ESTUDO SOBRE FACHADAS REFLEXIVAS - Home - FAU - USP · 2017-03-13 · Quais parâmetros utilizar?...

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V Av. Brigadeiro Faria Lima Av. Brigadeiro Faria Lima Rua Diogo Moreira Av. Eusébio Matoso Rua Tavares Cabral Rua Bianchi Bertoldi ESTUDO SOBRE FACHADAS REFLEXIVAS DIAGNÓSTICO EXPLORATÓRIO NA AVENIDA FARIA LIMA AUT0225 - Conforto Ambiental em Espaços Urbanos Abertos Constanche Chen | 8010444 Leila de Lacerda | 8010506 menos brilho O andar desajeitado do pedestre pela cidade, muitas vezes mais incômodo do que confortável, não pode mais ser ignorado: ele diz muito sobre as necessidades de mudança do meio urbano e nos indica um norte para nos orientarmos. Entre calçadas emburacadas, trânsito alarmante, pouca vegetação, um problema muito pouco pensado e, consequentemente, com reduzidos estudos sobre, a questão do ofuscamento nas fachadas paulistanas é algo a se pensar - e a se limitar. Mas como? Quais parâmetros utilizar? Por onde começar? Como dito, é um problema pouco estudado, mas muito replicado e, sem dúvidas, reflete-se no desconforto de todos aqueles que estão na rua, seja em carro, andando ou em transporte público. Dentre as consequências, a cegueira momentânea é a mais agravante, pela eminência de causar um acidente. O aumento de temperatura, ocasionado pela incidência de mais raios solares na calçada do que desejado, traz um enorme desconforto para os pedestres. O desconforto urbano não é detalhe - ao contrário, ele está atrelado a muitos problemas estruturais que devem ser (re)pensados. Sem grandes pretensões, esse trabalho objetiva um maior entendimento da situação do ofuscamento no trecho da Avenida Faria Lima próxima à Rebouças, onde os prédios se reproduzem com fachadas de vidro vulgares, pouco pensadas. Sem levar em conta os efeitos internos ao edifício, nossa ambição é explorar e diagnosticar o local, chegando à propostas simples e eficazes, que possam minimizar os efeitos indesejados nascidos com essas fachadas. INTRODUÇÃO IMAGENS EM CORES FALSAS: AONDE BRILHA MAIS? mais brilho Edifícios com superfície reflexiva Edifícios sem superfície reflexiva 16h30 a = 255° hs = 28° hv = 64° 9h a = 99° hs = 48° hv = 61° A partir da produção da máscara solar, da elevação, do corte e das imagens em cores falsas (material espalhado nessa prancha), conseguimos entender melhor as consequências do ofuscamento na av. Faria Lima. Apesar da presença de árvores pela avenida, muitas vezes estão concentradas em um ponto, o que limita os benefícios da vegetação ao considerarmos trechos mais extendidos do local. Análise A A’ B B’ ELEVAÇÃO A-A’ PLANTA Fazer essa análise foi um caminho de obstáculos: a falta de acesso fácil a equipamentos e a soſtwares nos obrigou a experimentar métodos alternativos, como a produção de uma escala própria para as cores falsas. Essas necessidade, porém, nos demonstrou que um diagnóstico pode ser feito sem tanta tecnicalidade, o que, se disseminado, é capaz de aumentar o número de diagnósticos e, consequentemente, elevar a importância desse e outros problemas de conforto urbano. Usando geometria solar básica, conseguimos demonstrar, no corte B-B’, como algumas mudanças simples - no caso, a inserção de vegetação - pode amenizar os problemas relatados pela falta de respeito com o pedestre por parte de determinados projetos. Nota-se, porém, que se adota nesse texto a palavra “amenizar” e não “solucionar”: precisaríamos de um tratamento para as fachadas para chegarmos a uma conclusão solúvel. Esse estudo, por tanto, mais do que responder a questão, alerta a existência dela e das suas consequências, abrindo um debate necessário, muitas vezes ignorado pela própria academia. Sem normas de projeto, continuaremos a ter projetos como essas, tão presentes na Avenida Faria Lima, que priorizam os polos da economia e da estética e pouco pensam, se é que pensam, no impacto do projeto na cidade, tanto na escala territorial quanto do pedestre. Deve-se, sim, solucionar o que já existe de ruim, mas a melhora real só vira quando as normas evitarem que projetos futuros sejam feitos dessa mesma maneira. CONCLUI-SE ALGO? ELEVAÇÃO B-B’ A inserção do caminho dos raios solares na elevação A-A’ demonstra o poder das fachadas reflexivas em aumentá- los (em sua extensão), fazendo-os de chegar ao chão e, consequentemente, aumentando a temperatura do solo. A máscara solar demonstra uma ocupação bastante considerável das fachadas dos prédios estudados na visão do pedestre. Eles até poderiam ajudar na criação de sombras e aumentar o conforto do usuário - se suas fachadas grandes e reflexivas não fossem as próprias responsáveis pela intensa chegada do Sol no nível do solo. Essa ánálise pode ser confirmada com o estudo das imagens em cores falsas mais abaixo, que demonstram o poder de reflexão dessas fachadas, capazes de gerar um enorme desconforto para aqueles que o tem em sua paisagem visual. 0 10 16h30 a = 255° hs = 28° hv = 29° 9h a = 99° hs = 48° hv = 56°

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ESTUDO SOBRE FACHADAS REFLEXIVAS DIAGNÓSTICO EXPLORATÓRIO NA AVENIDA FARIA LIMA

AUT0225 - Conforto Ambiental em Espaços Urbanos Abertos

Constanche Chen | 8010444Leila de Lacerda | 8010506

menos brilho

O andar desajeitado do pedestre pela cidade, muitas vezes mais incômodo do que confortável, não pode mais ser ignorado: ele diz muito sobre as necessidades de mudança do meio urbano e nos indica um norte para nos orientarmos. Entre calçadas emburacadas, trânsito alarmante, pouca vegetação, um problema muito pouco pensado e, consequentemente, com reduzidos estudos sobre, a questão do ofuscamento nas fachadas paulistanas é algo a se pensar - e a se limitar. Mas como? Quais parâmetros utilizar? Por onde começar? Como dito, é um problema pouco estudado, mas muito replicado e, sem dúvidas, reflete-se no desconforto de todos aqueles que estão na rua, seja em carro, andando ou em transporte público. Dentre as consequências, a cegueira momentânea é a mais agravante, pela eminência de causar um acidente. O aumento de temperatura, ocasionado pela incidência de mais raios solares na calçada do que desejado, traz um enorme desconforto para os pedestres. O desconforto urbano não é detalhe - ao contrário, ele está atrelado a muitos problemas estruturais que devem ser (re)pensados. Sem grandes pretensões, esse trabalho objetiva um maior entendimento da situação do ofuscamento no trecho da Avenida Faria Lima próxima à Rebouças, onde os prédios se reproduzem com fachadas de vidro vulgares, pouco pensadas. Sem levar em conta os efeitos internos ao edifício, nossa ambição é explorar e diagnosticar o local, chegando à propostas simples e eficazes, que possam minimizar os efeitos indesejados nascidos com essas fachadas.

INTRODUÇÃO

IMAGENS EM CORES FALSAS: AONDE BRILHA MAIS?

mais brilho

Edifícios com superfície reflexiva

Edifícios sem superfície reflexiva

16h30

a = 255°

hs = 28°

hv = 64°

9h

a = 99°

hs = 48°

hv = 61°

A partir da produção da máscara solar, da elevação, do corte e das imagens em cores falsas (material espalhado nessa prancha), conseguimos entender melhor as consequências do ofuscamento na av. Faria Lima. Apesar da presença de árvores pela avenida, muitas vezes estão concentradas em um ponto, o que limita os benefícios da vegetação ao considerarmos trechos mais extendidos do local.

Análise

A

A’

B

B’

ELEVAÇÃO A-A’

PLANTA

Fazer essa análise foi um caminho de obstáculos: a falta de acesso fácil a equipamentos e a so7 wares nos obrigou a experimentar métodos alternativos, como a produção de uma escala própria para as cores falsas. Essas necessidade, porém, nos demonstrou que um diagnóstico pode ser feito sem tanta tecnicalidade, o que, se disseminado, é capaz de aumentar o número de diagnósticos e, consequentemente, elevar a importância desse e outros problemas de conforto urbano. Usando geometria solar básica, conseguimos demonstrar, no corte B-B’, como algumas mudanças simples - no caso, a inserção de vegetação - pode amenizar os problemas relatados pela falta de respeito com o pedestre por parte de determinados projetos. Nota-se, porém, que se adota nesse texto a palavra “amenizar” e não “solucionar”: precisaríamos de um tratamento para as fachadas para chegarmos a uma conclusão solúvel. Esse estudo, por tanto, mais do que responder a questão, alerta a existência dela e das suas consequências, abrindo um debate necessário, muitas vezes ignorado pela própria academia. Sem normas de projeto, continuaremos a ter projetos como essas, tão presentes na Avenida Faria Lima, que priorizam os polos da economia e da estética e pouco pensam, se é que pensam, no impacto do projeto na cidade, tanto na escala territorial quanto do pedestre. Deve-se, sim, solucionar o que já existe de ruim, mas a melhora real só vira quando as normas evitarem que projetos futuros sejam feitos dessa mesma maneira.

CONCLUI-SE ALGO?

ELEVAÇÃO B-B’

A inserção do caminho dos raios solares na elevação A-A’ demonstra o poder das fachadas reflexivas em aumentá-los (em sua extensão), fazendo-os de chegar ao chão e, consequentemente, aumentando a temperatura do solo. A máscara solar demonstra uma ocupação bastante considerável das fachadas dos prédios estudados na visão do pedestre. Eles até poderiam ajudar na criação de sombras e

aumentar o conforto do usuário - se suas fachadas grandes e reflexivas não fossem as próprias responsáveis pela intensa chegada do Sol no nível do solo. Essa ánálise pode ser confirmada com o estudo das imagens em cores falsas mais abaixo, que demonstram o poder de reflexão dessas fachadas, capazes de gerar um enorme desconforto para aqueles que o tem em sua paisagem visual.

0 10

16h30

a = 255°

hs = 28°

hv = 29°

9h

a = 99°

hs = 48°

hv = 56°