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1 EVENTO: ANEFAC marca sua chegada ao Vale do Paraíba com debate sobre impactos da reforma trabalhista ENTREVISTA: Wagner Rosário, ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União, vê construção de um novo paradigma nas relações público-privadas CONTABILIDADE: Fortalecimento de parceria com IMA representa reconhecimento da ANEFAC no cenário internacional CARREIRA: Esconder fracassos não é saudável e pode se tornar barreira para o crescimento profissional

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EVENTO: ANEFAC marca sua chegada ao Vale do Paraíba com debate sobre impactos da reforma trabalhista

ENTREVISTA: Wagner Rosário, ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União, vê construção de um novo paradigma nas relações público-privadas

CONTABILIDADE: Fortalecimento de parceria com IMA representa reconhecimento da ANEFAC no cenário internacional

CARREIRA: Esconder fracassos não é saudável e pode se tornar barreira para o crescimento profissional

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atas especiais são momentos propícios para balan-ço. Com a 21ª edição do Troféu Transparência não foi diferente. E o que vemos ao analisar a evolução do Prêmio desde 1996, quando promovemos o primeiro, é muito positivo.

Nesse período, observamos a valorização do princípio da transparência como fator de diferen-ciação nas empresas. Não se trata mais de uma discussão teórica, que acontece em tese. Temos sim um ambiente extremamente arenoso onde, conforme

as companhias conquistam prestígios e notoriedade, cresce também, pro-porcionalmente, seu nível de exposição e comprometimento com a clareza das informações repassadas ao público estratégico.

Nesse contexto, para nós, ANEFAC, é motivo de orgulho estarmos há 21 anos na defesa dessa transparência em todas as esferas dos negócios, e ainda observarmos que a conquista do Troféu Transparência se transformou no mais alto grau de reconhecimento da qualidade das demonstrações financeiras de uma empresa. Estar na lista das mais transparentes é, hoje, estratégico para os negócios. E nosso propósito é continuar inspirando executivos para esse despertar, onde as atitudes se sobrepõem às relações, e os valores são o que cada vez mais diferencia as empresas.

Dedicada à cobertura do Troféu Transparência, esta edição da Revista ANEFAC traz, ainda, entrevista com Wagner de Campos Rosário, ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União, e reportagem especial sobre a nova Diretoria do Vale do Paraíba. Por que escondemos nossos fracassos é a questão apresentada na matéria da seção Carreiras. Já em Finanças, o destaque ficou por conta do profissional de Relações com Investidores, cujo escopo de trabalho foi consideravelmente ampliado nos últimos anos. Boa leitura!

Edmir Lopes de CarvalhoPresidente da ANEFAC

“Estar na lista das mais

transparentes é, hoje, estratégico

para os negócios. E nosso propósito

é continuar inspirando

executivos para esse despertar,

onde as atitudes se sobrepõem

às relações, e os valores são o que

cada vez mais diferencia

as empresas.”

21 anos de Transparência

CARTA AO LEITOR

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6 ENTREVISTAMinistro da Transparência e Controladoria-Geral da União acredita que os problemas identificados são ponto de partida para construir um novo cenário

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11 GIRO DIRETOR

12 EVENTO

16 ESPECIAL

28 FINANÇAS

32 ADMINISTRAÇÃO

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36 CONTABILIDADE

40 CARREIRA

44 PERFIL

46 REUNIÕES TÉCNICAS

50 LORD EXCRACHÁ

SUM

ÁRIO

Jornalista responsável: Carolina Bridi (Mtb 54.739)

Editora: Carolina Bridi

Repórteres: Carlos Eduardo Batista e Jennifer Almeida

Revisora: Cristina Pereira

Design: Patricia Barboni

Projeto gráfico:

Revista ANEFACUma publicação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e ContabilidadeRua 7 de Abril, 125 - 4º andar - Cj. 405CEP 01043-000 - Centro - São Paulo/SPFone: 11 2808-3200 / Fax: 11 [email protected]

Presidente: Edmir Lopes de Carvalho

Conselho Editorial: Renato Zuccari (Diretor Responsável), Andrew F. Storfer, Carlos Ribeiro, José Ronoel Piccin, Louis Frankenberg, João Carlos Castilho Garcia e Roberto Vertamatti

EventosAndréia Fernandez (Vice-Presidente)Mídias Sociais e ComunicaçãoJussara Goyano (Vice-Presidente)

Conselho de Administração: Amador Alonso Rodriguez (Presidente), Andrew F. Storfer, Antonio Carlos Machado, Carlos Roberto Matavelli, Charles Barnsley Holland, Clóvis Ailton Madeira, Gennaro Oddone, João Carlos Castilho Garcia, José Ronoel Piccin, Pedro Lucio Siqueira Farah, Roberto Vertamatti e Rubens Lopes da Silva

Sede:Superintendente: Carlos RibeiroAssociados: Luciana LimaComercial: Talita Dias Comunicação: Taluama Cabral e Cinthya AraújoEventos: Juliana Spalding Financeiro: Maria Penha Costa

VICE-PRESIDÊNCIAS - ÁREA TÉCNICAFinançasCarlos Aragaki (Head)ContabilidadeEdinilson Apolinário (Head)AdministraçãoDavid Kállas (Head)

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VICE-PRESIDÊNCIAS – ÁREA INSTITU-CIONALAdministração e FinançasMarcus Beszile (Vice-Presidente)Associados e ParceriasMilton Toledo (Vice-Presidente)Relações InstitucionaisMaria Helena Pettersson (Vice-Presidente)

As opiniões expressas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Imagem da capa: projetada por freepik

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ESCÂNDALO S DE CORRUPÇÃO ESTIMULAM CRIA ÇÃO DE UM NOVO PARADIGMA

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“PARA O MINISTRO DA TRANSPARÊNCIA E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO, WAGNER ROSÁRIO, A PRIMEIRA REAÇÃO AO PANORAMA ATUAL É DE QUE AS RELAÇÕES PÚBLICO-PRIVADAS ESTÃO PIORES, MAS HÁ, SEGUNDO ELE, UMA OUTRA VISÃO - OS ESCÂNDALOS DE CORRUPÇÃO SÃO PONTOS DE PARTIDA PARA A INTEGRIDADE NAS RELAÇÕES ENTRE GOVERNO E SETOR PRIVADO. ELE AFIRMA QUE A POSSIBLIDADE DE SOFRER PREJUÍZOS FINANCEIROS, DANOS À IMAGEM E À CREDIBILIDADE PROVOCOU AUMENTO SIGNIFICATIVO NA DEMANDA DE EMPRESÁRIOS POR ORIENTAÇÕES SOBRE MEDIDAS DE INTEGRIDADE E TRANSPARÊNCIA NO AMBIENTE CORPORATIVO.

Revista ANEFAC: A transparência é um tema fundamental para as empresas, porém, o cenário demonstra que o discurso nem sempre foi condizente com a prática. Como o caos gerado pela exposição das relações ques-tionáveis entre agentes dos poderes público e privado pode ser encarado neste momento, tendo em vista o futuro destas relações? Wagner Rosário: A relação entre os seto-res público e privado continua absoluta-mente necessária para o desenvolvimen-to do país, mas os riscos de integridade, nos dois lados do balcão, precisam ser minimizados. Nos últimos anos, o Brasil tem investido esforços no combate à corrupção e na atuação preventiva para melhoria desse relacionamento, com o consequente fortalecimento dos órgãos de controle e defesa do Estado, entre os quais o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU). O contexto atual se tornou possível a partir de sérios avanços, por meio da aprovação de normativos inovadores como a Lei de Acesso à Informação; a Lei de Conflito de Interesses, que disciplina uma série de situações; e, finalmente, a Lei Anticorrupção, que estimula as em-presas a tomarem medidas preventivas.

Cabe destacar que as instituições brasileiras estão atuando fortemente em todos os níveis. Pelo lado das investiga-

ções, realizamos operações cada vez mais sofisticadas e profundas, o que tem gerado um momento de inflexão, sem dúvidas, mas que acredito ser fundamental para uma mudança de cultura. A primeira reação ao panorama atual é de que as relações público-pri-vadas estão piores, mas o fato é que estamos investigando mais, o que oca-siona maior detecção e punição. Assim, problemas antigos que antes não eram encontrados estão sendo levantados e apurados até o fim.

Em relação ao futuro, creio que o Brasil ficará melhor após a Operação Lava Jato e os demais escândalos de corrupção. Esse fator precisa ser um catalisador para a integridade nas rela-ções entre governo e setor privado, pois podemos construir um novo paradigma a partir dos problemas identificados.

R.A.: Como resultado do caos atual, espera-se o fortalecimento prático do conceito de transparência nas diferentes esferas?W.R.: Já observamos esse fortalecimento com reflexos positivos no ambiente de negócios brasileiro. A possiblidade de sofrer prejuízos financeiros, além de da-nos à imagem e à credibilidade, quando comprovada a prática de fraudes contra a Administração Pública, provocou um aumento significativo na demanda de

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empresários por orientações sobre como implementar medidas de integridade e de transparência no ambiente corporati-vo. Um exemplo é o Pró-Ética, programa de avaliação e fomento da integridade em empresas que, independentemente do porte e do ramo de atuação, estão comprometidas em implementar medi-das voltadas para prevenção, detecção e remediação de atos de corrupção e fraudes. Em 2017, o número de inscri-tos no programa quase que dobrou em relação ao ano passado. Após a análise prévia, vamos avaliar os mecanismos de compliance de 171 empresas de todo o país, número 131% superior a 2016.

No âmbito governamental, nosso grande desafio é expandir a transpa-rência nos municípios, respeitando as realidades regionais. Muitos ainda não atendem às exigências de transparên-cia do marco legal de responsabilidade fiscal (Lei Complementar nº 131/2009). Segundo a última edição da Escala Brasil Transparente, metodologia de avaliação da Transparência Passiva criada pela CGU, dois terços deles sequer regula-mentaram a Lei de Acesso à Informação. A pesquisa mostra avanços, pois os mu-nicípios avaliados com nota zero caíram de 52%, ao final de 2015, para 22%, em 2016, mas ainda é preciso avançar muito mais, tanto que a CGU tem priorizado as fiscalizações em localidades com baixos índices de transparência e indicadores sociais. Essa melhoria é outro ponto crucial para o país, pois os municípios são os grandes responsáveis pela exe-cução dos recursos federais em diversas políticas públicas, fundamentalmente nas áreas da Educação e Saúde.

R.A.: Qual a relevância de iniciativas que avaliam e premiam a transpa-rência na prestação de informações

ao mercado, como é o caso do Troféu Transparência, oferecido pela ANEFAC?W.R.: Identificar e incentivar boas práticas de transparência, sejam elas gerais ou setoriais, é sempre importante. Numa perspectiva de longo prazo, iniciativas com esse mérito são até mais efetivas do que o ato de punir. O Troféu Trans-parência, a exemplo do Pró-Ética, traz um valor agregado que se converte em resultados futuros para o país.

R.A.: Quais os principais impactos do balcão único de negociação de acor-dos de leniência para a continuidade do desenvolvimento das estratégias de combate à corrupção no Brasil?W.R.: O principal benefício é aumentar a segurança jurídica em torno dos acordos de leniência e, consequentemente, agi-lizar a tomada de decisão pelos órgãos governamentais, respeitando sempre as diferentes competências constitucionais. O grande risco seria uma instituição que-rer fazer prevalecer sua opinião sobre ou-tra, e criar-se um impasse entre órgãos. É preciso compreender que o ambiente do acordo demanda a construção de consensos, o que exige ponderação, capacidade para ouvir, autocrítica cons-tante, ausência de posições radicais ou extremadas, além do exercício perene de colocar-se na posição do outro e enten-der suas dificuldades e possibilidades. O que deve prevalecer é o todo. Dentro dessas bases, ganha a sociedade. A empresa confessa seus ilícitos passados e assume o compromisso com um sério programa de integridade.

Dessa forma, abrem-se novas fren-tes de investigação, incrementamos os índices de recuperação de ativos, são mantidos os índices de emprego, a economia é beneficiada, novas recei-tas tributárias são geradas, diminui-se

“Só lograremos êxito nessa difícil batalha caso todos estejam comprometidos em um único ideal, desprovidos de vaidades ou de qualquer outro interesse que não seja o público”

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a sensação de impunidade, reduz-se o impacto no Poder Judiciário, pou-pamos tempo e recursos humanos e materiais para apuração de novos ca-sos. Enfim, avançamos na construção de um país mais justo. De outro lado, sem se trabalhar de forma coordenada e consensual, todos perdem, com ou sem um balcão único.

R.A.: Quais seriam os mais beneficia-dos? O país como um todo, os órgãos envolvidos ou as empresas?W.R.: O maior beneficiário seria o sistema de prevenção e combate à corrupção, ou seja, toda a sociedade. Dentro desse sistema, as instituições públicas devem representar o Estado como um todo e tentar encontrar a melhor equação pos-sível para definir o interesse público no caso concreto. Mas para isso é preciso que as instituições se respeitem mu-tuamente, sejam capazes de encontrar consensos razoáveis e juridicamente sustentáveis. Com esses parâmetros, será possível a construção de acordos de forma mais célere, segura e efetiva. Logicamente isso trará benefícios para as empresas, que terão mais segurança para negociar, sem os riscos de haver medidas unilaterais capazes de impactar ou até mesmo inviabilizar os acordos.

R.A.: Iniciativas no mesmo sentido já foram cogitadas no passado e não obtiveram êxito. As chances de su-cesso em coordenar os vários órgãos neste sentido são maiores agora?W.R.: Acredito que sim. A CGU já vem atuando conjuntamente com a Advoca-cia-Geral da União (AGU) desde o ano passado, com a publicação da Portaria Conjunta nº 2.278/2016. Servidores dos dois órgãos fazem parte das comissões de responsabilização de empresas.

Também há trabalhos em andamento com o Ministério Público Federal, o que permite concluir ser possível a atuação conjunta. O Tribunal de Contas da União (TCU) é outro parceiro que merece aten-ção especial e já vem se movimentando no sentido de buscar, em conjunto com os demais órgãos, uma discussão séria e aberta sobre o assunto. Temos tudo para avançar.

R.A.: O que difere este momento? E o que representaria para o país e para o mercado o alinhamento dos órgãos neste sentido diante do atual cenário político e econômico?W.R.: A diferença neste momento de-corre, principalmente, da experiência já adquirida pelos órgãos ao longo das negociações realizadas no âmbito de acordos de leniência. Os trabalhos têm demonstrado que é possível e salutar a atuação conjunta. Creio que hoje as instituições já se conscientizaram dessa necessidade. Esse entendimento inclusive encontra ressonância no Poder Judiciário, como ficou claro na decisão recente da Justiça Federal, ao analisar recurso da União em ação de improbi-dade relacionada ao Grupo Odebrecht. Os órgãos de combate à corrupção possuem ciência de que só lograremos êxito nessa difícil batalha caso todos estejam comprometidos em um único ideal, desprovidos de vaidades ou de qualquer outro interesse que não seja o público.

“Podemos construir um novo paradigma a partir dos problemas identificados”

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ANEFAC Brasil

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@Anefac_BrasilPROGRAMA MOMENTO ECONÔMICOPara comentar os principais temas da economia do país, o econo-mista e conselheiro da ANEFAC Roberto Vertamatti entrevista econo-mistas, empresários e especialistas de diversas áreas no Programa Momento Econômico da ANEFAC. Exibido na TV ANEFAC, canal do YouTube da Associação, o Momento Econômico está com novo formato. A conversa é dividida em dois blocos: o primeiro voltado ao perfil do profissional e o segundo para apresentação do assunto técnico. Confira quem passou pelas lentes do programa nos meses de agosto e setembro.

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Por que sou associadoda ANEFAC?ITAMAR E. OLIVEIRA, CONTROLLER DA NACIONAL DE GRAFITE

“O principal motivo de ter me associado foi o trabalho que vem sendo desen-volvido pela ANEFAC no sentido de atualização dos profissionais associa-dos, além da excelente oportunidade de conhecer profissionais renomados em minha área de atuação.”

Baixe o app da Revista ANEFAC

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A ANEFAC amplia sua atuação e reforça a disseminação de suas pre-

missas com as novas diretorias em Belo Horizonte e na região do Vale do Paraíba (confira reportagem sobre primeiro evento em São José dos Campos na página 12), que passaram a atender as regiões em agosto deste ano.

O reconhecimento da ANEFAC como entidade internacional, por meio do

novo acordo assinado com o IMA (Institute of Management Accountants), foi destaque recente na mídia internacional. Em artigo divulgado no Accounting Today, um dos principais portais de notícias empresariais da comunidade contábil dos Estados Unidos, o presidente e CEO da instituição, Jeff Thomson, ressaltou a importância da parceria do IMA com o Brasil e divulgou os planos de atuação conjunta.

Gildo Freire de Araújo, presidente

do CRCSP (Conselho Regional de

Contabilidade de São Paulo) foi o convidado

do dia 17 de agosto. Na entrevista, ele

falou sobre os novos desafios para o

contabilista diante das mudanças

tecnológicas e das novas legislações, que impactaram o cenário no qual o profissional atua.

Marcus Vinícius Ramos, presidente da Comissão de Estudos de Comunicação e Radioamadorismo na OAB SP e sócio do escritório de assessoria jurídica Bertolucci & Ramos Gonçalves Advogados, foi o entrevistado no início de setembro. A conversa foi sobre o desafio do empresário brasileiro em abrir uma empresa e ainda mantê-la crescendo.

O papel do profissional de RI

(Relações com Investidores) foi

um dos temas da entrevista com Edmar

Lopes, presidente do Conselho de

Administração do Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com

Investidores) e diretor de RI da Movida.

Lopes falou ainda sobre o mercado de

ações brasileiro, que ensaia uma retomada

com uma nova leva de empresas

abrindo capital.

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GIRO DIRETOR

Edmir Lopes Carvalho, presidente da ANEFAC, participou, em São Paulo, do evento que reuniu representantes de empresas de diversos segmentos e portes para a apresentação dos resultados da pesquisa “As PMEs que Mais Crescem no Brasil”, da Deloitte.

Carlos Ribeiro, superintendente da ANEFAC, representou a entidade na cerimônia de premiação do XXXVIII Prêmio Economista do Ano de 2017. O evento promovido pela OEB (Ordem dos Economistas do Brasil) e Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo) aconteceu no dia 14 de agosto, em São Paulo.

A convite do Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo), Carlos R. Matavelli, conselheiro da ANEFAC, participou da 82ª Formatura do Sescon Solidário, programa de responsabilidade social da entidade, em 29 de agosto.

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ANEFAC inicia atividades no Vale do Paraíba com palestra sobre

COM CASA CHEIA, INSTITUIÇÃO CHEGA A UMA DAS REGIÕES MAIS INDUSTRIALIZADAS DO

ESTADO DE SÃO PAULOPor Carlos Eduardo Batista

A nova lei trabalhista entra em vigor em 11 de novembro, e os departamentos de gestão de pessoas e de recursos humanos estão se preparando para as mudanças que virão. Os

principais aspectos dessas mudanças e os impactos da nova legislação no coti-diano das empresas foi tema do debate que marcou o início das atividades da ANEFAC em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. O evento aconteceu no dia 23 de agosto.

Além de abrigar grandes empresas como Embraer, Johnson & Johnson e General Motors, São José dos Campos tem pujantes mercados nos ramos imo-biliário, hoteleiro e gastronômico, fatores que elevaram a cidade a polo comercial e industrial de uma região que está às mar-gens da Rodovia Presidente Dutra, entre as capitais São Paulo e Rio de Janeiro. Cortado pelo rio que lhe nomeia, entre as

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reforma trabalhista

Newton dos Anjos fala sobre as principais alterações da reforma trabalhista, em São José dos Campos

13serras do Mar e da Mantiqueira, o Vale é um cinturão industrial extremamente diversificado. “Costumo dizer que é um terreno muito fértil. Toda semente que a gente coloca aqui consegue gerar e germinar bons frutos”, disse Atacílio Fer-reira, sócio da BTD Consultoria Tributária e diretor executivo da ANEFAC.

Segundo avaliou, a região é muito bem vista não só pela quantidade de empresas, como também pelo volume e qualidade de negócios. “Queremos encurtar o caminho e trazer para a nossa

região profissionais gabaritados para divulgação de conhecimento técnico e de relacionamento”, disse Ferreira, expli-cando uma das missões da Associação.

Carlos Ribeiro, superintendente da ANEFAC, pontuou que, dada a pujança da região, a entidade já deveria ter iniciado atividades há mais tempo. Ressaltando a importância de São José dos Campos na geração de empregos, Ribeiro destacou a escolha do tema debatido. “Nós esta-mos falando há muitos anos a respeito da reforma trabalhista, e os governos

acabaram se omitindo e não tiveram co-ragem de fazer. E por incrível que pareça, para a satisfação nossa, dos executivos, das empresas, agora o governo Temer resolveu desengavetar e tocar em frente. Com certeza gerará mais empregos, que toda região está necessitando.”

Para Ruy Rodrigues, diretor da My Star Cosmésticos do Brasil, a chegada da ANEFAC na região é muito bem vis-ta. “Sentíamos a dificuldade de ter que recorrer a São Paulo toda vez que pre-cisávamos de alguma informação mais

Valter Shimidu, da KPMG, estava entre os três palestrantes do evento que esclareceu dúvidas sobre as mudanças na reforma trabalhista

Newton dos Anjos, Moacyr da Costa Neto e Valter Shimidu durante evento de São José dos Campos

A ANEFAC no Vale do Paraíba conta com Tatiana Renó como diretora de Contabilidade, IFRS e CPC; Atacílio Ferreira Junior como diretor executivo da regional; Itor Takayama como diretor de Gestão Empresarial; Moacyr Humberto Piacenti como diretor de Mercado Empreendedor e Empresas Familiares; e João Arantes como diretor de Contabilidade, IRFS e CPC

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de fábrica. Temos que ver de forma mais detalhada”, esclareceu.

Com mais de 20 anos de atuação na área jurídica empresarial, lidando com relações trabalhistas e sindicais, o pa-lestrante Newton dos Anjos destacou que a nova lei altera mais de cem artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e parte da premissa da necessidade de modernização da legislação trabalhista. De acordo com ele, as outras premissas que fundamentam a reforma trabalhista são a autonomia da vontade das partes, a valorização da negociação coletiva, a redução da intervenção do Estado nas relações de trabalho e a consequente diminuição de ações trabalhistas em trâmite no Poder Judiciário.

Essas premissas poderiam ser re-sumidas no ponto original da reforma trabalhista: o acordado sobre o legislado. Isso significa que, quando empresa e sindicato celebrarem um acordo, ele terá mais valor do que a legislação. “Há questões como 13º salário, aviso prévio proporcional, normas de saúde e segurança do trabalho, adicional no-turno e horas extras que não podem ser reduzidas. O restante poderá ser objeto de negociação”, explicou.

Segundo Anjos, a nova legislação vai limitar a dois anos o prazo máximo dos acordos e convenções coletivas, que contêm algumas benesses superiores à legislação, mas que nunca eram debati-das nas datas-base, pois o Poder Judi-

aprofundada”, observou. Ele disse ter ciência de que este evento é só o come-ço, e que em breve a regional estará bem estruturada para grandes realizações.

Itor Takayama, sócio na Realize Ges-tão e na Russell Bedford e diretor da ANEFAC na nova regional, acrescentou que uma somatória de fatores ajudam a explicar o momento de início das ativida-des da entidade na região. “Já éramos associados da ANEFAC em São Paulo e estávamos vindo todos para o Vale. Esse grupo acabou se encontrando. E percebemos: podemos trazer a ANEFAC para cá e montar um grupo de trabalho”.

O primeiro passo foi muito positivo. Para se ter ideia da boa recepção, todas as vagas disponíveis para o evento foram preenchidas semanas antes da data pre-vista para o encerramento das inscrições. De acordo com Atacílio Ferreira, o pró-ximo passo será a integração de novos diretores. “Temos um comitê de diretores e pretendemos dar a ele um corpo cada vez maior. Nosso próximo passo será fazer aqui na região algo semelhante ao que já ocorre em São Paulo, com vários comitês e diretorias. Essa é a nossa responsabilidade”, disse.

Reforma trabalhista - mudanças à vistaO intuito do evento organizado pela ANEFAC foi sanar dúvidas sobre as mu-danças com a nova legislação trabalhis-ta. “Sabemos da lei, mas temos muitas dúvidas de como ela vai funcionar. Este tipo de evento traz mais informações para discutirmos no nosso negócio”, avaliou Romeu Ramos Menezes, gerente de uma unidade da rede de restaurantes Graal.

Ruy Rodrigues disse não ter ainda uma visão clara e estabelecida a respeito de todos os impactos das alterações trazidas pela reforma trabalhista. “Como ela passa a vigorar a partir de novem-bro, temos ainda uns dois meses para verificar se vamos mudar o sistema de trabalho e o que pode repercutir no chão

Da esq. para a dir., Valter Shimidu,

KPMG; Newton dos Anjos; e Moacyr da

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“Sabemos da lei, mas temos muitas dúvidas de como ela vai funcionar. Este tipo de evento traz mais informações para discutirmos no nosso negócio”Romeu Ramos Menezes

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ciário as entendia como já incorporadas ao contrato de trabalho. “Com a reforma, esse cenário muda, porque o contrato de trabalho vale por apenas dois anos. De-pois de dois anos, a negociação começa com um papel em branco.”

Mestre e doutor em Direito Contratual pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), o palestrante Moacyr da Costa Neto argumentou que a Constituição Federal reservou um espaço para a inclusão social pelo trabalho. “O nosso Poder Judiciário é historicamente alimentado por uma ideologia de tutela e proteção daqueles que, numa relação de mercado, não conseguem prescrever o valor de suas trocas. Então temos os sindicatos, o Poder Judiciário, o Ministé-rio Público do Trabalho falando por quem não fala.”

Ele explicou que a reforma trabalhista

vai restringir o acesso à equiparação salarial via Poder Judiciário, abordou as mudanças que serão introduzidas com a terceirização das atividades-fim e a restrição das decisões dos tribunais do trabalho. “Súmulas e outros enunciados do Tribunal Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais não poderão restrin-gir direitos legalmente previstos.”

Moacyr da Costa Neto sustentou, entretanto, que as mudanças trazidas pela reforma não modificam a nature-za do Direito do Trabalho, que por ser uma disciplina de tensão, “condensa em seu espaço disputas entre fatores de produção e de comercialização”. E concluiu: “Particularmente, penso que o Poder Judiciário não se afastará deste enfrentamento”.

O palestrante Valter Shimidu, sócio da KPMG, destacou a insegurança jurídica

que ainda existe em torno do tema. Isso porque o Poder Executivo já sinalizou que pode alterar a lei recém-aprovada por meio de Medida Provisória: “Muitos itens serão inseridos nessa MP, o que cria uma insegurança jurídica. Muitas empre-sas estão olhando para a lei, mas ainda esperando o que vai vir de novidade”.

Shimidu discorreu sobre o teletra-balho, também conhecido como home office. “É um trabalho comum, mas que não era regularizado”. Abordando o con-trato intermitente, modalidade na qual o empresário pagará o funcionário propor-cionalmente às horas produzidas, Shimi-du pontuou que “o empregado pode ter contrato com diversos empregadores, não precisa ser exclusivo”. Encerrando a palestra, ele abordou ainda jornada 12 por 36, interjornada, banco de horas, férias e trabalho in itinere.

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MEMBROS DA COMISSÃO AVALIADORA DO TROFÉU

TRANSPARÊNCIA APONTAM PROBLEMAS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

PARA A EFETIVA TRANSPARÊNCIA NAS DEMONSTRAÇÕES

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Demonstrações financeiras ainda precisam superar

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A busca pela transparência

e prestação de contas

por meio das informa-

ções divulgadas pelas

companhias aos inves-

tidores e analistas de

mercado é um processo

contínuo e que deve ser aprimorado ano

após ano. Esta é a atitude em comum

entre as empresas ganhadoras do Troféu

Transparência, premiação realizada há

21 anos pela ANEFAC, em parceria com

Fipecafi e Serasa Experian. Apesar dos

avanços observados ao longo da história

do Prêmio, os membros da comissão

organizadora do Troféu Transparência

ainda percebem muito a ser feito para

que as divulgações atinjam a materiali-

dade ideal, tendo como foco a qualidade

em detrimento da quantidade.

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Companhias com Receita Líquida Acima de R$ 5 bilhões

Companhias com Receita Líquida Até R$ 5 bilhões

“Muitas vezes há certa acomodação, ou seja, vai se repetindo o passado, apenas atualizando números” Heraldo de Oliveira, ANEFAC

“Não existe empresa nota dez do ponto

de vista da transparência. É claro que

historicamente essas notas já foram sete

ou sete e meio, e hoje elas podem estar

acima da nota nove, mas ainda estamos

longe de ter uma empresa nota dez.

Elas sempre têm algo a melhorar e isso

é bom”, declara Ariovaldo dos Santos,

membro da comissão avaliadora do

Troféu Transparência e professor titular

da FEA-USP (Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade da Uni-

versidade de São Paulo).

Um ponto que ainda é uma constante

entre as empresas, segundo Santos, é

a extensão das notas explicativas, com

informações desnecessárias ou que

poderiam ser divulgadas de forma resu-

mida. “O que existe também é o excesso

de linhas com valores considerados

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• B2W Digital• Cemig• Energisa• Furnas• Klabin• M. Dias Branco• Petrobras• Sabesp• Telefônica Brasil• Vale

• AES Tietê• Algar Telecom• B3• Cesp• Duratex

• Engie Brasil Energia• Fleury• Grendene• Guararapes Confecções• J.Macêdo

• JSL• Localiza• Mahle Metal Leve• Rio Paranapanema• SLC Agrícola

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imateriais ou irrelevantes. Ainda há uma

quantidade de linhas totalmente inex-

pressivas nas demonstrações, e isso,

obviamente, poderia ser melhorado em

todas as empresas”, explica.

Um exemplo é a demonstração

de fluxo de caixa. “Em geral, contém

muitas linhas que poderiam ser su-

primidas ou inseridas em uma única

linha chamada outras”, esclarece. Isso

acontece há muito tempo, segundo o

professor, o que faz com que todas as

demonstrações tenham números que

acabam poluindo a informação sem

oferecer contribuição. “Cansamos de

falar, mas as empresas, por vários

motivos, acabam não atendendo esse

lamento que fazemos”, destaca.

O quesito sustentabilidade é outro pon-

to de atenção. “Muitas empresas estão

dizendo que fazem muita coisa, mas não

necessariamente estão. Isso acontece de

uma forma geral. Por exemplo, se pegar-

mos empresas com capital de origem fora

do Brasil e ramificações aqui, o nível de

transparência dado para as empresas do

Brasil é muito aquém ao que é fornecido

no país de origem”, analisa.

“Recomendo atenção na observação

das normas de preparação, mormente as

que se destinam a melhorar sua qualida-

de, como o CPC 26, OCPC 07 e os órgãos

reguladores”, sugere Pedro Lucio Siqueira

Farah, conselheiro da ANEFAC e membro

da comissão julgadora do Troféu Trans-

parência. É ainda imprescindível, em sua

visão, estreitar observação e acompanha-

mento do treinamento e atualização técnica

dos preparadores das demonstrações.

A preocupação com a qualidade da

divulgação deve ser uma constante,

como destaca Heraldo de Oliveira, diretor

executivo do Troféu Transparência, que

acredita que uma demonstração finan-

ceira considerada boa em um ano pode

não ser avaliada da mesma forma no pró-

ximo fechamento. “Muitas vezes há certa

acomodação, ou seja, vai se repetindo

o passado, apenas atualizando núme-

ros”, observa. Ele sugere leitura crítica

e atenção ao excesso de informações

que podem ser prejudiciais à clareza.

“A qualidade não está na quantidade de

dados e informações”, acrescenta.

Para Ariovaldo dos Santos é preciso

pensar com antecedência como serão

feitas as modificações nas próximas de-

monstrações. “Que tipo de coisa eu não

repetiria do ano passado? Esse ques-

tionamento é um caminho que poderia

ajudar os contadores”, orienta.

Oliveira também sugere buscar a ino-

vação sempre observando requisitos,

especialmente no caso das empresas

reguladas, pois é sempre possível o

aprimoramento. Focar no relevante é

mandatório. Além disso, indica a busca

por uma ordem lógica e coordenada das

notas com as demonstrações financei-

ras, própria de cada empresa, segundo

o seu entendimento de materialidade. Por

fim, ele aponta necessidade de maior en-

volvimento da Administração. “Isso não

é tarefa isolada do CFO ou do contador,

mas sim da empresa”, conclui.

“Não existe empresa nota dez do ponto de vista da transparência. Elas sempre têm algo a melhorar e isso é bom” Ariovaldo dos Santos, FEA-USP

Da esq. para a dir., Ariovaldo dos Santos, FEA-USP; Pedro Lucio Siqueira Farah; e Heraldo Oliveira, ambos ANEFAC

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CONHEÇA A SEGUIR AS 25 COMPANHIAS VENCEDORAS DO 21º TROFÉU TRANSPARÊNCIA E AS VISÕES DE SEUS EXECUTIVOS

Francisco Morandi, vice-presidente global de Estratégia Corporativa e

Investimentos para os negócios da AES Corporation, destaca que, em 2016, a AES Tietê anunciou sua estratégia de crescimento e criação de valor para acionistas, que consiste na busca de oportunidades de geração para diversi-ficar sua capacidade instalada e perfil de risco. “O alcance deste objetivo envolve a expansão em fontes não hidráulicas, com contratos de longo prazo e novas energias/tecnologias, como geração eólica e solar, geração distribuída e armazenamento de energia”, explica. Além disso, a AES Tietê atualizou sua plataforma comercial, considerando a nova dinâmica comercial do mercado de energia. Para Morandi, ser transparente significa divulgar informações com clare-za e objetividade, sendo elas positivas ou

“Ficamos muito felizes e orgulhosos em receber o Tro-féu Transparência 2017, na categoria Companhias

com Receita Líquida acima de R$ 5 bilhões. É um grande reconhecimento ao nosso trabalho e esforço para ser sem-pre uma companhia transparente, íntegra e comprometida com valores éticos tão fundamentais à sustentabilidade do negócio”, declara Fábio Abrate, diretor financeiro e de Relações com Investidores. Esta é a primeira vez que a B2W Digital figura entre as empresas ganhadoras do Troféu

Francisco Morandi

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não. “Na nossa visão, empresas transpa-rentes trazem credibilidade, confiança e sustentabilidade ao negócio. O Troféu re-

presenta uma iniciativa de valor enorme para o mercado, pois atrai investimentos e valoriza as empresas”, conclui.

Transparência. Líder em comércio eletrônico na América Latina, a companhia opera por meio de plataforma digital, com negócios que apresentam forte sinergia e um modelo único, multicanal, multimarca e multinegócios. Com portfólio formado por marcas como Americanas.com, Submarino, Shoptime, SouBarato, Digital Finance, Submarino Finance e B2W Services, a companhia oferece 40 categorias de produtos e serviços, por meio dos canais de distribuição internet, televendas, catálogos, TV e quiosques.

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A Cemig recebe o Troféu Transparência pela 13ª vez. Conside-rando que os resultados apresentados pela Cemig em 2016

foram sensivelmente afetados por desvalorização em investimen-tos em participações societárias e pela perda de capacidade de geração de importante usina hidrelétrica, em discussão judicial com o governo federal, a Cemig destaca sua capacidade de buscar alternativas para manter sua solidez financeira e opera-cional, como o expressivo investimento para aquisição de con-cessão de 18 usinas hidrelétricas. Em um cenário marcado por profundas mudanças no setor elétrico brasileiro, associado às incertezas no atual contexto político e econômico do Brasil, onde a percepção de risco é muito maior, a companhia ressalta que estar entre as ganhadoras do Troféu Transparência representa um reconhecimento externo do seu compromisso em apresentar informações confiáveis, relevantes e claras sobre seus negócios. A empresa acrescenta que isso permite aos investidores e de-mais partes interessadas realizarem suas avaliações de forma segura, reduzindo riscos em suas decisões, o que poderá refletir na companhia em menores custos financeiros para captação de recursos e reconhecimento do mercado investidor.

“No exercício de 2016, além do acompanhamento minucioso da

operação da empresa, tivemos opera-ções de incorporação de empresas ao longo do ano, iniciadas e concluídas à luz das melhores práticas contábeis e com vistas à otimização e ganhos de eficiência operacional para a companhia”, destaca Luciene Gonçalves, diretora financeira e RI da Algar. A esses e outros desafios enfrentados na preparação das demonstrações financeiras de 2016 da companhia, incluindo a consolidação de controladas estrangeiras, acrescenta-se, ainda, segundo a executiva, o cumpri-mento de um ousado cronograma de fechamento contábil, com a publicação

Luciene Gonçalves

dos balanços auditados num curto espa-ço de tempo, “até então não conseguido pela Algar Telecom”, complementa. Para ela, levantar a bandeira da ética e da transparência em momento em que estes valores estão desacreditados, sobretudo

na esfera política, não é tarefa fácil para as organizações. “Então, receber um reconhecimento como este mostra que estamos no caminho certo, sempre se-guindo com transparência com todos os nossos stakeholders”, conclui.

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Para Almir Fernando Martins, diretor financeiro e de Rela-ções com Investidores da Cesp, na condição de estatal, o

reconhecimento externo dos trabalhos executados pela Admi-nistração e pela equipe de colaboradores envolvidos direta e indiretamente na elaboração das demonstrações financeiras reforça a preocupação da companhia em demonstrar o resul-tado de suas decisões e assegurar ao mercado a clareza de suas ações. No ano em que a companhia recebe pela sétima vez o Troféu Transparência, o executivo aponta como maior desafio, na preparação das demonstrações, os estudos envol-vendo os principais julgamentos e estimativas contábeis, tais como provisões para riscos legais, valor recuperável de ativos e reconhecimento de créditos fiscais diferidos. Isso porque nas demonstrações financeiras de 2016 ocorreu a implementação do novo Relatório do Auditor Independente, com divulgação dos principais assuntos de auditoria. A forte geração de caixa, o baixo custo operacional e o baixo endividamento, mesmo

ceber o reconhecimento pela oitava vez demonstra o elevado nível de qualidade e maturidade nos processos de elabora-ção das demonstrações da companhia. “Para nos mantermos neste seleto grupo de empresas premiadas, temos o desa-fio permanente de identificar novas opor-tunidades de aprimoramento e melhoria da qualidade e transparência de nossas demonstrações. Sob o ponto de vista prático, um dos fatores de motivação e desafio para os nossos profissionais tem sido a interpretação e aplicação dos pronunciamentos contábeis de maior complexidade e cuja adoção requer um alto nível de conhecimento dos negócios da companhia”, descreve.

Almir Martins

Marcelo Malta

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após a redução do faturamento da companhia, ocorrida pelo término das concessões de usinas que eram relevantes para o parque gerador da Cesp, destacaram-se positivamente no exercício de 2016, na opinião do executivo.

No atual momento de turbulência e desconfiança quanto ao cenário

econômico e político do Brasil, o reco-nhecimento pela transparência e quali-dade tem um valor ainda maior para a imagem das empresas vencedoras do

Troféu Transparência. Esta é a visão de Marcelo Malta, gerente do Departamento de Contabilidade. Ele destaca que, entre os sete anos em que a Engie foi premia-da, foi também escolhida como destaque em quatro oportunidades. Para ele, re-

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O diretor de Finanças Jenner Guimarães do Rêgo destaca que, no exercício de 2016, foram cruciais as tratativas, discussões

e decisões provenientes do reconhecimento de recebíveis de ati-vos de transmissão de energia da companhia, cujas concessões foram renovadas em 2012, sob a égide da Lei nº 12.783/2013. “O tema demandou grande esforço da alta administração e das áreas contábil, financeira e de regulação”, destaca. Outro aspecto desafiador, segundo ele, é a contabilização das participações acionárias detidas por Furnas. A companhia participa diretamente de 57 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) nos segmentos de geração hidráulica e eólica, transmissão e serviços, o que requer atenção constante para que todos os assuntos relevan-tes tenham o adequado tratamento nas demonstrações. Rêgo observa que este é o sétimo Troféu Transparência de Furnas desde 2006, o que demonstra o compromisso da companhia com a excelência, clareza e qualidade das demonstrações e do Relatório de Administração. “Pautamos nossos negócios sempre em linha com as boas práticas de governança, pois acreditamos na importância da postura transparente para construir empresas fortes e responsáveis. A conquista de mais esse prêmio é a prova de que estamos no caminho certo”, conclui.

Jenner Guimarães do Rêgo

parência é um reconhecimento por essa permanente busca em estabelecer uma comunicação cada vez mais eficiente e transparente com investidores e o mercado como um todo”, afirma Fernando Simões, presidente da JSL. Ao ver a compa-nhia receber o Troféu pela quarta vez, ele acredita que o Prêmio ratifica que as informações apresentadas são de qualidade, contribuindo para que se estabeleçam relações de confiança cada vez mais fortes com os diversos públicos de interesse, gerando mais interesse pelas operações da empresa. E, assim, opina Simões, o círculo virtuoso está estabelecido, o que auxilia bastante na geração de valor para a companhia. “A chancela do Troféu Transparência nos dá a certeza de que estamos no caminho certo”, comemora.

Fernando Simões

“Sempre digo que na JSL cada colaborador acorda todo dia com a certeza de que ainda pode fazer mais e melhor. É

dessa forma que conduzimos nosso negócio. E o Troféu Trans-

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Em março de 2016, a Klabin iniciou com sucesso a operação da Unidade Puma, o maior investimento da história da com-

panhia, com aporte de R$ 8,5 bilhões. Eduardo de Toledo, diretor de Finanças e Relações com Investidores da companhia, destaca que, em junho de 2017, a Unidade atingiu sua capacidade plena de produção (1,5 milhão de toneladas de celulose) superando suas próprias estimativas para os custos de fabricação. Para o executivo, o principal desafio enfrentado na preparação das de-monstrações premiadas foi a divulgação dos “Principais Assuntos de Auditoria”, feita pela primeira vez no exercício de 2016. “Trata-se de um tema novo, com poucas referências de mercado e houve um intenso debate a respeito dos tópicos e da linguagem a ser utilizada”, conta. Por isso, receber o Troféu Transparência pela quinta vez, em sua visão, é um reconhecimento que incentiva a melhorar, cada vez mais, a governança corporativa da companhia. Sua visão é de que o Brasil passa, atualmente, por um momento de inflexão que poderá resultar em um ambiente mais propício para o desenvolvimento sustentável do país, favorecendo as empresas que adotarem padrões éticos mais elevados.

Para Geraldo Luciano, vice-presidente de Investimentos e Controladoria da M. Dias Branco, o principal desafio das de-

monstrações é sempre o de assegurar que a situação econômico--financeira da empresa esteja perfeitamente refletida de forma a permitir que os diversos públicos de interesse possam analisar e tomar suas decisões com correção. Considerando o cenário de redução da atividade econômica em 2016, a empresa tomou providências para permitir a obtenção de resultados satisfatórios, otimizando receitas e despesas que contribuíram para alcançar um recorde nos resultados financeiros. “Por se tratar de prêmio baseado em critérios técnicos e concedido por pessoal altamente qualificado, honra a qualquer empresa receber esta homenagem em um momento em que o país e a sociedade clamam por trans-parência nos negócios públicos e privados”, declara.

Eduardo de Toledo

Geraldo Luciano

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2525Premiada 17 vezes, a Sabesp é uma

empresa de capital misto que conta, para sua atuação, com a confiança de milhares de acionistas públicos e privados em todo o mundo, o que faz com que a transparência em suas de-monstrações financeiras, atestada pelo Prêmio, seja motivo de orgulho para a companhia, segundo Rui Affonso, diretor econômico-financeiro e de Relações com Investidores. “O compromisso com a transparência, com a ética e com a busca do bem-estar coletivo certamente está entre as maiores reivindicações da nação brasileira atualmente. Isso é especialmente importante quando se trata da Sabesp, uma empresa pública

Esta é a 16ª vez que a Petrobras re-cebe o Troféu Transparência. Após

um hiato de três anos, a premiação tem um significado adicional. No ano de 2016, a Petrobras passou por mudanças significativas em sua gestão e gover-nança, fortalecendo suas estruturas e investindo em processos decisórios mais sólidos e transparentes. “Esses fatores se refletiram consistentemente em nossas demonstrações financeiras e comunicações com o mercado”, diz Ivan de Souza Monteiro, diretor finan-ceiro e de Relação com Investidores. A incessante busca por automação e desenvolvimentos sistêmicos tam-bém tem garantido, de acordo com ele, maior segurança e agil idade nos processos de reporte financeiro,

Ivan de Souza Monteiro

Rui Affonso

conjuntamente à busca por melhorias no ambiente de controles internos. A especialização e o investimento em capacitação técnica de profissionais que se dedicam ao acompanhamento permanente dos novos IFRS, desde as discussões embrionárias materializadas nos discussion papers até sua efetiva implementação, impactando registros contábeis e notas explicativas, também permite, segundo ele, uma antecipação necessária aos negócios da companhia. No exercício 2016, os maiores desafios, de acordo com o executivo, envolveram a implementação e desenvolvimento de medidas estruturais para fortalecimento do ambiente de controles internos, com impactos diretos na qualidade e precisão das informações financeiras produzidas.

B3“O ano de 2016 destacou-se como um dos mais importantes na história da companhia, tendo em vista a aprova-ção da combinação de atividades da BM&FBOVESPA com a Cetip, que deu origem à B3. Essa operação represen-tou um importante passo estratégico, pois, com a expansão e diversificação do portfólio de produtos e serviços da companhia criamos uma empresa de infraestrutura de mercado ainda mais completa, de classe mundial, e capaz de atender de maneira ainda mais eficiente os seus clientes.”

Paulo Claver, diretor de Contabilidade e Administração

Duratex “A Duratex tem investido muito em seu processo de governança, melhoria dos controles internos, processos contábeis e relacionamento transparente com os diversos stakeholders. O Troféu Trans-parência 2017 confirma a percepção de que existe consistência entre o discurso de governança da empresa e as ações efetivas. O reconhecimento do mercado sempre é a melhor forma de confirmar a efetividade de nossas políticas.”

Carlos Henrique Haddad, diretor de Administração, Finanças e Relações com Investidores

Energisa “Perseverança e disciplina foram fun-damentais para enfrentarmos a perfeita tempestade que marcou os negócios no Brasil em 2016. Um destaque foi a bem-sucedida reabertura de capital da Energisa na B3. Estamos convictos de que comemorar mais este Troféu repre-senta o fruto da política franca e objetiva de ampla divulgação do desempenho e gestão das atividades da Energisa. A marca e a reputação construída ao longo da sua história são requisitos fun-damentais para enfrentar as turbulências no contexto político e econômico no país, especialmente em tempos de cri-se, pois são em momentos como este que o mercado precifica as empresas.”

Maurício Botelho, diretor financeiro e de Relações com Investidores

que atende a quase 28 milhões de consumidores com serviços essenciais à vida humana: água tratada, coleta e tratamento de esgotos”, aponta. O ano de 2016 representou para a Sabesp a superação da maior crise hídrica registrada em São Paulo desde 1953, segundo o executivo. “O grande desafio foi a manutenção da precisão de nossas demonstrações de modo a que refletis-sem, com a maior clareza possível, os riscos existentes e as ações da empresa para superá-los”, explica. Hoje, olhando a crise pelo retrovisor, Affonso destaca que o sentimento é de dever cumprido e gratidão por todos que participaram desta jornada.

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Fleury “O Troféu Transparência 2017 é um importante reconhecimento pelo nosso comprometimento em preservar e fortalecer a transparência e consistên-cia das demonstrações financeiras de uma companhia com mais de 90 anos de história. O Prêmio só nos estimula a cultivar e aprimorar nossa credibilidade no mercado financeiro.”

Viviane Behar de Castro, diretora de Relações com Investidores

Grendene “Temos feito grandes esforços em man-ter as informações claras e concisas, e procuramos disponibilizar aos investido-res aquelas informações que julgamos realmente necessárias para sua decisão de investimento e que permitam ter uma visão bastante realista da empresa. Tam-bém nos preocupamos com o tempo que o investidor vai gastar para digerir as informações, daí a preocupação com concisão e clareza. É sempre recompen-sador ver nossos esforços reconhecidos por instituições sérias e competentes.”

Francisco Schmitt, diretor financeiro e de Relações com Investidores

Guararapes“Nosso desafio foi muito além do sim-ples cumprimento às regras e normas contábeis. Entendemos que nosso maior desafio está na busca constante pela qualidade, transparência, confiabilidade e clareza. Isto é, conseguir levar para o mercado as demonstrações de forma clara e objetiva, de modo que não haja interpretações dúbias. Estar entre as empresas vencedoras do Troféu Trans-parência pelo quarto ano consecutivo é um reconhecimento que nos motiva a continuar buscando superar limites. Dado o cenário macroeconômico e político atual, investidores e analistas olham para as companhias brasileiras com bastante cautela. Entendemos que ser reconheci-da pelo Troféu Transparência é de grande relevância, pois significa credibilidade das informações prestadas ao mercado, investidores e acionistas.”

Tulio Queiroz, diretor de Relações com Investidores

J.Macêdo “A J.Macêdo, além da dedicação ao consumidor, tem um programa de responsabilidade social empresarial consolidado e isso abrange as nossas demonstrações financeiras. É importan-te receber a premiação em um momen-to como o atual, em que o país está se passando a limpo e cobra total transpa-rência nas esferas econômica e política, seja em âmbito público ou privado. Para ter credibilidade, tem de ter transparên-cia e fazer com que a sociedade saiba, de forma clara, como a empresa atua.”

Jorge Casmerides, diretor financeiro

Localiza “A Localiza, como empresa listada no Novo Mercado, se pauta pelos pilares de prestação de contas, equidade, transparência e conformidade. Nesse contexto, os principais desafios na pre-paração das demonstrações são a agi-lidade e qualidade das informações. Os relatórios da contabilidade são a base para avaliação dos resultados e tomada de decisão. Além disso, as informa-ções publicadas devem ser suficientes e claras para que o mercado possa tomar a decisão de investir ou não nas ações da companhia. Temos orgulho de sermos frequentemente reconhecidos pelo mercado dentre as empresas mais éticas e transparentes do Brasil.”

Roberto Mendes, CFO

Rio Paranapanema Energia“Fomos capazes de elevar a qualidade das informações fornecidas ao mercado mesmo durante o processo de inte-gração ao Grupo CTG, que concluiu a aquisição do controle da Rio Paranapa-nema Energia em dezembro de 2016. A transparência e agilidade no processo de consolidação da companhia permiti-ram que a equipe pudesse desenvolver um trabalho eficiente na preparação das demonstrações financeiras.”

Li Yinsheng, CEO da CTG Brasil

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SLC Agrícola“O principal desafio para o profissional que prepara as demonstrações financei-ras é manter-se atualizado, adaptando a empresa às mudanças ocorridas nas normas contábeis, solicitações dos stakeholders e legislação societária dentro de prazos definidos. É muito grati-ficante sermos reconhecidos pelo Troféu Transparência uma vez que um dos valores da SLC Agrícola estabelece que nossas relações com funcionários, clien-tes, acionistas e fornecedores devem ser alicerçadas na ética e na transparência.”

Ivo Brum, diretor financeiro e RI

Telefônica“O processo de preparação das demonstrações financeiras não fica restrito ao período que antecede à divulgação. Os trabalhos começam desde janeiro. O desafio está na cons-cientização das diversas áreas envolvi-das no processo para o cumprimento dos prazos e cuidado no suporte das informações. O que se destacou neste exercício foi o verdadeiro espírito de trabalho em equipe. Não temos dúvida de que esse prêmio coloca a Telefôni-ca Brasil em um patamar de destaque no mercado de telecomunicações e no mercado de ações.”

João Orlando Lima Carneiro, diretor de Contabilidade

Vale “O processo de preparação das de-monstrações financeiras da Vale é bas-tante complexo em função da diversida-de de negócios e atuação global. Neste exercício tivemos um foco especial em inovar a forma com que usualmente apresentávamos nossas notas explicati-vas alinhado com as melhores práticas de mercado para que a leitura das de-monstrações proporcionasse o entendi-mento mais completo e transparente de todos os aspectos do nosso negócio.”

Eliane Dominguez, gerente de Controladoria

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RI também o papel de gerar valor para a empresa. “Ele é a voz do mercado dentro da empresa e tem o papel de trazer para o CFO e o Conselho de Administração a visão do que está acontecendo lá fora, ou seja, quais são as métricas que es-tão sendo olhadas e se a estratégia da companhia está sendo clara na hora da comunicação”, exemplifica.

Ao mesmo tempo, o RI tem que levar a voz da empresa para o mercado para que haja transparência e equidade de informações. Um ponto importante na criação de valor para a empresa é a capacidade deste profissional comuni-car o correto grau de geração de valor e correto grau de risco que a empresa tem. Diego Barreto, conselheiro do Ibri e CFO da Ingresso Rápido, diz que o RI precisa ser capaz de transmitir de forma correta para aqueles que avaliam a empresa o risco que ele está correndo ao fazer o investimento na empresa.

“Se ao longo dos anos o investidor confiar que aquele profissional de RI tem essa capacidade de comunicar o valor desse risco, essa relação tende a ganhar confiança e, consequentemente, o volume de investimentos da empresa aumenta ao longo do tempo”. Entender o que gera valor para a companhia não é tarefa fácil, como destaca Bruno Bra-sil, conselheiro do Ibri e gerente de RI da Cia. Hering. Segundo ele, é preciso descobrir as “alavancas” da empresa e como isso é reconhecido no mercado, para depois fazer uma comunicação

O ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Leonardo Pereira, por diversas vezes associou a imagem do profissional de Relações com Investidores (RI) ao

Super-Homem para enfatizar a respon-sabilidade do profissional e as diversas competências e atividades que ele pre-cisa desenvolver para se comunicar ade-quadamente com mercado e públicos estratégicos. “O nível de exigência do mercado que esse profissional precisa apresentar aumentou muito nos últimos anos em função de vários fatores”, opina Edmar Lopes, diretor de RI da Movida e presidente do Conselho de Admi-nistração do Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores).

Ele menciona a necessidade de ampliar o conhecimento sobre o que está acontecendo no entorno e, no caso do Brasil, isso engloba toda a questão política. “O mercado de capitais é glo-balizado, portanto, é preciso saber não apenas o que está acontecendo dentro da empresa, mas também o desempe-nho dos outros mercados”, esclarece.

Para reforçar a imagem do profis-sional Super-Homem, Lopes lembra as mudanças nas regras contábeis que obrigaram o RI a entender o que estava acontecendo para, assim, passar as in-formações corretas ao investidor. Figura de destaque tanto no cenário interno quanto externo da companhia, cabe ao

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RI PRECISA SE RELACIONAR MUITO BEM

COM ÁREAS DE CONTABILIDADE E CONTROLADORIA

PARA LEVAR A MENSAGEM DA COMPANHIA AO MERCADO COM INFORMAÇÕES

PRECISAS

RI Super-Homem: profissional é o elo com

mercado na criação de valor

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adequada para o público interessado na companhia. “As empresas têm diversos geradores de valor e o RI tem que enten-der quais são eles para depois procurar no mercado os investidores que são atraídos por eles”, enfatiza.

Brasil comenta que faz parte da cria-ção de valor também uma comunicação correta com o mercado, assim como fazê-lo entender de maneira abrangente a mensagem da empresa, o que, con-sequentemente, reduz a assimetria. Menos assimetria significa que todos estão entendendo corretamente e, portanto, tem-se menor risco. “Em um momento de maior volatilidade como passamos nos últimos 12, 18 meses, onde grande parte das empresas não tiveram um bom desempenho, é um desafio ter uma comunicação que conte essa história não tão boa, mas que deve ser dita”, observa.

A relação entre o RI e o contadorPara que o trabalho do RI flua abastecido de informações precisas e estratégicas, o profissional precisa estar em sintonia com as áreas de Contabilidade e Con-troladoria. Na opinião de Diego Barreto, essa parceria pode ser vista como uma relação umbilical, pois não existe um profissional de RI de sucesso que não tenha uma relação extremamente próxi-ma com a área contábil da sua empresa.

e RI e membro da comissão técnica do Ibri, Edina Biava, começou sua carreira cedo em Contabilidade, passou por diversas áreas corporativas, incluindo a de planeja-mento estratégico, e passou a apreciar a área de RI, onde desenvolveu sua carreira em empresas como BRF e Perdigão.

Para ela, a relação entre RI e as áreas de Contabilidade e Controladoria deve ser muito próxima e direta, visto que temas complexos, como as questões tributá-rias, de contingências, regras contábeis, risco financeiro e das operações, estão interligados entre as áreas. “Todos esses temas têm que estar na agenda do RI e é automaticamente parte integrante da atividade do controller”, aponta.

Para estreitar o relacionamento, Edina conta que convidava sempre o controller para algumas conferências ou para acompanhá-la em reuniões com investidores e analistas. “Assim ele tinha a percepção do que precisava me passar sempre. Estávamos interligados para saber o que estava acontecendo, buscando antecipar as coisas”, explica.

Em sua visão, a profissão de RI ganha cada vez mais destaque não só por ser o canal oficial da companhia, mas principal-mente pelo feedback que consegue trazer para a Administração. “Boa parte das decisões de uma empresa comprometida com a transparência e a credibilidade pe-rante os stakeholders são tomadas a partir do trabalho do RI, que traz as percepções dos investidores”, aponta.

Da esq. para a dir., Bruno Brasil, Ibri e Cia. Hering; Diego Barreto, Ibri e Ingresso Rápido;

Edina Biava, Ibri; e Edmar Lopes, Ibri e Movida

Para ele, a profissão tende a ganhar re-levância porque, apesar da volatilidade dos cenários político e econômico bra-sileiro, o mercado de capitais continua sendo a grande aposta das empresas para o crescimento.

Há dez anos atuando na área, Bruno Brasil diz que hoje o RI está mais próximo da área contábil. “Como RI acompanho de perto os assuntos da Contabilidade, os pronunciamentos contábeis, as re-gras que entram em vigor nos próximos anos. Tudo isso impacta a rotina da Contabilidade, e ao mesmo tempo tem enorme relevância para os investidores”, complementa. Um bom exemplo atual, segundo ele, é o novo relatório do auditor, que entrou em vigor este ano.

Ele defende também que aos profis-sionais de Contabilidade é importante saber mais sobre os assuntos rela-cionados ao negócio da companhia, para que a colaboração de ambos em suas áreas seja mais eficaz e assertiva. Edmar Lopes acredita que a relação do RI com as áreas de Contabilidade e Controladoria ainda pode melhorar. “Obrigatoriamente o profissional de RI tem que saber de Contabilidade, faz parte do nosso trabalho. Falta aos pro-fissionais de Controladoria e Contabili-dade entenderem o que acontece fora da empresa e por que o profissional de RI pede coisas que inicialmente podem parecer estapafúrdias”, comenta.

A consultora de governança corporativa

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16ª EDIÇÃO DA PESQUISA CARREIRA DOS SONHOS REVELA NECESSIDADE

DE INTEGRAÇÃO ENTRE VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

Por Jennifer Almeida

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Com o que sonham os profissionais no

novo mercado de trabalho?

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muito grande para o colaborador. Aqui na Cia de Talentos temos funcionários que trabalham home office e relatam que só assim conseguem cuidar da saúde ou ir à academia”, exemplifica. De acordo com a executiva, há muito que se fazer ainda nesse campo, mas o primeiro passo já foi tomado. Aquelas que saíram na frente, ela garante, certamente serão melhor avaliadas por seus colaboradores.

Para essa nova necessidade se tornar realidade dentro das organizações, a gerente de projetos da Cia de Talentos sugere, como primeiro passo, a revisão dos benefícios oferecidos aos funcioná-rios, pois é possível que os concedidos no passado não conversem mais com aquilo que o funcionário precisa hoje. Um ponto mencionado na pesquisa pelos en-trevistados chama atenção: é importante que a Administração da empresa observe

No passado, felicidade na vida pessoal e realização profis-sional eram dois caminhos separados a serem trilhados. Antes, as pessoas tentavam conciliar carreira com família, amigos e projetos pessoais,

mas, muitas vezes, a busca pelo sucesso profissional tomava a dianteira e era hora de uma difícil escolha. Esse cenário mu-dou. Foi o que identificou a 16ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos, realizada pelo Grupo DMRH e a Nextview People entre janeiro e março de 2017. A pesquisa colheu mais de 82 mil respostas em todo o Brasil, considerando três públicos: jovem, média gestão e alta liderança.

“As pessoas perceberam que não existe o profissional separado do modelo de vida pessoal até porque elas precisam se adaptar e ter flexibilidade de vida. Hoje em dia as pessoas têm a carreira e os filhos em casa, de repente o telefone toca em casa e é um cliente. Separar isso atualmente é desmotivante”, afirma Milie Haji, gerente de projetos da Cia de Talentos. Mas, apesar dessa já ser uma nova realidade, sua opinião é de que poucas empresas estão preparadas para o novo cenário. A necessidade, portanto, é de que as empresas olhem para isso com urgência.

A pesquisa destaca três pontos fun-damentais. O primeiro é que a perspec-tiva atual é de que as carreiras tenham duração de 60 anos. O segundo é que a vida útil de uma habilidade aprendida, que costumava ter 30 anos, caiu para cinco anos. E a terceira é a insatisfação dos profissionais com o mercado de tra-balho. Na visão de Milie, o home office é um bom exemplo de como as empresas podem se adaptar às novas expectativas de carreira dos seus colaboradores, visto

que há ganhos de deslocamento, trânsito, mais tempo para

se dedicar a outras atividades, inclusive aos filhos.

“É um ganho

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se há coerência entre seu discurso e sua prática. “CEO, diretores e líderes da organização devem perceber se o que eles estão dando de exemplo é o que realmente tem sido praticado”, comenta. Se só a liderança pode fazer home office, por exemplo, é algo a ser pensado.

Espaço de trabalho e horários também são questões a serem observadas, e o líder deve ser mais atuante e próximo de sua equipe. “Ambientes de trabalho no modelo coworking são super valorizados”, salienta. Quanto ao horário de trabalho, é interessante considerar sua flexibilização.

Segundo a pesquisa, um alerta é essencial: “não tem como esse mundo complexo e sobrecarregado de dados ser simples ou previsível. As pessoas não precisam mais saber todas as respostas, mas precisam aprender a fazer novas perguntas”. Além disso, elas esperam

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trabalhando juntas em vários projetos, e isso faz com que os projetos tenham mais autonomia, sejam mais flexíveis, caminhando assim para ambientes mais horizontais que não têm necessidade do papel de chefe, mas sim de líderes para cada projeto”, analisa. Uma postu-ra esperada dos colaboradores nesse cenário é maior autonomia e atitudes de dono. “Quando a organização começa a perceber que os funcionários estão tendo essas posturas, as mudanças ocorrem mais rápido. Todos devem estar preparados”, encerra.

que o trabalho gere aprendizado, permita usar suas melhores habilidades, permita integração de vida, tenha significado e seja fonte de felicidade.

No Grupo Flytour, conci l iar as perspectivas do negócio com o de-senvolvimento e aprendizado dos funcionários já é uma preocupação. “Somos o único grupo do setor em que o colaborador, além de ter oportunida-de de crescimento, tem possibilidade de atuar de uma área à outra. Ou seja, além de um plano de carreira vertical, pela diversidade dos nossos negócios ainda é muito comum deslocamentos horizontais e entre as 13 empresas que compõem o conglomerado”, destaca Carla Mota, diretora executiva de Re-cursos Humanos da empresa.

O grupo, segundo ela, acredita nos colaboradores e nos procedimentos e, por isso, a capacitação é um dos pila-res. “Uma das ferramentas que temos utilizado, por exemplo, é a Academia Flytour, já reconhecida pelo mercado em capacitação de colaboradores e também de parceiros”, acrescenta. A companhia tem passado por uma mudança organi-zacional desde a fusão entre Flytour e Gapnet, iniciada em 2015, o que trouxe como desafio unificar as empresas sob o mesmo guarda-chuva do Grupo Flytour e disseminar uma cultura comum para alinhamento de todos. “Mesmo con-tando com duas unidades fisicamente distantes em São Paulo (Alphaville e Água Branca), fazemos questão de pro-porcionar um ambiente físico de trabalho aberto, descontraído e sem portas aos nossos mais de dois mil colaboradores”, descreve Carla.

Novos modelos de trabalhoA pesquisa apontou ainda a insatisfa-ção dos colaboradores com o mercado de trabalho, trazendo a necessida-de de novos modelos de trabalho

Carla Mota, Flytour; e Milie

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que permitam a integração entre vida pessoal e profissional. Ambientes de trabalho remoto e online, velocidade na entrega e trabalho por projetos ilustram esses novos modelos. Milie, da Cia de Talentos, afirma que estamos vivendo um momento de transição, no qual os padrões da Revolução Industrial (linear, compartimentado, especializado, lógico e centralizado) coexistem com os da Revolução Digital, onde predomina o não linear, fragmentado, multidisciplinar, sistêmico e distribuído.

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Entidades firmam memorando de entendimento para promover a

importância da Contabilidade Gerencial e a certificação CMA no Brasil

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ANEFAC e IMA

fortalecem parceria

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A ANEFAC e o IMA (Institute of Management Accoun-tants) deram um passo a mais para estreitar os laços de sua longa par-ceria. Edmir Lopes de Carvalho, presidente da

ANEFAC, e Jeff Thomson, presidente do IMA, assinaram um memorando de entendimento em agosto de 2017, du-rante a Conferência Anual do IMA, em Denver, nos Estados Unidos, para apoiar o avanço internacional da atividade de Contabilidade Gerencial por meio da adesão ao IMA e da certificação CMA (Certified Management Accountant) entre profissionais de Finanças e Contabilida-de no Brasil.

“Um dos objetivos é contribuir com a qualificação dos associados da ANEFAC, que terão acesso a uma rede de 90 mil associados ao IMA. Ao mesmo tempo, o nosso congresso anual contará com a participação do IMA, o que contribuirá para elevar as discussões técnicas do evento”, ressalta Carvalho.

Os elementos da parceria incluem descontos para associação ao IMA e bolsas de CMA para associados e estudantes ligados à ANEFAC, apre-sentações dos “embaixadores do CMA” brasileiros e patrocínio do IMA no Troféu Transparência. Na ocasião, Thomson disse que o Instituto tem forte interesse em aprofundar relacionamentos inter-nacionalmente. “Formalizando nossa parceria de longa data com a ANEFAC, estamos dando um passo importante nesse objetivo no Brasil”, declarou.

Marcus Beszile, vice-presidente de Administração e Finanças da ANEFAC,

destaca que o memorando oferece a oportunidade única de acesso a uma rede global de networking e colaboração. Outro ponto de destaque é o vasto ma-terial online sobre todos os aspectos da Contabilidade Gerencial disponibilizado pelo IMA. “Trata-se de uma porta que abre possibilidades para uma carreira internacional”, analisa.

Reforçando a intenção do IMA em apostar no Brasil, ele conta que o Instituto e a ANEFAC realizarão, em novembro deste ano, em São Paulo (29) e no Rio de Janeiro (30), evento para executivos do C-level e das áreas de controles internos e compliance. “Teremos um evento de re-levância internacional, pois Thomson par-ticipou do grupo que realizou mudanças no COSO (The Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commis-sion), e abordaremos essa tendência mundial que exigiu mudança de controle nas entidades”, acrescenta.

Maria Helena Pettersson, vice-pre-sidente de Relações Institucionais da ANEFAC, conta que a Associação está ativando a parceria com o IMA nos de-mais eventos e atividades da ANEFAC, “o que enriquece o valor que proporciona-mos aos associados e entidades com as quais possuímos alianças”, observa. Em sua visão, a parceria com o IMA ajuda a trazer conteúdos relevantes e inovadores e a proporcionar novos conhecimentos, networking global e oportunidades de uma certificação internacional extrema-mente útil para empresas e profissionais, fortalecendo assim sua capacidade de enfrentar desafios.

Maria Helena afirma que a ANEFAC tem grande potencial de influenciar o

debate sobre temáticas relevantes para o futuro do Brasil, como a reforma tribu-tária, a legalização do lobby e a trans-parência e ética nas empresas e nas relações com agentes públicos. “Para tanto, precisamos criar grupos e unir esforços com as demais entidades do mercado e estruturar uma atuação mais proativa a respeito dos grandes temas relevantes para o desenvolvimento do país e melhoria do ambiente empresarial e competitividade das empresas e do país”, opina.

Uma bandeira levantada pela ANE-FAC é o papel da Contabilidade Geren-cial dentro das empresas e a certificação internacional como diferencial com-petitivo para os profissionais. Charles Holland, conselheiro da ANEFAC, lem-bra que o Brasil é um dos países mais adiantados na prestação de contas para públicos externos e para o governo, via Receita Federal do Brasil por meio do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital). Por outro lado, ainda vê o país como um dos mais atrasados na presta-ção de contas inteligente para públicos internos e para a administração.

Judit Nicoletto, senior staff accountant na INTO Oregon State University, relata que a certificação nos Estados Unidos é algo muito sério e faz toda diferença na hora de procurar emprego ou emitir um parecer profissional. “Muitas ofertas de emprego pedem especificamente as credenciais. Acredito que o Brasil precisa ter executivos financeiros com a certificação internacional e o motivo é simples: credibilidade”, reforça.

Para Fábio Serrão, sócio de auditoria da NK INPACT Auditores Independentes,

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visto que no Brasil não há cursos de capacitação técnica dos contadores em suas análises gerenciais, a certificação do IMA é necessária para obter credibi-lidade junto ao mercado. “O que de fato se torna importante é a conscientização sobre a necessidade de obtenção de atualização técnica dos profissionais voltados à área contábil”, aponta.

Reconhecimento profissional, po-sições estratégicas no mercado de trabalho e um maior conhecimento interdisciplinar na área de Finanças são apontados por Tamiris Pinheiro, coordenadora de Controladoria da Hot-mart, como benefícios da certificação. Na opinião de Adriana Gomes, coor-denadora de Planejamento Financeiro da empresa, o CMA é de grande valia para o profissional de Finanças porque demonstra conhecimento, dado o seu grau de dificuldade, tornando o profis-sional mais bem visto e valorizado. “A certificação também é importante para ampliar a visão do contador sobre seu papel como agente de mudança dentro das empresas e como pessoa-chave nas tomadas de decisão”, comenta Julio Damião, financial controller da 3M.

Clodiana Brescovit Alves, contadora da Petrobras, vê o CMA como um “selo” de qualidade profissional reconhecido mundialmente, que atesta formalmente os conhecimentos do profissional na prática. “Certifica ainda o usual cuidado com todo o universo corporativo, trazen-do aos contadores um novo patamar de possibilidades, conexões e reconheci-mento”, diz. Ela acredita que, num futuro próximo, além dos CPAs (Contadores Públicos), os analistas de mercado vão querer saber quantos CMAs (Contadores Gerenciais) a companhia tem em seu quadro envolvidos nas demonstrações.

experiência, o que automaticamente am-plia o campo para a ANEFAC”, aponta Judit. Em Denver, ela se disse surpresa ao encontrar uma representativa comu-nidade brasileira no evento.

“Foi minha primeira participação na Conferência do IMA”, contou Clodiana, da Petrobras. Além dos temas muito ricos tecnicamente, ela considerou o networking intenso e as pessoas dis-postas a se conectarem. “Cinco dias pa-receram duas semanas, dado o volume de conhecimento e atividades”, resume.

Após a experiência no evento do IMA, Tamiris Pinheiro volta ao Brasil esperando contar com mais eventos promovidos pela ANEFAC em cidades como Belo Horizonte, e sugere a contí-nua busca de parcerias com importan-tes entidades pelo mundo. “Durante as palestras tive vários insights e os trouxe para o meu dia a dia no trabalho”, comenta Adriana Gomes, da Hotmart. Damião, da 3M, traz da Conferência a evidência de um papel cada vez mais amplo do contador, e a certeza de que democratizar o conhecimento financeiro para todos os setores da empresa é uma necessidade para melhores toma-das de decisão.

ANEFAC na Conferência do IMA Um ponto que chamou atenção de Edmir Lopes de Carvalho ao participar da Conferência do IMA foi a visibilidade da ANEFAC no contexto internacional. Destacou ainda a possibilidade de mostrar o trabalho desenvolvido pela Associação aos profissionais brasileiros que não conheciam a entidade.

Os executivos da Fibria André Luiz Gonçalves, Arvelino Cassaro e Ricardo Tresso Marcolino participaram da Confe-rência em Denver, e, em suas avaliações, o evento superou as expectativas, não só pelos temas de pertinência prática, incluindo novas normas contábeis, mas também por assuntos como inovação tecnológica e diversidade. “Acredito que trazer a experiência do IMA para o Congresso da ANEFAC pode ampliar ainda mais o interesse de associados e demais interessados”, destaca André Luiz, gerente geral de Controladoria da companhia. É uma possibilidade, por exemplo, convidar profissionais ou as-sociados ao IMA para palestrar no Brasil.

“Uma boa associação tem que bus-car as melhores lideranças e, no caso específico da Controladoria, também as padronizações internacionais. O IMA trabalha nesse sentido e tem uma longa

Da esq para a dir., Ricardo Marcolino (Fibria); Andre Luiz Gonçalves (Fibria); Maria Helena Pettersson (ANEFAC); Arvelino Cassaro (Fibria); Judit Nicoletto (INTO Oregon State University); Fábio Serrão (NK INPACT); Adriana Gomes (Hotmart); Tamiris Pinheiro (Hotmart); Clodiana Brescovit Alves (Petrobras); Julio Damião (3M); Charles Holland (ANEFAC). Sentados: Lisa Beaudoin (IMA); Marcus Beszile (ANEFAC), Edmir Lopes de Carvalho (ANEFAC), Jeff Thomson (IMA) e Jim Gurowka (IMA)

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ASSUMIR ERROS DEMONSTRA MATURIDADE E É O PRIMEIRO PASSO PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONALPor Jennifer Almeida

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ntes mesmo de se tor-nar superintendente da ANEFAC, Carlos Ribeiro foi convidado pela dire-toria da Associação para abordar, em uma pales-tra, cases de sucesso na

implementação de sistemas ERP (En-terprise Resource Planning). Por mais que o termo “sucesso” estivesse em foco, ele se questionou: E se, ao invés de contar somente acertos, abordasse erros que cometeu durante a carreira nas empresas em que atuou implementando ERP? Não poderia ter acertado mais... “À medida que eu ia falando, percebi que as pessoas riam, e a reação entregava: elas estavam cometendo ou já tinham cometido aqueles erros, e se tivessem ouvido aquilo antes, talvez os tivessem evitado”, conta.

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Mas, convenhamos, falar de erros e fracassos na carreira é um tabu para a maioria de nós, visto que se proliferam os casos de sucesso como rotina de inspiração entre os profissionais. “Na verdade, temos que aprender a aprender principalmente com os nossos erros”, opina Ribeiro. “Quando éramos crian-ças, quantos tombos não levamos até conseguir andar? O erro faz parte do aprendizado”, completa.

Isso quer dizer que, na vida adulta, o medo de cometer falhas pode se tornar um limitador. Ou seja, bons executivos devem encarar o erro de maneira po-sitiva. “É preciso ousar e ser criativo, e, para isso acontecer, implica cometer erros”, diz.

A tendência de excluir o que se per-cebe como negativo é inerente ao ser humano, como explica Rodrigo Kinjo, coach e facilitador em Visualização Sis-têmica. “Sempre pensamos o fracasso como algo negativo e, normalmente, tendemos a negar e excluí-lo. De acordo com o princípio da visualização sistêmi-ca, sempre que negamos ou excluímos algo, continuamos a atraí-lo”, explica.

Para Kinjo, profissionais interessados em melhorar seu desempenho e capaci-dade devem abraçar seus erros e falhas para começar a trabalhá-los. “Só pode-mos deixar de atrair o que consideramos negativo em nós quando olhamos para estas coisas, aceitamos e admitimos que é nosso. A partir disso é possível fazer uma mudança”, analisa.

A aprovação externa, segundo o coach, tem participação especial nes-ta tendência humana de negar o erro. “Quando estamos delegando nosso próprio bem-estar na mão e aprovação de outros significa que algo dentro de nós não está sendo bem resolvido, e isso é suprido por essa aprovação externa”, esclarece.

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De acordo com ele, a opinião ou crítica que causa mal-estar merece atenção, buscando entender o motivo pelo qual aquilo gera incômodo. “No momento em que a pessoa se olha e admite que aquilo a incomoda, algo pode ser feito”, defende. “Não é nada saudável para o crescimento profissional esconder fracas-sos, pois gasta-se muita energia em ser alguém que não se é”, enfatiza.

Roberto Debski, médico, coach e trainer em PNL (Programação Neurolin-guística), concorda: esconder o fracasso não é saudável, assim como assumir uma postura de infalível também não o é. Ambas atitudes não são reais, muito menos funcionais. Ele acredita que em uma organização, assim como na vida, não há como esconder as falhas para sempre. “O ideal é usar o fracasso para aprender, aprimorar o autoconhecimento, melhorar os processos, redimensionar os objetivos, caminhar realisticamente em busca das metas, com responsabili-dade, motivação e aprendendo sempre. Assim, as possibilidades de conquistar os objetivos aumentam, pois os recursos pessoais se ampliam”, descreve.

É o que Pablo Linhares, sócio-diretor do grupo PLL, procura fazer. “Toda vez que cometi algum erro sempre analisei onde eu errei. Muitas vezes a ideia foi boa, mas a execução não foi”, anali-sa. Nesse processo, sempre fez algo

A didática dos errosAos profissionais em posição de lideran-ça, Rodrigo Kinjo sugere um olhar mais humano aos colaboradores, sempre ten-do uma visão sistêmica dos profissionais. Isso significa considerar o contexto de cada colaborador, pois somente assim é possível fazer ajustes e alcançar bons resultados de todos.

“Procure sempre acertar, cerque-se de cuidados e precauções, dê o seu melhor a cada momento, aprimore-se continua-mente, porém, esteja certo de que em algum momento, apesar de tudo, você irá errar”, orienta Roberto Debski. Quando isso acontecer, ele sugere: “Lembre-se que faz parte do humano, que não existe a infalibilidade”. Basta aceitar e aprender com cada erro, permitindo-se cometer somente novos erros. “Compartilhe com as pessoas certas, desabafe e busque aconselhar-se, porém, não se vitimize”, diz. Junto com a responsabilidade as-sumida, vem o poder de mudar, crescer e aprender. “Aproveite plenamente a oportunidade”, conclui.

essencial - confiou na sua capacidade. “Minha visão é de que toda dificuldade tem sempre uma saída ou uma maneira de amenizar”, diz, lembrando que a condição de cometer erros é contínua. “Hoje sempre avalio a consequência que aquele erro pode causar e busco a possível solução para aplicar caso ele aconteça”, comenta.

Assim como Linhares, o mineiro Leonardo Marques procura não ver seus erros como um problema. “Acredito que erro muito menos hoje em dia. A visão é essa: procurar sempre errar menos. Mas acho que o segredo é nunca desa-nimar diante das falhas e sim tirar lições e aprendizados de cada uma”, pontua.

Foi assim que encarou as consequên-cias da falta de conhecimento quando abriu seu primeiro restaurante, o Fábrica da Carne, em 2006. Ele teve complica-ções, tanto na gerência, quanto na es-colha do local e na criação do cardápio. Como resultado dessas complicações, o estabelecimento faliu em um ano. Hoje, com a experiência e conhecimento ad-quiridos, não cometeria aqueles erros do passado. “Após falir em um ano meu pri-meiro restaurante, aprendi que para abrir um estabelecimento e alcançar o sucesso é preciso fazer um rigoroso planejamento, saber administrar e ter conhecimento sobre o ramo de atuação. Pesquisei e planejei muito para superar”, conta.

Da esq. para a dir., Leonardo Marques,

empresário; Roberto Debski, Clínica Ser

Integral; Rodrigo Kinjo, coach e facilitador

em Visualização Sistêmica; e Pablo

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“Ser ético, respeitar as pessoas como elas são, ouvir a diversidade de ideias, pensamentos, e repudiar quaisquer manobras tendenciosas ou preconceituosas”

Os valores éticos e morais transmitidos pelos pais à Ronaldo Corrêa Martins estão presentes em toda a sua vida. “Não é dema-gogia, nem bordão, mas a maior lição que aprendi e

tento passar para os outros é ser ético, respeitar as pessoas como elas são, ouvir a diversidade de ideias, pensamentos, e repudiar quaisquer manobras tendencio-sas ou preconceituosas”, descreve. Esta é a base segura sobre a qual foi construí-da toda a sua vida pessoal e profissional.

Bacharel em Economia, Ciências Contábeis e Direito pela Universidade Mackenzie, Martins seguiu sua forma-ção com cursos de pós-graduação, além de mestrado em Direito Econô-mico e Político pela mesma instituição. Complementou ainda com outros dois cursos relevantes, feitos no exterior, na IESE Business School, da Universidade de Navarra, nas áreas de negócios e conselhos de administração.

Somou experiências marcantes desde o início de sua carreira, que aconteceu na área tributária na IBM do Brasil; passando depois ao Grupo Fiat para implantação da Fiat Automóveis no Brasil; posteriormente à Valmet, no segmento de equipamentos agrícolas; e, finalmente, no Grupo Elebra, quando a família Paula Machado, após a perda da concessão do Porto de Santos, decidiu investir no segmento industrial durante a reserva de mercado de informá-tica na década de 1980. Após a trajetória corporativa, decidiu fundar o Escritório

Ronaldo Martins & Advogados, em março de 1990, onde, desde então, ocupa o cargo de CEO & founder.

Durante toda sua trajetória, Martins não tem dúvidas de que seu maior de-safio foi, é e sempre será o de estudar, pesquisar, buscar conteúdo teórico e prático para auxiliar no desenvolvimento de suas atividades profissionais. “Isso tem exigido grande dedicação de minha parte, principalmente porque as grandes escolas de negócios estão no exterior, e isso exige viagens constantes”, comenta. Por outro lado, ele está certo de que tem sido recompensado por todo sacrifício. “Com os resultados obtidos nos estudos, a aplicação nos casos que temos sob responsabilidade profissional tem sido gratificante”, avalia.

Quanto à vida pessoal, ele acredita que não poderia estar vivendo melhor momento. “Tenho dois filhos e quatro netos, todos morando nos Estados Uni-dos, onde estão tendo um padrão de vida que sempre sonhamos para eles”, conta. Apesar da distância e da sau-dade, a educação e formação pessoal que estão recebendo dão ao pai e avô a tranquilidade e segurança para Martins se dedicar, cada vez mais, ao seu ofício.

Quanto às horas de descanso e lazer, é no futebol, sua grande paixão, que o paulistano recarrega as energias. “Aliado a essa prática, hoje também faço acade-mia com um personal trainer e tenho dois professores de tênis e golfe, esportes com os quais tenho me identificado muito”, conta.

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Desafios na implantação do IFRS 9/CPC 48Em 10 de agosto foi realizada reunião técnica online sobre os desafios na implantação do IFRS 9/CPC 48 - Instrumentos Financeiros. Os participantes acompanharam a explanação do doutor professor do Insper, Eric Barreto, sobre as novas categorias de instrumentos financeiros, o SPPI Test e os modelos de negócios do IFRS 9, o reconhecimento de perdas esperadas por problemas de crédito, entre outros tópicos referentes ao tema. A reunião foi conduzida pela diretora executiva Ana Cristina França.

FINANÇAS PESSOAIS

Evolução do planejamento financeiro pessoal no Brasil e no mundoDescontração e muita informação no happy hour realizado no dia 17 de agosto, em São Paulo. No encontro, Louis Frankenberg, diretor executivo da ANEFAC, e Leanderson de Mattos Reis, CEO da GFAI Holding, falaram sobre a forma com que o mundo evolui ao longo dos tempos no que diz respeito a finanças pessoais, gestão de patrimônio familiar e educação financeira, e ainda como e porquê, mesmo com atraso de 30 anos, o plane-jamento financeiro pessoal torna-se prioridade e realidade no Brasil.

CONTROLADORIA

Mudanças estratégicasA controladoria assume cada vez mais papel preponderante no contexto administrativo das organizações. Na reunião técnica de Contro-ladoria do dia 14 de setembro, em São Paulo, foram apresentadas e discutidas as principais mudanças ocorridas na área, bem como os temas que estão em evidência neste segundo semestre nas agendas dos CEOs, CFOs, controllers e profissionais das áreas de gestão. O encontro teve a coordenação do diretor executivo Marcus Vinícius Beszile.

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GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Implantação do compliance na empresaO Comitê de Governança Corporativa e Compliance do Rio de Janeiro fomentou discussão sobre como a implementação de um efetivo progra-ma de compliance pode minimizar riscos e garantir a conformidade dos negócios. O papel do compliance, seus benefícios e impactos, além dos desafios pós-implementação, foram os assuntos debatidos na reunião técnica do dia 9 de agosto, conduzida pela diretora executiva Andreia Reis.

NORMAS INTERNACIONAIS E CPC

A nova norma de arrendamento (IFRS 16)Evidenciar os impactos contábeis da mais recente edição do Pronunciamento Contábil IFRS 16 foi o objetivo da reunião técnica de Normas Internacionais e CPC, realizada em 10 de agosto, no Rio de Janeiro. O encontro conduzido pela diretora executiva Vera Elias focou na transição das empresas para adoção da nova norma, bem como demais discussões que surgiram relacionadas à mensuração de passivos de arren-damento: pagamentos de arrendamentos variáveis, períodos de arrendamento e como tratar/aplicar taxas de desconto.

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ESTRATÉGIAS

Marketing digital e geração de negóciosO potencial do marketing digital na geração de negócios foi o tema discutido na reunião técnica de Estratégias, realizada no dia 19 de julho, em São Paulo. No debate, o diretor executivo David Kallás destacou que o tema é importante por ser um dos componentes mais estratégicos na transformação de uma empresa. “Seu potencial impacta a gestão de marca, o engajamento de prospects e clientes. O ponto é que é outra forma completamente dife-rente de se fazer negócio, então a gente precisa aprender a fazer do zero.” O executivo de marketing Jean François Saghaard debateu os conceitos, apresentou cases e discutiu o que está por vir no ecossistema digital.

LIDERANÇA E GESTÃO DE PESSOAS

Desafios e caminhos na inclusão de pessoas com deficiênciaProporcionar um ambiente para discussão sobre os desafios na inclusão de pessoas com deficiência foi o objetivo da reunião técnica de Liderança e Gestão de Pessoas, realizada em 25 de julho, em São Paulo. A consultora e fundadora do Instituto Modo Parités, Ivone Santana, foi a palestrante con-vidada do diretor executivo Emerson W. Dias, e fez uma apresentação focada no cenário regulatório e demográfico brasileiro, abrangendo os desafios encontrados pelos gestores e os caminhos para o atendimento da legislação.

Economia criativa: novas formas de fazer negóciosA economia criativa, prática de usar o talento para produzir algo inovador, tem crescido no Brasil após sucesso no exterior, e muitos negócios têm colecionado resultados positivos ao aderir a essa ideia. O tema foi discutido na reunião técnica de Liderança e Gestão de Pessoas do dia 29 de agosto, em São Paulo, com palestra de Alice Salvo Sosnowski, jornalista criadora da metodologia O Pulo do Gato Empreendedor.

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TRIBUTOS

Programa Especial de Regularização TributáriaCom intuito de promover uma discussão prática sobre os principais benefícios, riscos e aspectos contábeis/fiscais relacionados ao PERT (Programa Especial de Regularização Tributária), programa de regularização de débitos federais perante a Receita Federal do Brasil e a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), o diretor executivo Claudio Yano convidou a diretora da área de impostos da PwC Brasil, Evany Oliveira, para palestrar sobre o tema na reunião técnica do dia 10 de agosto. Evany falou sobre os principais aspectos do PERT, de acordo com a MP 783, a regulamentação do programa e as diferenças entre o PERT e o PRT (Programa de Regularização Tributária).

GOVERNANÇA CORPORATIVA

Práticas de governança em entidades esportivasAs melhores práticas de governança corporativa vêm cada vez mais ganhando espaço nos diversos segmentos e portes de negócios, a exemplo das entidades sem fins lucrativos e entidades espor-tivas. Na reunião técnica do dia 19 de setembro, Sami Arap, ex-presidente da CBRu (Confederação Brasileira de Rugby), compartilhou, a convite do diretor executivo Ricardo Santos, suas experiências na busca pelo profissionalismo no esporte, e ainda falou sobre o futuro modelo de autorregulação de governança e compliance em entidades esportivas.

A diretoria de Logística de São Paulo reuniu três especialistas das áreas tributária e de Logística para avaliar como a ques-tão tributária pode reduzir custos e melhorar a eficiência das operações logísticas em um país de tamanha complexidade tributária como o Brasil. O debate percorreu os desafios das organizações para planejar e executar a logística, exemplos práticos de empresas, custos, incremento de estoque, cami-nhos para simplificação tributária e os regimes especiais. A reunião foi conduzida pelo diretor executivo Egídio Barbosa e pelo diretor de Logística da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Pedro Moreira.

LOGÍSTICA

Logística tributária e impactos na eficiência das organizações

CAFÉ-PALESTRA

Inovação e benefícios fiscais O café-palestra “Inovação e seus Benefícios Fis-cais” da ANEFAC, em parceria com a GAC Group, reuniu no dia 20 de setembro especialistas para discutir as oportunidades que o mercado oferece ao desenvolvimento da inovação nas empresas. O evento aconteceu em São Paulo e contou com um debate interativo entre o público e os especialistas convidados: Edwin Lima, especialista em Inovação na GAC Group; Nádia Armelin, diretora da Anpei (As-sociação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras); e Paulo Figueiredo, docente da Manchester University e pesquisador em Gestão da Inovação e Desenvolvimento da Indústria.

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PROCESSOS E RISCOS

Investigação no mundo digitalA advogada especialista em Direito Digital, Camilla do Vale Jimene, des-tacou os impactos que a tecnologia trouxe para o universo jurídico, nas mais variadas esferas, em reunião técnica do dia 15 de agosto, em São Paulo. “Nem todas as novas tecnologias conseguimos encaixar dentro das soluções jurídicas que já estávamos acostumados. Adaptar nossa legislação para encontrar soluções para esse avanço tecnológico é o gran-de desafio”, concluiu. No debate, sob coordenação do diretor executivo Eduardo Nunes, foram abordados ainda os quesitos necessários para que a empresa mitigue o risco de processos trabalhistas, cíveis e criminais ocasionados por falhas no processo de investigação interna envolvendo recursos de tecnologia da informação.

NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

IFRS 16 - LeasesO IFRS 16 voltou a ser tema de reunião técnica no dia 22 de agosto, desta vez em São Paulo. Com o intuito de apresentar a norma e seus principais impactos, a diretora executiva Ce-cília Geron mostrou uma visão geral do IFRS 16 – Leases e esclareceu as principais dúvidas. Dentre os principais pontos discutidos estavam a nova definição de arrendamento, contra-tos de serviços e contrato de arrendamento e reconhecimento do arrendamento.

Ativo biológicoO tratamento contábil aplicado aos ativos biológicos foi tema da reunião técnica do dia 13 de setembro. No debate, Phillemon Telemaco da Gra-ça, especialista em Gestão Tributária, alertou sobre a lacuna do procedi-mento técnico CPC 29 em termos de reconhecimento contábil das opera-ções realizadas em florestas nativas. “Existem opiniões de que o ativo biológico não deve ser reconhecido contabilmente quando se trata de florestas nativas”, ressaltou.

PERÍCIAS, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM

Danos emergentes e lucros cessantesA reunião técnica realizada pelo Comitê de Perí-cias, Mediação e Arbitragem no dia 23 de agosto foi dedicada ao tema Danos Emergentes e Lucros Cessantes – Conceito, Interpretação e Liquidação. Sob a coordenação do diretor executivo Fernando Viana, quatro especialistas convidados discutiram os principais conceitos e respectivas aplicações, para quantificar perdas e danos, sob o vértice dos danos emergentes e lucros cessantes.

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Em tempos de implementação de sistema, onde tudo que poderia dar errado, deu, a empresa acumulava alguns dias sem faturar e sem pro-duzir. Nada funcionava...

Diante de um verdadeiro pandemônio, o presidente reuniu todos os diretores para uma sabatina.

– O que está acontecendo?, questio-nou o soberano.

O diretor da Planta foi o primeiro a se posicionar:

– Não conseguimos produzir, pois as ordens de produção não chegam à fábrica. O sistema não traz os dados corretos de acordo aos pedidos.

Ao que o diretor de Logística imedia-tamente rebateu:

– Não temos materiais prontos. E como não temos pedidos, nada pode-mos fazer.

O diretor de Vendas, que não é bobo nem nada, foi logo tirando o seu da reta:

– Não consigo atender clientes, pois o sistema não recebe os pedidos de forma correta e o cadastro de produtos não foi carregado. É impossível emitir nota fiscal.

Irritado, o presidente olha para o próximo da fila. Lá estava o dire-tor financeiro já se preparando para reclamar seus problemas, quando o

Lord Excrachá é um ex-executivo que abandonou o mundo corporativo. Depois de tanto tempo vivendo a rotina nem sempre eficiente das organizações, moldou-se ao ambiente com um quê de sarcástico, mal-humorado, e, inegavelmente, um tanto cômico. Escrachar... Isso é com ele mesmo!

Sem pressão!

Se você tem um causo inusitado, engraçado ou curioso envolvendo o mundo corporativo para contar, envie para esta coluna pelo e-mail [email protected], que nosso lorde está pronto para escrachar. Mas pode ficar tranquilo, como todo lorde que se preze, Lord Excrachá é discreto. (Importante: As identidades dos colaboradores desta coluna não serão divulgadas.) Lord Excrachá é criação de Emerson W. Dias, diretor de Liderança e Gestão de Pessoas da ANEFAC e fundador do portal e da série de livros O Inédito Inviável.

presidente desvia o olhar ao contador: – Senhor contador, com toda essa

problemática, imagino que o senhor vai entregar as demonstrações este mês com 20 dias de fechamento contábil. É isso?

Muito pleno de si, o contador rebateu:– Muito pelo contrário, senhor. Este

mês faremos o fechamento em tempo recorde. Meia hora, no máximo!

– Ah, é mesmo? Até que enfim uma notícia boa nesta empresa!, comemo-rou o presidente aliviado. – E como o senhor vai conseguir essa façanha, meu nobre?

– Como não temos nenhum dado para processar, o fechamento será muito rápido...

Perplexo, mas ainda mantendo a linha com a intenção de “pegar na curva” o contador humorista, rebateu o presidente:

– E o que o senhor recomenda para administrar a pressão que venho sofrendo da matriz, meu caro?

– Olha, senhor, eu sugiro que man-tenha sempre em 11 por 7, no máximo 12 por 8...

Afinal, já dizia o sábio tibetano:“Se seu problema tem solução, não

há com que se preocupar. Se seu pro-blema não tem solução, toda preocu-pação será em vão.”

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