Estrutura espacial de populações - ib.unicamp.br · ¤ Qualquer aspecto da estrutura espacial é...
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E s t r u t u r a e s p a c i a l d e populações Valéria Forni Martins
Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação Centro de Ciências Agrárias Universidade Federal de São Carlos - UFSCar campus Araras Rodovia Anhanguera – SP 330, km 174 13600-970, Araras, SP, Brasil E-mail: [email protected] Departamento de Biologia Vegetal Instituto de Biologia CP 6109, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP 13083-970, Campinas, SP, Brasil E-mail: [email protected]
Estrutura espacial
¤ Diversos aspectos relacionados à organização espacial de: ¤ Indivíduos de uma mesma espécie dentro de
uma determinada área (até poucas centenas de metros).
¤ Características desses indivíduos.
¤ Atributo de populações.
¤ Diferente de distribuição geográfica (atributo da espécie).
Estrutura espacial
¤ Aspecto mais comum é o padrão espacial de distribuição dos indivíduos da população: agrupado, regular ou aleatório.
Estrutura espacial
¤ Qualquer aspecto da estrutura espacial é completamente dependente da escala espacial.
Estrutura espacial
¤ Alguns outros aspectos da estrutura espacial: ¤ Características dos agrupamentos.
¤ Grau de agregação ao longo da ontogenia. ¤ Padrão espacial da mortal idade e do
recrutamento. ¤ Relação espacial entre estádios ontogenéticos,
entre espécies, entre indivíduos de uma espécie e características do habitat, etc.
¤ Distribuição espacial de tamanho dos indivíduos, etc.
¤ Por que em plantas?
Estrutura espacial
¤ Resultado de diferentes processos ecológicos que ocorreram ao longo da ontogenia.
¤ Mecanismos que mantêm a alta diversidade devem operar de forma espacialmente explícita em comunidades de organismos sésseis: árvores devem ser mapeadas (Hubbell & Foster 1983).
¤ BCI e outros megaplots.
Mecanismo de dispersão
Hubbell 1979 – Costa Rica Seidler & Plotkin 2006 – Malásia
Condit et al. 2000 – Panamá, Malásia, Tailândia,
Índia e Sri Lanka
Altura da espécie
¤ Espécies mais altas liberam suas sementes de alturas maiores e também de distâncias mais afastadas da base do tronco, aumentando o espalhamento das mesmas.
Altura da espécie
¤ Espécies mais altas apresentam adaptações que permitem dispersão a longa distância por meio de agentes dispersores: mecanismo de escape da alta mortalidade embaixo das amplas copas das plantas parentais.
¤ Altura da espécie funciona como melhor preditor de distância de dispersão do que a massa da semente (Thomson et al. 2011).
Dispersão de sementes
¤ Além de influenciar o padrão espacial de distribuição, tem grande importância para os padrões espacia i s de mor ta l idade e recrutamento de plântulas.
¤ Dois principais modelos conectam a dispersão e a distribuição dos recrutas. ¤ Modelo Janzen-Connell (Janzen 1970, Connell
1971): dissociação espacial. ¤ Modelo de recrutamento de Hubbell (Hubbell
1980): associação espacial.
Modelos Janzen-Connell e de recrutamento de Hubbell
¤ Mortalidade dependente de densidade nas proximidades das plantas parentais devido ao ataque de in imigos naturais espécie-específicos.
Modelo Janzen-Connell
¤ Estádios ontogenéticos subsequentes são espacialmente dissociados.
¤ Forte decréscimo no grau de agregação ao longo da ontogenia: adultos são distribuídos regularmente.
Modelo de recrutamento de Hubbell
¤ Estádios ontogenéticos subsequentes são espacialmente associados.
¤ Mortalidade dependente de densidade não é f o r t e o s u f i c i e n t e p a r a m u d a r a correspondência entre os padrões espaciais de deposição das sementes e de recrutamento.
Número de fontes de sementes
¤ Número de adultos na população (“densidade populacional”).
¤ Sistema sexual da espécie/população.
Densidade populacional
¤ Populações menos densas são mais agregadas quando a dispersão é local (Bleher et al. 2002, Réjou-Méchain et al. 2011).
Sistema sexual
¤ Devido a efeitos de densidade, espécies dióicas têm populações mais agregadas do que as de espécies monóicas e homóicas.
Densidade da madeira
¤ Dois efeitos contrastantes (Flügge et al. 2012).
¤ Espécies com baixa densidade da madeira: ¤ Crescimento rápido, intolerantes à sombra e boas
colonizadoras. ¤ Rápida ocupação de clareiras e forte agregação. ¤ Réjou-Méchain et al. (2011) para a escala da
paisagem (> 10 km).
¤ Espécies com alta densidade da madeira: ¤ Crescimento lento.
¤ Baixa densidade de indivíduos reprodutivos e maior agregação.
Processos pós-dispersão
¤ Teoria de nicho: indivíduos de uma dada espécie apenas sobrevivem, crescem e se reproduzem em uma certa combinação de disponibilidade de recursos e condições.
Competição interespecífica
¤ Indivíduo da espécie competitivamente mais forte exclui vizinhos da espécie mais fraca ao longo da ontogenia. ¤ S e g r e g a ç ã o e s p a c i a l d e a d u l t o s
heteroespecíficos competidores.
¤ Mortalidade dependente de densidade na competição difusa.
¤ Diminuição da taxa de crescimento e da fecundidade de indivíduos localizados próximos a competidores mais fortes.
Filtragem ambiental
¤ Heterogeneidade ambiental: ¤ Solo.
¤ Topografia. ¤ Água.
¤ Luz.
Agregação aumenta ao longo da ontogenia e adultos são associados a
determinadas variáveis ambientais
Interações positivas
¤ Facilitação: associação da espécie facilitada com a facilitadora aumenta ao longo da ontogenia.
¤ Não há associação com determinadas variáveis ambientais como esperado na filtragem ambiental.
Interações positivas
¤ Associações com micorrizas: agregação aumenta ao longo da ontogenia e adultos são associados a manchas de micorrizas.
Sistema complexo
¤ A estrutura espacial de populações de espécies arbóreas tropicais geralmente é moldada por diferentes processos ecológicos, que operam em escalas diferentes.
Exercício
¤ Observe o padrão espacial de distribuição dos diferentes estádios ontogenéticos de uma população fictícia, amostrada em uma parcela de 1 ha. Então, elabore explicações sobre quais processos ecológicos devem estar gerando os padrões observados. Como você faria para confirmar suas hipóteses?