ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar...

71
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM SOLOS TROPICAIS FERNANDO HENRIQUE BEZERRA AZEVEDO ÍTALO RICARDO DE SOUSA RODRIGUES GOIÂNIA 2014

Transcript of ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar...

Page 1: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS

SPT E PANDA 2 EM SOLOS TROPICAIS

FERNANDO HENRIQUE BEZERRA AZEVEDO

ÍTALO RICARDO DE SOUSA RODRIGUES

GOIÂNIA

2014

Page 2: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

FERNANDO HENRIQUE BEZERRA AZEVEDO

ÍTALO RICARDO DE SOUSA RODRIGUES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE

ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM SOLOS

TROPICAIS

Trabalho apresentado à Escola de Engenharia Civil da

Universidade Federal de Goiás como requisito para a obtenção

do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Renato Resende Angelim

GOIÂNIA

2014

Page 3: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

FERNANDO HENRIQUE BEZERRA AZEVEDO

ÍTALO RICARDO DE SOUSA RODRIGUES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM SOLOS

TROPICAIS

Trabalho desenvolvido para conclusão do curso de Engenharia

Civil, apresentado à Escola de Engenharia Civil da Universidade

Federal de Goiás.

Orientador: Prof. Dr. Renato Resende Angelim

Aprovado em ____/____/_____.

_____________________________________________________________

Prof. Dr. Renato Resende Angelim (Presidente)

_____________________________________________________________

Prof. Dr. Carlos Alberto Lauro Vargas (Examinador)

_____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Márcia Maria dos Anjos Mascarenha (Examinadora)

GOIÂNIA

2014

Page 4: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 3

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

RESUMO

Conhecer os parâmetros do solo sobre o qual se realizará uma obra de engenharia

é o primeiro passo na busca pela excelência na prática da profissão. Tendo tal princípio como

motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação

geotécnica mais largamente utilizada no país – comparando-o a outro ensaio (mais moderno),

o Pénétremétré Autonome Numérique Dynamique Assisté par Ordinateur em sua segunda

versão (PANDA 2). As vantagens de tal ensaio são, principalmente, a facilidade de transporte,

a rapidez na execução e a aquisição automática de dados. Sabendo ainda que há uma grande

experiência internacional e um largo banco de dados para o ensaio SPT, correlaciona-lo com

um novo ensaio parece ser o caminho natural. Assim, nesta pesquisa, foram realizados ensaios

PANDA 2 nas proximidades de furos de sondagens SPT, tratando dados e buscando uma

correlação matemática entre os resultados de resistência de ponta qd do PANDA 2 e o número

de golpes NSPT. O sítio em estudo se localiza na cidade de Goiânia e o solo foi classificado

como argila arenosa em algumas partes e como areia argilosa em outras. Os resultados dos

ensaios SPT foram colhidos e, ao lado de cada furo, foram realizados dois ensaios PANDA 2.

A análise levou em consideração as médias obtidas no perfil às profundidades

correspondentes entre os ensaios citados. O resultado encontrado confirmou outros resultados

em pesquisas que seguiram a mesma linha com a relação em torno de 0,28 para os primeiros

cinco metros de profundidade.

Palavras-chave: Standard Penetration Test. Ensaio PANDA. Solos tropicais.

Page 5: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 4

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Designação geral dos solos tropicais (NOGAMI & VILLIBOR, 2009) .............. 10

Figura 2.2 - Equipamento utilizado no ensaio SPT (SCHNAID, 200) .................................... 14

Figura 2.3 - Equipamento PANDA 2 ....................................................................................... 18

Figura 2.4 - Cravação do penetrômetro PANDA 2 (RESTREPO, 2010) ................................ 19

Figura 2.5 - Exemplo de penetrograma obtido através do PANDA 2 ...................................... 20

Figura 2.6 - Exemplo de penetrograma de valores médios de cada 5 cm obtidos através do

PANDA 2 e do PandaWin ........................................................................................................ 20

Figura 4.1 - Localização do sítio em estudo. Fonte: Google Maps (Acesso em 10 de dezembro

de 2014) .................................................................................................................................... 23

Figura 4.2 - Planta de locação .................................................................................................. 24

Figura 4.3 - Realização de ensaio PANDA 2 ........................................................................... 25

Figura 4.4 - Material retirado pelo amostrador SPT ................................................................. 26

Figura 4.5 - Sondagens P1A e P1B .......................................................................................... 27

Figura 4.6 - Sondagens P2A e P2B .......................................................................................... 28

Figura 4.7 - Sondagens P3A e P3B .......................................................................................... 29

Figura 4.8 - Sondagens P4A e P4B .......................................................................................... 30

Figura 4.9 - Sondagens P5A e P5B .......................................................................................... 31

Figura 4.10 - Sondagens P6A e P6B ........................................................................................ 32

Figura 4.11 - Ensaios PANDA 2 realizados no sítio em estudo ............................................... 34

Figura 4.12 – Ensaios P1 .......................................................................................................... 35

Figura 4.13 – Ensaios P2 .......................................................................................................... 36

Page 6: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 5

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.14 – Ensaios P3 .......................................................................................................... 37

Figura 4.15 – Ensaios P4 .......................................................................................................... 38

Figura 4.16 – Ensaios P5 .......................................................................................................... 39

Figura 4.17 – Ensaios P6 .......................................................................................................... 40

Figura 4.18 - Ensaios no ponto 1 .............................................................................................. 41

Figura 4.19 - Ensaios no ponto 2 .............................................................................................. 42

Figura 4.20 - Ensaios no ponto 3 .............................................................................................. 43

Figura 4.21 - Ensaios no ponto 4 .............................................................................................. 44

Figura 4.22 - Ensaios no ponto 5 .............................................................................................. 45

Figura 4.23 - Ensaios no ponto 6 .............................................................................................. 46

Figura 4.24 - Ensaios no ponto 1 .............................................................................................. 48

Figura 4.25 - Ensaios no ponto 2 .............................................................................................. 49

Figura 4.26 - Ensaios no ponto 3 .............................................................................................. 50

Figura 4.27 - Ensaios no ponto 4 .............................................................................................. 51

Figura 4.28 - Ensaios no ponto 5 .............................................................................................. 52

Figura 4.29 - Ensaios no ponto 6 .............................................................................................. 53

Figura 4.30 - Valores da relação qd/NSPT .................................................................................. 58

Figura A.1 - Teor de umidade em SP1............................................................................66

Figura A.2 - Teor de umidade em SP2 ..................................................................................... 67

Figura A.3 - Teor de umidade em SP3 ...................................................................................67

Figura A.4 - Teor de umidade me SP4 ..................................................................................... 68

Figura A.5 - Teor de umidade me SP5....................................................................................68

Figura A.6 - Teor de umidade me SP6 ..................................................................................... 69

Page 7: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 6

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................7

1.1 OBJETIVOS....................................................................................................8

1.2 ESCOPO.........................................................................................................8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................9

2.1 SOLOS TROPICAIS.......................................................................................9

2.2 ENSAIOS DE CAMPO EM OBRAS DE ENGENHARIA PARA

DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS SOLOS...................11

2.2.1 Sondagem de Simples Reconhecimento (SPT) .............................................................. 12

2.2.1.1 Metodologia de execução ....................................................................................... 14

2.2.1.2 Resultados típicos ................................................................................................... 15

2.2.2 Penetrômetro dinâmico leve de energia variável em sua segunda versão (PANDA 2) .. 16

2.2.2.1 Resultados típicos ................................................................................................... 19

3 METODOLOGIA..............................................................................................................21

3.1 ENSAIOS SPT..............................................................................................21

3.2 ENSAIOS PANDA 2....................................................................................22

4 ESTUDO DE CASO..........................................................................................................23

4.1 DADOS OBTIDOS ATRAVÉS DE ENSAIOS...........................................23

4.2 INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS....................................................25

5 CONCLUSÕES.................................................................................................................59

REFERÊNCIAS........................................................................................................................61

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..........................................................................................64

APÊNDICE A ........................................................................................................................66

Page 8: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 7

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

1 INTRODUÇÃO

O desempenho de uma fundação poderia ser definido como produto da interação

solo-fundação assim como se observa nas teorias de previsão de recalques. De fato, o projeto

e execução de fundações requerem conhecimentos de Geotecnia e Cálculo Estrutural

(VELLOSO, 2010). De tal modo, conhecer o solo e seus parâmetros geotécnicos é o primeiro

passo na busca pelo sucesso na empreitada.

A fase de investigação geotécnica representa de 0,5 % a 2,0 % do custo final da

obra (SCHNAID, 2000) e pode gerar grande economia de recursos no decorrer da execução,

pois elimina os “riscos desconhecidos” definidos por Casagrande (1965 apud VELLOSO,

2010). Sendo assim, é claramente viável e, mais ainda, imprescindível que se faça

investimento na boa investigação do solo.

No Brasil, no dia-a-dia das empresas que projetam fundações, observa-se que o

ensaio mais largamente utilizado para reconhecimento do solo é o Standard Penetration Test

(SPT). Entre suas vantagens, estão a versatilidade de aplicação frente aos diferentes tipos de

solo, a possibilidade de se obter a estratigrafia do perfil de solo, de determinar o nível do

lençol freático e, devido à sua larga aplicação, baixo custo de execução e a tradição na

interpretação dos resultados.

Por outro lado, este ensaio é quantitativamente pouco útil para avaliação das

propriedades de engenharia de solos em condições extremas de dureza – muito moles ou

muito duros – (DÉCOURT, 2002) e deve ser levada em conta a energia que será transmitida

pelo golpe ao longo das hastes (CHAMBEL, 2003), entre outras limitações.

Há outras ferramentas mais modernas e menos usuais no Brasil como o

Pressiômetro (PMT), o Piezocone (CPTU) o Dilatômetro (DMT), o Cone Elétrico (CPT) e o

Penetrômetro Dinâmico Leve de Energia Variável em sua segunda versão (PANDA 2), sendo

que o último merece destaque por ser altamente portátil além de contar com aquisição

automática de dados. O PANDA 2 é, ao lado do SPT, objeto de estudo deste trabalho.

Todos estes ensaios são utilizados para estimar parâmetros de resistência ou

deformabilidade do solo por meio de correlações para fins de determinação da capacidade de

Page 9: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 8

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

carga e para previsão de recalques, porém nenhum deles é tão preciso quanto os ensaios de

prova de carga de fundações. Estes, porém ainda são pouco executados no Brasil.

1.1 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivos a realização de ensaios PANDA 2 em

locais de investigação para fins de dimensionamento de fundações e o confronto dos

resultados com os dados de SPT realizados no mesmo local.

Como objetivos específicos são propostos:

correlacionar os valores de resistência de ponta qd do penetrômetro

PANDA 2 com os valores de número de golpes NSPT do SPT ao longo do

perfil de solo;

contribuir para a formação de um banco de dados com resultados do

ensaio PANDA 2 em solos tropicais.

1.2 ESCOPO

No capítulo 2, é apresentada a revisão da literatura a respeito dos principais

tópicos a que este trabalho se destina. Será feita uma breve definição dos solos das regiões

tropicais e serão apresentados os métodos executivos dos ensaios SPT e PANDA 2.

O capítulo 3 se destina a explicitar a metodologia que será adotada para alcançar

os objetivos propostos no item 1.1.

A apresentação e a discussão dos resultados do Estudo de Caso serão apresentadas

no capítulo 4.

O quinto e último capítulo apresenta as considerações finais, as conclusões e as

propostas para trabalhos futuros na área.

Page 10: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 9

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 SOLOS TROPICAIS

Os solos são formados, em geral, pela erosão de rochas de modo que os minerais

que formam estas são os primeiros responsáveis pelas propriedades físicas da massa de solo

(DAS, 2007). Esta erosão é o conjunto de transformações físicas e químicas sobre rochas às

quais se denomina intemperismo (ANTUNES & SALOMÃO, 1998).

Nas diferentes regiões do Planeta, os solos apresentam características únicas

influenciadas, entre outros fatores, pelo clima. Segundo Antunes e Salomão (1998), “a

influência do clima na formação do solo levou à concepção do critério de zonalidade

climática adotada pelas primeiras classificações pedológicas, sendo mantido até hoje por

numerosos especialistas”.

É importante compreender que, a temperatura e as precipitações são fatores

intervenientes na velocidade da evolução dos solos, pois são fatores ativos na sua formação

(FLEURY, 1975).

Segundo a Lei de Vant’Hoff,

Cada acréscimo de 10 graus centígrados na temperatura do meio ambiente resulta

num aumento de velocidade das respectivas reações químicas, de um duplo ou triplo

das velocidades primitivas (FLEURY, 1975).

Nas zonas tropicais, ocorrem altas temperaturas com elevadas variações diárias e

reduzidas variações anuais, as chuvas são intensas e periódicas e tais condições favorecem a

eficiência dos processos de destruição e decomposição mineral.

O resultado disto é que se observa que em regiões de climas temperados, a

profundidade do perfil de solo raramente é alta, ao contrário do que se observa nas regiões de

clima tropical. Na cidade de Goiânia, sondagens mostram que o manto decomposto varia de

20 a 50 metros e, em Catalão, já foram encontradas áreas onde a rocha matriz se encontra a

200 metros de profundidade (FLEURY, 1975).

Outro ponto a ser observado é que, em função do alto grau de intemperismo, os

solos tropicais apresentam comportamento geomecânico complexo e variável com a

Page 11: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 10

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

profundidade e a topografia. Observam-se dois grandes grupos de solos tropicais, solos

lateríticos e solos saprolíticos, como mostrado na Figura 2.1 abaixo.

Figura 2.1 - Designação geral dos solos tropicais (NOGAMI & VILLIBOR, 2009)

Nogami e Villibor (2009) definem estes grupos:

Solos lateríticos são solos típicos das partes bem drenadas das regiões

tropicais úmidas.

Solos saprolíticos são aqueles resultantes da decomposição ou

desagregação in situ da rocha mantendo ainda, de maneira nítida, a

estrutura da rocha que lhe deu origem, sendo, portanto, solos

genuinamente residuais.

Solos lateríticos apresentam coloração em que predominam os matizes vermelho e

amarelo com uma macroestrutura aparente homogênea e isotrópica. Solos saprolíticos, por sua

vez, se caracterizam pela heterogeneidade e pela anisotropia, geralmente com cores variadas,

manchas e mosqueamentos herdados da rocha matriz (LOVATO, 2004).

Segundo Bevilaqua (2004), a resistência ao cisalhamento dos solos saprolíticos

passa a condicionar o comportamento do perfil de solo à medida que aumenta o grau de

alteração resultante do intemperismo nesse perfil, porém as descontinuidades reliquiares ainda

exercem grande influência.

Isto significa dizer que, em regiões tropicais, é necessário conhecer a composição

mineralógica do solo em estudo para prever o comportamento geomecânico de tal solo, assim

Page 12: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 11

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

como afirmam Nogami e Villibor (1983 apud LOVATO, 2004): “[...] uma camada poderá ter

comportamento laterítico, apesar de não pertencer a um perfil pedológico laterítico e,

eventualmente solos que pertençam a um perfil pedológico laterítico podem não ter

comportamento geotécnico laterítico”.

Uma das formas utilizadas para a identificação mineralógica dos solos é o ensaio

de absorção de azul de metileno que consiste em medir a quantidade do corante citado que é

adsorvida numa massa de solo. Tal ensaio, como exposto por Greco (2012), é capaz de

caracterizar solos lateríticos, uma vez que solos lateríticos ou de comportamento laterítico

possuem como principal argilo-mineral constituinte a caulinita revestida por óxidos e

hidróxidos de ferro e alumínio. Sendo pequena a adsorção do corante azul de metileno por

solos com tais características, identifica-se o solo em questão.

2.2 ENSAIOS DE CAMPO EM OBRAS DE ENGENHARIA PARA

DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS

SOLOS

Sabe-se que a maioria das obras de engenharia, sobretudo os projetos de

fundações, estabilidade de taludes, estruturas de contenção, dentre outras, são executadas com

base em informações obtidas após realização de ensaios de campo. Tais ensaios definem

características importantes do subsolo no qual será realizado o projeto geotécnico como, por

exemplo, o perfil do subsolo e propriedades importantes dos materiais presentes na região do

ensaio. Portanto, é de suma importância que seja feito um bom reconhecimento prévio do

subsolo, uma vez que a má investigação das características do mesmo se configura uma causa

frequente de problemas relacionados a fundações (SCHNAID, 2000).

Dessa forma, é importante se conhecer os ensaios de campo mais utilizados no

Brasil, para a realização da investigação do subsolo. Os ensaios mais frequentes são os

penetrométricos dinâmicos e estáticos.

Os ensaios penetrométricos utilizam como instrumentação os penetrômetros, que

registram a resistência do solo ensaiado. Quando tal resistência é registrada por unidade de

Page 13: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 12

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

área, configura-se um penetrômetro estático, quando a resistência é determinada por unidade

de profundidade configura-se um penetrômetro dinâmico (HERRICK e JONES, 2000).

No Brasil, o penetrômetro mais utilizado para obras de engenharia é o Standard

Penetration Test (SPT). Outros menos comuns são o Cone Penetration Test (CPT) o

Piezocone (CPTU), o Pénétremétré Autonome Numérique Dynamique Assisté par Ordinateur

(PANDA), o DilatoMeter (DMT) e o PressuroMeter (PMT). O ensaio de placa Plate Load

Test (PLT), embora não seja um ensaio penetrométrico, também é empregado dentre os

ensaios in situ.

O presente trabalho dará um enfoque aos ensaios SPT e PANDA (em sua segunda

versão) que são ferramentas utilizadas na determinação dos parâmetros necessários para o

desenvolvimento deste trabalho.

2.2.1 Sondagem de Simples Reconhecimento (SPT)

Segundo Schnaid (2000), a Sondagem de Simples Reconhecimento (SPT) é o

método de investigação mais popular, rotineiro e econômico, em diversos locais do mundo. O

ensaio permite a indicação da densidade de solos granulares, da consistência de solos coesivos

e até mesmo de rochas brandas, sendo esse um dos motivos para o SPT ser utilizado

rotineiramente como base para projeto de fundações diretas e profundas.

De maneira geral, o SPT constitui-se em uma medida de número de golpes de

energia padrão (usados como parâmetro de comparação da resistência dinâmica de solos)

conjugada a uma sondagem de simples reconhecimento. O ensaio consiste de uma perfuração

no solo por tradagem e circulação de água, utilizando-se de um trépano de lavagem como

ferramenta de escavação. Desse modo, é feito o furo no solo e obtidas amostras do mesmo a

cada metro de profundidade por meio do amostrador-padrão, de diâmetro externo de 50 mm.

Resumidamente, o procedimento do ensaio consiste na cravação deste amostrador no fundo de

escavação, usando um peso de 65 kg, caindo de uma altura de 75 cm (SCHNAID 2000).

Além disso, o SPT é um tipo de sondagem a percussão, portanto, um método para

investigação utilizado para obtenção de amostras do solo, medida de índices de resistência à

penetração e identificação do nível do lençol freático. Suas perfurações podem ser realizadas

Page 14: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 13

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

abaixo do nível d’água e em solos com compacidade e dureza relativamente elevadas de até

40 golpes (FERREIRA, QUIRINO, SOARES, 2013).

Dessa maneira, o ensaio em questão possui uma série de vantagens que o fazem

ser o mais utilizado no mundo. Dentre elas podemos citar a simplicidade do equipamento

utilizado, que facilita a sua execução nas mais diversas situações de investigação. Outra

grande vantagem é o baixo custo envolvido no processo, que se deve ao equipamento ser

extremamente barato e simples e, sobretudo a pouca mão de obra envolvida no processo.

Além disso, o ensaio determina de maneira simples, valores de resistência do solo a cada

metro penetrado, além de possibilitar a identificação do nível d’água. Resumidamente, o

ensaio permite a retirada de amostras deformadas do solo e, assim, o conhecimento da

estratigrafia do terreno, dado importante que serve de base para realização de projetos

geotécnicos em geral.

Apesar das várias vantagens relacionadas ao ensaio, várias críticas são

continuamente feitas ao mesmo, devido à diversidade de procedimentos utilizados para a sua

execução e a pouca racionalidade de alguns dos métodos de uso e interpretação (SCHNAID,

2000).

Entretanto, existe a norma NBR 6484 (ABNT, 2001) que é bastante usada como

referência. Ela define todo o processo de execução do ensaio, bem como os equipamentos e

aparelhagem envolvida no processo. Segundo ela, são esses:

Torre com roldana;

Tubos de revestimento;

Composição de perfuração ou cravação;

Trado concha ou cavadeira;

Trado helicoidal;

Trépano de lavagem;

Amostrador padrão, tipo Raymond;

Cabeças de bateria;

Martelo padronizado para cravação do amostrador;

Baldinho para esgotar o furo;

Medidor de nível d’água;

Régua milimetrada;

Page 15: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 14

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Recipientes para amostras;

Bomba d’água centrífuga motorizada;

Caixa d’água ou tambor com divisória interna para decantação;

O martelo supracitado tem 65 kg, como definido pela NBR 6484 (ABNT, 2001).

Além desses equipamentos, são necessárias ferramentas em geral e uma mão-de-obra de três

operadores. A Figura 2.2 a seguir representa um esquema do equipamento utilizado no ensaio

SPT.

Figura 2.2 - Equipamento utilizado no ensaio SPT (SCHNAID, 200)

2.2.1.1 Metodologia de execução

A especificação de como é feita a execução do ensaio, é dividida em etapas:

processo de perfuração, amostragem, ensaio de penetração dinâmica, ensaios de avanço da

perfuração por lavagem e observação do nível d’água freática.

O processo de perfuração consiste no início da sondagem propriamente dita. Deve

ser iniciado com o emprego do trado concha ou cavadeira manual até profundidade de 1 m.

Em seguida deve ser utilizado o trado helicoidal até atingir o nível d’água freático, segundo a

norma NBR 6484 (ABNT, 2001). Quando no uso do trado helicoidal, o avanço da perfuração

Page 16: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 15

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

for inferior a 50 mm após 10 min de operação, utiliza-se o método de perfuração por

circulação de água.

Durante toda a perfuração, devem ser anotadas as profundidades das transições de

camadas detectadas por exame táctil-visual e da mudança de coloração dos materiais trazidos

à boca do furo, além disso, deve ser mantido o nível d’água no interior do furo em cota igual

ou superior ao nível freático NBR 6484 (ABNT, 2001).

A etapa da amostragem consiste na coleta de uma parte representativa do solo.

Devem ser colhidas de maneira adequada amostras durante todo o processo de perfuração, a

cada 1m.

Ainda segundo a NBR 6484 (ABNT, 2001), a etapa de ensaio de penetração

dinâmica, conseguinte ao final da sondagem e amostragem. Nessa etapa o amostrador padrão

deve ser posicionado no fundo do furo feito pela sondagem, e por fim feita a cravação do

mesmo pelo impacto sucessivo do martelo de 65 kg, que deve ser erguido a uma altura de até

0,75 m. Deve-se contar o número de golpes necessários para perfurar cada 15 cm de solo,

levando-se em conta apenas os primeiros 45 cm de cada metro e desprezando-se os outros 55

cm.

Durante todo o processo, o operador deve estar atento à umidade do solo, que é

um indicativo da proximidade do lençol freático. Nesse caso, a perfuração deve parar, e passa-

se a observar a elevação do nível d’água, fazendo leituras a cada 5 min, num período total de

30 min NBR 6484 (ABNT, 2001).

2.2.1.2 Resultados típicos

Depois de finalizado todo o processo, são emitidos os relatórios de campo, que

possuem todos os dados colhidos durante a execução do ensaio.

a) nome da empresa e do interessado;

b) número do trabalho;

c) local do terreno;

d) número da sondagem;

e) data e hora de início e de término da sondagem:

f) métodos de perfuração empregados (TC - trado-concha; TH - trado

helicoidal; CA - circulação de água) e profundidades respectivas;

Page 17: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 16

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

g) avanços do tubo de revestimento;

h) profundidades das mudanças das camadas de solo e do final da sondagem;

i) numeração e profundidades das amostras coletadas no amostrador-padrão

e/ou trado;

j) anotação das amostras colhidas por circulação de água, quando da não

recuperação pelo amostrador-padrão;

k) descrição táctil-visual das amostras, na seqüência:

- granulometria principal e secundária;

- origem;

- cor;

l) número de golpes necessários à cravação de cada trecho nominal de 15 cm

do amostrador em função da penetração correspondente;

m) resultados dos ensaios de avanço de perfuração por circulação de água;

n) anotação sobre a posição do nível d’água, com data, hora, profundidade

aberta do furo e respectiva posição do revestimento, quando houver;

o) nome do operador e vistos do fiscal;

p) outras informações colhidas durante a execução da sondagem, se julgadas

de interesse; e

q) procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma.

2.2.2 Penetrômetro dinâmico leve de energia variável em sua segunda

versão (PANDA 2)

A empresa francesa Soil Solution em parceria com laboratório de engenharia civil

LERMES/CUST, da Universidade Blaise Pascal de Clermont – Ferrand, foi a responsável

pela criação e desenvolvimento do ensaio de penetração dinâmica de cone tipo PANDA 2. Tal

ensaio se difere dos penetrômetros usuais, pelo fato do equipamento utilizado ser leve,

portátil, possuir um sistema de aquisição automática da energia e profundidade de cravação e,

sobretudo, pelo fato de essas informações serem facilmente transportadas para um

microcomputador, sem necessidade de tratamentos adicionais de sinal (GOURVÈS, 1991).

Page 18: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 17

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

O ensaio PANDA 2 consiste na cravação de um conjunto de hastes, com uma

ponteira cônica (ângulo da ponta de 90º) acoplada à base, no interior do solo, sob a energia de

batidas de um martelo. Sua particularidade em relação ao anterior, PANDA, está na medição

da energia da batida do martelo através da deformação de um sensor. (Angelim et al., 2008b).

De acordo com Navarrete (2009), o penetrômetro PANDA 2 é capacitado de

penetrar em solos com resistências de até 50 MPa, em uma profundidade de aproximadamente

6 m. Assim sendo, o ensaio é perfeito para ser usado em solos moles, uma vez que estes

possuem as características supracitadas. Outro aspecto que é válido frisar é o fato de este

penetrômetro permitir uma prospecção de centímetro em centímetro das camadas de baixa e

média resistência, pelo controle da energia de cravação, ajustando a intensidade dos golpes,

configurando assim outra grande vantagem deste ensaio quando comparado a outros como o

SPT, em que tal leitura não é possível.

De maneira geral, o PANDA 2 é utilizado principalmente no reconhecimento de

solos de baixa profundidade e no controle de compactação de aterros, barragens de terra.

Segundo a norma NF P94-105 (AFNOR, 2012), tal ensaio pode ser usado nas seguintes

situações: avaliação da espessura das camadas ou seções do solo, verificar se o objetivo de

compactação é alcançado e verificar se a compactação se ajusta aos resultados obtidos nos

ensaios de referência específicos da obra.

Segundo Carvalho Jr. (2012), o instrumento utilizado no ensaio é composto por

hastes de cinquenta centímetros (50 cm), com quatorze milímetros (14 mm) de diâmetro que

são unidas umas às outras de acordo com a profundidade desejada, um martelo manual de

dois quilogramas (2 kg). Também há no equipamento: pontas cônicas de 2, 4 ou 10

centímetros quadrados (cm²), sensor de penetração e central de processamento

(microprocessador) para armazenar os dados, como mostra a Figura 2.3:

Page 19: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 18

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 2.3 - Equipamento PANDA 2

Para cada golpe do martelo, é registrada de maneira contínua a penetração (e)

alcançada e a resistência de ponta do solo ( ) associada à energia transmitida e calculada

mediante a Fórmula dos Holandeses (FERREIRA; QUIRINO; SOARES, 2013), conforme a

expressão abaixo:

(2.1)

Na qual,

- E = energia fornecida ao sistema (expressa em Joules)

- A = área da seção da ponta (expresso em metros quadrados)

- e' = penetração plástica (expresso em metros)

- M = massa do martelo (expressa em quilogramas)

- P = massa da cabeça + hastes + ponta (expressa em quilogramas)

È necessário que sejam feitas algumas considerações prévias para se aplicar

essa formula. Segundo a norma NF P94-105 (AFNOR 2012), deve-se garantir que o solo

tenha um comportamento perfeitamente plástico durante a penetração do instrumento. Além

disso, o atrito lateral sobre o conjunto de hastes deve ser desprezado. Por fim, para se aplicar a

expressão 2.1, deve-se considerar que o conjunto de energia fornecida é totalmente

Page 20: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 19

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

transmitida à ponta pelo dispositivo de cravação, desconsiderando o atrito no golpe. A Figura

2.4 abaixo mostra um exemplo do ensaio PANDA 2 sendo realizado.

Figura 2.4 - Cravação do penetrômetro PANDA 2 (RESTREPO, 2010)

2.2.2.1 Resultados típicos

Na Figura 2.5 a seguir, há um exemplo de penetrograma obtido pelo PANDA 2.

Na Figura 2.6, está um exemplo de penetrograma retirado do software PANDAWin que gera

os valores médios do ensaio.

Page 21: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 20

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 2.5 - Exemplo de penetrograma obtido através do PANDA 2

Figura 2.6 - Exemplo de penetrograma de valores médios de cada 5 cm obtidos através do PANDA 2 e do

PandaWin

Page 22: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 21

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

3 METODOLOGIA

A fim de alcançar os objetivos propostos neste projeto, foram realizados ensaios

PANDA 2 no local em que foi feita investigação geotécnica tipo SPT para o corriqueiro

dimensionamento de fundações. Os resultados obtidos foram confrontados com os resultados

de SPT do mesmo local.

Os resultados foram processados com o auxílio de programas computacionais e

suas discussões e interpretações estão dispostos no capítulo destinado a resultados e análise de

resultados.

3.1 ENSAIOS SPT

Os ensaios SPT foram nove ao total, sendo que, destes, seis foram utilizados nesta

pesquisa. O motivo reside no fato de abaixo da superfície haver uma camada de aterro com

resíduo de construção sobre uma camada de concreto que cobre o terreno e varia de espessura

entre 5 cm e 10 cm. Nos furos das sondagens SP7, SP8 e SP9, a camada de concreto se

encontrava a cerca de 2,00 m de profundidade e, como o penetrômetro PANDA 2 não é capaz

de atravessar um obstáculo tão rígido, não foi possível realizar o ensaio para fins de

comparação.

Todas as sondagens SPT foram realizadas por uma empresa especializada da

cidade de Goiânia. Os ensaios foram realizados conforme a NBR 6484: Execução de

Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos (ABNT, 2001) com as seguintes

observações:

Utilizou-se cabo de aço ligado à roldana e à torre para erguer o martelo;

O avanço foi feito com o próprio amostrador;

Não foi feito alargamento posterior com o trado.

Page 23: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 22

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

3.2 ENSAIOS PANDA 2

Os furos de sondagens do tipo PANDA 2 foram realizados nas proximidades (50

cm de distância) dos furos feitos anteriormente para sondagens do tipo SPT. Esta medida

visou obter características de resistência dos perfis de solo com o PANDA 2 para uma

confrontação com os ensaios SPT.

Foram coletados os dados referentes à resistência dinâmica na ponta do cone (qd)

ao longo do perfil e, com o auxílio do software PANDAWin, traçados os gráficos

correspondentes.

Em todos os ensaios do tipo PANDA 2 realizados para os fins desta pesquisa,

foram utilizados cones de área igual a 4 cm². Tal escolha se deveu ao fato de o equipamento

calcular, a partir da energia de cada golpe e da penetração correspondente do cone, apenas o

valor referente à resistência de ponta. Assim, ao escolher pontas de 4 cm² com seção cujo

diâmetro é maior que o das hastes, visou-se evitar as interferências que o atrito lateral pudesse

causar nos resultados de qd e levar à interrupção da sondagem.

Adicionalmente, em seis das nove sondagens tipo SPT foram colhidas amostras de

solo retiradas do amostrador para medir o teor de umidade natural a cada metro de

profundidade no momento em que estavam sendo realizados os ensaios SPT. Esse

procedimento foi realizado na tentativa de associar a resistência à penetração do SPT,

representada por N, e do qd via ensaio PANDA 2 com o teor de umidade e a sucção do solo.

Os gráficos que representam o teor de umidade ao longo do perfil em que foi realizado o

ensaio SPT, se encontram no Apêndice A.

Page 24: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 23

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

4 ESTUDO DE CASO

4.1 DADOS OBTIDOS ATRAVÉS DE ENSAIOS

O sítio em estudo se localiza na Rua 9-A do Setor Aeroporto na cidade de

Goiânia. Atualmente, funciona um estacionamento no local e a empresa EBM Incorporações

S.A. planeja realizar um empreendimento de edifício comercial multipavimentos. Abaixo, a

imagem de satélite da Figura 4.1 mostra a posição do local em relação à Praça Dr. Pedro

Ludovico Teixeira (Praça Cívica).

Figura 4.1 - Localização do sítio em estudo. Fonte: Google Maps (Acesso em 10 de dezembro de 2014)

Os ensaios PANDA 2 foram realizados aos pares ao lado de cada sondagem SPT

conforme a planta de locação a seguir na Figura 4.2.

Page 25: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 24

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.2 - Planta de locação

As numerações de sondagens SPT seguem o padrão SP1, SP2, SP3 etc. e as

numerações de ensaios PANDA 2 correspondentes seguem o padrão P1A e P1B (para SP1),

P2A e P2B (para SP2), P3A e P3B (para SP3) etc. A figura seguinte, Figura 4.3, registra o

momento de execução de um dos ensaios PANDA 2.

Page 26: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 25

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.3 - Realização de ensaio PANDA 2

Cada um dos ensaios PANDA 2 foi realizado em cerca de 40 min e os ensaios

correspondentes a uma mesma sondagem SPT foram defasados em, no máximo, 15 h – o

tempo entre o fim do expediente em um dos dias e o começo do expediente no dia seguinte.

4.2 INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

Os dados obtidos pelos ensaios SPT e PANDA 2 foram comparados para, como já

dito, procurar uma correlação entre os valores de NSPT e qd. Em primeira análise, foi

necessário observar se os resultados dos ensaios PANDA 2 eram consistentes entre si.

Page 27: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 26

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

A seguir, podem-se observar os resultados dos ensaios aos pares conforme sua

correspondência com os ensaios SPT. Todos os ensaios se iniciaram abaixo do nível do

terreno com avanço feito com auxílio do equipamento SPT. O motivo, como já explicitado no

item 3.1, está relacionado ao fato de, abaixo da superfície, haver uma fina camada de concreto

sob camada de aterro de espessura variável (entre 30 cm e 50 cm) de resíduos de construção e

pedra britada e, nem o penetrômetro PANDA 2, nem o SPT serem capazes de penetrar através

de tal superfície. Na Figura 4.4 pode-se observar parte do material retirado no local.

Figura 4.4 - Material retirado pelo amostrador SPT

Da Figura 4.5 à Figura 4.10 a seguir, estão representados os penetrogramas

médios de cada 5 cm dos perfis de solo fornecidos pelo PANDAWin para os ensaios PANDA

2.

Em todos os ensaios, tentou-se chegar à profundidade de 6,50 m. Em alguns,

porém acredita-se que obstáculos como partículas de pedregulho ou atrito lateral elevado por

camadas de solo granular impediram a penetração da ponteira cônica e a continuidade do

ensaio. Esta é a razão para alguns dos penetrogramas pararem em cotas superiores a 6,50 m.

Page 28: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 27

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.5 - Sondagens P1A e P1B

Page 29: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 28

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.6 - Sondagens P2A e P2B

Page 30: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 29

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.7 - Sondagens P3A e P3B

Page 31: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 30

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.8 - Sondagens P4A e P4B

Page 32: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 31

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.9 - Sondagens P5A e P5B

Page 33: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 32

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.10 - Sondagens P6A e P6B

As figuras apresentadas ilustram a repetitibilidade do ensaio. É possível denotar

que os penetrogramas apresentam tendências parecidas apesar de poucos trechos discrepantes

que não são representativos das características do solo em estudo.

Page 34: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 33

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

O gráfico da Figura 4.11 - Ensaios PANDA 2 realizados no sítio em estudoFigura

4.11 a seguir representa todas as médias dos ensaios PANDA 2 realizados no local em estudo.

P1médio se refere à media entre P1A e P1B, P2médio à média dentre P2A e P2B, e assim por

diante.

Page 35: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 34

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.11 - Ensaios PANDA 2 realizados no sítio em estudo

Nas figuras a seguir, de Figura 4.12 a Figura 4.17, estão os gráficos de cada um

dos ensaios PANDA 2 representados pelos valores médios de qd a cada 10 cm e posicionados

no eixo desta distância. Por exemplo, os primeiros 10 cm ficaram posicionados na cota de 5

0

1

2

3

4

5

6

7

0 5 10 15

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa)

Ensaios PANDA 2 realizados

P1médio

P2médio

P3médio

P4médio

P5médio

P6médio

Page 36: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 35

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

cm, os segundos na cota de 15 cm e assim por diante. A obtenção destes gráficos ilustra a

precisão que se pode alcançar com tal ensaio.

Figura 4.12 – Ensaios P1

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P1med, P1A e P1B

P1médio P1A P1B NSPT1

Areia grossa argilosa

Argila arenosa com pedregulhos

Argila arenosa com pedregulhos

Argila arenosa com pedregulhos

Areia grossa argilosa

Areia grossa argilosa com pedregulhos

Page 37: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 36

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.13 – Ensaios P2

O pico de tensão assinalado entre 3,00 m e 3,50 m no ensaio P2A se deve,

provavelmente a algum pequeno obstáculo encontrado durante a prospecção (como um grão

de pedregulho) e não deve ser tomado como representativo do perfil de tensões.

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P2med, P2A e P2B

P2médio P2A P2B NSPT2

Pico de 18,91 MPa

Areia argilosa com pedregulhos

Areia argilosa com pedregulhos

Areia argilosa com pedregulhos

Argila arenosa com pedregulhos

Areia grossa argilosa com pedregulhos

Areia grossa argilosa com pedregulhos

Areia argilosa com pedregulhos

Page 38: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 37

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.14 – Ensaios P3

O pico de tensão assinalado entre 2,50 m e 3,00 m no ensaio P3A se deve,

provavelmente a algum obstáculo encontrado durante a prospecção e, assim como na figura

anterior, não deve ser tomado como representativo do perfil de tensões.

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P3med, P3A e P3B

P3médio P3A P3B NSPT3

Areia argilosa

Areia argilosa

Argila arenosa com pedregulhos

Areia argilosa

Argila arenosa com pedregulhos

Argila arenosa

Areia argilosa

Picos de 70 MPa (P3A)

Page 39: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 38

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.15 – Ensaios P4

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P4med, P4A e P4B

P4médio P4A P4B NSPT4

Argila arenosa

Argila arenosa com pedregulhos

Areia grossa argilosa com pedregulhos

Areia grossa argilosa com pedregulhos

Areia grossa argilosa com pedregulhos

Areia argilosa

Argila siltosa com pedregulhos

Page 40: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 39

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.16 – Ensaios P5

O pico observado no primeiro metro do penetrogramas de P5A se deve à presença

de detritos resultantes do pré-furo realizado antes do início da sondagem para evitar a camada

de concreto abaixo da superfície.

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P5med, P5A e P5B

P5médio P5A P5B NSPT5

Picos de 31 MPa (P5A) e 17 MPa (P5médio)

Argila arenosa com pedregulhos

Areia argilosa com pedregulhos

Areia argilosa com pedregulhos

Areia argilosa com pedregulhos

Argila siltosa

Argila siltosa

Page 41: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 40

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.17 – Ensaios P6

Nota-se, a partir dos gráficos, que a resistência de ponta passa a variar de forma

mais acentuada ao se atingir profundidades maiores de que 4,5 m. Tal fato se observa pelo

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P6med, P6A e P6B

P6médio P6A P6B NSPT6

Argila arenosa com pedregulhos

Areia grossa com pedregulhos

Argila arenosa com pedregulhos

Areia grossa argilosa com pedregulhos

Areia argilosa

Argila arenosa com pedregulhos

Page 42: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 41

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

efeito do atrito e do surgimento de grãos e pedras maiores que aumentam rapidamente a partir

da profundidade citada, efeito este que se observa em solos do tipo saprolítico.

As Figura 4.18 a 4.23 seguintes representam os penetrogramas médios de cada 10

cm dos resultados dos ensaios PANDA 2 em cada ponto juntamente com os resultados de

ensaios SPT correspondentes. Representam as mesmas informações dos gráficos anteriores,

porém excluem os dados de classificação táctil-visual e dos penetrogramas dos ensaios

PANDA 2 realizados.

Figura 4.18 - Ensaios no ponto 1

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P1médio e SP1

P1médio NSPT1

Page 43: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 42

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.19 - Ensaios no ponto 2

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

) qd (MPa), N (nº de golpes)

P2médio e SP2

P2médio NSPT2

Page 44: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 43

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.20 - Ensaios no ponto 3

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P3médio e SP3

P3médio NSPT3

Page 45: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 44

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.21 - Ensaios no ponto 4

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P4médio e SP4

P4médio NSPT4

Page 46: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 45

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.22 - Ensaios no ponto 5

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P5médio e SP5

P5média NSPT5

Page 47: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 46

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.23 - Ensaios no ponto 6

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), N (nº de golpes)

P6médio e SP6

P6médio NSPT6

Page 48: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 47

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

O método utilizado para encontrar a correlação entre os ensaios SPT e PANDA 2

consiste de calcular uma constante que ajusta o número de golpes NSPT à média das

resistências qd à profundidade correspondente. O resultado será apresentado como um fator k

associado a uma classificação de solo. Pode-se, assim, definir a equação:

(4.1)

com qd em MPa.

Nas próximas páginas, os gráficos da Figura 4.24 à Figura 4.29 apresentam os

ensaios de cada grupo de sondagem, ou seja: SP1, P1A e P1B; SP2, P2A e P2B; e assim por

diante. Os pontos representados nos ensaios PANDA 2, representam as médias

correspondentes ao SPT. Em outras palavras, estão representadas as médias de qd de 30 cm às

profundidades em que foram realizados os ensaios SPT.

Há ainda, informações, fornecidas pelos operadores, quanto à existência ou não de

atrito lateral nas hastes do penetrômetro PANDA 2. Estas informações foram colhidas nos

momentos de adição de hastes e se referem ao grau de dificuldade sentido ao girar as hastes já

cravadas no solo em torno de seus eixos longitudinais.

Page 49: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 48

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.24 - Ensaios no ponto 1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), Nspt (nº de golpes)

Ensaios SPT e Panda 2 no ponto 1

P1A P1B SP1

Sem atrito

Leve atrito

Page 50: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 49

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.25 - Ensaios no ponto 2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), Nspt (nº de golpes)

Ensaios SPT e PANDA 2 no ponto 2

P2A P2B SP2

Sem atrito

Leve atrito lateral

Alto atrito lateral

Page 51: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 50

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.26 - Ensaios no ponto 3

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), Nspt (nº de golpes)

Ensaios SPT e PANDA 2 no ponto 3

P3A P3B SP3

Leve atrito lateral

Sem atrito

Page 52: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 51

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.27 - Ensaios no ponto 4

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), Nspt (nº de golpes)

Ensaios SPT e PANDA 2 no ponto 4

P4A P4B SP4

Sem atrito

Alto atrito lateral

Page 53: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 52

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.28 - Ensaios no ponto 5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), Nspt (nº de golpes)

Ensaios SPT e PANDA 2 no ponto 5

P5A P5B SP5

Sem atrito

Leve atrito lateral

Page 54: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 53

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.29 - Ensaios no ponto 6

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Pro

fun

did

ade

(m

)

qd (MPa), Nspt (nº de golpes)

Ensaios SPT e PANDA 2 no ponto 6

P6A P6B SP6

Leve atrito lateral

Alto atrito lateral

Page 55: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 54

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Pelo que se observa, a resistência de ponta medida pelo penetrômentro PANDA 2

sofreu menor influência do surgimento de atrito lateral do que o SPT. Pode-se relacionar tal

fenômeno à execução do ensaio SPT no local. Como já dito, os operadores não realizaram

alargamento do furo com trado ou recirculação de água ao chegar à cota de ensaio. Assim

sendo, o amostrador e as hastes do equipamento estiveram em contato com as paredes do furo

durante todo o ensaio.

As tabelas 4.1 a 4.6 a seguir apresentam o cálculo da relação qd/NSPT para os seis

grupos de ensaios realizados. São apresentadas também as classificações resultantes da

análise táctil-visual feita pela empresa que realizou os ensaios SPT e os valores de teor de

umidade à cota correspondente.

Os valores de resistência de ponta aos 3,3 m no ensaio P2 e aos 2,3 m no ensaio

P6 foram corrigidos tomando o valor da média das resistências adjacentes, pois os resultados

encontrados anteriormente não foram representativos dos ensaios.

Tabela 4.1 - Ensaios SP1 e P1

SP1 e P1

Profundidade qd (Mpa) SP1 (NSPT) qd/NSPT w (%) Análise táctil-visual

1,3 2,452529 3 0,81751 15,03% Areia grossa argilosa variegada marrom,

compacidade fofa

2,3 1,31522 4 0,328805 15,71% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, consistência mole

3,3 1,968605 6 0,328101 16,82% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, consistência média

4,3 4,0221 8 0,502763 10,81% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, consistência média

Page 56: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 55

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Tabela 4.2 - Ensaios SP2 e P2

SP2 e P2

Profundidade qd (Mpa) SP2 (NSPT) qd/NSPT w (%) solo

1,3 1,658312 6 0,276385 14,88% Areia argilosa variegada marrom com

pedregulhos, pouco compacta

2,3 2,519848 3 0,839949 14,74% Areia argilosa variegada marrom com

pedregulhos, pouco compacta

3,3 2,477678 12 0,206473 17,15% Areia argilosa variegada marrom com

pedregulhos, compacidade média

4,3 2,435508 13 0,187347 18,77% Argila arenosa variegada vermelha com

pedregulhos, compacidade rija

5,3 2,114764 19 0,111303 10,51% Areia grossa argilosa variegada vermelha

com pedregulhos compacta

6,3 5,688141 21 0,270864 Lavagem Areia grossa argilosa variegada vermelha

com pedregulhos compacta

Tabela 4.3 - Ensaios SP3 e P3

SP3 e P3

Profundidade qd (Mpa) SP3 (NSPT) qd/NSPT w (%) solo

1,3 1,227204 3 0,409068 16,11% Areia argilosa variegada marrom,

compacidade fofa

2,3 1,277432 4 0,319358 15,33% Areia argilosa variegada marrom,

compacidade fofa

3,3 1,432919 6 0,23882 18,34% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, compacidade fofa

4,3 1,57769 8 0,197211 13,84% Areia argilosa variegada marrom, pouco

compacta

5,3 2,76243 7 0,394633 22,50% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, consistência média

6,3 5,50008 9 0,61112 18,73% Argila arenosa variegada marrom,

consistência média

Page 57: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 56

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Tabela 4.4 - Ensaios SP4 e P4

SP4 e P4

Profundidade qd (Mpa) SP4 (NSPT) qd/NSPT w (%) solo

1,3 1,577045 3 0,525682 15,05% Argila arenosa variegada marrom,

consistência mole

2,3 3,160564 3 1,053521 14,98% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, consistência mole

3,3 1,205 11 0,109545 17,80% Areia grossa argilosa variegada marrom

com pedregulhos, medianamente compacta

4,3 2,194384 17 0,129081 28,24% Areia grossa argilosa variegada marrom

com pedregulhos, medianamente compacta

5,3 2,331176 26 0,089661 12,48% Areia grossa argilosa variegada marrom

com pedregulhos, compacta

Tabela 4.5 - Ensaios SP5 e P5

SP5 e P5

Profundidade qd (Mpa) SP5 (NSPT) qd/NSPT w (%) solo

1,3 1,687649 2 0,843825 14,63% Argila arenosa variegada marrom com pedregulhos, consistência muito mole

2,3 1,435687 3 0,478562 14,88% Areia argilosa variegada marrom com

pedregulhos, compacidade fofa

3,3 1,942101 4 0,485525 13,93% Areia argilosa variegada marrom com

pedregulhos, compacidade fofa

4,3 2,751631 8 0,343954 7,60% Areia argilosa variegada marrom com

pedregulhos, pouco compacta

5,3 1,1075 9 0,123056 Lavagem Argila siltosa variegada marrom,

consistência média

6,3 1,137803 10 0,11378 Lavagem Argila siltosa variegada marrom,

medianamente compacta

Page 58: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 57

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Tabela 4.6 - Ensaios SP6 e P6

SP6 e P6

Profundidade qd (Mpa) SP6 (NSPT) qd/NSPT w (%) solo

1,3 0,991974 3 0,330658 15,66% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, consistência mole

2,3 1,317091 5 0,263418 14,67% Areia grossa argilosa variegada marrom

com pedregulhos, pouco compacta

3,3 1,642208 10 0,164221 18,10% Argila arenosa variegada marrom com

pedregulhos, consistência média

4,3 1,361458 11 0,123769 14,62% Areia grossa argilosa variegada marrom

com pedregulhos, med. Compacta

A análise feita até este ponto seguiu a linha de raciocínio de trabalhos já

realizados na mesma área. Os trabalhos de Alves e Silva (2009), realizado para solos residuais

na cidade de Goiânia, e Ferreira et al (2013), em aterro de terra compactado, encontraram

para o valor de qd/NSPT valores próximos a 0,288.

Entretanto, os valores para a relação buscada neste trabalho chegaram a 0,34 para

profundidades de até 5,00 m. Excluindo-se os valores não representativos obtidos, chegou-se

ao valor de 0,2831 para o mesmo trecho em questão com desvio padrão de 0,0740.

O valor encontrado,

, (4.2)

com qd em MPa, é o que melhor aproxima, de forma linear, as curvas dos

resultados encontrados. Porém, é fácil observar que a relação não é linear ao longo do perfil,

como já observado por Pires et al (2013). O gráfico da figura a seguir representa a

distribuição dos valores obtidos para a relação excluindo-se os valores não representativos,

uma linha de tendência e uma equação que relaciona o valor de qd/NSPT (eixo Y do gráfico)

com a profundidade (eixo X do gráfico).

Page 59: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 58

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura 4.30 - Valores da relação qd/NSPT

Pode-se observar que o valor da relação buscada diminui com a profundidade (a

média cai de 0,38 em 1,30 m a 0,18 em 5,30 m), o que confirma que o efeito do atrito sobre o

resultado do ensaio SPT é mais significativo do que sobre o ensaio PANDA 2.

A equação que relaciona o valor de qd/NSPT com a profundidade é, portanto:

(4.3)

em que p é a profundidade, dada em metros.

y = 0,5058e-0,187x R² = 0,9509

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0 1 2 3 4 5 6

Val

ore

s d

e k

Profundidade (m)

Valores de qd/Nspt

P1

P2

P3

P4

P5

P6

media

Exponencial (media)

Page 60: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 59

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

5 CONCLUSÕES

O uso do ensaio PANDA 2 para investigação de solos para fins de fundações

aliado ao ensaio mais utilizado no Brasil (SPT) mostra-se promissor. É conveniente a

aplicação dos ensaios de forma conjugada, pois como visto, é possível obter um perfil de

resistência mais detalhado através do PANDA 2 e, através do SPT, além do número de

golpes, serem obtidas amostras do solo em estudo.

Os resultados obtidos mostraram a importância de serem tomadas todas as

precauções ao realizar os ensaios. O ensaio SPT sofreu grande influência do atrito, pois, como

sabe-se, com o aumento da profundidade, a tensão confinante aumenta e devido ao furo não

ter sido alargado antes da fase de avanço, o amostrador SPT sofreu prematuramente aumento

no valor encontrado do número de golpes.

Vale lembrar que o resultado encontrado nesta pesquisa vale para areias argilosas,

em profundidades entre 1,00 m e 5,00 m e teor de umidade em torno de 15 %. É, também,

outra hipótese da análise o método executivo do ensaio SPT que, como salientado, passa a

medir a resistência à penetração juntamente com o atrito entre o equipamento e as paredes do

furo de sondagem.

Buscando mais rigor nos resultados e variando a linha de pesquisa deste trabalho e

de outros anteriores, poderia-se avaliar a relação entre os ensaios através da resistência de

ponta no ensaio SPT, em lugar do número de golpes NSPT. Tal resistência pode ser calculada

pela Fórmula dos Holandeses (2.1) citada no item 2.2.2. Deve-se ter em mente que parte da

energia é perdida ao longo das hastes e, portanto, não é totalmente transmitida ao solo.

Admite-se no Brasil, que de toda a energia fornecida, 72% são transmitidos (DECOURT,

1989 apud PAGNUSSATTI e SANTOS, 2011).

Para trabalhos futuros, propõe-se, ainda, o emprego do penetrômetro PANDA 2

em solos residuais aliado a ensaios SPT-T para que, assim seja possível mensurar de forma

mais precisa o efeito que o atrito lateral nas hastes é capaz de causar sobre os resultados de

resistência de ponta qd.

O atrito lateral nas hastes dos equipamentos está diretamente ligado à força

normal sobre as superfícies destas. Tal força normal se origina na tensão geostática horizontal

que, por sua vez, se relaciona à tensão geostática vertical no perfil em estudo através da

Page 61: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 60

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

constante K0, do ângulo de atrito Φ e do processo de formação do solo. É possível, então

propor uma nova forma de calcular a relação entre os resultados dos ensaios PANDA 2 e SPT

levando em consideração o atrito lateral sobre as hastes durante a realização dos ensaios de

forma indireta através da introdução de uma variável que considere a profundidade.

Page 62: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 61

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Execução de

sondagens de simples reconhecimento dos solos. Rio de janeiro: ABNT, 2001.

AFNOR. NF P94-105: Sols: reconnaissance et essais - Contrôle de la qualité du

compactage - Méthode au pénétromètre dynamique à énergie variable - Principe et méthode

d'étalonnage du pénétromètre - Exploitation des résultats – Interprétation. Avril 2012. 35 p.

ANGELIM, R. R., CUNHA, R. P., SALES, M. M., GUIMARÃES, R. C., SILVA, W. S.

(2008) Uso de CPT na determinação de parâmetros geomecânicos de solo residual de

micaxisto. Anais do Congresso Nacional de Geotecnica e Congresso Luso-Brasileiro,

Coimbra – Portugal, Abril, 8 p, CD-ROM.

ANGELIM, R. R., CUNHA, R. P., SALES, M. M., GUIMARÃES, R. C. (2008). Uso de

CPT na determinação de parâmetros geomecânicos de solo residual de micaxisto. Anais

do Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotecnica. Armação dos

Búzios-RJ, Agosto, 8 p, CD-ROM.

ANTUNES, F. S.; SALOMÃO, F. X. T. Solos em pedologia. In: VÁRIOS AUTORES.

Geologia de Engenharia. 1. ed. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de

Engenharia, 1998. p. 87-99.

ALVES, D.H. C., SILVA, A. P. DA. Penetrômetro PANDA - Uma nova alternativa de

investigação para fundações rasas de Goiânia. 2009. 90p. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Engenharia Civil). Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2011

BEVILAQUA, F. Z. Estudo do comportamento geomecânico de solos residuais de granito

de Florianópolis. Florianópolis, 2004. 113 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –

Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

CHAMBEL, S., PEDRO, R. Ensaio SPT: uma aplicação. 2003. 22 p. Trabalho de Conclusão

de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Escola Superior de Tecnologia de Castelo

Branco.

DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 6. ed. São Paulo: Thomson Learning,

2007. 561 p.

Page 63: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 62

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

DÉCOURT, L. SPT, SPT-T: a prática brasileira; vantagens, limitações e críticas. 1. ed. São

Paulo: Associação Brasileira de Mecânica dos Solos, 2002. 48 p.

FERREIRA, I. P., QUIRINO, R., SOARES, T. M. Estudo comparativo entre ensaios SPT e

PANDA 2 em aterros compactados de barragem de terra. Goiânia, 2013. 76 p. Trabalho

de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia Civil,

Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2013.

FLEURY, J. M. Os solos tropicais da Região Centro-oeste. 1. ed. Goiânia: Oriente, 1975.

118 p.

GODOY, N. S.; TEIXEIRA, A. H. Análise, projeto e execução de fundações rasas. In:

VÁRIOS AUTORES. Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998. p. 227-264.

GOURVÈS, R. Le PANDA – pénétromètre dynamique léger à énergie variable.

LERMES CUST, Université Blaise Pascal Clermont-Ferrand, (1991).

GRECO, J. A. S. Classificação de solos para fins rodoviários. Belo Horizonte, 2012. 15 p.

Artigo complementar à disciplina de Construção Estradas e Vias Urbanas – Universidade

Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.

HERRICK, J.E.; JONES, T.L. A dynamic cone penetrometer for measuring soil

penetration resistance. Soil Science Society of America Journal, Madison, v.66, n.4, p.1320-

4, 2002.

LOVATO, R. S. Estudo do comportamento mecânico de um solo laterítico estabilizado

com cal aplicado à pavimentação. Porto Alegre, 2004. 144 p. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.

NAVARRETE, M. A. B. Mesures Dynamiques Lors du Battage du Penetrometre Panda

2. 2009. 194 p. Thèse (Docteur d’universite specialite : genie civil). Universite Blaise Pascal -

Clermont II, Clermont – Ferrand, 2009.

NOGAMI, J. S., VILLIBOR, D. F. Pavimentos econômicos: tecnologia do uso dos solos

finos lateríticos. São Paulo: Editora Arte & Ciência, 2009. 291 p.

Page 64: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 63

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

PAGNUSSATTI, H. & SANTOS, A. A. Análise comparativa dos métodos de estimativa

de capacidade de carga de fundações profundas – Estudo de caso. 2011. 15p. Artigo

(Graduação em Engenharia Civil) – Universidade do Extremo Sul Catarinense.

SCHNAID, F. Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. São

Paulo: Oficina de Textos, 2000. 208 p.

Page 65: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 64

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6489: Prova de

carga direta sobre terreno de fundação. Rio de Janeiro, 1984. 2 p.

ALVES FILHO, C. E. S. Correlações para obtenção de parâmetros geotécnicos de argilas

compressíveis com utilização do Penetrômetro Dinâmico Leve. Ouro Preto, 2010. 101 p.

Dissertação (Mestrado). Núcleo de Geotecnia. Escola de Minas. Universidade Federal de

Ouro Preto. Ouro Preto, 2010.

ANGELIM, R. R. Desempenho de Ensaios Pressiométricos em Aterros Compactados de

Barragens de Terra na Estimativa de Parâmetros Geotécnicos. 2011. 291 p. Tese

(Doutorado em Geotecnia). Universidade de Brasília, Distrito Federal, 2011.

ASAE. Standards engineering practices data (soil cone penetrometer, S313.2). St. Joseph,

1994.

ÁVILA, S. P.; CONCIANI, W. Primeiras experiências com Cone Dinâmico em Mato

Grosso. In: SEMINÁRIO MATO-GROSSENSE DE HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL, I, 2005, Cuiabá. Anais Eletrônicos do I Seminário Mato-grossense de Habitação de

Interesse Social. Cuiabá: IFMT, 2005. CD-ROM.

BACCONNET, C., ESPINACE, R., VILLAVICENCIO G. El equipo panda como

herramienta de aprendizaje en la Geotecnia. IV Congreso Panamericano de Enseñanza y

Aprendizaje de Ingenieria Geoténcia

BARRERE. Conception et réalisation d’un pénétromètre dynamique léger. Mémoire

d’ingénieur C/U/S/T, Université Blaise Pascal, Clermont Ferrand (1984).

BARJOT, R. Développement industriel et commercial du PANDA. Mémoire d’ingénieur

CUST. Université Blaise Pascal, Clermont Ferrand (1991).

BENZ NAVARRETE, M.A. Analyses mécanique, analytique et expérimentale des ondes:

Amélioration du PANDA II. Mémoire d’ingénieur C/U/S/T, Université Blaise Pascal,

Clermont Ferrand (2005).

Page 66: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 65

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

COSTA, Y. D. J. Estudo do Comportamento de Solo Não Saturado Através de Provas de

Carga em Placa. São Carlos, 1999. 138 p. Dissertação (Mestrado em Geotecnia) – Escola de

Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999.

GOBLET, O. Développement du pénétromètre automatique numérique dynamique et

autonome (P.A.N.D.A.). Mémoire d’ingénieur CUST, Université Blaise Pascal, Clermont

Ferrand (1989).

MEDEIROS, M. C.; SILVESTRE, C. G.; ESPÍNDOLA, M. S.. Correlações dos parâmetros

de resistência de ensaios SPT, DPL e DCP. VI Conferência Brasileira de Encostas, Angra

dos Reis, RJ. ABMS, 2013. v. 1. p. 190 – 194.

MORAES, L. S. Prova de Carga Dinâmica em Placa. São Carlos, 2005. 143 p. Dissertação

(Mestrado em Geotecnia) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,

São Carlos, 2005.

PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. 3º edição. São Paulo: Oficina de textos,

2006.

SÁ, M. A. C. de. Considerações teóricas sobre o cálculo da resistência mecânica do solo à

penetração determinada com penetrômetros dinâmicos. Planaltina, DF: Embrapa

Cerrados, 2007. 27 p.

SANHUEZA, C. et al. Estimación de Parámetros Resistentes a Partir del Ensayo de

Penetración PANDA y su Aplicación en el Cálculo de la Capacidad de Soporte y

Asentamientos del Suelo de Fundación. Revista de la Construcción. Vol. 9 No 1, 2010. Sol-

Solution. Notice d’utilisation logiciel PANDA WIN 2. (2001)

SCHNAID, F. Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. São

Paulo: Oficina de Textos, 2000. 208 p.

VELLOSO, D. A., LOPES, F. R. Fundações: critérios de projeto, investigação de subsolo,

fundações superficiais, fundações profundas. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

Volume completo. 568 p.

Page 67: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 66

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

APÊNDICE A

Como explicado antes, durante as execuções das sondagens SPT, foram colhidas

amostras de solo para realização de ensaios de determinação de teor de umidade. Foram

retiradas amostras a cada 50 cm em seis dos furos até o início da lavagem em cada um deles.

Os resultados dos ensaios estão a seguir nos gráficos que representam os valores

de umidade para faixas de 50 cm ao longo do perfil de cada sondagem SPT até a cota em que

foi iniciada a recirculação de água, sendo esta, portanto, a cota da última amostra retirada.

Cada valor de umidade está representado na cota média da faixa que representa, ou seja, o

valor que representa a umidade de 0,5 m a 1,0 m de profundidade está representado aos 0,75

m, o valor de 1,0 m a 1,5 m está representado aos 1,25 m e assim por diante.

Page 68: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 67

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura A.1 - Teor de umidade em SP1 Figura A.2 - Teor de umidade em SP2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Pro

fun

did

ade

(m

)

w (%)

Teor de umidade SP1

NA = 8,45 m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Pro

fun

did

ade

(m

)

w (%)

Teor de umidade SP2

NA = 8,45 m

Page 69: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 68

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura A.3 - Teor de umidade em SP3 Figura A.4 - Teor de umidade me SP4

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Pro

fun

did

ade

(m

)

w (%)

Teor de umidade SP3

NA = 8,45 m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Pro

fun

did

ade

(m

)

w (%)

Teor de umidade SP4

Na = 8,45 m

Page 70: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 69

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

Figura A.5 - Teor de umidade me SP5 Figura A.6 - Teor de umidade me SP6

Observa-se como tendência geral nos resultados que o teor de umidade varia

pouco entre 1,00 m e 4,00 m de profundidade e este pode ser um indício de que a sucção

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

0,00%5,00%10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%

Pro

fun

did

ade

(m

)

w (%)

Teor de umidade SP5

NA = 8,45 m

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Pro

fun

did

ade

(m

)

w (%)

Teor de umidade SP6

NA = 8,45 m

Page 71: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ENSAIOS SPT E PANDA 2 EM … · motivador, este trabalho procura utilizar o Standard Penetration Test (SPT) – a investigação geotécnica mais largamente

Estudo comparativo entre os ensaios SPT e PANDA 2 para solos tropicais 70

F.H.B. Azevedo, I.R.S. Rodrigues

matricial também varie pouco ao longo deste trecho do perfil. Entretanto, não se pode afirmar

com certeza que tal análise esteja correta, pois uma avaliação do grau de saturação e da

granulometria por meio da curva característica do solo seriam mais precisas na tentativa de

correlacionar os valores de resistência de ponta qd com a sucção.