Estudo de Caso - A Arca de Absalão

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A ARCA DE NOÉ  Absalão era um homem que se podia conce ituar como justo. Era um estudioso e, quando repetia os sábios, dizendo que os lados de um quadrado eram iguais, realmente tornava-se difícil entend-lo. !os seus "# anos de idade, a maior parte havia dedicado $ arte da guerra, onde conceitos t%cnicos e científicos eram mais aplicados. &articul ar ment e, er a apai 'onado pela or gani za( ão de for(as de combate e pelo uso de armas avan(adas, tais como lan(as de grande alcance, setas orientadas e a )ltima novidade b%lica * o lan(ador de pedras+ Era um verdadeiro general+ om o avan(o da idade e o aumento correspondente da sabedoria, Absalão tamb%m se preocupava com assuntos humanos, os quais, po r%m, já não er a re ve renciado como no seu tempo os fil sof os eram ridicularizados, havia uma inversão completa na política+ Acreditava-se mais na energia e estultice dos jovens do que na ponderada orienta(ão dos mais velhos. /m dia Absalão andava pela ravina, imerso em seus pensamentos, quando, de repente *&/00 * uma nuvem de fuma(a apareceu, acompanhada de uma voz tonitruante1 - Absalão+  Absalão prostrou-se. 2 podia ser o criador+ Em pessoa+ - Absalão * voltou a voz * 345 E265/ 536E36E 57 52 857E32 E2645 &59:6:;A!52, </E==E:A7 E36=E 2: E 2> !E0E3!E7 :36E=E22E2 &=>&=:52. 5 6=:3?7:5 A!45-E@ A-5=A !E/ 3:265... 0A=E: 85@E= B# !:A2 E B# 35:6E2, A6C 5=:= A 6E==A !E D</A. 2E=D 538E:!5 575 5 !:9F@:5G. 7A2 H/E=5 H/E /7A 35@A 8/7A3:!A!E 3A2IA !E /7 857E7 :36E9:<E36E, &=D6:5 E 57 5JE6:@52. @D E 5326=/A /7 A=5 &A =A @5K E 2/A 0A7L9:A E 595H/E !E36=5 /7 A2A9 !E A!A 2E= @:@5. @5K 6E=D B 7E2E2 &A=A E26E E7&=EE3!:7E365. 7E/ 536A65 57 @5K 2E=D 5 A=A3J5 <A=:E9, H/E 526/7A7 8A7A= !E 7:3:26=5 !E !E/2G. &/00+... e a nuvem se foi.  Absalão levantou-se lívido. 5 criador elegera-o gerador da nova humanidade+ 6odas as suas id%ias seriam pr opagadas para o fu turo+ 7as Absalão nada conhecia de barcos nem de navega(ão, por%m não discutiria para não perder a grande oportunidade dada pelo criador. Absalão era um se'agenário e estava difícil ganhar a vida com o status de que se achava mereced or. 7as B meses era muito pouco tempo+ Era preciso resolver um problema t%cnico * construir um barco en orme, que objeti vo+ Absalão pr ov aria qu e era ca pa z de salvar a humanidade com a sapincia dos mais velhos, usando a energia dos mais jovens+  Absalão rebuscou a memria. onhecia um engenheiro naval chamado 3eul, não  * 3o%+ 2im, era esse o nome. 3o% poderia construir-lhe o barco. Absalão seria o 1

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A ARCA DE NOÉ

 Absalão era um homem que se podia conceituar como justo. Era um estudioso e,quando repetia os sábios, dizendo que os lados de um quadrado eram iguais,realmente tornava-se difícil entend-lo. !os seus "# anos de idade, a maior parte

havia dedicado $ arte da guerra, onde conceitos t%cnicos e científicos eram maisaplicados. &articularmente, era apai'onado pela organiza(ão de for(as decombate e pelo uso de armas avan(adas, tais como lan(as de grande alcance,setas orientadas e a )ltima novidade b%lica * o lan(ador de pedras+ Era umverdadeiro general+ om o avan(o da idade e o aumento correspondente dasabedoria, Absalão tamb%m se preocupava com assuntos humanos, os quais,por%m, já não era reverenciado como no seu tempo os filsofos eramridicularizados, havia uma inversão completa na política+ Acreditava-se mais naenergia e estultice dos jovens do que na ponderada orienta(ão dos mais velhos.

/m dia Absalão andava pela ravina, imerso em seus pensamentos, quando, derepente *&/00 * uma nuvem de fuma(a apareceu, acompanhada de uma voztonitruante1

- Absalão+

 Absalão prostrou-se. 2 podia ser o criador+ Em pessoa+

- Absalão * voltou a voz * 345 E265/ 536E36E 57 52 857E32 E2645&59:6:;A!52, </E==E:A7 E36=E 2: E 2> !E0E3!E7 :36E=E22E2&=>&=:52. 5 6=:3?7:5 A!45-E@A-5=A !E/ 3:265... 0A=E: 85@E= B#!:A2 E B# 35:6E2, A6C 5=:= A 6E==A !E D</A. 2E=D 538E:!5575 5 !:9F@:5G. 7A2 H/E=5 H/E /7A 35@A 8/7A3:!A!E 3A2IA !E/7 857E7 :36E9:<E36E, &=D6:5 E 57 5JE6:@52. @D E 5326=/A/7 A=5 &A=A @5K E 2/A 0A7L9:A E 595H/E !E36=5 /7 A2A9 !EA!A 2E= @:@5. @5K 6E=D B 7E2E2 &A=A E26E E7&=EE3!:7E365.7E/ 536A65 57 @5K 2E=D 5 A=A3J5 <A=:E9, H/E 526/7A78A7A= !E 7:3:26=5 !E !E/2G. &/00+... e a nuvem se foi.

 Absalão levantou-se lívido. 5 criador elegera-o gerador da nova humanidade+

6odas as suas id%ias seriam propagadas para o futuro+ 7as Absalão nadaconhecia de barcos nem de navega(ão, por%m não discutiria para não perder agrande oportunidade dada pelo criador. Absalão era um se'agenário e estavadifícil ganhar a vida com o status de que se achava merecedor. 7as B meses eramuito pouco tempo+ Era preciso resolver um problema t%cnico * construir umbarco enorme, que objetivo+ Absalão provaria que era capaz de salvar ahumanidade com a sapincia dos mais velhos, usando a energia dos mais jovens+

 Absalão rebuscou a memria. onhecia um engenheiro naval chamado 3eul, não * 3o%+ 2im, era esse o nome. 3o% poderia construir-lhe o barco. Absalão seria o

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coordenador do E7&=EE3!:7E365 e 3o% seria o elemento t%cnico. 6ão logopensou, tão logo conversava com 3o%.

- 7eu caro, - dizia Absalão * quero encomendar-lhe um barco... e dos grandes+

- 2im, senhor, mas qual o tipo, para qual carga, para qual navega(ãoM- 2im, sim, 3o%, isto são detalhes. C um barco para grande carga e águaspesadas. Huero fazer uma longa viagem com a família e levarei tudo.

- Está bem, senhor. Aqui mesmo temos florestas com madeira de densidade #,NgOcmP, em quantidade suficiente. 2e a carga % grande, faremos o centro degravidade bai'o e o centro de impulso alto, de modo a obter grande estabilidade.

 Acho que com Q# carpinteiros, que consigo arranjar e Q ms de trabalho duro,estaremos com o barco pronto...

- &erdão, caro 3o%, não quero interromp-lo, mas como pode ter certeza destacadencidade  da madeiraM 2e os homens são realmente competentesM 2etrabalharão com eficinciaM

- 2enhor, a unidade a que me referia chama-se densidade  e os homens sãocarpinteiros, já meus velhos conhecidos...

- 3ão, não, 3o% * disse Absalão, com um sorriso de condescendncia * esteE7&=EE3!:7E365 % grande e a coordena(ão % minha. 2erei como que um&residente e voc será o t%cnico. ombinadoM

- ombinado, senhor &residente, o barco % seu e quem manda % o senhor *retrucou 3o%, dando de ombros. 9evantou-se para cumprimentar Absalão eretirou-se.

 Absalão pensou+ * pu'a, não havia pensado nisso+ 2ão precisos carpinteiros paracortar as árvores e construir o barco. C preciso selecionar bem estes homens poiso E7&=EE3!:7E365 não pode fracassar. Ah+ Já me lembro. 7eu au'iliar nacruzada santa de 6=E2-&E!=A2 fez tima sele(ão de lanceiros+ =oboão % o seunome. 8oje está selecionando beterrabas para ind)stria, mas virá trabalhar comigo por um salário um pouco maior.

R R R

- 7as, hefe, se o t%cnico disse Q# carpinteiros, precisamos no mínimo de QS. 5senhor sabe, faltas, doen(as, f%rias, turn-over... E para selecionar bem QShomens, temos que e'plorar um universo de pelo menos QS# a T## homens.9evarei algum tempo para isso e precisarei de au'iliares.

- onfio em voc, =oboão. Já fez um bom trabalho para mim e tem grandee'perincia com &essoal. =ealmente achei 3o% muito simplista. onvide quem

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voc achar melhor para realizar o recrutamento e sele(ão de homens para atarefa. E mantenha-me informado.

- erto, hefe. 5brigado pela confian(a. 2airei em campo imediatamente.

Esta noite Absalão dormiu satisfeito. Aps a missão do 2enhor, em menos de TBhoras já tinha o t%cnico e o especialista em pessoal. !ormiu embalado ainda pelaalgazarra de sua família UT# membrosV na festa de inaugura(ão do lan(amento doE7&=EE3!:7E365.

5 2 

dia amanheceu tranqWilo e claro.

5 &residente foi acordado por =oboão, com boas notícias.

- hefe, já tenho S homens anunciando no povoado. C a fase do recrutamento. !eacordo com o mercado, estamos oferecendo S dinheiros.

- 7as, =oboão, minha mulher ganha X dinheiros cosendo para fora... 3ão serápoucoM

- !ei'e comigo, hefe. 3o recrutamento da )ltima batalha pagaremos N dinheirospara valentes combatentes. Estes são apenas carpinteiros, que não podem ser comparados $ sua senhora. 6emos assim S recrutadores e Q# e'aminadores paraa fase de sele(ão, menos do que Q#Y dos candidatos esperados+

- E quanto ganharãoM

- 5 salário desta equipe varia de N a QT dinheiros, por serem especialistas. hefe,um probleminha a mais. 3ão quero responsabilidades com o 3umerário e não soubom em contas. 5 trabalho com o pessoal já % bastante. 3ão acha melhor termosum homem para a gerncia financeira do E7&=EE3!:7E365M

- em lembrado, =oboão, mas não conhe(o nenhum e deve ser um homem deconfian(a+

- hefe, se me permite, quero lembrar-lhe o Judas, que se ocupava dos dinheirosda for(a de combate.

 - 3ão, não, =oboão. Este negcio de dinheiro com o pessoal das armas não dácerto. &ensemos em outro. !eve ser um especializado na coisa... @oc mecompreende...

- Então, hefe, podemos fazer uma sele(ão entre candidatos. 2airei em campo.

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5 E7&=EE3!:7E365 crescia de vento em popa. As equipes do recrutamento esele(ão já estavam em plena opera(ão. As finan(as já tinham um responsável.

7as onde colocar este pessoalM Absalão partiu, com seu habitual dinamismo, elogo adquiriu uma grande cabana de madeira já com divisrias e tapetes e

contratou imediatamente o pessoal de zeladoria e seguran(a convidando algunsconhecidos das for(as de combate. :niciou-se assim a opera(ão em grandeescala.

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- 2enhor &residente * falou timidamente a graciosa recepcionista. Está aqui o !r.3o% com alguns desenhos e...

- 7inha filha, já lhe disse para não me interromper. !iga ao !r. 3o% que passedepois do almo(o.

 Absalão continuou a entrevista com o futuro gerente de material, Jacob, seu velhoconhecido de carreira1

- &ois %, amigo Jacob, preciso cercar-me de gente de confian(a, para o sucessodo E7&=EE3!:7E365. 7aterial % uma área delicada e não tolerarei desvios deestoque+

- erto, hefe+ 2abe que pode confiar em mim. 3unca sumiu uma flecha ou lan(ano meu tempo. 7as o armazenamento de madeira necessita de um almo'arifadoe um bom almo'arife.

- &ara o controle necessitarei de alguns arquivos, arquivos Zarde', prateleiras epessoal de apoio.

Justo Jacob. Encomende as prateleiras na carpintaria do povoado e fale com o=oboão para o recrutamento do pessoal necessário.

3este momento entrou lo%, a secretária e'ecutiva do &residente. Jacob afastou-se discretamente.

- 2enhor &residente, acaba de chegar um relatrio da 2eguran(a, indicando certosnomes que não devem ser contratados. 8á suspeitas de que alguns não merecemconfian(a.

- >timo trabalho do <au, jamais lhe faltou a intui(ão+ &recisamos estar alerta+

- Ah+ 5utra coisa, 2r. &residente, o !r. 3o% telefonou novamente. &arece aflitopara a aprova(ão de alguns desenhos.

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- 5ra, este 3o%+ 2empre querendo me confundir com qualidades de madeira,centros de flu'os. Ele não sabe que não posso, sozinho, me responsabilizar pelaaprova(ão desses desenhos.

- !iga-lhe que nomearei um grupo de trabalho, o <6-A= * <rupo de 6rabalho do

arco * para dar-me um parecer. 5 rapaz % bom de projeto, mas nada entende decustos ou de administra(ão por objetivos+ 7as teremos tudo nos ei'os, tão logochegue o meu chefe de administra(ão. @ai colocar ordem e m%todo nessa turma.Huero ver produ(ão+

15 dias se passaram e o organograma proposto já estava na mesa do &residente./ma diretoria das oisas U!V, uma dos :nvestimentos U!:V e uma do arco U!V.

5 ! já havia montado um laboratrio especializado para a medida de densidadeda madeira, análise de fungos e cupins e já estavam instalados os equipamentospara medida de elasticidade e fle'ibilidade.

 A administra(ão, em apenas QS dias, já havia elaborado as provas de sele(ãopara arquivistas de desenho naval, provas de sele(ão para a sele(ão do pessoalde sele(ão e recrutamento, pessoal de apoio, etc...

=oboão, como cumprimento ao hefe, havia mandado comprar uma charrete,)ltimo tipo, de " rodas e bol%ia separada já acompanhada de charreteiro.3aturalmente houve pequeno atrito com Jacob, hefe do material, mas, comoeram companheiros de batalhas, o incidente foi esquecido e contornada auditoria.

3aquela noite, Absalão estava cansado, mas não pode esquivar-se de receber 3o% em sua residncia.

- 2r. &residente, desculpe-me interromper o seu descanso, mas o projeto estápronto e as pessoas de <6-A= ainda não foram nomeadas. 5 material já estáespecificado, por%m o laboratrio ainda não emitiu o laudo de aprova(ão damadeira e não consegui os carpinteiros para o corte... 2e o 2r. &udesse autorizar-me a trazer os carpinteiros conhecidos do povoado...

- 3ão se preocupe, 3o%. 0alarei amanhã com o ! e apressarei a contrata(ão dopessoal. @oc sabe, apesar de ser &residente, não posso mudar as normas daorganiza(ão, autorizando diretamente os seus carpinteiros. !a chefia vem oe'emplo do cumprimento das normas. 3ão se preocupe, que oE7&=EE3!:7E365 está nas mãos de profissionais * os melhores+ oa noite,3o%...

3o% afastou-se sem entender muito bem. 8avia sido convidado para construir umbarco. Agora estava $s voltas com normas, instru([es, e'ames de sele(ão...alan(ou a cabe(a. As coisas devem ser complicadas mesmo, e o &residente %um homem capaz, se não, não seria &residente. &artiu otimista para sua cabana.2e o &residente disse, % porque tudo vai indo muito bem.

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dia * 7anhã linda. lo% anuncia a chegada de =oboão.

- Entre logo, meu velho, sente-se. Aceita um leite de cabraM

- 2im, hefe, obrigado. &or falar nisso, segundo a lei, mandei distribuir leite decabra pela manhã e pela tarde para todos. Já está at% codificando o material parao controle pelo computador. 7as foi para isso necessário adquirir T## cabras,alugar um pasto e contratar S pastores. Jia, hefe+ @eja s1 dá B# cabras por pastor e s ganham Q# dinheiros+

- @oc % um bicho na administra(ão de pessoal, =oboão+ 0alarei ao seu !iretor para propor a sua promo(ão na pr'ima vez. omo vai sua Avalia(ãoM

- =ealmente não sei, hefe, % confidencial...- !arei um jeito para que seja boa. Afinal, temos S## pessoas no efetivo e todaspassaram por voc. E ainda voc conseguiu comprimir o quadro, que era de N##pessoas+

- Huanto economizamos em m%diaM

- 3essas P## pessoas, cerca de B.### dinheiros, hefe+ * respondeu =oboão,com um sorriso de modesta satisfa(ão. 6alvez fosse aumentado para P# dinheiros+

- =oboão, não quero incomodá-lo e nem por sombra desfazer do belíssimotrabalho de as equipe, mas 3o% me disse que ainda não foram contratados oscarpinteiros para o corte...

- 5ra, hefe, 3o% % um sonhador. 2 pensa nos seus desenhos. Já lhe e'pliquei acomple'idade da contrata(ão. &or e'emplo1 já aumentamos a oferta para "dinheiros, por%m todos os carpinteiros candidatos foram reprovados no primeiropsicot%cnico. 3ão adianta contratar pessoal sem aptidão psicoprofissional para ocorte da madeira. 2e não passam nem neste e'ame, imagine nos outros.

- =ealmente voc tem razão, =oboão. 3o% desconhece o que % uma boaorganiza(ão. 6oque como voc achar melhor. 2e o contratei, % porque tenho totalconfian(a no seu trabalho.

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dia * 0inalmente, a primeira reunião de !iretoria.

Era o momento solene das grandes decis[es de c)pula do E7&=EE3!:7E365.6odos com seu melhor terno, sentados $ mesa de reunião com suas pastas tipo##\.

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5 &residente, satisfeito, relatava que o E7&=EE3!:7E365 era o orgulho dopovoado. 8avia muito trabalho e emprego para todos.

 Aproveitando o clima de satisfa(ão, o ! informou que havia feito um convnio

com a Escola de arpinteiros, pois a mão de obra necessária estava aqu%m dotreinamento necessário. Al%m disso havia criado o !epartamento de =ecursos8umanos com missão de retreinar os carpinteiros para a t%cnica naval tamb%mtreinar datilgrafas, um !epartamento de 2eguran(a e 8igiene do 6rabalho por for(a da lei. 5 ambulatrio já atendia T# pessoas por dia.

5 !, aproveitando uma brecha do !, ponderou timidamente que faltava papelpara o desenho e que a eficincia dos carpinteiros era bai'a1 havia s um e quecortou P árvores, sendo duas bichadas, de acordo com o )ltimo relatrio doontrole de Hualidade. 3o% estava tentando suprir a falta, desenhando em folhasde bananeiras e cortando árvores $ noite, aps o e'pediente.

Huando o ! prop]s aumentar o salário de 3o% para QS dinheiros, o !e'plodiu, seguido de perto do !:1

- Estes t%cnicos não funcionam e ainda querem aumento+ 2enhor &residente, soude opinião que devemos aumentar a equipe de recrutamento e apertar as provasde sele(ão. 3ossa equipe t%cnica dei'a muito a desejar+

- &erdão, retrucou o !. 5 laboratrio funciona+ @eja como detectou as árvoresbichadas. Acontece que não temos o apoio necessário. 5 2r. Está desviandorecursos para a área de 5pera(ão do arco, recrutando timoneiros, veleiros, etc...

- 7as % lgico, - interveio o &residente * temos que agir com antecedncia notreinamento. 6reinar % investir no futuro.

R R R80

 

dia * Absalão passeava na ravina. Estava orgulhoso. Era &residente de umE7&=EE3!:7E365 que já contava com Q.T## pessoas. As preocupa([es de3o% eram infundadas. 3ão passava de um tecnocrata pessimista. 0elizmente, jáhavia o !iretor 6%cnico para despachar com 3o%1 menos um aborrecimento.

2ubitamente * &/00 * uma nuvem de fuma(a.

- 5 7:3:26=5 !5 2E385=+ * E'clamou Absalão, prostrando-se.

- A2A945+, &538A <E36E !E 7A:2 &E25 35 65&5, A25 536=D=:5 5E7&=EE3!:7E365 A0/3!A=D * &/00.

 Absalão correu $ cabana de 3o%1

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- 3o%, 3o%, ponha um conv%s no alto de um mastro. @ou colocar as pessoas maispesadas em cima+

- 7as, &residente, isto % impossível... 5 conv%s % sempre em bai'o e o mastro emcima. 2e aumentarmos a massa no topo, o barco vai emborcar+

- 3ão discuta constru(ão comigo, 3o%+ 5 7:3:26=5 mandou colocar homenspesados no topo e % isso o que vou fazer... e cumpra as minhas ordens+

3o% não retrucou. 5 &residente estava nervoso. 6alvez lo% pudesse faze-lo ver mais claro...

3o% correu $ 2ecretaria <eral, mas lá encontrou o omandante de 5pera([es doarco, que já esperava há duas horas. om ele estavam o sub-comandante nívelP, o imediato, o pr%-imediato, dois assistentes e trs assessores.

- 3o%, - disse o omandante * o seu projeto não anda+ omo vou treinar os meushomens sem barcoM @ou pedir a aprova(ão do &residente para adquirir umsimulador de barco, caso contrário não me responsabilizo. 5 !: diz que minharazão de opera(ão está horrível, mas implantou custos s na minha área+ Járeparou quantas pessoas de apoio tem o !epartamento de ApoioM

3o% balan(ou a cabe(a e retirou-se vagarosamente. =ealmente, o que eleconseguiraM /ma meia d)zia de desenhos e alguns em folha de bananeira. :sto,em N# dias. E havia prometido que faria o barco em P# dias ao &residente+ Estavaacabrunhado e sentia-se um incompetente. 7as, o que estaria erradoM

5 &residente entrou furioso, desabafando com lo%1

- @eja s+ 0altam apenas B# dias e a !ivisão de :mporta(ão diz que há crise detransporte e a madeira s chegará no prazo de dez dias+ 5 pessoal de &5 mais ode 5^7 junto com o &! já fez tudo para diminuir o caminho crítico de um tal de&E=6, mas estou vendo tudo de longe+ Huero uma reunião de emergncia com os!iretores. @ou despedir o 2enhor de arpintaria e contratar outro. 2e não fosse o=oboão com a equipe de recrutamento, não sei o que seria+

- 7as, &residente, - perguntou lo%, - faltam B# dias para queM - &ara o !il)vio, minha filha, para o !il)vio+ Envie o seguinte tele'1

!e1 Absalão&ara1 5 2enhor 

259::65 &=5==5<AI45 &=A;5 =E26A36E B# !:A2. !:0:/9!A!E2:36=A32&53L@E:2 =:2E :36E=3A:53A9 !E 7A!E:=A.&=E26AI_E2 * A2A945

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5 ruído montono da teleimpressora dei'ava Absalão ansioso, mas a respostaveio, finalmente.

!o1 2enhor &ara1 Absalão

53E!:!5 &=A;5 7A:2 :35 !:A2 :7&=5==5<D@E:2. E9E@AI45 !E D</A2 E7 A3!A7E365.

 Absalão desesperou-se e partiu para a reunião. lo%, pelo telefone interno, inicioua telefofoca do !il)vio.

82 

dia * <au adentra o gabinete do &residente1

- hefe, tenho aqui um relatrio de que há desvio de cips de amarra(ão doalmo'arifado. A listagem do computador não bate com a auditoria...

- Hue inferno, <au+ oloque sua equipe em campo. Jacob está fora de suspeitapor ser meu amigo. @erifique o pessoal da 2eguran(a. lo%, ponha o =oboão nalinha.- =oboãoM Aqui % o &residente. Já recrutou os carpinteirosM- :nfelizmente não passam nos testes, meu hefe. At% já afrou'amos as provas,mas o e'ame de reconhecimento de tipos gen%ticos de cupim reprova todomundo. C por isso que a madeira do estoque está bichada, conforme relatrio do!epartamento de 7aterial.- &residente, - interrompeu lo% * % urgente1 dois pastores na ante-sala dizem quehá crise de leite de cabras e não se fará distribui(ão aos funcionários por umasemana. 5 2uprimento não providenciou capim na seca do pasto...

- Hual % a sua decisãoMR R R

100 

dia * =eunião da !iretoria

- 2r. &residente, - falou o !: * dentro de uma semana vencem nossosempr%stimos internacionais, com os povoados vizinhos, e a cai'a não % suficiente.3osso E7&=EE3!:7E365 economicamente vai muito bem, masfinanceiramente estamos $ beira de uma crise. 2ugiro uma redu(ão de pessoal.

- 2empre que se fala em redu([es, todos olham para mim+ * e'plodiu oomandante de 5pera([es. 2em meus homens não há opera(ão de barco, quenem sairá do porto. E meu simulador ainda não foi aprovado+

- 2r. &residente, - timidamente tentou o ! * acho que o omandante tem razão,mas não prometeram ao 7:3:26=5 que o barco estaria pronto em breveM 7as,sem material...

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- omo posso fabricar madeiraM * gritou o !. * 5 seu laboratrio não acha amadeira local e há crise de transporte+

- 5s carpinteiros são incompetentes, e esse tal de 3o%, que fez ele at% agoraM Eganha Q# dinheiros+

- 2enhores * falou gravemente o &residente. 6odos olharam esperan(osos * Asitua(ão do E7&=EE3!:7E365 % razoável, mas temos que tomar uma atitudemais s%ria quanto ao projeto do barco...

- &residente, não quero interrompe-lo, mas em nossos arquivos não constam ose'ames de admissão de 3o% e nem sabemos se ele % engenheiro naval...

- 2im, a culpa % minha, - falou o &residente, - mas quando convidei 3o%, aindanão havia as normas do E7&=EE3!:7E365.

- 2ou, portanto, obrigado a despedi-lo. Hueira providenciar, atrav%s de =oboão.

3o% realmente ficou furioso com a notifica(ão. 3em e'igiu a fra(ão do QP ° salárioque lhe cabia. Estava disposto a sair daquela terra e o caminho mais fácil era pelorio. &artiu para a floresta e reuniu S companheiros1

- Amigos, vamos cortar estas árvores bichadas mesmo, construir um barco e sair daqui+- 7as, 3o%, não somos carpinteiros nem sabemos fazer barcos...- 3ão importa. Ensinarei vocs a cortar madeira e já tenho os desenhos. 0aremosuma equipe motivada com o objetivo de construir um barco para uma vida melhor 

em outras terras+ 9evaremos uns bichos a bordo para come-los durante a viagem. 2 falta meter mãos $ obra+

 A madeira come(ou a ser cortada. 9ascas voaram por todos os lados. As partesmais bichadas eram isoladas e jogadas fora. 7osquitos voavam ao tombar dasárvores+ Em poucos dias o casco do barco já tomava forma.

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dia * 5 &residente acordou preocupado. A madeira tinha chegado, mas s Pcarpinteiros no 2etor de arpintaria. 2ua charrete tomou o caminho mais rápido

para o escritrio, a fim de evitar o mau tempo. 3uvens pesadas cobriam os c%us. Absalão foi direto ao tele', mas lo% s chegava $s Q# horas...

 Absalão correu ao &!1

- Hue há aquiM 3ão come(ou o e'pedienteM Huem % vocM

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- 2ou uma perfuradora, senhor. 8á dias que não vem ningu%m.

!izem que pelo &lano de lassifica(ão de argos e 2alários e pela política depromo([es, não fica ningu%m...

 Absalão voltou ao escritrio. 3o caminho, encontrou-se com o <au, que lhe disse,preocupado, haver um zum-zum acerca de um tal &l)vio, que poderia ser umterrorista, mas que a sua equipe...

 Absalão ficou branco e correu ao tele'.

- lo%, rápido1

!e1 Absalão&ara1 5 2enhor 

!:0:/9!A!E2 57 5 &=5JE6:26A A6=A2A=A7 5 E7&=EE3!:7E365.259::65 &=5==5<AI45 &=A;5.

!o1 2enhor &ara1Absalão

&=5==5<AI45 3E<A!A.

E come(ou a chover.

 Absalão correu para fora, seguido de Jacob. A chuva era forte, mas Jacob gritou1

- hefe, há um barco descendo o rio. @eja, na proa está escrito1 ARCA DE NOÉ+

Observação:Sorria discretamente se você vestiu a carapuça durante aleitura.Mande cópias para outros Absalões

Perguntas para discussão1

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Q. Hual era o projetoM

T. Hual era o objetivo do projetoM Hue par`metros poderiam ser usados nasua avalia(ãoM

P. Esse objetivo foi atingidoM

B. Huais os principais determinantes do fracasso ou sucesso desse projetoM

S. Huais as grandes li([es que este caso propiciaM

A. Qual o principal problema do projeto relatado?

B. entre a! "rea! de con#ecimento do $erenciamento de projeto!

 preconi%ada! no &'Bo() !elecione apena! uma "rea do con#ecimento *ue em !ua opini+o,oi

a cau!a do ,raca!!o do projeto. -u!ti,i*ue.

. Quai! a! po!!/ei! ae!? Quem o re!pon!"el?

. Quai! !+o a! lie! aprendida!?

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