ESTUDO PARA APLICAÇÃO DE REDES SEM FIO NO...

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0 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL VALCIR ANTONIO PILON ESTUDO PARA APLICAÇÃO DE REDES SEM FIO NO AMBIENTE INDUSTRIAL MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2009

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

VALCIR ANTONIO PILON

ESTUDO PARA APLICAÇÃO DE REDES SEM FIO NO

AMBIENTE INDUSTRIAL

MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2009

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VALCIR ANTONIO PILON

ESTUDO PARA APLICAÇÃO DE REDES SEM FIO NO

AMBIENTE INDUSTRIAL

Monografia de conclusão do curso de Especialização em Automação Industrial do Departamento Acadêmico de Eletrônica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Automação Industrial.

Orientadora: M.Sc. Simone Massulini Acosta.

CURITIBA 2009

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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Diretoria do Campus Curitiba Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação

Departamento Acadêmico de Eletrônica _______________________________________________________________

TERMO DE APROVAÇÃO

Titulo da Monografia

ESTUDO PARA APLICAÇÃO DE REDES SEM FIO NO AMBIENTE INDUSTRIAL

Área de conhecimento: Automação Eletrônica de Processos Elétricos e Industriais

por

Valcir Antônio Pilon

A presente monografia, requisito parcial para obtenção do título de ESPECIALISTA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL, foi avaliada pela banca examinadora, constituída pelos docentes abaixo discriminados, que considerou o trabalho Aprovado.

________________________________________ _______________________________________ Prof. Msc. Guilherme Alceu Schneider Prof. Dr. Sergio Leandro Stebel

______________________________________ Profa. Msc. Simone Massulini Acosta Orientador

Curitiba, 10 de Novembro de 2009.

Visto da coordenação

_____________________________________

Prof. GUILHERME ALCEU SCHNEIDER

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

Em especial à minha esposa Ana Scatolin,

Às minhas filhas Maria Fernanda e Gabriela,

Aos meus pais,

À minha orientadora Simone Massulini Acosta,

A todo o corpo docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

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RESUMO

PILON, Valcir A. Estudo para aplicação de redes sem fio no ambiente industrial. 2009. 52 p. Monografia (Especialização em Automação Industrial), Departamento Acadêmico de Eletrônica, UTFPR, Curitiba. Novos equipamentos estão sendo aprimorados na tentativa de aumentar a velocidade de comunicação, reduzir os custos dos sistemas e aumentar a segurança e a confiabilidade dos processos. Este trabalho tem como objetivo apresentar a aplicação de redes sem fio no ambiente industrial, levando em consideração a aplicação, o grau de segurança que oferecem e a confiabilidade nos dados transmitidos pelas tecnologias Wireless, Wi-Fi e rádio frequência. O desenvolvimento tecnológico vem trazendo sistemas de comunicação sem fio cada vez melhores e compatível com sistemas cabeados, seja pelo custo ou pela tecnologia embarcada. Atualmente, têm-se aplicações em todos os setores, entre eles, na indústria, na segurança militar, em residências e, até mesmo, na agricultura, trazendo soluções apropriadas ao ambiente onde os equipamentos estão instalados. A elaboração de um projeto adequado e a reformulação de protocolos traz ótimos resultados quanto ao aumento da vida útil das baterias, redução de interferências eletromagnéticas e aumento na segurança de transmissão e recepção de dados das redes sem fio. Palavras-chaves: Redes sem fio. Redes industriais. Bluetooth. Wi-Fi.

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ABSTRACT

PILON, Valcir A. Estudo para aplicação de redes sem fio no ambiente industrial. 2009. 52 p. Monografia (Especialização em Automação Industrial), Departamento Acadêmico de Eletrônica, UTFPR, Curitiba. New equipment are being enhanced in the attempt to increase the speed of communication, reduce costs and increase the safety and reliability of processes. This work aims to present application of wireless networks in the industrial environment, taking into account the application, the degree of safety and reliability in the data transmitted by the Wireless technologies, Wi-Fi and radio frequency. THE technological development comes bringing wireless communication systems each better and compatible with wired systems, is at cost or by flood technology. Currently, applications in all sectors, between they, in industry, in military security, in homes and even in Agriculture, bringing solutions appropriate to the environment where the equipment are installed. The establishment of an appropriate design and redesign protocols brings great results as regards the increase in the life of the batteries, reduction of electromagnetic interference, and increased security data transmission and reception of wireless networks. Keywords: Networks without wire. Networks industrial. Bluetooth. Wi-Fi.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................8 1.1. TEMA ..............................................................................................................8 1.2. PROBLEMA E PREMISSAS.................................................................................9 1.3. OBJETIVOS .......................................................................................................10 1.3.1. Objetivo geral ..................................................................................................10 1.3.2. Objetivos específicos.......................................................................................10 1.4. JUSTIFICATIVA .................................................................................................11 1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO ...........................................................................11 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................12 2.1. SETOR INDUSTRIAL .........................................................................................12 2.2. REDES INDUSTRIAIS .......................................................................................12 2.3. SENSORES SEM FIO REDES DE SENSORES SEM FIO (RSSF) ...................14 2.4. PROTOCOLO DE COMUNICAÇÃO ..................................................................18 3. TRABALHOS RELACIONADOS A RSSF............................................................20 3.1. APLICAÇÔES DE RSSF.....................................................................................20 3.2. PROTOCOLOS PARA RSSF .............................................................................29 3.3. SEGURANÇA EM RSSF ....................................................................................34 3.4. PROJETO DE RSSF...........................................................................................36 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO.....................................................................................40 5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...............................................................46 5.1. SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS.......................................................46 REFERÊNCIAS.........................................................................................................48

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de redes industrial cabeada ....................................................... 13 Figura 2 - Exemplo de rede sem fio .......................................................................... 15 Figura 3 - Exemplo de rede sem fio ......................................................................... 16 Figura 4 - Sensores sem fio ..................................................................................... 17 Figura 5 - Receptor de sinal de satélite para GPS .................................................. 17 Figura 6 - Aplicação de redes sem fio na exploração de petróleo ........................... 21 Figura 7 - Aplicação de redes sem fio na extração de petróleo ............................... 22 Figura 8 - Topologia típica de conexão remota ao servidor por GPRS .................... 23 Figura 9 - Topologia típica de conexão remota ao servidor por GPRS .................. 24 Figura 10 - Utilização de satélites de comunicação para interligação de

equipamentos ........................................................................................ 25 Figura 11 - Arquitetura típica de medição de nível com rede sem fio ...................... 26 Figura 12 - Medição e controle de nível com rede sem fio ....................................... 26 Figura 13 - Mestre rede sem fio conectando-se a múltiplos instrumentos rede

fio escravos ............................................................................................ 26 Figura 14 - Aplicação rede sem fio na Usiminas ...................................................... 27 Figura 15 - Controle de sistemas de irrigação agrícola ............................................ 27 Figura 16 - Monitoramento remoto do desempenho de motores elétricos ............... 28 Figura 17 - Monitoramento remoto do nível de fluido em múltiplos tanques ............ 28 Figura 18 - Aplicação em estação de tratamento de água ....................................... 29 Figura 19 - Exemplo de rede ZigBee ........................................................................ 32 Figura 20 - Instalação Típica de WirelessHART ...................................................... 33 Figura 21 - Aplicação de redes sem fio na indústria ................................................ 34 Figura 22 - Redes auto-organizadas ........................................................................ 38 Figura 23 - Adaptador ABB WirelessHart ................................................................. 43

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1. INTRODUÇÃO

1.1. TEMA

O desenvolvimento industrial vem acontecendo desde a descoberta do carvão

mineral, o que capacitou o surgimento das grandes indústrias. Gradativamente

novas formas de produzir energia (termoelétricas, hidroelétricas, nuclear e outras)

alavancaram o desenvolvimento industrial no mundo, com isto, a indústria

transformou-se em um dos principais, ou até mesmo o principal produto econômico

de cada país. Para um crescimento contínuo, os industriais foram à busca de novos

mercados no exterior, criando uma corrida desenfreada ao crescimento econômico,

surgindo assim uma concorrência muito forte entre as empresas. Para serem

competitivas, as indústrias tiveram que buscar as formas de produzir com alta

qualidade, baixo custo, volume e velocidade na fabricação. Uma das formas

utilizadas para que as empresas sejam competitivas no mercado mundial, foi a

automatização dos seus processos de produção, o que permitiu a redução de

custos, o aumento do volume de produção e o controle de qualidade dos produtos.

As primeiras máquinas automatizadas eram compostas de equipamentos

autônomos, como por exemplo, o controle de nível com bóias e mediante controles

pneumáticos localizados em campo, sem a integração com outros controladores.

Com a necessidade de um controle mais detalhado englobando todo o processo, foi

necessário integrar todos os equipamentos envolvidos na automação através de

uma rede cabeada de comunicação usando sinais analógicos centralizando todo o

processo em uma sala de controle (PANTONI, 2006).

O desenvolvimento tecnológico resultou em redes sem fio, aplicadas

principalmente em ambientes industriais agressivos, com elevada toxicidade e com

certo perigo de explosão. Estas redes podem, também, ser empregadas na área de

segurança militar e no monitoramento de fenômeno físicos e naturais (GINATTO,

2008), bem como em sistemas de automação predial, residencial e agrícola

(MONTEBELLER, 2006).

Para a aquisição, monitoramento e controle de dados existem a necessidade

constante de pesquisas de novos sistemas de comunicação para aquisição e

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transmissão de dados. Segundo Boaretto (2005), uma destas pesquisas é na área

da tecnologia sem fio, que vem trazer maior flexibilidade na implantação de novos

sistemas. A necessidade cada vez maior de obter informações da produção, seja

quantitativamente ou qualitativamente, em diversos lugares distintos, até mesmo em

regiões remotas de difícil acesso e distante do fornecedor das informações, estimula

avanços na tecnologia sem fio na área industrial.

Os sistemas de comunicação sem fio possuem emprego crescente em

sistemas de automação na indústria, no comércio e até mesmo nas residências. A

sua empregabilidade é bastante difundida, pois existem inúmeros dispositivos que

utilizam as tecnologias bluetooth, Wi-Fi e outras, oferecendo segurança ao usuário e

possuindo compatibilidade para integração com sistemas de automação cabeados.

Outra característica de suma importância é a instalação e inclusão de novos

dispositivos sem fio (sensores, atuadores e controladores), sem a necessidade de

alterações físicas dos elementos construtivos e da rede cabeada, reduzindo

consideravelmente a utilização de cabos de alimentação e comunicação na

indústria, eliminando este custo e tornando ambientes limpos sem o

congestionamento de cabos. A importância de redes sem fio cresce quando se trata

de ambientes com risco de explosão, em ambientes tóxico, de difícil acesso e muito

distante (MONTEBELLER, 2006).

Os sistemas de comunicação sem fio são, hoje, uma realidade e estes estão

vem se modernizando com muita rapidez. O monitoramento e controle de

informações em tempo real, não se restringem mais à sala de controle, devem estar

disponível a qualquer momento e em qualquer lugar, sendo isto possível através de

equipamentos móveis, como laptops, celulares e outros (ROCHA, 2005).

1.2. PROBLEMA E PREMISSAS

Supõe-se que a pouca aplicação de sistemas sem fio na indústria esteja

vinculada basicamente na falta de conhecimento sobre estes sistemas.

Um dos problemas apresentados em sistemas sem fio é a troca periódica de

baterias, mas isto pode ser resolvido com alterações no meio físico ou, conforme

Ginatto (2008), alterando-se o protocolo de comunicação, que implica aumento na

vida útil das baterias em até 22%.

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A segurança na transmissão e recepção de dados em redes sem fio também é

vista como um impedimento ao seu uso, porém verifica-se que as redes para internet

cabeadas estão disponíveis em todos os lugares, e também incide sobre estas a

insegurança no uso. Mesmo assim, as redes para internet cabeadas são utilizadas

em todos os ambientes, seja comercial, residencial e industrial. Através de sistemas

criptografados nas redes sem fio, a segurança pode atingir patamares aceitáveis e

até melhores do que as das redes cabeadas (ROCHA, 2005).

As interferências eletromagnéticas podem ocasionar distorção em dados

recebidos de determinada fonte, ocasionada por uso da mesma faixa ou por canais

adjacentes, mas isto pode ser evitado através da reprogramação da frequência, pela

análise daquelas existentes no local e reprogramação e pelo uso da técnica spread

spectrum, um combate a faixas estreitas (ROCHA, 2005).

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral

Realizar o estudo da aplicação de redes sem fio no controle e no

monitoramento de processos industriais.

1.3.2. Objetivos Específicos

• Analisar as formas para alimentação de equipamentos sem fio na indústria,

visando o aumento da vida útil ou a eliminação das baterias.

• Levantar o efeito da interferência eletromagnética em redes sem fio existentes

em ambientes industriais e o método para redução desta interferência.

• Apresentar formas para tornar mais segura a transmissão e recepção de dados

na indústria e impedir o acesso externos aos dados das redes sem fio.

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1.4. JUSTIFICATIVA

Existem várias tecnologias de comunicação de redes sem fio no mercado,

porém a aplicação na indústria ainda é pequena. A eficiência do sistema no

ambiente industrial é duvidoso, devido as fortes interferências magnéticas,

segurança das informações trocadas entre os dispositivos e a dificuldade de

manutenção na troca periódica de baterias. Existe a necessidade de um estudo mais

específico de redes sem fio, com o objetivo de salientar sobre os meios de controle

de cada empecilho existente, fornecendo subsídios para aplicação segura de

sistemas sem fio em ambiente industrial.

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO

O Capítulo 1 refere-se à introdução, apresentando a proposta central do

trabalho, o problema e premissas, os objetivos propostos e a justificativa de

execução do mesmo.

O Capítulo 2 relaciona-se ao embasamento teórico com os conceitos gerais do

ambiente industrial e as tecnologias de redes sem fio.

O Capítulo 3 apresenta as pesquisa em trabalhos técnicos sobre a utilização de

sistemas de redes sem fio, abordando análise quanto ao segurança, interferências

eletromagnéticas e a alimentação de dispositivos sem fio.

O Capítulo 4 apresenta uma análise crítica sobre as redes sem fio quanto a sua

aplicabilidade no setor industrial.

No Capítulo 5 encontram-se as conclusões encontradas após uma análise

crítica das tecnologias de redes sem fio.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentadas definições sobre o setor industrial e o que

basicamente compõe uma rede industrial.

2.1. SETOR INDUTRIAL

A difusão da automação na indústria vem crescendo e modernizando-se

rapidamente nos últimos anos, passando do controle analógico, através das ligações

a dois fios por relé até a tecnologia ethernet e redes sem fio (BALDO, 2009).

A competitividade existente no setor industrial exige que as empresas utilizem

e desenvolvam novas tecnologias a fim de reduzir o custo e aumentar a qualidade

de seus produtos. A utilização de sistemas de transmissão sem fio encontra-se em

expansão, uma vez que sua utilização apresenta boa confiabilidade, permitindo

leituras instantâneas dos resultados com toda a mobilidade que somente as Redes

de Sensores Sem Fio (RSSF) podem oferecer, sendo utilizados em sistemas de

controle, supervisão de processos industriais, estoque de matéria prima e produto

final (REBELATO; LIDAK, 2006).

Boaretto (2005), também descreve que as empresas necessitam cada vez mais

de informações em tempo real diretamente do chão de fábrica, para um perfeito

controle do processo, do volume do produto final produzido e da rastreabilidade do

mesmo após a comercialização, para o controle de qualidade total de seus produtos.

Pode-se dizer que uma das estratégias de competitividade das indústrias e a

escolha correta da rede de comunicação a ser utilizada, a fim de obter-se a

integração de todos os setores, tais como, o setor de compras, recepção de matéria

prima, setor administrativo, faturamento, controle de estoque e outros (SOUZA;

OLIVEIRA, 2003).

2.2. REDES INDUSTRAIS

No final do século XIX, surgiram os primeiros relés. Neste mesmo tempo,

Thomas Edson desenvolveu as primeiras válvulas, sendo que estas possibilitaram o

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surgimento dos primeiros computadores, que eram grandes, pesados e lentos. Por

volta de 1940 foram desenvolvidos os transistores a base de materiais

semicondutores e na década de 1960, utilizando-se o silício, foi possível integrar

vários transistores em circuitos integrados, sendo que hoje estes podem chegar até

os quatorze milhões de transistores por centímetros quadrado. Desta forma, o

advento dos transistores permitiu que o controle industrial fosse realizado através de

sistemas com cabeamento serial, porém atualmente a rede ethernet, que também

suporta a tecnologia sem fio, vem dominando o mercado da automação, com

promessa de crescimento contínuo, desenvolvimento de novas tecnologias de

integração e com perspectiva de sobrevida por um longo período (MARLETA, 2007;

BALDO, 2009).

As redes industriais permitem a comunicação entre estações de controle e

monitoramento dos dispositivos de campo, seja através de cabos ou sem fio

(MONTEIRO et al. 2007). A Figura 01 apresenta um exemplo de rede industrial

cabeada.

Figura 01 - Exemplo de redes industrial cabeada Fonte: Pantoni, 2006.

As redes de comunicação, sejam cabeadas ou sem fio, são de suma

importância em um ambiente industrial automatizado, principalmente na integração

dos instrumentos e equipamentos do chão de fábrica aos sistemas de controle e,

também, aos sistemas administrativos (SOUZA; OLIVEIRA, 2003).

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Dentre as principais razões para a utilização da rede ethernet, está a ampla

conectividade em todo o mundo, com suporte a tecnologia TCP/IP e IEEE. Outro

ponto fundamental e que permite uma redução considerável nos custos, é a

existência de uma infra-estrutura pronta, com velocidades de 10Mbps e podem

chegar até 10Gbps, com inúmeros produtos que possuem interoperabilidade no

mercado a valores relativamente baixo. Abrangendo quase em total as exigências de

velocidade no transporte de dados atual, garantindo uma vida útil de pelo menos dez

anos (BONADEO, 2009).

2.3. SENSORES SEM FIO E REDES DE SENSORES SEM FIO (RSSF)

Sistemas de comunicação sem fio, que originam as RSSFs, vem da utilização

de sistemas de comunicação sem a conexão física (cabos) entre equipamentos,

primeiramente utilizada entre computadores. É mais comum a utilização de sistemas

de comunicação sem fio através de rádio frequência, mas existem outros meios

como o infravermelho e raio laser, mas são poucos utilizados, pois não pode haver

barreira física entre os pontos de comunicação. Os sistemas de comunicação sem

fio possuem uma tecnologia bastante promissora e novas tecnologias estão sendo

empregadas na produção de novos equipamentos para RSSF, seja através da

utilização de nova matéria prima, da tecnologia embarcada como também da

redução de suas dimensões (SOBRINHO, 2007). Um exemplo de rede de sensores

sem fio é apresentado na Figura 02.

Hoje quase todas as tecnologias de rede sem fio, atendem a normas

internacionais, garantindo plena conectividade (MALIMA, 2009). Existe uma trilogia

do sistema de comunicação sem fio, sendo:

• Bluetooth - desenvolvida para comunicação em distâncias de até 100m,

individual e com velocidade baixa de 721kbps, mas com boa segurança

a interferências e transmissão de dados mais seguros;

• Wi-Fi - empregada em distâncias de até 1.000m, atendendo mais de um

equipamento ao mesmo tempo, com maior velocidade na transmissão

de dados;

• UWB (banda ultra-larga) - de até 54 Mbps, aumentando a velocidade

para mais de 100Mbps e a largura de banda de 3,1GHz a 10,6GHz,

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uma vez que a Wi-Fi e Bluetooth possuem bandas fixas em 2,4GHz.

Esta tecnologia de rádio funciona bem abaixo do nível de ruído; e

• Temos ainda as tecnologias ZigBee e a WirelessHART bastante

difundidas no setor industrial.

Figura 02 - Exemplo de rede sem fio.

Fonte: Campista, 2008.

A ISA (The Instrumentation, Systems and Automation Society) está

desenvolvendo o padrão ISA SP-100, para estabelecer as normas, práticas

recomendadas, relatórios técnicos e outras informações que servirão para definir os

procedimentos para a implantação dos sistemas sem fio no ambiente de automação

e do controle de processos. Esta falta de padronização reduz a aceitação pelo setor

industrial do uso de RSSF, pela falta de segurança e integração dos variados

fornecedores. A Figura 03 apresenta uma rede sem fio típica nas indústrias de

instrumentação e controle de processos (ALMEIDA, 2009; PELUSO, 2007).

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Figura 03 - Exemplo de rede sem fio. Fonte: Peluso, 2007.

Pesquisas de novos sistemas sem fio constituem sistemas eficazes e

competitivos às redes cabeadas, reduzindo os custos para a implantação da rede e

viabilizando o acesso da tecnologia por todas as pessoas e sendo aplicável em

vários ambientes, como industrial, agrícola e outros (LOREIRO, 2009). Pesquisas

estão sendo direcionadas na tentativa de sanar alguns dos problemas dos sistemas

sem fio, tais como a alimentação através de baterias (que estão com maior vida útil e

com tamanho menores) e a baixa velocidade de transmissão e recepção de dados

(BARRETO, 2007).

O sistema de funcionamento de uma RSSF é basicamente a comunicação de

nó a nó, seja com a função de sensor, comunicação ou de processamento. A RSSF

pode ser utilizada para monitoramento da fertilidade do solo, da temperatura,

umidade, característica química do ar e outras; pela sua flexibilidade podem ser vista

em várias áreas: seja na militar, monitorando estoques e também na frente de

batalha estabelecendo estratégias de ataque ou defesa; seja na ambiental, no

monitoramento de colônia de insetos, migração de aves e despejos de poluente nos

rios; aplicações médicas, monitoramento dos batimentos cardíaco e nível de

colesterol; nas usinas hidrelétricas e nucleares; nas indústrias, química, montadoras

de automóveis e de petróleo e gás, no monitoramento de dutos, tanques, máquinas

e equipamentos e outros (SILVA, 2006). Sobrinho (2007) enfatiza que as RSSF são

aplicáveis nos lugares mais agressivos possíveis, como a exemplo: para monitorar

furacões, vulcões, geleiras e até no fundo do mar.

Além do desenvolvimento de novas tecnologias, proporcionando sensores cada

vez menores e de baixo custo, grande parte dos sensores sem fio, possui tecnologia

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de controle próprio, podendo trabalhar em conjunto ou individualmente (SEIDEL;

FERREIRA; OLIVEIRA, 2009).

O desenvolvimento tecnológico de sensores sem fio teve início por volta de

1980, com sistemas de sensores sem fio, que possuíam o tamanho de uma caixa de

sapatos, com sistemas de sensoriamento, processamento e comunicação

separados, e que foram inicialmente empregados na área militar, para fins de

localização de embarcações no mar e rastreamento de aviões. Hoje, os sensores

são pequenos e utilizados em vários setores. A evolução dos sensores sem fio é

apresentada na Figura 04 e Figura 05 (SILVA, 2006).

Figura 04 - Sensores sem fio. Fonte: Silva, 2006.

Figura 05 - Receptor de sinal de satélite para GPS

Fonte: Lima, 2005

Conforme Konstantinova (2005) estão sendo desenvolvidas pesquisas de

novos materiais para uso em sistemas eletrônicos, assim contribuindo para a

miniaturização de sensores sem fio, entre eles novos compostos de carbono,

encontrando materiais com estruturas mais densas que favorecem a passagem de

sinais elétricos.

A utilização de sensores sem fio pode ser visto em vários lugares. Silveira

(2004) utilizou sistemas com sinal de rádio telemetria para o monitoramento de

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onças na selva. Tais equipamentos operaram na frequência de 150 GHz com vida

útil das baterias variando de 24 meses a 42 meses. Os sistemas eram compostos

por sensores que indicavam a posição do animal e se o mesmo estava vivo ou

morto. Segundo o autor, sem o uso de equipamentos sem fio para o monitoramento

dos animais na floresta, seria praticamente impossível a coleta de dados importantes

para o desempenho do trabalho, pois estes animais sendo carnívoros utilizam uma

área muito extensa no meio da mata e muitas vezes de difícil acesso.

2.4. PROTOCOLO DE COMUNICAÇÃO

As soluções da utilização de rede sem fio definem somente o meio físico por

onde passam os dados e como enviar os dados através de diferentes meios: ondas

de radiofreqüência, laser ou infravermelho. A linguagem utilizada para transmitir os

dados, ou protocolos de comunicação, não é definida. Vários protocolos podem ser

utilizados, tais como: Modbus serial, Modbus TCP/IP, Foundation Fieldbus, Hart,

ProfiNet, e também protocolos proprietários. É muito importante verificar se a

solução de rede sem fio escolhida é compatível e aceita o protocolo utilizado entre

os equipamentos que se deseja conectar (FAYAD, 2003).

Como cada fabricante de produtos com tecnologia sem fio utilizava uma

linguagem de comunicação própria e levando em consideração que existe a

necessidade de utilização de equipamentos de fabricantes diferentes para compor

uma RSSF, estes fabricantes se organizaram e surgiu assim o padrão IEEE 1451.

Além dos protocolos da família IEEE, existem vários outros protocolos,

cabendo ao projetista definir por aquele que melhor se encaixa no projeto,

adaptando-se ao sistema empregado, a infra-estrutura existente e aquela que será

utilizada e o meio físico onde irão operar os equipamentos (MACEDO, 2006).

Em redes de padrão IEEE 802.11, a utilização do algoritmo correto para

implementação e controle da taxa da camada de enlace, reduz substancialmente o

número de colisões e, com isto, há uma redução expressiva na perda de pacotes de

dados. Em Cardoso (2009), é possível verificar que o bom desempenho de uma

RSSF está vinculada não somente a tecnologia física do hardware a ser utilizado,

mas também a estrutura de transmissão de dados através de um protocolo

perfeitamente configurado, mesmo utilizando tecnologias iguais. Como exemplo,

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duas RSSF utilizando um protocolo IEEE 802.11.g, podem possuir grande diferença

no desempenho de uma para outra, pois o padrão IEEE não especifica qual

algoritmo deve ser utilizado para o controle da taxa de enlace, afetando diretamente

a velocidade e a qualidade dos dados envidados pela rede de comunicação sem fio.

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3. TRABALHOS RELACIONADOS A RSSF

3.1. APLICAÇÕES DE RSSF

Segundo Campista (2008), em sistemas de computares que trabalham em

rede, a utilização de redes sem fio, é uma das melhores formas de transporte de

dados com ótimo desempenho e com custo baixo. Redes sem fio utilizadas através

de uma rede ad hoc (redes desprovidas de infra-estrutura ou organização central),

possibilitam a ligação de qualquer equipamento que possua a tecnologia de

comunicação sem fio, a qualquer momento e de qualquer ponto, sem a necessidade

de um ponto físico para estabelecer a sua conectividade; podendo ser feita a

inclusão do equipamento sem fio, sua configuração e calibragem em laboratório,

antes mesmo de sua instalação. Esta mobilidade é um dos fatores de maior

relevância para redes sem fio, pois estes sistemas reduzem consideravelmente os

custos para a implantação da rede, pois não há necessidade da utilização de cabos.

Deve-se levar em consideração, também, que em muitos ambientes onde se

necessita de redes de comunicação de dados, não existe a infra-estrutura de

tubulações e pontos definidos, pois geralmente as construções são antigas ou não

foram previstos em projeto. Nesses casos, geralmente há a necessidade de quebra

de paredes e lajes para uma implantação adequada ou uso de formas ou

equipamentos provisórios, gerando instalações de má qualidade. A redução de

custos também está na redução de manutenção da rede, pois não existe a conexão

com redes cabeadas e pontos fixos para o acesso a rede e, com isto, a manutenção

fica restrita ao servidor da rede. Conforme Silva (2006), no setor de petróleo e gás, a

aplicação de RSSF apresentou melhores resultados em relação às redes cabeadas,

estando entre eles: a facilidade de configurar equipamentos remotamente, em

ambientes distintos; instalação e reconfiguração da rede após a instalação de novos

equipamentos, sem a necessidade de intervenção física; inexistência de cabos,

podendo ser instalados em ambientes de difícil acesso e ambientes hostis e,

principalmente o monitoramento e coleta de dados remotamente em tempo real, a

qualquer momento e de qualquer lugar, sem a necessidade de um local fixo para

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conexão na rede. Sendo as RSSFs serem bastantes dinâmicas, podem ser

empregadas para monitoramento de objetos e fenômenos físicos e químicos em

vários ambientes, como no setor militar, agrícola, controle ambiental, industrial e

outros.

O sistema sem fio pode ser utilizado, conforme Figura 06, para monitoração e

controle de poços remotos na exploração de petróleo. Estes poços normalmente

possuem instrumentos de campo, sinais discretos e uma instrumentação específica,

que fica instalada dentro do poço em profundidades de até 4.800 metros. Todos

estes equipamentos são ligados a um controlador central, que transmite os dados a

uma estação de supervisão central. Todo o conjunto é alimentado por painéis

solares e bancos de baterias (FAYAD, 2003).

Figura 06 - Aplicação de redes sem fio na exploração de petróleo Fonte: Fayad, 2003

As estações de vazão e bombeamento de petróleo podem estar em locais bem

remotos e, também, podem utilizar sistemas sem fio para a transmissão dos valores

de vazão e massa para um computador que agrupa, armazena e gera relatórios da

transferência de material. A Figura 07 apresenta uma aplicação em estação de

vazão e bombeamento (FAYAD, 2003).

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Figura 07 - Aplicação de redes sem fio na extração de petróleo Fonte: Fayad, 2003

A existência de inúmeros tipos de sensores, com variada tecnologia de

sensoriamento, a aplicação pode ser variada como o monitoramento de objetos, a

variação do clima, umidade do solo e outras formas de monitoramento conforme a

necessidade, pois os sensores são completos, formados por unidade de

sensoriamento, transceptor, processador e memória. No setor industrial a aplicação

de RSSF é verificada no sensoriamento de temperatura, nível, pressão,

superaquecimento, vazamentos e outros (SEIDEL; FERREIRA; OLIVEIRA, 2009).

Rebelato e Lidak (2006), utilizaram o modelo Toyota de produção, que consiste

em um sistema gestor de sucesso, na produção e qualidade de seus produtos,

através da tecnologia de rede sem fio de comunicação, sendo utilizada em todos os

setores da empresa, integrando o chão de fábrica com o controle de produção,

manutenção, estoques e outros, com mobilidade total para a aquisição e controle de

dados através de PDAs (Personal Digital Assitents – Assistentes Pessoais Digitais)

apresentando um ótimo desempenho final, conforme o que era esperado. A

utilização dos PDAs apresenta baixo custo, flexibilidade, facilidade de integração e

possibilidade de compartilhamento com outros sistemas e produtos. Além disto, a

redefinição do layout na produção e em outros setores facilita a utilização da RSSF

devido a inexistência de pontos de contato fixos com a rede de automação.

Segundo Boaretto (2005), o sistema de comunicação sem fio com

espalhamento espectral é considerado uma solução segura e de custo relativamente

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baixo, seja na implantação, como também no custo de manutenção da rede;

garantindo qualidade, flexibilidade e mobilidade na supervisão e controle do que é

realizado na produção das indústrias.

Fazendo parte e ampliando esta rede de comunicação, Sobrinho (2007)

salienta que os serviços de sinal por celular, hoje não são apenas serviços de

telefone e voz. Todas as companhias que oferecem serviços de celular com

tecnologia GSM (Global System for Mobile Communications), GPRS (General

Packet Radio System) e 1xRTT (1xRadio Transmission Technology), oferecem em

seus pacotes de produtos a opção para a transmissão de dados.

O sistema GPRS cria uma rede de pacotes sobre a rede de telefonia celular

GSM para o envio e recepção de dados. Neste sistema, um canal de radio só é

utilizado quando o usuário está efetivamente enviando ou recebendo dados, ficando

o canal livre para outros usuários do serviço que compartilham o mesmo canal, o

que permite que um grande número de usuários utilize o sistema em uma mesma

célula. A utilização de modem GPRS permite ainda acesso a outros serviços da rede

de telefonia celular, sendo de interesse especial o sistema de mensagens curtas

SMS (Short Message Servise) para ser usado na notificação de anormalidades às

equipes de manutenção (DILLENBURG, 2003).

Conforme a Figura 08, a unidade remota pode enviar dados diretamente a um

ou mais computadores na internet. Uma aplicação rodando no servidor aguarda a

requisição de conexão originada pela unidade remota, recebe e envia dados através

desta conexão e armazena os dados recebidos.

Figura 08 - Topologia típica de conexão remota ao servidor por GPRS

Fonte: Dillenburg, 2003

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A Figura 9 apresenta a interligação de equipamentos de campo, como

transmissores e válvulas, através de modem GSM (FAYAD, 2003).

Figura 9 - Utilização de modem GSM para interligação de equipamentos de campo

Fonte: Fayad, 2003

As redes que operam através do protocolo TCP/IP possuem suporte garantido

para redes de comunicação sem fio rede sem fio, sendo este tipo de rede muito

recomendada atualmente. Essa possui perfeita integração com outras redes,

tornando-se uma solução de custo baixo para implantação de novos sistemas.

Quando as redes sem fio trabalham em conjunto com a tecnologia de celulares,

estas redes tornam-se globais, com o recebimento de informações através de

programas para a supervisão dos serviços e controle dos processos e, também, a

transmissão de dados através de sensores de qualquer parte do mundo em tempo

real (ROZAS, 2004).

Segundo Atos (2009), os sistemas redes sem fio integrados com tecnologia

GSM/CDMA possuem a capacidade de comunicação remota em ambientes

incapacitados de haver uma estrutura cabeada e fora do alcance do sinal de rádio

do sistema de rede sem fio. Podem ser empregados em regiões próximas ou

distantes, em locais de difícil acesso, apenas havendo a necessidade de cobertura

de transmissão das operadoras de celular ou que possuam a comunicação via

satélite.

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Conforme Fayad (2003), além das soluções em radiofrequência, pode-se

utilizar soluções que utilizam satélites de comunicação espalhados na órbita terrestre

para obter comunicação com áreas afastadas, de difícil acesso, ou até em locais

onde uma estrutura fixa não possa ser montada, conforme Figura 10.

Figura 10 - Utilização de satélites de comunicação para interligação de equipamentos Fonte: Fayad, 2003

Estes sistemas também não necessitam de rede de energia, pois como o

consumo é bastante baixo, podem ser alimentados através de baterias com longa

duração e até mesmo com pequenos sistemas de fornecimento de energia solar. A

largura de banda e a velocidade de transmissão de dados são limitadas, porém a

grande vantagem é a comunicação remota de lugares inóspitos. Esta tecnologia

também pode ser utilizada para comunicação de servidor com servidor e também

com sistemas supervisórios, uma vez que existe compatibilidade com a

comunicação de protocolo TCP/IP – rede sem fio.

Outra aplicação em que se pode utilizar comunicação sem fio é na medição de

nível. A rede sem fio levará os dados de pressão analógica até o sistema de

controle, conforme Figura 11. Também se pode utilizar o controle do sistema através

de rede sem fio, como por exemplo, quando o nível alcançar um nível baixo pré-

definido, o sistema de controle gera um sinal para abrir a válvula que permite que o

tanque seja reabastecido, conforme Figura 12. O mesmo mestre da rede sem fio

pode se conectar a múltiplos instrumentos de rede sem fio escravos, como

representado na Figura 13 (KIELBLOCK, 2009).

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Figura 11 - Arquitetura típica de medição de nível com rede sem fio

Fonte: Kielblock, 2009

Figura 12 - Medição e controle de nível com rede sem fio

Fonte: Kielblock, 2009

Figura 13 - Mestre rede sem fio conectando-se a múltiplos instrumentos rede sem fio

escravos Fonte: Kielblock, 2009

Na empresa Usiminas, o sistema de rede sem fio foi utilizada para supervisão e

controle dos fornos de reaquecimento, que consistem de duas estações de controle

e três interfaces homem-máquina (IHM) que se comunicam entre si em uma rede

ethernet e com as estações de controle através do barramento de controle,

denominado control bus, conforme Figura 14 (OLIVEIRA, 2009).

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Figura 14 - Aplicação rede sem fio na Usiminas

Fonte: Kielblock, 2009

Kielblock (2009) apresenta algumas aplicações para sistemas de sensores sem

fio. Na Figura 15 é apresentada a aplicação para controle de irrigação agrícola, onde

não seria prático a conexão com fios. A Figura 16 apresenta o monitoramento

remoto do desempenho de motores elétricos para levantamento da necessidade de

manutenção preventiva. A Figura 17 apresenta o monitoramento simultâneo do nível

do fluido de múltiplos tanques. A Figura 18 apresenta uma aplicação em estações de

tratamento de água, para que a água não tratada não seja transferida para o

próximo reservatório de tratamento ou retornada a rios ou lagos.

Figura 15 - Controle de sistemas de irrigação agrícola Fonte: Kielblock, 2009

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Figura 16 - Monitoramento remoto do desempenho de motores elétricos Fonte: Kielblock, 2009

Figura 17 - Monitoramento remoto do nível de fluido em múltiplos tanques Fonte: Kielblock, 2009

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Figura 18 - Aplicação em estação de tratamento de água Fonte: Kielblock, 2009

A utilização de RSSF no monitoramento e controle de diversos equipamentos

em plataformas petrolíferas, é de extrema importância, pois reduz

consideravelmente o custo sendo uma ótima opção do uso, pois o ambiente marinho

é extremamente agressivo. Para aplicação de RSSF em plataformas de petróleo,

devem ser bem robustas, pois no local existem inúmeros obstáculos: variação

extrema de temperatura, várias superfícies de aço, a utilização de vários dispositivos

sem fio emissores de diferentes faixas de frequência de uso pessoal e industrial e a

segurança dos dados que muitas vezes são confidenciais. Segundo Birkemor et. Al

(2008), o protocolo WirelessHART é bastante robusto para implantação em

plataformas petrolíferas, pois possui baixo consumo de energia, velocidade de

comunicação compatível com a necessidade do sistema de controle, ótima

performance na transmissão e recepção de pacotes de dados e mensagens

enviadas podem ser totalmente criptografadas (BIRKEMOE, 2008).

3.2. PROTOCOLOS PARA RSSF

O bom desempenho das redes de sensores sem fio está relacionado

diretamente com o protocolo de comunicação. Otimizar um protocolo apresenta

excelentes resultados, na eficiência e na confiabilidade da transmissão e recepção

dos dados gerados pelos nós de sistemas sem fio. Vários protocolos estão no

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mercado para serem utilizados em comunicação sem fio, de acordo com a

necessidade de cada rede.

Macedo (2006), analisou o desempenho do protocolo PROC (Proactive

ROuting with Coordination), que é um protocolo de roteamento desenvolvido para

redes de sensores homogêneas e estacionárias, onde os nós enviam dados

periodicamente para uma Estação Base. Nesta análise, verificou que houve um

ganho de 12% na vida útil do sistema em relação aos outros protocolos e, também, a

eficiência é verificada pela pouca memória utilizada, o que reduziu o consumo de

energia na rede e a recuperação mais rápida de falhas eventuais de nós de

comunicação.

Utilizando-se um protocolo adequado, de acordo com utilização da rede, tem-

se maior segurança nos dados trafegados por ela e o aproveitamento dos recursos

disponíveis. Segundo Campista (2008), a avaliação da qualidade do protocolo deve

ser criteriosa, visto que na maioria das vezes os protocolos possuem suas

particularidades: uns voltados mais a segurança dos dados, mas que sobrecarregam

a rede; outros se preocupam com o fluxo, mas esquecem da qualidade e, outros que

fazem seu trabalho comum, sem melhorias de qualquer característica que seja.

Dispositivos que utilizam comunicação sem fio são geralmente alimentados

através de baterias. Utilizar um protocolo adequado e configurá-lo de forma eficiente

traz economia de energia e automaticamente, ganho na vida útil das baterias e dos

equipamentos utilizados na RSSF. Franciscani (2004) comparou a utilização de

protocolos em RSSF e verificou que protocolos de redes cabeadas não apresentam

um bom desempenho quando utilizados em RSSF, principalmente em relação ao

consumo de energia dos sensores.

Silva (2006) enfatiza que a escolha de um protocolo específico ao trabalho

que será desempenhado pela RSSF é de vital importância para a vida útil e o

sucesso do sistema utilizado.

Segundo Sobrinho (2007), o protocolo de comunicação sem fio mais utilizado

da família IEEE 802.11, através de transmissão por rádio frequência. Entre os mais

utilizados encontra-se o IEEE 802.11.a que trabalha na faixa de 5 GHz,

apresentando baixa interferência, devido a sua alta frequência e velocidade de

transmissão de 54 Mbps, e com oito canais simultâneos. O protocolo IEEE 802.11.b

é outro protocolo bastante utilizado, principalmente na comunicação entre

computadores pessoais e seus periféricos, utiliza a faixa de 2,4 GHz e taxa de

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transferência de até 11 Mbps, sendo três canais utilizados para comunicação

simultânea. Quanto maior o número de canais, maior será o desempenho na troca

de informações. O padrão IEEE 802.11.g é relativamente o mais novo existente no

mercado, sendo compatível com o IEEE 802.11.b, que opera na mesma faixa de

frequência de 2,4 GHz, porém com velocidade no tráfego de dados de 54 Mbps.

Moraes, Marini e Boaretto (2006), apresentam os protocolos de comunicação

sem fio IEEE 802.11 e suas especificações, como sendo os melhores meios de

configuração de RSSF, apresentando ótimos resultados, tanto na comunicação entre

os nós, como também a robustez da rede, redução no consumo de energia e

aumento na vida útil do sistema.

O Bluetooth citado por Malima (2009) que possui comunicação em distâncias

de até 100m, sem obstáculos, com velocidade de 721kbps e boa segurança a

interferências e transmissão de dados, também é uma boa opção para o setor

industrial, embora devido a sua baixa velocidade e indicada para pequenas

distâncias.

O protocolo ZigBee é bastante recente, estando em fase de melhorias e

aperfeiçoamento, mas está sendo bastante utilizado, com características

promissoras no uso também industrial. Segundo Miafaya, Tomás e Souza (2005),

em comparação com o Bluettoth, o ZigBee apresenta uma economia no consumo de

energia com duração de suas baterias em até cem vezes superior, isto acontece

porque o protocolo ZigBee faz entrar em operação o equipamento sem fio somente

no momento em que é solicitado e o tempo restante fica em estado de dormência

com baixíssimo consumo de energia, outra característica de extrema importância,

que em apenas um canal de comunicação, poderá haver uma malha com mais de

65.000 dispositivos sem fio. O protocolo ZigBee trabalha em canais específicos de

comunicação com as seguintes velocidades:

� 2,4 GHz a uma taxa de 250 kb/s;

� 915 MHz a uma taxa de 40 kb/s e,

� 868 MHz a uma taxa de 20 kb/s.

A tecnologia ZigBee é bastante robusta com alta resistência a interferências

eletromagnética. Segundo Vika Controls (2008), este protocolo conforme esquema

da Figura 19 funciona basicamente através de três dispositivos:

� Coordenador, chamado de ZC (ZigBee Coordinator) que possui de 1 a

16 canis de comunicação, ele é responsável pela formação da red

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através da escolha de um dos seus canais e o número lógico que irá

operar, permitindo a integração dos roteadores e dispositivos finais a

ela;

� Roteador, chamado de ZR (ZigBee Router) que tem a função de

estabelecer a comunicação da rede entre o ZC e os dispositivos finais,

quando estes estão situados em posições onde a comunicação com o

ZC não pode ser direta, também é função dos ZRs a determinação da

melhor rota de comunicação da rede; e

� Dispositivos finais, chamados de ZEB (ZigBee End Divice) podendo ser

um sendor ou um atuador, que sempre deve estar ligado a um ZC ou

ZR.

Fonte 19 - Exemplo de rede ZigBee Fonte Vika Controls (2009)

Um dos protocolos mais utilizados no ambiente industrial, segundo HART

Communication Foundation (2009), é o protocolo WirelessHART, que foi

desenvolvido para aplicação no setor industrial, sendo hoje empregado em 85% dos

dispositivos que operam em comunicação sem fio no setor industrial no mundo,

conforme visto uma aplicação típica na Figura 20. Possui velocidade de

comunicação de 250 kbps, baseado no protocolo IEEE 802.15.4 de 2006, opera na

frequência de 2,4 Ghz a 2,4835, alterando automaticamente, de forma aleatória,

quando existe interferências na faixa que esta operando (Direct Sequence Spread

Spectrum) , distância de comunicação até 250m (sem obstruções), os equipamentos

podem ser alimentados por baterias ou diretamente da rede de energia além de

apresentarem baixo consumo.

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Figura 20 - Instalação Típica de WirelessHART Fonte: HART Communication Foundation (2007)

A Figura 21 apresenta uma aplicação em que a estação se supervisão utiliza o

protocolo Modbus RTU até o rádio mestre, e a comunicação com os rádios Modbus

escravos em rádio freqüência (de 330 a 512 MHz), sendo que os escravos estão

conectados aos equipamentos de campo (FAYAD, 2003).

Figura 21 - Aplicação de redes sem fio na indústria

Fonte: Fayad, 2003

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3.3. SEGURANÇA EM RSSF

Segundo Cabrini, Florido e Kofuki (2006), em uma RSSF destinada ao controle

de temperatura em diversos ambientes, no laboratório de sistemas integráveis da

Universidade de São Paulo, onde foram utilizados vários dispositivos como sensores

e atuadores do tipo MICAZdot em uma rede de comunicação sem fio por rádio

frequência, ao final do experimento esta apresentou um ótimo desempenho, uma

boa robustez da rede e o nível de variação da temperatura ficou dentro da faixa

inicialmente desejada. Através da análise dos dados gerados por diversas leituras

de pontos diferentes, com situações em que havia equipamentos formadores de

ondas eletromagnéticas, foi possível verificar que devido a tais ondas interferindo na

comunicação entre os nós sensores, houve uma perde significativa de dados,

concluindo que os meios de comunicação por rádio frequência apresentam alta

sensibilidade em se tratando de ondas eletromagnéticas. A existência de barreiras

como paredes e painéis também causam perdas na qualidade de sinal, embora bem

menores que as interferências verificadas em fontes de ruído por ondas

eletromagnéticas.

Os meios de comunicação globalizados, especialmente através da internet,

trazem novas perspectivas de comunicação de dados interligando quase todas as

redes e pontos do planeta. Essa forma de comunicação global, por sua vez, é de

extrema importância para o desenvolvimento tecnológico e humano, mas como

praticamente tudo está interligado, torna-se um ambiente extremamente inseguro.

Uma das formas de garantir a segurança dessas redes é a utilização de redes

internas dedicadas (VPN), que podem ser cabeadas e sem fio, mas somente isto

não basta. Marleta (2007), propôs a utilização de uma VPN criptografada fazendo

com que a comunicação passe a ser pessoal, ou seja, tanto os transmissores quanto

os receptores, devem estar vinculados com a mesma programação de criptografia,

caso contrário, a comunicação não é estabelecida. O método de criptografia torna a

rede com segurança relativamente elevada, sendo possível a comunicação de uma

VPN através da internet com alto grau de segurança. A utilização de uma VPN

criptografada, que pode ser cabeada ou sem fio, mostrou que é possível o controle

de equipamentos remotamente, neste caso específico um robô controlado via

internet, através de protocolo de comunicação TCP/IP, obteve ótimos resultados

aliado a boa segurança, como se a rede estivesse isolada totalmente.

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As RSSFs vieram também para permitir a mobilidade de instrumentos e

equipamentos eletrônicos de trabalho e lazer, como por exemplo, a utilização de

computadores pessoais e sensores. Sistemas que possuem tecnologia sem fio e que

possuem redes do tipo ad hoc podem entrar formar ou sair de uma rede sem fio, ou

até mesmo de uma RSSF, a qualquer momento que desejar. De uma maneira geral,

redes sem fio são vistas como inseguras, pois podem ser acessadas livremente

dentro do limite de seu alcance. Por isso, redes sem fio necessitam, sem dúvida, de

um alto padrão de segurança, como autorização de acesso através de senhas,

autenticação e comunicação com seus dados criptografados. Este sistema de

segurança na rede pode ser de uso pessoal (DSP) utilizado em computadores e

seus periféricos, e estendia (DSPE) onde poderá ser formada uma RSSF com alto

padrão de proteção para um número de pessoas que acessam tal rede (SAKUAGUI,

2006).

Segurança em redes, segundo Sobrinho (2007), a utilização teve início em

redes de computadores que apresentam acesso remoto livre, mas também devem

ser aplicadas em RSSF, uma vez que o sinal é aberto estando sempre pré-disposto

a sofrer ataques externos e internos. A insegurança não está voltada apenas a

ataques, mas também vinculada a perdas na transmissão e recepção de dados,

decorrente de interferências na própria rede e até de interferência ambiental. Esta

segurança que deve ser observada devidamente na fase de projeto, irá trazer como

resultado a confiabilidade e integridade dos dados gerados.

Um dos problemas vistos por muitas empresas, principalmente no nível de

gerência, é a insegurança que a RSSF algumas vezes apresenta, sendo uma delas

o recebimento de pacotes de dados incompletos, por falha na transmissão de dados.

Essas falhas, geralmente, são devido a interferências do meio físico ou ondas

eletromagnéticas oriunda de outros campos. Um bom projeto de layout da infra-

estrutura da RSSF, pode resolver em grande parte estes problemas, mas em alguns

casos há obstáculos que não podem ser removidos. Sobrinho (2007) utilizou uma

RSSF em ambiente marinho, que possui alta taxa de interferência além de ser

bastante agressivo quimicamente e não ter como alterar as características do meio

físico, as interferências existentes serão de convívio permanente para o sistema de

comunicação empregado. Mas isto não torna inviável a utilização de uma RSSF

neste ambiente sendo que, neste caso específico, a solução adotada foi a utilização

de software adequado, juntamente com protocolo específico. Mesmo que o

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equipamento a ser monitorado não admita falha no funcionamento, a configuração

adequada do software e do protocolo, juntamente com a tecnologia escolhida,

podem ser a uma solução eficaz do problema de perda de pacotes na transmissão e

recepção de dados.

3.4. PROJETO DE RSSF

Rebelato e Lidak (2006) salientam que para atingir o sucesso no uso de uma

RSSF em ambiente fabril, deve-se levar em consideração, como resultado final da

implantação, a qualidade dos dados coletados do processo, o monitoramento

contínuo, o compartilhamento das informações com o setor de produção, a

compatibilização eletrônica entre máquinas e equipamentos, o acesso remoto móvel

de qualquer lugar e a qualquer instante no ambiente produtivo e administrativo.

Altamente relevante é a elaboração de um projeto de automação industrial,

principalmente quando se trata de RSSF. Em função do layout do ambiente a ser

monitorado, o efeito de irradiações e os efeitos dos campos eletromagnéticos

gerados por máquinas e equipamentos existentes no local, podem afetar

significativamente a transmissão e a recepção de sinal de rádio frequência, que é o

caso de RSSF. Estas interferências, segundo Moraes, Marini e Boaretto (2006), são

causadas devido à reflexão em materiais condutivos na composição de máquinas,

equipamentos, móveis, paredes e divisórias.

O estudo do layout do local a implantar a RSSF antes de iniciar o projeto é de

extrema importância, pois o projetista deve ter a noção exata de onde serão

instalados os transmissores e receptores e da necessidade ou não da utilização de

amplificadores e antenas, bem como da altura a serem instalados, evitando

obstáculos físicos e campos eletromagnéticos que possam interferir na transmissão

e recepção de informações pelos sensores sem fio. Além da posição adequada dos

transmissores e receptores, a escolha do tipo de modulação do sinal torna uma

RSSF mais segura e menos suscetível a interferências, tornando-a robusta e

aumentando a vida útil da rede empregada.

Aplicações de RSSF quando projetadas com critério, podem trazer excelentes

resultados. Seidel, Ferreira e Oliveira (2009), desenvolveram um projeto de pesquisa

sobre o monitoramento de parte da floresta amazônica. Apenas monitorando a

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umidade e a temperatura, foi possível definir: se no local estava havendo derrubada

de árvores, devido à variação de umidade do solo pela incidência solar; queimadas,

pelo aumento incomum da temperatura; e outras agressões sofridas pela floresta. O

sistema instalado foi de grande sucesso, uma vez que aquilo que era analisado

remotamente através dos dados enviados pelos sensores espalhadas na floresta,

estavam realmente acontecendo no local.

Instrumentos de campo, alimentados por baterias, podem se comunicar com

gateways, que convertem os sinais recebidos em protocolos comumente utilizados

pela indústria, tais como Modbus, Hart, Fieldbus etc. Para garantir que os

instrumentos consigam se comunicar corretamente com o gateway, se ocorrer algum

atraso na comunicação ou mesmo se algum obstáculo interromper o sinal de rádio,

utiliza-se o conceito de redes auto-organizadas. Nessas redes, cada elemento ou nó

da rede, é também um repetidor, conforme a Figura 22. Na figura, o gateway é

instalado nas proximidades do sistema de controle e conectado ao mesmo através

de Ethernet ou Modbus. A Ethernet pode suportar Hart, Profinet etc. Os instrumentos

A e B possuem uma vista desimpedida do gateway e, considerando que a distância

entre eles seja menor do que 250 metros, a comunicação ocorre sem empecilhos. O

instrumento C não possui vista desimpedida, mas o sinal pode ser refletido por outro

tanque e atingir o gateway e, também, pode se comunicar através dos instrumentos

A ou B. Considerando que o instrumento D esteja muito longe do gateway, ele pode

se comunicar através dos instrumentos A, B ou C, o mesmo ocorrendo com o

instrumento E que não possui vista desimpedida (PELUSO, 2007).

Como qualquer outro sistema, as RSSF estão sujeitas a falhas, principalmente

porque a maioria dos sensores utilizam baterias para alimentação e, também por

possíveis interferências eletromagnéticas. Para cada sistema a ser projetado existe

uma tolerância aceitável à falhas, dentro de limites pré-estabelecidos. Cada projeto

possui suas características e relevâncias e, como exemplo, quando está sendo

monitorada a umidade no interior de uma residência, a ocorrência de falhas no

sistema será praticamente insignificante, mas por outro lado, no monitoramento de

possíveis vazamentos de tubulações de combustível não podem ocorrer falhas,

devido aos sérios danos que poderão ocorrer. Mesmo em sistemas de detecção

onde as falhas são intoleráveis, a utilização de programas de controle específicos e

a duplicação da RSSF poderá ser a melhor alternativa técnica encontrada, com

custos aceitáveis (SILVA, 2006).

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Figura 22 - Redes auto-organizadas

Fonte: Peluso, 2007

Algumas limitações vistas em RSSF, como a largura da banda, a capacidade

energética das baterias, a segurança do sistema e as interferências

eletromagnéticas, podem ser sanadas na fase de projeto. Este custo gerado para

elaboração de um projeto adequado, é pequeno perante as características positivas

que o sistema possui, tais como: acesso remoto, controle descentralizado, inúmeros

caminhos de comunicação, o que reduz os custos na formação de uma malha de

sensoriamento (SEIDEL; FERREIRA; OLIVEIRA, 2006).

A utilização de RSSF é um grande avanço na tecnologia de transmissão e

recepção de dados, tornando o monitoramento do mundo físico cada vez mais

eficaz, através da utilização de sensores cada vez menores. Esta redução no

tamanho dos sensores afeta diretamente a quantidade de energia disponível para os

mesmos existente em suas baterias que também são em tamanho reduzido,

exigindo do projetista de RSSF uma atenção especial, pois a condição de operação

de uma rede pode ser o fator determinante na vida útil do sistema. Souza (2007)

otimizou uma RSSF, atribuindo papéis específicos para cada nó da rede, através de

algoritmo genético e reconfiguração do sistema para operar em intervalos de tempo.

Foi definido, também, que a tomada de decisão seria de modo cíclico entre os

sensores, pois quando centralizado existe a necessidade de toda uma linha de

sensores ficarem ativos a fim de estabelecer a comunicação. Mantendo vários

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sensores ativos, aumenta-se significativamente o consumo de energia pelos

mesmos.

Vários fenômenos físicos, como pressão, umidade e temperatura, podem ser

monitorados por RSSF. Um dos problemas encontrados, visto como restrição ao

uso, é a largura de banda, onde o roteamento de uma quantidade elevada de

informações ao mesmo tempo, acarreta em aumento do tempo de resposta do

sistema, gerando problema no processamento dos dados. A solução adotada por

Aquino (2008) é tratar os dados que chegam para processamento, utilizando

somente aqueles mais relevantes, através da técnica stream de dados. Com a

manipulação dos dados, foi possível manter uma representatividade suficiente dos

dados, garantindo que os resultados gerados fossem satisfatórios e com qualidade,

na solução dos problemas.

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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO

Neste capítulo será feita uma análise crítica dos diversos trabalhos vistos no

Capítulo 3, visando à definição das características que as RSSF podem

desempenhar em redes de automação industrial.

As redes de automação industrial apresentam um grande marco no

desenvolvimento mundial. Sendo compostas por sistemas cabeados ou sem fio,

possuem os mesmos objetivos, que é o controle de fabricação de seus produtos,

seja o controle de processos, o monitoramento da produção, controle de estoque

entre outros. A concorrência existente em todos os setores, a velocidade, o volume

de produção e a qualidade dos produtos podem ser fatores determinantes para a

sobrevivência de várias empresas. Como citado por Montebeller (2006), as redes de

automação são um fato crescente, podendo ser cabeada ou sem fio, em todos os

setores, não apenas no industrial, mas também no comercial, no campo e nas

residências.

A utilização de RSSF pode ser considerada uma tecnologia que irá crescer ao

longo do tempo (SEIDEL; FERREIRA; OLIVEIRA, 2009). Conforme Silva (2006), o

custo de implantação de uma RSSF não está ligado apenas ao custo do nó sensor

especificamente, mas a todos os equipamentos da rede e a escolha do fornecedor

certo pode ser o que definirá o uso da tecnologia sem fio. A utilização com sucesso

de RSSF na indústria, é visto por vários autores como Barreto (2007), Monteiro

(2007), Rebelato e Lidak (2006) e Silva (2006).

Segundo Seidel, Ferreira e Oliveira (2006), a utilização de RSSF é bastante

flexível, pois uma rede pode ser formada por dois sensores ou por vários, formando

uma malha de sensoriamento, uma vez que geralmente cada sensor é autônomo,

não necessita de fios e sua inclusão na rede é basicamente através de um sistema

supervisório. Através de redes sem fio, existe uma grande facilidade de uso de

equipamentos em lugares e situações provisórias e momentâneas. As redes sem fio

estabelecem conectividade com redes cabeadas com simplicidade, segurança e

baixo custo (MALIMA, 2009).

Muitos empecilhos para o uso de RSSF são impostos, entre eles, segundo

Baretto (2005), está a largura de banda existente para RSSF que são consideradas

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baixas, pois variam de 11 a 54 Mbps. Mas, o que geralmente acontece na

configuração das redes cabeadas industriais, que podem comportar velocidades de

até 10 Gbps (BONADEO, 2009), é a fixação de uma velocidade de não mais de

9,6 kbps, ficando bem abaixo do menor valor que as RSSF comportam. Além disto,

existem técnicas de projeto que podem resolver o problema da largura de banda,

consistindo basicamente no estabelecimento de limites na transferência de dados,

de acordo com a qualidade que se deseja do monitoramento, garantindo que mesmo

sistemas que possuam pouca capacidade na transmissão de dados, comportem o

serviço a que foram destinadas (AQUINO, 2008). A utilização de um protocolo

adequado, também pode suprir a deficiência da largura de banda das RSSFs

(SILVA, 2006).

O tempo de duração das baterias, na maioria dos sensores, é outro ponto visto

como relevante ao uso de RSSF. Ginatto (2008) salienta que uma das soluções para

este problema é a reconfiguração do protocolo utilizado aumentando a vida útil do

sistema em até 22%. Silva (2006), em seu trabalho de monitoramento florestal

especificou que os sensores entrassem em operação de 50 em 50 minutos,

reduzindo o consumo de energia. Souza (2007), através do sistema descentralizado

de processamento e Aquino (2008) na relevância e quantidade de dados

necessários para o processamento, trouxeram resultados excelentes para a redução

no consumo de energia e o aumento na vida útil da rede. A alimentação dos

sensores diretamente na rede elétrica pode ser uma alternativa viável para o uso de

sensores sem fio, pois em alguns casos a dificuldade está na instalação de cabos de

comunicação, seja devido a distâncias elevadas ou devido a ambientes com altas

interferências eletromagnética e ataques químicos.

Segundo Peluso (2007), as baterias podem durar vários anos, dependendo da

taxa de comunicação. Em um projeto os transmissores se comunicam uma vez por

minuto viabilizando a vida útil do sistema de três a sete anos, sem a necessidade de

troca de baterias ou utilização de fontes alternativas de energia. Para prolongar a

vida das baterias, é possível utilizar painéis solares, que fornecem energia para o

instrumento e carregam as baterias para o período noturno.

A utilização de fontes renováveis de energia é uma ótima opção para o

aumento da vida útil das baterias, Junior (2008) em seu trabalho de monitoramento

do nível de poços para o controle da variação do lençol freático, primeiramente

utilizou apenas baterias convencionais para alimentação dos dispositivos sem fio, a

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troca foi necessária 90 horas após o início do uso; a vida útil das baterias pôde ser

estendida por todo o período do experimento, de três semanas, com implantação de

células solares para o carregamento das mesmas, sem a necessidade de nenhuma

substituição neste período.

A segurança de uma rede de automação está diretamente relacionada com a

qualidade dos dados gerados por ela, para que isto aconteça, a rede deve funcionar

adequadamente. Um dos principais fatores que contribui para esta qualidade está na

utilização de um protocolo e um software adequado e a configuração dos mesmos

(SOBRINHO, 2007; MACEDO, 2006). Sendo as RSSF abertas, acessadas de

qualquer lugar onde o alcance de sinal de rádio da mesma é possível e geralmente

passando dos limites da indústria, as mesmas devem ser protegidas contra ataques

externos. Uma das formas utilizadas por Marleta (2007) é a utilização de VPNs

criptografadas garantindo, na maioria das vezes, a integridade da rede. Com a

criptografia, as redes não necessitam de ser uma VPN e podem estar ligadas

diretamente a uma rede externa, com grande segurança para a mesma.

O uso de um protocolo adequado, conforme Cardoso (2009), bem como de sua

configuração adequada, é um dos principais fatores que irá definir a qualidade dos

serviços efetuados pela RSSF. Além da configuração, cada projeto possui

características peculiares para a definição do tipo de protocolo a ser utilizado.

Macedo (2006) em seu trabalho de pesquisa comparando alguns protocolos,

concluiu que houve um ganho expressivo de 12% na vida útil do sistema apenas

pelo uso de um protocolo adequado. No momento de definir a utilização de um

protocolo de comunicação, deve ser levada em consideração a integração do

sistema que será implantado com as redes existentes (BONADEO, 2009;

SOBRINHO 2007).

WirelessHART é um dos protocolos mais utilizados no mundo, em se falando

de RSSF; existe no mercado componentes (adaptadores), conforme Figura 23, que

podem ser acoplados diretamente sobre os transmissores com fio, já existente no

chão de fábrica, reduzindo custos na remodelação do sistema e sendo uma ótima

opção para testes de viabilidade técnica para implantação de RSSF (ABB LIMITED,

2005).

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Figura 23 - Adaptador ABB WirelessHart Fonte: ABB Limited (2005)

Em geral, como em toda a área técnica, o importante é um bom projeto. Para

uma rede de automação industrial, e em especial para as RSSFs, devem ser

levados em consideração inúmeros fatores. Além do conhecimento adequado do

processo e da estrutura da empresa onde será implantada esta tecnologia, é

necessário que o projetista faça um estudo adequado do layout do local a ser

monitorado em relação aos tipos e disposição das máquinas, equipamentos e

mobiliário em geral, a existência de obstáculos físicos como paredes, divisórias, lajes

e, também, a disposição onde ficarão os sensores sem fio que farão a comunicação

entre os equipamentos e as centrais de controle e operação. Em termos de estudo

do local, também deve ser verificado se existe alguma agressividade química. Além

do layout, deve ser levado em consideração o tipo de rede que será utilizada, o

padrão e a marca dos equipamentos, os protocolos que melhor se adaptarão aos

equipamentos e ao monitoramento que será executado, o software indicado e os

melhores parâmetros a serem utilizados para uma programação adequada do

sistema (SOBRINHO, 2007; MORAES, MARINI, BOARETTO, 2006; REBELATO,

LIDAK, 2006; SEIDEL, FERREIRA, OLIVEIRA, 2009).

Os pontos positivos para a aplicação de RSSF são vistos por todos os autores,

sejam referentes a aplicabilidade ou sejam pela qualidade dos serviços que pode

oferecer. Barreto (2007) indica que a utilização de sistemas de monitoramento com

sensores sem fio é aplicável em todos os ambientes como, por exemplo, a indústria,

em operações militar, na proteção do meio ambiente, em residências e outros vários

lugares onde se deseja o controle de equipamentos e sistemas.

Segundo Savells e McAdams (2008), algumas das vantagens das redes sem

fio sobre as redes com fiação de cobre são:

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� Economia na instalação: redução de trabalho e custos do material requerido

para a fiação, bem como a velocidade da montagem;

� Economias de escalas: montar pontos adicionais em redes sem fio depende

somente da instalação de equipamentos escravos adicionais, visto que os

equipamentos mestres podem ser compartilhados, ou seja, não existe a

necessidade de deixar uma reserva instalada como ocorreria nos projetos

com fiação;

� Segurança contra falhas: sistemas com fio tendem a ter fios cortados durante

a construção ou mesmo durante uma manutenção de rotina. Ataques por

ferrugem, corrosão, vapor, sujeira, poeira, água etc. podem afetar um sistema

de instrumentação com fio. Os alarmes de sistemas sem fio permitem aos

usuários saber se os dados não estão mais vindo do instrumento devido a

uma perda de sinal entre um equipamento escravo e o mestre;

� Flexibilidade: a rede sem fio pode ser implementada lentamente e integra-se a

sistemas cabeados já existentes, possui facilidade para expansão da rede e

para a reconfiguração desta, com a realocação de instrumentos;

� Confiabilidade: os sistemas rede sem fio precisam ser tão confiáveis quanto

os sistemas cabeados;

� Monitoração do diagnóstico: a medida que o sensor de um instrumento rede

sem fio opera, o sistema monitora o sinal a procura de anormalidades em

termos de sinal, barulho, tensão, temperatura, energia refletida etc., sendo

que o usuário pode determinar em que níveis deve ser dado um aviso;

� Baixo consumo de energia: apesar de não ser uma vantagem específica em

relação aos sistemas cabeados, o baixo consumo de energia se traduz em

baterias menores e painéis solares, tornando a montagem remota realizável

em áreas antes consideradas impraticáveis para monitoramento e controle.

Quanto à abrangência das redes, Sobrinho (2007) e Atos (2009) citam que as

RSSFs são aplicáveis em todos os lugares e sua abrangência torna-se global,

quando utilizada com o serviço de dados via celular, formando uma rede de longo

alcance, com acesso remoto de sensores que podem estar inseridos em pontos

diferentes e distantes uns dos outros, desde que exista sinal de celular ou sistema

por torre ou via satélite.

Outra característica bastante marcante das RSSF é a mobilidade total, pois

segundo Silva (2006), o controle e supervisão de serviços ou até mesmo de uma

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planta, pode ser efetuado através de um PDA ou de um laptop de qualquer lugar, a

qualquer instante. Segundo Sakuragui (2006), sensores sem fio são de uma

flexibilidade inigualável, pois os sensores sem fio, que na maioria dos casos são

completos, com alimentação, sensoriamento, processamento e comunicação,

possuem a característica de poderem sair ou entrar e formar ou desfazer uma rede a

qualquer momento que se desejar.

A viabilidade do uso de RSSF em ambiente industrial é sem dúvida possível,

pois todas as barreiras impostas aos sistemas de comunicação sem fio podem ser

contornadas utilizando equipamentos adequados a tarefa que irá desempenhar o

sistema bem como a utilização de protocolos e programas de gerenciamento e

controle que podem ser modelados de acordo com o objetivo e necessidade do

sistema. Esta viabilidade de uso de sistemas sem fio também pode ser concluída

devido sua alta escala de utilização em diversos setores como no militar, ambiental e

outros, não ficando apenas restrito ao uso industrial, sendo empregados em

ambientes com características peculiares e todos apresentando ótimos resultados.

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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

As RSSF estão sendo aplicadas em todos os setores, inclusive o industrial,

possuindo ótimas perspectivas para seu crescimento, em função de novos estudos e

o desenvolvimento de novos equipamentos.

Inúmeros são os pontos positivos que as RSSFs podem apresentar, sendo os

principais, a mobilidade completa da rede e a aplicação de sensores em qualquer

lugar com acesso remoto, por mais complicado que seja.

Na área de automação industrial, a utilização de RSSF sofre resistência quanto

à qualidade do sistema em si e quanto a qualidade dos dados transmitidos e

recebidos, principalmente quanto a interferências eletromagnéticas e ataques

externos. Mas isso pode ser resolvido se forem considerados alguns detalhes na

implantação destas redes, tornando-as seguras e com alta qualidade.

O projeto bem elaborado é um dos fatores de maior relevância para a

implantação da RSSF. Devem-se utilizar equipamentos adequados, de acordo com a

agressividade do meio, as distâncias e outros fatores.

O uso de um protocolo adequado, assim como do software que melhor se

adapta ao sistema que será implantado e, também, ao meio físico com suas

interferências, recurso energético limitado das baterias e obstáculos físicos e

eletromagnéticos. Devem-se levar em consideração a configuração e programação

do sistema com parâmetros adequados, levando em consideração possíveis ataques

externos, área de alcance do sensoriamento e outros.

5.1. SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS

Existe deficiência de trabalhos relacionados com RSSF, sobre o assunto de

transferência de dados através de infravermelho e raio laser. Pesquisas poderiam

ser efetuadas neste assunto podendo ser utilizados cabos de fibra ótica para a

transferência de sinal.

Pouco é falado sobre problemas que ondas de rádio podem causar ao ser

humano e seus limites aceitáveis.

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A relação de custos entre sistemas cabeados e sem fio, de uma planta com as

mesmas características, é de grande relevância para a decisão de qual rede utilizar.

Um nicho bastante interessante é o uso de energia solar empregada

especificamente em sensores sem fio.

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