Estudo de Residuos de Milho

52
UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS GERADOS NA PRÉ- LIMPEZA DE GRÃOS DE MILHO EM SANTA FÉ DEL PARANÁ, PARAGUAI NATANAELEN CRISTINE BAIL KAZIENKO Foz do Iguaçu - PR 2009

Transcript of Estudo de Residuos de Milho

Page 1: Estudo de Residuos de Milho

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS

FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS GERADOS NA PRÉ-LIMPEZA DE GRÃOS DE MILHO EM SANTA FÉ DEL PARANÁ, PARAGUAI

NATANAELEN CRISTINE BAIL KAZIENKO

Foz do Iguaçu - PR 2009

Page 2: Estudo de Residuos de Milho

I

NATANAELEN CRISTINE BAIL KAZIENKO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS GERADOS NA ETAPA PRÉ-LIMPEZA DE GRÃOS DE MILHO NA FAZENDA SÃO FRANCISCO DE

ASSIS SANTA FÉ DEL PARANÁ, PARAGUAI

Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade Dinâmica de Cataratas – UDC, como requisito parcial para obtenção de grau de Engenheiro Ambiental. Orientadora: Ana Carolina B. Kummer, Ms.

Foz do Iguaçu – PR 2009

Page 3: Estudo de Residuos de Milho

II

TERMO DE APROVAÇÃO

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS GERADOS NA ETAPA PRÉ-LIMPEZA DE GRÃOS DE MILHO EM SANTA FÉ DEL PARANÁ, PARAGUAI

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL

Aluno: Natanaelen Cristine Bail Kazienko

Orientadora: Ana Carolina Barbosa Kummer

Conceito Final

Banca Examinadora:

Prof. Douglas Guedes Batista Torres

Prof. Elisandro Pires Frigo

Foz do Iguaçu, 27 de novembro de 2009.

Page 4: Estudo de Residuos de Milho

III

Dedico este trabalho ao Marcos pelo amor, compreensão, auxílio na realização

dos trabalhos e presente em todos os momentos.

Page 5: Estudo de Residuos de Milho

IV

AGRADECIMENTOS

Ao meu pai, pela dedicação que tem por mim.

A minha mãe pelo apoio dedicado.

Ao José Lino Albino e a Marlete Giacomelli Albino por ter concedido o

empreendimento para o estudo.

Ao Giovani Giacomelli Albino pela colaboração.

A todos os meus familiares e amigos pelo apoio e colaboração.

Aos colegas de curso pela convivência, colaboração e incentivo.

Á todos os professores que no decorrer do curso contribuíram de forma

valiosa para minha formação profissional.

Em especial a professora Ana Carolina Barbosa Kummer pela orientação,

amizade, disponibilidade de tempo e apoio nos momentos necessários.

E acima de tudo, Deus.

Page 6: Estudo de Residuos de Milho

V

“A mente que se abre para uma nova idéia jamais voltara ao seu tamanho original”.

Albert Einstein

Page 7: Estudo de Residuos de Milho

VI

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................. 9 ABSTRACT............................................................................................................. 10 1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................. 13 2.1 Situação Brasileira de Produção e Armazenamento de Grãos.............. 13 2.2 Unidade de Processamento e Armazenamento de Grãos..................... 15 2.3 Pré-limpeza de grãos............................................................................. 19 2.4 Milho....................................................................................................... 21 2.5 Resíduos Sólidos Agroindustriais......................................................... 24 3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 28

3.1 Área de Estudo..................................................................................... 28 3.2 Descrição do Ciclo do Produto na Unidade.......................................... 29 3.3 Identificação e Quantificação dos Resíduos Gerados......................... 30 3.4. Caracterização Físico-Química dos Resíduos..................................... 31 3.5 Destinação dos resíduos gerados pelas agroindústrias da região....... 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 41 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 43 APÊNDICE............................................................................................................... 47

Page 8: Estudo de Residuos de Milho

VII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantidade de resíduo gerada por 30 toneladas de milho..................... 35 Tabela 2: Dados da utilização do resíduo gerado na limpeza de grãos pelas

Unidades de processamento e armazenamento de grãos de Santa Fé del Paraná................................................................................................... 37

Tabela 3: Análise das propriedades físicas e químicas dos resíduos...................................................................................................... 38

Page 9: Estudo de Residuos de Milho

VIII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema do fluxo do produto nos componente da máquina de pré-limpeza........................................................................................................ 21

Figura 2: Unidade de Processamento e Armazenamento de Grãos da Fazenda São Francisco de Assis............................................................................... 23

Figura 3: Máquina de pré-limpeza........................................................................... 29 Figura 4: Ciclo do produto na unidade..................................................................... 30

Page 10: Estudo de Residuos de Milho

IX

KAZIENKO, Natanaelen Cristine Bail. Gerenciamento de Resíduos Agrícolas Gerados na Pré-limpeza de Grãos de Milho Santa Fé del Paraná, Paraguai. Trabalho Final de Graduação (Bacharelado em Engenharia Ambiental) - Faculdade Dinâmica de Cataratas.

RESUMO Os resíduos sólidos agroindustriais são gerados desde a escolha e seleção de matérias-primas, nas etapas de beneficiamento, como também nas diversas fases de fabricação. O objetivo desse trabalho foi propor possíveis utilizações para os resíduos sólidos gerados na etapa de pré-limpeza de grãos de milho, caracterizando os resíduos sólidos gerados por essa máquina e quantificando o volume produzido na agroindústria. Para isso foram analisados parâmetros físico-químicos como: fósforo, nitrogênio, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, carbono, matéria orgânica, cobre, zinco, manganês, ferro, boro, pH e umidade. Os valores de fósforo, nitrogênio e cálcio foram maiores para palha de milho do que nos outros resíduos. Os teores de potássio foram maiores para o sabugo de milho grosso. Para o cálcio, o cobre, o zinco, o manganês, o ferro e o boro os maiores teores foram encontrados no resíduo do pó do exaustor. Os teores de enxofre, carbono e matéria orgânica foram maiores no quebradinho de milho grosso. O pH foi similar em todos os resíduos. Esses resíduos podem servir como alternativa para vários fins, como na alimentação de animais, para fins energéticos, entre outros, dando a esses resíduos um uso mais nobre. Palavras-Chave: processamento de grãos – subprodutos – restos culturais.

Page 11: Estudo de Residuos de Milho

X

KAZIENKO, Natanaelen Cristine Bail. Management of agricultural waste generated in maize grain cleaning Santa Fe del Paraná, Paraguay. Foz do Iguacu, 2009. Completion of course work (Bachelor of Environmental Engineering) - Faculdade Dinâmica de Cataratas.

ABSTRACT

The waste solids are produced from the choice and selection of raw materials, in stages of processing, but also in the various stages of manufacture. The goal of this work was to propose possible uses for the solid waste generated by maize grain in pre-cleaning machine, characterizing the solid wastes generated by that machine and quantifying the volume produced in agribusiness. The chemical-physical parameters analyzed were: phosphorus, nitrogen, potassium, calcium, magnesium, sulphur, carbon, organic matter, copper, zinc, manganese, iron, boron, pH and moisture. The values of phosphorus, nitrogen and calcium were higher for maize straw than in other wastes. Potassium’s levels were highest levels were found for corn on the cob thick. For calcium, copper, zinc, manganese, iron and boron the higher levels were found in the residue of the powder of the hood. The levels of sulphur, carbon and organic matter were higher in the pinch of corn thick. The pH was similar in all waste. These residues may serve as an alternative for various purposes, and may be in animal feeding, for energy purposes, among others, giving the waste a nobler use. Keywords: grain processing – by-products – cultural remains.

Page 12: Estudo de Residuos de Milho

11

1 INTRODUÇÃO

As unidades de processamento e armazenamento de grãos são uma

alternativa viável para agregar valor ao produto, pois formam estoques que permitem

a distribuição cronológica dos produtos e impedem as flutuações de preços, que

resultam das safras e entre-safras. O número dessas unidades esta crescendo nas

propriedades rurais, fazendo com que mais resíduos sejam gerados (WEBER,

2005).

O armazenamento de produtos agrícolas é importante para manter a

qualidade do produto e conservá-los até a venda, evitando assim perdas, diminuindo

os custos, sendo necessário uma menor demanda de mão-de-obra e permite a

mecanização do processo.

Page 13: Estudo de Residuos de Milho

12

Os resíduos agroindustriais são gerados desde o processamento

dos grãos em unidades de processamento, como nas diversas fases de fabricação e

beneficiamento, o que gera uma grande quantidade de resíduos gerados.

Esses resíduos além de criar potenciais problemas ambientais,

como poluição do solo, poluição da águas superficiais e subterrâneas, representam

perdas de matérias-primas e energia, exigindo investimentos significativos em

tratamentos para controlar a poluição. Muitos dos tratamentos não eliminam

realmente os resíduos gerados, apenas os transferem para outro meio que não os

esperava (Timofiecsyk e Pawlowsky, 2000).

Os resíduos podem ser transformados em matérias primas para

processos secundários ou serem convertidos em produtos comerciais. Fazendo com

que esses resíduos deixem de ser um problema ambiental, sendo utilizado para um

fim mais nobre.

O objetivo desse trabalho foi propor possíveis utilizações para os

resíduos agroindustriais gerados por grãos de milho na máquina de pré-limpeza de

grãos, sendo necessário para alcançar esse objetivo caracterizar os resíduos

gerados e quantificar o volume produzido na agroindústria.

Page 14: Estudo de Residuos de Milho

13

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Situação Brasileira de Produção e Armazenamento de Grãos

Segundo dados da CONAB (2009) o Brasil conta com uma área

plantada de 47,6 milhões de hectares (2008/2009), representando um acréscimo de

0,5 % sobre a área cultivada nos anos de 2007 e 2008, sendo as principais culturas

cultivadas de algodão, amendoim, arroz, feijão, girassol, mamona, milho, soja,

sorgo, cereais, cevada e trigo.

Embora de forma desordenada, a rede armazenadora do Brasil

cresceu e foi para o interior dos estados para atender a demanda provocada pela

formação de novas fronteiras agrícolas. Essa rede é formada por grandes unidades

de silos e armazéns graneleiros, que em sua maioria, são dotados de tecnologias

Page 15: Estudo de Residuos de Milho

14

modernas que permitem atender com razoável sucesso o papel de guardar e

conservar as safras (REZENDE, 2003).

Segundo Weber (2005) a questão da armazenagem no Brasil é

muito grave, devido ao crescimento lento da capacidade armazenadora e o rápido

crescimento agrícola.

A capacidade estática das estruturas armazenadoras existentes, no

Brasil, registrada em dezembro de 2006 é de até 121,96 milhões de toneladas,

distribuídas em 16.382 unidades cadastradas, de diferentes modalidades: armazéns

convencionais, com 26,8 milhões de toneladas; e de armazéns graneleiros, com

95,1 milhões de toneladas, representando respectivamente 22,0% e 78,0% da

capacidade total cadastrada no País (CONAB, 2006).

Para Weber (2005) capacidade estática de um silo é volume interno

útil, não aumenta nem diminui com o tempo e é dada em toneladas ou metros

cúbicos.

A expansão da capacidade nacional não se fez de forma uniforme e

o déficit de armazenagem ainda existe em determinadas regiões. No norte e

nordeste o volume de armazéns não é suficiente para a colheita, enquanto no

sudeste sobram armazéns e no sul, o volume disponível para armazenamento é

compatível com a produção existente. A maior parte da capacidade estática está

concentrada em zona urbana, com 47% da capacidade total, porém a capacidade de

armazenagem em fazenda esta crescendo, com 15% da capacidade total (CONAB,

2006).

O percentual de armazéns instalados nas propriedades rurais de

outros países é superior ao do Brasil, na Argentina esse percentual é de 30 %, na

Page 16: Estudo de Residuos de Milho

15

Austrália 40%, no Canadá 85%, nos Estados Unidos 65% e na Europa 50%

(CONAB, 2006).

Segundo Weber (2005) a capacidade armazenadora no Brasil é

pequena, devido a isso é necessário exportar e os países importadores o sabem

dessa dificuldade de armazenamento e forçam os preços para baixo. Sendo assim o

país precisa de uma rede armazenadora estratégica para armazenar os excedentes

agrícolas não comercializados imediatamente, mas que podem ser exportados ao

longo do ano em melhores condições.

2.2 Unidade de Processamento e Armazenamento de Grãos

A produção, armazenagem, comercialização e consumo de

alimentos é uma cadeia de atividades vitais às pessoas, às famílias e às nações,

motivo pelo qual a agricultura é uma atividade das mais antigas e importantes

(WEBER, 2005).

Uma rede armazenadora de grãos é o aparelhamento destinado a

receber a produção de grãos, conservá-los em perfeitas condições técnicas e

redistribuí-los, posteriormente. Para a agricultura, a rede armazenadora se constitui

em um elemento indispensável para o incentivo da produção. Para o consumidor, é

um dos principais fatores para estabilizar os preços além de garantir um

abastecimento normal (PUZZI, 2000).

O sistema de depósito de grãos a granel, em silos, é uma forma

mais eficiente e mais rápida na conservação de grandes montantes de grãos. Esse

Page 17: Estudo de Residuos de Milho

16

sistema permite a mecanização e automação da carga e descarga, facilitando a

operação dos mecanismos de manejo de grãos (SILVA, 2002).

Em termos de projeto, Silva (2004) define uma unidade

armazenadora de grãos como sendo complexos agroindustriais constituídos de

estruturas e recursos para receber, pré-beneficiar, armazenar e expedir a produção

agrícola de uma determinada área de abrangência.

A produção de grãos é periódica, enquanto que a necessidade de

alimentação e a demanda das agroindústrias são ininterruptas. Colhe-se uma safra

de dois meses e esta safra será consumida durante um ano ou mais. As redes

armazenadoras, recebendo a produção que não encontra consumo imediato,

formam os estoques que permitem a distribuição cronológica dos produtos (PUZZI,

2000).

De acordo com Weber (2005), os silos graneleiros projetados e

construídos para grãos a granel contam com todos os recursos de movimentação de

carga e descarga mecanizada, com elevadores e correias transportadoras, moegas,

máquinas de limpeza e secadores, sistema de aeração e termometria.

Segundo Puzzi (2000), o manuseio a granel dos grãos alimentícios e

o seu armazenamento em silos adequados contribui, de maneira eficaz, para o

abastecimento de um país, pois, permite:

· A completa eliminação das perdas, estimadas em alguns casos, em mais de

10%;

· O armazenamento por diversos anos, sem alterações substanciais do

produto, evitando, assim, as flutuações do abastecimento;

· Reduzir o preço do produto em, pelo menos, 10%, com a eliminação da

sacaria e redução do custo de manuseio;

Page 18: Estudo de Residuos de Milho

17

· A racionalização do comércio, visto que elimina a identificação de mercadoria

por meio de amostra e passa a caracterizá-la pelas especificações do produto;

· O estabelecimento de um produto uniforme, limpo, livre do ataque de insetos,

roedores e microorganismos, e com suas qualidades alimentícias preservadas;

· A eliminação do especulador, com a distribuição diretamente dos silos aos

varejistas, em pacotes de peso certo, mais barato e de melhor qualidade;

· O controle efetivo dos estoques e a divulgação exata de informações sobre a

distribuição física.

Os silos localizados nas áreas rurais segundo Weber (2005) são

unidades típicas de pequeno produtor, com produção em torno de 10 mil sacas,

sendo também devido à localização geográfica uma unidade em nível de

propriedade rural, que são edificadas na propriedade e serve a uma fazenda.

Segundo Cestari Jr. e Gottardo (2008) a armazenagem de grãos é

uma alternativa bastante viável, provando para os produtores que investir em

equipamentos de armazenagem não é mais um privilégio de grandes latifundiários,

mas também é acessível aos produtores menores.

Os silos com o fundo em “W”, também denominado duplo “V”, possui

a finalidade de evitar escavações com maior profundidade, eliminando problemas

com excesso de umidade ou pedras. Ele tem como vantagem a descarga total por

gravidade e como inconveniente o custo da construção de dupla galeria e sistema

de aeração mais complexo, porém, pode contar com todos esses recursos para

garantir a qualidade de armazenagem (WEBER, 2005).

Os silos metálicos são largamente utilizados no Brasil devido ao seu

preço competitivo, durabilidade e qualidade na conservação dos grãos, simplicidade

de uso, facilidade de ventilação da massa e tratamento através de expurgo. Possui

Page 19: Estudo de Residuos de Milho

18

rapidez na instalação e sendo vertical faz economia de espaço e a diversidade de

células permite a separação de tipos e variedades de grãos (WEBER, 2005).

Antes serem armazenados, os grãos passam por diversas etapas. O

processamento tem início na pré-limpeza onde são retiradas as impurezas na massa

de grãos. Depois vão para um secador de grãos onde são submetidos a correntes

de ar aquecido por geradores de calor (fornalhas). Após a limpeza e secagem, o

produto é transportado para o interior do armazém através de elevadores e correias

transportadoras (BARRELLA e BRAGATTO, 2001).

Durante o armazenamento são realizadas algumas operações para

a conservação adequada do produto. A areação, por exemplo, é o movimento

forçado de ar através da massa de grãos, diminuindo e uniformizando a

temperatura, propiciando condições favoráveis para conservação da qualidade

durante o período de armazenamento o que impede a migração de umidade e a

formação de bolsas de calor. A transilagem é o movimento da massa de grãos para

uniformização e diminuição da temperatura. Outra ferramenta que o silo possui é a

termometria que é um conjunto de sensores distribuídos simetricamente no interior

do silo, servido para a medição da temperatura da massa de grãos. Para prevenir o

aparecimento de insetos e eliminá-los é feito o tratamento fitossanitário, sendo

importante também a higienização do armazém para evitar a formação de focos de

infestação de insetos e roedores (FETT e RODEL, 2007).

Page 20: Estudo de Residuos de Milho

19

2.3 Pré-limpeza de grãos

Limpeza é a operação que visa reduzir o teor de impurezas,

fragmentos do próprio produto e de matérias estranhas, detritos vegetais, sementes

da vegetação nativa, torrões de terra, existentes na massa de grãos, a nível

satisfatório para fins de armazenamento ou comercialização do produto (PUZZI,

2000).

Segundo Weber (2005) a limpeza do produto é uma operação

indispensável, pois acompanham os grãos vindos da lavoura, contaminantes de

várias espécies, materiais inertes, produtos orgânicos diversos como terra, ervas

daninhas, grãos avariados, palha, folhas, partes de sabugo e outros. Além de

desvalorizar a massa de grãos, promovem o mais rápido aquecimento e

deterioração, apresentam focos de decomposição e o desenvolvimento acelerado de

insetos e fungos.

As impurezas e matérias estranhas, em uma massa de grãos,

dificultam as operações de secagem e aeração. Os grãos armazenados apresentam

um espaço vazio de 40 a 45 % do volume ocupado pelos grãos. Se a massa de

grãos contém um alto teor de pó, fragmentos do produto e corpos estranhos, estes

enchem os espaços vazios e, assim, prejudicam as diversas operações (PUZZI,

2000).

Assim os grãos devem ser armazenados com o menor percentual

possível de impurezas, para facilitar a conservação, entretanto, na prática, é usual

armazenar com 1%. Caso os grãos não sejam adequadamente limpos os espaços

que existem entre eles poderão ficar obstruídos prejudicando a aeração com

prejuízo à boa conservação da massa de grãos armazenada. A impureza

Page 21: Estudo de Residuos de Milho

20

remanescente de 1% é distribuída e levada ao silo com os grãos. A secagem é feita

na umidade certa para cada tipo de grão, fazendo com que se evitem prejuízos

consideráveis (WEBER, 2005).

A remoção de fragmentos do produto e matérias estranhas de uma

massa de grãos baseia-se, principalmente, na diferença de algumas características

físicas entre os grãos e as impurezas que os acompanham. Os grãos são separados

nas máquinas de pré-limpeza pelo tamanho, forma dos grãos e diferença de peso ou

densidade (PUZZI, 2000).

Diferenças de dimensões e formas entre os grãos inteiros e grãos

quebrados ou variedades graúdas ou miúdas e as diferenças entre grãos e

impurezas são utilizadas para a separação através de peneiras desde que

selecionados os furos adequados (WEBER, 2005).

Os ventiladores são equipamentos projetados para funcionar

baseados nas diferenças de peso. A separação de grãos e impurezas ocorre através

de sistema de sucção que é aquele que remove impurezas mais leves, antes dos

grãos chegarem à primeira peneira e através de sistema de insuflação que remove

os grãos chocos e impurezas que não tenham sido removidas pelo sistema de

sucção (PUZZI, 2000).

Na figura 01 é apresentado o esquema de funcionamento da

máquina de pré-limpeza. O sistema de limpeza atua por peneiramento, no qual são

retiradas as impurezas maiores e menores, independendo do peso e por aspiração

onde são retiradas as impurezas leves (OLIVEIRA, 2008).

As maquinas de limpeza do tipo ar e peneira, realizam a limpeza

através dos recursos da ventilação e das peneiras. Elas são destinadas a realizar a

limpeza dos grãos separando as impurezas e retirando outros produtos orgânicos

Page 22: Estudo de Residuos de Milho

21

PRODUTO AGRÍCOLA (in natura)

MOEGA DE ALIMENTAÇÃO

MECANISMO DE DISTRIBUIÇÃO

FLUXO DE AR VENTILADOR IMPUREZAS LEVES

SISTEMA DE

VIBRAÇÃO

MECANISMO DE DISTRIBUIÇÃO

IMPUREZAS PESADAS

PRODUTO

estranhos que não podem permanecer na massa de grãos a ser armazenada

(WEBER, 2005).

Figura 01: Esquema do fluxo do produto nos componente da máquina de pré-limpeza. Fonte: PAGÉ, 2007 apud Oliveira, 2008.

2.4 Milho

O milho é uma espécie da família das gramíneas, é o terceiro cereal

mais cultivado no planeta; está espalhado em uma vasta região do globo, em

altitudes que vão desde o nível do mar até três mil metros (LERAYER, 2006).

A importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas

formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta

Page 23: Estudo de Residuos de Milho

22

tecnologia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal

representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo

(DUARTE, 2009).

O milho constitui a base energética da dieta de várias espécies

animais, é composto de amido (60%), casca (6,5%), glúten (10%), gérmen (8,5%) e

água (15%) (BARBOSA, 2004).

Segundo Weber (2005) em vários locais do mundo o milho é tido

como o produto mais importante na dieta alimentar humana e utilizado como matéria

prima para a alimentação animal. Com base nos grãos secos a composição do milho

é de aproximadamente 77% de amido, 2% de açúcar, 9% de proteínas, 5% de

azeite; 5% de pentosanas, 2% de cinza, contém ainda, mínimas quantidades de sais

de cálcio, magnésio, fósforo, alumínio, ferro, sódio, potássio e cloro.

Para Teixeira (1998) apud Barbosa (2004) o milho é rico em energia

e pobre em proteína, principalmente lisina. É rico em pró-vitamina A e pigmentantes.

Baixos teores de triptofano, lisina, cálcio, riboflavina, niacina e vitamina D (LANA,

2000 apud BARBOSA 2004). A parte principal da planta é a espiga composta de

70% de grãos, 20% de sabugo e 10% de palhas. O milho pode ser usado de

diversas formas como fonte volumosa ou concentrado energético. É considerado

alimento concentrado energético padrão (BARBOSA, 2004).

Algumas partes da planta do milho não possuem um uso direto, e

neste caso, são subutilizadas. No sabugo a parte central da espiga na qual os grãos

estão presos, é o resíduo gerado após ser derrubado o milho. Para cada 100 quilos

de espigas de milho, aproximadamente 18 quilos (70% base úmida), são formados

pelo sabugo (BASTOS et al. 2007).

Page 24: Estudo de Residuos de Milho

23

Segundo Barbosa (2004) o sabugo é um dos resíduos que uma

planta de milho produz, sendo utilizado principalmente para alimentação animal e

junto com a palhada de milho podem ser utilizados como fonte de fibra na dieta de

ruminantes.

A palha de milho, atualmente é destinada para a produção de

cigarros, embalagens de doces, artesanato de cestaria e de bonecas, muito embora

a cultura do milho tenha grande importância no agronegócio brasileiro, com

produção anual de cerca de 35 milhões de toneladas, e as possibilidades de

melhoria na qualidade deste material, especialmente para o artesanato sejam

estratégicos (EMBRAPA, 2008).

Estruturalmente, o sabugo é formado por quatro partes distintas:

palha fina, palha grossa, anel lenhoso, e medula (BAGBY e WIDSTROM, 1984 apud

BASTOS et al., 2007). A palha fina constitui aproximadamente 4,1 % do sabugo do

milho em peso, a palha grossa 33,7 %, o anel lenhoso 60,3% e a medula 1,9%.

Devido às características de dureza e resistência à abrasão, os componentes do

sabugo serviram de base ao início de suas aplicações na indústria (BAGBY e

WIDSTROM, 1984 apud BASTOS et. al., 2007). O pH da superfície granular do

sabugo é 7,4, e no seu interior 4,9. Estes valores contribuem para que o sabugo

funcione como suporte inerte para vários materiais (FOLEY e VANDER HOOVEN,

1981 apud BASTOS et al., 2007).

Page 25: Estudo de Residuos de Milho

24

2.5 Resíduos Sólidos Agroindustriais

Segundo a norma brasileira NBR 10.004 de 2004 da Associação

Brasileira de Normas Técnicas, resíduos sólidos são: “resíduos nos estados sólido e

semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial,

doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. São incluídos

nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles

gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como

determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e

economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”.

Estima-se que, diariamente são gerados no mundo dois milhões de

toneladas de resíduos sólidos domiciliares, somando-se em um ano, 730 milhões de

toneladas. Nos países menos desenvolvidos produz-se bem menos lixo urbano do

que nos países mais desenvolvidos (POLIS, 2007 apud LOPES, 2007).

Nas últimas décadas, a disposição final de resíduos tornou-se um

sério problema a ser enfrentado por todos os países, decorrente não só da escassez

de terrenos disponíveis para aterros sanitários, como também pelo aumento

substancial dos níveis per capita de resíduos sólidos gerados. Esta modificação

global de resíduos foi conseqüência principalmente do processo de industrialização

vivenciado na maioria das economias mundiais, o que gerou significativas alterações

nos padrões de consumo dessas sociedades (BLUNDI e CAMPOS, 1998).

Os resíduos sólidos de origem urbana compreendem aqueles

produzidos pelas inúmeras atividades desenvolvidas em áreas com aglomerações

humanas do município, abrangendo resíduos de várias origens, como: residencial,

Page 26: Estudo de Residuos de Milho

25

comercial, de estabelecimentos de saúde, indústrias, da limpeza pública, da

construção civil e os agrícolas (CASTILHOS JR et al., 2003).

Na indústria de alimentos os resíduos sólidos são produzidos desde

a escolha e seleção de matérias-primas, nas etapas de beneficiamento, como

também nas diversas fases de fabricação de enlatados; os elementos residuais,

constituídos por cascas e caroços, sementes, ramas bagaços, etc., são e devem ser

empregados em subprodutos para utilização humana, reservando-se os detritos para

ração animal e adubos. Muitas vezes, os resíduos não são totalmente utilizados e

isso é mais verificado quando os diversos produtores, especializados em diversos

subprodutos não têm condições para utilizar toda matéria-prima excedente

(BASTOS, 2007).

Segundo Laufenberg, et al. (2003), os resíduos podem conter muitas

substâncias de alto valor. Se for empregada uma tecnologia adequada, este material

pode ser convertido em produtos comerciais ou matérias-primas para processos

secundários.

A crescente demanda por uma melhor utilização dos recursos

alimentícios no mundo tem evidenciado a necessidade da utilização de fontes não

competitivas com a alimentação do homem. Portanto, é importante aproveitar esta

habilidade na alimentação de ruminantes com resíduos ricos em fibra que não são

utilizados para a alimentação humana (ALCALDE et al., 2001).

O Brasil possui grandes quantidades de resíduos agroindustriais

com potencial de uso na dieta de ruminantes, caracterizando-se como importante

alimento alternativo. Uma vez utilizados na nutrição animal, são desviados do

ambiente com um acondicionamento adequado, pois existem evidencias de que

esses representam um sério problema de poluição ambiente (ANDRADE, 2001).

Page 27: Estudo de Residuos de Milho

26

A quantidade de resíduos agro-industriais situa-se em torno de 70%

e 80%, cuja cadeia é iniciada após a colheita, prolongando-se até o beneficiamento

e comercialização final desses produtos. O aproveitamento integral dos resíduos

ocorre, normalmente, sob a forma de ingredientes para a formulação de rações para

animais, que representam, em média, 50% a 70% do custo total de produção

(NUNES 1993 apud NUNES, 2006).

Muitos autores fizeram estudos baseados na utilização do resíduo

agroindustrial, para a utilização em outros produtos. Monteiro et al. (2008) definiram

meios de cultura sólidos e líquidos, obtidos de grãos ou resíduos da agroindústria,

eficazes para a produção de conídios de B. euphorbiae. No preparo do meio sólido

utilizaram grãos de arroz, trigo e sorgo, quirelas de arroz, milho e trigo, sorgo moído,

farelos de arroz, trigo e soja, cascas de mandioca e soja, casca de mandioca +

farelo de soja, bagaço de cana + amido solúvel. No preparo dos meios líquidos,

utilizaram grãos de arroz, sorgo e trigo, quirela de milho, farelos de trigo, soja e

arroz, casca de mandioca e soja, vinhaça da cana e água de prensa da mandioca.

Nesse estudo foi concluído que a virulência e a viabilidade de B. euphorbiae não são

afetadas pelo preparo de meios sólidos ou líquidos e pela composição nutricional

dos meios de cultura. Na maioria dos meios sólidos ou líquidos obteve-se viabilidade

de conídios maior que 98 %, apenas os conídios produzidos nos meios sólidos de

quirela de arroz, casca de mandioca + farelo de soja e farelos de soja estavam com

viabilidade significativamente menor.

Nunes (2006) utilizaram farelo de trigo adicionado à farinha de

acerola e farelo integral de mandioca adicionado ao sangue bovino in natura como

ingrediente para rações para a carcinicultura, as rações formuladas apresentaram

Page 28: Estudo de Residuos de Milho

27

teores de proteína e lipídios dentro dos requerimentos nutricionais recomendados

para o cultivo de camarões, e valor energético superior a ração controle.

Babilonia et al. (2000) avaliaram a utilização de diferentes níveis do

resíduo amonizado da pré-limpeza dos secadores de soja, associado à cana-de-

açúcar, no desempenho consumo voluntário e relação benefício; despesa com a

alimentação de 24 bovinos confinados. Os tratamentos foram formados baseando-se

em um concentrado padrão com 0% de resíduo, em que o milho e farelo de soja

foram substituídos nos níveis 15, 30 e 45 % pelo resíduo. A cana-de-açúcar foi o

alimento volumoso oferecido nos quatro concentrados. E concluíram que o resíduo

foi eficiente ao suplementar a cana-de-açúcar em substituição ao milho e ao farelo

de soja, aumentando-se o lucro.

Page 29: Estudo de Residuos de Milho

28

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de Estudo

O estudo foi realizado na Fazenda São Francisco de Assis,

município de Santa Fé del Paraná, no estado de Alto Paraná, Paraguai, em uma

unidade de processamento e armazenamento de grãos, figura 02, latitude

25º10’14.51’’S, longitude 54º34’37.70’O.

É uma unidade de fazenda que conta com dois setores de

armazenamento, um em alvenaria, localizado no subterrâneo e o outro é em forma

de tubo metálico, ambos com capacidade para 1500 toneladas cada.

Possui quatro elevadores para o transporte dos graõs dentro da

unidade, um secador de grãos com capacidade de 30 toneladas, duas moegas com

Page 30: Estudo de Residuos de Milho

29

capacidade de 150 toneladas cada. Uma máquina de pré-limpeza, figura 03, marca

COMIL, modelo ML 318 de construção totalmente metálica, com peneiras para três

variedades de cereais, curva de saída do pó, ensacador de impurezas, motores

elétricos de 3 e 5 CV, com ciclone e tem capacidade para 45 toneladas hora-1.

Figura 02: Unidade de Processamento e Armazenamento de Grãos da Fazenda São Francisco de Assis.

Os produtos agrícolas processados e armazenados nesta unidade

dependendo do calendário agrícola são: milho, trigo e soja.

Page 31: Estudo de Residuos de Milho

30

Figura 03: Máquina de pré-limpeza de grãos.

3.2 Descrição do Ciclo do Produto na Unidade

As etapas do produto na unidade são a recepção, as moegas, a pré-

limpeza, o secador, o armazenamento e a venda, figura 04. O ciclo produtivo na

unidade começa na recepção aonde o produto chega à unidade através de

caminhão e antes de ser descarregado nas moegas, é realizada a pesagem em

balança para ter o controle da quantidade de entrada de produto.

Page 32: Estudo de Residuos de Milho

31

Figura 04: Ciclo do produto na unidade.

Através de elevadores os grãos são transportados da moega para a

máquina de pré-limpeza. Nesta os grãos passam por peneiras com diferentes

tamanhos e formas, onde as impurezas mais leves são aspiradas pelo sistema de

ar. Após esta etapa os grãos são deslocados por elevadores até o secador. Um

alarme avisa quando o secador enche então a maquina de pré-limpeza é desligada.

O secador na unidade em estudo tem capacidade para 30 toneladas,

logo o resíduo gerado pela máquina de pré limpeza é resultado da limpeza de 30

toneladas de grãos de milho. No secador ocorre a perda de umidade do grão para o

ambiente. O ar aquecido promove a transferência de água do grão úmido para o

ambiente através do efeito de gradiente de temperatura.

Após a secagem, o produto é armazenado, onde recebe fluxos de ar

para sua conservação através do sistema de aeração. A aeração é efetuada através

de ventiladores centrífugos e conjunto de aerodutos dispostos adequadamente no

piso dos silos. Este sistema mantém os grãos em temperatura e umidade ideais para

a armazenagem.

Page 33: Estudo de Residuos de Milho

32

3.3 Identificação e Quantificação dos Resíduos Gerados

A maquina de limpeza separa os resíduos em cinco compartimentos,

onde em cada um destes resulta um tipo de resíduo (Quadro 1).

Quadro 01: Resíduos agroindustriais de milho gerados na maquina de pré-limpeza. Resíduo Características

Quebrado grosso Fragmentos de grãos de milho de até 5 milímetros

Quebrado fino Fragmentos de grãos de até 1 milímetro e sementes

de ervas daninhas

Sabugo grosso Sabugo de milho em pedaços maiores e restos de

cultura (palha e caule)

Sabugo fino Sabugo de milho em pedaços menores e restos de

cultura (palha e caule menores)

Palha Palha de milho, fragmentos de grãos, fragmentos de

sabugo e sementes de ervas daninhas

Pó do exaustor Casquinha que fica entre o grão de milho e o sabugo.

O sabugo grosso é o resíduo retido no primeiro compartimento

(apêndice 01); o quebradinho de milho grosso é retido no segundo compartimento

(apêndice 02); o quebradinho de milho fino é retido no terceiro compartimento

(apêndice 03); a palha no quarto compartimento (apêndice 04); e o sabugo de milho

fino no quinto compartimento (apêndice 05).

O pó do exaustor (apêndice 06) é o resíduo que sai pelo exaustor da

máquina de limpeza. Esse exaustor promove o fluxo de ar necessário para remover

as partículas mais leves e conduzi-las para um ciclone onde decanta as impurezas e

libera o ar limpo para o ambiente.

Page 34: Estudo de Residuos de Milho

33

A quantificação dos resíduos agroindustriais gerados foi realizada

em quatro etapas, onde cada etapa compreendeu a pré-limpeza de

aproximadamente 30 toneladas de grãos de milho.

3.4 Caracterização Físico-Química dos Resíduos

De cada etapa foram retiradas amostras para caracterização dos

resíduos, sendo realizadas análises físico-químicas. Os parâmetros analisados

foram: fósforo, nitrogênio, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, carbono, matéria

orgânica, cobre, zinco, manganês, ferro, boro, pH e umidade. A metodologia

utilizada foi a de Tedesco (1985).

3.5 Destinação dos resíduos gerados pelas agroindústrias da região

Para investigar a destinação dos resíduos pelas unidades de

processamento e armazenamento de grãos foi desenvolvido um questionário

(apêndice 07). Foram realizadas visitas as unidades em funcionamento em Santa Fé

del Paraná, região do estudo. O questionário foi aplicado tanto nas propriedades que

possuem silo, como nas empresas que recebem e revendem grãos.

Page 35: Estudo de Residuos de Milho

34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na pesquisa realizada nos silos em funcionamento da região (Tabela

01), pode-se observar que os resíduos, quebradinho de milho fino e grosso são

destinados à ração animal. Porém antes de serem utilizados na alimentação de

ruminantes eles são torrados em um torrador de resíduos e depois moídos e

misturados com outros alimentos.

A alimentação de ruminantes com grãos de milho foi estudada por

alguns autores entre eles Feijó et al (1999), que mostraram a viabilidade da

utilização dos grãos moídos para alimentação de ruminantes e recomendaram a

moagem dos grãos antes de sua oferta para esses animais. Hamilton et al. (2008) e

Borgatti et al. (2004) concluíram que os grãos de milho finamente resultaram em

aumento da sua digestibilidade no interior do rumem do animal.

Page 36: Estudo de Residuos de Milho

35

Moron et al (2000) em seu estudo afirmaram que o tamanho da

partícula exerce um papel importante na degradação do amido e que a redução do

tamanho da partícula promove melhor degradabilidade para os grãos.

Tabela 01: Dados da utilização do resíduo gerado na limpeza de grãos pelas Unidades de processamento e armazenamento de grãos de Santa Fé del Paraná

Proprietário Capacidade

do silo (t) Capacidade

do secador (t) Resíduo por

secador (Kg) 1 Destinação resíduo

Proprietário 01 2600 60 700 Ração/adubo

Proprietário 02 5000 55 680 Ração/adubo

Proprietário 03 3000 25 350 Ração/adubo

Proprietário 04 9500 80 1200 Ração/adubo

Proprietário 05 3000 30 380 Ração/adubo

Proprietário 06 1400 35 500 Ração/adubo

Proprietário 07 10000 60 750 Vendido Ração/Adubo

Proprietário 08 3300 60 700 Vendido Ração/adubo

Proprietário 09 1600 35 450 Doação Ração/adubo

Proprietário 10 7000 100 1500 Vendido Ração/adubo

Proprietário 11 3000 80 1300 Vendido Ração/adubo

Proprietário 12 9000 80 1200 Vendido Ração/adubo 1 – Quebrado grosso, quebrado fino, sabugo grosso, sabugo fino, palha, resíduo do exaustor.

Ainda de acordo com a Tabela 01, o sabugo grosso e fino, a palha e

o resíduo do exaustor são devolvidos a lavoura, servindo de adubação verde para a

próxima cultura.

Segundo Cruz (2008) os restos culturais do milho aumenta o

rendimento das culturas, reduz a erosão, reduz o potencial de contaminação do

meio ambiente, a cultura do milho deixa uma grande quantidade de restos culturais

que podem contribuir para reduzir a erosão e melhorar o solo, a palha do milho deixa

uma maior quantidade de nutrientes no solo.

Page 37: Estudo de Residuos de Milho

36

Porém estes resíduos podem ser utilizados para outros fins, já que

em algumas propriedades não estão mais dispostos na lavoura sendo recolhidos e

acondicionados em bolsas de 50 quilos para diversos usos. Assim, alguns autores

estudaram a utilização desses tipos de resíduos.

Avaliando o valor nutritivo da palha de milho verde para bovinos e

comparado com outros alimentos considerados de boa qualidade Bagaldo (2007)

concluiu que a palha de milho apresentou perfil interessante para esse fim.

Faftine (2001) comparou o efeito de dietas com palha de milho com

ou sem blocos com multinutrientes na variação de peso de caprinos durante a época

de seca, os resultados encontrados indicam que as dietas com palha de milho e

blocos com multinutrientes podem reduzir as perdas de peso vivo e a taxa de

mortalidade de caprinos durante a época da seca.

Comparando a utilização do sabugo de milho com a casca de arroz,

como fonte de fibra para coelhos, Olivo et al. (1990) concluíram que os animais que

receberam a ração que possui como fonte de fibra o sabugo de milho apresentaram

um menor consumo da ração e uma melhor conversão alimentar.

Avaliando o bagaço de cana, bagaço de cana hidrolisado, o sabugo

de milho e a casca de arroz como fontes de fibra bruta em rações para alevinos de

tilápia-do-nilo, Boscolo et al. (2000) concluíram que o peso final dos animais

alimentados com a ração contendo sabugo de milho foi superior as outras fontes.

Também foi constatado que a maioria das empresas vende os

resíduos para outros agricultores. Já os produtores que tem silo utilizam como

complemento na alimentação de ruminantes e adubo na propriedade.

Na tabela 02 são apresentados os dados da quantidade de resíduos

gerados na limpeza de grãos de milho.

Page 38: Estudo de Residuos de Milho

37

Tabela 02: Quantidade de resíduo gerados por 30 toneladas de milho. Resíduos Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Média

Quebrado grosso 233,5 213 225,5 231,5 225,875

Quebrado fino 35 22 30 28 28,75

Sabugo Grosso 10,5 7,5 9 8,5 8,875

Sabugo Fino 85,5 82,5 80 83 82,75

Palha 18,5 16 17 17,5 17,25

Resíduo exaustor 9,5 12 8 8,5 9,5

Total 392,5 353 369,5 377 373

O peso do sabugo fino, sabugo grosso, resíduo do exaustor é baixo,

porém o volume que ocupa é grande, diferente do quebrado de milho grosso, fino e

a palha. A média de resíduo produzido é de 373 Kg a cada 30 toneladas de grãos

limpos. Na unidade foram processadas 1800 toneladas de grãos. Então são

aproximadamente 22 toneladas de resíduos produzidos na safra de milho 2009.

Na Tabela 03 são apresentados os resultados da determinação das

propriedades físicas e químicas dos resíduos agroindustriais analisados.

Os valores de fósforo, nitrogênio e cálcio foram maiores para palha

de milho do que nos outros resíduos. Os teores de potássio foram maiores para o

sabugo de milho grosso.

Para o cálcio, o cobre, o zinco, o manganês, o ferro e o boro os

maiores teores foram encontrados no resíduo do pó do exaustor. Os teores de

enxofre, carbono e matéria orgânica foram maiores no quebradinho de milho grosso.

O pH foi similar em todos os resíduos. Os valores de ferro para todos os resíduos

podem ter sido influenciados pela máquina de pré-limpeza e o exaustor da máquina

de pré-limpeza serem equipamentos antigos com aproximadamente quinze anos de

fabricação.

Page 39: Estudo de Residuos de Milho

38

Tabela 03: Análise das propriedades físicas e químicas dos resíduos.

Determinações Quebradinho

grosso

Quebradinho

Fino

Sabugo

Grosso

Sabugo

Fino Palha

Pó do

exaustor

P (g kg-1) 3,14 4,04 1,27 0,85 4,11 2,85

N (g kg-1) 15,48 19,19 10,63 7,74 23,74 20,12

K (g kg-1) 5,73 7,78 12,93 10,03 10,07 7,23

Ca (g kg-1) 0,28 0,48 0,73 0,78 0,98 2,98

Mg (g kg-1) 1,55 2,10 1 0,85 2,15 2

S (g kg-1) 1,15 0,72 0,61 0,65 0,94 0,72

C (g kg-1) 360,05 350,82 310,19 225,72 352,66 227,11

M O (g kg-1) 619,28 603,40 533,53 388,24 609,58 390,62

Cu (mg kg-1) 3 6 6,5 8 7 12,50

Zn (mg kg-1) 34,5 50 32,5 30,50 49 87

Mn (mg kg-1) 15,5 38,5 26,50 26,50 42 104

Fe (mg kg-1) 284,5 513 150,50 207 537 711,50

B (mg kg-1) 5,6 7,84 5,6 7,84 6,72 8,96

pH 4,93 4,95 5,07 4,82 4,92 4,99

Umidade (%) 28,49 36,01 49,23 46,12 35,1 18,46

Avaliando os efeitos do uso de cobertura morta sobre a nutrição

mineral e produção do milho em diferentes épocas do ano, Carvalho et al (2007)

avaliou as propriedades físicas e químicas da palha de milho, dos grãos de milho e

do sabugo de milho. As concentrações obtidas para a palha de milho foram N 4,5 a

7,8 g kg-1, P 0,4 a 1,2 g kg-1, K 10 a 13,6 g kg-1, Ca 2,8 a 3,6 g kg-1, Mg 1,9 a 2,9 g

kg-1, Fe 72 mg kg-1, Mn 49,4 a 89,4 mg kg-1, Zn 40 a 53,4 mg kg-1.Os resultados do,

magnésio e zinco ficaram dentro da faixa encontrada pelos autores, os valores de

nitrogênio, fósforo e ferro ficaram acima e os valores para cálcio e manganês ficaram

abaixo do encontrado

Para os grãos de milho os mesmos autores obtiveram como

resultados N 10,8 a 13,8 g kg-1, P 1,8 a 4,1 g kg-1, K 1,0 a 1,5 g kg-1, Ca 1,0 a 1,5 g

Page 40: Estudo de Residuos de Milho

39

kg-1, Mg 1,0 a 2,4 g kg-1, Fe 47 a 65,3 mg kg-1, Mn 25,6 a 40,9 mg kg-1, Zn 35,5 a

52,4 mg kg-1. Os resultados para fósforo, magnésio, manganes e zinco ficaram

dentro da faixa encontrada pelos autores, o nitrogenio potássio e ferro ficaram acima

e os valores do calcio ficaram abaixo.

Para o sabugo de milho Carvalho et al (2007) encontraram como

resultados N 4,5 a 7,5 g kg-1, P 0,6 a 1,1 g kg-1, K 6,6 a 8 g kg-1, Ca 1,0 a 2,0 g kg-1,

Mg 0,8 a 1,6 g kg-1, Fe 41,1 a 106,4 mg kg-1, Mn 31 a 37,1 mg kg-1, Zn 62,8 a 92,3

mg kg-1. Os valores de fósforo e magnésio ficaram dentro da faixa do estudo, os de

nitrogênio, potássio e ferro ficaram acima e os valores de cálcio, manganês e zinco

ficaram abaixo.

Nesse estudo somente os níveis de magnésio ficaram dentro do

encontrado por Carvalho et al (2007), a diferença entre os outros macro e micro

nutrientes pela adubação utilizada e aos solos serem diferentes, já que na área de

estudo o solo é o latossolo roxo e na estudada por esse autor o solo é latossolo

amarelo que é um solo com baixo teor de matéria orgânica.

Manfredini e Sattler (2005) apresentaram dados qualitativos e

quantitativos relacionados ao consumo de energia de cerâmica vermelha do Estado

do Rio Grande do Sul, entre os combustíveis utilizados pelas indústrias há uma

delas que utiliza o sabugo de milho. O poder calorífico do sabugo milho é de

aproximadamente 3800 kcal kg-1(BENTA, 1997) o que significa que podem ser

utilizados como combustível alternativo sólido.

A empresa Monsanto, vendedora de produtos para a agricultura,

utiliza o sabugo de milho como matéria-prima para a geração de energia na

secagem de sementes de milho e sorgo (Monsanto, 2009).

Page 41: Estudo de Residuos de Milho

40

A eficiência da queima esta diretamente associada ao fator umidade,

já que quando este é reduzido, a temperatura da queima aumenta e,

conseqüentemente aumenta a eficiência do produto (BENTA, 1997).

Santos et al ( 2006) avaliou as modificações técnicas e operacionais

em um secador rotativo comercial, quantificando a energia demandada por

quilograma de água evaporada na secagem do café, mantendo as suas qualidades

originais de campo, e entre os combustíveis analisados utilizou o sabugo de milho, a

umidade do sabugo para a queima foi de 11, 54% neste estudo a umidade foi de

49,26% para o sabugo grosso e 46,12% para o sabugo fino sendo necessário

portanto a diminuição dessa umidade para que a queima do sabugo seja eficiente,, a

quantidade de sabugo utilizado foi de 8,9 kg h-1 para a secagem de grãos de café no

secador modificado, sendo que neste estudo a cada 30 toneladas de secagem de

milho geram aproximadamente 91 Kg já da para secar por 10 horas esses grãos.

O pó do exaustor, é um resíduo rico em vários nutrientes,

principalmente em ferro, pode ser destinado a compostagem, porém ele deve ser

misturado com outro resíduo que seja rico em carbono, pois usa relação C/N é 11/1,

sendo baixa para compostagem.

Page 42: Estudo de Residuos de Milho

41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto econômico e social que esta inserida a unidade

estudada, os resíduos quebradinhos grossos e finos moídos podem ser utilizados

como suplemento alimentar na ração animal.

Nesse estudo não foi avaliado a parte nutricional dos resíduos para

serem destinados a alimentação animal, logo fica como sugestão para outros

trabalhos analisar a parte de nutrição animal e comparar com outros alimentos.

O sabugo de milho pode ser utilizado como fonte de energia, na

fornalha para a secagem de grãos, diminuindo o custo do processo, já que tem a

quantidade de resíduos gerados na limpeza de 30 toneladas de milho é suficiente

para utilizar na queima, sendo necessária a secagem do sabugo para diminuir a

umidade.

Page 43: Estudo de Residuos de Milho

42

Page 44: Estudo de Residuos de Milho

43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCALDE, C. R.; FAUSTINO, J. O.; GONÇALVES, G. D.; MODESTO, E. C.; SANTOS, G. T. dos; SILVA, D. C. da; SILVA, K. T. da; ZAMBOM, M. A. Valor Nutricional da Casca do Grão de Soja, Farelo de Soja, Milho Moído e Farelo de Trigo para Bovinos. Maringa: Acta Scientiarum v. 23, n4, p. 937-943, 2001. ANDRADE, F. A. de O. de; ARRUDA, F. A. V.; AZEVEDO, A. R. de; SALES, R. de O.; SOUZA, P. Z. Consumo de Nutrientes por Ovinos Alimentados com Diferentes Dietas à Base de Resíduos da Agroindústria. Ver. Cient. Prod. Anim., v. 3, n. 1, p. 68-76, 2001. BABILÔNIA, J. L.; ANDRADE, I. F. de; OLIVEIRA, E. R. de; PAIVA, P. C. de A.; PEREZ, J. R. O; RESENDE, C. A. P. de. Avaliação do Resíduo amonizado da pré-limpeza de soja associado à cana-de-açúcar no desempenho de bovinos inteiros confinados. Lavras: UFLA, 2000 p.10. BAGALDO, A. R. Valor nutritivo da palha de milho verde para bovinos. Rev, Bras. Saúde Prod. Na. n.2, p. 112-121, 2007. BARBOSA, F A.. Alimentos na Nutrição de Bovinos. Salvador: UFBA, 2004 p.1. Disponível em www.agronomia.com.br/conteudo/artigos. Acesso 10/10/2009. BARRELLA, W. D.; BRAGATTO, S. A. Otimização do sistema de Armazenagem de Grãos: Um estudo de caso. Revista produção on line, v.1, 2001 p.8. Disponível em: www.abepro.org.br. Acesso 25/03/2009.

Page 45: Estudo de Residuos de Milho

44

BASTOS, R.; BEZERRA, J. R. M. V.; BRANCO, I. G.; RIGO, M.; ZIGLIO, B. R. Elaboração de Pães com Adição de Farinha de Sabugo de Milho. Revista Ciências Exatas e Naturais, Vol. 9 nº 1, Jan/Jun 2007 p.14. BENTA, E. S. Estudo da Secagem de Sabugo de Milho em Ciclone. Dissertação (mestrado). Campinas: Unicamp, 1997 p.153. BLUNDI, C. E.; CAMPOS A. L. de O. Avaliação de Matéria Orgânica em Compostagem: Metodologia e Correlações. Lima: n: XXVI Congreso Interamericano de Ingenieria Sanitaria y Ambiental, 1998 p.17. BORGATTI, L. M. O.; FERREIRA, F. A.; PASSINI, R.; RODRIGUES, P. H. M. Degradabilidade no Rúmen Bovino de Grãos de Milho Processados em Diferentes formas. Brasília: Pesq. Agropec. bras., v.39, n.3, p.271-276, mar. 2004. BOSCOLO, W. R.; HAYASHI, C.; MEURER, F.; SOARES, C. M. Fontes de Fibra Bruta em Dietas de Alevino de Tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus). Maringa: Acta Scientiarum, 22(3) p. 689-694, 2000. CARVALHO, J. G. de; KATO, M. do S. A.; PARRY, M. M.; VIELHAUER, K.. Estado Nutricional e Produção do Milho Cultivado em Diferentes Épocas Sob Cobertura Morta e Duas Adubações. Belém: Rev ciênc. agrár. N47, p. 113-135, 2007. CASTILHOS JR, A. B.; GOMES, L. P.; LANGE, L. C.; PESSIN, N.. Resíduos Sólidos Urbanos: Aterro Sustentável para Municípios de Pequeno Porte. Rio de Janeiro: ABES, RiMa, 2003, 94p. CESTARI, H. Jr.; GOTTARDO, F. A. Implantação de Um Sistema de Armazenagem de Grãos: Um Estudo de Caso em Uma Média Propriedade Rural em Campo Mourão – PR. Revista Agronegócios e Meio Ambiente, v., n.1, p55-76, jan./abr. 2008. CONAB. Seguimiento de la Campaña Brasileña de Granos décimo levantamiento, Julio 2009. Brasilia: Conab, 2009 p. 41. CONAB. Situação da Armazenagem no Brasil 2006. Brasília: Conab, 2006 p.15. CRUZ, J. C.. Cultivo do Milho: o milho em sistema de plantio direto. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, ISSN 1679-012X versão eletrônica 4 ed., 2008 p.1. Disponível em: www.cnpms.embrapa.br/publicacoes. Acesso em 08/06/2009. DUARTE, J. de O. Cultivo do Milho: importância econômica. Embrapa Milho e Sorgo, 2009. Disponível em: http://cnptia.embrapa.br/. Acesso: 30/10/2009. EMBRAPA. Metodologia de Caracterização Morfológica de Palha de Milho Baseada em Microscopia Ótica e Eletrônica. ISSN 1518-7179. São Carlos: Embrapa Instrumentação Agropecuária, 2008 p. 12.

Page 46: Estudo de Residuos de Milho

45

FAFTINE, O. L. J. Desempenho de Caprinos e Digestibilidade de Dietas com Palha de Milho e Blocos com Multinutrientes, Durante a Época da Seca, no Sul de Moçambique. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos. Pirassununga: USP, 2001. FEIJÓ, G. L. D et al. Efeito do Processamento do Grão de Milho na Engorda de Bovinos Confinados. Anais da XXXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Campo Grande: EMBRAPA, 1998. FETT, M. S.; RODEL, Norma. Beneficiamento de Sementes Resposta Técnica. Rio Grande do Sul: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT, 2007. Disponível em: www.sbrt.ibict.br. Acesso em: 27/03/2009. HAMILTON, T. R.. Processamento de Grãos de Milho para Ruminantes: Digestibilidade Aparente e “in situ”. São Paulo, Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci, v. 45, n. 1, p.35-40, 2008. LAUFENBERG, G.; KUNZ, B.; NYSTROEM, M. Transformation of vegetable waste into value added products: (A) the upgradin concept; (B) practical implementations. Bioresource Technology, v. 87,n. 2, p. 167-198, 2003. LERAYER, A. Guia do Milho Tecnologia do Campo à Mesa. Conselho de Informações sobre Biotecnologia, 2006 p.16. LOPES, J. C. de J. Resíduos Sólidos Urbanos: consensos, conflitos e desafios na gestão institucional da Região Metropolitana de Curitiba/PR. Tese (Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento). Curitiba: UFPR, 2007 p.252. MANFREDINI, C.; SATTLER, M. A. Estimativa da Energia Incorporada a Materiais de Cerâmica Vermelha no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Ambiente Construído, v. 5, n.1, p. 23-37, 2005. MONTEIRO, A. C.; PENARIOL, M. C.; PEREIRA, G. T.; PITELLI, R. A. Produção de Bipolaris euphorbiae em meio de cultura sólidos e líquidos obtidos de grão e resíduos agroindustriais. Campinas: Bragantia vol.67 n.4, p. 805-814, 2008. MORON, I. R.; OLIVEIRA, A. I. G. de; OLIVEIRA, J. S. e; PEREZ, J. R. O.; TEIXEIRA, J. C. Cinética da Digestão Ruminal do Amido dos Grãos de Milho e Sorgo Submetidos a Diferentes Formas de Processamento. Lavras: Ciênc. Agrote. V.24, n.1, p. 208-212, jan./mar., 2000. MONSANTO. Monsanto Company. São Paulo,Monsanto, 2009. Disponível em: www.monsanto.com.br. Acesso em 02/11/2009. NBR 10004. Resíduos Sólidos – Classificação. ABNT, 2004, p.71. NUNES, M. L.; SENA, R. F. Utilização de Resíduos Agroindustriais no Processamento de Rações para Carcinicultura. Ver. Brás. Saúde Prod. Na. v.7, n2, p. 94-102, 2006.

Page 47: Estudo de Residuos de Milho

46

OLIVEIRA, M. F. de. Unidade de Armazenagem de Grãos: Concepção e Técnicas Construtivas. Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Maria: UFSM, 2008, p. 63. OLIVO, C. J.; ROCHA, I. C.; ROSA, A. P. Comparação entre Sabugo de Milho e Casca de Arroz como Fontes de Fibra em Rações para Coelhos em Crescimento e Terminação. Santa Maria: Rev. Centro de Ciências Rurais, vol. 20, n. 3, p. 343-349, 1990. PUZZI, D. Abastecimento e armazenagem de Grãos. Campinas, SP: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 2000 p.666. REZENDE, A. C. de. Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) em Unidades Armazenadoras de Grãos a Granel. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola). Faculdade de Engenharia Agrícola. Campinas, UNICAMP, 2003, p. 76. SANTOS, R. R. dos; LACERDA, A. F. Filho; MELO, E. C.; SILVA, J. S. e. Modificações Técnicas e Operacional em um Secador Rotativo para a Secagem do Café (Coffea arábica L.). Viçosa: R. Bras. Armaz., especial café, n.9, p 1-11, 2006. SILVA, B. A. N. A Casca de Soja e Sua Utilização na Alimentação Animal. Revista Eletronica Nutrime, v.1, n°1, p.59-68, julho⁄agosto, 2004. SILVA, H. da C. Estudo da Influência do Empuxo Lateral Causado por Grãos nas Paredes de Grandes Silos Horizontais. 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia): Porto Alegre, UFRGS, 2002 p. 106. SILVA, L. C. Armazenagem de Grãos. Alegre: Universidade Federal do Espírito Santo, 2004. Disponível em www.agais.com/armgraos.htm TEDESCO, N. J.; VOLKWWISS, S.J.; BOHNYN, H. Análise do Solo Plantas e outros materiais. Porto Alegue: Departamento de solos, Faculdade de Agronomia, URFS, 1985. 188 p. TIMOFIECSYK, F. do R.; PAWLOWSKY, U. Minimização de Resíduos na Indústria de Alimentos: Revisão. Curitiba, B. Ceppa, v. 18, n.2, p. 221-236, 2000. WERBER, É. A. Excelência em Beneficiamento e Armazenagem de Grãos. Canoas: Sales, 2005, p. 586.

Page 48: Estudo de Residuos de Milho

47

APÊNDICES

Page 49: Estudo de Residuos de Milho

48

Apêndice 01: sabugo de milho grosso

Apêndice 02: quebrado de milho grosso

Page 50: Estudo de Residuos de Milho

49

Apêndice 03: quebrado de milho fino

Apêndice 04: Palha de milho

Page 51: Estudo de Residuos de Milho

50

Apêndice 05: Sabugo de milho fino

Apêndice 06: Pó do exaustor

Page 52: Estudo de Residuos de Milho

51

FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

1. Proprietário:________________________________________________

2. Localização da propriedade:____________________________________

3. Área de milho plantado?____________________

4. Rendimento por alqueire?___________________

5. Capacidade do secador?____________________

6. Quantidade de resíduo produzido por secador?__________

7. Tempo de secagem?_____________

8. Destinação do resíduo da pré-limpeza?__________

9. Quantidade de resíduo torrado?_____________

10. Capacidade do silo?_______________

11. Quantidade de milho estocado?_________________

Apêndice 07: pesquisa realizada nos Silos da região de Santa Fé