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Técnico em Logística Luciana Bazante de Oliveira 2015 Estoques

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Técnico em Logística

Luciana Bazante de Oliveira

2015

Estoques

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C

Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação Cid Ferreira Gomes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves

Governador do Estado de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara

Vice-Governador do Estado de Pernambuco

Raul Jean Louis Henry Junior

Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco

Frederico da Costa Amâncio

Secretário Executivo de Educação Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Gerente Geral de Educação Profissional

Josefa Rita de Cassia Lima Serafim

Coordenador de Educação a Distância George Bento Catunda

Coordenação do Curso Maria Helena Cavalcanti

Coordenação de Design Instrucional

Diogo Galvão

Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo

Diagramação

Klébia Carvalho

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Técnico em Logística

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6

1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER O PROCESSO E VARIÁVEIS DA ARMAZENAGEM DE

MATERIAIS ................................................................................................................................ 8

1.1 Conceitos Iniciais .................................................................................................... 8

1.2 Atividades Primárias da Cadeia de Suprimentos ................................................. 11

1.3 Atividades de Suporte à Cadeia de Suprimentos ................................................. 13

2. COMPETÊNCIA 02 | COMPREENDER A CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES POR NÍVEIS DE

VALOR ..................................................................................................................................... 22

2.1 Classificação dos Estoques ................................................................................... 22

2.1.1 Quanto ao Tipo ........................................................................................... 22

2.1.2 Classificação Quanto à Importância ou Valor (Método ABC) ........................... 27

2.2 PEPS, UEPS e CMP ................................................................................................ 29

2.2.1 PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In – First Out) ....... 29

2.2.2 UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In – First Out) .......... 31

2.2.3 Custo Médio Ponderado ................................................................................... 32

3. COMPETÊNCIA 03 | ENTENDER O DIMENSIONAMENTO DOS NÍVEIS DE ESTOQUE .......... 34

3.1 Dimensionamento de Estoques ........................................................................... 34

3.2 Níveis de Estoque ................................................................................................. 37

3.3. Gráfico Dente de Serra .......................................................................................... 5

3.4 Lote Econômico de Compras Sem Faltas (LEC) ...................................................... 6

3.5 Previsão e Avaliação da Demanda de Estoques ..................................................... 8

4. COMPETÊNCIA 04 | COMPREENDER OS PONTOS DE COMPRA E REPOSIÇÃO DE

ESTOQUES ............................................................................................................................... 10

4.1 Sistemas de Controle de Estoques ....................................................................... 10

4.2 Custos de Estocagem............................................................................................ 12

4.3 Procedendo a Reposição de Estoques ................................................................. 15

5. COMPETÊNCIA 05 | CONHECER UMA SISTEMÁTICA DE COMPRAS E ESTOQUES ............. 17

5.1 O Processo de Compras........................................................................................ 17

5.2 Modernização da Área de Compras ..................................................................... 20

5.3 Controle de Estoques e Compras ......................................................................... 21

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 26

MINICURRÍCULO DA PROFESSORA ......................................................................................... 30

Sumário

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Técnico em Logística

INTRODUÇÃO

Caro aluno, desejo boas vindas à disciplina Estoques, do curso de Logística!

Para o profissional de Logística, entender o papel estratégico do Planejamento

dos Estoques é um desafio extremamente importante, especialmente no

contexto de mercado competitivo em que nós vivemos.

O controle de estoques é muito importante para qualquer tipo de empresa,

pois através dele, monitoram-se os desperdícios, desvios, minimizam-se os

custos, efetuam-se análises, bem como se mede o momento de fazer algum

investimento. Uma empresa precisa ter estoques para que possa estar pronta

a produzir sempre que houver uma demanda. No entanto, tais estoques

geram custos e não devem ser mantidos em quantidade que onere a

empresa.

Na primeira competência, você conhecerá conceitos importantes, que

fundamentarão toda a disciplina, tais como: o que é logística; o que é estoque

e quais são as atividades primárias e as atividades de apoio à cadeia de

suprimentos.

Na segunda competência, você compreenderá a classificação de estoques por

nível de valor, aprendendo que ABC não é usado apenas como uma alusão ao

nosso alfabeto. Em seguida, aprenderá sobre os métodos de avaliação e

movimentação de estoques: PEPS, UEPS e CMP.

Na terceira competência, você estudará sobre os níveis de estoques e no que

eles podem influenciar para a necessidade de reposição ou custos da

empresa, bem como ferramentas auxiliares para entendermos tais níveis e

mantermos os estoques em quantidade adequada. Também será abordado,

nesta competência, o método de previsão de demanda de estoques.

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Estoques

Na quarta competência, você conhecerá sobre os sistemas de controle de

estoques e os custos envolvidos na estocagem.

Por fim, na quinta e última competência, você aprenderá sobre a relação

entre a sistemática de compras e os estoques, entendendo porque a gestão

de compras é importante para uma adequada gestão dos estoques.

Ao fim da disciplina, você, prezado aluno, obterá um novo conhecimento

teórico, entenderá como todos esses fatores o levarão a administrar

adequadamente os estoques e a importância que isso terá para a empresa

onde você trabalha ou trabalhará, bem como poderá aplicar alguns desses

conhecimentos em suas atividades.

Bons estudos!

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Técnico em Logística

Competência 01

1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER O PROCESSO E VARIÁVEIS DA

ARMAZENAGEM DE MATERIAIS

1.1 Conceitos Iniciais

Para você, aluno do curso de Logística, é importante saber que armazenar

materiais está intimamente ligado às ciências humanas, tais como: a

administração, a economia, a contabilidade, a estatística e o marketing,

envolvendo diversos recursos da engenharia, tecnologia, do transporte e dos

recursos humanos. No entanto, logística não se resume apenas a

armazenamento ou transporte.

A Logística não é algo novo, mas podemos dizer que este termo, da forma

como conhecemos hoje, originou-se durante a Segunda Guerra Mundial,

quando estava relacionado à coordenação de armamentos, tropas e munições

para os locais necessários. Ao adotarmos a Logística em um conceito

empresarial, nos referimos a atividades desde a aquisição de materiais,

planejamento de produção, movimentação e coordenação de produtos e

materiais.

Figura 1 – Fluxo da Logística Fonte: Blog Logisticamente (2014)

Segundo a definição do Council of Supply Chain Management Professionals

(Conselho de Profissionais de Gestão da Cadeia de Suprimentos), baseada no

autor José Meixa Crespo de Carvalho, "Logística é a parte do Gerenciamento

Veja um vídeo sobre a

Logística e sua evolução,

acessando o link a seguir:

https://www. youtube.com/

watch?v=ITxxvypa5go

Veja um rápido vídeo sobre o

sistema de Logística na

empresa Natura,

acessando o link a seguir:

www.youtube. com/watch?v=2H9PML_HHHQ

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Estoques

Competência 01

da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e

armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-

acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas,

desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de

atender às exigências dos clientes".

Antes de aprofundarmos no conhecimento da Logística, vamos relembrar

então conceitos vistos na disciplina Cadeia de Suprimentos?

Podemos dizer que suprimento é um item administrado, movimentado,

armazenado, processado e transportado pela logística. O termo nasceu junto

com a logística, derivado do termo cadeia de suprimentos, utilizado para

definir diversos materiais.

Já a cadeia de suprimentos é o conjunto de materiais necessários para o

funcionamento de uma empresa comercial ou fabricante. A cadeia de

suprimentos envolve todos os níveis de fornecimento do produto desde a

matéria-prima bruta até a entrega do produto no seu destino final, além do

fluxo reverso de materiais para reciclagem, descarte e devoluções. Também é

muito importante para esta disciplina o conceito de estoques, que podem ser

considerados como acumulação de matérias-primas, produtos em processo

ou produtos acabados que aparecem em vários pontos por todos os canais

logísticos e de produção na empresa. Referem-se a materiais, produtos ou

outros elementos na posse de uma empresa. Caso surja alguma diferença

entre a demanda do cliente e o fornecimento dos materiais, há o acúmulo dos

estoques. O que isso significa? Se um cliente comprar menos do que sempre o

faz, a empresa ficará com mais produtos estocados. Tal diferença ocorre por

diversos motivos, tais como: atrasos em entregas, escassez de matéria-prima,

erros administrativos, etc.

Enquanto estocados, os materiais ficam fisicamente parados em algum lugar

da empresa. No entanto, em algum momento estes itens serão solicitados,

então ocorre a movimentação no estoque. Para que se mantenha um bom

ATENÇÃO: não confundir suprimentos

com matérias-primas, pois as

matérias-primas são um dos tipos

existentes de suprimentos.

Matéria-prima é um produto natural ou

semimanufaturado que deve ser submetido a um

processo produtivo até tornar-se um

produto acabado.

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Técnico em Logística

Competência 01

controle dos estoques, todas as movimentações devem ser efetuadas por

meio das notas fiscais, quando se tratar de produtos acabados; ou

documentos internos, quando se tratar de transferência ou requisição de

matérias-primas.

Podemos encontrar três tipos de movimentações de materiais: entrada, saída

e transferência.

Entrada: é a movimentação de materiais que entram no estoque da

empresa, como as compras, por exemplo.

Saída: é a retirada (comumente chamada nas empresas de “baixa”) do

estoque, formalizada por meio da emissão de notas fiscais ou, quando

ocorrerem movimentações internas, por meio de requisições de

materiais.

Transferência: é a movimentação de materiais efetuada entre

almoxarifados ou filiais da mesma empresa. Esta operação gera débito

e crédito entre as unidades da empresa, mas não afeta o resultado final

do saldo do estoque geral. O registro desta operação pode ser feito por

meio de emissão de notas fiscais de transferência ou por documento

interno de requisição de materiais.

Por fim, a armazenagem é um dos subsistemas das atividades de

administração de materiais (outros exemplos de subsistemas são a aquisição

de materiais, a inspeção no recebimento, etc.), responsável pela gestão física

dos estoques. A armazenagem compreende as atividades de guarda,

preservação, embalagem, recepção e expedição de um determinado item,

segundo determinadas regras e métodos de armazenamento.

O Almoxarifado é o setor responsável pela guarda física dos materiais em

estoque, com exceção dos produtos em processo, pois para estes são criados

estoques intermediários, que normalmente ficam localizados dentro da área

de Produção. Também existem locais de estoque de produtos acabados,

aqueles que já tiveram seus processos de manufatura concluídos.

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Estoques

Competência 01

Dependendo do tamanho e características da empresa, os locais de estoques

de materiais ou produtos acabados podem ser geridos por uma pessoa ou

mais, separando a gestão das duas áreas. Seja como for, o responsável precisa

entender bastante sobre o controle de estoques e sobre as regras ou

legislações específicas para cada item. Por exemplo, o armazenamento de

materiais para fabricação de alimentos deve obedecer as leis de Boas Práticas

de Fabricação, criadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),

entre outras normas ou regras que venham a ser exigidas e implantadas por

cada empresa. Já uma empresa que produz refrigeradores não precisa seguir

estes cuidados, mas deve buscar saber quais são as exigências para

armazenamento dos seus itens.

Agora que você já conheceu ou relembrou alguns conceitos importantes para

esta disciplina, vamos nos aprofundar um pouco mais na primeira

competência.

1.2 Atividades Primárias da Cadeia de Suprimentos

Bom, você acabou de rever o conceito de cadeia de suprimentos, o que é

muito importante para entender alguns detalhes sobre ela. O primeiro desses

detalhes chama-se “atividades primárias da cadeia de suprimentos”, que são

aquelas rotinas de importância fundamental para a obtenção dos objetivos

logísticos de custo e nível de serviço que o mercado deseja. Essas atividades

são consideradas primárias porque são essenciais para a coordenação e para

o cumprimento da tarefa logística e contribuem com a maior parcela do custo

total da administração de materiais. São as seguintes:

Transportes, Manutenção de Estoques e Processamento.

Vamos detalhar um pouco mais:

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Técnico em Logística

Competência 01

Transporte

Você sabia que, ainda hoje, muitas empresas consideram que a área de

Logística se resume a esta atividade? Isso é um grande engano! No entanto,

realmente é uma das atividades logísticas mais importantes, simplesmente

porque nela está concentrada grande parte dos custos logísticos. É

imprescindível, porque nenhuma organização na atualidade pode atuar sem

providenciar a movimentação interna de suas matérias-primas ou a

movimentação de seus produtos acabados para chegarem ao consumidor

final. Refere-se aos vários modelos (ou modais) disponíveis para se

movimentar matéria-prima, produtos e serviços, e alguns modais utilizados

são: rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e o aeroviário. Em termos

mundiais, observa-se uma tendência a multimodalidade, ou seja, a integração

dos diversos modais de transporte.

A atividade de transporte está relacionada aos diversos métodos de se

movimentar produtos e insumos e por isso é essencial ao processo logístico,

sendo então responsável por uma grande parte dos custos logísticos. É muito

importante que o responsável por esta atividade escolha o(s) tipo(s) de

transporte(s) adequado(s), considerando o custo e a velocidade do(s)

mesmo(s).

Manutenção de Estoques

É a atividade para atingir um nível razoável de disponibilidade de produto,

diante de sua demanda. A grande preocupação do administrador de estoques

envolve manter seus níveis os mais baixos possíveis, e ao mesmo tempo

prover o que o cliente deseja, no momento que ele deseja.

A situação dos estoques merece muita atenção exatamente porque o grande

desafio é ter o menor nível de estoque possível, sem prejudicar o nível de

atendimento ao cliente, ou seja, manter uma quantidade necessária para

Veja um rápido vídeo sobre os

tipos de modais de transporte, acessando o link a seguir:

www.youtube. com/watch?v=P

6k9y3CDIiI

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Estoques

Competência 01

entregar o que cliente precisa, quando ele desejar. Não é uma tarefa simples,

mas sim um desafio que deve ser perseguido pelo profissional de logística.

Em relação ao custo logístico, esta atividade também representa uma parcela

considerável do mesmo, apesar de não tanto quanto a atividade de

transporte, sendo então necessária atenção especial a este ponto. Na

manutenção dos estoques, não se deve considerar apenas o custo da

armazenagem, mas outros, tais como: manuseio, obsolescência, deterioração

e pequenos furtos, bem como ao seguro e a todos os custos administrativos

associados ao gerenciamento do estoque.

Processamento de Pedidos

É um fator crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços

aos clientes, em relação à adequada administração dos recursos logísticos

disponíveis. Esta atividade dá início ao processo de movimentação de

materiais e produtos bem como a entrega desses serviços.

Mesmo não sendo uma atividade que representa um custo elevado, o

contrário da atividade de transporte, ela não deixa de ser muito importante

para o processo logístico por estar relacionada ao nível de serviço ofertado

aos clientes. O grande desafio dos gestores nesta atividade está relacionado a

buscar reduzir o “ciclo do pedido”, que é o tempo total entre o cliente realizar

um pedido e o mesmo ser entregue. Então, é importante contar com sistemas

eficientes e eficazes de recebimento de pedido, checagem de estoque,

separação, expedição e entrega do produto.

1.3 Atividades de Suporte à Cadeia de Suprimentos

Até aqui, você conheceu um pouco sobre as atividades primárias. Agora,

conhecerá sobre as atividades de suporte à cadeia de suprimentos e a relação

entre as duas categorias de atividades.

Os conceitos de armazenagem e estocagem são

diferentes, fique atento:

a) Armazenagem: é um subsistema responsável pela gestão física dos

estoques, que inclui todas as

atividades relacionadas à

guarda temporária e a distribuição de

materiais (depósitos,

almoxarifados, centro de

distribuição, etc.). As operações de armazenagem consistem no recebimento, estocagem, separação e

expedição de materiais para

apoiar o fluxo de materiais nos sistemas de

manufatura e distribuição.

b) Estocagem: é uma das

atividades do fluxo de materiais no armazém, é o

ponto destinado a locação estática

dos materiais, ou seja, onde eles

fisicamente ficam.

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Técnico em Logística

Competência 01

As atividades secundárias são aquelas adicionais, que dão suporte ao

desempenho das atividades primárias, para que seja possível ter clientes

satisfeitos e atingir um bom nível de lucratividade para a empresa. São as

seguintes: Armazenagem, Manuseio de Materiais, Embalagem de Proteção,

Obtenção, Programação de Produtos e Manutenção de Informação.

Armazenagem

É o processo que envolve a administração dos espaços necessários para

manter os materiais estocados. Essa ação envolve fatores como localização,

dimensionamento da área, arranjo físico (layout), equipamentos de

movimentação, recuperação do estoque, bem como necessidades de recursos

financeiros e humanos. É constituída por um conjunto de funções de

recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de itens

(matérias-primas, produtos acabados ou semi-acabados).

Podemos dizer que o objetivo geral da armazenagem é o compromisso entre

reduzir os custos e proporcionar a melhor solução para as empresas. Na

prática, isto só é possível quando consideramos todos os fatores que

influenciam os custos de armazenagem, bem como a importância dos

mesmos.

Custos da Armazenagem

Os custos envolvidos na armazenagem são geralmente fixos, apresentando a

dificuldade da minimização do impacto dos custos. Por exemplo,

independente de um armazém estar vazio ou cheio, os custos continuarão os

mesmos, uma vez que o espaço, os funcionários, os equipamentos e outros

investimentos continuam a existir. Então, é bem mais difícil trabalhar na

diminuição dos custos fixos do que nos custos variáveis.

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Estoques

Competência 01

Sistemas de Armazenagem

São formados por conjuntos de equipamentos que têm a função de arrumar

adequadamente os itens, como por exemplo, as matérias-primas. Essa

arrumação pode acontecer de forma manual ou utilizando equipamentos de

movimentação de materiais como, por exemplo, empilhadeiras e paleteiras.

Existem vários tipos de sistemas de armazenagem, utilizados de acordo com o

tipo de produto a armazenar e área disponível, entre outros parâmetros.

Um Sistema de Armazenagem bem estruturado e implementado permite a

otimização de espaços, possibilitando a diminuição dos custos do produto

para o consumidor final e, consequentemente, aumenta a competitividade da

empresa no mercado.

Para a empresa definir qual seria o melhor sistema de armazenagem para ela,

deve, antes de qualquer coisa, respeitar as características do produto, tais

como o seu peso, dimensões e a possibilidade ou impossibilidade de junção

em paletes. Mas é importante também levar em consideração as

características do local de armazenamento, para não correr o risco de adquirir

equipamentos que não são compatíveis com o mesmo.

Os sistemas de armazenagem podem ser classificados, quanto à

movimentação interna da carga, como: estático e dinâmico.

1) Sistema Estático - São aqueles sistemas de armazenagem nos quais os

produtos estocados não sofrem movimentos internos, após serem colocados

manualmente, ou através de equipamentos de movimentação, nas estruturas

de armazenagem. Como o próprio nome deixa claro, uma vez estocado, ele

fica estático, até ser requisitado. Seguem alguns exemplos:

Porta-pallets convencional;

drive-in;

drive-thru;

Veja um vídeo sobre

paletização dinâmica,

acessando o link a seguir:

https://www. youtube.com/

watch?v=hzwcgxDaJZM

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Técnico em Logística

Competência 01

2) Sistema Dinâmico - São os sistemas de armazenagem nos quais os

produtos estocados sofrem algum tipo de movimento interno, após serem

colocados manualmente, ou através de equipamentos de movimentação, nas

estruturas de armazenagem, tais como:

Porta-pallets dinâmico;

Flow-rack.

A seguir, vamos conhecer alguns elementos desse sistema (informações

extraídas do portal eletrônico “Conhecimentos da Armazenagem”):

a) Palete (ou Estrado) - É possível dizer que é um recurso que tem como

função a otimização do transporte de cargas. Sua movimentação é

possível por meio da empilhadeira ou da paleteira.

Figura 2 – Modelo de Palete de Madeira Fonte: Wikipédia (2013)

b) Empilhadeira - Máquina usada principalmente para carregar e

descarregar mercadorias em paletes. Existem diversos tipos e modelos,

tais como: elétricas, manuais, combustão e portuárias. Você vai

conhecer, na figura a seguir, o que é uma empilhadeira e entender as

diferenças físicas entre ela e uma paleteira.

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Estoques

Competência 01

Figura 3 – Modelo de Empilhadeira Fonte: Wikipédia (2013)

c) Paleteira - É uma espécie de máquina, um tipo de empilhadeira manual,

cuja principal função é fazer o deslocamento de materiais em uma

organização, principalmente no estoque. Uma das vantagens da

paleteira manual é sua relação de custeio com a empilhadeira elétrica,

porque, embora ambas sejam úteis para o carregamento de material, a

paleteira, além de mais fácil de pegar seu manuseio, é capaz de

transportar enormes quantidades de peso, sem precisar do tempo que

se leva para aprender a monitorar uma empilhadeira elétrica e ainda

com um preço mais barato.

Figura 4 – Modelo de Paleteira Fonte: Wordpress (2013)

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Técnico em Logística

Competên

Competência 01

d) Porta Paletes - Representa a melhor resposta para os armazéns, onde é

necessário armazenar produtos paletizados com uma grande variedade

de referências. É a solução mais simples e mais utilizada, sendo

adaptável a qualquer tipo de carga e volume.

Figura 5 – Modelo de Porta Palete Fonte: Empresa Cuiket

e) Drive in - São estruturas para verticalizar cargas paletizadas, com

movimentação interna da empilhadeira, ideal para trabalhar com

grandes quantidades de um mesmo produto, com armazenagem em

lote. É uma estrutura composta por laterais com braços que sustentam

as longarinas de Drive-in, formando blocos verticais e horizontais,

denominados ruas de armazenagem, as quais dão acesso à

empilhadeira que fará o carregamento dos paletes dentro da própria

estrutura, formando assim um bloco contínuo, sem corredores

intermediários, permitindo que a empilhadeira entre na estrutura

(CONCEITOS DA ARMAZENAGEM, 2012). As estruturas drive-in são

operacionalizadas por uma única entrada. Tem como vantagem a

rentabilidade máxima do espaço disponível, eliminação dos corredores

entre as estantes, rigoroso controle de entradas e saídas e admite tanto

as referências como as ruas de carga.

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Estoques

Competência 01

Competência 01

Figura 6 – Modelo de Drive In Fonte: Wordpress Adminlogistica (2013)

f) Drive Through (ou Drive-Thru) -Também são estruturas para verticalizar

cargas paletizadas, mas diferentes do drive in, que a empilhadeira entra

e sai pelo mesmo lado, no drive through a empilhadeira tem acesso

pelos dois lados, sendo dois corredores: um de entrada e outro de

saída. Sua estrutura conta com lastres com rodas para fazer a

movimentação do palete; essas rodas ajudam na movimentação dos

paletes, colocando o mesmo de um lado e sendo levado pela força da

gravidade para o outro lado ( CONHECIMENTOS DA

ARMAZENAGEM,2012). Você pode visualizar esta explicação na figura a

seguir.

Figura 7 – Modelo de Drive Through Fonte: Blog Conhecimentos da Armazenagem (2013)

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Técnico em Logística

Competência 01

g) Flow Rack - Sistema indicado para pequenos volumes e grande

rotatividade onde se faz necessário o picking, facilitando a separação de

materiais. A sua configuração permite naturalmente o principio F.I.F.O.

(ou P.E.P.S.). A posição inclinada dos trilhos de roldanas facilita o

deslizar das caixas, sua reposição e a retirada dos materiais.

Figura 8 – Modelo de Rack Fonte: Águias Sistemas (2014)

É importante que você saiba que alguns elementos do sistema de

armazenagem também podem ser usados durante o transporte, para facilitar

o seu manuseio ou evitar danos.

a) Manuseio de Materiais - Está associado com a armazenagem e também

com a manutenção dos estoques. Essa atividade envolve a

movimentação de materiais no local de estocagem, que pode ser tanto

de estoques de matéria-prima como de produtos acabados. Pode ser a

transferência de materiais do estoque para uso no processo produtivo

ou do processo produtivo para o estoque de produtos acabados, bem

como também a transferência de um depósito para outro.

b) Embalagem de Proteção - Tem como objetivo proteger os produtos,

para que seja possível movimentá-los sem danificá-los. Um bom projeto

de embalagem do produto auxilia a garantia perfeita e a econômica

movimentação sem desperdícios. Além disso, dimensões adequadas de

empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes.

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Estoques

Competência 01

Competência 01

c) Obtenção (ou Suprimentos) - É a atividade que proporciona ao material

ou produto ficar disponível, no momento exato, para ser utilizado pelo

sistema logístico. É o procedimento de avaliação e da seleção das fontes

de fornecimento, da definição das quantidades a serem adquiridas, da

programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado.

d) Planejamento/Programação de Produtos - Refere-se às quantidades

que devem ser produzidas, bem como quando, onde e por quem devem

ser fabricadas. É uma espécie de base que servirá de informação à

programação detalhada da produção dentro da fábrica. É o evento que

permitirá o cumprimento dos prazos exigidos pelo mercado.

e) Sistema de informação (ou Manutenção da Informação) -São as

informações necessárias de custo, procedimentos e desempenho

essenciais para o correto planejamento e controle logístico. É muito

importante que a empresa tenha uma base de dados bem estruturada,

com informações significativas sobre os clientes, sobre os volumes de

vendas, sobre os padrões de entregas, sobre os níveis dos estoques e

disponibilidades físicas.

E então, o que você achou da primeira competência da disciplina Estoques?

Estude esta competência quantas vezes julgar necessário, pois ela é essencial

para que possa partir para a competência a seguir.

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Técnico em Logística

Competência 02

2. COMPETÊNCIA 02 | COMPREENDER A CLASSIFICAÇÃO DE

ESTOQUES POR NÍVEIS DE VALOR

Na primeira competência você reviu e aprendeu alguns conceitos importantes

para o entendimento do processo de estoques, como cadeia de suprimentos,

movimentações de materiais, entre outros. Nesta segunda competência, você

começará conhecendo sobre a classificação dos estoques: quais são os seus

tipos e como classificá-los também quanto à sua relevância para a empresa.

Após saber como classificar os estoques, você estará apto para aprender

sobre os métodos de avaliação e movimentação dos estoques.

E você conhecerá três critérios comumente utilizados, como o PEPS – Primeiro

que Entra, primeiro que Sai; UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai e CMP

- Custo Médio Ponderado.

2.1 Classificação dos Estoques

Você, caro aluno, irá encontrar nas diversas literaturas sobre o tema, vários

tipos de classificações dos estoques. De certa forma, podemos dizer que,

onde existe necessidade de materiais, existirão os estoques. Estes recebem

diferentes classificações de acordo com a natureza dos itens, das atividades

da empresa, etc., e podem ser classificados conforme abaixo:

2.1.1 Quanto ao Tipo

Estoque de Matéria-Prima e Materiais Auxiliares

As matérias-primas são materiais básicos, adquiridos para entrar no processo

produtivo da empresa. Elas precisam de processamento para serem

transformadas em produtos acabados e ficam, normalmente, estocadas em

armazéns ou depósitos de matéria-prima, aguardando a requisição do setor

de produção para serem usadas e transformadas.

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Estoques

Competência 02 Co

Competência 02

Sendo assim, devem ser mantidos estoques suficientes para atender à

demanda da produção que, por sua vez, segue a demanda dos clientes.

Figura 9 – Modelo de Armazenamento de Matérias-Primas Fonte: Pratic Line (2013)

Estoques de Materiais em Processamento e Semi-Acabados

Os estoques de materiais em processamento são constituídos de materiais

que estão sendo processados ao longo das diversas seções que compõem o

processo produtivo da empresa. Envolvem todos os materiais em que a

empresa já executou alguma espécie de processamento. Na maioria das

vezes, ficam em uma área específica ou no setor produtivo. Não são mantidos

no almoxarifado por não serem mais matérias-primas iniciais, nem tampouco

no depósito de produtos acabados, por ainda não estarem ainda terminados.

Já os semi-acabados referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo

processamento está em algum estágio intermediário de acabamento. São

diferentes dos materiais em processamento por estarem em um estágio mais

avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas

etapas do processo produtivo para se transformarem definitivamente em

produtos acabados.

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Técnico em Logística

Competência 02

Figura 10 – Modelo de Estoques de Materiais Semi-Acabados Fonte: Aplike on line (2013)

Estoques de Componentes

O estoque de componentes é quase um produto acabado, mas formado por

peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados

ao produto. É, na realidade, uma série de partes prontas ou montadas que,

quando juntas, constituirão o produto acabado.

Figura 11 – Modelo de Estoque de Componentes Fonte: Orielec (2013)

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Estoques

Competência 02

Competência 02

Estoque de Produtos Acabados:

É o estoque composto pelo produto que teve seu processo de fabricação

terminado, ou seja, já pronto para venda e expedição.

Os produtos acabados, em relação aos estoques, existem para equilibrar

diferenças entre as taxas de produção do processo produtivo (suprimento) e

de demanda de mercado. Essas diferenças podem ocorrer por causa das

incertezas do processo ou da demanda. Lembre-se que é, praticamente,

impossível prever se haverá flutuação de demanda. Em alguns períodos, por

meio de alguns estudos, a empresa sabe que existe um maior ou menor

consumo de certo produto. No entanto, caso a demanda aumente

inesperadamente, a empresa deve estar pronta para entregar o produto ao

cliente, por isso é interessante manter níveis adequados de estoque de

produtos acabados.

Figura 12 – Modelo de Estoque de Produtos Acabados Fonte: TeclogWordpress (2013)

Para todos estes tipos de estoques, é interessante ter uma quantidade

adequada dentro da empresa, sendo assim, é de muita importância para a

administração manter um estoque de segurança:

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Técnico em Logística

Competência 02

Competência 02

Estoque de Segurança:

Se as empresas soubessem de todos os fatores que viriam a influenciar na

demanda, as previsões de demanda estariam sempre certas. Nesse caso,

deixariam de ser previsões para serem certezas, mas isso é impossível. Sendo

assim, é importante manter quantidades estocadas para garantir o

andamento das atividades caso ocorra aumento na demanda de algum item,

que pode ser matéria-prima, produto acabado, etc.

A existência de estoques de segurança em uma empresa evita que o processo

produtivo pare por falta de materiais, por exemplo; tanto em caso de uma

demanda de produção maior vinda do mercado, quanto em caso de um

acidente de percurso, alimentando as máquinas enquanto se resolve o

problema. São ainda utilizados para salvaguardar uma empresa de incertezas

nas suas operações logísticas, como atrasos de entregas.

O estoque de segurança é conhecido por meio do uso de uma fórmula:

ES =D(máx) – D(média) Sendo:

D(máx) A demanda máxima que uma empresa pode atender. D(média) A demanda média da empresa.

Gráfico 1 – Gráfico Dente de Serra Fonte: Techoje (2013)

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Estoques

Competência 02

Sendo:

Ponto 1: Estoque máximo; Ponto 2: Nível de ressuprimento ou estoque médio; Ponto 3: Estoque virtual. Considera-se o estoque real armazenado e as encomendas; Ponto 4: Estoque de segurança; Ponto 5: Ponto de ruptura. 2.1.2 Classificação Quanto à Importância ou Valor (Método ABC)

O método de classificação ABC nada mais é do que uma ferramenta que

auxilia na gestão de estoques, proporcionando informações importantes

sobre aqueles produtos que têm maior ou menor giro de estoque,

relacionados com o custo de aquisição. A curva ABC permite identificar quais

itens necessitam de atenção e tratamento adequados quanto à sua

importância. Também pode ser utilizada para classificar clientes em relação

aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade proporcionada.

Figura 13 – Exemplo de Curva ABC Fonte: Sobre Administração” (2013)

Geramos a curva ABC com a ordenação dos itens conforme a sua importância

ou custo. Uma vez obtida a sequência dos itens e sua classificação ABC, passa

a ser conhecida a aplicação preferencial das técnicas ou estratégias de gestão,

conforme a importância dos itens. Após os itens terem sido ordenados, as

classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:

Giro de estoque pode ser

considerado como a média de entrada e saída de um

item.

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Técnico em Logística

Competência 02

Competência 02

Classe A: itens mais importantes, que devem ser trabalhados com grande

atenção, pois dão a sustentação de vendas e, normalmente, correspondem a

20% do volume total.

Classe B: são itens intermediários, em relação à importância, quantidade ou

valor, podendo corresponder a 30% do total.

Classe C: itens menos importantes em termos de movimentação, valor ou

quantidade. No entanto, muita cuidado, pois eles também precisam de

atenção porque geram custo para manter estoque. Podem corresponder a

50% do volume total.

A Curva ABC é conhecida também por seguir o princípio 80-20, baseada no

teorema do economista italiano Vilfredo Pareto, que num estudo sobre renda

e riqueza do século XIX, percebeu que em uma pequena parcela da população

(20%) se concentrava a maior parte da riqueza, em detrimento dos demais

80%. No caso de estoques, a importância dos materiais é considerada em

relação às quantidades utilizadas e o seu valor.

Figura 14 – Modelo Representatividade da Classificação ABC Fonte: Miscelânea Concursos (2013)

Uma vez feita a classificação, devemos dar mais atenção aos itens de classe A

nas estratégias de estoques, devido à maior importância que representam.

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Estoques

Competência 02

2.2 PEPS, UEPS e CMP

A partir de agora, você conhecerá um pouco sobre os métodos de avaliação

dos estoques. O maior objetivo do custeio do estoque é a determinação de

custos adequados às vendas, de forma que o lucro apropriado seja calculado.

É muito importante prever o valor do estoque em intervalo de tempo

adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o planejado, e tomar as devidas

ações quando houver algum desvio ou demanda inesperada. Alguns fatores

justificam a avaliação de estoque são:

o valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de decisão;

evitar desperdícios como perda de validade, roubos, extravios; etc.

Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos

materiais entre uma compra e outra (inflação, custo do transporte, procura

de mercado, outro fornecedor, etc.), faz-se necessário selecionar o método a

ser adotado para avaliar os estoques. Os métodos mais comuns são:

2.2.1 PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In – First

Out)

À medida que ocorrem as vendas, acontecem as “baixas” no estoque a partir

das primeiras unidades compradas, o que compararíamos ao raciocínio de

que vendemos ou compramos primeiro as primeiras unidades compradas ou

produzidas. Justificando: a primeira unidade a entrar no estoque é a primeira

a ser utilizada no processo de produção o ou a ser vendida.

Enumeram-se, algumas vantagens deste método (FERREIRA, 2007, P.34):

Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles

de maneira lógica e sistemática;

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Técnico em Logística

Competência 02

O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas

saídas;

O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e

ordenada, representa uma condição necessária para o perfeito controle

dos materiais, especialmente quando estes estão sujeitos à

deterioração, decomposição, mudança de qualidade, etc.

Conheça um modelo de planilha usando o método PEPS na figura a seguir:

Figura 15 – Planilha PEPS Fonte: Tutorial de Júlio Battisti

Composição da Planilha:

Data: registrar as datas das movimentações, sendo uma entrada ou saída. Quant.(Quantidade): quantidade da movimentação, que deve ser registrada no campo de entrada e saída, conforme o tipo. R$: O valor unitário da movimentação. Total: o valor total da movimentação (quantidade X R$). Esta composição se mantém para as próximas duas figuras, mudando apenas

o método de aplicação.

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Estoques

Competênci

Competência 02

2.2.2 UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In – First Out)

O custo do estoque é determinado como se as unidades mais recentes

adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades

vendidas (saídas) ou (primeiras a sair). Supõe-se, portanto, que o estoque

final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo destas

unidades.

De acordo com o método UEPS, o custo dos itens vendidos/saídos tende a

refletir o custo dos itens mais recentemente comprados (comprados ou

produzidos, e assim, os preços mais recentes).

Conheça um modelo de planilha usando o método UEPS na figura a seguir:

Figura 16 – Planilha UEPS Fonte: Tutorial de Júlio Battisti

Composição da planilha:

Data: registrar as datas das movimentações, sendo uma entrada ou saída. Quant. (Quantidade): quantidade da movimentação, que deve ser registrada no campo de entrada e saída, conforme o tipo. R$: O valor unitário da movimentação. Total: o valor total da movimentação (quantidade X R$).

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Técnico em Logística

Competência 02

Esse método não é muito usado nas empresas, pois dependendo do ramo de

atuação, a empresa pode chegar a ter prejuízos, como uma que vende

produtos perecíveis; caso a empresa venda os produtos que chegaram por

último, quando for vender aqueles que foram adquiridos primeiro,

provavelmente os mesmos já estarão vencidos.

2.2.3 Custo Médio Ponderado

Este método, também chamado de método da média ponderada ou média

móvel, baseia-se na aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos.

O método de avaliação do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco e muito

usado. Por esse critério, os estoques são avaliados pelo custo médio de

aquisição, apurado a cada entrada de mercadorias, ponderado pelas

quantidades adquiridas e pelas anteriormente existentes.

O princípio contábil de Custo de Aquisição determina que se incluam no custo

dos materiais, além do preço, todos os outros custos decorrentes da compra,

e que se deduzam todos os descontos e bonificações eventuais recebidas.

Conheça um modelo de planilha usando o método custo médio ponderado na

figura a seguir:

Figura 17 – Planilha Custo Médio Ponderado Fonte: Tutorial de Júlio Battisti

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Estoques

Competência 02

Composição da planilha:

Data: registrar as datas das movimentações, sendo uma entrada ou saída. Quant. (Quantidade): quantidade da movimentação, que deve ser registrada no campo de entrada e saída, conforme o tipo. R$: O valor unitário da movimentação. Total: o valor total da movimentação (quantidade X R$).

Esta composição se mantém para as próximas duas figuras, mudando apenas

o método de aplicação.

E então, caro aluno, pronto para a próxima Competência? Preparado para

compreender como se dimensionam os estoques, bem como compreender o

que significa nivelar um estoque? Vamos lá?

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Técnico em Logística

Competência 03

3. COMPETÊNCIA 03 | ENTENDER O DIMENSIONAMENTO DOS

NÍVEIS DE ESTOQUE

Na segunda competência você conheceu sobre classificação de estoques e

começou a entender como é importante mantê-los num nível adequado para

a empresa: nem tão baixos que não possam atender a demanda e nem tão

altos que venham a apresentar aumento de custos.

Sendo assim, na competência 03 você aprenderá sobre a importância do

dimensionamento de estoques e, ainda, aprenderá o conceito de nível de

estoques, bem como outras informações muito importantes relacionadas a

ele, como o nível de ressuprimento, por exemplo. Também conhecerá sobre o

Lote Econômico de Compras - LEC e a sua relevância para a adequada

manutenção dos níveis de estoques; aprenderá o que é um gráfico dente de

serra e, por fim, mas não menos importante, conhecerá sobre previsão e

avaliação da demanda de estoques.

3.1 Dimensionamento de Estoques

Dimensionar os estoques significa simplesmente estabelecer um número

adequado de cada item que uma empresa deve ter. É, parece simples, mas é

um dos maiores desafios das empresas. Portanto, todas elas devem implantar

e manter políticas ou estratégias adequadas para administrar seus estoques, o

que garantirá o desempenho adequado dos diferentes processos e funções

empresariais, bem como minimizará os custos.

Para a definição de tais políticas ou estratégias, são levados em consideração

vários aspectos, dentre eles:

Meta estabelecida pela empresa quanto ao tempo gasto para

atendimento ao cliente;

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Estoques

Competência 03

Giro dos estoques (representa a quantidade de vezes que cada um dos

itens, foi renovado dentro de um determinado período);

Definição do espaço a ser utilizado (central de distribuição, sites,

depósitos, armazéns, etc.) e a lista de materiais a serem estocados;

A quantidade adequada para se manter em estoque que atenda a

flutuação na demanda;

Sendo assim, é importante dimensionar os estoques para garantir a

lucratividade da empresa, e isso significa estabelecer o nível adequado que

cada item deve ter em estoque.

De certa forma, existem duas técnicas básicas para realizar o

dimensionamento:

1. Pela Prática

Sistema de Duas Gavetas ou Estoque Mínimo:

A quantidade de reposição (Q) é constante, enquanto o tempo (t) varia, pois é

o estoque mínimo (Em) que determina a emissão de novo pedido de Q

unidades.

Em = Er + dt

Sendo:

Em = Estoque Mínimo Er = Estoque de Reserva d = Consumo Médio t = Tempo Médio de Espera em Dias entre Pedido e Recebimento

Em = Er + Q/2

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Técnico em Logística

Competência 03

Sendo: Em = Estoque Mínimo Q = Quantidade do Pedido de Reposição O estoque que inicia o processo é armazenado nas duas gavetas. Na gaveta 1 fica uma quantidade de materiais suficiente para atender ao consumo durante o tempo de reposição (Tr), mais o estoque de segurança. A Gaveta 1 representa o Ponto de Pedido (PP). Já na gaveta 2 fica um estoque relativo ao consumo previsto no período. As requisições de material são atendidas pelo estoque da gaveta 2. Quando o estoque chega a zero é sinal de que a empresa deve fazer um novo pedido de compra. Para não interromper o ciclo de atendimento, as requisições são atendidas pelo estoque da gaveta 1. Quando recebido o material comprado, a empresa deve completar as duas caixas e voltando-se a consumir o estoque da caixa 2.

Sistema de Renovação Periódica:

Período de tempo constante, enquanto a variável é a quantidade (Q).

Q = d + Er–Ee

Sendo: Q = Quant. de Estoque Er = Estoque de Reserva Ee = Estoque Disponível Existente no dia do Pedido Nesse sistema, o material é reposto periodicamente em ciclos de tempo iguais. A quantidade pedida é igual a quantidade da próxima demanda. 2. Pela Matemática

É feito o cálculo do lote econômico, que visa reduzir o CP (Custo de

Preparação) e o CA (Custo de Armazenagem).

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Estoques

Competência 03

Detalhamento:

Custo de Obtenção (CO) ou Custo de Preparação (CP) é o custo ligado ao

número de pedidos de reposição de estoque: quanto maior o número de

pedidos, maior o trabalho para a unidade de compras, transporte,

recebimento e inspeção, lançamentos contábeis, etc. Se os lotes de compra

forem maiores, menor será o custo de preparação.

Custo de Armazenagem (CA) é o custo ligado diretamente à quantidade

estocada: quanto maiores os lotes de compra, maior o estoque médio,

maiores os juros sobre o capital investido em estoque, maior o aluguel do

espaço do almoxarifado, maior o custo de mão de obra, o custo de seguro

contra incêndio, etc.

Chama-se de método de dimensionamento matemático especialmente pelo

uso de cálculos, como você poderá conhecer melhor no item 3.4, que discorre

sobre o LEC e sua fórmula de cálculo.

3.2 Níveis de Estoque

Bom, você acabou de ler que dimensionar estoques é estabelecer o nível

adequado que cada item deve ter e, agora, aprofundará no conceito de níveis

de estoque. Os níveis são aqueles que determinam as ações de reposição

(cálculos do tamanho do estoque, emissão de pedido de compras, etc.) ou

posição de cautela a serem tomadas quanto às quantidades armazenadas. Em

relação a importância dos estoques e, também, visando garantir a

rentabilidade do capital aplicado, é muito importante que a empresa defina

níveis de estoques para cada item.

Normalmente, os níveis se apresentam por meio de gráficos, onde a abscissa

(eixo x) representa o tempo decorrido da demanda do estoque e o eixo das

ordenadas (eixo Y) representa as quantidades de unidades consumidas ou

adquiridas. Confira essa informação na figura a seguir.

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Técnico em Logística

Competência 03

Figura 18 – Exemplo de relação entre a Quantidade Estocada Consumida e o Tempo de Consumo Fonte: Colunista Ricardo Gallo (2013)

Para você entender e controlar os níveis de estoque é importante conhecer

alguns conceitos muito importantes, como os que vêm a seguir:

Tempo de Reposição ou de Ressuprimento (Tr)

Tem como objetivo minimizar os custos de manutenção de estoques, mas sem

correr o risco de não atender a demanda. A ideia é achar o nível adequado de

estoques para cada material ou produto. Para isso, é necessário que o

estoque seja controlado e que seja determinado o ponto de reposição.

O ponto de reposição tem como razão de existir iniciar o processo de

ressuprimento com segurança suficiente para que não falte material. O PR –

Ponto de Reposição é calculado multiplicando a taxa de consumo pelo tempo

de ressuprimento (TR).

Exemplo: O consumo previsto das geladeiras que estão no meu estoque, por

semana, é de 100 itens.

O tempo de ressuprimento é de três semanas.

Podemos dizer que o tempo de

ressuprimento é aquele tempo

que se gasta desde o

momento que se faz o pedido, até

a chegada do material para uma linha de

montagem, por exemplo.

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Estoques

Competência 03

Desse modo, o PR dos seus televisores é de 300 itens.

Ou seja, para que a empresa onde trabalho não corra risco da sua demanda

não ser atendida, o estoque não pode ser menor do que 300 geladeiras. Essa

quantidade é definida quando o saldo de estoque estiver abaixo ou igual à

determinada quantidade chamada ponto de pedido. Você entendeu? Quando

meu estoque chegar em 300, é o ponto de fazer o pedido, é o PR.

Devido à impossibilidade de se conhecerem as demandas pelos produtos ou

seus tempos de ressuprimento no sistema logístico, bem como para garantir a

disponibilidade do produto, deve ser formado um estoque de segurança. A

seguir, você conhecerá algumas fórmulas para gerir os estoques

adequadamente:

Ponto de Pedido (PP) ou Reposição (PR) ou Encomenda (PE)

Ele indica o nível de estoque que ao ser atingido, gera a necessidade de

ressuprimento e pode ser calculado com a fórmula:

PP = Em + (C x Tr)

Sendo: PP = Ponto de Pedido Tr= Tempo de Reposição C = Consumo Médio Mensal Em = Estoque Mínimo ES = Estoque de Segurança Exemplo prático: uma peça é consumida em 20 unidades ao mês, e seu tempo

de reposição é de dois meses. Qual é o ponto de pedido, uma vez que o

estoque mínimo deve ser de um mês de consumo?

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3

Estoques

Competência 03

PP = Em + (C x Tr)

PP = (20 x 2) + 20

PP = 60 unidades

O ponto de pedido (PP) corresponde ao seu estoque de segurança (ES). Isso

quer dizer que, considerando o exemplo apresentado, quando se atingir 60

unidades, é o momento de emitir novo pedido. Sendo assim, 60 unidades é o

número seguro para a empresa pedir novamente essa peça; é o seu Estoque

de Segurança.

Estoque mínimo (Em)

É a quantidade mínima a ser estabelecida para atender a empresa, levando

em consideração um fator de segurança (K).

Em = C x K

Sendo:

C = Consumo Médio Mensal

K = Fator de Segurança

O fator de segurança (K) é uma maneira de prevenir falhas nas entregas ou

em demandas não previstas, ou seja, aquelas demandas não esperadas. Os

valores adotados devem ser definidos pela alta direção, pois irão variar

conforme a criticidade e o valor de consumo obtido pelo método de

classificação ABC.

Por exemplo, no fator de segurança, caso a empresa deseje assumir uma falha

de apenas 10 % em seus estoques, será usado o número 0,90 (100 – 0,10 =

0,90). Isso significa que a empresa deseja uma garantia de que somente em

10% das vezes o estoque desta peça esteja zero.

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4

Técnico em Logística

Competência 03

C = 20 unidades por mês (consumo médio mensal)

K = 0,90 (fator de segurança)

Em = 20 x 0,90 (C x K)

Em = 18 No exemplo acima, levando em consideração o fator de segurança 0,90, o nível de falha será de 10 %, ou seja, a diferença de dois entre 18 (estoque mínimo) e 20 (consumo médio). É importante conhecer que o fator de segurança é estabelecido de empresa para empresa. Ainda, itens diferentes dentro da mesma empresa podem ter fatores de segurança diferentes, conforme a estratégia da empresa julgar melhor. O fator de segurança é a prevenção de falhas nas entregas ou em demandas não previstas.

Estoque Máximo

É a quantidade máxima de um item a ser mantida em estoque, pode ser

considerado como o resultado da soma do Estoque de Segurança (ES) com a

Quantidade Pedida (PP).

Emáx = ES + Quantidade pedida

Fórmula simples:

Emáx = Em + LEC

Sendo: Em: Estoque Mínimo LEC: Lote Econômico de Compra (ver item 3.4 – a quantidade ideal a ser comprada) Exemplo:

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Estoques

Competência 03

Foi estabelecido por uma fábrica de refrigeradores que o seu estoque mínimo

de uma determinada peça seria30/mês e o LEC seria 28.

Emáx = 30 + 28

Emáx = 58

Sendo assim, a quantidade máxima dessa peça seria 58 unidades.

3.3. Gráfico Dente de Serra

Recebeu esse nome devido ao seu formato, que parece com um serrote, e

permite a visualização gráfica das flutuações de estoques, auxiliando na

identificação do tempo de reposição e nível de ressuprimento. É uma

ferramenta muito importante para uma adequada gestão de estoques, pois

permite que se estabeleçam decisões necessárias para conhecer e controlar

as atividades de reposição dos estoques, de forma bem visual.

Não é uma ferramenta obrigatória em nenhuma empresa, mas é bastante

usada. Ele oferece uma noção geométrica do comportamento dos estoques

ao longo do tempo. Se você, como técnico em logística, fizer uso dessa

ferramenta, obterá a representação da movimentação (entrada e saída) de

uma peça dentro de um sistema de estoque, visualizando melhor os pontos

de estoque mínimo e máximo, por exemplo.

Figura 19 – Modelo de Gráfico dente de Serra Fonte: Blog TS Estoque (2014)

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Técnico em Logística

Competência 03

Em um gráfico dente de serra, é possível ter a noção de que um determinado

item foi consumido em quantidades iguais a cada mês uniformemente,

chegando a zero, por exemplo.

O gráfico dente de serra apresenta as seguintes características:

Não existem alterações de consumo durante o tempo T;

Não existirem falhas administrativas que provoquem um esquecimento ao

solicitar a compra;

O fornecedor da peça nunca atrasa sua entrega;

Nenhuma entrega do fornecedor foi rejeitada pelo controle de qualidade.

Porém nem todos os itens se enquadram nessa característica de curva (dente

de serra), então são necessárias fórmulas que mostrem valores apropriados

para a análise deste item específico.

3.4 Lote Econômico de Compras Sem Faltas (LEC)

O lote econômico visa determinar o número ideal de pedidos a serem feitos e

a quantidade ideal de cada lote. Ele é uma espécie de equilíbrio econômico

entre o custo de manutenção dos estoques e o custo de aquisições.

É um método utilizado para determinar a quantidade de um lote que pode

oferecer o menor custo de pedido, bem como o menor custo de armazenar.

Simplificando, é a quantidade que iremos calcular e comprar para que

possamos gastar menos na aquisição e estocagem. Objetiva determinar a

quantidade a ser comprada, visando minimizar os custos que atingem os

estoques.

Você pode encontrar várias fórmulas para calculá-lo, sendo uma delas a

relação abaixo:

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Estoques

Competência 03

Figura 20 – Fórmula Modelo LEC Fonte: Livro Administração de Materiais, de Paulo Sérgio Gonçalves (2013)

Veja o exemplo: Uma empresa compra de uma fábrica garrafas plásticas por

R$ 25,00 a unidade. As estimativas de demanda de consumo dessas peças são

de 2.000 unidades anuais. A empresa calcula o custo de R$ 5,00 para fazer um

pedido ao fornecedor e estima como custo de posse do estoque o valor de R$

2,00 por unidade/ano. Sendo assim, vamos determinar a quantidade

econômica que esta empresa deverá pedir:

QLEC= √2x2.000X5,00= 100 peças 2,00

Ou seja, 100 peças é a quantidade adequada que a empresa deve pedir. Caso

se queira conhecer o número de pedidos, usa-se a relação entre demanda e o

lote econômico de compras.

Número de pedidos = Demanda Número de pedidos = 2.000 = 20 pedidos ao ano

QLEC 100

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Técnico em Logística

Competência 03

3.5 Previsão e Avaliação da Demanda de Estoques

A demanda de um item é o volume total que seria desejado ou solicitado em

um período de tempo definido. É a procura por um item.

Métodos de Previsão da Demanda

Você precisa saber que, infelizmente, a previsão é um processo passível de

erros. Uma empresa que esperava vender um milhão de geladeiras pode

descobrir que a demanda real é diferente do que foi previsto. Se a demanda

exceder a previsão, a empresa tem de ter em mãos uma quantidade que

permita satisfazer a demanda maior. Se a demanda cair, poderá haver excesso

de material.

Figura 21 – Previsão de Demanda de Estoques Fonte: Portal Videoaula (2013)

Da mesma forma, o suprimento de materiais comprados está sujeito às

flutuações da demanda dos mesmos. No geral, o problema básico é a

velocidade com que os fornecedores possam responder às variações de

demanda. Todos os fornecedores gostariam de dobrar as vendas aos seus

clientes, porém dificilmente são capazes de dobrar sua produção sem que

ocorra aviso prévio.

A previsão da demanda pode ser feita através de várias técnicas, tais como:

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Estoques

Competência 03

• Projeção – São utilizados dados passados, admitindo-se que haverá

repetição dos dados no futuro ou as vendas irão evoluir em função do tempo.

É uma técnica feita com base em cálculos.

• Explicação – Utilizam-se leis de correlação e regressão, associando-se as

vendas passadas a outras variáveis de evolução conhecida ou previsível. É

uma técnica feita com base em cálculos.

• Predileção – Experiência de pessoas conhecedoras de vendas ou do

mercado, feita com base em informações de especialistas.

Você sabia que um fator diretamente relacionado à previsão de demanda é o

dimensionamento do estoque de segurança? Lembra desse conceito? Pois é, a

possibilidade de variação da demanda faz com que uma empresa tenha que

manter estoques de segurança para evitar a falta de materiais ou produtos e,

consequentemente, evitar clientes insatisfeitos.

Ou seja, dessa forma você pode concluir que é impossível uma organização

prever tudo o que vai acontecer, mas ela deve ter noção do que está

acontecendo, para que possa determinar como pode ter lucro, ou seja,

precisa de uma visão estratégica de todo o complexo produtivo.

Em função de tudo o que você acabou de ler, é importante determinar a

quantidade ideal a se ter no estoque. Portanto, a quantidade ideal a

permanecer no estoque é o mínimo, mas esse mínimo deve ser necessário

para satisfazer a demanda.

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Técnico em Logística

Competência 04

4. COMPETÊNCIA 04 | COMPREENDER OS PONTOS DE COMPRA E

REPOSIÇÃO DE ESTOQUES

Nesta competência, você aprenderá o que são e quais são os sistemas de

controle de estoques e qual a sua importância para a lucratividade da

empresa.

Como estamos durante toda a disciplina falando sobre a lucratividade da

empresa e a satisfação do cliente, é muito importante falar sobre custos e,

nessa competência, você conhecerá os custos que estão envolvidos no

processo de estoques e porque é importante mantê-los a níveis aceitáveis.

4.1 Sistemas de Controle de Estoques

Como você viu na competência anterior, controlar estoques é muito

importante para qualquer empresa porque, apesar dos esforços em reduzir os

estoques, estes ainda são representativos nas empresas, havendo portanto

necessidade dos sistemas de controle. Formalmente, existem três sistemas

básicos para se determinar quando fazer o pedido:

Sistema de Ponto de Pedido – usado para demanda independente (ver

item 4.1.A);

Sistema de Revisão Periódica – usado para demanda independente

(ver item 4.1.B);

MRP – usado para demanda dependente (ver item 4.1.C);

Sistema Min-Máx

É considerado por alguns como o mais comum de todos os sistemas de

controle de estoques. Refere-se a um sistema de reabastecimento no ponto

de pedido, onde “min” (mínimo) trata-se do ponto de pedido e “máx”

(máximo) o nível máximo de estoque. É um procedimento de controle de

estoque, feito em cartões manuais ou por sistemas.

Demanda independente: É aquela que

não está relacionada à demanda de

nenhum outro produto ou

serviço, como os itens acabados, o produto final.

Exemplo: veículos

montados. Demanda

dependente: Os itens de demanda

dependente são aqueles que

estão ligados aos planos de

produção ou a outros itens,

estando dentro de uma

estrutura de produto,

dependendo da demanda deste

nível hierárquico para serem

programados. Exemplo:

Componentes dos veículos montados.

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Estoques

Competência 04

Neste sistema, as quantidades mínima, máxima e de reposição são

preestabelecidas e, através destas, é executado o controle. Para fazer uso

desse sistema, não são necessárias pessoas extremamente qualificadas e há a

possibilidade de automatização do processo de reposição.

Por outro lado, em face do automatismo da reposição, o sistema min-máx

pode causar elevação dos níveis de estoques na incidência de retração de

consumo, ou pode causar falta de material se ocorrer o inverso, ou seja,

aceleração de consumo, visto que o mínimo é estabelecido em função de

registros históricos deste.

A aplicação do método é bastante simples. Quando o nível de estoque, pela

ação do consumo, atinge o mínimo, é automaticamente solicitada uma

quantidade de reposição preestabelecida, potencialmente alcançando o nível

máximo.

Sistema de Revisões Periódicas

No sistema de revisões periódicas, ao invés de quantidades, determinam-se

períodos de tempo, pois ocorre a programação das datas em que será feita

revisão nos parâmetros de controle do item. Tais revisões são feitas em

intervalos previamente estabelecidos, caracterizando as revisões periódicas.

No momento da revisão, há a decisão se a empresa deve ou não solicitar a

reposição do item e verificar a adequação dos parâmetros preestabelecidos à

realidade praticada.

MRP

O sistema MRP ("Material Requirements Planning" - Planejamento das

Necessidades de Materiais) surgiu durante a década de 60, com o objetivo de

executar computacionalmente a atividade de planejamento das necessidades

de materiais, permitindo assim determinar, precisa e rapidamente, as

prioridades das ordens de compra e fabricação.

Você conhece o Sistema Just in

Time (JIT)? É um sistema de administração

da produção que determina que nada deve ser

produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. O

termo just in time (JIT) é em

inglês, e significa na hora certa.

Foi desenvolvido na Toyota Motor

Company, no Japão, após a II Guerra Mundial

e é muito importante para auxiliar a reduzir

estoques e os custos

decorrentes do processo.

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Técnico em Logística

Competência 04

É um sistema lógico de cálculo que converte a previsão de demanda em

programação da necessidade de seus componentes. A partir do conhecimento

de todos os componentes de um determinado produto e os tempos de

obtenção de cada um deles, podemos, com base na visão de futuro das

necessidades, calcular o quanto e quando se deve obter de cada item, de

forma que não haja falta e nem sobra no suprimento das necessidades da

produção. Podemos dizer que é um sistema utilizado para se evitar as peças

ausentes.

A aplicação do MRP, voltada a itens de demanda dependente, consiste em

determinar quando e em que quantidade os itens serão necessários a partir

do plano de produção da organização.

4.2 Custos de Estocagem

Até aqui, você já aprendeu que os processos relativos à estocagem, precisam

de controle, mas que eles também geram custos. Assim como qualquer

atividade de uma empresa gera custos, existem custos na estocagem, e estes

precisam de apuração e controle para que possam ser incorporados aos

preços dos produtos /serviços que são entregues aos clientes, mas que não

atinjam um nível alto que venham a encarecer estes produtos.

Figura 22 – Questões sobre os Estoques Fonte: Toda Letra, com Adaptação do Autor (2013)

Quanto pedir?

Quando pedir?

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Estoques

Competência 04

São três os principais custos básicos ligados ao processo de estocagem, estes

classificados em função da natureza das atividades:

Custos de Aquisição (custo de pedir): são os custos gerados no

processo de compra do material. Além do valor do material comprado,

existem outros custos envolvidos na aquisição do material, por

exemplo: pagamento dos salários, eletricidade, telefonia, viagens. São

gastos que acontecem independentemente de ser gerado um pedido

de material, por isso são considerados como custos fixos de aquisição.

Outros custos acontecerão somente quando forem gerados de pedidos

de material, como: custos de inspeção, fretes especiais de entrega. Por

isso são considerados custos variáveis do processo de aquisição.

Custos de manter estoque: estão ligados a todos os custos necessários

para manter uma determinada quantidade de mercadorias por um

período, como custos de armazenagem, de seguro, deterioração, entre

outros.

Custo Total: multiplicando o custo unitário de pedido, ou seja, o custo

de um único pedido, pelo número de pedidos realizados em um

período, em geral (01) um ano, encontra-se o custo total.

Figura 23 – Modelo do Tratamento de Custos de Estocagem Fonte: Robolog Logística (2013)

No entanto, para entender um pouco mais o que compõe estes custos,

podemos detalhar os três tipos em alguns outros custos, conforme a seguir:

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Técnico em Logística

Competência 04

Custos de Manutenção ou de Armazenamento: São os custos relativos

ao processo de guarda do material e começam a ser apurados assim

que os materiais são recebidos no depósito. Também estão incluídos o

investimento no estoque, obtido através da avaliação do mesmo. Estes

custos ainda incluirão os investimentos em maquinário especializado,

pessoal, aquisição e implantação de softwares para registro de

movimentações, seguros para os riscos com o material (obsolescência,

danos, furtos e deterioração), o próprio metro quadrado do armazém,

além dos investimentos em infraestrutura de armazenagem.

Custos de Falta: São os custos decorrentes da escassez do material.

Valores que surgem em função de um pedido não atendido, atrasos na

produção por falta de matéria-prima, abalos à imagem da organização

no mercado. Incluirão levantamentos específicos de setores da

produção para a sua apuração, dificultando a determinação do valor

exato. São ligados à possibilidade de escassez do material, sendo, em

função de trabalharmos para que essa escassez não aconteça; de difícil

apuração, pois inclui informações a respeito do levantamento de

valores de pedidos não aceitos, encomendas não enviadas, mão de

obra parada, reprogramação de máquinas da linha de produção, lucros

não realizados. Outro fator que dificulta a determinação do custo de

falta é a questão do prejuízo à imagem da organização no mercado que,

apesar de ter consequências de curto e médio prazo, também possui

consequências de longo prazo, tornando a apuração demorada.

Em geral, a consequência imediata da escassez acaba no registro das compras

emergenciais que a organização faz para suprir e dar continuidade ao

processo principal. Tais compras, em geral, acabam trazendo prejuízos por

ocorrerem em época de dificuldades, além de serem realizadas com

condições desfavoráveis de preço.

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Estoques

Competência 04

Não existem cálculos específicos para estes custos, mas podem ser

determinados usando uma mistura dos cálculos já apresentados neste

caderno e controles contábeis. Mas imagine uma empresa que não calculou

corretamente o seu estoque mínimo ou seu estoque de segurança. Ou, até,

escolheu um fator de segurança que permitia um nível alto de falhas. De

repente, surgiram vários apagões e a empresa, que já estava trabalhando

abaixo do seu estoque mínimo, foi pega de surpresa por uma situação sazonal

e não tinha produtos para fornecer ao mercado. O que aconteceu? Os clientes

passaram a buscar de seus concorrentes. Vamos imaginar que, para não

correr o risco de ficar sem esse produto no mercado e perder esses clientes, a

empresa fez compras emergenciais (ou seja, não programadas). Você já

comprou alguma coisa de última hora no dia dos namorados? Encontrou o

item pelo mesmo preço ou um pouco maior? Com certeza, a sua resposta será

“um pouco ou bem maior”. Isso acontece nas compras emergenciais e não é

bom nem para você, nem para as empresas, pois não existe tempo para

negociações ou comparações. O que ocorre nessas situações é um aumento

do preço, então a empresa se vê numa encruzilhada: corre o risco de perder o

cliente ou acaba optando por uma compra emergencial e arca com os custos

maiores dessa situação.

4.3 Procedendo a Reposição de Estoques

Quando a quantidade de estoque chega a um nível mínimo, é preciso que a

empresa proceda a aquisição de novos itens. Respeitando esse nível, é

possível dar início ao processo de aquisição do item sem que este chegue a

faltar.

Se ocorrer falta de materiais, a empresa certamente terá prejuízo por deixar

de produzir (e deixar de vender), mas você conhece alguns motivos dessa

falta? Observe:

Variação no consumo;

Oscilação nas épocas de aquisição (atraso no tempo de reposição);

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Técnico em Logística

Competência 04

Não atendimento da qualidade por parte do fornecedor (o Controle de

Qualidade precisa rejeitar um lote);

Setor de Compras não considera o lead time;

Remessas por parte do fornecedor com quantidade diferente do

solicitado; Entre outros.

Para a adequada reposição dos estoques, a empresa pode optar pelo método

de duas gavetas, que já foi apresentado anteriormente, quando ela fará o

pedido quando acabar a quantidade de uma das gavetas; Mas algumas

empresas optam por utilizar o método de Revisão Permanente (Perpetual

Inventory System), quando continuamente faz-se a verificação e reposição de

estoque, se necessário. Certas empresas optam pelo método de Reposição

Periódica (Periodic Inventory System), quando é feito o pedido de uma

quantidade determinada em períodos regulares. Também um outro método

bastante utilizado é a Reposição por ponto de pedido (Order Point Policies),

quando a empresa define um nível de estoque que, se atingido, define o

momento de ser fazer um novo pedido. Ainda, existe o método chamado Lote

Econômico de Compra (Economic Order Point). Nele, o objetivo é determinar

as quantidades mais que geram mais economia no processo de aquisição de

material.

Cada método tem suas vantagens e desvantagens, que devem ser analisadas.

Seja qual for o escolhido, o que precisa ser feito é não deixar faltar nenhum

item! Isso precisa estar sempre em sua mente!

A definição mais convencional

para lead time em Supply Chain

Management (SCM) é o tempo

entre o momento de entrada do

material até à sua saída do inventário

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Estoques

Competência 05

5. COMPETÊNCIA 05 | CONHECER UMA SISTEMÁTICA DE COMPRAS

E ESTOQUES

Nessa competência, você aprenderá um pouco mais sobre a relação entre a

gestão de compras e a gestão de estoques. A administração de materiais

aborda todo o fluxo dos materiais não só dentro da empresa, mas também o

seu momento de reposição: a hora de comprar. Manter uma adequada

quantidade de estoque envolve uma boa gestão de compras e é sobre isso

que vamos discutir nesta disciplina.

5.1 O Processo de Compras

O setor de Compras deve sempre se preocupar com o estoque de matéria-

prima/insumos. É de responsabilidade do Setor de Compras assegurar que as

matérias-primas exigidas pela Produção estejam à disposição nas quantidades

certas e nos períodos desejados. Ainda, este setor não é somente responsável

pela quantidade e pelo prazo, mas também por realizar a compra em um

preço mais favorável possível para a empresa, uma vez que o custo da

matéria-prima é um fator fundamental no custo do produto.

O ato de comprar parte de decisões que não podem deixar de levar em

consideração alguns fatores, como preço, prazo de entrega, quantidade, frete,

condições de pagamento, qualidade, entre outros. Normalmente, o processo

de aquisição de materiais, seja ele de qualquer tipo, segue o fluxo

apresentado na figura 24:

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Técnico em Logística

Competência 05

Figura 24 - Fluxo de Aquisição de Materiais Fonte: Wikipedia

Em uma empresa bem estruturada, a definição de padrões é extretamamente

importante para o seu sucesso. Surgindo a necessidade de um material, não

basta simplesmente comprá-lo, mas é interessante definir as suas

especificações, os seus padrões, detalhando quais as caraterísticas do

material são importantes para o processo (exemplos: largura, densidade,

altura, cor, etc.). Com base nas definições dessas especificações,

normalmente feitas por parte do setor de desenvolvimento de produtos, o

setor de compras partirá para desenvolver no mercado os melhores

fornecedores, que ofereçam as melhores condições para a empresa em

relação a preço, prazo de entrega, frete, qualidade do material, entre outras.

Nesse momento, são feitas muitas cotações. Recomendam-se, no mínimo,

cotações com três fornecedores, para comparação dos seus resultados, mas é

importante lembrar que devem ser considerados vários fatores, não apenas o

preço. Nem sempre o fornecedor que oferece o melhor preço também

oferece a melhor qualidade e isso pode pesar no resultado final do seu

produto, consequentemente, no lucro da empresa.

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Estoques

Competência 05

Uma vez definidas as especificações e desenvolvidos os fornecedores, ao

receber as solicitações internas, o Setor de Compras está preparado para

emitir os pedidos de compras. É muito importante que o setor de compras

faça o acompanhamento dos pedidos direcionados aos fonecedores, de forma

a garantir que todas as condições sejam cumpridas. Deve haver sempre uma

grande interação entre os setores da empresa, de forma a proporcionar um

adequado fluxo de informações. Por exemplo, ao receber os materais, o setor

de Almoxarifado poderá informar ao setor de compras o prazo de

recebimento ou, então, a empresa pode ter um sistema em que o setor de

compras possa fazer essa consulta. Ou seja, é muito importante que o fluxo

de informações discorra de forma clara dentro de uma empresa.

Vamos detalhar em um passo a passo a realidade de uma empresa,

relacionando os setores de compras e estoques. Lembre-se, estes setores

devem iteragir constantemente!

1. O setor de estoque estabelece o PP (Ponto de Pedido) de um determinado

item;

2. O setor de cadastro lança esse cálculo no sistema MRP (em algumas

empresas, isso é feito pelo setor PCP – Planejamento e Controle de Produção,

que também lança a previsão de fabricação do produto que usará este item);

Obs.: caso a empresa não possua o sistema MRP, este controle deverá ser

manual (usando fichas ou até mesmo o excel) e isso exigirá uma interação

ainda maior entre todos os setores.

3. Quando o item atingir o seu estoque mínimo (ou de segurança conforme o

padrão definido pela empresa), o Comprador será informado;

4. Consultar se o item solicitado já possui as especificações definidas. Caso

não, solicitar ao setor responsável (normalmente, o setor DNP –

desenvolvimento de novos produtos, em conjunto com a Produção). Caso já

tenha, o Comprador procurará no mercado no mínimo 3 fornecedores para

fazer as cotações;

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Técnico em Logística

Competência 05

5. Fazer as cotações com os fornecedores, levando em consideração não

apenas o melhor preço, mas outros fatores, como qualidade do item ou prazo

de entrega, entre outros;

Obs.: Caso o item seja novo e ainda não existam fornecedores cadastrados, o

Comprador deverá desenvolvê-los.

6. Cadastrar os fornecedores escolhidos;

7. Emitir o pedido ao fornecedor;

8. Acompanhar a chegada do pedido na empresa. Aqui, duas perguntas são

importantes: Cumpriu o prazo estabelecido? Chegou em condições

adequadas? Normalmente, essas perguntas são respondidas pelo setor de

Almoxarifado/recebimento;

9. Estabelecer método para avaliação de fornecedores. Se um fornecedor se

sai bem na cotação, mas não mantém o seu desempenho na entrega, ele deve

ser avaliado para que isso seja considerado em novas negociações;

10. Ao receber o item, o setor de Almoxarifado irá armazená-lo conforme

exigem as suas características (especificações);

11. O setor de Almoxarifado movimentará o item conforme solicitação da

Produção e, então, o fluxo recomeça novamente, quando atingir o estoque

mínimo.

5.2 Modernização da Área de Compras

O setor de compras está evoluindo, especialmente devido à competitividade

do mercado perante volumes e valores negociados. Rapidez e agilidade são as

palavras do momento e constituem um diferencial que pode fazer uma

empresa se sobressair em relação aos seus concorrentes.

As empresas passaram a investir mais na redução dos custos de aquisições

para influenciar no lucro. Não apenas se preocupam com o momento de

vender, mas também com o momento de comprar. Assim, o setor de compras

passou a ter uma capacidade estratégica e de realização de objetivos

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Estoques

Competência 05

nas empresas. Não basta apenas comprar, mas também garantir uma

vantagem competitiva, reduzindo custos, monitorando os fornecedores para

que realizem as entregas dentro dos prazos combinados, prezando pela

qualidade dos itens adquiridos e garantindo a quantidade ideal em estoque.

Sabendo que boa parte da definição do preço dos produtos é feita pelo

mercado, os profissionais desta área têm como principal objetivo comprar a

um baixo custo.

Você pode perceber que o ato de comprar é uma atividade muito importante

em qualquer empresa. O comprador precisa saber o que comprar, quanto e

quando, procurando as melhores opções para a empresa. A pessoa de

compras precisa levar em consideração o tempo de giro das mercadorias, e o

estoque ideal para que não ocorra falta de matérias-primas/insumos. Evitar

compras emergências é um papel muito importante do Comprador, pois estas

são desvantajosas para a empresa, uma vez que nem sempre se tem tempo

para fazer cotações ou se identificar os melhores materiais. A interação entre

Compras e Estoques é imprescindível, porque o excesso ou a falta de estoque

de matérias-primas/insumos pode gerar altos custos para a empresa ou um

atraso na entrega de algum produto que possa vir a quebrar a confiança dos

clientes.

5.3 Controle de Estoques e Compras

Você apendeu muitos conceitos relacionados aos estoques nesta disciplina,

então já deve ter percebido que, quando se fala nesse tema, consideramos

especialmente dois fatores: quanto maior o estoque em uma empresa, maior

é a quantidade de capital imobilizado e, também, que nunca deve faltar

produto para venda. Se uma empresa tiver como meta garantir o menor

volume de estoque possível, corre muitas vezes o risco de perder vendas por

falta de produtos. Perder vendas pode significar a perda de mercado, de

clientes. Ainda, levando em consideração o tipo do negócio ou produto,

considera-se a sazonalidade envolvida e o fato de que produtos diferentes

possuem médias de entrada e saída diferentes.

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Técnico em Logística

Competência 05

Com o intuito de garantir o equilíbrio em todos os aspectos, as empresas

devem ter a capacidade de reunir o máximo de informação possível. Na

verdade, muitos fatores devem ser levados em consideração na manutenção

adequada dos estoques, como históricos de vendas por produto (e por ano),

sazonalidade, etc. Para esta manutenção de uma quantidade adequada de

estoques, sobre a qual já mencionamos em competências anteriores, deve-se

ter ainda ponderação quanto aos prazos de entrega dos fornecedores, isto é,

se um fornecedor pode levar muito tempo para entregar um material

adquirido, tenho que considerar isso na definição do tamanho do meu

estoque e no momento da aquisição desse material. Mais uma vez, podemos

perceber o quão integrado está o controle de estoques e o controle de

compras.

Para a otimização do volume de compras, o planejamento de estoque é um

elemento essencial, devido à relação que mantem com a produção e as

vendas. Para o desenvolvimento desta atividade deve-se ter em conta os

seguintes critérios:

Atualizar constantemente o custo de cada produto;

Determinar os períodos de compra e os tamanhos dos lotes de cada

produto para cada fornecedor;

Estabelecer o estoque de segurança, mínimo e máximo para cada

produto;

Planejar constantemente as quantidades de estoque, baseadas em

previsões de vendas;

Controlar a disponibilidade do estoque para eventuais faltas repentinas;

Comparar o custo de cada produto com o custo de colocar em estoque;

Controlar o estoque físico diariamente;

Realizar inventários periódicos com a finalidade de se compararem com

os dados de controle de estoque;

Colocar o estoque num local estratégico;

Identificar, ordenar e etiquetar os produtos;

Codificar os produtos para uma consulta mais rápida;

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Estoques

Competência 05

Atualizar os sistemas de informação para obter acessos e consultas

rápidas de quantidades disponíveis de cada produto em estoque.

5.4 Gestão de Estoques e Logística Reversa

Geralmente, a gestão de estoques se refere à gestão dos recursos materiais

que podem ajudar a organização a gerar receita no futuro. De forma simples,

ela se preocupa em garantir um equilíbrio entre o estoque e o consumo e a

empresa pode conseguir esse fim seguindo algumas regras, tais como:

Garantir que só entrem na empresa materiais necessários;

Garantir uma adequada coleta de informações, para obter um melhor

acompanhamento e planejamento;

Determinar a quantidade de compra para cada material;

Analisar e acompanhar a evolução do estoque na empresa;

Desenvolver e implantar especificações de materiais;

Manter boa interação com o setor de compras;

Realizar estudos frequentes para que materiais obsoletos e inservíveis

sejam retirados do estoque; etc.

Sabe todas as informações que vimos nas cinco competências? Pois é, tudo

isso faz parte da gestão de estoques, o que é algo imprescindível para garantir

a competitividade das empresas. Você, como técnico em Logística, precisa

entender sua importância e saber aplicar tais informações de maneira prática.

Outra informação muito importante e atual para você é a logística reversa.

Você já ouviu falar? Ela é o instrumento de desenvolvimento econômico e

social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios

destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor

empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos

produtivos, ou outra destinação. A Política Nacional de Resíduos Sólidos

(PNRS) foi instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010

regulamentada pelo Decreto Nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010. Entre os

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Técnico em Logística

Competência 05

conceitos introduzidos em nossa legislação ambiental pela PNRS estão a

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a logística

reversa e o acordo setorial.

Simplificando, ela se trata da responsabilidade das empresas para com os

resíduos que geram, possibilitando a reutilização e redução no consumo de

matérias-primas. Outros agentes da cadeia, como comerciantes e

consumidores, também têm responsabilidade, não fica apenas com as

empresas. Ela entrou em vigor a partir de 2014, devendo estar implantada em

todo o Brasil até o ano de 2015.

Figura 25 – Logística Reversa

Fonte: Plastiweber

O Técnico em Logística precisa conhecer sobre toda a gestão de estoques,

incluindo aqueles gerados pelos itens retornados no processo de logística

reversa. As empresas deverão receber os seus produtos de volta, mas estes

não devem ficar armazenados com as matérias-primas ou produtos acabados,

por exemplo. Deve ser formulada uma estratégia adequada, considerando os

requerimentos da logística reversa.

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Estoques

Competência 05

Bom, por aqui finalizamos a disciplina Estoques. Espero que você tenha

absorvido conhecimentos que irá transformar em ações práticas na sua vida

profissional. Agora, só depende de você!

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Técnico em Logística

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WORDPRESS. Figura 4: modelo de paleteira. Disponível em:

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paleteira-exerce-na-logistica-de-uma-empresa/.Acesso em Abr 2013.

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Técnico em Logística

MINICURRÍCULO DA PROFESSORA

Luciana Bazante de Oliveira

Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de Pernambuco.

Experiência na área de Gestão, com ênfase em Gestão da Qualidade e

Produtividade, Gestão de Pessoas, Gestão Ambiental, Gestão da Qualidade e

Segurança dos Alimentos, Gestão de Projetos e Relações Internacionais.

Experiência em educação de adultos e treinamentos.

Endereço para acessar o CV: http://lattes.cnpq.br/7271290941628448.

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