ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II Estruturas de Betão … · As forças de desvio do cabo conduzem as...

10
1 1 A. Ramos Nov. 2006 ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct fct - UNL UNL Estruturas de Betão Armado II 13 – Pré-Esforço - Introdução 2 A. Ramos Nov. 2006 ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct fct - UNL UNL 13 – Pré-Esforço - Introdução Pré-Esforço é a aplicação de esforços em peças de betão, antes do início da sua utilização, que contrariam os efeitos das acções a que estas vão estar sujeitas. O pré-esforço pode ser aplicado por meio de cabos, fios ou varões tensionados contra a própria peça de betão. Exemplo: Um tirante de betão pode ser previamente comprimido por forma a evitar que o betão fendilhe sob a acção da força de tracção a que vai estar sujeito. Tensão no cabo: N P = P > 0 Tensão no betão: N c = -P < 0 σ c = -P/A c < 0 Tensão no cabo: N P = P + N P P Tensão no betão: N c = -P + N c -P + F Se P > F: N c < 0 σ c < 0

Transcript of ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II Estruturas de Betão … · As forças de desvio do cabo conduzem as...

1

1A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL

Estruturas de Betão Armado II13 – Pré-Esforço - Introdução

2A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Pré-Esforço é a aplicação de esforços em peças de betão, antes do início da sua utilização, que contrariam os efeitos das acções a que estas vão estar sujeitas. O pré-esforço pode ser aplicado por meio de cabos, fios ou varões tensionados contra a própria peça de betão.Exemplo: Um tirante de betão pode ser previamente comprimido por forma a evitar que o betão fendilhe sob a acção da força de tracção a que vai estar sujeito.

Tensão no cabo:

NP = P > 0

Tensão no betão:

Nc = -P < 0

σc = -P/Ac < 0

Tensão no cabo:

NP = P + ∆NP ≈ P

Tensão no betão:

Nc = -P + ∆Nc ≈

≈ -P + F

Se P > F:

Nc < 0

σc < 0

2

3A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

CompressãoEFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS

Betão Armado

B.A. com Compressão

M

Mcr

Mcr

aa´ a

Betão Armado:

6

2bhw

fwM

c

ctmccr

=

=

Betão Armado com compressão:

(seja σP = -P/Ac = -5MPa e fctm = 2.5 MPa)

crc

ctmccr

cc

crctmc

MAPfwM

AP

wMf

3≈⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+=′

−′

==σ

4A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

CompressãoEFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS

Betão Armado

B.A. com Compressão

M

Mcr

Mcr

aa´ a

Conclusões: A compressão devido ao pré-esforço, só por si, aumenta consideravelmente o momento de fendilhação, isto é, o início da fendilhação.

Na situação indicada na figura anterior, e para a mesma carga, a flecha é muito menor na peça comprimida, devido à ausência de fendilhação, do que na peça sem pré-esforço.

3

5A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

ExcentricidadeEFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS

Mcr

Mcr

a

M

a

M´cr

a´´ap

MR

M´R

Deformação inicial devido à excentricidade do pré-esforço:

ap < 0 ⇒ a´´ = a´ - ap << a

6A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

ExcentricidadeEFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS

Mcr

Mcr

a

M

a

M´cr

a´´ap

MR

M´R

ePMM

ePAPfwM

weP

AP

wMf

crcr

cctmccr

ccc

crctmc

=′−′′

+⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+=′′

−−′′

==σ

4

7A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

ExcentricidadeEFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS

Mcr

Mcr

a

M

a

M´cr

a´´ap

MR

M´R

Se o aço de pré-esforço for aderente ao betão, ele também funciona como armadura aumentando o momento resistente de MRpara M´´R.

Conclusões: A existência de excenticidade no pré-esforço leva: àredução das deformações; ao aumento do valor do momento de fendilhação, e ao aumento do momento resistente, se o pré-esforço for aderente.

8A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Desvio do Cabo

EFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS

Como o ângulo α épequeno considera-se a:

comp. hor. = Pcosα ≈ P

comp.Vert.= Psenα ≈ Ptg α

Conclusões: Os efeitos do cabo sobre a peça de betão são auto-equilibrados, não provocando reacções em vigas isostáticas.

As forças de desvio do cabo conduzem as forças do vão para os apoios, “aliviando” o esforço transverso.

5

9A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Eugéne Freyssinet (1878-1962)

MARCOS HISTÓRICOS DO PRÉ-ESFORÇO

• 1906 a 1912 – Freyssinetconstrui três pontes com pré-esforço na região de Vichy;

• 1928 – 1ª patente de Freyssinet sobre p.e. em França;

• 1954 – 1ª ponte de betão p.e. em Portugal, entre Benavente e Salvaterrra de Magos.

Luzancy (1941)

10A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Nomenclatura

Ancoragem activaAncoragem passiva

Cabo de pré-esforço

Ancoragem activa

Ancoragem de continuidade

Ancoragem activa

6

11A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Evolução das Ancoragens

1939 - Cone de betão e fios de aço

1960 - Cone de aço com cordões

1965 - Cunhas e cordões

1980 - Sistemas compactos

12A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Ancoragens Activas

Cordões

BainhaCabeça de anc.

Placa de ancoragem

Injecção de calda

Cunhas

Cinta de confinamentodo betão

7

13A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Ancoragens Passivas

14A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Ancoragens de Continuidade

Macaco de Pré-Esforço

8

15A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Aplicação do Pré-Esforço

Colocação da placa de anc.

Posicionamento do macaco

Tensionamento do cabo

Injecção das bainhas com calda de cimento

Aperto das cunhas

16A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Aplicação de Pré-Esforço em Pontes e Viadutos

9

17A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

Aplicação de Pré-Esforço em Edifícios

Laje nervurada, pré-esforçada

Laje maciça, pré-esforçada

18A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

TIPOS DE PRÉ-ESFORÇO

Pré-esforço aderente/não aderente:

O pré-esforço é designado por aderente se o aço de pré-esforço estiver ligado ao betão ao longo dos seu comprimento, por exemplo com utilização de calda de cimento, garantindo um funcionamento conjunto dos materiais semelhante ao das armaduras ordinárias.

Pré-esforço interior/exterior:

O pré-esforço é designado por exterior se o aço de pré-esforço estiver colocado exteriormente à secção de betão, tomando contacto com esta apenas em pontos localizados ao longo do vão (ancoragens e pontos de desvio).

10

19A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

TIPOS DE PRÉ-ESFORÇO

Pré-esforço por pós-tensão:

O aço de pré-esforço é tensionado depois da betonagem da peça, quando o betão adquiriu a resistência necessária. A transferência é realizada quer nas extremidades, através de dispositivos mecânicos de fixação das armaduras (ancoragens), quer ao longo das armaduras.

Pré-esforço por pré-tensão:

O aço de pré-esforço é tensionado antes da betonagem da peça de betão, sendo o pré-esforço transferido ao betão após a cura do mesmo. É o sistema utilizado correntemente em fábrica para a pré-fabricação de vigotas, lajes alveoladas, de vigas pré-esforçadas para pontes e asnas para edifícios industriais.

O pré-esforço é transferido do aço para o betão por aderência entre os dois materiais.

20A. Ramos Nov. 2006

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IIESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fctfct -- UNLUNL13 – Pré-Esforço - Introdução

SISTEMAS DE PRÉ-ESFORÇO MAIS CORRENTES

• VSL

• Freyssinet

• DSI – Dywidag

• Tensacciai

• BBRV

• Stronghold

• CCL

• Macalloy