;

Mal-entendidos;

Aumento do isolamento;

Aumenta sentimento de rejeição;

Baixa auto-estima.

Agressivo

Pequenino;

Desprotegido;

Assustado;

Abusado.

Descontrolado;

Temporariamente superior;

Ameaçador;

Inseguro;

Baixa auto-estima.

Poder;

Domínio;

Não ter necessidade de explicar,

negociar ou ouvir os outros.

Isolamento;

Rejeição;

Perda de:

Influência;

De respeito;

De auto-respeito.

Assertivo

Esclarecido;

Valorizado;

Respeitado;

Ouvido.

Confiante;

Calmo;

Ideias claras;

Muita auto-estima com sentido de

poder interior.

Ter resultados;

Ser claro;

Agarrar oportunidades;

Relações honestas;

Aumento do auto-respeito.

Mover-se calma e seguramente para

as metas estabelecidas;

Construção de relações sólidas;

Construção de respeito mútuo.

Neide Correia

Verónica Lourenço

Sónia Lopes