Estudo e Analise Centro Mae
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UNIVERSIDADE DA MADEIRA
Ciências da Cultura
Introdução às Ciências Empresariais
1º Semestre/2007-2008
ESTUDO DE CASO
“CENTRO DA MÃE”
Orientador:
Professor Doutor Fernando Colmenero Ferreira
Trabalho realizado por:
Lúcia Silva nº 2108806
Rafael Vale nº 2007307
Sara Babau nº 2099906
Sílvia Gomes nº 2103206
FUNCHAL
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 2
“Quando a criação humana
desperta para um grande sonho e
sobre ele lança toda a sua
alma…todo o Universo conspira a
seu favor”
(Goethe)
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 3
AGRADECIMENTOS
O Grupo agradece à Drª Mónica Vasconcelos, pela sua disponibilidade e
colaboração, que em muito contribuiu para a realização do trabalho
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................ 5
1 – ORGANIZAÇÃO ....................................................... 7
2 – HISTORIAL ............................................................... 15
3 – ENQUADRAMENTO LEGAL ................................... 16
4 – PLANO ESTRATÉGICO ........................................... 19
4.1. Missão ............................................................................. 20
4.2. Objectivos ...................................................................... 21
4.3. Estratégia ....................................................................... 22
4.3.1. Análise SWOT ...................................................................... 24
4.3.2. Análise PEST ........................................................................ 26
5 – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ............... 27
6 – PROJECTOS FUTUROS .......................................... 28
7 – PROTOCOLOS E COLABORAÇÕES ..................... 29
CONCLUSÃO ................................................................. 30
ANEXOS ......................................................................... 32
BIBLIOGRAFIA .............................................................. 45
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 5
INTRODUÇÃO
Este estudo tem como objectivo a análise de uma instituição de
Solidariedade Social que apoia mães e jovens adolescentes em risco do sexo
feminino – Associação de Solidariedade Social Centro da Mãe, designado
neste trabalho, a partir de agora, por Centro da Mãe.
As utentes que são apoiadas por esta instituição têm idades
compreendidas entre os 14 e os 25 anos e provêm de toda a ilha da Madeira1.
O ambiente em que as utentes estão inseridas, caracteriza-se como um
meio sociocultural e económico baixo.
A maior parte não possui o 2.º Ciclo do Ensino Básico. Esta carência
escolar dificulta-lhes a integração na sociedade principalmente, no mundo do
trabalho.
Perante as circunstâncias que se apresentam, uma das preocupações do
Centro da Mãe é preencher esta lacuna, proporcionando-lhes condições para a
realização dos seus estudos.
O presente trabalho pretende, através do estudo de um caso, mostrar
como uma instituição de Solidariedade Social - Centro da Mãe - consegue,
aproximar a ajuda económica à filosofia de Responsabilidade Social
preocupando-se com as necessidades das mães e as jovens adolescentes em
risco.
Nesta perspectiva pretende-se, assim, aplicar ao longo dos vários
capítulos, os conhecimentos adquiridos na disciplina, no âmbito do estudo de
1 Ver Anexo 1
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 6
todos os aspectos relacionados com a gestão e com a criação de uma
Empresa, que neste trabalho se traduz numa organização sem fins lucrativos.
Para este estudo de caso é necessário abordá-lo numa perspectiva de
ambiente das empresas/associações, conforme a figura que se segue.
Fig. 1 – Ambiente das Empresas
Gestão das Organizações, Sebastião Teixeira (adaptado)
CENTRO DA MÃE
AMBIENTE
DE TAREFA
Clientes
Concorrentes Grupos
Regulamentadores
Fornecedores
AMBIENTE GERAL
Variáveis
tecnológicas
Variáveis
económicas
Variáveis
sociais
Variáveis
ecológicas
Variáveis
demográficas
Variáveis
legais
Variáveis
políticas
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 7
1 - ORGANIZAÇÃO
“…a organização para existir (nascer e
desenvolver-se), necessita de motivar os agentes –
indivíduos e organizações – que, externa e
internamente, vão constituir a sua fonte de actividade
e dar a esta um objectivo útil.”
Sousa (2004)
Para que o propósito de uma organização seja consistente e constante
(mesmo que seja uma organização sem fins lucrativos, como é este o caso) é
necessário um conjunto de valores, que deverão ser duradouros e conhecidos
dentro da organização.
Para criar a consistência, a associação recorre às quatro funções da
gestão, fundamentais para o seu bom funcionamento, e que estão todas
interligadas, como podemos observar no seguinte esquema:
Fig. 2 – Funções da Gestão
Fonte: Gestão das Organizações, Sebastião Teixeira (adaptado)
Planeamento Organização
Direcção Controlo
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Vejamos em pormenor, como se organiza a Instituição, relativamente às
quatro funções [baseamo-nos nas definições de Sebastião Teixeira (2005) e
nas aulas desta disciplina]:
Planeamento – O Planeamento é o processo de determinar antecipadamente
o que deve ser feito e como fazê-lo. Permite preparar o futuro com um
programa de acção, tendo por objectivo a consecução de determinados
resultados, a linha de conduta a seguir, as etapas a percorrer e os meios a
empregar. Assim, o Centro da Mãe, ao planear a intervenção educativa numa
perspectiva de funcionalidade e pertinência das aprendizagens ajustando-as ao
contexto familiar, social e cultural das educandas de forma a promover o
ensino. Procede a uma avaliação criteriosa das necessidades das jovens
mães, sendo os resultados esperados a realização pessoal, garantia do direito
à vida e bem-estar, tanto das mães como dos seus filhos. Outra preocupação é
angariar fundos e divulgar a Instituição.
Organização – é o processo de estabelecer relações formais entre pessoas e
recursos para atingir os objectivos. Organizar uma instituição significa reunir
tudo o que é útil para o seu funcionamento (matérias-primas, meios de
trabalho, capitais, pessoal).
O facto do Centro da Mãe possuir parcos recursos económicos dificulta
a gestão. Os protocolos e doações são por vezes insuficientes para a
consecução dos objectivos.
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 9
Relação dos Recursos Financeiros:
2500€ mensais por parte da S.R.A.S. – Secretaria Regional dos
Assuntos Sociais
5000€ anuais Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Associados – cerca de 100 – Jóia 20€ e anuidade 30 €
Donativos diversos durante o ano por diversas empresas e particulares.
Relação dos Recursos Técnicos:
3 Computadores fixos
1 Portátil
4 Impressoras jacto de tinta
Ligação à Internet Wireless
3 Telefones1
1 Fax
1 Telemóvel
Relação dos Recursos Humanos:
Colaboradores/ Funcionários a Tempo Inteiro:
Administrativa – Paula Pimenta – funções: contabilidade, trabalho
burocrático, gestão dos fundos semanais e dos gastos, envio de cartas e
resposta a emails.
Assistente Social – Mónica Vasconcelos – responsável por avaliar
todas as situações que são encaminhadas para o Centro da Mãe do
ponto de vista sócio – económico. Dependendo da resposta a dar à
situação e após contacto com os restantes Técnicos de Serviço Social
de toda a ilha para recolha de informações úteis ao acompanhamento
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dos processos encaminhará estes para os diversos apoios existentes na
comunidade. Cabe-lhe ainda acompanhar; quando necessário; as
utentes a consultas e outros eventos. É responsável pela organização
do Curso de Competências Sociais e Parentais a decorrer
semanalmente no Centro da Mãe. Colabora com as Comissões de
Protecção de Crianças e Jovens e com o Tribunal de Menores. Participa
na elaboração de acordos de inserção no âmbito do Rendimento Social
de Inserção e colabora com a Direcção na organização de eventos.
Irmãs da Congregação do Bom Pastor – Colaboram na elaboração das
tarefas semanais das utentes e organizam a distribuição dos donativos
materiais. Apoiam na elaboração dos enxovais das grávidas e mães e
dão algum apoio e suporte emocional às utentes.
Psicólogas – Katerina Leacock e Ana Medeiros – Apoiam
psicologicamente as utentes e contactam com os Técnicos de outras
Instituições, Centros de Saúde e Hospital. Apoiam a direcção no que
toca à organização de eventos.
Professoras – apoio escolar e preparação para os exames do Ensino
Recorrente de 5.º e 6.º Ano.
Colaboradores em Regime de Voluntariado:
Toda a Direcção e Conselho Fiscal;
Vários voluntários que apoiam na organização de eventos;
2 Voluntários da área de marketing;
Diversos voluntários que apoiam quando é necessário auxiliar os filhos
das utentes enquanto estas se encontram em formação.
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 11
Direcção – processo de determinar ou influenciar o comportamento dos outros.
O comando é exercido pelos diferentes chefes que compõem a instituição, e
cada um só pode ser responsável pela unidade em que está inserido. Nesta
instituição, e apesar de por vezes, os elementos que compõem a direcção,
sentirem uma certa frustração, devido à maioria das mães acompanhadas pelo
Centro, não conseguirem construir um projecto de vida sólido. Todavia,
conseguem, mesmo assim, estar motivados para seguirem com este projecto.
Ao mesmo tempo nota-se que existe uma boa comunicação que se traduz num
estilo de liderança eficaz, característica essencial à direcção de qualquer
empresa.
Controlo – processo de comparação do actual desempenho com os standards
previamente estabelecidos e apontar as eventuais acções correctivas. Consiste
em verificar se tudo funciona conforme o programa de planeamento. Nesta
função, os gestores do Centro procuram verificar em que medida as regras do
seu estatuto interno estão a ser aplicadas e cumpridas. Relativamente às
actividades já desenvolvidas com as utentes, os gestores observaram que os
objectivos foram alcançados com alguns avanços e recuos, devido à falta de
assiduidade de alguns elementos do grupo. Como complemento da sua
formação, as jovens mães tiveram aulas de educação física, o que foi muito
bem aceite por estas sendo de salientar os progressos, nomeadamente na
Natação e no Ténis.
O Centro da Mãe, está hierarquizado por três níveis de gestão
(Institucional, Intermédio e Operacional):
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Nível institucional - que se caracteriza como tendo uma forte componente
estratégica, como a determinação do rumo a seguir a médio e a longo prazo
bem como a formulação de políticas gerais. Tem uma forte ligação com a
função de Planeamento. Este cargo é ocupado pela Presidente (Rosemarie
Blandy), pelo Conselho Fiscal (Luísa Tavares e Filipa Veiga França) e pela
Direcção (Rita Vasconcelos, Martine Ribeiro e Evelina Tavares)
Nível intermédio – caracterizado por uma componente táctica relacionada com
a movimentação dos recursos no curto e médio prazo e na elaboração de
planos e programas específicos Este por sua vez é desempenhado pelos
directores de divisão, da área funcional e de departamento. Nesta instituição,
fazem parte deste nível, a Assistente Social (Mónica Vasconcelos), a psicológa
(Katerina Leacock), as Professoras (Mª Manuel e Idalina), a Administrativa
(Paula Pimenta) e as 3 Irmãs da Congregação do Bom Pastor (Irmã Maria
Alice, Irmã Maria Isabel, Irmã Maria de Lourdes), por serem responsáveis pelas
diferentes áreas essenciais ao bom funcionamento do Centro.
Nível operacional – caracterizado por uma componente técnica. A actividade
destes gestores traduz-se na execução de rotinas e procedimentos
(supervisores, chefes de serviço, encarregados, chefes de secção). Adaptando
este nível à realidade do Centro, fazem parte a Psicóloga em Estágio
Profissional pelo Insituto Regional de Emprego (Ana Medeiros), as auxiliares,
os colaboradores e os voluntários.
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Os gestores da instituição, alvo do nosso estudo, possuem
competências essenciais para serem eficientes e eficazes, tal como
competências Conceptuais, técnicas e interpessoais.
Conceptuais – é a capacidade de compreender ideias gerais e abstractas e
aplicá-las em situações concretas, tendo a capacidade de ver a organização
como um todo. Um gestor com estas características apercebe-se da forma
como as várias funções da organização se completam umas às outras e se
afectam mutuamente,
Técnicas – é a capacidade de usar e seleccionar a tecnologia apropriada.
Desenvolvem novos processos operacionais e gerem orçamentos.
Relações Humanas – é a capacidade de compreender, motivar e conseguir o
empenho das outras pessoas na empresa. Um gestor com estas características
consegue comunicar, trabalhar e entender as atitudes/comportamentos dos
indivíduos e dos grupos.
O grau de desenvolvimento de cada uma destas aptidões está
relacionado com o nível de gestão em que o gestor se encontra.
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 14
Fig. 3 - Organigrama do Centro de Mãe
Presidente
Rosemarie Blandy
Conselho Fiscal Luísa Tavares e Filipa
Veiga França
Direcção Rita de Vasconcelos,
Martine Ribeiro,
Evelina Tavares
3 Irmãs da Congregação do Bom Pastor Irmã Maria Alice Irmã Maria Isabel Irmã Maria de Lourdes
Técnicos Destacados
da S.R.E.
Psicóloga – Katerina
Leacock
Professoras – Mª
Manuel e Idalina
Funcionários Contratados pelo Centro da Mãe Administrativa – Paula Pimenta Assistente Social –
Mónica Vasconcelos
Em Estágio Profissional pelo I.R.E. orientada pela Assistente Social da Instituição
Psicóloga – Ana Medeiros
Voluntários
S.R.E. – Secretaria Regional de Educação
I.R.E. – Instituto Regional de Emprego
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2 - HISTORIAL2
Foi pela altura da campanha contra a despenalização do aborto, que se
evidenciaram as dificuldades que sentem muitas grávidas, particularmente
quando a solução desejável não é o aborto.
A História desta Associação é curta e surge como consequência das
acesas discussões em torno da despenalização do aborto. Secundando esta
discussão e após o referendo de 1998, no Funchal, começa a história do
Centro da Mãe.
Em 1999, um grupo de pessoas, considerou necessário a
existência na Madeira de um lar para acolher mães em situação de risco, com
os seus filhos, principalmente as mães e grávidas mais jovens, criaram a
Associação de Solidariedade Social Centro da Mãe.
A sede social do Centro da Mãe, encontra-se no concelho do Funchal, na
Rua Brigadeiro Oudinot 10, 2º andar.
O Horário de funcionamento do Centro da Mãe é das 9:00 às 12:30
horas e das 14:00 às 17:30 horas.
2 Vide Anexo 1
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3 – ENQUADRAMENTO LEGAL
As variáveis legais (contexto político – legal) inerentes ao ambiente geral
de uma empresa ou organização consiste num conjunto de leis reguladoras,
controladoras, incentivadoras ou restritivas que condicionam o comportamento
empresarial ou organizacional.
O Centro da Mãe é uma Instituição Particular de Solidariedade Social
(IPSS). Estas instituições caracterizam-se por serem de iniciativa particular e
sem fins lucrativos.
Os objectivos das IPSS são:
Apoio a crianças e jovens;
Apoio à família;
Protecção dos cidadãos na velhice e invalidez e em todas as
situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de
capacidade para o trabalho;
Promoção e protecção da saúde, nomeadamente através da
prestação de cuidados de medicina preventiva, curativa e de
reabilitação;
Educação e formação profissional dos cidadãos;
Resolução dos problemas habitacionais das populações.
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Estes objectivos são concretizados, nomeadamente, através de
respostas de acção social em equipamentos e serviços bem como de parcerias
em programas e projectos (art.º 4.º do EIPSS). As IPSS, nos casos em que os
objectivos se enquadram no âmbito da acção social/segurança social, podem
celebrar acordos de cooperação com os Centros Distritais do Instituto de
Segurança Social (ISS), tendo em vista a promoção do acesso a serviços e
equipamentos sociais, ou acordos de gestão através dos quais assumem a
gestão dos equipamentos pertencentes ao Estado (art.º 4.º do EIPSS). Para
além do apoio técnico/financeiro previstos nestes acordos, as instituições têm
ainda acesso a outros apoios financeiros destinados a investimentos na criação
ou remodelação dos estabelecimentos sociais. Uma vez registadas, as IPSS
adquirem o estatuto de pessoas colectivas de utilidade pública advindo daí, por
parte do Estado, a atribuição de benefícios (isenções fiscais, apoios
financeiros) e encargos (prestação de contas, obrigação de cooperação com a
Administração Pública) – art.º 8.º do EIPSS.
As instituições particulares de solidariedade social podem ser de
natureza associativa ou de natureza fundacional (art.º 2.º do EIPSS).
São de natureza associativa:
- As associações de solidariedade social (são, em geral associações
com fins de solidariedade social que não revestem qualquer das formas das
associações a seguir indicadas);
As associações de voluntários de acção social;
As associações de socorros mútuos ou associações mutualistas;
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As irmandades da Misericórdia.
As associações mutualistas dispõem de um regime autónomo –
Decreto-Lei n.º 72/90, de 3 de Março que aprovou o Código das Associações
Mutualistas e Regulamento de Registo aprovado pela Portaria n.º 135/2007, de
26 de Janeiro.
São de natureza fundacional:
As fundações de solidariedade social;
Os centros sociais paroquiais e outros institutos criados por
organizações da Igreja Católica ou por outras organizações
religiosas, sujeitos ao regime das fundações de solidariedade
social (art.º 40.º de EIPSS).
Por sua vez, as IPSS, podem agrupar-se em:
Uniões;
Federações;
Confederações.
Uma IPSS constitui-se por escritura pública e adquire personalidade
jurídica (art.º 52.º, n.º 2 do EIPSS).
Portaria n.º 466/86, de 25 de Agosto;
Despacho Normativo n.º 75/92, de 20 de Maio;
Decreto-Lei n.º 64/2007, de 14 de Março.
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4 – PLANO ESTRATÉGICO
Fig. 4 – Planeamento Estratégico
In, Gestão das Organizações, Sebastião Teixeira
O Planeamento Estratégico assenta no método pelo qual a empresa
define a mobilização dos seus recursos para alcançar os objectivos propostos.
Esses objectivos podem ser de curto, médio e longo prazo.
A existência de Planeamento é um factor fundamental para que os
objectivos traçados sejam atingidos de forma eficiente e eficaz, rentabilizando
ao máximo os recursos existentes (disponíveis). A estruturação articulada de
metas, permite traçar os objectivos dos mais gerais (estratégicos) para os mais
particulares (individuais), num processo em cascata.
Definição da missão
Análise do ambiente
externo
Análise interna da
empresa
Objectivos
Estratégia
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A Participação de cada elemento da organização deve ser valorizada e
consertada entre todos, o que vai ao encontro de Peter Drucker: “cada
trabalhador deve ser gestor do seu próprio trabalho”.
A Motivação de todos os intervenientes pauta-se pela fusão dos
objectivos individuais com os objectivos gerais. A Missão da Associação pode
também ser a do indivíduo.
4.1. Missão
A Missão de uma organização consiste:
na definição dos seus fins estratégico gerais,
no enunciado dos propósitos gerais,
na intenção fundamental da gestão global,
na filosofia básica da actuação da empresa,
no ponto de partida para a definição dos objectivos que a ela estão
subordinados3.
O Centro da Mãe, como Instituição de Solidariedade Social, tem como
Missão apoiar grávidas e jovens mães em situação de risco em estreita ligação
com outros serviços, de forma a promover o desenvolvimento da formação
social e pessoal das suas utentes. Esta Instituição pretende, assim, contribuir
para uma cidadania mais responsável e autónoma e, consequentemente para a
diminuição da desigualdade social.
3 In, Gestão das Organizações, Sebastião Teixeira.
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A partir desta Missão, surge a formulação dos objectivos como resultado
desejável nas diversas actividades.
4.2. Objectivos
No âmbito da gestão por objectivos, como metodologia norteada pelo
estabelecimento concertado de metas de trabalho, tendo em conta os recursos
disponíveis e o período de tempo previsto – metodologia proposta por Peter
Drucker – que assenta, basicamente, na adopção de um sistema de gestão
radicado num conjunto de indicadores, tendo como prioridade o cumprimento
de metas pré-definidas. Como bem defende Sebastião Teixeira “definir o
destino antes de escolher o caminho….”.
A gestão por objectivos é, então, um processo por meio do qual, todos os
envolvidos na organização (gestores, trabalhadores), identificam em conjunto
objectivos colectivos e individuais, definem áreas de actuação e os resultados a
alcançar. Para o efeito é necessária a utilização de guias de orientação para as
diversas unidades orgânicas. Sebastião Teixeira, considera por isso, que os
objectivos devem ser escritos, clarificando-se assim a contribuição para cada
um dos membros envolvidos.
Na sua actuação, o Centro da Mãe pauta-se pela prossecução dos
seguintes objectivos:
Integrar a nível sócio-familiar as grávidas e jovens mães;
Proporcionar Formação Pessoal e Social às utentes e aos seus
filhos;
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 22
Promover o ensino, tendo como base, o programa do 2º Ciclo
Recorrente;
Conceber e desenvolver projectos que levem à integração social
das grávidas e mães adolescentes.
4.3. Estratégia
A estratégia permite estabelecer o caminho a ser seguido pela
empresa/associação.
Este Planeamento procura responder a questões tais como:
Qual a razão do existir a organização?
O que faz?
Como o faz?
Onde quer chegar?
Na elaboração deste plano, que servirá como orientação da organização na
prossecução dos seus objectivos, temos a considerar por um lado a formulação
dos objectivos e a análise das forças e limitações e por outro lado o ambiente
interno/tarefa e o ambiente externo.
A Associação Centro da Mãe, adoptou entre outros os seguintes meios
estratégicos:
Melhorar o nível de escolaridade através de aulas de preparação para o
exame de 2.º Ciclo do Ensino Recorrente;
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 23
Comunicar através das diversas formas de linguagem que permitam a
compreensão, a expressão, o relacionamento e a participação na vida
social;
Consolidar hábitos de leitura, de pesquisa, de análise, de
relacionamento, de decisão e outros que lhes permitam informar-se,
utilizar a informação, formular juízos críticos numa perspectiva de
educação permanente.
Proceder a uma avaliação criteriosa (individualizada e contínua) das
necessidades educativas das jovens mães;
Planear a intervenção educativa numa perspectiva de funcionalidade e
pertinência das aprendizagens adequando-as ao contexto familiar, social
e cultural dos educandos;
Curso de Competências Parentais – desenvolvido semanalmente, com a
colaboração de técnicos voluntários e com os técnicos do Centro –
baseado no manual de competências parentais desenvolvido pela
Associação para o Planeamento da Família4.
Realização de actividades/programas extra-curriculares e ocupação de
tempos livres (Expressão Plástica; Educação Física5; Dinâmica de
Grupo; Projecto de Vida Pessoal e Vamos Falar de Emoções).
4 Vide Anexo 5
5 Vide Anexo6
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 24
4.3.1. ANÁLISE SWOT
A análise das forças e das limitações (do ambiente interno) permite
identificar os pontos fortes, que servirão de forças propulsoras da organização
para mais facilmente atingir os objectivos (devem ser reforçados) e os pontos
fracos que constituem limitações que dificultam o alcance dos objectivos e por
isso, devem ser superados. Esta análise engloba: recursos financeiros,
máquinas e equipamentos, recursos humanos e tecnologia que a organização
dispõe. A avaliação do desempenho da organização em termos lucrativos,
produtividade, inovação, crescimento e desenvolvimento são também aspectos
a considerar na análise do ambiente interno.
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
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Fig. 5 - Análise SWOT
Pontos Fortes
Ameaças
Oportunidades
- Colaboradores com formação - Interacção com outras instituições - Alto nível de competência dos gestores - Disponibilidade e abertura a novas ideias
- Fraca motivação das utentes - Instalações insuficientes - Baixa taxa de sucesso - Fracos recursos financeiros - Fraco envolvimento das famílias das utentes -Assiduidade irregular das utentes
- Potenciais parcerias - Continuidade das parcerias instituídas - Aumento do Voluntariado - Interacção com outras instituições - Aumento dos benefícios fiscais - Divulgação da missão da organização
- Empresas com poder financeiro diminuído - Estagnação ou pouca evolução do meio envolvente
Pontos Fracos
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4.3.2. ANÁLISE PEST/Análise do Ambiente Geral
É a análise do ambiente externo à associação, ou seja, a análise das
condições e dos factores que a rodeiam que lhe impõem desafios e
oportunidades na execução dos objectivos traçados.
Fig.6 - Análise PEST
Variáveis Influência Positiva Influência negativa
Político legais
- Legislação adequada à existência/criação e função da instituição
- Benefícios para os colaboradores
Económicas - Benefícios fiscais para as empresas/particulares que apoiam as instituições
- Desemprego crescente
- Aumento da taxa de inflação
- Subida das taxas de juro
- Aumento do preço dos bens essenciais
- Endividamento (facilidade ao crédito)
Socioculturais
- Tendência para melhorar as interacções entre a sociedade
- Aumento do voluntariado
- Despertar para realidades de risco
- Rendimentos baixos (desigualdade social)
- Alta taxa de natalidade nos grupos sociais mais desfavorecidos
- Concentração das classes sociais mais desfavorecidas em áreas específicas – bairros
- Estilos de vida desapegados de um papel social activo
- Estilos de vida virados para o consumo
- Imigração (introdução de diferentes hábitos)- conflitos sociais
- Emprego precário e mal remunerado
Tecnológicas
- Aposta das entidades nas novas tecnologias
- Investimento por parte do governo em dotar as instituições de meios informáticos e informatizados
- Preço elevado no acesso à nova tecnologia
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5 – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
A presente Instituição de Solidariedade Social reporta o seu principal
campo de acção à educação, de forma a contribuir para a formação do ser
humano enquanto cidadão. Desta forma, procura-se desenvolver programas
sociais onde as jovens, sejam educadas para desenvolverem os valores
ligados à responsabilidade social, amenizando as desigualdades e, de forma
efectiva, exercer a cidadania. A oportunidade de agir e interagir de forma mais
adequada sobre o mundo.
É neste sentido que, esta pesquisa demonstra a sua relevância, na
medida em que, apresenta o trabalho de uma instituição, cujos projectos
sociais se relacionam com a promoção humana.
Estando as utentes do Centro inseridas num meio social, cultural e
economicamente baixo e a inevitabilidade de as inserir e integrar na sociedade,
coloca-se a necessidade de as educar e desenvolver uma consciência ética.
Mas o que é a Ética?
Partindo de uma definição generalista, a Ética (palavra originária
directamente do latim ethica, e indirectamente do grego, ethiké) é um ramo da
filosofia, e um sub-ramo da axiologia, que estuda a natureza do que
consideramos adequado e moralmente correcto6.
Com efeito, os indivíduos têm que actuar de forma ética no seu dia-a-dia
para que as organizações actuem eticamente. As organizações, são
compostas por pessoas e são os valores dessas pessoas que formam a cultura
organizacional e que ditam a actuação ética (ou não) das mesmas.
Neste âmbito, é do maior interesse que a Ética se difunda por toda a
sociedade, o que pode ser facilitado pelo trabalho desenvolvido por estas
instituições.
6 Fonte: www.wikipédia.org
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6 - PROJECTOS FUTUROS
O Centro da Mãe tem como grande projecto:
Construção de um Lar para acolhimento de grávidas ou mães e seus
filhos em situação de risco, não sendo necessariamente vítimas de
violência doméstica.
Outros projectos:
Mudança de instalações para uma sala cedida pelo IHM
(Investimentos Habitacionai da Madeira), na Avenida Luís de
Camões, onde será feito o mesmo trabalho que tem vindo a ser
desenvolvido com as utentes.
Parceria do Centro da Mãe com o Projecto de Luta Contra a Pobreza,
a funcionar no Bairro da Palmeira, em Câmara de Lobos, destinado
às grávidas e mães adolescentes do Bairro.
Realização e participação em feiras com o intuito de angariar fundos
para a instituição (Feira do Centro da Mãe em Novembro e Feira das
Vontades em Dezembro).
Início de um Curso de Formação Profissional na área de Geriatria,
que dará equivalência ao 9º ano de escolaridade.
Aquisição de material audiovisual para formação das utentes.
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 29
7 - PROTOCOLOS E COLABORAÇÕES
Em regime protocolar o Centro da Mãe, está associado desde 2001 à
Secretaria Regional dos Assuntos Sociais, da qual recebe a verba mensal de
2500 euros.
Um outro protocolo é com a Câmara Municipal de Câmara de Lobos
(concelho de onde são provenientes muitas das utentes) de quem recebe 5000
euros anuais.
O Centro da Mãe estabeleceu ainda protocolo com a Associação
Madeira Desporto para Todos, o qual estabelece a cedência de um professor
de Educação Física.
Em regime de colaboração o Centro da Mãe recebe apoios da Câmara
Municipal do Funchal, da Fundação Social Democrata e de diversas empresas
privadas. Neste âmbito é ainda crucial o destacamento de dois docentes por
parte da Secretaria Regional da Educação, com o objectivo de preparar as
alunas para os exames de 2º Ciclo do Ensino Recorrente.
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 30
CONCLUSÃO
As utentes que são apoiadas por esta instituição, têm idades
compreendidas entre os 14 e os 25 anos e provêem de vários pontos da ilha da
Madeira.
Os agregados familiares, a que pertencem a maioria destas mulheres,
apresentam problemas da mais variada ordem, como os baixos rendimentos
financeiros e o fraco nível cultural.
Verificamos existirem lacunas a nível escolar, aliadas a uma grande
instabilidade pessoal, familiar e social, pelo que se torna fundamental,
promover e incentivar a sua formação individual e profissional, para uma
melhor inserção na comunidade.
Na realização deste trabalho, apresentaram-se-nos algumas limitações
tais como:
Impossibilidade de entrevistar as utentes da Instituição,
principalmente devido à indisponibilidade de horários. Nas horas
em que as jovens adolescentes se encontravam na Instituição
todos nós estávamos a trabalhar;
Impossibilidade de aferirmos dos resultados obtidos no percurso
desenvolvido pelas utentes na vida real.
Acreditamos, no entanto, que este trabalho possa trazer um pequeno
contributo para o reconhecimento das acções desenvolvidas por este tipo de
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 31
instituição, direccionando assim, todos aqueles que sentem necessidade de
participar e contribuir para estes projectos de Responsabilidade Social.
O Centro da Mãe está consciente das várias dificuldades que enfrenta.
Espera, no entanto, com o seu exemplo de participação concreta na vida da
Comunidade, envolver mais cidadãos na concretização do seu projecto. Deixa
o apelo à auto-consciência das pessoas enquanto cidadãs, para uma cidadania
activa e responsável, através do voluntariado.
E quando falamos em Voluntariado…
“Acção de interesse social e comunitário realizada de forma livre e
desinteressada por um indivíduo voluntário, de acordo com as suas
aptidões e no seu tempo livre”
Fonte: artigo 3º, Lei nº 71/98 de 3 de Novembro
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 32
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Regulamento Interno - Anexo 1
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 37
Entrevista – Anexo 2
Esta entrevista foi realizada no Centro de Mãe. As respostas a estas
questões serviram de suporte à elaboração do nosso trabalho bem como toda
a documentação fornecida pela mesma.
Entrevistada: Drª Mónica Vasconcelos
1) Como surgiu e qual o objectivo da instituição Centro da Mãe?
2) Qual o “público-alvo”, locais de proveniência e respectivos estratos
sociais?
3) O que fez o Centro da Mãe para colmatar o défice de formação
académica?
4) Quais as parcerias estabelecidas? Com quem e em que âmbito?
5) Para além da formação académica, existe outro tipo de formação?
6) A instituição desenvolve algum trabalho de acompanhamento junto
das famílias das utentes?
7) Que tipo de defesas são dadas a estas mães para evitarem os
perigos comuns, tais como, as doenças sexualmente transmissíveis e
toxicodependência?
8) Que projectos é que a instituição tem para o futuro?
9) Como é que se pode ajudar a instituição?
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 38
Curso de Competências Parentais – Anexo 3
Baseado no manual de competências parentais desenvolvido pela APF (Associação para
o Planeamento da Família)
1. Vivência da Sexualidade
2. Vivência da gravidez
3. Desenvolvimento e estimulação infantil
4. Massagem do bebé
5. Promoção da Saúde
6. Projecto de vida e planeamento familiar
Estes são os temas do Curso de Competências Parentais desenvolvido
semanalmente pelo Centro da Mãe com a colaboração de Técnicos Voluntários
e dos Técnicos do Centro.
Este curso visa que as utentes não levem apenas desta Instituição o apoio
material, mas também algumas noções da importância do vínculo mãe-filho,
das necessidades das crianças desde a gravidez, da necessidade de reflexão
sobre os estilos de vida saudáveis, assim como também noções que todos nós
achamos básicas e que muitas mães e grávidas ainda não estão sensibilizadas
como é o caso da higiene pessoal, do bebé/criança e do ambiente.
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 39
Relatório Final 2006/07 – Anexo 4
Escola Secundária Jaime Moniz – Centro da Mãe
1. Nota Introdutória
A Escola Secundária Jaime Moniz colaborou com o Centro da Mãe, no
sentido de proporcionar às alunas da instituição em causa um estilo de vida
saudável, facultando-lhes novas experiências e oferecendo-lhes um
desenvolvimento multilateral e multidisciplinar.
As actividades abordadas no decorrer do ano lectivo, foram de encontro
às preferências das mesmas alunas, pois, tendo em conta o seu contexto
social, o factor motivacional era imprescindível para desencadear o interesse
pelas actividades.
Além da aprendizagem como objectivo inerente a este projecto, a
integração social foi sempre uma finalidade objectiva e primordial neste
projecto.
2. Actividades Curriculares Desenvolvidas
Relativamente às actividades curriculares desenvolvidas no primeiro
período, foram trabalhadas incessantemente as actividades rítmicas
expressivas, dança aeróbica, que pela sua natureza, o ritmo, a coordenação, a
destreza e a flexibilidade se evidenciaram no progresso destas jovens. A
coreografia elaborada foi apresentada na Instituição - Centro da Mãe na festa
de Natal organizada pela mesma, na qual as alunas foram merecedoras de
muitos elogios pelo empenhamento demonstrado.
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 40
No segundo e terceiro períodos as aulas foram bastante diversificadas,
tendo sido abordadas, entre outras modalidade, a Natação, Ténis de Campo,
Ténis de Mesa, Voleibol e Aeróbica, permitindo assim a aquisição de novas
valências. De salientar, que os progressos adquiridos pelas alunas foram
grandiosos, nomeadamente na Natação e no Ténis, devido ao maior número
de aulas dedicadas às modalidades em causa.
3. Actividades Extra-Curriculares
Para o final do ano lectivo, estão planeadas duas actividades: “Um dia
na praia da Calheta”, (voleibol de praia, canoagem e «banana») e uma outra
envolvendo um piquenique e um torneio de ténis.
4. Carga Horária
Para que se possa melhorar a efectividade e qualidade do projecto,
sugiro que a carga horária passe de um bloco de noventa minutos semanais,
para dois blocos de noventa minutos semanais.
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TESTEMUNHO DE UMA VOLUNTÁRIA – Anexo 5
“Sofro com os casos no Centro da Mãe”
A fazer voluntariado, mas numa outra vertente, encontra-se Ana Mafalda
Costa que sentia a necessidade de ajudar as pessoas. Por isso, propôs-se a
colaborar com o Centro da Mãe. É voluntária da instituição há cerca de dois
anos.
Esta instituição, que se situa na Rua Brigadeiro Oudinout, nº 10, 2º
Andar, actualmente, dá apoio a cerca de 25 situações de mães cujas idades
variam entre os 15 e os 25 anos. Na maior parte das situações, "existe um
companheiro, mas é uma pessoa ausente devido ao álcool, à
toxicodependência ou, simplesmente, que se foi embora quando surgiu a
gravidez".
Questionada sobre o que a levou a aderir ao voluntariado, a nossa
entrevistada disse que "foi um apelo. Foi qualquer coisa que nasceu dentro de
mim. A minha experiência de professora também ajudou. Vi tantas situações
em que, enquanto professora, não podia interferir porque faltava a intervenção
da família".
Ana Mafalda Costa dá aulas de inglês, duas vezes por semana, às
terças e quintas, no Centro da Mãe. O terceiro dia da semana, sexta-feira, é
dedicado ao trabalho de equipa no qual é feito o balanço da semana, a análise
aos casos existentes, as respostas possíveis, entre outras acções.
Esta vontade em ajudar o próprio levou a que Ana Mafalda Costa tivesse
de reorganizar a sua vida pessoal e profissional. "Gosto de estar no Centro da
Mãe, é uma parte da minha vida que me completa. A minha vida profissional é
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Ciências da Cultura – Introdução às Ciências Empresariais 42
também organizada em função do voluntariado das minhas terças, quintas e
sextas-feiras. Isso é sagrado", sublinhou.
Ana Mafalda Costa confessou que já sofreu muito com alguns dos casos
que entraram no Centro. "Já saí de lá a chorar. Tive de me afastar por uma
semana ou duas. Eram situações que me marcavam muito. Tive de aprender a
crescer espiritualmente, no sentido de ver as coisas, tentar ajudar, mas criar
uma parte minha em que eu não me envolvo".
Para terminar, esta voluntária referiu que o Centro da Mãe existe para
ajudar. "Nós existimos. Estamos aqui para ajudar e não para julgar".
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UM CASO DE SUCESSO – Anexo 6
Cláudia Rubina fala da ajuda que encontrou na instituição
«Agora sou uma boa mãe»
Cláudia Rubina estava grávida da Ana, agora com sete meses, quando a
Segurança Social lhe retirou dos braços a Bianca, que tem agora dois anos.
Esta jovem admite que não tinha os cuidados que uma mãe deve ter,
embora garanta que nunca maltratou fisicamente a sua criança.
«Eu faltava às consultas e era muito irresponsável e desleixada. Não
tinha cuidado com a alimentação da menina. Ela chegou a ser internada
algumas vezes devido à falta de cuidados que eu tive», admite sem que
consiga evitar que as lágrimas lhe corram pela face. Perante o desespero de
perder a sua criança para as mãos de uma instituição de acolhimento, Cláudia
Rubina procurou ajuda no Centro da Mãe.
Quis, conforme conta ao JORNAL da MADEIRA, «saber mais. Quis
tornar-me mais responsável. E Aprendi a sê-lo». Ali encontrou todo o apoio e
assegura que foi graças à associação que conseguiu ter a "Bianquinha" (é
assim que lhe chama), de volta. O Tribunal decidiu, no último mês de
Dezembro, que Bianca poderia voltar à tutela da mãe.
Instada a falar um pouco da sua história, Cláudia Rubina diz que o
nascimento da Bianca foi programado. Mas a relação com o pai da menina não
deu para o certo. Para além disso, como não trabalha, começou a sentir muitas
dificuldades em levar a sua vida por diante.
Hoje, na posse das duas crianças, vive do apoio da Segurança Social e
do Centro da Mãe, de onde leva fraldas e alguma comida para a bebé. Mas
ESTUDO DO CASO - Associação de Solidariedade Social - Centro da Mãe
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aquilo que Cláudia Rubina faz questão de realçar é que, embora seja muito
importante esse donativo prestado, aquilo que foi mais importante para si, foi
poder encontrar no Centro da Mãe, todo o apoio psicológico e ajuda para
"recuperar" aquilo que mais precisava: a filha.«Se não fosse o Centro da Mãe,
penso que a minha filha ainda estaria longe de mim», conta.
A "ferida" do passado ainda não sarou. Cláudia Rubina ainda está muito
marcada por aquilo que lhe aconteceu. Ao mesmo tempo considera que
merece ter as filhas consigo. «Esforcei-me muito e agora tenho a certeza que
posso dizer: sou uma boa mãe», refere.
A sua afirmação é corroborada pelas técnicas que a acompanharam. «A
Cláudia é uma das utentes que progrediu muito em tão pouco tempo o que nos
deixa muito satisfeitos por verificarmos que o nosso trabalho deu os seus
frutos, diz-nos uma das profissionais que, diariamente, ali se desloca para ouvir
e acompanhar os problemas das jovens mães.
Ainda no que diz respeito ao apoio concedido pelo Centro da Mãe, diz
que já ali vai há coisa de um ano e garante que mesmo quando deixar de
precisar da instituição, irá continuar a frequentar o espaço. Quanto mais não
seja para «dar o meu apoio, a minha ajuda no que for preciso».Cláudia Rubina
procurou o Centro da Mãe porque ouviu dizer «que esta instituição era muito
boa nessa ajuda». E «não me arrependo. Pena é que funcione num espaço tão
pequenino e não possa acolher mais mães que, como eu, se encontram
desesperadas ou são desleixadas porque não têm quem as encaminhe, quem
as ajude a amadurecer e a assumirem as suas crianças como tal».
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BIBLIOGRAFIA
DIAPOSITIVOS ICE:
ICE 3 - 15 de Outubro de 2007
ICE 5 - 31 de Outubro de 2007,
ICE 6 - 08 de Outubro de 2007.
LIVROS
TEIXEIRA, Sebastião – Gestão das Organizações. 2nd ed. Lisboa:
McGraw_Hill de Portugal, Lda, 2005
SITES:
http://www.juntospelavida.org/institui.html
http://www.ufrgs.br/alimentus/terradearroz/referencias.htm
http://www.seg-social.pt
http://www.wikipédia.org
http://www.uma.pt/fcf