Estilo mangá: o Papai Noel da Fanta? Estudo do estilo mangá como ferramenta de persuasão na...
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FACULDADE ESTCIO DE S DE SANTA CATARINA
LEONARDO ZARDO REOLO
ESTILO MANG: O PAPAI NOEL DA FANTA?ESTUDO DO ESTILO MANG COMO FERRAMENTA DE
PERSUASO NA PUBLICIDADE
SO JOS, 2010.
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LEONARDO ZARDO REOLO
ESTILO MANG: O PAPAI NOEL DA FANTA?ESTUDO DO ESTILO MANG COMO FERRAMENTA DE
PERSUASO NA PUBLICIDADE
Monografia apresentada disciplina ProjetoExperimental II, como requisito parcial paraobteno do grau de Bacharel emComunicao Social com Habilitao emPublicidade e Propaganda da FaculdadeEstcio de S de Santa Catarina.
Professores orientadores:Contedo: Diego Moreau de Carvalho, Msc.Metodologia: Gabriela Faversani Furtado, Esp.
SO JOS, 2010.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, minha me Maristela. Palavras no so capazes de expressar aimensa gratido e admirao que tenho por ela. Essa Monografia representa mais um passo da
nossa caminhada.
Ao orientador, professor e amigo Diego Moreau, que durante esses 4 anos, muitas
vezes me ajudou com o carinho que s um pai teria com o seu filho.
A todos os professores que me acompanharam durante todo o curso. Em especial,
professora Mrcia Alves por sua ateno, dedicao e competncia.
professora orientadora Gabriela Furtado pelo seu empenho que, alm de transmitirconhecimentos relacionados metodologia, contribuiu para o aprimoramento de todo o
trabalho.
turma da primeira fase de Publicidade e Propaganda da Estcio de S, por sua
colaborao no grupo de foco. Essa contribuio foi fundamental para a elaborao deste
trabalho.
Por fim, agradeo aos meus colegas de turma que, aps uma convivncia diria, j os
considero amigos inesquecveis.
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RESUMO
O presente estudo tem como objetivo analisar o estilo mang sob a perspectiva da publicidade. A este propsito, foi preciso buscar subsdios na literatura que incluem osconceitos de comunicao desde os seus primrdios, passando pela retrica aristotlica e osestudos saussureanos da linguagem. Em seguida feita uma anlise sobre esttica e estilo,incluindo estilos artsticos, a contextualizao histrica e as discusses sobre arte e belo.Aps, feita uma anlise sobre comunicao de massa, observando os principais meios decomunicao de massa impressos, eletrnicos e digitais. Quanto a isto, o meio digital est setornando, cada vez mais, de grande importncia na expanso do estilo mang pelo mundo. A
publicidade tambm est evidenciada neste estudo. Busca-se conceitos sobre criatividade,estratgias de comunicao, alm do levantamento terico sobre a elaborao de uma
campanha publicitria. So apresentados os procedimentos metodolgicos utilizados notrabalho, para que, ento, o estilo mang possa ser analisado. Um vasto levantamento feitosobre tudo que envolve este tema. Contexto histrico, principais obras e a internacionalizaodo estilo esto entre os principais aspectos abordados. A histria da Coca-Cola e da Fanta,
juntamente com os dados apurados sobre a campanha Fanta Play, que utiliza o estilo mang,tambm esto presentes. Aps caracterizar o pblico jovem, apresentada a descrio eanlise da entrevista realizada com o grupo de foco, que visou responder o problema do
presente estudo. Os questionamentos que envolvem a importncia do mang em umacampanha publicitria e como ele pode interferir como agente persuasor, enfim, puderam sermensurados.
Palavras-chave: Estilo mang. Pblico jovem. Publicidade.
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LISTA DE ILUSTRAES
Ilustrao 1: Entidade psquica de duas faces ........................................................................ 18
Ilustrao 2: O signo constitudo por uma relao tridica .................................................... 19
Ilustrao 3: A forma racional que deve assumir o estudo lingstico ................................... 20
Ilustrao 4: Sistema das relaes paradigmticas ................................................................. 22
Ilustrao 5: Biso, encontrado na caverna de Altamira (Espanha) ....................................... 23
Ilustrao 6: Um rapaz japons pintando um ramo de bambu ............................................... 24
Ilustrao 7: Caractersticas das principais mdias pblico em geral .................................. 30
Ilustrao 8: Resumo das alternativas de estratgia criativa .................................................. 41Ilustrao9: Como ler mangs................................................................................................ 50Ilustrao 10: Mapa do mundo com destaque no Japo ......................................................... 52
Ilustrao 11: The Great Wave at Kanagawa ......................................................................... 54
Ilustrao 12: The Japan Punch .............................................................................................. 55
Ilustrao 13: Narakuro .......................................................................................................... 56
Ilustrao 14: Gen, Ps Descalos parte 1 ........................................................................... 57
Ilustrao 15: Gen, Ps Descalos parte 2 ........................................................................... 58Ilustrao 16: Shin-Takarijima ............................................................................................... 60
Ilustrao 17: Apresentao do Teatro Takarazuka ............................................................... 61
Ilustrao 18: Astro Boy na dcada de 60 .............................................................................. 62
Ilustrao 19: Pster Astro Boy .............................................................................................. 63
Ilustrao 20: Kimba .............................................................................................................. 64
Ilustrao 21: Black Jack........................................................................................................ 65
Ilustrao 22: Recado para Adolf........................................................................................... 66Ilustrao 23: Buda ................................................................................................................. 67
Ilustrao 24: Proporo dos tipos de revista no mercado de mang ..................................... 69
Ilustrao 25: Doreamon ........................................................................................................ 70
Ilustrao 26: One Piece ......................................................................................................... 71
Ilustrao 27: Naruto .............................................................................................................. 71
Ilustrao 28: Bleach .............................................................................................................. 71
Ilustrao 29: Weekly Shonen Jump ...................................................................................... 72
Ilustrao 30: Joe do Amanh ................................................................................................ 73
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Ilustrao 31: Neon Genesis Evangelion ................................................................................ 75
Ilustrao 32: Leitura do mang no metr .............................................................................. 76
Ilustrao 33: Notas de um frentico mundo das vendas ....................................................... 77
Ilustrao 34: Phoenix ............................................................................................................ 78
Ilustrao 35: Sazae-san ......................................................................................................... 79
Ilustrao 36: A Princesa Cavaleiro ....................................................................................... 80
Ilustrao 37: Sailor Moon ..................................................................................................... 81
Ilustrao 38: Speed Racer..................................................................................................... 85
Ilustrao 39: Dragon Ball Z .................................................................................................. 86
Ilustrao 40: Pokmon .......................................................................................................... 87
Ilustrao 41: Superflat .......................................................................................................... 88Ilustrao 42: A Viagem de Chihiro ....................................................................................... 89
Ilustrao 43: Turma da Mnica Jovem ................................................................................. 90
Ilustrao 44: John Pemberton ............................................................................................... 92
Ilustrao 45: Logomarca Coca-Cola ..................................................................................... 92
Ilustrao 46: Jacobs Pharmacy ............................................................................................. 93
Ilustrao 47: Asa Candler..................................................................................................... 94
Ilustrao 48: Garrafa Clssica de Coca-Cola ........................................................................ 95Ilustrao 49: Robert Woodruff............................................................................................. 96
Ilustrao 50: Papai Noel em 1931 ......................................................................................... 97
Ilustrao 51: Garrafas Internacionais de Coca-Cola ............................................................. 98
Ilustrao 52: Propaganda Unio das Culturas ....................................................................... 99
Ilustrao 53: Lata de Fanta Laranja ...................................................................................... 101
Ilustrao 54: Fanta Diverso Proibida .................................................................................. 102
Ilustrao 55: Fanta Surf........................................................................................................ 103Ilustrao 56: Exposio de Murakami no Palcio de Versalhes ........................................... 104
Ilustrao 57: Palavras escolhidas pelos jovens para definir a gerao ................................. 106
Ilustrao 58: Procedimentos estticos ................................................................................... 107
Ilustrao 59: Celular Coca-Cola ........................................................................................... 113
Ilustrao 60: Av Coca-Cola ................................................................................................ 113
Ilustrao 61: Abra a felicidade Coca-Cola ........................................................................... 114
Ilustrao 62: Conquista Fanta ............................................................................................... 115
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SUMRIO
1 INTRODUO ................................................................................................................ 10
1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 11
1.2.1 Objetivos especficos .................................................................................................. 11
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 12
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 13
2 REVISO DE LITERATURA ....................................................................................... 142.1 COMUNICAO ........................................................................................................... 14
2.1.1 Linguagem .................................................................................................................. 17
2.1.2 Esttica e estilo ............................................................................................................ 23
2.1.3 Comunicao de massa .............................................................................................. 26
2.1.4 Meios de comunicao de massa ............................................................................... 29
2.1.4.1 Meios impressos: jornal e revista .............................................................................. 31
2.1.4.1 Meios eletrnicos: rdio e televiso .......................................................................... 332.1.4.3 Meio digital: internet ................................................................................................. 35
2.1.5 Publicidade e propaganda ......................................................................................... 36
2.1.6 Campanha publicitria .............................................................................................. 38
3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS .................................................................. 44
4 ANLISE DOS DADOS .................................................................................................. 49
4.1 MANG .......................................................................................................................... 49
4.1.1 Da Antiguidade Segunda Guerra Mundial ........................................................... 514.1.2 Osamu Tezuka ............................................................................................................ 59
4.1.3 Para todos os pblicos ................................................................................................ 68
4.1.4 O mang no mundo .................................................................................................... 82
4.2 COCA-COLA COMPANY ............................................................................................ 91
4.2.1 Histria da Coca-Cola ................................................................................................ 91
4.2.2 Histria da Fanta ........................................................................................................ 100
4.2.3 Campanha Fanta ........................................................................................................ 101
4.3 PBLICO JOVEM ......................................................................................................... 105
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4.4 ANLISE DO GRUPO DE FOCO ................................................................................ 109
5 CONCLUSO .................................................................................................................. 118
REFERNCIAS .................................................................................................................. 120
ANEXO A Declarao de responsabilidade ................................................................... 128
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1 INTRODUO
A Segunda Guerra transformou o cenrio mundial. Em meio a pases destrudos,
vencedores e vencidos, dois acontecimentos, ambos em cidades do Japo, podem ser
considerados os mais marcantes da poca: as exploses das bombas atmicas em Hiroshima e
Nagasaki. Foram fatos terrveis e que mudaram o curso da histria. Entretanto, com o fim da
Segunda Guerra que o Japo torna-se uma potncia mundial. Aps uma exploso catastrfica,
a exploso econmica ganha espao.
Semelhante ao Brasil, o Japo um pas que sempre soube absorver outras culturas.
No caso dos japoneses, eles conseguem extrair o melhor. Assim foi com a arte chinesa e, nops-guerra, com a cultura estadunidense. neste contexto que ganha fora o estilo mang, as
histrias em quadrinhos do Japo. O que at ento era considerado um produto miditico
regionalizado torna-se um fenmeno mundial. Diversos pases, incluindo Estados Unidos,
Brasil, pases europeus e demais pases asiticos, passam a admirar este estilo esttico.
A cultura pop japonesa, em sua totalidade, exerce fascnio no Ocidente, mesmo
havendo o preconceito de alguns. Na viso de Gusman (2005), o mang possui uma grande
influncia na formao de novos leitores do mercado de histria em quadrinhos. De fato, omang passou a ser uma das principais maneiras para se comunicar com o jovem da
atualidade. Gravett (2006, p. 156) comenta que agncias de propaganda e diretores de arte
esto clamando por imagens em estilo mang. Face a isto, a empresa Coca-Cola, por meio da
marca Fanta, lanou uma campanha com uma abrangncia mundial utilizando toda a esttica
do estilo mang.
O estilo mang consolida-se em meio a um mundo globalizado, no qual as fronteiras
culturais esto cada vez mais estreitas. Cabe ao profissional de comunicao ter um olharcrtico sobre esse fenmeno e poder extrair o mximo sobre o tema.
1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA
As histrias em quadrinhos japonesas so um sucesso em dezenas de pases do
mundo. Assim como o mang, muitos produtos culturais japoneses (anims, filmes, jogos de
videogames e kawaii) aumentaram expressivamente seu consumo em todo o planeta. Luyten
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(2005) explica que um dos motivos para esse sucesso a proximidade da culturapop do Japo
com a dos americanos, com influncia dos desenhos animados Disney e filmes de Hollywood.
Os valores americanos e japoneses, juntos de forma harmnica, fizeram a cultura do Japo
mais aceitvel ao Ocidente.
Atualmente, a cultura japonesa est inserida no cotidiano de milhares de jovens,
crescendo o consumo de produtos ligados esttica japonesa. Neste cenrio, a empresa Coca-
Cola, por meio da sua marca Fanta, veicula uma campanha publicitria que utiliza o estilo
mang. A marca utiliza o estilo como uma ferramenta de persuaso, como um recurso para
comunicar-se com o seu pblico-alvo. A anlise do resultado do presente trabalho dever
proporcionar respostas ao seguinte problema de pesquisa: que influncia o estilo mang
exerce em uma campanha publicitria voltada para o pblico jovem?
1.2 OBJETIVOS
Neste tpico apresentam-se os objetivos (geral e especficos) que direcionaram a
elaborao do presente estudo.
1.2.1 Objetivo geral
Analisar a influncia do estilo mang atuando como ferramenta de persuaso na
publicidade.
1.2.2 Objetivos especficos
a) Levantar fundamentos, por meio da reviso da literatura, sobre o tema proposto;b) Definir e contextualizar o estilo mang;c) Realizar levantamento histrico da empresa Coca-Cola;d) Estudar a campanha da Fanta que utiliza o estilo mang;
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e) Caracterizar o pblico jovem para qual a campanha da Fanta foi destinada;f) Caracterizar o pblico jovem leitor de mang;g) Realizar pesquisa com jovens sobre o tema abordado.
1.3 JUSTIFICATIVA
Em um contexto geral, o presente trabalho proporcionar uma discusso sobre um
fenmeno miditico que passou a ter grande importncia a partir das duas ltimas dcadas. O
mang um estilo artstico que, devido globalizao, tornou-se conhecido mundialmente. Acultura japonesa j est inserida na sociedade brasileira. Ao ir ao shopping, v-se pessoas
comendo sushis e outras comidas orientais utilizando hashis, as bancas de revistas vendem
mangs, mtodos medicinais, teraputicos e estticos desenvolvidos no Japo so oferecidos
em clnicas particulares de todo o Brasil, grande parte das marcas de produtos eletrnicos com
alta tecnologia nas lojas made in Japan. O Brasil um dos pases que inseriu a cultura
pop japonesa em seus hbitos de vida e a esttica do mang est englobada nessa cultura.
A indstria do entretenimento, que inclui jogos de videogame, filmes e livros,movimenta um volume considervel de dinheiro todos os anos. O estilo mang ajuda esta
indstria a crescer ainda mais, principalmente com a preferncia por este estilo entre a novas
geraes. O profissional de comunicao precisa observar o ambiente que o cerca. Sobretudo
ao ter embasamento para poder dizer o que seu pblico quer ouvir. O estudo sobre o nvel no
qual o mang pode ser persuasivo na publicidade auxiliar em futuras estratgias de
comunicao que desejam se comunicar com o pblico jovem.
No que se refere ao aspecto pessoal, o acadmico que est realizando este estudocresceu fazendo parte da gerao mang. Desde a infncia, primeiramente com anims e
shounens (mangs com temtica infantil e que tem meninos como pblico-alvo), at a vida
adulta, com osseinens (mangs com temtica mais amadurecida e/ou realista). Paralelo a isso,
o acadmico, que tem como aspirao consolidar-se em sua carreira como diretor de arte,
poder utilizar o conhecimento adquirido no presente estudo durante toda a sua vida
profissional.
Em ltima anlise, o estudo do estilo mang na publicidade um tema pertinente ao
curso de Comunicao Social e, tambm, proporciona uma discusso sobre um fenmeno,
relativamente, atual. Na academia ainda no existe um nmero significativo de trabalhos
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referente a histria em quadrinhos e, especificamente, sobre mang ainda mais raro. Alm
disso, a consulta a este trabalho poder subsidiar outros acadmicos em suas pesquisas.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Neste item delineiam-se os principais captulos do estudo. O primeiro captulo formado pela a introduo, pelo tema e problema de pesquisa, os objetivos (geral e
especficos), justificativa (social, pessoal e acadmica) e finalizado por esta estrutura.
O segundo captulo se trata da fundamentao terica, que serviu de subsdiopara odesenvolvimento do estudo. Com conceitos sobre comunicao, linguagem, esttica e estilo,
comunicao de massa, meios de comunicao de massa (impresso, eletrnico e digital),
publicidade e propaganda e campanha publicitria foi possvel analisar e aprofundar o tema
em questo.
O terceiro captulo inclui os procedimentos metodolgicos explorados para o
desenvolvimento do estudo, com base nos conceitos dos autores. A este propsito, inclui a
descrio de pesquisa cientfica, a metodologia cientfica, o mtodo de pesquisa, as tcnicasde pesquisa e a abordagem utilizada.
O captulo quatro formado pela anlise dos dados, que possibilitou estudar o
problema da pesquisa. Para se chegar a uma concluso satisfatria, foi preciso conceituar o
estilo mang, em que contexto esse estilo surgiu e como se tornou um fenmeno mundial. Em
seguida, estudou-se a histria da Fanta e da Coca-Cola, empresa detentora da marca.
Retratou-se a campanha publicitria Fanta Play, que utilizou o estilo mang em sua
comunicao visual. Na seqncia, caracterizou-se o pblico jovem consumidor derefrigerante e leitor de mang. Levantou-se os dados da pesquisa na qual discutiu-se sobre o
tema em um focus group. Desse modo foi possvel analisaro problema da pesquisa,alcanando o ponto principal do estudo.
Em ltima anlise, o quinto captulo aborda a concluso, em que foi possvel
apresentar resposta para o problema pesquisado, alm de apresentar sugestes para pesquisas
futuras.
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2 REVISO DE LITERATURA
Com o objetivo de aprofundar o tema proposto pelo trabalho, foi realizada a
abordagem de temas que possuem relao direta ou indireta com o assunto pesquisado. Por
meio do levantamento dos conceitos tericos disponveis na literatura, buscou-se um
entendimento amplo sobre comunicao.
2.1 COMUNICAO
A comunicao um tema que, atualmente, tem grande importncia na sociedade.
Seu estudo pode ser abordado tanto como um conceito mais amplo, bem como em contextos
mais restritos. Quanto origem da palavra, segundo Melo (1970, p. 14, grifo do autor),
comunicao vem do latim communis, comum. O que introduz a idia de comunho,
comunidade. Martino (2001, p. 14) conceitua comunicao como o processo de
compartilhar um mesmo objeto de conscincia. Schramm (1967 apud MELO, 1970) afirmaque quando o indivduo se comunica estabelece uma comunidade, ou seja, compartilha
informaes, ideias ou atitudes.
Para Bordenave (2001), ao se comunicarem os indivduos transformam, alm deles
prprios, toda a realidade que os rodeia. Complementando, Beltro e Quirino (1986) esclarece
que o ato de comunicar natural do ser humano, pois faz parte do seu instinto de
sobrevivncia. Sem a comunicao, no entender de Bordenave (2001, p. 36), cada pessoa
seria um mundo fechado em si mesmo. Pela comunicao as pessoas compartilhamexperincias, ideias e sentimentos. Ao se relacionarem como seres interdependentes,
influenciam-se mutuamente e, juntas, modificam a realidade onde esto inseridas.
O ato de compartilhar ideias primordial, pois sem isto a sociedade no teria se
desenvolvido. A humanidade ainda estaria em um estado primitivo, sem o desenvolvimento
de nenhum novo aprendizado. A comunicao um veculo de transmisso de cultura ou um
formador de bagagem cultural de cada indivduo na sociedade. (MELO, 1970, p. 23). Beltro
e Quirino (1986) observam que a sociedade est intimamente ligada comunicao, sendo
possvel identificar o estado de evoluo de uma civilizao de acordo com as formas,
instrumentos e sistema de comunicao. Jarbas (1963 apud MELO, 1970) defende que sem
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comunicao entre os seres humanos, no pode haver cultura. A existncia da comunicao
decisiva para que exista cultura. Isto influencia uma sociedade em todos os aspectos de quem
vive nela, pois
se tudo na vida pode ser decodificado como signo o penteado, a maneira de andare de sentar-se, o bairro em que se mora, a igreja em que se freqenta , ento a
prpria cultura de uma sociedade pode ser considerada como um vasto sistema decdigos de comunicao. Estes cdigos indicam os papis apropriados e oportunos,o que tabu e o que sagrado. (BORDENAVE, 2001, p. 54).
Para Beltro e Quirino (1986, p. 22), a histria da civilizao tambm a histria da
inveno de meios cada vez mais eficientes para a difuso e intercmbio de informaes que
permitissem s sociedades estruturadas a obteno de suas metas. Giddens (2006, p. 374)conclui que a comunicao transferncia de informaes de um indivduo ou de um grupo
para outro, seja atravs da fala ou por meio da mdia de massa dos tempos modernos
crucial em qualquer sociedade.
Quanto ao processo de comunicao, Berlo (1999) afirma que ele formado,
basicamente, por trs elementos: a pessoa que fala, o discurso que faz e a pessoa que ouve.
Para Eco (2000, p. 91), os fatores fundamentais da comunicao so o autor, o receptor, o
tema da mensagem e o cdigo a que a mensagem faz referncia. A esse respeito, Berlo(1999) esclarece que com os estudos mais aprofundados sobre o processo de comunicao,
atualmente, ele composto por mais ingredientes: a fonte, o codificador, a mensagem, o
canal, o decodificador e o receptor.
Exemplificando, ainda de acordo com Berlo (1999), um homem e uma mulher esto
sentados em uma mesa. O homem percebe que a mulher est triste e quer perguntar a ela se
est tudo bem. O homem est pronto para agir como fonte de comunicao e tem como
objetivo saber como a mulher est se sentindo. O sistema nervoso do homem cria a mensageme seu mecanismo vocal o codificador que produz a mensagem Est tudo bem?. As ondas
sonoras em que so transmitidas a mensagem o canal. O mecanismo auditivo da mulher que
recebe a mensagem funciona como decodificador. Caso haja uma resposta da mulher, o
processo de comunicao torna-se reverso, com a mulher tornando-se a fonte e o homem o
receptor.
Uma mensagem que passa atravs de um canal est sujeita influncia de estmulos
estranhos e de distrao. Esses estmulos interferem na recepo da mensagem em sua forma
pura e original. Tal interferncia e distoro chamada rudo. (SHIMP, 2002, p. 114).
Corroborando com a ideia deste autor, Berlo (1999) exemplifica que o rudo pode ocorrer na
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codificao, caso o homem tenha lngua presa ou esteja rouco. Ou, ento, no canal, caso o
ambiente em que estejam seja barulhento ou, no caso de um meio de comunicao, se este
apresentar problemas tcnicos. Fatores socioculturais podem agir como rudos de
comunicao: a mulher pode ser a presidente da empresa e o homem um operrio, o que faria
ele no comear a conversa com ela.
Ainda h ofeedback, que atua como elemento final no processo de comunicao. O
feedbackpermite que a fonte determine se a mensagem atingiu o alvo de forma acurada ou se
precisa ser alterada para evocar um quadro mais ntido na mente do receptor. (SHIMP, 2002,
p. 114).
possvel analisar o processo de comunicao na propaganda, tema que ser
apresentado no item 2.1.5. A este respeito, Bertomeu (2006, p. 21) afirma que
o emissor considerado o anunciante; o receptor, o leitor; o significado transmitidorefere-se tentativa de induzir o leitor a adquirir o produto; o cdigo a linguagem;o canal consiste no veculo de comunicao adotado e o contexto inclui aspectossociais e culturais onde a comunicao/propaganda esto inseridas.
Partindo-se do princpio que comunicao a exteriorizao de ideias, torna-se
pertinente o estudo da persuaso como fator chave da comunicao. Roberts (1946 apud
BERLO, 1999, p. 7) salienta que Aristteles definiu o estudo da retrica (comunicao) como
a procura de todos os meios disponveis de persuaso. Discutiu outros possveis objetivos de
quem fala, mas deixou nitidamente fixado que a meta principal da comunicao a persuaso,
a tentativa de levar outras pessoas a adotarem o ponto de vista de quem fala.
A persuaso no precisa, necessariamente, ocorrer de forma intencional. Bordenave
(2001) conceitua a comunicao como um processo multifactico, isto , com vrias faces,
que ocorre ao mesmo tempo em vrios nveis: consciente, subconsciente, inconsciente. A
comunicao e persuaso esto, realmente, diretamente ligadas, pois uma conseqncia da
outra.
Segundo Berlo (1999, p. 13, grifo do autor),
dificilmente podemos deixar de nos comunicar, com ou sem propsito conhecido.Desde a infncia aprendemos e praticamos as tcnicas verbais e no-verbais deinfluenciar ou manipular o ambiente. Esses padres de comportamento se tornaramto entranhados, to habituais, que muitas vezes no percebemos a insistncia comque procuramos manipular. Realmente, o nosso sistema de valores pode
desenvolver-se de maneira tal que no gostamos de reconhecer que somosmanipuladores, mesmo no sentido em que usamos a palavra. O que aqui se sugere apenas que precisamos concentrar a ateno na anlise da inteno, se quisermos
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conferir nossa conduta pelo nosso objetivo, a fim de determinarmos se estamos nosportando de forma efetiva.
Assim sendo, com a comunicao sendo um processo inerte ao homem, imperativo
abordar a linguagem e seus estudos. Estes estudos, que sero abordados no item a seguir,
contriburam para uma melhor compreenso de tudo que envolve a comunicao.
2.1.1 Linguagem
Para o estudo da linguagem, primeiramente preciso conceituar o que signo. De
acordo com Saussure (2006, p. 79), a unidade lingstica uma coisa dupla, constituda da
unio de dois termos. Ainda na viso do autor, o signo possui dupla face: o significante e o
significado. O significante a parte tangvel do signo, a sua realidade material. O
significante o conjunto sonoro, fnico, que faz com que o signo se torne audvel ou legvel.
O significado o aspecto intangvel, conceitual do signo e que remete a alguma representao
mental referente ao significante.
Corroborando a ideia de Saussure (2006), Beltro e Quirino (1986) comentam que osignificante a impresso psquica de um som que se constituem as palavras e o significado
o conceito que unifica sob a mesma classe as coisas semelhantes. O signo o que une
significante e significado. Carrascoza (2003) elucida que uma palavra formada pela sua
perspectiva concreta, seu conjunto fnico (significante), e seu aspecto conceitual, abstrato, a
figura mental (significado).Beltro e Quirino (1986) argumentam que o signo existe desde o estado primitivo da
humanidade. Alm de dominar o uso das ferramentas, o homem pr-histrico j conseguiareconhecer e nominar objetos, coisas, seres e monumentos no qual entrava em contato. O
signo nasce e se desenvolve em contato com as organizaes sociais. O signo s pode ser
pensado socialmente, contextualmente. Sendo assim, cria-se uma relao estreita entre a
formao da conscincia individual e o universo dos signos. (CITELLI, 2001, p. 28).
Na viso de Eco (1991), a noo de signo empregada de vrias maneiras:
inferncias naturais (sintomas mdicos, indcios criminais ou atmosfricos), equivalncias
arbitrrias (bandeiras, sinais de trnsito, etiquetas), diagramas (frmulas lgicas, qumicas oualgbricas), desenhos, emblemas (cruz, meia-lua, foice) e alvos.
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Para Bigal (1999), a mensagem publicitria pode trabalhar utilizando o signo em dois
nveis de entendimento. No primeiro nvel, a seleo sgnica feita em repertrios finitos,
havendo mais garantia de decodificao da mensagem. A marca e o produto esto
simplesmente complementados e complementando um arranjo que est s margens da
publicidade, ou seja, toda a composio serve para colocar, expor marcas, produtos e servios
sem alterar em nada a associao preconcebida que os receptores j possuem.
O segundo nvel ocorre com a seleo sgnica sendo realizada em repertrios
ilimitados e em viso equivalente dos objetos artsticos. Nesse caso, o deslocamento do
signo-produto, do signo-marca e do signo-servio devem estar em equivalncia com signos j
repertoriados pela recepo. De acordo com Saussure (2006), possvel compreender a teoria
do signo por meio da ilustrao a seguir.
Ilustrao 1: Entidade psquica de duas facesFonte: Saussure (2006, p. 80).
Entretanto, Carvalho (2000) admite a falta de uma terceira face no modelo bifacial da
teoria do signo saussureana. Face a isto, Peirce (1972, p. 115) conceitua que
um signo, ou um representamen, um Primeiro que se pe numa relao tridicagenuna tal para com um Segundo, chamado seu objeto, que capaz de determinarum Terceiro, chamado seu interpretante, o qual se coloque em relao ao objeto namesma relao tridica em que ele prprio est com relao a esse mesmo objeto.
Desta forma, na concepo de Carvalho (2000), possvel observar essa relao
tridica do signo de acordo com o esquema da ilustrao 2.
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Ilustrao 2: O signo constitudo por uma relao tridicaFonte: Carvalho (2000, p. 29).
Para Sandmann (2005), os trs objetos que constituem a relao tridica so: o objeto
ou referente, o signo ou representante e o sujeito ou interpretante. Santaella (2000) classifica
os signos com a abordagem de dez diferentes aspectos: conforme a natureza do prprio signo
(quali-signo,sin-signo ou legi-signo), a ordem de apresentao do objeto imediato (descritivo,
designativo ou copulante), a natureza do objeto dinmico (abstrativo, concretivo ou coletivo),
a relao do signo com seu objeto dinmico (cone, ndice ou smbolo), a natureza do
interpretante imediato (hipottico, categrico ou relativo), o modo de ser do interpretante
dinmico (simpattico, chocante ou usual), a maneira de apelo do interpretante dinmico
(sugestivo, imperativo ou significativo), a natureza do interpretante normal (gratificante,prtico ou pragmtico), a natureza da influncia do signo (rema, dicente ou argumento) e, por
fim, a natureza da garantia de uso do signo (instinto, experincia ou forma).
No que se refere a relao do signo com o seu objeto dinmico, Sandmann (2005, p.
16) afirma que se a ponte da relao arbitrria ou convencional, temos o smbolo; se a
relao tem base na experincia, na histria, na concorrncia ou na contigidade, temos o
ndice, se a relao tem fundamento na semelhana, temos o signo chamado de smile ou
cone.
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Neste contexto, imperativo conceituar semitica. Para Santaella (2001,p. 13), a
semitica a cincia que tem por objeto de investigao todas as linguagens possveis, ou
seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituio de todo e qualquer fenmeno
como fenmeno de produo de significao e de sentido. Ainda de acordo com a autora, o
trabalho de Saussure foi determinante para a evoluo dos estudos da linguagem.
Diante disto, no que se refere ao estudo da linguagem, Saussure (2006) argumenta
que esse estudo est baseado em um sistema com diversas dicotomias. Ao analisar a
lingstica saussureana, Carvalho (2000) fundamenta o estudo da mesma com o esquema
abaixo.
Ilustrao 3: A forma racional que deve assumir o estudo lingsticoFonte: Carvalho (2000, p. 24).
A primeira dicotomia apresentada entre langue eparole. Carvalho (2000) esclarece
que a langue (lngua) lado social da linguagem eparole (fala) o lado individual. Enquanto
a lngua social, homognea,sistemtica, abstrata, constante e duradoura, a fala individual,heterognea, assistemtica, concreta, varivel e momentnea. Em relao a tais aspectos,Saussure (2006, p. 17) afirma que a lngua ao mesmo tempo, um produto social da
faculdade de linguagem e um conjunto de convenes necessrias, adotadas pelo corpo social
para permitir o exerccio dessa faculdade nos indivduos.
Conforme Carvalho (2000), a segunda dicotomia saussureana surge a partir da
langue (lngua): sincronia e diacronia. A sincronia estuda a lngua sem buscar um contexto
histrico, enquanto a diacronia estuda a lngua levando em considerao todos os seus
antecedentes. O autor classifica a sincronia como esttica, descritiva, interessada pelo sistema,
que descreve o estado da lngua e suas funes e a diacronia como evolutiva, prospectiva e
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retrospectiva, gramtica histrica, interessada pelas evolues e suas causas, que descreve
fenmenos evolutivos.
O estudo da lingustica proposta por Saussure (2006) objeto de discusso de
diversos lingistas da atualidade. Jakobson (2005) considera a dicotomia entre sincronia e
diacronia um erro. Para o autor, h uma confuso ao se afirmar que a sincronia esttica e a
diacronia dinmica. A este propsito, Jakobson (2005, p. 25) defende que
sincrnico no igual a esttico. Se, no cinema, eu lhes perguntar o que esto vendonum dado momento na tela, os senhores no vero algo esttico, vero cavalos acorrer, pessoas a andar e outros movimentos. Onde vem o esttico? Somente nos
painis de cartazes. Nos cartazes, h o esttico, mas no necessariamente osincrnico. Vamos supor que um cartaz permanea imutvel durante um ano: eis o
esttico. E perfeitamente legtimo perguntar-se o que esttico na Lingsticadiacrnica.
Percebe-se que diversas discusses sobre linguagem surgiram a partir dos estudos e
teorias propostas por Saussure (2006). Na seqncia, observa-se que a terceira dicotomia do
estudo lingstico saussureano parte da sincronia, com as relaes sintagmticas e
paradigmticas (associativas).
Carvalho (2000, p. 89) conceitua o sintagma como toda e qualquer combinao de
unidades lingsticas na seqncia de sons da fala, a servio da forma (rede de relaes ) dalngua. Ainda de acordo com o autor, as relaes paradigmticas evocam a partir de um
elemento lingstico diversos outros elementos. Para Saussure (2006, p. 145), os grupos
formados por associao mental no se limitam a aproximar os termos que apresentam algo
em comum; o esprito capta tambm a natureza das relaes que os unem em cada caso e os
cria com isso tantas sries associativas quantas relaes diversas existiam.
Assim sendo, Carvalho (2000) conclui que as relaes sintagmticas baseiam-se na
realidade, no contraste e na linearidade do significante, enquanto as relaes paradigmticas(associativas) baseiam-se na potencialidade, na oposio e situam-se na memria do falante.
Com o auxlio da Ilustrao 4, possvel perceber de que forma as relaes paradigmticas
originam diversos sistemas fonolgicos.
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Ilustrao 4: Sistema das relaes paradigmticasFonte: Carvalho (2000, p. 94).
De acordo com Jakobson (2005, p. 11), toda expresso metafrica se faz pela
substituio de paradigmas, ao passo que a expresso metonmica deriva da associao de paradigmas a formar sintagmas. Para Citelli (2001), a metfora uma figura na qual oobjetivo denominar representaes em que no se encontra um significado mais apropriado.
Ilari (2001, p. 109) acrescenta que temos metfora toda vez que, indo alm da
simples apresentao de propriedades comuns, pensamos uma realidade nos termos de uma
outra. [...] a metfora uma poderosa fonte de novos conhecimentos e novoscomportamentos. Na opinio de Eco (1991), quem utiliza a metfora est, aparentemente,
mentindo. O autor explica que no possvel transmitir informaes claras utilizando uma
metfora, pois a mensagem nela contida encontra-se implcita.Quanto utilizao da metfora na publicidade, que tem seu estudo aprofundado no
item 2.1.5, Jubran (1985 apud SANDMANN, 2005) elucida que o processo metafrico mais
eficaz ao captar a ateno do leitor, atingindo o objetivo bsico da propaganda: o de provocar,
por meio da mensagem, o interesse do leitor e, a partir da, fazer com que ele se interesse pela
pea publicitria e, consequentemente, pelo que est sendo divulgado.
O estudo mais aprofundado da linguagem contribuiu para uma melhor compreenso
da comunicao como um todo. No item a seguir, outro aspecto da comunicao serabordado: a esttica.
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2.1.2 Esttica e estilo
Mesmo que nem sempre notada, a esttica est presente no cotidiano de todos. Hegel
(2001) conceitua esttica como a cincia da sensao. Em um contexto histrico, Santaella
(2005) explica que o conceito da palavra esttica s comeou a ser discutido no sculo XVIII,
a partir do perodo da Renascena. De acordo com Jimenez (1999), a arte sempre existiu, em
todos os tempos e lugares. Em todos os sculos, desde a Antiguidade greco-latina at os dias
atuais, o homem produz criaes artsticas. A ilustrao 5 mostra uma pintura feita em uma
caverna h, aproximadamente, 15 mil anos.
Ilustrao 5: Biso, encontrado na caverna de Altamira (Espanha)
Fonte: Gombrich (1999, p. 41).
Gombrich (1999) aborda os estilos artsticos em uma perspectiva histrica. O
comeo, na Mesopotmia, ocorreu com os Sumerianos (entre 3000 a.C. e 2000 a.C.),
avanando para o Imprio Assrio (1200 a.C. a 500 a.C.). Paralelo a isso, o Egito surge na
Primeira Dinastia (2900 a.C.), sendo sucedido pelo Reino Antigo (2700 a.C.), pelo Reino
Mdio (2000 a.C.), pelo Reino Novo (1500 a.C.) e pelo Perodo Final (700 a.C. a 300 a.C.). A
Grcia surge com a Idade do Bronze Cretense-Minoana (2700 a.C. a 2400 a.C.), logo aps a
Idade do Bronze Greco-Minoana (2600 a.C. a 1200 a.C.), o Perodo Arcaico (700 a.C. a 500
a.C), o Perodo Clssico (500 a.C. a 300 a.C.) e o Perodo Helenstico (300 a.C. a 100 a.C.).
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Ainda de acordo com o autor, no perodo entre, aproximadamente, 500 a.C. e 500 d.C. o
Imprio Romano teve grande contribuio.
Ainda de acordo com o autor, o Oriente Mdio ficou marcado por Constantinopla
(350 d.C. a 1450 d.C) e pela ascenso do Isl (650 d.C.). No Oriente, o incio da Idade do
Bronze na China (1500 a.C.), a ascenso do Budismo na ndia (400 a.C.), a unificao da
China (200 a.C.) e o incio do Imprio Mongol na ndia (1500 d.C.) esto entre os perodos
mais acentuados. O Japo adotava concepes chinesas nas suas obras de arte. A este
propsito, por meio da ilustrao 6 possvel observar uma xilogravura de origem oriental,
provavelmente do incio do sculo XIX.
Ilustrao 6: Um rapaz japons pintando um ramo de bambuFonte: Gombrich (1999, p. 155).
Gombrich (1999) ainda esclarece que no Ocidente ocorreu, no perodo de 500 d.C. a
1500 d.C, a Idade Mdia. Na chamada Europa Medieval, o Gtico foi o principal estilo
artstico. Aps isso, j na Europa Moderna e Amrica, diversos estilos artsticos aparecem:
Renascena (1300 d.C. a 1500 d.C.), Maneirismo (1600 d.C.), Barroco (1700 d.C.), Rococ
(1800 d.C.), Neoclassicismo (1800 d.C.) e o Romantismo (1800 d.C.).
Santaella (2005, p. 5) fundamenta que por volta do sculo XVIII, o sistema de artes
foi esquematizado em cinco belas artes: pintura, escultura, arquitetura, poesia e msica.
Corroborando a ideia da autora, Jimenez (1999) salienta que nessa poca aconteceu o
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processo em que o arteso passou a ser um artista humanista, para que em seguida se tornar
um artista que negocia suas prprias obras no mercado.
De acordo com Santaella (2005), com o advento da Revoluo Industrial, diversas
mquinas foram criadas, incluindo a fotografia, o cinema e a prensa mecnica. Gombrich
(1999) comenta que no fim do sculo XIX at a dcada de 1970 surgem, respectivamente, as
Vanguardas Artsticas: Impressionismo, Art Nouveau, Fauvismo, Cubismo, Dad,
Surrealismo, Expressionismo Abstrato, Pop Art e Op Art.
Alguns trabalhos que eram considerados obra de arte passaram a ser reproduzidos em
grande escala. Habermas (1962 apud RDIGER, 2001, p. 138) afirma que
o mercado dos bens culturais assume novas funes na configurao mais ampla domercado de lazer. Outrora os valores de troca no alcanavam nenhuma influnciasobre a qualidade dos prprios bens. A conscincia especfica desses setores s semantm agora, no entanto, em certas reservas, pois as leias do mercado j
penetraram na substncia das obras, tornando-se imanente com as leis estruturais.No mais apenas a difuso e a escolha, a apresentao e a embalagem das obras, masa prpria criao delas enquanto tais se orienta, nos setores amplos da cultura deconsumo, conforme os pontos de vista da estratgia de vendas no mercado. Sim, acultura de massa recebe o seu duvidoso nome exatamente por conformar-se snecessidades de distrao e diverso de grupos de consumidores com um nvel deformao relativamente baixo, ao invs de, inversamente, formar o pblico maisamplo numa cultura intacta em sua substncia.
Para Benjamin (2002, p. 225), algo originalmente autntico quando contm algo
originalmente transmissvel, incluindo durao material e poder de testemunho histrico.
Com a reproduo esses dois fatores de autenticidade ficam abalados. Na viso de Rdiger
(2001), o filme, o vdeo e o CD no so obra de arte em sua essncia, ao contrrio da pintura,
da msica ou de uma pea teatral. Porm, foi com o auxlio desses meios que a massa pode ter
acesso a reprodues artsticas, tendo a chance de ter um conhecimento antes s possvel para
a elite.
Dondis (1997) comenta sobre a dicotomia entre belas-artes e artes aplicadas. O autor
apresenta as artes na seguinte ordem: pintura, escultura, monumentos, arquitetura, artesanato,
ilustrao, fotografia, artes grficas e desenho industrial, com pintura sendo a mais
considerada bela-arte, ou a mais puramente artstica, e desenho industrial a mais considerada
arte aplicada. Em outra perspectiva, o autor explica que esta classificao discutvel e que
todas as artes estariam, juntas, no meio desta escala belas-artes/arte aplicada.
A massificao da arte gera uma discusso sobre o que arte de fato. Por no se
tratar de algo tangvel, os questionamentos sobre este assunto esto longe de terminar. Sobre a
definio do que pode ser considerado belo, Jimenez (1999) acredita que ainda so inmeros
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os equvocos sobre os conceitos de gosto, de sentimento, de imaginao, de intuio, de
emoo, de paixo, de sensibilidade ou de gnio.
Hirt (1797 apud HEGEL, 2001, p. 41) define o belo como o que completo, o que
ou pode ser um objeto para o olhar, para o ouvido ou para a imaginao. Hegel (2001)
comenta que comum a utilizao de expresses como belas cores, belo mar, belos animais e,
principalmente, belos seres humanos. O autor defende que o belo artstico est acima disso,
por se tratar de uma expresso do esprito do artista.
Entretanto, para Adorno (1970), discutvel afirmar que o belo natural seja inferior
ao belo artstico. O autor considera que estes dois termos so distintos. Enquanto o belo
artstico fabricado pelo homem, o belo natural no fabricado, pois j se encontra presente
na natureza. Mesmo que de forma antagnica, um refere-se ao outro. Por isso, o estudo do belo natural indispensvel para a teoria esttica. Pode-se observar que alguns conceitos
sobre o belo natural causam a impresso de ser montonas e obsoletas. Entretanto, a partir
das consideraes sobre belo natural e das observaes da natureza que foi possvel o
desenvolvimento da considerada grande arte.
Em outra perspectiva, Tatarkiewicz (1993 apud BODEI, 2005) define que a beleza
est na simetria, quanto mais simtrico algo for, mais belo . Bodei (2005) ressalta que o
conceito da simetria das partes existe desde a poca de Pitgoras, sendo comumenteconfrontado. Burke (1757 apud BODEI, 2005, p. 47) questiona como combina o fino estelo
de uma rosa com a cabea volumosa no qual ela se curva?.
As discusses sobre arte, durante muito tempo, ficaram restritas a um pequeno grupo
de pessoas. Com a comunicao de massa, diversas obras puderam ser difundidas para grande
parcela da populao. Face a isto, o item a seguir abordar a comunicao de massa.
2.1.3 Comunicao de massa
Para estudar a comunicao de massa e os meios de comunicao de massa,
primeiramente, preciso conceituar o que massa. Em um contexto histrico, de acordo com
Beltro e Quirino (1986), a massa surgiu no sculo XXIII, com a Revoluo Industrial. A
populao que antes morava no campo trabalhando em lavouras veio em busca de uma
oportunidade melhor de trabalho na indstria. Morando em torno das fbricas, a massa
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formou-se desse agrupamento de grandes quantidades de indivduos. A Revoluo
Tecnolgica no sculo XX possibilitou a inveno de meios que atingissem essa massa.
Adorno (2002) define como indstria cultural esses novos produtos miditicos que
so difundidos para toda a massa. Vanoye (1998) comenta que as pessoas podem comunicar-
se de vrias maneiras, seja pelo cdigo Morse, pela escrita, por gestos ou pelo telefone. Uma
empresa, at mesmo um Estado, podem se comunicar com seus elementos por meio de avisos
em cartazes, mensagens de rdio ou televiso, entre outros. Complementando o autor,
Giddens (2006) entende que a mdia de massa envolve um grande nmero de meios, como o
jornal, a revista, o rdio, o cinema, a televiso, a publicidade e os vdeos games. A este
propsito, o item 2.1.4 far um levantamento mais detalhado sobre os meios de comunicao
de massa.Paralelo a isso, em uma abordagem direcionada comunicao de massa no Japo,
pas em que foi criado o estilo mang, importante afimar que
no Japo de hoje, a cultura pop aparece sob vrias formas: aspectos da msica
popular (como enka), karaok, videogames, desenhos animados (anims), filmes,novelas de TV, entre outras. No entanto, a forma que mais reflete a tradio cultural
intensamente visual so os mangs (as histrias em quadrinhos japonesas).
Atualmente, as imagens dos mangs, consumidos por milhares de pessoas
semanalmente, mostram uma mudana de idias polticas e culturais do oriente para
o ocidente. Os temas que envolveram a juventude japonesa dos anos 70 e 80
tornaram-se relevantes para as juventudes norte-americana, europia e brasileira nosanos 90 e no novo milnio. (LUYTEN, 2005, p. 8).
vlido lembrar que o estilo mang e o contexto no qual est inserido, ter seu
estudo mais aprofundado no captulo 4. Com base na definio sobre massa e as mdias de
massa, imperativo esclarecer o que comunicao de massa. Em relao a tal aspecto,
Beltro e Quirino (1986, p. 57, grifo dos autores) a conceituam como
o processo industrializado de produo e distribuio oportuna de mensagens
culturais em cdigos de acesso e domnio coletivo, por meio de veculos mecnicos
(eltricos / eletrnicos), aos vastos pblicos que constituem a massa social, visando
inform-la, educ-la, entret-la ou persuadi-la, desse modo promovendo a
integrao individual e coletiva na realizao do bem-estar da comunidade.
DeFleur e Ball-Rokeach (1993) afirmam que a comunicao de massa deixa o
emissor em posio privilegiada, enquanto o receptor fica inerte situao. As
individualidades dos receptores misturam-se, o que forma a massa sem identidade. A massa manipulvel e influenciada pelas ideias que lhes so apresentadas. Eco (2000) ressalta que a
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comunicao de massa destinada a um pblico heterogneo, com a caracterstica tnica de
sua cultura destruda e que este pblico no manifesta as suas vontades perante cultura de
massa.
Beltro e Quirino (1986, p. 56) caracterizam a comunicao de massa como
industrial e vertical: industrial porque se destina a elaborar e distribuir produtos, bens e
servios culturais, em forma de mensagens, mas padronizados e em srie. Ainda de acordo
com os autores, os meios de comunicao de massa possuem trs finalidades: informar,
persuadir e divertir. Para Adorno (2002, p. 23), adiverso, totalmente desenfreada, no seriaapenas a anttese da arte, mas tambm o extremo que a toca. Ainda de acordo com o autor,
quanto maior a capacidade de divertir, maior o poder de influncia da indstria cultural.
No comeo do sculo XX, pensadores alemes criam a Escola de Frankfurt com oobjetivo de analisar o fenmeno da cultura de massa. De acordo com Rdiger (2001), os
frankfurtianos comearam tratando de assuntos que compreendiam desde os processos
civilizadores modernos e o destino do ser humano na reas tcnica e poltica, a arte, a msica,
a literatura e o cotidiano. A partir disso, os pensadores de Frankfurt descobriram a crescente
importncia dos fenmenos de mdia e da cultura de massa e sua influncia no modo de vida
contemporneo.
No que se refere crtica sobre comunicao de massa, Eco (2000) divide essesestudiosos em apocalpticos e integrados. Os apocalpticos so os que consideram a cultura de
massa como algo que promove irreversivelmente a alienao da populao, cabendo aos
apocalpticos apenas testemunhar uma situao irreversvel. J os integrados encaram a
cultura de massa com entusiasmo, considerando-a como algo positivo para quem a recebe.
Esses estudiosos consideram benfico o acesso para todos a bens culturais por meio da
comunicao de massa.
Com uma abordagem apocalptica, Capparelli (1986, p. 85) comenta que o termocultura de massa no significa cultura prpria das massas, mas cultura de uma elite,
condicionada a um sistema de marketing e difundida por uma tecnologia industrial para o
consumo das massas. Eco (2000) acrescenta que as formas e estilos, aps amplamente
difundidas na elite, so transferidos massa. A cultura de massa nunca promove real
inovao, pois sempre que se difunde um produto advindo de uma cultura superior, este vem
nivelado e simplificado para que haja um maior entendimento da massa.
De acordo com Cndido (1977 apud CAPPARELLI, 1986, p. 76-77),
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os cidados, em sua maioria, so tratados como idiotas ou imbecis [...] O povo considerado incapaz de entender problemas polticos. Por isso, as discusses emgrupo so limitadas. Os meios de comunicao capazes de atingir estas camadassociais so controlados por causa do perigo de que perturbem as massas, fazendocom que se interessem para o que no so capazes de compreender e do que no tem
responsabilidade.
Segundo Eco (2000), a comunicao de massa estimula a falta de opinio sobre o que
acontece no mundo e desestimula a busca por novos conhecimentos. Beltro e Quirino (1986,
p. 29) acreditam que o indivduo encontra-se fsica e psicologicamente apartado dos demais:
sua forma de vida e, conseqentemente, de manifestao de opinio, agora coletiva. Em
outra perspectiva, Thompson (1995 apud GIDDENS, 2006) defende que a mdia de massa
possibilita a existncia do pensamento crtico, pois ela proporciona diversas formas de obter
informaes que antes no se teria acesso.
Para Vanoye (1998, p. 264), no que se refere comunicao com a massa, quanto
mais densa e original for a mensagem, mais dificuldade se ter em receb-la. Diz muita coisa
a pouca gente. Quanto mais pobre e banal for a mensagem, mais facilmente ser recebida. Diz
pouca coisa a muita gente. Dorfles (1958 apud ECO, 2000) comenta que a comunicao com
a massa fez com que fossem criadas novas linguagens, novos sistemas perceptivos de mais
fcil compreenso. Na viso de Adorno (2002, p. 11), a indstria cultural, mediante suas proibies, fixa positivamente como a sua anttese, a arte de vanguarda uma linguagemsua, com uma sintaxe e um lxico prprios.
Ferreira (2001) comenta sobre a teoria hipodrmica. Esta teoria demonstra
claramente o poder que a cultura de massa exerce sobre a populao. A tambm chamada
teoria da seringa compara a massa com o tecido humano. Ao injetar uma substncia em um
tecido, a mesma se propaga imediatamente para todo o corpo. Comparando com a cultura de
massa, a substncia a informao, o tecido o pblico e o corpo humano representa a massa
em sua totalidade.
Desse modo, para propagar as mensagens a um maior nmero de pessoas, so
utilizados os meios de comunicao de massa, ou mass media. Os meios de comunicao de
massa sero apresentados no tpico a seguir.
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2.1.4 Meios de comunicao de massa
Os meios de massa possibilitam que um emissor se comunique com muitos
receptores. De acordo com McLuhan (2001), os meios de comunicao agem como extenses
dos sentidos do corpo humano. A televiso e o cinema so extenses da viso e tato, o rdio
da audio, o jornal e revista do tato e o telefone da fala. Conforme os meios de comunicao
agregam avanos tecnolgicos, eles passam a ser extenses cada vez mais prximas do
crebro. Para Veronezzi (2002), a internet, atualmente, pode ser considerada o meio que atua
como extenso do sistema nervoso.
Cada meio possui suas peculiaridades. Giddens (2006, p. 374) lembra que ateleviso, por exemplo, um meio bem diferente do livro impresso: eletrnica, visual e
composta por imagens mutveis. Beltro e Quirino (1986) classificam os meios de
comunicao de massa em grfico-visuais (livros, revistas, jornais, folhetos, cartazes,
fotografias, bandeiras), sonoro-auditivos (discos), audiovisuais (pelcula de filme), plstico-
tteis (materiais de vesturio, matrias de construo e decorao, artigos de brinquedo,
moedas, vasos e utenslios domsticos) e eletrnicos (aparelhos de rdio e televiso).
No entender de Sampaio (1999), os meios possuem caractersticas que osdiferenciam um dos outros, como cobertura geogrfica, tecnologia utilizada para produo e
difuso, relao com a audincia, custo para produo, impacto e utilizao na publicidade.
Algumas dessas caractersticas podem ser mensuradas a seguir, na ilustrao 7.
(continua)
Caractersticas TV Aberta TV Fechada Rdio Revista Jornal
Uso nacional
Uso regional
Uso local
Uso segmentando
timo
Bom
Bom
Possvel
Bom
timo
timo
timo
Possvel
Bom
timo
Bom
Bom
Possvel
Possvel
timo
Difcil
Bom
timo
Possvel
Uso da cor
Uso do som
Uso do movimento
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
-
Sim
-
Sim
-
-
Possvel
-
-
-
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(concluso)
Caractersticas TV Aberta TV Fechada Rdio Revista Jornal
Relao com a audincia
Envolvimento com a
audincia
Credibilidade
Fidelidade da audincia
Mdia
Mdio
Alta
Alta
ntima
Mdio/Alto
Mdia/Alta
Alta
ntima
Mdio/Alto
Razovel
Mdia
Muito ntima
Muito Alto
Alta
Alta
ntima
Alto
Alta
Mdia/Alta
Nvel inicial de custo (1)
Facilidade de acesso/uso
Limitaes legais (2)
Mdio/Alto
Mdia/Difcil
Sim
Mdio/Baixo
Mdia/Fcil
Sim
Baixo
Fcil
Sim
Mdio
Fcil
No
Baixo
Muito Fcil
No
Finalidade como mdia (3) Bsica Apoio/Bsica Apoio/Bsica Bsica/Apoio Apoio/Bsica
(1)Produo e veiculao (2)Tempo ou formato (3)Uso mais comum
Ilustrao 7: Caractersticas das principais mdias pblico em geralFonte: Sampaio (1999, p. 85).
Os itens a seguir descrevem mais detalhadamente os meios de comunicao de massa
impressos (jornal e revista), eletrnicos (rdio e televiso) e digital (internet).
2.1.4.1 Meios impressos: jornal e revista
O primeiro meio de comunicao de massa da humanidade foi o impresso. De acordo
com McLuhan (2001, p. 103), a separao do indivduo, a continuidade do espao e do
tempo e a uniformidade dos cdigos so as primeiras marcas das sociedades letradas e
civilizadas. Lupetti (2003) esclarece que a imprensa, inveno de Gutemberg que data de1450, foi e ainda um grande veculo da comunicao. Complementando, Dizard (2000, p.
227) comenta que os arquivos dos jornais contm a memria escrita mais completa da
sociedade. Para Giddens (2006), os jornais foram, durante mais de quinhentos anos, o
principal meio de transmitir informaes com agilidade e abrangncia para o pblico.
Os principais meios de comunicao impressos so o jornal e a revista. O jornal se
diferencia dos demais veculos devido a caractersticas peculiares. De acordo com Lupetti
(2003), o jornal possui algumas vantagens como a possibilidade de atingir qualquer tipo de
pblico, a variedade de assuntos, a credibilidade e o contedo editorial formado por notcias
da atualidade. Em contrapartida, possui desvantagens como ser lido s pressas, possuir vida
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curta, a qualidade de impresso no ser excelente e existirem restries geogrficas na
circulao.
J a revista, no entender de Lupetti (2003), tem como vantagem a qualidade de
impresso, uma vida til longa, um nmero de leitores maior por exemplar (em relao ao
jornal) e ttulos para os mais diversos segmentos. Porm, a revista possui desvantagens como
a dificuldade em produzir contedos mais regionalizados e a baixa cobertura (em relao aos
meios de TV e rdio).
Segundo Giddens (2006), o consumo de meios impressos est diminuindo. Uma
dificuldade que os meios impressos enfrentam a concorrncia com os meios eletrnicos e,
mais recentemente, com os meios digitais. Para Saffo (1992 apud DIZARD, 2000, p. 221),
o papel no vai desaparecer, mas a mdia sem papel absorver mais nosso tempo.Eventualmente, nos tornaremos sem papel, assim como outrora nos tornamos semcavalo. Os cavalos ainda esto por a, mas os que utilizam fazem-no como hobby,no para viajar... Agora mais fcil armazenar informao eletronicamente. O papelse transformou numa interface num veculo transitrio e descartvel para se lerinformao copilada eletronicamente. Estamos ingressando no futuro em que ainformao transferida para o papel somente quando estamos prontos para l-la;em seguida, o papel imediatamente reciclado.
Em um contexto no qual se aborda o mang, tema que ser estudado no captulo 4,
importante afirmar que com a prosperidade econmica ps Segunda Guerra Mundial, os
jornais japoneses ficaram conhecidos por serem os de maior tiragem no mundo. A mdia
impressa do pas passou por um fenmeno de crescimento, com o aumento no nmero de
publicaes e o surgimento de revistas especializadas (LUYTEN, 2001).
Face a isto, em um contexto mais amplo, Dizard (2000, p. 239) esclarece que, no
cenrio atual, os jornais possuem certa vantagem em relao s revistas, pois os jornais, em
geral, atuam dentro de uma rea geogrfica limitada, com a oportunidade de adaptar seu
contedo diariamente. As revistas lidam com pblicos nacionais maiores e mais variados,
cujas as atitudes e preferncias so mais difceis de definir.
Os meios impressos, provavelmente, nunca deixaro de existir, apesar de terem
perdido muito do seu espao para os meios eletrnicos. Esse perodo de transio e as
caractersticas dos meios eletrnicos sero descritas no item a seguir.
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2.1.4.2 Meios eletrnicos: rdio e televiso
Diferente do meio escrito, o meio eletrnico considerado mais acessvel. Este o
meio mais popular entre a massa, que considera como o canal mais fcil para receber as
mensagens. Para Capparelli (1986, p. 74), o jornal exigia para seu consumo o hbito cultural
e, antes de tudo, capacidade de leitura.
A inveno do rdio e, posteriormente, da televiso, criou novos caminhos para a
difuso em mdias de massa. Eco (2000, p. 315) defende que
o rdio e a televiso constituem um meio tcnico apto para transmitir sons ouimagens a grande distncia e, em segundo lugar (aspecto esse que foi alvo de muitasdiscusses), um meio artstico que, como tal, promove a formao de umalinguagem autnoma e abre novas possibilidades estticas.
Em um contexto histrico, de acordo com Veronezzi (2002), o rdio foi inventado
em 1901. Capparelli (1986) explica que o rdio passou a assumir caractersticas de uma mdia
de massa a partir de 1920. O rdio, que na poca era uma grande novidade, exercia fascnio
entre a populao. O presidente da Repblica Getlio Vargas foi um dos primeiros
governantes a perceber a importncia do rdio para se comunicar com a massa. De acordo
com Vargas (1937 apud CAPPARELLI, 1986, p. 81),
o Governo da Unio procurar entender-se a propsito, com os estados e municpios,de modo que, mesmo nas pequenas aglomeraes, sejam instalados rdios-receptores, providos de alto-falantes, em condio de facilitar a todos os brasileiros,sem distino de sexo nem de idade, momentos de educao poltica e social,informes teis aos seus negcios e toda sorte de notcias tendentes a entrelaar osinteresses diversos da nao. A iniciativa mais se recomenda quando considerarmoso fato de no existir no Brasil imprensa de divulgao nacional. So diversas e
distantes zonas no interior e a maioria delas dispe de imprensa prpria, veiculandoapenas as notcias de carter regional. radiotelefonia est reservado o papel deinteressar todos por tudo quanto se passa no Brasil.
J a televiso foi inventada em 1926, segundo Veronezzi (2002), mas s se
massificou dcadas mais tarde. Capparelli (1986) explana que o rdio comea a perder espao
nos lares brasileiros a partir da Fase I da televiso no pas, com a implantao da TV Tupi-
Difusora de So Paulo. A Fase I (de 1950 a 1964) foi marcada pelo oligoplio da informao
de Chateaubriand, que difundiu o veculo no Rio de Janeiro, So Paulo, Porto Alegre, Brasliae Nordeste. Com a decadncia do imprio Chateaubriand, surge a Fase II (de 1964 at hoje).
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A principal caracterstica da Fase II a ascenso da Rede Globo, principal grupo de
comunicao do Brasil at hoje.
Em uma anlise na qual pretende-se estudar o estilo mang, tema abordado no
captulo 4, Luyten (2001) comenta que a televiso surge no Japo em 1953 causando bastante
impacto no meio impresso. O meio televisivo teve grande influncia na linguagem presente
no estilo mang atual. O meio impresso soube aproveitar a popularizao da linguagem da
televiso adaptando-a para os mangs, que passaram, por exemplo, a usar o menor nmero
possvel de palavras. Percebe-se que a afirmao de Eco (2000) sobre as novas possibilidades
estticas promovidas pelos meios eletrnicos possui uma abrangncia mundial.
Ao se trazer a discusso para os dias atuais, possvel afirmar que o rdio e a
televiso tm como principal faceta o entretenimento da massa. No entender de Capparelli(1986), o rdio, que poderia ser um veculo promovedor da conscincia social, transformou-se
em uma mquina de lazer. Adorno (2002, p. 6) acredita que o rdio torna todos os ouvintes
iguais ao sujeit-los, autoritariamente, aos idnticos programas das vrias estaes.
Eco (2000) entende que a televiso promoveu uma revoluo esttica tanto em
relao ao rdio, quanto em relao ao cinema. No que se refere ao cinema, esta diferena
pode ser percebida no modo em que os eventos passaram a ser contados para o receptor.
Enquanto no cinema a histria contada tendo um roteiro com incio, desenvolvimento e fim,a televiso tem como prioridade o acontecimento instantneo em que no h,
necessariamente, uma ordem estruturada para a narrativa.
No que se refere TV, Abercrombie (1996 apud GIDDENS, 2006) considera a
programao da televiso uma confuso. De acordo com Adorno (2002, p. 8),
a televiso tende a uma sntese do rdio e do cinema, retardada enquanto os
interessados ainda no tenham negociado um acordo satisfatrio, mas cujas
possibilidades ilimitadas prometem intensificar a tal ponto o empobrecimento dosmateriais estticos que a identidade apenas ligeiramente mascarada de todos os
produtos da indstria cultural j amanh poder triunfar abertamente.
Para Lupetti (2003), o fato dos meios eletrnicos proporcionarem entretenimento
populao visto como uma vantagem que esses veculos possuem em relao aos demais.
Uma das diferenas entre o rdio e a televiso, de acordo com a autora, que o rdio pode ser
ouvido enquanto a pessoa desempenha outras atividades cotidianas, enquanto a televiso
exige um nvel de ateno maior. O uso da cor, o som e os movimentos chamam a ateno do
telespectador para a tela. Em contraponto, o rdio exige uma capacidade imaginativa do
ouvinte, por utilizar apenas o recurso auditivo.
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Nas duas ltimas dcadas, a revoluo promovida pelo meio digital fez com que a
liderana de audincia dos meios eletrnicos ficasse ameaada. No item a seguir, o meio
digital ser abordado.
2.1.4.3 Meio digital: internet
O meio eletrnico no permite a interatividade alcanada no meio digital. Enquanto
no meio eletrnico h um emissor para diversos receptores, no meio digital a troca de
mensagens mtua. Segundo DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 362), o comunicador demassa no sabe o que a audincia est fazendo, pensando ou sentindo, e o integrante da
audincia no pode expressar espanto, tristeza, raiva, excitao ou qualquer outra reao
fonte. Com a internet, possvel que haja uma maior interatuao entre emissor e receptor,
semelhante a de uma comunicao interpessoal. Beltro e Quirino (1986) comentam que
sempre que um meio de comunicao de massa novo surge, ele transforma expressivamente
as relaes sociais.
Em um contexto histrico, conforme Giddens (2006), a rede iniciou-se em 1969, noPentgono. O uso da internet ficou limitado ao sistema de inteligncia norte-americano at a
dcada de 1980, quando, em 1987, entrou no meio universitrio. A partir da dcada de 1990,
com o advento dos computadores pessoais, o uso da internet saiu do limite das universidades
e passou por um processo crescente de massificao.
A partir do final da dcada de 1990, a internet passou a causar uma verdadeira
revoluo nos meios de comunicao de massa. Veronezzi (2002, p. 131) explica que a velha
teoria da comunicao est deixando de ser uma via de mo nica e as caractersticas do meio,ditadas pelos bytes da tecnologia, comeam a ser o ncleo em torno do qual passam a gravitar
os demais elementos. A internet modificou a estrutura no que se refere a como se
comunicam e se relacionam todas as culturas presentes no mundo. Para Giddens (2006), a
internet uma das grandes responsveis pelo processo de globalizao. Todos podem estar
conectados por meio do cyberespao.
Os meios tradicionais esto em crise, devido ao fato da internet possuir essa
agilidade para transmisso de informaes. Veronezzi (2002, p. 133) afirma que as pessoas
vo continuar querendo a velha mistura de informao e entretenimento, [...] muitas formas
tradicionais de mdia vo continuar a existir e a nascer. Sob outra perspectiva, Giddens
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(2006) defende que a internet ameaa os meios de comunicao tradicionais e que o meio
digital poder se tornar o principal condutor na transmisso de informaes, entretenimento e
propaganda para a massa. Beltro e Quirino (1986, p. 138) comentam que os meios de
comunicao se complementam, antes que se confrontam.
Cada meio possuiu sua singularidade e, ainda, no h real possibilidade de algum se
extinguir. No item a seguir ser descrito como os meios so utilizados a favor da publicidade
e o processo de elaborao de uma campanha publicitria.
2.1.5 Publicidade e propaganda
Os meios so utilizados para se comunicar com a massa. Mas, preciso definir o que
dizer para os receptores dessas mensagens. a publicidade uma das principais linguagens
utilizadas para se propagar ideias.
Segundo Eco (2000, p. 49, grifo do autor),
raramente se leva em conta o fato de que, sendo a cultura de massa, o mais dasvezes, produzida por grupos de poder econmico com fins lucrativos, fica submetidaa todas as leis econmicas que regulam a fabricao, a sada e o consumo dos outros
produtos industriais: O produto deve agradar o fregus, no levantar-lheproblemas; o fregus deve desejar o produto e ser induzido a recmbio progressivodo produto. Da as caractersticas aculturais desses mesmos produtos, e a inevitvelrelao de persuasor e persuadido, que , indiscutivelmente, uma relao
paternalista, estabelecida entre produtos e consumidor.
A publicidade e propaganda encontra-se nesta relao persuasor e persuadido
identificada por Eco (2000). Para estabelecer uma relao entre as diferenas entre
publicidade e propaganda, Bigal (1999) elucida que a semelhana entre os dois termos est
presente no fator divulgao, ou seja, tanto a publicidade como a propaganda cumprem a
misso de tornar algo pblico. O que diferencia a publicidade da propaganda o que cada
uma divulga.
Bigal (1999, p. 19) fundamenta que a publicidade divulga produtos marcas e
servios (publicao), a propaganda divulga idias, proposies de carter ideolgico, no
necessariamente partidria (propagao). Para Beltro e Quirino (1986), a propaganda pode
ser ideolgica, quando o objetivo a divulgao de ideias, ou comercial, quando o objetivo
oferecer bens, produtos ou servios. A propaganda pode influenciar diretamente a opinio
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pblica, incentivando a massa a tomar atitudes que originalmente no eram do seu interesse,
como ocorreu na poca do governo nazista de Hitler, na Alemanha.
SantAnna (2001, p. 76) conceitua a propaganda como uma tcnica de comunicao
de massa, paga com a finalidade precpua de fornecer informaes, desenvolver atitudes e
provocar aes benficas para os anunciantes, geralmente para vender produtos ou servios.
Para Malanga (1979 apud BIGAL, 1999), a publicidade tem como objetivo definido levar o
pblico ao. Se essa finalidade primordial no for cumprida, a publicidade no estar
cumprindo sua funo inicial: vender. Complementando, Bertomeu (2006, p. 16) ressalta que
a propaganda uma informao com objetivo especfico. Ela tem por princpio criar um elo
entre o produto e o consumidor que de outra forma, se ignorariam mutuamente.
Sobre a relao entre a publicidade e a indstria cultural, Adorno (2002, p. 39)defende que
a publicidade o seu elixir da vida. Mas, j que o seu produto reduz continuamenteo prazer que promete como mercadoria prpria indstria, por ser simples
promessa, finda por coincidir com a propaganda, de que necessita para compensar a
sua no fruibilidade. Na sociedade competitiva, a propaganda preenchia a funosocial de orientar o comprador no mercado, facilitava a escolha e ajudava o
fornecedor mais hbil, contudo at agora desconhecido, a fazer com que a sua
mercadoria chegasse aos interessados.
Uma propaganda deve estar baseada em uma estratgia de marketing consistente,
deve dar grande importncia ao pblico que ela quer atingir, deve persuadir, deve destacar-se
entre as demais, nunca deve fazer falsas promessas e deve evitar que a ideia criativa domine
todo o planejamento (SHIMP, 2002). Para SantAnna (2001, p. 99), no aquele que mais
berra que realiza a melhor propaganda. So tantos os que berram, que j no se distingue a
voz de ningum. [...] preciso conhecer as particularidades psicossociolgicas, preciso
saber onde e como estimular o pblico.Lupetti (2003) explica que a globalizao, os acordos promovidos entre as
economias mundiais e a evoluo da tecnologia est transformando as grandes empresas,
especialmente a forma de comunicar seus valores populao. Algumas vezes, a divulgao
de um produto acontece em escala global. um desafio comunicar-se com a diversidade de
culturas existentes no mundo. preciso desenvolver uma propaganda eficaz.
Complementando, Schultz e Tannenbaum (1975 apud SHIMP, 2002, p. 249)
consideram que
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a propaganda eficaz a boa propaganda criada para um cliente especfico. apropaganda que entende e pensa sobre as necessidades do cliente. a propagandaque comunica um benefcio especfico. a propaganda que destaca uma aoespecfica a ser realizada pelo consumidor. A boa propaganda entende que as
pessoas no compram produtos compram os benefcios do produto... Acima de
tudo, (a propaganda eficaz) notada e recortada e leva as pessoas ao.
Para levar o pblico ao, preciso envolv-lo com a marca promovendo diversas
aes que atuam em sincronia. Para que isso seja possvel, preciso organizar a campanha
publicitria.
2.1.6 Campanha publicitria
Uma propaganda eficaz desenvolvida por profissionais. Conforme Sampaio (1999),
a agncia de propaganda a organizao com competncias para desenvolver a tcnica
publicitria. a agncia que possui profissionais especializados e com experincia para
elaborar estratgias para anunciantes de vrios setores. De acordo com Lupetti (2003), no
sempre que apenas uma pea publicitria atende s necessidades do cliente. Nesse caso,
preciso elaborar duas ou mais peas. Quando isso acontece, planejada uma campanha de
comunicao.
Sampaio (1999, p. 237) comenta que uma campanha de propaganda pode ser
definida como a soma de diversos esforos publicitrios integrados e coordenados entre si, e
realizados para cumprir determinados objetivos de comunicao de um anunciante. Lanar
uma marca, promover uma liquidao, manter as vendas e/ou a imagem de um produto ou
servio so alguns desses objetivos. Lupetti (2003, p. 97) classifica essas campanhas em
diversos tipos: campanha institucional, campanha de propaganda, campanha guarda-chuva,
campanha de promoo, campanha de promoo de vendas, campanha de incentivo e
campanha cooperada.
SantAnna (2001, p. 128) fundamenta que campanha institucional a campanha em
que o objetivo implantar na mente do pblico um conceito, uma idia sobre a instituio.
J a campanha de propaganda, na compreenso de Lupetti (2003), tem como principal
caracterstica divulgar o produto, contendo informaes sobre o que quer ser vendido. A
campanha guarda-chuva alia caractersticas da campanha institucional e da campanha depropaganda, sendo utilizada para divulgar uma linha de produtos.
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Ainda de acordo com Lupetti (2003, p. 99), h a campanha de promoo, que tem
como caracterstica a interatividade com o consumidor e seu dinamismo; geralmente a
campanha de promoo solicita algo do consumidor, dando-lhe alguma coisa em troca.
Ainda de acordo com a autora, com algumas semelhanas, a campanha de promoo de
vendas reduz o preo do produto (por meio de liquidaes, descontos e brindes) com o
objetivo de aumentar as vendas. J a campanha de incentivo voltada ao consumidor interno
(vendedores e funcionrios em geral). Por fim, no entender da autora, a campanha cooperada
comumente utilizada em empresas de varejo que anunciam os produtos de seus fornecedores
(geralmente, indstrias).
O que define qual tipo de campanha utilizar o objetivo que pretende ser atingido.
Alm disso, a campanha precisa ter integrao das peas, ou seja, um tema que inter-relacionetodas as aes. Sampaio (1999, p. 237) define que o tema de campanha um slogan, frase,
conceito visual, grfico ou sonoro que resume a essncia do posicionamento de um produto,
marca ou empresa.
Para que a campanha atinja o objetivo final, necessrio passar por diversas etapas
na agncia publicitria. Sampaio (1999) exemplifica esse processo com uma situao em que
o cliente solicita a criao de uma nova campanha para um produto j existente.
Primeiramente, o profissional de Atendimento define com o cliente os objetivos da campanha,a verba, o perodo de veiculao e demais detalhes. Complementando, SantAnna (2001, p.
113) conceitua objetivos e metas como o que se pretende (aumentar, ou manter vendas, criar
novos conceitos, etc.), em que prazo deveremos atingir os alvos e o que esperado da
propaganda.
Sob o ponto de vista de Sampaio (1999), voltando agncia, o Atendimento estuda o
problema, podendo utilizar os dados que a Pesquisa tenha levantado sobre o passado do
produto e suas campanhas. Em conjunto, Planejamento, Atendimento, Criao e Mdia fazemo planejamento da campanha. SantAnna (2001) fundamenta planejamento nos seguintes
pontos: problema (o problema do consumidor que o produto solucionar), pessoas (o pblico-
alvo), produto (as caractersticas do produto anunciado), plataforma (os meios de
comunicao que sero utilizados), promessa (o benefcio que o consumidor ter ao utilizar o
produto) e apresentao (o diferencial que levar o pblico-alvo ao).
Aps isso, Sampaio (1999) afirma que esse planejamento discutido com o cliente,
onde pode haver alteraes, bem como a campanha pode ser aprovada. Havendo alteraes, o
trabalho remodelado e devolvido ao cliente, at ser aprovado. Ao aprovar, o Atendimento
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