Etnocídio

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Etnocídio: o mal abolido Resumo do texto Do etnocídio de Pierre Clastres. Alunos: Diego da Silva Tavares Ícaro Ramon Marinho Moreira Estevão Ribeiro O termo etnocídio é o desdobramento de outro termo: genocídio. Este último remete a ideia de raça e a vontade de extermínio de uma minoria racial, enquanto que o etnocidio é a disposição para a destruição da cultura de uma minoria. Seria portanto, a morte do ser cultural, o assassinato do espírito de um povo. Falar desses dois termos é falar de morte. Mas trata-se, em ambos os casos de uma morte diferente: na ação genocida suprimisse a vida do corpo do ser cultural, na atitude etnocída, é a cultura que é suprimida de seu ser. Em comum, possuem apenas sua visão sobre o outro; sobre a alteridade: o “outro como má diferença. É nesse ponto de toque que nasce uma disposição em comum: é preciso negar a diferença. É a partir daí em em que podemos entender a particularidade da ação etnocida: a negação genocida conduz inevitavelmente à morte total do individuo, o conduz ao seu estado último: sua morte inexorável. Já a negação etnocida conduz ao estado último do ser cultural: sua transformação em outra cultural, a redução de si ao outro.

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Fichamento do famoso texto de Piere Clastres

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Etnocdio: o mal abolidoResumo do texto Do etnocdio de Pierre Clastres.Alunos: Diego da Silva Tavarescaro Ramon Marinho MoreiraEstevo Ribeiro

O termo etnocdio o desdobramento de outro termo: genocdio. Este ltimo remete a ideia de raa e a vontade de extermnio de uma minoria racial, enquanto que o etnocidio a disposio para a destruio da cultura de uma minoria. Seria portanto, a morte do ser cultural, o assassinato do esprito de um povo.Falar desses dois termos falar de morte. Mas trata-se, em ambos os casos de uma morte diferente: na ao genocida suprimisse a vida do corpo do ser cultural, na atitude etnocda, a cultura que suprimida de seu ser.Em comum, possuem apenas sua viso sobre o outro; sobre a alteridade: o outro como m diferena. nesse ponto de toque que nasce uma disposio em comum: preciso negar a diferena. a partir da em em que podemos entender a particularidade da ao etnocida: a negao genocida conduz inevitavelmente morte total do individuo, o conduz ao seu estado ltimo: sua morte inexorvel. J a negao etnocida conduz ao estado ltimo do ser cultural: sua transformao em outra cultural, a reduo de si ao outro.Dois axiomas determinam a ao etnocida: primeiramente proclama a hierarquia entre as culturas e segundo proclama a superioridade da cultura ocidental em detrimento das outras culturas. A civilizaoo ocidental como destino ultimo de todas as sociedades ditas primitivas. O ocidente anseia para os outros a civilizao tendo como base a imagem de si prpria.Porm o ocidente no detem o monoplio do enocentrismo. Todas as culturas so por essncia etnocntricas.Porem s so etnocidas as sociedades que vivem sob o regime do estado. O aparelho estatal uma maquina de homogeneizao. O estado o centro da sociedade, a transfigurao do medo e do terror da diferena, reduo dessa diferena a igualdade, reduo do mltiplo ao um: a diferena sucumbe diante do poder, da forca centrpeta do Um.Portanto, segundo Clastres, o estado que cria o etnocdio, o estado o etnocidio, na medida mesma em que o etnocidio a imposio de si mesmo para os outros.

Porm, nem todos as sociedades com estados so to etnocidas quanto a maquina estatal moderna.Mas o estado ocidental que surge no sec 16.17 absolutamente etnocida porque mquina desenfreada de destruio, por conta de seu regime de produo: capitalista.

O estado capitalista maquina destruidora de diferenca porque necessita criar um mercado, mercado que incapaz de se manter aquem de uma fronteira:

Onde se situa a diferena que probe colocar no mesmo plano ou enfiar no mesmo saco os Estados brbaros (Incas, Faras etc.) e os Estados ditos civilizados do Ocidente, que praticaram o etnocdio numa escala imensamente maior? O que contm a civilizao ocidental, que a torna infinitamente mais etnocida que qualquer outra forma de sociedade? o seu regime de produo econmica, o capitalismo enquanto sistema scio-econmico para o qual tudo recurso a ser utilizado, tudo mercadoria, quer seja ele liberal ou privado, como na Europa do Oeste, ou dominado pelo Estado, como na Europa do Leste. A sociedade industrial a mais formidvel mquina de produo, e tambm a mais assustadora mquina de destruio. Raas, sociedades, espaos, indivduos, natureza, subsolo: tudo deve ser til, tudo deve ser utilizado, tudo deve ser produtivo, de uma produtividade levada ao mximo de intensidade. O que no produtivo deve ser exterminado, no tem nenhum valor.