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ESTILOS COGNITIVOS DE GESTORES PARTICIPANTES DO PROGRAMA ALI – SEBRAE
Radeo Sousa SILVA, Mariana Rodrigues PARDO, Osmar SIENA, Carlos André da
Silva MULLER (UNIR)
Resumo: As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) representam significativa parcela das organizações formais no Brasil, sendo uma característica singular delas a atuação direta do proprietário na gestão. Dentre outros elementos, a inovação também pode se caracterizar como um dos vários aspectos impactados diretamente pela influência e decisão dos gestores-proprietários. Inserido nessa discussão, o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) possui um programa específico que focaliza a inovação dentro das MPEs, chamado Agentes Locais de Inovação - ALI. A ideia principal do programa é a sensibilização dos empreendedores sobre a importância de inovar rotineiramente, como uma estratégia para crescer. Assim sendo, se buscou nesta pesquisa compreender as relações existentes entre inovação e estilos cognitivos em MPEs, como meio de estabelecer relações preliminares entre grau de inovação e estilos cognitivos dos gestores-proprietários. No que tange aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa se utilizou da abordagem quanti-quali, sendo caracterizada também como uma pesquisa documental e um estudo de campo. Foram selecionadas intencionalmente três empresas representativas, de acordo com as pontuações do Grau de Inovação Global. Após a classificação das empresas foi aplicado o questionário Kirton Adaption Inventory (KAI), a fim de identificar os estilos cognitivos dos gestores das organizações. Complementado a investigação, se procedeu à entrevista dos participantes. Apesar de todos os participantes serem classificados como mais tendenciosos ao estilo cognitivo inovador, quando observados em detalhe, por meio dos gráficos, se verificou a existência de certas distinções. A percepção dos gestores entrevistados em relação à inovação foi considerada discordante em relação à classificação destes no estilo inovador. O tema inovação tem feito parte do cotidiano dos gestores, porém se constata, também, a dificuldade de aplicação desse conceito nas diversas dimensões analisadas pela ferramenta Radar de Inovação.
Palavras-chaves: Estilo cognitivo; Inovação; Pequenas empresas.
ISSN 1984-9354
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1 INTRODUÇÃO
As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) possuem características peculiares que as tornam
objeto frequente de estudos no mundo acadêmico. Nos países em desenvolvimento, como o caso
do Brasil, as MPEs representam significativa parcela, em torno de 90% a 99%, das organizações
formais, oportunizando desenvolvimento da economia e evolução da sociedade (LIMA et al.,
2013; SEBRAE/PR, 2012).
Uma característica singular dessas pequenas empresas é a atuação do proprietário na gestão
da organização. Dado o nível de influência direta no desempenho do negócio, o gestor-
proprietário possui um papel centralizador na tomada de decisão e, em muitos casos, a própria
organização se torna reflexo do perfil do gestor (GIMENEZ, 1998). Essa constatação mostra o
quão importante se tornam os estudos sobre características individuais, cognição, perfil,
comportamento e formas de pensar das pessoas e, em específico, daquelas que gerem MPEs.
Nesse sentido, a Teoria da Adaptação-Inovação de estilos cognitivos, elaborada por
Michael Kirton (1976), representa uma possibilidade de compreensão de como a solução de
problemas podem interferir no processo de decisão empresarial, posto que parte do pressuposto
que cada indivíduo possui um estilo criativo preferencial para tomada de decisão e resolução de
problemas. Estes estilos estão inseridos em um continnum, podendo localizar-se entre dois polos
extremos, definidos pelo autor como mais adaptador ou mais inovador.
Como suporte para o estudo de estilos cognitivos de gestores de MPEs, se sugere que o
estilo preferencial de tomada de decisão possa ser medido e então analisado com outros elementos
tais como escolhas estratégicas, iniciativas para práticas de inovação e implementação de novas
ideias nas organizações, conforme estudos anteriores (FERREIRA; RAMOS, 2004; GIMENEZ et
al, 1999; GIMENEZ, 1998; SADLER-SMITHA; BADGERA, 1998;).
Entre as discussões recentes acerca de inovação estão aquelas que questionam em qual
nível ou em que momento o processo inovativo ocorre, os efeitos psicológicos dos colaboradores
envolvidos no desempenho e resultados de novos produtos ou processos, além dos meios de
manter ou elevar a competitividade, tendo a inovação como fator de desempenho organizacional.
Por outro lado, Schumpeter (1982) avalia os impactos deste processo como endógeno, afetando
toda a economia. Nesse contexto, dada à abrangência e o reconhecimento das possibilidades de
inovação em MPEs, tem-se buscado meios de transmitir a cultura que represente ações
sistemáticas em direção a inovações entre grupos de empresas, uma vez que se compreende a
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inovação como forma de qualidade atribuída por clientes sendo igualmente elemento condutor do
desenvolvimento econômico (SAWHNEY; WOLCOTT; ARRONIZ, 2006).
No Brasil, o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
possui um programa específico que focaliza a inovação dentro das MPEs chamado Agentes Locais
de Inovação - ALI. O Programa ALI é uma proposta que tem como objetivo levar, de forma
continuada, a inovação à gestão das pequenas empresas. A ideia principal do programa é a
sensibilização dos empreendedores sobre a importância de inovar rotineiramente, como uma
estratégia para crescer, e para tanto se utiliza da ferramenta Radar de Inovação para avaliar o grau
de inovação de uma organização (SEBRAE/PR, 2012; BACHMANN & ASSOCIADOS, 2008).
Nesse sentido, inovação também pode caracterizar-se como um dos vários aspectos
impactados diretamente pela influência e decisão dos gestores-proprietários nas MPEs delineando,
dessa maneira, um estudo acerca dos fenômenos organizacionais sob a perspectiva de estilos
cognitivos (HAYES; ALLINSON, 1994). Assim sendo, buscou-se, nesta pesquisa, compreender
as relações existentes entre inovação e estilos cognitivos em MPEs, como meio de estabelecer
relações preliminares entre grau de inovação e estilos cognitivos dos gestores-empreendedores.
A estrutura deste artigo é composta por 5 (cinco) seções, sendo a primeira esta
introdução. Na segunda seção, os pesquisadores discorrem sobre os embasamentos acerca dos
estudos sobre estilos cognitivos, além de descreverem o Programa ALI e sua aplicação. Na seção
seguinte são tratadas as etapas da investigação. A discussão sobre os dados coletados e suas
significações é apresentada na quarta seção. Por fim, os pesquisadores encerram esta pesquisa
relatando, na quinta seção, a síntese das reflexões e interpretações atingidas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Estilos Cognitivos
A cognição está relacionada com o processo de aquisição e utilização de conhecimento.
Segundo Gimenez (2000), cada indivíduo possui diferenças no modo de obter e utilizar
informações sugerindo assim um estilo individual cognitivo. Os autores Hayes e Allinson (1994)
analisaram a relação de fenômenos organizacionais sob o ponto de vista de estilos cognitivos. Os
autores listaram 22 dimensões onde é possível a observação desses estilos individuais. Dentre
essas dimensões, Kirton (1976) propôs um modelo chamado de Teoria da Adaptação-Inovação, o
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qual expõe que as pessoas adotam estilos de criatividade e preferência na tomada de decisão e
solução de problemas.
A Teoria da Adaptação-Inovação parte do pressuposto de que a forma de pensar do
indivíduo, no que diz respeito à criatividade para a resolução de problemas, faz parte do cotidiano
de cada ser humano. Através de seus estudos, Kirton (2003; 1984; 1976) pôde demonstrar que
estilos de criatividade produzem diferentes padrões de comportamento, sendo esses essenciais
para o sucesso e para resolução de problemas ao longo do tempo.
Por essa teoria é possível, ainda, analisar essencialmente o estilo criativo de como as
pessoas resolvem problemas e tomam decisões, enfatizando que a avaliação do nível cognitivo
definido pelo autor como potencial capacidade (inteligência ou talento) e níveis de aprendizagem
(competências) são características independentes e avaliadas por outras medidas.
O Inventary Kirton Inovation Adpatation – KAI (questionário elaborado pelo autor) mede
o estilo de pensamento do indivíduo, o qual, segundo ele, se localiza em um continnuum
normalmente distribuído que varia desde alta adaptação à alta inovação, representado na figura 1.
Figura 1 – Continuum dos estilos cognitivos de Kirton.
Fonte: De Vasconcelos, Guedes e Cândido, 2007, p.128.
Algumas implicações e características foram identificadas dos extremos inovadores e
adaptadores, conforme exposto no quadro 1.
Quadro 1 – Principais características de perfis adaptadores e inovadores.
IMPLICAÇÕES EXTREMOS ADAPTADORES EXTREMO INOVADORES
Na definição de problemas
Tendem a aceitar os problemas e restrições como definidos. Buscam solução rápida que limite descontinuidades e aumente imediatamente a eficiência.
Tendem a rejeitar a percepção geralmente aceita dos problemas e tentam redefini-los. Parecem menos preocupados com eficiência imediata, buscando ganhos a longo prazo.
Na geração de soluções
Em geral buscam poucas soluções que são novas, criativas, relevantes e aceitáveis, buscando “fazer as coisas melhor”.
Produzem numerosas ideias que podem não parecer relevantes ou aceitáveis para outros. Em geral as ideias podem resultar em “fazer as coisas diferentemente”.
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Para políticas Preferem situações bem estruturadas e estabelecidas.
Preferem situações não estruturadas.
Para ajuste organizacional
Essenciais para as atividades em andamento, mas em tempo de mudanças inesperadas podem ter dificuldades em deixar seus papéis prévios.
Essenciais em tempos de mudança ou crise, mas podem ter dificuldades em aplicar-se às demandas organizacionais de rotina.
Para comportamento percebido
Visto pelos inovadores: como confiáveis, conformados, previsíveis, inflexíveis, atados ao sistema, intolerantes de ambiguidade.
Visto pelos adaptadores: como não confiáveis, não práticos, ameaçadores ao sistema estabelecido e criadores de dificuldades.
Fonte: Adaptado de Kirton (1976).
Esses dois pólos distintos de tomada de decisão demonstram a preferência do indivíduo por
“fazer as coisas melhor” ou “fazer as coisas diferentemente” (STUM, 2009). O extremo do pólo
“fazer as coisas melhor” foi caracterizado como estilo adaptativo. O estilo adaptativo é atribuído
às pessoas que, para resolução de problemas, carregam internamente termos de referência, teorias,
precedentes políticos e paradigmas resultando em esforços para oferecer a “melhor solução” para
o problema (KIRTON, 1978).
O estilo cognitivo adaptativo tem como natureza, um perfil disciplinador, que cumpre com
as regras, que é preciso e objetivo quando se pensa em resolver problemas. Este tipo adaptador
sempre buscará soluções já conhecidas e testadas por outros.
Por outro lado, o extremo polo “fazer as coisas diferentemente” foi denominado como
estilo inovador. As pessoas de traço mais inovador tendem a destacar o problema da forma como
ele é percebido, sendo suscetíveis a produzir soluções menos esperadas e vistas como “diferentes”
pelas outras pessoas.
O perfil inovador possui um gênero desafiador, que arrisca e busca novas maneiras de
resolver problemas e tomar decisões.
A teoria da Adaptação-Inovação enfatiza que a abordagem adaptadora ou inovadora, não
deve ser confundida com nível ou capacidade de solução de problemas de forma criativa. Não
existe certo ou errado, bom ou ruim nas preferências dos estilos, trata-se apenas de dois tipos
distintos para tomada de decisão.
Em cada caso é possível visualizar seus pontos fortes assim como suas potenciais
fraquezas, mostrando que ambos os estilos são capazes de gerar soluções criativas, mas que
refletem suas diferentes abordagens.
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O entendimento das preferências individuais, conduz então a uma sucessão de
possibilidades de aplicação do conceito de estilo cognitivo em decisões administrativas,
estratégicas e organizacionais.
2.2 Inovação e o Radar de Inovação
A inovação tornou-se ao longo do tempo um tema relevante de pesquisas acadêmicas e
empresariais pela sua importância e por não possuir uma definição precisa. Schumpeter (1982)
analisou a inovação como o elemento condutor do desenvolvimento econômico, seja ela na forma
de introdução de novos bens e técnicas de produção ou surgimento de novos mercados.
Desde a década de 1980 a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico –
OCDE objetivando promover a interação entre o setor produtivo e áreas de pesquisa cunhou o
termo inovação em sua agenda. Parte de suas publicações como, por exemplo, o Manual de Oslo
tem o objetivo de padronizar e orientar os conceitos, metodologias e indicadores de pesquisa e
desenvolvimento relacionados à inovação e tecnologia em países industrializados.
De acordo com o Manual de Oslo (OCDE, p.55, 2005),
[...] a inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.
Esse mesmo documento trata da divisão da inovação em quatro áreas: i) Inovação em
produto: significa a introdução de um bem ou serviço novo ou melhorado; ii) Inovação em
processo: constitui-se na implementação de um método de produção novo ou significativamente
melhorado; iii) Inovação em marketing: constitui-se na implementação de um novo método de
marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou no posicionamento do
produto em sua promoção; e iv) Inovação organizacional: significa introduzir um novo método
organizacional nas práticas de negócios da empresa ou na organização de seu local de trabalho.
Desta forma, uma organização inovadora é aquela que “é capaz de introduzir novidades de
qualquer tipo em bases sistemáticas e colher os resultados esperados.” (BARBIERI, 2007, p. 88).
Neste sentido, a inovação passou a ser considerada questão essencial para a
competitividade das organizações, tornando-se o caminho seguro para que as organizações
obtenham vantagem competitiva sustentável em relação à concorrência.
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A inovação, enquanto processo estratégico, engloba muito mais do que o desenvolvimento
de inovações tecnológicas de produtos ou processos, envolve a criação de novos modelos de
negócios e novos modelos organizacionais que satisfaçam as expectativas do ambiente
competitivo das organizações no mercado (FRANCO, 1998).
Leifer, O’Connor e Rice (2002) buscaram analisar as inovações através dos efeitos que
causam, classificando-as, assim, por inovações incrementais ou radicais.
A inovação incremental consiste no aproveitamento de uma tecnologia existente, buscando
a melhoria dos produtos e serviços, já a inovação radical tem como característica a ruptura intensa,
a qual pode criar até mesmo novos mercados.
Entretanto neste trabalho, busca-se compreender a inovação conforme a obra de Sawhney,
Wolcott e Arroniz (2006), a qual sugere que a inovação deve estar ancorada no valor atribuído
pelos clientes, enfatizando que os gestores devem pensar de forma holística em todas as
dimensões possíveis que a organização possa inovar. No intuito de facilitar esse raciocínio os
autores elaboraram a ferramenta Radar de Inovação, apresentada na figura 2.
Figura 2 – Representação gráfica da Ferramenta Radar de Inovação.
Fonte: Sawhney, Wolcott e Arroniz, 2006.
Em termos práticos, essa ferramenta consiste na percepção de doze dimensões inovadoras
apresentadas no quadro 2 e tem como base de composição quatro eixos principais: i) cliente; ii)
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oferta; iii) processos e iv) localização da empresa. A partir da aplicação do Radar de Inovação se
torna possível analisar uma organização de acordo com o seu grau de inovação ora identificado.
Quadro 2 – As 12 dimensões de abordadas pelo Radar de Inovação.
DIMENSÃO DEFINIÇÃO
Oferta Desenvolvimento de produtos com características inovadoras.
Processos Redesenho dos processos, onde se permitem incrementos para a eficiência operacional.
Clientes Identificação de novos nichos de mercado e necessidades dos clientes.
Praça Identificação de novas formas de comercialização ou distribuição.
Plataforma Relacionamento do sistema de produção e a diversidade de produtos demandados.
Marca Relacionada à forma como a empresa transmite ao consumidor os valores da empresa.
Soluções Mecanismos para simplificar as dificuldades com o cliente.
Relacionamento Relacionamento do cliente com a empresa.
Agregação de valor
Relacionado a como captar valor dos produtos percebido pelos clientes.
Organização da Cadeia de
Fornecimento
Melhorar a estrutura da empresa em toda cadeia, relacionamento logístico com fornecedores e clientes.
Rede Relacionada à comunicação que a empresa tem com os elos da cadeia e com os clientes.
Fonte: adaptado de Sawhney, Wolcott e Arroniz, 2006.
No Brasil, o SEBRAE, através do Programa ALI, baseia-se na ferramenta desenvolvida
por Sawhey, Wolcott e Arroniz (2006) como metodologia de diagnóstico de grau de inovação em
MPEs.
O Programa ALI é uma proposta que tem como objetivo levar, de forma continuada, a
inovação na gestão das pequenas empresas (SEBRAE/PR, 2012). A ideia principal é a
sensibilização dos empreendedores sobre a importância de inovar rotineiramente, como uma
estratégia para crescer.
Complementado as dimensões abordadas pelo Radar de Inovação, o SEBRAE adicionou a
dimensão “Ambiência Inovadora”, a qual consiste na avaliação da existência de um clima
organizacional propício à inovação (BACHMANN & ASSOCIADOS, 2008). Por conseguinte, as
13 dimensões são mensuradas, assim como a média entre elas, resultando no valor do grau de
inovação global da organização.
Como forma de proporcionar melhor compreensão dos resultados aferidos por meio do
Radar de Inovação, o SEBRAE também utiliza de escala de classificação das organizações em três
níveis de grau de inovação exibidos no quadro 3.
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Quadro 3 – Grau de Inovação
ESCORE SITUAÇÃO 5 Organização inovadora sistêmica
3 Organização inovadora ocasional
1 Organização pouco ou nada inovadora
Fonte: Bachmann & Associados (2008).
De acordo com o SEBRAE (2012), a pontuação 5 foi definida como “organização
inovadora sistêmica”, a qual indica que a prática de inovação está presente na empresa. A
pontuação 3, situada por “organização inovadora ocasional” ocorre quando a inovação é incipiente
e busca por melhorias. Em terceiro caso, quando a pontuação encontrada é de valor 1, a empresa é
identificada como “organização pouco ou nada inovadora”, indicando que a inovação não está
presente na organização.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo tem por objetivo analisar o estilo cognitivo de três gestores de MPEs sob o
ponto de vista do diagnóstico do grau de inovação proporcionado pelo Programa ALI do
SEBRAE, no município de Porto Velho, para tanto, utilizou-se como procedimento geral a
abordagem quanti-quali (CRESWELL, 2010).
Em um primeiro momento, a partir de análise documental (FLICK, 2009), os
pesquisadores examinaram e classificaram 437 devolutivas, ou seja, 437 documentos que
descreviam e relatavam diagnósticos e levantamentos realizados em MPEs atendidas no Estado de
Rondônia pelos agentes do Programa ALI. Como consequência dessa etapa se pôde verificar as
descrições dos agentes quanto aos empreendimentos e gestores e, ainda, aferir o Grau de Inovação
das organizações citadas nos documentos.
Com base na classificação fundamentada no Grau de Inovação constatado nas devolutivas,
os pesquisadores procederam à seleção intencional (CRESWELL, 2010) de três organizações
representativas dos diferentes níveis de práticas de inovação, resultando no grupo de empresas
expostas no quadro 4.
Quadro 4 – Empresas representativas do Grau de Inovação.
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ORGANIZAÇÃO GRAU DE INOVAÇÃO
Empresa A - Instituto de Beleza 5
Empresa B - Cabelereiros e Instituto de Beleza 3
Empresa C - Escola de Música 1 Fonte: Elaborado pelos autores.
Em etapa seguinte ao exame documental, a pesquisa se caracterizou como um estudo de
campo (GIL, 2011), tendo em vista que os pesquisadores buscaram aproximação e interação com
os gestores das empresas descritas no quadro 4, com o objetivo de investigar as realidades dos
participantes e aplicar a coleta de dados em dois momentos.
Na primeira fase da coleta se procedeu à aplicação do questionário KAI (KIRTON, 1976)
aos respectivos gestores, a fim de identificar os estilos cognitivos destes.
O questionário KAI possui 32 itens que verificam o estilo adaptador ou inovador do
indivíduo analisado, sendo que cada item possui 5 opções de respostas distribuídas em uma escala
Likert de pontuação entre 1 a 5, variando entre “discordo totalmente” até “concordo totalmente”.
Nesse questionário o resultado final pode variar entre 32 e 160 pontos, sendo considerados 96
pontos como a média a qual indica que uma pontuação inferior denota indivíduos com estilos mais
adaptadores, enquanto que uma pontuação superior a 96 denotará indivíduos com estilos mais
inovadores.
Complementado a investigação, os pesquisadores procederam à entrevista
semipadronizada (FLICK, 2009; GIL, 2011), no intuito captar dados verbais dos participantes em
relação aos perfis cognitivos; ao estilo do empreendimento e às expectativas quanto ao resultado
final da assessoria do Programa ALI do SEBRAE.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Empresa A - Instituto de Beleza
De acordo com a investigação documental das devolutivas do Programa ALI, a Empresa A
atua há mais de 15 anos no segmento de beleza, estética e perfumaria e sua missão é a promoção
da máxima satisfação dos clientes através do atendimento personalizado e da qualidade nos
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serviços prestados, buscando sempre a criatividade e inovação de acordo com as tendências de
mercado nacionais e internacionais.
Segundo relato da agente do SEBRAE, descrito na devolutiva, “[...] a ação empreendedora
da empresária permitiu o investimento na região norte para realizar o seu sonho, buscando novos
conhecimentos para iniciar uma empresa de sucesso, com isso a empresária participa de feiras e
congressos nacionais e internacionais para inovar e se manter competitiva no mercado.”.
Ainda com base na investigação documental é apresentado no gráfico 1 o diagnóstico da
Empresa A em relação à ferramenta Radar de Inovação.
Gráfico 1 – Radar de inovação da Empresa A.
Fonte: elaborado pelos autores.
Das treze dimensões investigadas pelos agentes do Programa ALI na organização ressalta-
se que seis delas foram pontuadas com a nota máxima (cinco pontos) e somente uma dimensão
obteve pontuação baixa (dois pontos), segundo a escala adotada (1 a 5). Ainda, de acordo com o
gráfico 1, cinco dimensões ficaram próximas da classificação máxima, perfazendo cada uma delas
quatro pontos e indicando que o tema inovação é presente e significativo em quase todas as áreas
investigadas, segundo consta nas devolutivas do SEBRAE.
Ademais, a avaliação dos agentes também proporcionou verificar que, conforme a
constatação de adoção de práticas de inovação habituais traduzidas pelas pontuações aferidas, a
Empresa A se revelou como uma organização com tendência à inovação de forma sistêmica.
Ainda, nesse mesmo empreendimento se procedeu à aplicação do questionário KAI, para
identificação do estilo cognitivo da gestora principal, sendo o resultado da pontuação exibido no
gráfico 2.
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Gráfico 2 – Distribuição das repostas ao questionário KAI aplicado a gestora da Empresa A.
Fonte: elaborado pelos autores.
De acordo com o gráfico 2, a distribuição das respostas da gestora da Empresa A teve
maior concentração nas opções que resultam maior pontuação e expressam tendência ao estilo
cognitivo inovador. Em detalhe, somente seis itens respondidos caracterizam perfis ou estilos mais
adaptadores, em contraposição aos 26 itens escolhidos pela participante e que esboçam perfis de
cognição classificada como inovador.
Ressalta-se, ainda, que a opção “indiferente” não foi escolhida dentre os 32 itens
respondidos pela participante resultando, desta forma, em um total de 127 pontos apurados no
resultado final do questionário KAI, confirmando, deste modo, a identificação clara do estilo
cognitivo inovador por parte da gestora.
A compreensão mais apurada obtida por meio de sessão de entrevista não foi possível, uma
vez que por manifestação da própria gestora não houve participação nesse tipo de coleta de dados,
remanescendo os levantamentos realizados nas pesquisas documental e de campo.
Isto posto, se pôde depreender com base nas análises expostas que tanto o grau de inovação
da Empresa A, quanto o perfil cognitivo da gestora convergem, de forma significativa, para
práticas que expressam evidências de atitudes e comportamentos inovadores ou para fazer as
coisas diferentemente.
4.2 Empresa B – Cabelereiros e Instituto de Beleza
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Conforme a compreensão da documentação obtida pelo Programa ALI, a Empresa B (cuja
atividade principal consiste em oferecer serviço de qualidade de vida aos clientes) engloba
atividades de beleza, higiene pessoal, estética e bem-estar, buscando satisfazer as necessidades dos
consumidores ofertando produtos e serviços que excedam as suas expectativas. Para isto, a
empresa se preocupa constantemente com a qualidade do ambiente de trabalho e busca inovações,
a fim de melhorar suas instalações, processos, utilização de tecnologia e novas matérias-primas,
priorizando o aperfeiçoamento técnico de seus serviços, treinando periodicamente seus
colaboradores para que possam oferecer um serviço de excelência na região.
Na devolutiva do Programa ALI foi utilizado como fonte de dados o Diagnóstico
Empresarial, Diagnóstico Grau de Inovação e Comportamento do Empreendedor. É importante
destacar no diagnóstico empresarial a avaliação da empresa nas dimensões de liderança,
estratégias, clientes, sociedade, conhecimento, pessoas, processos e resultados, a qual aponta
resultados satisfatórios na maior parte dos critérios avaliados na Empresa B. Essa interpretação
demonstra que a empresa busca por melhorias contínuas com intuito de se consolidar no mercado.
Consta, ainda, na devolutiva os seguintes resultados, expostos no gráfico 3, quanto à
aplicação da ferramenta Radar de Inovação:
Gráfico 3 – Radar de inovação da Empresa B.
Fonte: elaborado pelos autores.
Dentre as treze dimensões investigadas pelos agentes do Programa ALI se percebeu que
nenhum item foi classificado com a maior pontuação (cinco pontos). As dimensões que obtiveram
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os maiores valores foram cinco critérios: plataforma, marca, relacionamentos, cadeia de
fornecimento e rede, todos recebendo três pontos.
A dimensão ambiência inovadora, responsável por avaliar a existência de mecanismos que
incentivem os colaboradores a apresentarem ideias e soluções possui peso 2 na metodologia do
diagnóstico de Grau de Inovação. Nesse caso, a Empresa B expressou como nota 1,5 pontos. Em
vista da escala adotada (1 a 5) esta dimensão se mostrou com um valor baixo e sugerindo
melhorias neste quesito.
Ainda de acordo com o gráfico 3, se pode observar a pontuação mínima (um ponto) na
dimensão presença e pontuação dois nas dimensões clientes, soluções, agregação de valor e
processos.
A partir da somatória e média das pontuações das treze dimensões o resultado do Grau de
Inovação Global da organização foi de 2,5. Esta pontuação se enquadra em “Organização
Inovadora Ocasional”, ou seja, existe a adoção de práticas e atividades inovadoras na empresa,
mas não são rotineiras e sistemáticas.
Em relação ao Comportamento Empreendedor, a percepção do agente ALI sobre a
empresária indica um perfil proativo diante de questões que precisam ser resolvidas, enfatizando
critérios relacionados à busca de informações; oportunidades e iniciativas; exigência de qualidade
e eficiência; e persistência.
Ainda em relação à Empresa B, se procedeu a aplicação do questionário KAI, para a
identificação do estilo cognitivo da gestora, sendo o resultado apresentado no gráfico 4.
Gráfico 4 – Distribuição das repostas ao questionário KAI aplicado a gestora da Empresa B.
Fonte: elaborado pelos autores.
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De acordo com o gráfico 4, a distribuição das respostas da gestora da Empresa B compôs
maior concentração em dois tipos opostos de respostas. Em detalhe, 16 questões foram
respondidas assinalando “concordo totalmente”, nas quais a somatória resulta em uma maior
pontuação, assim, expressando tendência ao estilo cognitivo inovador, em contraponto, 12
questões foram assinaladas como “discordo totalmente”, o que significa uma somatória menor de
pontuações, salientando a tendência de cognição adaptadora nessas respostas.
Em um total de 102 pontos apurados no resultado final do questionário KAI, a gestora foi
classificada como estilo cognitivo inovador.
Sucedendo à análise documental e aplicação de questionário KAI, em entrevista realizada
com a gestora os pesquisadores puderam identificar que a participante nota-se como uma “pessoa
inovadora”, além de considerar seu empreendimento como uma “empresa inovadora no mercado”.
A participante da pesquisa manifestou, ainda, a expectativa de sua empresa “fazer as coisas
melhor”, como resultado ao final da participação no Programa ALI.
Assim sendo, se constata, com base na exposição de análises, que a gestora adota um perfil
de estilo cognitivo inovador, corroborando com os dados verbais da entrevista. Além disso, a
organização planeja e implementa atividades de inovação ocasionalmente, de forma não rotineira.
4.3 Empresa C – Escola de Música
O exame da devolutiva trouxe melhor compreensão acerca da Empresa C, a qual atua no
segmento educacional voltado para o ensino de música.
A devolutiva não traz maiores detalhes sobre as características da organização, entretanto,
inclui citação do próprio gestor que, acerca do ramo de negócio, menciona ser “[...] o tipo de coisa
que, para ser bem feita, precisa de turmas muito pequenas. De preferência, aulas individuais. Só
que isso requer um grande número de professores. E, além dos custos, é muito difícil conseguir
bons professores em quantidade.”.
O diagnóstico do Radar de Inovação, incluso no documento do SEBRAE e analisado pelos
pesquisadores, é exposto no gráfico 5.
Gráfico 5 – Radar de inovação da Empresa C.
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Fonte: elaborado pelos autores.
De forma destacada, a dimensão plataforma se sobressai das demais apresentadas no
gráfico 5, obtendo 4 pontos, tornando-se item eminente pelo diagnóstico dos agentes do Programa
ALI. O conceito dessa dimensão significa a capacidade da organização em utilizar a mesma
tecnologia, componentes ou métodos de montagem com o objetivo de ofertar um número maior de
produtos e serviços demonstrando, dessa forma, uma tendência inovadora.
Semelhante situação ocorre com a dimensão marca que, em detalhe, também se destacou
de maneira isolada, com três pontos, logo abaixo da dimensão plataforma.
Já todas as demais dimensões obtiveram pontuações menor que três na escala. Dentre as
dimensões abaixo de três pontos vale destacar que soluções, agregação de valor, processos,
organização, cadeia de fornecimento, presença e rede foram classificadas com valor mínimo da
escala, ou seja, um ponto.
No cálculo geral das pontuações, a Empresa C foi classificada com Grau de Inovação
Global de 1,7 pontos, se inserindo como uma organização pouco ou nada inovadora, segundo
avaliação do SEBRAE.
No tocante a apuração dos resultados quanto ao questionário KAI, é exibida, no gráfico 6,
a distribuição das respostas do gestor principal da organização.
Gráfico 6 – Distribuição das respostas ao questionário KAI aplicado ao gestor da Empresa C.
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Fonte: elaborado pelos autores.
Ao se observar, em detalhe, o gráfico 6 depreende-se que o gestor da Empresa C manteve
uma frequência próxima de uma distribuição uniforme em todas as alternativas. Em destaque, se
mostram, ao total, 19 itens relativos às respostas do participante que denotam características do
estilo inovador. De forma abrangente, depreendeu-se, com o exame dessas respostas, que o perfil
cognitivo do gestor, tanto indica preferências cognitivas adaptadoras como preferências cognitivas
inovadoras.
Dessa maneira, em um total de 112 pontos apurados no resultado final do questionário
KAI, testifica-se a classificação do estilo cognitivo inovador por parte do gestor.
Complementando a investigação, em sessão para aplicação de entrevista, se pode
constatar que o participante considerou-se ser uma “pessoa adaptadora” e, ainda, no segmento
empresarial em que atua, classificou sua organização como uma “empresa inovadora no mercado”.
Ademais, com relação ao Programa ALI e ao acompanhamento dos agentes, o participante
manifestou a expectativa de sua empresa “fazer as coisas melhor” como resultado final do
programa.
Fundamentando-se nas análises apresentadas, os resultados do grau de inovação e do perfil
cognitivo foram divergentes, pois revelaram uma organização pouco inovadora, porém com um
gestor identificado com estilo cognitivo inovador, em contraponto aos dados verbais constatados
na entrevista.
5 CONCLUSÕES
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Após a classificação, com base no grau de inovação, das organizações abordadas nesta
pesquisa e, ainda, baseado nas análises expostas, se conclui que, quanto ao perfil de estilos
cognitivos, todos os gestores participantes foram identificados com tendência ao estilo cognitivo
inovador, no entanto, apesar dos participantes serem assim classificados, quando observados em
detalhe os gráficos de distribuição das respostas ao questionário KAI, se verifica a existência de
certas distinções, provavelmente, indicadoras de estilos criativos e de tomada de decisão mais
acentuados que outros.
Ainda dentre os participantes, a gestora da Empresa A - Instituto de Beleza foi a que mais
se aproximou do polo extremo inovador, coadunando com a alta pontuação obtida na classificação
do grau de inovação, segundo a ferramenta Radar de Inovação aplicada pelo Programa ALI.
Tal constatação não significa afirmar que há uma relação direta entre estilos cognitivos e
graus de inovação, mesmo porque ao se observar os gráficos representativos das Empresas B e C
se constatam divergências quanto a essa interpretação.
Ademais, no que se refere às entrevistas, a percepção dos entrevistados sobre inovação,
bem como em relação ao trabalho de assessoria do SEBRAE, foi considerada discordante com a
classificação destes no estilo inovador, tendo em vista que “fazer as coisas melhor” é o que
almejam para suas empresas, como resultado esperado da assessoria do Programa ALI. Ao
contrário, e conforme descrição das características dos perfis, a expectativa adequada seria por
“fazer as coisas diferentemente”. Dessas reflexões, quanto aos entrevistados, se pode indicar
equívocos de interpretação de conceitos, uma vez que inovação pode estar sendo confundido,
pelos participantes, com otimização de recursos nas organizações.
Os pesquisadores depreenderam, ainda, que o tema inovação tem feito parte do cotidiano
dos gestores, tendo em vista a identificação destes no estilo inovador e baseado na análise das
entrevistas, porém se constata, também, a dificuldade de aplicação de práticas inovadoras nas
diversas dimensões analisadas pelo Radar de Inovação.
Ressalta-se que o estudo, ora em tema, foi limitado aos participantes aqui descritos e
ademais, esta pesquisa não é conclusiva, pois convém realizar investigações mais aprofundadas.
Como sugestão, se recomendam pesquisas sobre a evolução das classificações das
empresas analisadas quanto ao grau de inovação, dificuldades e obstáculos de implementação de
práticas inovadoras nas organizações e a influência dos estilos cognitivos na tomada de decisões
dos gestores-proprietários.
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