Estratégias orientadas para a corresponsabilidade, a formação de redes de relacionamentos e...

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Estratégias orientadas para a corresponsabilidade, a formação de redes de relacionamentos e AÇÃO POLÍTICA

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Estratgias orientadas para a corresponsabilidade, a formao de redes de relacionamentos

Estratgias orientadas para a corresponsabilidade, a formao de redes de relacionamentos e

AO POLTICA

O verdadeiro cristianismo rejeita a ideia de que uns nascem Pobres e outros ricos, e que os Pobres devem atribuir a sua pobreza vontade de Deus

D.Helder CmaraEstratgias orientadas para a corresponsabilidadeAt agora j vimos trs grupos de estratgias:

A espiritualidade do Projeto de Mudana de Estruturas

Estratgia orientadas para a Misso

Estratgia orientadas para as tarefasAs estratgias que se propem neste quarto grupo so importantes, para no dizer indispensveis, para conseguir uma mudana real na vida dos Pobres. So as seguintes:

Promover a corresponsabilidade social e a criao de redes de assistncia, sensibilizando a sociedade em todos os nveis, local. Nacional e internacional

Construir uma viso compartilhada por diversos grupos que possam participar: comunidades pobres, indivduos interessados, doadores, igreja, governos, meios de comunicao e outros.

Esforar-se para transformar as situaes injustas e provocar um impacto positivo atravs de aes polticas sobre os programas pblicos e sobre a legislaoEstratgias orientadas para a corresponsabilidade, a formao de redes de relacionamentos e a ao PolticaIremos tratar de estratgias que chamam a ateno para o modo de estabelecer redes com outras instituies afins e para aes polticas como meios de garantir que os projetos tenham efeito transformador no interior da sociedade.Alcanando essa dimenso estrutural que obteremos sucesso em ter impacto real na vida dos pobres, assegurando-nos que as necessidades bsicas dessas pessoas sejam respeitadasAlguns desafios do mundo atual um mundo profundamente dividido, afetado com frequncia por atos de terrorismo que provocam as vezes reaes perigosssimas.Enquanto pessoas morrem de fome, a fabricao e venda de armas um negcio de um bilho de dlares, um bilho no disponvel para lutar contra a pobreza, a fome e as doenas. A violncia cada vez mais nos aprisiona dentro dos lares, nos fazendo refns do medo e da insegurana. A impunidade, aumenta tambm a ousadia dos traficantes que tornam-se cada dia mais fortalecidos e violentos, ceifando vidas inocentes. A alegria de viver muitas vezes se desvanece.

6Alguns desafios do mundo atualO mundo de hoje oferece conquistas surpreendentes. Um progresso que se verifica em vrios campos , que contribui sem dvida para o bem-estar das pessoas no mbito da sade, da educao e da comunicao.

Todavia no podemos esquecer que homens e mulheres do nosso tempo, vivem no seu dia a dia precariamente.

E o que pior: os pases ricos negociam com armas que acabam nas mos das redes terroristas e de traficantes de drogas. Essa situao, sem dvida, tocaria o corao de So Vicente.

Alguns desafios do mundo atualAumentam algumas doenas. O medo e o desespero apoderam-se do corao de inmeras pessoas, mesmo nos pases ricos.

Ns conhecemos de perto os diferentes tipos de pobreza e no podemos esquecer que os pobres no so nmeros de estatsticas,

1 bilho e 200 milhes de pessoas vivem com menos de um dlar por dia;790 milhes esto desnutridos ou morrendo de fome;880 milhes no recebem os servios bsicos de sade;900 milhes no sabem ler e escrever;42 milhes de pessoa esto contaminadas pelo vrus da AIDS;1 bilho e trezentos milhes no tm acesso a gua potvel; 2 bilhes vivem sem eletricidade;

mas, os pobres so pessoas com rostos e nomes.

9So Vicente de Paulofoi precursor da Mudana de Estrutura Promoveu mudanas reais na vida dos Pobres; Desafiou as estruturas, dando o primeiro lugar aos ltimos; Pediu ajuda aos que tem para partilhar com os que no tem.

Os Pobres so nossos mestres e senhores E ns devemos prestar-lhes nossos servios. (SV 9, 119; X, 332)

101 Estratgia: Promover a Corresponsabilidade social e criao de redesEncorajar a corresponsabilidade social e a rede de comunicao com outras pessoas, aumentando a conscientizao da sociedade em todos os nveis: local, nacional e internacional, para transformar as situaes injustas que afetam a vida dos Pobres. No apenas uma estratgia que a Comisso para promover a mudana de estruturas percebeu que estava presente todas as histrias no livro Sementes de Esperana. Mas expressa uma convico da Famlia Vicentina: No devemos apenas atender o Pobre individualmente, mas tambm reformular as estruturas sociais injustas que ocultam e perpetuam as causas da pobreza.1 Estratgia: Promover a corresponsabilidade social e criao de redes Analisando nossos projetos com base nos indicadores de sucesso, percebemos que no podemos realizar um trabalho eficaz se estivermos isolados. vital entendermos que para atender s muitas necessidades das pessoas pobres, devemos estabelecer diferentes formas de colaborao com todas aquelas pessoas que ao mesmo tempo em que buscam os mesmos objetivos que ns, se especializam em reas que so fundamentais se queremos cuidar de uma pessoa como um todo ou uma comunidade que tem muitas e variadas necessidades. Lc. 9, 12-17

Segundo o Pe. Maloney, devemos formar uma conscincia social como elemento indispensvel para conseguir as mudanas dos sistemas de estruturas.

Para responder s diferentes necessidades dos Pobres, devemos nos vincular s organizaes que tenham o mesmo objetivo.

Quando desejamos que haja transformao, necessitamos de estratgias corajosas para obter conquistas importantes.As ramificaes da Famlia Vicentina, se esforam para oferecer servios de qualidade, buscando satisfazer as necessidades dos mais pobres. Entretanto , apesar das milhares de horas trabalhadas, na maioria das vezes so apenas paliativos, uma ajuda enorme que garante a sobrevivncia mas poucas pessoas pobres saram do estado de pobreza devido s nossas iniciativas.

2 Estratgia: CONSTRUIR UMA VISO PARTILHADA

Construir uma viso compartilhada com os vrios participantes e pessoas que tomam as decises: Comunidades pobres, pessoas interessadas, doadores, a Igreja, o Governo, setor privado, mdia, organizaes e redes de contato internacionais.Uma viso partilhada deve dirigir nossos esforos para a mudana, de modo de modo que formulemos possibilidades futuras junto com todos os participantes. Quando desejamos que haja transformao, necessitamos de estratgias corajosas para obter conquistas importantes. 15Locall nacional e internacionalParticipantes y tomadores de decisin: comunidades pobres, individuos interesados, donadores, iglesias, gobiernos, sector privado, uniones, medios de comunicacin social, organismos y redes internacionales, etc.. Explicar al final el proyecto Dream, para dejar que vean las diapositivas en silencio2 Estratgia: Construir uma viso Partilhada

Comunicar: Sem uma boa comunicao, nossa viso partilhada no ser passada frente e no ser adotada por outros.

So Vicente comunicava sua viso diretamente, atravs de conferncias, cartas e anotaes para os que viviam prximo a ele e para os que viviam distantes. Calcula-se que ele escreveu 30 000 cartas

Comunicando sua viso a pessoas de diferentes classes sociais, So Vicente produziu um impacto poderoso na vida dos pobres.

16No se trata apenas de nos aliarmos queles com os mesmos objetivos que ns, mas de se construir uma viso compartilhada.So Vicente no se limitava a formar uma aliana com aqueles que se colocavam a servio dos mais pobres.Ele procurou as pessoas mais simples e confiou a essas pessoas uma extraordinria misso, ex...Confrarias da Caridade.. 2 Estratgia: Construir uma viso Partilhada 3 Estratgia: Esforar-se para transformar as situaes injustas e provocar um impacto positivo atravs de aes polticas sobre os programas pblicos e sobre a legislaoLutar para transformar situaes injustas e ter um impacto positivo, atravs de aes polticas, sobre as leis pblicasA pobreza e o empobrecimento de muitos seres humanos so devido s estruturas polticas e sociais injustas causadas pela corrupo prevalecente.Com toda injustia institucionalizada, s obteremos sucesso em alcanar a mudana sistmica, se nos envolvermos com os mais pobres em sua luta clamando por seus direitos3 Estratgia: esforar-se...Em um mundo no qual os Pobres so esquecidos com frequncia, imperativo que todos os grupos interessados trabalhem juntos.

Em vrias ocasies, So Vicente teve de intervir em questes polticas para aliviar os sofrimentos dos pobres..

Apelou aos poderosos para que ajudassem os mais pobres. Durante sua vida relacionou-se com reis, rainhas, ministros, autoridades pblicas, membros da hierarquia eclesistica,

So Vicente dizia, que uma caridade genuna deve ser social, deve atuar sobre as estruturas econmicas, polticas e culturais no interior da sociedade.

Conseguiu que os polticos tivessem conscincia de sua obrigao moral de ajudar os Pobres. Desta maneira, conseguiu fundar e manter hospitais com recursos pblicos.

No devemos esquecer, que no sculo XVII as estruturas sociopolticas eram praticamente intocveis.

O fim ltimo das estratgias o de transformar a sociedade, para obter mais justia e igualdade.21 4 Estratgia: Ao PolticaEsta Estratgia diz: Ter uma atitude proftica: anunciar, denunciar e, atravs da associao com outros, comprometer-se em aes que exercem presso para conseguir mudanas.Ser profeta, anunciar e denunciar a injustia um dever para os seguidores de Cristo. arriscar nossas vidas interferindo nas instncias polticas que so sem transparncia, agindo incoerentemente, pois no agem pelo bem comum.

Contribuir para formular polticas que promovam o bem comum

Trabalhar para assegurar que os convnios globais se convertam em polticas nacionais ou regionais para o bem dos Pobres

Ao Poltica Interferir nas instncias polticas que so sem transparncia, agindo incoerentemente, pois no agem pelo bem comum.Manter nossa ateno nas realidades sociais, religiosas e poltica de cada comunidade humana.

Entender que uma das dimenses da caridade a luz do evangelho a dimenso comunitria e poltica.

A caridade tem uma dimenso poltica, pois como seu nome indica, busca o bem comum e o bem estar da comunidade.

Poltica segundo Hobbes: o conjunto dos meios que permitem alcanar os efeitos desejados. Ao PolticaEm 2000 a ONU organizao das Naes Unidas, ao alisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 objetivos do milnio -ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milnio, que no Brasil so chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo - que devem ser atingidos por todos os pases at 2015

1- ACABAR COM A FOME E A MISRIA Voc sabia que no Brasil h alimento suficiente para toda a populao? Apesar disso, 29% das pessoas esto abaixo da linha de pobreza e apresentam deficincia alimentar.

2- EDUCAO BSICA PARA TODOSO Brasil o stimo pas do mundo em nmero de analfabetos, sendo que 18 milhes destes nunca passaram pela escola.Todos tm direito a educao de qualidade, entretanto no bem isso o que acontece, pois muitas pessoas no chegam a completar o ciclo bsico.

3- IGUALDADE DE SEXOS E VALORIZAO DA MULHERNo Brasil as mulheres chegam a ganhar 40% menos que os homens para exercer o mesmo trabalho.

4 - REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL No Brasil, a cada 1.000 crianas que nascem, 28 morrem antes do primeiro ano de vida. E morrem mais de 2 mes a cada 1.000 nascimentos.No nosso pas muitas crianas morrem antes de completar o primeiro ano de vida5- MELHORAR SADE MATERNANos pases pobres e em desenvolvimento, as carncias no campo da sade reprodutiva levam a que a cada 48 partos uma me falece. A reduo dramtica da mortalidade materna um objetivo que no ser alcanado a no ser no contexto da promoo integral da sade das mulheres em idade reprodutiva. O acesso a meios que garantam direitos de sade reprodutiva e a presena de pessoal qualificado na hora do parto sero portanto o reflexo do desenvolvimento de sistemas integrados de sade pblica.

6- COMBATER A AIDS, A MALRIA E OUTRAS DOENASO Brasil tem o maior nmero de casos de malria das Amricas e o terceiro lugar do mundo em incidncia dessa doena.Os casos de AIDS, no entanto, diminuram em quase todos os grupos.O nico grupo em que houve aumento foi o de mulheres dos 13 aos 19 anos7- Qualidade de vida e respeito pelo meio AmbienteApesar de o Brasil ter aproximadamente 20% da gua doce do planeta, 22 milhes de pessoas no tm acesso a gua de boa qualidade.O desmatamento, o desperdcio de gua e a produo excessiva de lixo so alguns dos problemas mais graves enfrentados pela humanidade. gua e o saneamento so dois fatores ambientais chaves para a qualidade da vida humana, e fazem parte de um amplo leque de recursos e servios naturais que compem o nosso meio ambiente clima, florestas, fontes energticas, o ar e a biodiversidade e de cuja proteo dependemos ns e muitas outras criaturas neste planeta. Os indicadores identificados para este objetivo so justamente "indicativos" da adoo de atitudes srias na esfera pblica. Sem a adoo de polticas e programas ambientais, nada se conserva adequadamente, assim como sem a posse segura de suas terras e habitaes, poucos se dedicaro conquista de condies mais limpas e sadias para seu prprio entorno.8- TODO MUNDO TRABALHANDO PELO DESENVOLVIMENTOAs metas levantadas para atingir este Objetivo levam em conta uma srie de fatores estruturais que limitam o potencial para o desenvolvimento em qualquer sentido que seja da imensa maioria dos pases do sul do planeta. Entre os indicadores escolhidos esto a ajuda oficial para a capacitao dos profissionais que pensaro e negociaro as novas formas para conquistar acesso a mercados e a tecnologias abrindo o sistema comercial e financeiro no apenas para pases mais abastados e grandes empresas, mas para a concorrncia verdadeiramente livre de todos.Formao de redes de relacionamentos e Ao PolticaHoje sem dvida, est ao alcance da sociedade estabelecer outra ordem sociopoltica atravs das quais se convertam em realidade a influncia social dos Pobres e a defesa de seus direitos. (Por ex: Fruns Mundiais, Fruns Sociais, CEBs, ONGs, Sindicatos...)So Vicente trabalhou sem descanso pela paz e a justia. Educou seus seguidores para que fizessem o mesmo. No s rezou pela paz, mas trabalhou para consegui-la:

- no tomou partido nas rivalidades polticas, mas interveio em atos polticos quando lhe pareceu necessrio;

- tratou de remediar as causas que produzem pobreza;

O ser e o agir de so vicenteDevemos tomar como exemplo o Agir de So Vicente de Paulo nosso fundador, para ver como funcionam as estruturas ao nosso redor, como podemos e devemos, participar no que acontece diariamente, assim como podemos intervir nos diferentes assuntos e etapas de uma ao social, pblica ou privada. Perguntas:Voc j atuou politicamente em favor do direito dos pobres? Onde e como?

A Mudana Possvel? Que estratgias vocs sugerem? A Mudana Possvel?

Muito Obrigada!Marleide FernandesMembro da AIC Brasil

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