ETOMIDATO Fausto Negreiros R1 Anestesiologia Escola Paulista de Medicina.

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ETOMIDATO Fausto Negreiros R1 Anestesiologia Escola Paulista de Medicina

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ETOMIDATO

Fausto NegreirosR1 Anestesiologia

Escola Paulista de Medicina

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ETOMIDATO

• Anel imidazol• Não relacionado a

qualquer outra droga usada na indução anestésica venosa

• Hidrossolúvel em pH ácido e lipossolúvel em pH fisiológico

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FORMULAÇÃO COMERCIAL

• Original: 35% propilenoglicol (pH 6,9). Alta incidência de dor à injeção venosa.

• Emulsão lipídica reduziu irritação venosa.• Formulação oral para absorção mucosa

mostrou produzir sedação dose-dependente e escapa do metabolismo de primeira passagem.

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MECANISMO DE AÇÃO

• Isômero R(+) cinco vezes mais potente que S(-)• Aumenta afinidade do neurotransmissor GABA

pelos receptores GABAA , ligando-se a sítio ou sítios específicos.

• Não modula outros canais iônicos ligante-dependentes em concentrações clinicamente relevantes.

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FARMACOCINÉTICA

• VD alto (2,5 a 4,5 L/kg).• pK 4,2 – 99% não-ionizado em pH fisiológico.• Pico concentração cerebral 1 minuto após

injeção IV.• 76% ligado a albumina.• Despertar rápido: Redistribuição >

metabolismo rápido.

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METABOLISMO

• Esterases plasmáticas e enzimas microssomais hepáticas promovem hidrólise da cadeia lateral etil-éster , resultando em um composto hidrossolúvel inativo.

• Clearance 5 vezes maior que tiopental.• Meia-vida de eliminação: 2 a 5 horas• Meia-vida contexto-sensível menos provável de

aumentar com infusão contínua que do tiopental.

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EXCREÇÃO

• Cerca de 85% encontrado na urina como metabólito inativo.

• 10 a 13% encontrado na bile.• Menos de 3% inalterado na urina.

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BYPASS CARDIOPULMONAR

• Bypass cardiopulmonar hipotérmico causa redução inicial de 34% em sua concentração plasmática, que depois retorna para 11% abaixo da concentração pré-bypass, com nova queda após reaquecimento.

• Mudança no metabolismo

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USOS CLÍNICOS

• Alternativa ao propofol e aos barbitúricos na indução venosa, principalmente na presença de instabilidade cardiovascular.

• Dose de indução: 0,2 a 0,4 mg/kg – IV.• Perda de consciência em 1 tempo de circulação

braço-cérebro.• Maior estabilidade hemodinâmica.• Dose de 0,7mg/kg pode levar a hipotensão por

vasodilatação.

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USOS CLÍNICOS

• Mioclonias são comuns (desequilíbrio entre influências inibitórias e excitatórias sobre o trato tálamo-cortical) e podem ser atenuadas por administração previa de opióides.

• Rápido despertar com pouca ou nenhuma evidência de ressaca ou efeito cumulativo.

• Não produz analgesia.

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USOS CLÍNICOS

• Aumenta incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios.

• Mínimo efeito na duração de convulsões causadas eletricamente, portanto boa opção para pacientes em eletroconvulsoterapia.

• Fator limitante: Depressão transitória da função adrenocortical.

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FARMACODINÂMICA POR SISTEMAS E EFEITOS

COLATERAIS

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SISTEMA NERVOSO CENTRAL

• Vasoconstricção cerebral, reduz fluxo sanguíneo cerebral e CRMO2 em 35% a 45%, promovendo redução da PIC similar à obtida com tiopental.

• Pode ativar focos epileptogênicos. (epilepsia focal)

• Possui também atividade anticonvulsivante e foi usado para interromper status epilepticus.

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SISTEMA CARDIOVASCULAR

• 0,3mg/kg: Mínimas alterações em FC, volume sistólico e DC, enquanto pode haver queda de cerca de 15% na PAM devido a redução na RVS

• Administração de etomidato em pacientes agudamente hipovolêmicos pode resultar em hipotensão súbita.

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SISTEMA CARDIOVASCULAR

• Não causa grande redução no fluxo renal nem alterações nos testes de função renal ou hepática.

• Redução na pressão intra-ocular semalhante à obtida com tiopental.

• Não causa efeitos deletérios à injeção intra-arterial acidental.

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VENTILAÇÃO

• Efeito depressor menor que dos barbitúricos, embora apneia possa ocorrer ocasionalmente após injeção IV rápida.

• Efeitos transitórios (3 a 5 minutos).• Redução do volume corrente compensada

pelo aumento da FR.

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VENTILAÇÃO

• Pode estimular a ventilação de maneira independente dos centros bulbares responsivos ao CO2, podendo ser útil quando manutenção da ventilação espontânea é desejada.

• Pode ocorrer depressão ventilatória, mais frequente quando associado a opióides em infusão contínua ou anestésicos inalatórios.

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SUPRESSÃO ADRENOCORTICAL

• Etomidato inibe a isoenzima p450 mitocondrial responsável pela reação de 11β-hidroxilação na síntese de cortisol.

• Em doses supraclínicas pode inibir também a isoenzima 17α-hidroxilase.

• Inibição enzimática proporcional a dose acumulada e dura de 4 a 8 horas após dose de indução.

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SUPRESSÃO ADRENOCORTICAL

• Literatura conflitante quanto à repercussão clínica dessa inibição.

• Primeiro trabalho: maior mortalidade em pacientes críticos que receberam infusão de etomidato por 5 dias ou mais.

• Pacientes saudáveis vs choque séptico.• Uso concomitante de costicosteróides?

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OUTROS

• Dor à injeção.• Atividade mioclônica em 50% a 80% dos pacientes

sem pré-medicação de opióide ou benzodiazepínico.• Dose-dependente e pode ser suprimida também por

pré-tratamento com doses baixas de etomidato precedendo a dose de indução (0,03 a 0,75mg/kg IV)

• Reações alérgicas incomuns e difíceis de atribuir ao etomidato.

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BIBLIOGRAFIA

• STOELTING, ROBERT K. Pharmacology and Physiology in Anesthetic Practice, Fourth Edition;

• BARASH, PAUL G. Clinical Anesthesia, Sixth Edition;

• LONGNECKER, DAVID E. Anesthesiology, First Edition;

• MORGAN,G. EDWARD, JR Clinical Anesthesiology, Fourth Edition.