Etanol 2G

36
Etanol de 2ª Geração Deivid Sousa de Figueiroa Doutorando em Engenharia Química | Processos Biotecnológicos – LEB/CCT/UAEQ/UFCG Caruaru, 01 de Julho de 2015

description

Etanol de Segunda Geração

Transcript of Etanol 2G

Page 1: Etanol 2G

Etanol de 2ª Geração

Deivid Sousa de FigueiroaDoutorando em Engenharia Química | Processos Biotecnológicos –

LEB/CCT/UAEQ/UFCG

Caruaru, 01 de Julho de 2015

Page 2: Etanol 2G

Tecnologia de Segunda Geração para produção de biocombustíveis

Primeira GeraçãoSegunda Geração

(Etanol Lignocelulósico)

sacarose da biomassaCelulose de matérias

primas lignocelulósicas

Page 3: Etanol 2G

Produção mundial de etanol

(1ª e 2ª geração)

Page 4: Etanol 2G

Mandatos de mistura

• Renewable Fuels Standard (RFS) – EUA: mistura obrigatória de etanol celulósico a partir de 2010- 60,6 bilhões de litros por ano, em 2022

Fonte: U.S. Renewable Fuels Standard

Page 5: Etanol 2G

Política européia

• Diretiva 2009/28/EC - Parlamento Europeu, 2009:• 20% de energias renováveis no consumo total de energia;• 10% de energias renováveis no setor de transporte até

2020.

• Não há uma quota específica para o uso de biocombustíveis de segunda geração renováveis - padrões de sustentabilidade exigidos e maior potencial de mitigação dos GEE.

Page 6: Etanol 2G

Tecnologias de segunda geração

• Rota termoquímica- Gás de síntese, síntese catalítica ou

fermentação

• Rota bioquímica- Pré-tratamento, hidrólise, fermentação

Page 7: Etanol 2G

Rota Termoquímica

• Conversão BTL (biomass-to-liquids)

• Gaseificação: Biomassa com umidade reduzida submetidas a um tratamento térmico severo na presença de uma quantidade controlada de ar (ou apenas oxigênio).

• Gás de síntese: CO+ H2

• Processo Fischer-Tropsch (FT)

Page 8: Etanol 2G

Unidades - FT

(1)A CHOREN, em Freiberg, Alemanha - fechou em fevereiro/2012 por problemas financeiros (o processo de gaseificação: Carbo-V). Foi adquirida pela gigante Linde mas ficará fechada por alguns anos.

(2)O projeto Chrisgas da planta de Värnamo, na Suécia – operações finalizadas em 2010. Segundo eles pela falta de incentivos monetários por parte do governo.

Problemas na gaseificação de biomassa em grande escala – limpeza do gás – alimentação do gás

Page 9: Etanol 2G

Rota Bioquímica

Pré- Tratamento– Processo Físico– Processo Químico– Processo Biológico– Processo Combinado

Hidrólise– Ácida (diluída ou concentrada)– Enzimática

Fermentação

Page 10: Etanol 2G

Componente Composição (%)

Celulose 39-40

Hemicelulose 22-23

Lignina 23-24

Cinzas 4-5

Outros componentes

8-9

Composição do Bagaço de Cana-de-Açúcar

Page 11: Etanol 2G

Rota Bioquímica

• Desafios:

• Fortes ligações lignocelulósicas – pré-tratamento;

• Celulose não é hidrolisada por enzimas convencionais –requer aplicação de enzimas específicas;

• Novos microorganismos para fermentar os açúcares (xiloses) das hemiceluloses.

Page 12: Etanol 2G

Matéria-prima Lignocelulósica

• Culturas energéticas- Acúmulo de biomassa;- Perenes;- Rotação; - Alto rendimento.

• Resíduos

Page 13: Etanol 2G

Projeto CENBIO

Potential for Sustainable Production of 2nd-Generation Biofuels

Levantar informações brasileiras sobre os biocombustíveis de primeira geração, além da disponibilidade de matérias-primas para produção de biocombustíveis de segunda geração, a fim de subsidiar o relatório publicado em 2010, que trata da situação dos principais países emergentes e em desenvolvimento.

www.iea.org/papers/2010/second_generation_biofuels.pdf

Page 14: Etanol 2G

Projeto CENBIO Potential for Sustainable Production of 2nd-Generation Biofuels

Disponibilidade de biomassa no Brasil:

•Cana-de-açúcar (bagaço, palha e pontas)•Resíduos agrícolas (de soja, milho, arroz, amendoim e coco)•Resíduos de madeira Maior utilização: deixados no campo ou para cogeração

IEA, 2010

Page 15: Etanol 2G

Projeto CENBIO

Levantamento georreferenciado de resíduos da cana-de-açúcar em potencial no país, visando sua utilização para produção de álcool combustível através da tecnologia de hidrólise enzimática.

• Levantar o potencial de biomassa residual da cultura de cana-de-açúcar (considerando apenas resíduos de palhas/pontas e bagaço da cana-de-açúcar);

• Elaborar mapas georreferenciados do potencial de resíduos (safra 2007/2008).

Page 16: Etanol 2G

Custos de produção do etanol celulósico

• Custo matéria-prima- 45% a 65% do custo de produção

• Custo capital- Escala comercial

• Custo de operação e manutenção- Pré-tratamento e hidrólise

Page 17: Etanol 2G

Projeções de custos etanol celulósico

(IEA, 2008)

Page 18: Etanol 2G

Desafios da segunda geração

•Matéria-prima (transporte)

•Tecnologia (enzimas)

•Custo de produção elevado

Page 19: Etanol 2G

Iniciativas etanol lignocelulósico no Brasil

Início Iniciativa Financiador/ Responsável

1981 Iniciativa com eucalipto Fundação de Tecnologia

industrial (FTI) - Lorena/SP

1987Patenteamento: Dedini Hidrólise Rápida (DHR)/ planta

demonstração Dedini - Piracicaba/SP

2006REDE BIOETANOL - Produção de Etanol via Hidrólise

Enzimática da Biomassa da Cana-de Açúcar Ministério de Ciência e

Tecnologia 2004 Unidade experimental/ planta semi industrial (2010) CENPES/ Petrobras2008 Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) FAPESP

2009Projeto CANEBIOFUEL ( Seventh Research Framework

Programme of the European Commission – FP7)Novozymes, CTC e UFPR

2009Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol

(CTBE)Ministério de Ciência e

Tecnologia

Page 20: Etanol 2G

Plantas com tecnologias de 2ª geração

IEA Bioenergy TASK 39: Status of 2nd generation biofuels demonstration facilities:

http://biofuels.abc-energy.at/demoplants/projects/mapindexhttp://www.biofuels-platform.ch/en/search/engine.php

• Plantas piloto: 18 em operação • Plantas em demonstração: 7 em operação• Plantas comerciais: 1 em operação

Page 21: Etanol 2G

25

Estrutura de Materiais Lignocelulósicos

Biomassa

Célula VegetalParede Celular

Lignina

Hemicelulose

Celulose

Microfibrila Celulósica

Glicose

Page 22: Etanol 2G

Pré-tratamento

Page 23: Etanol 2G

Remoção de lignina; Solubilização da hemicelulose; Redução da cristalinidade da celulose; Aumento da porosidade do material, de

maneira a tornar a celulose suscetível à hidrólise.

27

Objetivos dos Pré-Tratamentos

Page 24: Etanol 2G

Hemicelulose (C5H8O4)m ;

Lignina (C9H10O3(OCH3))n ;Extrativos;Celulose (C6H10O5)x .

Composição dos Materiais Lignocelulósicos

28

Page 25: Etanol 2G

29

Segmento de um polímero de LigninaGrupo hidroxila fenólico

Anel aromático (Fenil)

Grupo hidroxila alcoólico

Cadeia metoxil

Cadeia dibenzodioxoxina

Page 26: Etanol 2G

Tecnologias de Pré-tratamento

Pré-tratamento físico;

Pré-tratamento físico-químico;

Pré-tratamento químico;

Pré-tratamento biológico;

Page 27: Etanol 2G

Pré-tratamento físico

Tipo de Processo

ProcessoPossíveis

mudanças na biomassa

Observações importantes

Moagem

Por bolas; por martelos; coloidal;

vibratória; por compressão

Aumento na área superficial acessível e no tamanho dos

poros;Diminuição da cristalinidade da celulose;

Diminuição no grau de

polimerização;

Grande demanda de

energia;Não removem totalmente a

lignina;Não são

indicados para aplicações industriais;

Nenhum reagente químico é requerido

nestes métodos;

Irradiação

Com raio gama; feixe de

elétrons; por microondas

Outros

Hidrotérmico; vapor a alta

pressão; expansão; extrusão; pirólise

Page 28: Etanol 2G

Pré tratamentos Químicos e Físico-Químicos

Tipo de processo

Processo Mudanças Observações

Explosão ou craqueamento

Por vapor; AFEX; CO2 supercrítico

Aumenta a área superficial acessível;Deslignificação parcial a completa;Diminui a cristalinidade da celulose;Diminui o grau de polimerização da celulose;Hidrólise parcial ou completa da hemicelulóse;

Estão entre os mais efetivos e são os mais promissores para aplicações industriais;Taxa de tratamento rápida;Necessidade de condições severas;Utilização de reagentes químicos

Alcalino Hidróxido de sódio;amôna; sulfito de amônia

Ácido Ácido sulfúrico; Ácido Clorídrico; Ácido Fosfórico;

Gás Dioxido de Cl; Dióxido de N;Dióxido de S;

Agentes Oxidantes

Peróxido de H; Oxidação úmida; Ozônio

Solventes Etanol-água; Etilenoglicol; Butanol-água; Agentes de inchaço

Page 29: Etanol 2G

Processos

Processos mais promissores:

Hidrólise ÁcidaÁcido diluído e concentrado

Hidrólise Enzimática

Page 30: Etanol 2G

Processos de Hidrólise- Hidrólise com ácido diluído

Hidrólise é uma reação química de quebra de uma molécula por água.

Promissora tecnologia para produção de álcool;

Grande vantagem deste processo é uma corrosão menor dos equipamentos em relação ao processo com ácido concentrado;

No entanto, o baixo rendimento de açúcares e o alto custo de energia devido à necessidade de altas temperaturas e pressões são as grandes desvantagens desta tecnologia;

Barreira de ordem operacional e a falta de equipamentos;

Page 31: Etanol 2G

Processos de Hidrólise- Hidrólise com ácido diluído

O rendimento do processo de hidrólise por ácido diluído pode ser otimizado se for realizada em dois estágios;

- O primeiro estágio é feito em condições mais leves, a fim de se converter hemicelulose em monossacarídeos;

- O segundo estágio é realizado em condições mais severas, hidrolisando a celulose restante, diminuindo a produção de inibidores formados pela hemicelulose;

Page 32: Etanol 2G

Processos de Hidrólise- Hidrólise com ácido diluído

As principais vantagens do processo com dois estágios são:

- Maior produtividade de açucares, minimização do consumo de energia;

- Solução hidrolisada resultante é mais concentrada;

- Menor formação de compostos inibidores da fermentação.

Page 33: Etanol 2G

Processos de Hidrólise- Hidrólise com ácido

concentrado

Ácidos como o sulfúrico o clorídrico são utilizados para hidrolisar a hemicelulose e a celulose em baixas temperaturas, geralmente abaixo dos 100°C;

Os grandes desafios da tecnologia são o custo na construção de equipamentos resistentes à corrosão e a recuperação do ácido, que é um problema econômico e ambiental;

Page 34: Etanol 2G

Processos de Hidrólise- Hidrólise com ácido

concentrado

Vantagens:- A celulose cristalina é completamente solúvel com os ácidos;- Alto rendimento em períodos de reação relativamente curtos e baixas temperaturas, minimizando o consumo energético.

O processo se mostra entre uma das mais promissoras tecnologias de produção de bioetanol a partir de resíduos lignocelulósicos, apesar das desvantagens.

Page 35: Etanol 2G

Processos de Hidrólise- Hidrólise Enzimática

Baseado na ação de três celulases distintas (endo-β-gluconases, exo-β-gluconases, e β-glucosidases).

Depende da proporção da concentração e adsorção destas enzimas;

Dividido em três etapas:- Decomposição das ligações glicosídicas;- Ataque sinergético;- Catálise da hidrólise dos oligossacarídeos;

Page 36: Etanol 2G

Processos de Hidrólise- Hidrólise Enzimática

Vantagens em relação aos processos com ácidos:- Realização de hidrólise em temperaturas baixas (em torno de 40 - 50°C);

- Baixa formação de subprodutos de degradação;

Desvantagem em relação aos processos com ácidos:- Alto custo (Desenvolvimento tecnológico das enzimas);

Alternativas aparentemente viáveis:- recuperação e a reciclagem das enzimas a partir do hidrolisado da celulose;Projeção do crescimento de combustíveis renováveis entre 2006 e 2022

(padrões norte-americanos). Fonte: VELASCO, 2009 (GHG – Greenhouse Gas).