Estudo da Influencia do Tamanho das Bolas e da Densidade de Suspensão no Processo de Moagem...
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1 ESTG-IPVC 2012
Moagem em Moinho de Bolas: Estudo da Influencia do Tamanho das Bolas e da Densidade de Suspensão no Processo
de Moagem André Abreu, Estevão Ribeiro, João Carvalho
Laboratórios de Materiais I
Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico Viana do Castelo
2012/2013
Resumo: A moagem descontínua num moinho de bolas, tem por objetivo reduzir as partículas das
matérias-primas por ação das bolas, sendo um processo habitualmente utilizado na preparação de pastas
cerâmicas. O choque e o atrito provocado pelas bolas sobre o material a moer, faz com que este reduza o
seu tamanho de partícula.
O fator importante abordado neste trabalho é a importância do tamanho das bolas na moagem,
procurando identificar as principais diferenças utilizando três diâmetros de bolas diferentes para a
moagem do feldspato com um tamanho de grão inferior a 4 mm, avaliando o seu comportamento, bem
como o tempo de moagem. Por último, efetuou-se ainda uma análise a moagem com bolas pequenas, mas
com diferentes densidades da composição, procurando assim identificar a influência da densidade no
processo de moagem.
Palavras-Chave: moinho de bolas, moinho, moagem, feldspato, agente suspensor, tamanho de bolas,
densidade
1. Introdução
O processo de moagem tem como principal objetivo a
diminuição do tamanho da matéria-prima a moer, aumentar a
superfície específica a fim de melhorar a velocidade de reação
de uma matéria-prima, misturar de um modo mais homogéneo
vários materiais e permitir a obtenção de um pó com as
características ideais para a sua devida utilização. [1,2]
De um modo geral, o rendimento da moagem é
influenciado pelas características da própria matéria-prima a
ser moída, nomeadamente a:
Dimensão e forma inicial das partículas;
Dureza do material (resistência à compressão, ao
choque e à abrasão);
Estrutura homogénea ou heterogénea,
Humidade ou higroscopicidade,
Sensibilidade à variação da temperatura,
Tendência à aglomeração. [1]
O moinho de bolas é um equipamento utilizado na
moagem de material bastante usual na indústria cerâmica,
principalmente para a moagem de pasta, ou os seus
componentes duros. [1]
Existem dois tipos de moagem, a moagem a seco e a
moagem a húmido, existindo assim também dois tipos de
moinho, os de moagem contínua ou moagem descontínua. O
processo de moagem mais comum na indústria cerâmica é a
moagem descontínua a húmido.
A moagem num moinho contínuo, onde cada secção
possui um tipo de bolas e, por sua vez, os grãos vão passando
de secção, consoante a sua moagem assim o permita. Assim
sendo, o tamanho de bolas estará sempre adequado com o
tamanho de grãos e por sua vez obter-se-á uma moagem muito
mais eficiente relativamente aos moinhos descontínuos. [3]
No moinho de bolas, as bolas moem o material por
fricção. Para isso são utilizados vários tipos de tamanhos de
bola, de forma a maximizar o rendimento deste processo. As
bolas maiores atuam principalmente sobre os grãos maiores
para que haja rutura do material, enquanto as de tamanho
menor irão atuar sobre as partículas menores reduzindo ainda
mais o tamanho das partículas. [4]
Em geral na moagem, são utilizadas três diâmetros de
bolas diferentes. São utilizados diferentes tipos de bolas,
consoante o material a ser moído, podendo variar entre o aço,
alumina e porcelana.
2. Procedimento Experimental
Para avaliar a influência do tamanho de bolas durante a
moagem do material por via húmida, foram realizados 5
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moagens, 2 delas com densidades de preparado diferente e com
diferentes tamanhos de bolas, mas com as mesmas condições
num moinho de bolas Alsing, com uma velocidade de 88 rpm
(rotações por minuto) ou seja 4,75 km/h.
Figura 1 - Representação de um moinho de bolas descontínuo [1]
Para avaliar a influência do tamanho de bolas na moagem,
realizaram-se curvas de moagem onde se utilizaram os
diferentes diâmetros de bolas (Tabela 1).
Tabela 1 – Tamanhos das bolas utilizadas nos ensaios de moagem
Intervalos de tamanhos Média de
Tamanhos
Pequenas [18,36;20,85] mm 19,42 mm
Médias [23,48;27,00] mm 24,88 mm
Grandes [39,08;40,37] mm 39,24 mm
Realizaram-se dois ensaios com as bolas pequenas, onde
se estudou a influência da densidade na moagem, sendo que,
um ensaio foi realizado com uma densidade de 1.69 g/cm3 e
outro ensaio com uma densidade de 1.79 g/cm3. Os restantes
ensaios foram todos realizados com uma densidade de 1.69
g/cm3.
Realizou-se uma moagem onde foram utilizados os três
tamanhos de bolas, 25% de bolas pequenas, 50% de bolas
médias, e 25% de bolas grandes, para se proceder uma
comparação com os resultados das moagens onde só foram
utilizados um tamanho de bolas.
2.1. Preparação da Suspensão a colocar no Moinho
Os moinhos utilizados no procedimento experimental
foram carregados seguindo as seguintes condições [4]:
As bolas utilizadas ocupariam 50% do volume
aparente do moinho (Figura 2), ou seja, 30% do volume do
moinho será ocupado por bolas, isto devido aos espaços
vazios presentes entre as bolas (Equação 1).
Equação 1 – Calculo do volume de bolas a adicionar
Figura 2 – Representação do volume aparente de bolas [5]
A quantidade de matéria-prima a moer, representa
25% do volume útil do moinho, de modo a que preencha os
espaços vazios entre as bolas e mais uma “folga” (Equação
2).
Equação 2 – Calculo do volume de material a moer
A quantidade de água a adicionar corresponde a 50%
do peso de material a moer, permitindo desta forma as
movimentações dentro do moinho (Equação 3).
Equação 3 – Calculo do volume de bolas a adicionar
É adicionado a mistura agente suspensor, que tem
como função evitar a cimentação das partículas do material
a moer no fundo do moinho. O agente suspensor utilizado
nas quatro moagens foi o caulino campados. Este
representa 5% do material a moer (Equação 4).
Equação 4 – Calculo do volume de agente suspensor
As curvas de moagem realizadas, apresentam toda uma
densidade de 1,69 g/cm3, à exceção de uma que apresenta uma
densidade de 1,79 g/cm3, efetuada para avaliar a variável
densidade na moagem.
3. Discussão de resultados
3.1. Analise Granulométrica
A análise granulométrica consiste numa serie de peneiros
formados em torre, colocando no topo o peneiro com abertura
de malha maior e no fundo com abertura de malha menor. [6]
Para determinar o resíduo ao peneiro de 71µm, às zero
horas de moagem foi efetuada uma análise granulométrica da
matéria-prima a moer, neste caso o feldspato. Pela análise do
Gráfico 1, verifica-se que o resíduo ao peneiro às zero horas de
moagem é de 99,95%, isto confirma-se através da soma das
percentagens de resíduo acima de do peneiro de 71 µm.
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Gráfico 1 – Resíduo ao peneiro
3.2. Resultados Variando o Diâmetro das Bolas
A influência das bolas tem grande significado na moagem
da matéria-prima, pelo que, as bolas pequenas têm capacidade
para “esmagar ” os grãos mais pequenos da matéria-prima,
sentindo mais dificuldade em moer os grãos maiores. Já as
bolas de maiores diâmetros terão mais dificuldade na moagem
de grãos mais pequenos. No que trata à moagem de grãos
maiores estas são as mais eficazes, sendo menos eficazes nos
grãos mais pequenos. Na indústria são utilizadas os três tipos
de bolas para a moagem das matérias-primas, para que a
eficiência de moagem seja a melhor possível.
Este experimento foi realizado com interrupções de
moagem e, para os resultados serem o mais conclusivos
possíveis, as recolhas de amostras e horas de moagem
deveriam ser continuas e sem interrupções para evitar
cimentação da matéria moída no fundo do moinho, o que
dificulta a moagem no que se reflete num maior número de
horas de moagem, pois, com a paragem do moinho as
partículas mais finas começam a aglomerar no fundo do
moinho por força da gravidade, sendo mais difícil
homogeneizar a suspensão novamente. Na indústria a moagem
é feita sem interrupções, logo, é mais um fator para uma
moagem mais eficiente no que se reflete numa diminuição no
número de horas de moagem.
Através da análise do Gráfico 2, é possível verificar que as
bolas mais pequenas são as mais eficientes na moagem,
atingindo um resíduo ao peneiro de 5% mais rápido que as
outras bolas. Esta ocorrência, deve-se ao facto de o feldspato a
ser moído já ter uma granulometria inferior a 4 mm, o que fez
com que as bolas pequenas apresentassem melhor eficiência na
moagem desta matéria-prima. As bolas pequenas comparadas
com as outras bolas utilizadas na moagem, apresentavam um
maior número de pontos de contacto com o grão (Figura 3)
provocando assim uma melhor moagem. O facto dos grãos de
feldspato serem de tamanho inferior a 4mm, proporcionou uma
melhor moagem por parte das bolas pequenas mas, se a
granulometria dos grãos de feldspato fosse superior, a
eficiência de moagem das bolas pequenas seria menos eficiente
e a capacidade de moagem também menor.
Figura 3- Pontos de contacto das bolas pequenas
Observando os resultados experimentais obtidos, é
conclusivo que o uso das bolas grandes para a moagem do
feldspato são ineficazes, devido ao facto de as bolas grandes
terem maior poder de moagem em granulometrias maiores. As
bolas grandes têm um diâmetro compreendido entre 39,08 mm
e 40,37 mm, sendo dez vezes maiores que a matéria-prima a
moer que tinha uma granulometria inferior a 4mm, e como
atras foi referido estas atuam melhor sobre os grãos maiores.
Os pontos de contacto entre as bolas grandes e os grãos de
feldspato são menores, criando assim mais espaços vazios
entre as bolas (Figura 4).
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Figura 4 – Pontos de contacto das bolas grandes
Observa-se que até às duas horas de moagem, as bolas
médias tem uma moagem mais eficiente que as bolas pequenas,
pois essa facilidade deve-se provavelmente ao facto da
facilidade das bolas médias promoverem o esmagamento mais
facilmente dos grãos maiores. No decorrer da moagem,
observa-se que as bolas pequenas mostram-se mais eficientes
que as bolas médias, pois as bolas mais pequenas tiveram mais
dificuldade na moagem dos grãos de maiores dimensões,
enquanto que as bolas médias foram capazes de moer esses
mesmos grãos mais rapidamente. As bolas médias têm menos
pontos de contacto (Figura 5) do que as bolas pequenas,
justificando assim, a sua menor eficiência na moagem do
feldspato.
Figura 5 – Pontos de contacto das bolas médias
Foi realizada uma curva de moagem com mistura de
bolas, para comparação com as restantes curvas, pois o
esperado é que esta mistura de bolas fosse a mais eficiente de
todas, uma vez que, na indústria é utilizada uma mistura de
bolas para a moagem das matérias-primas a ser moídas.
Visualizando os resultados do Gráfico 2, é possível
afirmar que para estas condições de moagem, a mistura dos
três diâmetros de bolas não é tão eficaz como o esperado. Até à
oitava hora de moagem, o comportamento da mistura de bolas
mostrava-se em muito idêntico ao comportamento das bolas
médias, depois disso, a moagem tornou-se eficiente reduzindo
assim a sua capacidade de moagem.
O facto de a mistura de bolas se mostrar menos
ineficiente de que as bolas pequenas e médias, deve-se ao facto
já referido anteriormente, de o feldspato ter sido peneirado,
removendo os grãos de maiores dimensões, fazendo com que
as bolas de maior diâmetro presentes na mistura se mostrassem
ineficazes na moagem, como se pode verificar também no
Gráfico 2. A curva de moagem das bolas de maiores dimensões
foi a curva menos eficiente. Como existe uma mistura de bolas,
os pontos de contacto irão ser relativamente inferiores aos
pontos de contacto das bolas pequenas mas, superiores aos das
bolas grandes (Figura 6).
Figura 6 – Pontos de contacto da mistura de bolas [4]
Na indústria de moagem de matérias-primas é utilizada a
mistura de bolas numa percentagem de bolas de 25% de bolas
pequenas, 50% médias e 25% de bolas grandes, pois ao
contrário do ensaio realizado, na indústria a matéria-prima não
é processada com uma granulometria tão baixa quanto a
estudada neste experimento, logo, existe feldspato de tamanho
muito superior a 4mm.
Conclui-se assim que as bolas pequenas, em comparação
com os restantes diâmetros de bolas utilizados na moagem do
feldspato, são mais eficientes, pois atingem um resíduo ao
peneiro de 5% em menor tempo que as restantes bolas.
O ideal para a moagem de grãos com tamanho inferior a 4
mm, seria uma moagem utilizando só as bolas pequenas
(18,36-20,85 mm) e as bolas médias (23,48-27,00 mm),
aumentando assim o rendimento da moagem.
5 ESTG-IPVC 2012
Gráfico 2 – Curvas de moagem com diferentes diâmetros de bolas
3.3. Resultados Variando o Densidade da Suspensão
Adicionalmente efetuou-se um estudo de como a
densidade influenciava a moagem do material, onde se
verificou que com o aumento de densidade de apenas 0,1
g/cm3. Para o estudo desta variável utilizaram-se as bolas
pequenas por proporcionarem uma melhor moagem para as
condições onde estas iriam atuar.
Em experiencias conduzidas em laboratório, na moagem
por via húmida a densidade da suspensão pode influenciar
significativamente o processo de moagem do material. [7,8]
Através Gráfico 3, verifica-se que a eficiência de moagem
é influenciada pela densidade da suspensão, quanto maior for a
densidade, menor é a eficiência de moagem. Isto deve-se ao
facto, de quanto mais densa for a suspensão, mais viscosa esta
é, dificultando o trabalho das bolas em moerem o material,
aumentando assim a dificuldade em movimentar-se dentro do
moinho.
Utilizando uma linha de tendência linear (Equação 5) para
o cálculo de tempo mínimo esperado de moagem que seria
necessário para que a moagem chegasse a um resíduo ao
peneiro de 5%, o resultado seria de cerca de 56 horas.
Equação 5 – Equação da reta tendência aplicada e respetivo coeficiente de correlação
Com a diferença de densidades, há que reparar que por
cada cm3, existem mais 0,10 g de material solido a moer, o que
ira levar a que o processo de moagem demore mais tempo a ser
concluído.
Gráfico 3 – Curvas de moagem com suspensões de diferentes densidades
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Conclusão
A influência do diâmetro das bolas num moinho de bolas é
um fator importante para a moagem. Diferentes tamanhos de
bolas tendem a ter uns comportamentos de moagem diferentes,
resultando numa maior ou menor eficiência de moagem.
Nas condições de moagem a que as bolas estiveram
sujeitas, as bolas que mostram melhor eficiência de moagem
são as bolas de diâmetro pequeno (18,36 - 20,85 mm), pois a
moagem é mais rápida do que as restantes.
Pode-se afirmar que a utilização das bolas grandes (39,08 -
40,37 mm) ou mesmo a mistura de bolas, não é muito eficaz
para efetuarem a moagem do feldspato com granulometria
inferior a 4 mm. Tanto as bolas grandes como as bolas médias
irão ter menos pontos de contacto, o que ira dificultar a
moagem do material de granulometria pequena.
As bolas médias (23,48 - 27,00 mm) apresentam um
comportamento intermedio, sendo mais eficaz que a moagem
por meio de bolas grandes e mistura de bolas, mas menos
eficaz que a moagem utilizando bolas pequenas.
Para moer os grãos de feldspato com granulometria
inferior a 4 mm, o mais eficiente tipo de moagem seria a
mistura de bolas pequenas e bolas médias, visto que estas
foram a que tiveram maior eficiência de moagem. As bolas
médias teriam a função de moer os grãos de maiores
dimensões, enquanto as bolas pequenas teriam a função de
reduzir ainda mais o tamanho das partículas de matéria solida.
Em termos da variável densidade, pode-se concluir que
quanto maior a densidade de uma suspensão menor vai ser a
eficácia da moagem, levando a que esta demore mais tempo.
Quanto maior a densidade da suspensão, maior será a
viscosidade, e por consequência maior será a dificuldade para
as bolas se movimentarem dentro do moinho.
4. Referencias
[1] - Ribeiro, M. J. P. M.; Abrantes, J. C. C. “Moagem em
moinho de Bolas: Estudo de algumas Variáveis e Otimização
Energética do Processo”. Revista Cerâmica Industrial, São
Paulo, v. 6, n. 2, p. 7-11, mar./abr., 2001
[2] - Nandi, V.S.; Montedo, O.R.K.; “Otimização do
Processo de Moagem de Engobes Cerâmicos para produção de
Revestimento”. Revista Cerâmica Industrial, São Paulo, v. 14,
n. 4, p. 24-28, jul./ago., 2009
[3] - Sacmi - Società Anonima Cooperativa Meccanici
Imola; “Continuous drum mills”, Ímola (Itália) – 2008
(Catalogo Comercial)
[4] - Menegon Bristot, Vilmar; “Máquinas e Equipamentos
para Cerâmica”; 1ª Edição – 1996. Editora e Livraria Luana
Ltda. Criciúma – SC
[5] - Bosa, Aline; Ferro, André Silvestri; Wanderlind,
Augusto; Pasini, Djeisa; Patrício, Marcelo Casagrande; Tassi,
Reginaldo; Modesto, Cláudio de Oliveira; Noni Jr., Agenor
De; Cargnin, Maykon; “ Influência do Resíduo in natura das
Matérias-primas, Carga de Bolas e Resíduo Final no Tempo de
Moagem via Úmida em Moinho de Bolas” Revista Cerâmica
Industrial, São Paulo, v. 6, n. 12, p. 31-36, nov./dez., 2007.
[6] - Alberto, Maitê Santos; Cabral, Natália São Martinho;
Stelzer, Alessandra; Garcia, Isabella Santos; “Moagem e
Análise Granulométrica de uma Amostra de Areia”
Departamento de Engenharia Química, Centro Universitário da
FEI, 2011
[7] - C. Tangsathitkulchai; Austin, L.G: “Powder Technol.”
42 – 1989
[8] - C. Tangsathitkulchai; Austin, L.G: “Powder Technol.”
59 – 1989