ESTUDO EM RECEPTOR DE EFLUENTES INDUSTRIAIS … · CITOCROMOS P450-1A. Hemoproteínas, localizadas...
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ESTUDO EM RECEPTOR DE EFLUENTES INDUSTRIAIS UTILIZANDO BIOMARCADOR DE COMPOSTOS AROMÁTICOS PARA AVALIAÇÃO
DE CONTAMINAÇÃO EM CORPOS D’ÁGUA
Graça Regina Armond Matias Ferreira;Lafayette Luz; Iracema Nascimento; Mauro Rebelo e Igor Rodrigues
15 de julho de 2010Salvador – BA
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Projetos de gerenciamento ambiental e de recursos hídricos
Indústrias petroquímicas buscam otimizar seus processos em tecnologias P+L [Economia e Ambiente]
INTRODUÇÃOPrecisão nas estimativas de impacto
Proteção e a Restauração de Ecossistemas
Crescimento industrial no Brasil Risco de contaminação
ECOSSISTEMAS EFLUENTES TOXICIDADEORGÂNICOS
INORGÂNICOS
INDUSTRIAL DOMÉSTICOS
RapidezDeterminação das ConcentraçõesCertificação quanto à obediência aos limites estabelecidos
Não informa:◦ os efeitos dos
contaminantes aos organismos
◦ as conseqüências biológicassobre sua biodisponibilidade.Não contempla seus efeitos interativos
ANÁLISES QUÍMICAS
INTRODUÇÃO (Cont.)
Metodologias de avaliação de poluentes no ambiente:
ANÁLISES BIOLÓGICAS –TESTE ECOTOXICOLOGICOS
• Detecção de efeitos de contaminantes em organismos
• Avaliação integrada dos efeitos• Avaliação da sensibilidade de ≠
espécies.
Definição: exposição de organismos por
período determinado
• Não identificam a substância que causa o efeito tóxico
• São mais demorados (em alguns casos).
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Níveis de Organização Biológica
Ecossistema
Comunidade
População
Organismo
RapidezDeterminação das ConcentraçõesCertificação quanto à obediência aos limites estabelecidos
Não informa:◦ os efeitos dos contaminantes
aos organismos◦ as conseqüências biológicas
de transformações químicas◦ sobre sua biodisponibilidade.Não contempla seus efeitos interativos
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• Não identificam a substância que causa o efeito tóxico
• São mais demorados (em alguns casos).
•Detecção de efeitos de contaminantesem organismos vivos•Avaliação integrada dos efeitos•Avaliação da sensibilidade de ≠ espécies
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
INTRODUÇÃO (Cont.)
Metodologias de avaliação de poluentes no ambiente:ANÁLISES BIOLÓGICAS –
TESTE ECOTOXICOLOGICOS
USO INTEGRADO
AVALIAÇÃO E PREVISÃO DO RISCO AMBIENTAL E
SAÚDE HUMANA
Resolução CONAMA n° 357 de 17/03/2005Ensaios ecotoxicológicos na investigação de interações
BIOMARCADORES Celular/Bioquímico04
Respostas de sistemas vivos a agentesestressores, mensurados em nível bioquímicocelular (NASCIMENTO et al., 2002).
Biomarcadores Ambientais
INTRODUÇÃO (Cont.)
Expressão de CYP1A e EROD: um biomarcador de exposição para HPAs, empregado em estudos de monitoramento ambiental que reflete exposição à
poluentes de origem industrial (VENTURA et al, 2002).
Hidrocarbonetos Poliaromáticos (HPAs).
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CITOCROMOS P450-1A Hemoproteínas, localizadas nos hepatócitos e outras células corporais.
Fonte: MARCUSSEN, 1997.
Indução, reflete a expressão dos gens que codificam proteínas 1A (CYP1A).
sensibilidade e especificidade
Associação à Atividade EROD (Etoxiresorufina-O-deetilase)
O cálculo se baseia na comparação da florescência obtida (resorufina formada) com concentração conhecida (padrão).
Na presença de NADPH, EROD converte o substrato etoxiresorufina em resorufina, com produção de um composto fluorescente, lido por
espectrofluometria.
Mensurados espectrofotometricamente.
Fig. 02- Reação Química da Atividade Enzimática da EROD.Fonte: PARENTE, 2004
A indução de EROD como biomarcador de exposição é considerado um método de biotecnologia ambiental (PARENTE et al., 2006; SCHLEZINGER et al, 2006).
Procedimento rápido, confiável e de fácil repetibilidade.
Princípio de ação do Biomarcador EROD
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INTRODUÇÃO (Cont.)
Analisar o grau de contaminação das águas de umreceptor de águas de uma área industrial do PoloPetroquímico de Camaçari (Bahia), através do uso deum biomarcador específico para HPAs, que evidenciama toxicidade resultante, através do aumento da atividadeEROD determinada em organismo-teste (Tilápia do Nilo,Oreochromis niloticus) (Linnaeus, 1758) exposto à águae sedimento do local.
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OBJETIVO
Fig. 03. Mapa de Camaçari (WIKIPEDIA, 2006); acima imagem do Polo de Camaçari (COFICPOLO, 2006)
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LOCAL DE ESTUDO
• Os pontos de amostragem foram definidos em função da localização eimportância.
Descrição dos pontos de amostragem
Fig. 8- Esquema dos pontos de amostragem
P5
P3
P4
P2P1
P8P7
P6
Bacia II
Bacia I
Ponto Descrição Amostragem
P1 Interior da bacia I – na borda oeste Água e Sedimento
P2 Interior da bacia I – na borda leste Água e Sedimento
P3 Interior da bacia I – parte + profunda Água e Sedimento
P4 Interior da bacia I – canal Água e Sedimento
P5 Interior da Bacia II Água e Sedimento
P6 Canal da bacia II Água
P7 Canal III Água
P8 Canal Final Água
MATERIAIS E MÉTODOS
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Pontos Amostrais
A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é cultivada desde a bacia do rioAmazonas até o Rio Grande do Sul. Acredita-se que, no Brasil, metade daprodução anual de peixes cultivados seja de tilápias (RAMOS, 2005).
Os juvenis que foram utilizados nos ensaios provieram do DNOCS (DepartamentoNacional de Obras contra as Secas) onde normalmente são criadas sob condiçõescontroladas.
Organismos-teste
Fig. 04- Foto tilápia (Oreochromis niloticus).
Fonte: AQUABIOTEC, 10/2006.
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MATERIAIS E MÉTODOS
• 6 campanhas:3 no período seco: Agosto, Outubro e Dezembro /20053 no período chuvoso: Abril, Maio e Junho /2006
• Coleta:Água SuperficialSedimento
• Pontos Amostrais (8):P1 a P8 (amostra líquida)P1 a P5 (amostra de sedimento)
• Análises de Parâmetros Ambientais: •Campo: oxigênio dissolvido, pH, salinidade, cloreto, condutividade, temperatura, turbidez, sólidos totais dissolvidos, potencial de oxi-redução e resistividade (Sonda multi-parâmetros 6600 Multi-Parameter Water Quality Monitor)
•Laboratoriais: análises de metais, voláteis, semi-voláteis, sílica, aromáticos – através de HPLC
•Determinação de Proteínas Totais: Método de Bradford•Quantificação da Atividade EROD: KIT CYP1A1 EROD ACTIVITY (IKZUS)
DESENHO EXPERIMENTAL
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Coleta de amostras
Água
Preparação dos Organismos
Execução dos testes - Exposição
Exposição dos organismos
• Seleção: 9 -13cm e 30 – 40g• 5 réplicas/ponto – Aquários 10L• Controle: água de diluição e Sedimento de área controle• Amostra Líquida: 1 peixe + 4L amostra• Sedimento: 1 peixe + 300g (± 1,5cm) amostra + 4L água diluição• Análise de Parâmetros físico-químicos: TºC; pH; Nitrato; Amônia;
Dureza; Sulfeto.
Sedimento
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MATERIAIS E MÉTODOS
Execução dos Testes
•Sacrifício: 24h exposição (incisão cerebral)•Biometria•Secção do fígado → Pesagem → Lavagem KCl → N2(liq) → Freezer -80ºC
Homogeneização
Preparação da fração citosólicaCentrifugação
•2mL (Sol. A + B)/0,5g tecido•2mL PTN + 2mL EROD (x3)
•Fração S9:•9000g •30min •4ºC
MATERIAIS E MÉTODOS
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Determinação de Proteínas Totais
Método de Bradford
Spectrofluorcephotometer-Shimadreu RF-5000.
Análise e Quantificação Enzimática
Gráficos gerados pelo espectrofluorômetro
•30ºC/550nm/582nm/5nm•Reação: Tampão reação + Etoriresorufina + Amostra (50 ou 100ųL) + B-NADPH (3x)•Média de Fluorescência – 1,5 min
MATERIAIS E MÉTODOS
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Tratamento Estatístico• Grafphad usando-se o teste t de Student;
• Comparação de médias múltiplas grupos amostrais e controle (p< 0,05).
• Cálculos de correlação MINITAB 14 (MINITAB Statistical Software) e ORIGIN 1.6
OBS: O controle negativo compara as amostras coletadas no ambiente-testecom amostras consideradas padrão.
Controle Positivo
Controle positivo: compara atividade enzimática encontrada (teste) comamostras expostas à altas concentrações de indutores conhecidos. Controlepositivo em tilápias tratadas com Ascarel (potente indutor de CYP1A).
MATERIAIS E MÉTODOS
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RESULTADOS
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Valores médios da indução da atividade EROD (pmoles resorufina/mg proteína/min) em células hepáticas (fração S9) de tilápias (O. niloticus)
expostas à água superficial da área de estudo Camaçari-BA.
RESULTADOS
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Valores médios da indução da atividade EROD (pmoles resorufina/mg proteína/min) em células hepáticas (fração S9) de tilápias (O. niloticus)
expostas ao sedimento da área de estudo Camaçari-BA.
RESULTADOS
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RESULTADOS
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Média dos valores de Aromáticos (µg/Kg) analisados emsedimentos na área de estudo. (OBS: Escala na base logarítimica)
CONCLUSÕES- Caracterizam o ambiente como contaminado por indutores deCYP1A1 evidenciado por elevadas concentrações de atividadeEROD, em alguns pontos de amostragem, quando comparadas aocontrole.
- As análises químicas revelaram a presença de HPAs emdiferentes concentrações entre os períodos de amostragem,embasando as respostas biológicas encontradas nos testes.
- Indicam a necessidade de incorporação de tecnologias queminimizem a produção destes contaminantes nas diferentes etapasde produção em complexos industriais e na adoção e seleção deprocessos adequados de descontaminação da massa hídricaefluente, com isso, inclusive, facilitando o seu reaproveitamentonos processos.
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- Para reuso, este deve ser precedido de uma análise em função dosobjetivos de uso, para que se evitem riscos à saúde do ambiente.Todavia, o uso desta área para fins não industriais (como pesca econtato direto) não é recomendado devido à extrapolação dos limitesdos parâmetros químicos e físicos baseados nas ResoluçõesCONAMA 357/2005 e 344/2004, e do acentuado valor de atividadeenzimática EROD em alguns pontos.
- Por fim, a metodologia empregada para detectar abiodisponibilidade de compostos aromáticos em corpos hídricos,mostrou-se viável e com boa confiabilidade, além de atuarproativamente num nível inicial de impactação, permitindo a tempo aexecução de ações que previnam impactos ambientais em níveissuperiores de organização da biota.
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CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS• COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Procedimento para utilização de testes de toxicidade no controle de efluentes líquidos. São Paulo. Setembro. 1990a.
• COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Implementação de testes de toxicidade no controle de efluentes líquidos. São Paulo. Outubro. 1990b.
• CONAMA BRASIL – CONSELHO NACIONAL EM MEIO AMBIENTE.(2005) Resolução Nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. São Paulo 24 p.
• MARCUSSEN, M.G.E.; BARRA, R. (1997). Enzimas Citocromo P450. Universidad de Concepcíon. Centro EULA-Chile.
• NASCIMENTO, I.A. Técnicas de coleta, preservação e preparo de amostras líquidas e de sedimentos para testes de toxicidade. In: Métodos em Ecotoxicologia Marinha: aplicações no Brasil. Cap. II. São Paulo. Editora Artes Gráficas e Indústria Ltda. 262p. 2002
• PAYNE, A.L.; PENROSE, W.R. (1987). Induction of aryl hydrocarbon (bezo[a]pyrene in fish by petroleum. Bull Environ. Contam. Toxicol. Jul; 14(01):112-116.
• PARENTE, Thiago Estavam Martins. Indução do CYP1A em peixes como biomarcador da poluição aquática – o caso do rio Guandu. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. Instituto de Biologia. Departamento de Genética. RJ. 2006 (no prelo).
• RAMOS, Maria Loreto Nazar Ramos. Desenvolvimento e aplicações de técnicas para avaliação da Toxicidade de 14 formulações de gasolina, utilizando Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758); Cichlidae, Teleostei, e ovas do Gastrópode Pomacea lineata (SPIX, 1827) como organismos testes. [Tese de Mestrado] Programa em Ecologia e Biomonitoramento, Janeiro 2005. 89f.
• SCHLEZINGER, J.J.; STRNTZ, W.D.; GOLDSTONE, J.V.; STEGEMAN, J.J. (2006) Uncoupling of cytochrome P450 and stimulation of reactive oxygen species production by co-planar polychlorinated biphenyl congeners. Aquatic Toxicology. 77: 422-432.
• VENTURA, E.C.; GAELZER, L.R.; ZANETTE, L.; MARQUES, M.R.E.; BAINY, A.C.D. (2002). Biochemical indicators of contaminant exposure in spotted pigfish (Orthopristis ruber) caught at three bays of Rio de Janeiro coast. Marine EnvironmentalResearch. 54: 775-779.
-Graça Regina Ferreira –[email protected]