Estudo número 1 - classe de catecúmenos

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ESTUDO NÚMERO 1 PROFISSÃO DE FÉ Texto básico: Atos 8.26-40 O eunuco era tesoureiro do reino da Etiópia. Viera a Jerusalém adorar. E quando regressava ao seu país, foi evangelizado por Filipe. “Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis ai água, que impede que seja eu batizado?”(At 8.36). Certamente Filipe tinha falado também sobre o batismo. “Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o filho de Deus. Então mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco” ( At 8.37,38). Este é um exemplo de profissão de fé. Antes de receber o batismo, o eunuco fez a sua profissão de fé em Jesus Cristo. Mas o que é profissão de fé? Na forma mais simples e primitiva, profissão de fé é a declaração pública, feita por aquele que crê, que Jesus Cristo é o Filho de Deus. A primeira pessoa a fazer essa declaração foi o apóstolo Pedro. Diante de Jesus, ele declarou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Todo aquele que crê deve confessar publicamente a sua fé. Quanto a isto, o apóstolo Paulo deixou a seguinte instrução: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Rm 10.9,10). A Igreja Presbiteriana, obedecendo ao ensino bíblico, exige que aqueles que desejam ser membros da igreja façam a profissão de fé. Neste ato solene, a pessoa declara publicamente crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio ao mundo morrer numa cruz para pagar pelos nossos pecados; afirma sua convicção de que a Escritura Sagrada é a única regra de fé e prática dada por Deus ao seu povo e assume compromissos com a Igreja. Se o professando ainda não foi batizado numa igreja evangélica, ele recebe o batismo logo após a profissão de fé; se já foi batizado, é declarado membro da igreja, com todos os direitos e deveres. Na profissão de fé estão presentes três elementos: intelecto, emoção e vontade. O Dr William Bright comparou o relacionamento com Jesus Cristo ao casamento. Na união matrimonial, do ponto de vista ideal, estão incluídos o intelecto, a emoção e a vontade. O intelecto é usado para avaliar se a pessoa com quem se pretende casar é a pessoa certa. A emoção envolve a pessoa levando-a a amar o escolhido de todo o seu coração. E por um ato de vontade os dois se comprometem, perante a autoridade competente, a viver como marido e mulher. A seguir, veremos como esses três elementos se expressam na profissão de fé. 1

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ESTUDO NÚMERO 1PROFISSÃO DE FÉ

Texto básico: Atos 8.26-40O eunuco era tesoureiro do reino da Etiópia. Viera a Jerusalém adorar. E quando regressava ao seu

país, foi evangelizado por Filipe.“Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis ai água,

que impede que seja eu batizado?”(At 8.36). Certamente Filipe tinha falado também sobre o batismo. “Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus

Cristo é o filho de Deus. Então mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco” ( At 8.37,38).

Este é um exemplo de profissão de fé. Antes de receber o batismo, o eunuco fez a sua profissão de fé em Jesus Cristo.

Mas o que é profissão de fé? Na forma mais simples e primitiva, profissão de fé é a declaração pública, feita por aquele que crê, que Jesus Cristo é o Filho de Deus. A primeira pessoa a fazer essa declaração foi o apóstolo Pedro. Diante de Jesus, ele declarou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16).

Todo aquele que crê deve confessar publicamente a sua fé. Quanto a isto, o apóstolo Paulo deixou a seguinte instrução: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Rm 10.9,10).

A Igreja Presbiteriana, obedecendo ao ensino bíblico, exige que aqueles que desejam ser membros da igreja façam a profissão de fé. Neste ato solene, a pessoa declara publicamente crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio ao mundo morrer numa cruz para pagar pelos nossos pecados; afirma sua convicção de que a Escritura Sagrada é a única regra de fé e prática dada por Deus ao seu povo e assume compromissos com a Igreja. Se o professando ainda não foi batizado numa igreja evangélica, ele recebe o batismo logo após a profissão de fé; se já foi batizado, é declarado membro da igreja, com todos os direitos e deveres.

Na profissão de fé estão presentes três elementos: intelecto, emoção e vontade. O Dr William Bright comparou o relacionamento com Jesus Cristo ao casamento. Na união matrimonial, do ponto de vista ideal, estão incluídos o intelecto, a emoção e a vontade. O intelecto é usado para avaliar se a pessoa com quem se pretende casar é a pessoa certa. A emoção envolve a pessoa levando-a a amar o escolhido de todo o seu coração. E por um ato de vontade os dois se comprometem, perante a autoridade competente, a viver como marido e mulher.

A seguir, veremos como esses três elementos se expressam na profissão de fé. 1. O INTELECTO. A fé cristã é convicção baseada em fatos reais. Não é salto no escuro. Tem

bases sólidas. Quando os saduceus tentaram contestar a ressurreição dos mortos, Jesus lhes respondeu: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29). Em outra ocasião Jesus desafiou os judeus, dizendo-lhes: “Examinai as Escrituras,...são elas que testificam de mim” (Jo 5.39). E Lucas declarou, no prefácio do seu evangelho, ter feito acurada investigação de tudo desde a origem,” para que o leitor tenha “plena certeza das verdades” registradas por ele ( Lc 1.1-4).

Não é necessário fazer vestibular para entrar no céu. Mas precisamos ter compreensão intelectual do que significa ser cristão. A Bíblia ensina que Jesus Cristo é o Filho de Deus, enviado pelo Pai (Gl 4.4,5), João o chama de Verbo e afirma que ele tem existência eterna (Jo 1.1-3,14). Ou, em outras palavras, o nascimento de Jesus marca o início de sua vida terrena, mas não o início de sua existência. Antes de nascer em Belém, ele estava junto do Pai. (João 17.5). Ao assumir a forma humana, Jesus tornou-se homem, sem deixar de ser Deus, possuindo duas naturezas, a divina e a humana, inteiramente perfeitas e distintas, inseparavelmente unidas em sua pessoa. Mas Jesus, no período de sua vida terrena, abriu mão do uso de seus poderes divinos. Seus milagres e prodígios foram feitos na dependência da vontade do Pai.

Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo ( Lc 1.26-35; Mt 1.18,25), mas nasceu de forma natural ( Lc 2.1-7). Viveu vida santa e perfeita ( Jo 8.49; Lc 23.44-48). Tomou sobre si o fardo de nossos pecados (Is 53.4,5). E por isto, sofreu no corpo e na alma os mais cruéis tormentos ( Mt 26.38; Lc 22.44). Foi preso e condenado injustamente (Lc 23.4,14,22-25)., Crucificado ( Lc 23.33), morreu e foi sepultado (Jo 19.31-34, 38-42), mas ressuscitou (Mt 28.1-10; I co 15.3-8,20) e foi para junto do Pai ( At 1.9-11).

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A Escritura afirma que “sem derramamento de sangue não há remissão de pecado” (Hb 9.22). Esta é a razão por que Deus enviou Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer pregado na cruz. Ele não tinha pecado mas derramou o seu sangue para que nós possamos ter o perdão de nossos pecados.

2. A EMOÇÃO. Para ser verdadeiramente cristão não basta saber que Jesus é o Filho de Deus, que veio ao mundo para nos salvar. É necessário mais. É preciso amá-lo de todo o coração. Ele mesmo disse: “Aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele ( Jo 14.21). E quanto a intensidade deste amor, ele afirmou o seguinte: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10.37).

O amor é um sentimento; portanto, faz parte das nossas emoções. Mas a intensidade do nosso amor não pode ser medida pela intensidade de nossas emoções. A emoção é um sentimento ou reação a um evento ou experiência. Emocionalmente as pessoas reagem de maneira diferente. Assistindo ao mesmo acontecimento ou participando da mesma experiência, as pessoas podem reagir de maneira bem diferente. O eunuco, ao ouvir o Evangelho de Jesus Cristo, creu e pediu para ser batizado. Tudo naturalmente, sem grandes emoções. Mas o carcereiro de Filipos experimentou um turbilhão de emoções. Lucas registrou que ele “... entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas” (Aat 16.29). O eunuco e o carcereiro tiveram experiências e emoções diferentes. Mas a conversão de ambos foi autêntica.

Não existe um padrão para medir as emoções de uma pessoa diante do evangelho de Jesus Cristo. Algumas têm uma experiência de conversão fortemente emocional. Outras têm uma experiência sem grandes emoções mas igualmente real. O que de fato evidencia a intensidade do amor que a pessoa tem por Jesus Cristo são os seus atos ( Mt 17.15-23). Quem ama a Jesus deve provar isto através de suas palavras e seus atos.

3. A VONTADE. Chamamos de vontade a faculdade que leva a pessoa a querer alguma coisa e a se comprometer com aquilo que quer. É a sua capacidade de agir com intencionalidade definida.

Para ser verdadeiramente cristã, a pessoa precisa assumir com Jesus Cristo um compromisso de fé. Neste compromisso, a pessoa crê que o sacrifício de Jesus é suficiente para perdoar todos os seus pecados; por isto, entrega a Jesus o destino eterno de sua alma, e se dispõe a, dia a dia, procurar viver de acordo com os seus ensinos.

Jesus sempre exigiu uma tomada de posição por parte daqueles que creram nele. “Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me: ( Mc 8.34).

Muitas pessoas se julgam cristãs, mas, na realidade, são apenas admiradoras de Jesus Cristo. Outras gostam de Jesus e, por isto, pensam ser cristãs. Mas o verdadeiro cristão é aquele que tem compromisso com Jesus Cristo.

Voltando à comparação da vida cristã com o casamento, perguntamos: o fato de um rapaz estar intelectualmente convencido de que determinada moça é a pessoa ideal para ser sua esposa dá-lhe o direito de ir viver com ela, como marido e mulher? É claro que não. E se ele sentir por ela um grande amor poderá levá-la para sua casa para ser usa esposa? Ainda não. Os dois só poderão viver como marido e mulher, com a aprovação da sociedade e da lei, depois de assumirem o compromisso matrimonial perante a autoridade competente.

No relacionamento com Jesus Cristo o processo é bem semelhante ao do casamento. Você usa o intelecto para se convencer de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio ao mundo para nos salvar. Através da emoção você é envolvido no amor que ele manifestou por você e passa a amá-lo de todo o seu coração. Mas essa experiência intelectual emotiva é insuficiente para fazer de você um verdadeiro cristão. É necessário que você, por um ato de vontade, assuma com Jesus o compromisso de confiar nele para a sua salvação e de viver procurando fazer a vontade dele.

Verdadeiro cristão é aquele que tem compromisso com Jesus Cristo. É por isto que a Igreja Presbiteriana exige a profissão de fé daqueles que desejam ser membros dela. Pois através dela, a pessoa torna público o compromisso que, no íntimo de sua alma, já assumiu com Jesus Cristo.

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CONCLUSÃO: A profissão de fé não salva. Nem o batismo. O que vai decidir o destino eterno de sua alma é o seu compromisso com Jesus Cristo. Se você recebeu Jesus como Salvador e Senhor, você está salvo – que tenha feito ou não a profissão de fé.

Mas, por outro lado, aquele que recebeu Jesus como salvador e Senhor deve fazer a sua profissão de fé. Jesus exige uma tomada de posição pública de seus servos. Ele afirmou: “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está no céu; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está no céus”(Mt 10.32,33)P.

Você já recebeu Jesus como seu Salvador e Senhor. Você nasceu de novo, é nova criatura. Você pertence a Jesus. Por isto, você deve fazer a sua pública profissão de fé. É ordem de Jesus.

EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA

1. Que é profissão de fé?É a declaração pública feita por aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus.

2. Quem foi a primeira pessoa a fazer profissão de fé em Jesus Cristo?Foi o apóstolo Pedro.

3. Quais são os três elementos que estão presentes na profissão de fé?O intelecto, a emoção e a vontade

4. Completar: “A fé cristã é _convicção_baseada _em fatos reais_. Não é _salto no escuro_. Lucas declarou, no prefácio do seu evangelho, ter feito “acurada investigação de tudo desde a origem”para que o leitor tenha “plena certeza das verdades”registradas por ele”.

5. Para que Jesus morreu pregado na cruz?Porque sem derramamento de sangue não haveria a remissão dos nossos pecados.

6. Que é que evidencia a intensidade do amor que uma pessoa tem por Jesus Cristo?As palavras e os atos dessa pessoa.

7. Por que é necessário assumir compromisso com Jesus Cristo?Para que a pessoa seja considerada verdadeiramente cristã

8. Por que aquele que crê deve fazer a profissão de fé?Para, conforme Jesus manda, tornar público o compromisso já estabelecido no íntimo.

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