EVERTON BRITO JAIME LUCAS MATTOS - megapro.com.br · GAME OVER Edição 03 3 falso, que havia feito...

GAME OVER Edição 03

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Formato e apresentação por

VINICIUS GUIMARÃES

Elenco

EDI SANTOS

JOHN ERICK

ROMULO GUILHERME

Direção artística

VITOR ABOU

Direção geral

LUCAS LUCIANO

Produzido por

MEGAPRO SHOW

Autores Convidados

EVERTON BRITO

JAIME LUCAS MATTOS Este é um programa de exclusividade do MEGAPRO e protegido por direitos autorais, logo, não pode

ter sua veiculação sem que ela seja solicitada à direção. Todos os direitos reservados aos

componentes da equipe.


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[PRIMEIRO BLOCO]

O CENÁRIO É GRANDE E BASTANTE COLORIDO. A PLATEIA ESTÁ SUPER ANIMADA E AS DANÇARINAS

FAZEM SUA COREOGRAFIA. VINICIUS ENTRA, JOGA BEIJOS PARA A PLATEIA.

VINICIUS — Mais uma edição do programa mais animado do Mundo Virtual, que conta com

a plateia e as dançarinas mais lindas do Brasil! E nessa terceira semana estamos aqui com

alguém muito especial. Eu tenho a honra de receber ele, autor da maravilhosa ‘Anjo Bom’

pela WEBMUNDI, que desde sua primeira aparição no mundo virtual atrai olhares e

comentários. Vem com a gente, Everton Brito!

EVERTON — Oie pessoas! Oie Brasil! Oie Nutella! Oie cream cracker! Enfim... Como diz

Ludmilla; Cheguei!

VINICIUS — Chegou chegando e bagunçou a zorra toda! Everton, muito obrigado por ter

aceitado participar dessa grande brincadeira que é o Game Over. Seja bem vindo ao nosso

programa! Garanto que você vai adorar os games e a entrevista. Preparado?

EVERTON — Nasci preparado!

ELES SENTAM-SE.

VINICIUS — Você tem dezessete anos, Everton, alguns meses mais novo do que eu próprio.

Há quantos anos você chegou no Mundo Virtual, e como foi pra você a descoberta dessa

nova casa? Quem te trouxe pra cá, meu filho!? kkk

EVERTON — Olha, contando de 2013 pra cá, faz uns cinco anos de estrada à pés descalços,

viu? Kkkkkk. A minha experiência dura até hoje, porque eu nunca passei dessa fase. A cada

ano aparece uma nova figura e eu nunca acabo me acostumando. Eu vim de intruso mesmo,

eu próprio trouxe eu mesmo pra cá. Na verdade, eu procurava ser famoso, né? Kkkkkkkkk

Essa foi a coisa mais próxima disso. Oi, Malhação? Tudo bom? Já já tô aí. Oi BBB, como é que

vai?

VINICIUS — A gente busca a fama e encontra o Game Over. Triste fim! Kkkk Eu vou iniciar

aquele papo polêmico e cortar na melhor parte porque né, o programa não quer dar

margem pra treta, mas o público QUER saber: Tena Andrade. Uma figura bastante

comentada no ano que passou. Você foi acusado (e inclusive eu me incluo no meio das

pessoas que te acusaram, aproveito a ocasião pra pedir sinceras desculpas pela injustiça) de

ser responsável pelo perfil fake. Como foi esse momento pra você? Te trouxe alguma marca

nos dias de hoje?

EVERTON — Tena Andrade. O que dizer sobre Tena Andrade. Juro pra você que tem gente

que acredita até hoje que eu sou Tena Andrade. Essas teorias todas que criaram fizeram eu

me sentir em Pretty Little Liars kkkkkk quem é -A? Tipo aquela história, eu morri e colocaram

um sósio no meu lugar! Ou eu sofro de dupla personalidade e não sei. Olha, deixou algumas

marcas, porque na época, eu era uma pessoa que era meio criança. Todas aquelas palavras

de ódio e a minha expulsão do Cinemáticos, aquela exposição toda, ficou um trauma, nada

que se possa preocupar, eu só tomo tarja preta três vezes por semana, mas fora isso… eu tô

bem! Maureen sumiu, né? Beijos, Maureen. Afinal, ela dedicou seu lindo tempo criando

toda aquela teoria digna de série mesmo. Parabéns.

VINICIUS — Olha, eu me arrependo muito de todas as acusações infundadas. Mas, em

defesa de quem acreditou (mesmo que o ato de acusar alguém tão duramente sem provas

não tenha justificativa) em toda essa história, estamos todos assustados com esse perfil


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falso, que havia feito muita bagunça e metida em bastante sujeira. Acreditaram na primeira

história que viram pela frente, o que acabou gerando essa grande injustiça. Espero que essa

injustiça seja desfeita aqui hoje, inclusive, porque já foi confirmada a verdadeira identidade

de Tena e essa pessoa está bem longe do nosso mundo virtual agora. Everton, espero que

um dia você consiga se recuperar de todo essa bagunça, ok?

EVERTON — Eu já estou recuperado! Pronto para alguém chegar e me acusar de ser Paola

Bracho.

VINICIUS — (risos) Uma das coisas que mais admiro em você é esse seu bom humor nato. É

uma característica bastante forte sua, né? Ele vem desde nascença?

EVERTON — Eu acho que sim. Eu sempre fui assim (acho), mas sei falar sério quando quero.

Eu acho que serei um adulto bem legal. Acho que meus filhos vão gostar de mim. Já tô aqui

pensando em futuro, tá vendo? Kkkkkkkkkkkk

VINICIUS — Ele é visionário, ele! Já pensou em consultar os astros sobre o futuro? E, já que

estamos falando em astros, fiquei sabendo que você é uma pessoa que acredita fortemente

em signos e coisas relacionadas. Isso vem desde quando? Tem alguma história envolvendo

essa aura ‘mística’ pra contar pra gente?

EVERTON — Virgem é um signo complicado e perfeitinho. Adoro essas coisas místicas e tal.

Só não acredito em horóscopo. Nunca acertam nada de mim. Odeio cama desarrumada! Não

suporto e acho que isso deve ser uma característica.

VINICIUS — Eu vou na contramão disso: Não acredito em signo, nem em nada que tenha

ligação. Sou um descrente? kkk

EVERTON — Ah, todo mundo tem sua religião, crença, filosofia de vida. Acho que ninguém

tem nada a ver com isso.

VINICIUS — Fiquei sabendo que você curte bastante novela e série. Essa paixão te motivou a

gostar da escrita? Quando você descobriu esse amor, e como foi?

EVERTON — Meu mundo imaginário de criar histórias, onde eu mesmo era o protagonista

mexicano à lá Havana. Novela amo, mas Sangue Bom foi o ápice, junto com Malhação- Casa

Cheia. Adoro mesmo. E minha vida já é uma série, inclusive pretendo lançar em breve

“Everton’s World”.

VINICIUS — Vou adorar assistir esse programa. Aposto que vai dar inveja nas Kardashian!

Mas o que te motivou a gostar de escrever? Quero ouvir uma história sobre sua vida que

envolva esse seu amor pelas letras. Go, go!

EVERTON — As coisas que vivi, os tombos na calçada da rua, os bolos de festas que eu

(roubei) peguei emprestado com meus amigos, as implicâncias das inimigas, as brigas, o que

eu vi e vivi. Enfim… Uma porção de coisas. Como por exemplo, o dia em que fomos para sala

vizinha do segundo ano, eu estudava no nono, e a gente “participou”, não querendo, de

praticamente uma orgia, mas conservada.

VINICIUS — Orgia? Mas o que é isso, esse é um programa de família…. QUERO TODOS OS

DETALHES! E foi bom tocar nesse tema. Momento pessoal: Qual sua sexualidade, Everton?

Isso não é uma cantada, risos, é que o pessoal de casa quer saber!

EVERTON — Eu gosto do que me faz feliz, independe do que e como.

VINICIUS — Awn, que fofo, gente! Ele gosta do Game Over! Gameoversexual. Brincadeira,

hehe.

EVERTON — Sériesexual. Eu admito. Kkkkkkkkkkk


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VINICIUS — Mas agora eu fiquei bastante curioso sobre essa orgia. Menino, tu tem 17 anos!

Como foi isso?

EVERTON — Houve realmente uma tentativa, mas não chegou a ser mesmo. Houve uma

dancinha ali, um agarramento aqui. Nada demais. Eu cortei logo, eu não estava me sentindo

confortável.

VINICIUS — Atenção: Esse programa é contraindicado para menores de idade! Quanta

polêmica, Brasil. Assim que eu gosto. Mudando um pouco o assunto (e respeitando o

horário, hehe), que história é essa de você cantar, compor, atuar e escrever, menino? E com

três peças no currículo! Pelo visto você é bastante ativo no seu colégio. Você quer

disposição, @? Sua família e amigos incentivam essa veia artística? Sabem do que você faz

por aqui no MV?

EVERTON — Eu tô na produção da minha terceira peça, alcunho “Dom Casmurro”. Minha

família incentiva, mas não chegam a ler o que escrevo.

VINICIUS — Você tá com uma obra nova na WEBMUNDI, Anjo Bom. Como foi a criação

dessa história? E a recepção, como tem sido?

EVERTON — Foi do nada mesmo! Veio do nada. Apenas abri o word e tudo foi surgindo

conforme escrevia. Simples. A recepção da trama tem sido ótima. Eu estou muito satisfeito

com o resultado de tudo.

VINICIUS — Você sabe lidar com as críticas? Tem alguma que te marca até hoje?

EVERTON — Eu não sabia kkkkkkkkk Bancava o indiferente, mas odiava as críticas da Zih

kkkkkkkkk Mas agora amo que critiquem, que apontem os erros e os acertos, mas de forma

construtiva e não apelativa. Essas, eu não levo em consideração.

VINICIUS — Realmente, o sentido das críticas existirem é apontarem uma direção pra onde

seguir, ajudarem a construir uma evolução. Quais serão seus próximos passos na carreira?

EVERTON — Bom, estou produzindo uma série pra WebTv “As Mulheres Da Minha Vida”

que é uma comédia e tudo mais, alguns projetos aí pra o Segundo Canal, meu livro no

wattpad. Enfim. Muitas coisas boas vindo aí.

VINICIUS — Que bacana! Novidades em primeira mão. Game Over sendo exclusivo, mores!

Everton, se você pudesse enviar uma mensagem pra si mesmo em 2015, o que diria? E o que

o Everton de 2015 teria dito pro Everton de hoje?

EVERTON — Eu diria “deixa de ser ridículo garoto, vai crescer. Para de tentar fazer você

acontecer. Isso nunca vai pegar”. Ele me responderia “ Feche a cara, amor. Sabe qual a nota

que você merece? Dó! Eu não me importo com a sua opinião, porque eu sou absoluto

demais pra isso”

Daí eu daria na cara dele e ele começaria a chorar.

VINICIUS — Rolaria uma treta de Everton pra Everton? Eita! Qual pessoa do MV você mais

admira atualmente?

EVERTON — Hum… Victor Ferreira, Liz Santos e Cristina Ravela. Era só uma? Kkkkkkkkk Eu já

disse eu mesmo?

VINICIUS — Eu vi, Everton. O corretor corrigiu pra Cristina Favela!

EVERTON — Kkkkkkkkkkkkk Não foi intencional. Menino, eu não sabia que você podia o que

meu corretor bota. Senhor, esse bixo é um perigo.

VINICIUS — Cristina, se você estiver lendo isso: O Game Over te quer, menina! Vem jogar

com a gente, vem. E Everton, eu vejo tudo, hehe.


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EVERTON — Medo.

VINICIUS — Everton, nossa entrevista chegou ao fim por enquanto! Agora você vai lá pro

nosso estúdio receber uma massagem dos nossos profissionais, enquanto eu gravo a

segunda entrevista da noite (isso mesmo, outra!) e depois você volta para o game, que tal?

Foi um prazer ter você aqui hoje, Everton!

EVERTON — Voltarei sim, Obrigado! Eu agradeço. Tenho que correr aqui. Kisses, kisses.

UMA DAS DANÇARINAS LEVA EVERTON DALI.

VINICIUS — Vocês já devem ter notado que o programa de hoje é diferente, especial. Ao

invés de um maravilhoso convidado, nós teremos DOIS maravilhosos convidados! E

enquanto o Everton descansa um pouco vou bater um papo com uma pessoa maravilhosa.

Escrevendo na internet desde 2013, ele tem 18 anos e faz faculdade de letras no RS. Puro

luxo! Entra, Jaime Lucas Mattos!!! Obrigado por aceitar meu convite e estar aqui hoje.

JAIME ENTRA, EMOCIONADO. A PLATEIA APLAUDE. SENTA-SE COM VINICIUS.

JAIME — Olá! Eu que agradeço por ter feito o convite. Estou feliz em estar aqui.

VINICIUS — A edição de hoje vai ser um grande game. Você tá preparado pros jogos que

virão depois da entrevista, meu caro?

JAIME — Preparado a gente nunca tá pra nada, né? Mas estamos aí (risos)

VINICIUS — Jaime, você escreve pra internet desde 2013. Como tudo começou? E como está

a sua carreira hoje em dia? Conta pra gente!

JAIME — Então… Eu tinha vários blogs e aí um dia pensei em escrever uma história em um

deles. Foi o que eu fiz. Não era lá um belo texto, mas estávamos tentando (risos). Hoje eu

praticamente não escrevo mais. Me dedico à parte administrativa da OnTV e é algo que eu

gosto muito de fazer.

VINICIUS — OnTV vem ganhando bastante espaço no ramo, né? E isso é muito bom, a

concorrência é algo que sempre incentiva que as emissoras tenham cada vez mais

qualidade. Sobre a equipe da sua emissora, tem algum autor que você, como escritor, vê um

talento que pode ser uma grande revelação para o MV?

JAIME — Sim. Graças ao esforço de todos da equipe, a OnTV vem ganhando cada vez mais

espaço. Respondendo a pergunta, dos autores que estão no nosso casting fixo, acredito que

o João Paulo Ritter seja uma grande revelação. Vocês não têm ideia do quanto esse menino

faz pela escrita. Além dele, o Davi Pezolito se mostrou outro grande talento. Eu até me

surpreendi um pouco, não esperava que tivesse o talento que tem.

VINICIUS — Que bacana! Quem sabe daqui algumas edições eles não estão aqui comigo,

dando o ar da graça? hehe! Jaime, você é uma pessoa muito neutra. Acompanha os barracos

que rolam por aí? Já se envolveu em algum deles?

JAIME — Sempre que tem barraco eu dou uma olhadinha, né? Tipo aquelas vizinhas

fofoqueiras (risos). Mas geralmente não me meto e quando me meto dou minha opinião

sem filtro. Não me envolvi em nenhum barraco até hoje, acho.

VINICIUS — Olha ele! Na real, é difícil alguém que não tenha brigado pelo menos com meia

dúzia nos dias de hoje, né? kkk Sobre você, sobre quem você é no dia a dia: A família

certamente sabe do seu amor pela escrita, já que você inclusive escolheu letras como

faculdade. Eles leem coisas suas? Alguma vez leram algo que não era pra ler e deu alguma

coisa?


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JAIME — Eles não leem. Uma vez eu escrevi uma história meio caliente e deu problema pro

meu lado, porque acabou que minha mãe pegou e viu. Mas eu também era novo. Agradeço

por terem visto hahahah. Me corrigiram, refiz as cenas, e a história ficou melhor ainda.

VINICIUS — Que ícone de mãe! Se fosse minha avó, fazia eu comer o papel e arrotar um

salmo da bíblia, pra pagar os pecados. Você, como a maioria do pessoal que escreve aqui, é

bastante reservado sobre sua vida pessoal. Eita, pessoal tímido! Você namora?

JAIME — Hahahahah eu prefiro ser mais reservado mesmo. Separar as coisas. Mas, não, não

namoro. A última namorada que eu tive foi há uns 3 anos.

VINICIUS — Queria conseguir ficar tanto tempo sozinho, mas aqui o negócio é fogo no rabo

mesmo… qqq

JAIME — Ah, menino. Mas não significa que eu tô há 3 anos sem beijar

hahahahahahahVINICIUS - KKK Verdade! Uma coisa não leva a outra! A maioria das pessoas

daqui amam novelas… Contigo é o mesmo? As pessoas com quem você tem contato sabem

disso? O que dizem? As meninas, principalmente, já que há o estigma que novela é pra

mulher e blablabla… lorota.

JAIME — Talvez queiram me matar depois do que eu vou dizer, mas não gosto mais de

novela. Passou a época que eu tinha uma adoração por esse formato. Telenovelas são muito

lentas e demoradas, e isso é algo que me estressa um pouco. Eu entendo que o formato é

assim e tudo mais, mas não consigo mais hahahah. Prefiro série que é mais ágil.

VINICIUS — Em nome de todo o mundo virtual, te exonero do seu cargo. Sai! Brincadeira,

hehe. Você trabalha? Qual foi a situação mais inusitada que já aconteceu no seu ambiente

de trabalho? Alguma já teve relação com sua vida na internet?

JAIME — Eu não trabalho. Nunca trabalhei, na verdade. Então, não aconteceram situações

hahahah

VINICIUS - E no colégio, como era/é sua personalidade? Lidava bem com os colegas, já

sofreu bullying de alguma forma? Aliás, bullying é um assunto meio ignorado ainda nos dias

de hoje. Eu já sofri e muitas pessoas que conheço também. E por aí?

JAIME — Na escola eu sempre fui extrovertido, gosto de dar risada com os amigos, além de

prestar atenção em - quase - todas as disciplinas hahah. Eu acho que todo mundo sofre

bullying, a não ser que você seja rico, loiro, de olho azul, hétero e bem sucedido. Então, sim,

já sofri bullying, ou por algo que falava, ou pela maneira que eu era (gordinho, por exemplo).

VINICIUS — Sofri bullying por estar acima do peso e por ser afeminado, rs. Engraçado que os

mesmos que me discriminaram anos depois quiseram minha amizade. O mundo vira, né, @?

Hehe. Quais são os projetos para o futuro, Jaime?

JAIME — Na minha vida pessoal eu não sei ainda, mas quero trabalhar com algo que gosto.

No MV, nas próximas semanas estarei indo totalmente para a área administrativa da OnTV e

não pretendo mais escrever. Meus últimos trabalhos serão Vindicta e o pseudo

documentário sobre a Purple/Tena.

VINICIUS — Epa! Documentário? Conta mais sobre isso. Quero detalhes exclusivos, viu?

JAIME — Então… o documentário deve ficar pronto pra março, e eu vou comentar toda a

situação que já houve e vou trazer novas coisas, como comentários da Tena, screenshots

pseudo polêmicos, etc.. Tem bastante coisa que vocês não sabem.


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VINICIUS — Eita! Promete, viu? Vai ser um estouro de audiência. Hoje conversei com o

Everton Britto, que foi acusado publicamente de ser responsável pelo perfil falso na época -

o que se provou mentira. Você acompanhou essa história?

JAIME — Sim. Acompanhei super de perto, porque na época eu era vice da Purple e era uma

das pessoas mais próximas da Tena, abaixo de Vinicius Henzel hahahahah.

VINICIUS — Assunto bem polêmico, né não? Acho que uma das maiores polêmicas dos

últimos anos. Enfim, Jaime… Você apresentaria um programa se te convidassem?

JAIME — Acho que a maior polêmica de todos os tempos hahahahah. Sobre apresentar,

acredito que sim, dependendo da proposta do programa.

VINICIUS — Tá vendo, MEGAPRO? Só convidar, rs.

JAIME — Tô aqui, viu, Lucas Luciano? Hahah

VINICIUS — Só não diminuir meu cachê pra bancar o seu salário e tá ótimo! kkk Jaime, você

é uma pessoa calma, aparentemente. Já estourou alguma vez na vida? Já bebeu, deu algum

PT, fez algo que as pessoas aqui no MV nunca pudessem imaginar? Conte suas histórias,

menino! Lembrando de mais tarde alguém vai escrever sobre você, viu?

JAIME — A única coisa que estourou na minha vida foi meu joelho hahahahahahah. Era meu

primeiro dia de aula numa escola nova, e eu tinha aula de Educação Física. A professora

mandou a gente correr em volta de uma praça, e eu consegui cair e bater com o joelho na

ponta da calçada. Abri ele tão fundo que não pude levar pontos. Além do meu joelho, tamo

estourando com a On, né? Hahahah. Claro que já bebi, não sou tão anjo assim hahahah mas

nunca dei PT, não (que eu me lembre) hahahahahahah.

VINICIUS — Gente, que medo! Um dia eu entrei bêbado no colégio e quase dei PT. Pulei o

muro e fui comprar mais bebida no mercadinho próximo, voltei, bebi mais e ninguém

percebeu. Isso ano passado. Que mau exemplo! Hihihi.

JAIME — Você é um “anjo bom”. Ouviu essa, Everton Britto? Hahahah

VINICIUS — (risos) Eu sou o próprio Anjo Mau mesmo! Jaime, você acompanha a TV

brasileira? O que assiste?

JAIME — Eu tô na era do streaming mesmo, mas quando assisto televisão, dou uma

olhadinha no Programa Eliana, ou em algum filme, ou no canal Multishow, que eu gosto

bastante.

VINICIUS — Algo que te atraia na Netflix? Eu estou vendo uma série que é MARAVILHOSA.

Simplesmente muito inteligente! Se chama The Good Place. A história de uma mulher que

morre e vai para o céu, o bom lugar. Só que ela NÃO merece estar lá, já que foi uma pessoa

horrível em vida! É uma das comédias mais inteligentes que já vi. Recomendo. Sua vez,

amigo!

JAIME — Ela é você, no caso. Essa série é a sua história! Hahahahah. Eu gosto de séries de

suspense, que envolve policiais, por exemplo, ou assassinatos. The Good Place eu ainda não

vi, mas já tá na minha lista. Parece ser ótima. A que estou assistindo no momento é Scandal,

do gênio Shonda Rhimes.

VINICIUS — Gente, eu? Que ofensa. Mentira. Eu amaria ser a Elleonor! Recomendo também

Orphan Black.

JAIME — Também tá na minha lista. Parece ser ótima. Ah, também estou assistindo Black

Mirror. Um episódio por dia, porque na temporada passada eu viciei e assisti tudo de uma

vez só hahahah


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VINICIUS — Amooooo Black Mirror! Já maratonei quase tudo. Jaime, foi uma honra

entrevistar você! Você e o Everton estarão de volta para a última parte do programa, dos

jogos. Que tal?

JAIME — Eu que me sinto lisonjeado de estar aqui. Claro. Aceito jogar hahah

VINICIUS — Você é um querido! Beijo, pessoal, a gente vai pro break e já volta. Jaime,

escolhe uma música pro nosso intervalo comercial! Até mais, Brasiiiil!!!

JAIME — Como meu trabalho é sempre divulgar e enaltecer, vamos de Vai Malandra!

SONOPLASTIA ON.

VAI MALANDRA (ANITTA)

VINICIUS COMEÇA A DANÇAR, TENTANDO IMITAR AS DANÇARINAS. JAIME RI. NELES.

CORTA/

[FIM DO PRIMEIRO BLOCO]

[SEGUNDO BLOCO]

VINICIUS, EVERTON, JAIME, EDI, JOHN E RÔMULO NO PALCO. AS DANÇARINAS ANIMADAS.

VINICIUS — Hoje o palco tá cheio, olha só que beleza, tanta gente que nem dá pra contar! E

vamos direto aos textos, sem muitas delongas. Quem começa é o Edi. Preparados?

O PESSOAL ASSENTE.

Corta para/

[CENA NÚMERO 01]

SAI PRA LÁ COM ESSA ORGIA

(Texto escrito por Edi Santos)

O Colégio Estadual Manoel Bandeira (fictício) era um dos colégios mais renomados da cidade de Arapiraca, no

Alagoas. Um lugar de bom aprendizado, mas palco de diversas situações inusitadas, como a que irei relatar

agora.

Aconteceu em uma sexta-feira qualquer, quando Everton, um jovem de 17 anos, personagem central dessa

história, estava reunido na sala de aula, aguardando a chegada da professora, que demorava a aparecer. No

entanto, quem chegou na sala foi a supervisora, silenciando o burburinho do ambiente, atraindo os olhares

curiosos.

- Bom dia, alunos! – disse a Supervisora. – Infelizmente a professora de vocês irá se atrasar um pouco hoje, e

me pediu para avisá-los. Mas para adiantar as atividades do dia, ela pediu para que vocês lessem e fizessem o

resumo da página trinta e quatro do livro de Geografia, sobre as bacias hidrográficas do Brasil. E, por favor,

mantenham o silêncio para não atrapalhar os colegas da outra sala.

Dado o recado, a supervisora se retirou, deixando os alunos sozinhos, na esperança de que eles iniciassem a

atividade proposta pela professora. Ledo engano. A baderna foi geral, típico de todos os alunos adolescentes

do segundo ano. Mas um grupo em especial merece a nossa atenção: Everton, Olívia, Kenedy e Paulinha. Um

grupo inseparável.

Enquanto Everton abria o livro para começar a leitura do livro, os outros três jovens cochichavam de cantinho.

Everton logo percebeu aquele segredinho.

- O que vocês tanto cochicham aí? – perguntou ele.

- Pois então. – disse Paulinha, se aproximando dele. – Estávamos conversando sobre uma coisa, mas não sei se

você vai topar.


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- Xii... o que vocês estão aprontando?

- Vem com a gente e você vai saber.

Os três saíram da sala, sendo seguidos pelos olhos curiosos de Everton, que não contendo a curiosidade,

tratou de deixar o livro de lado e ir atrás dos amigos.

Chegaram em um local isolado, nos fundos do colégio.

- O que vocês vão fazer? – Tornou a perguntar, já pressentindo a resposta.

- Então – disse Olívia, enquanto caminhava até ele, passando a mão em seu corpo. – A gente combinou de vir

até aqui, aproveitando que a professora não veio, para nos divertirmos um pouco.

- Nos divertirmos? Como assim?

- Para de bancar o bobo, Everton. – disse Olívia. – A gente vai fazer uma... uma... ai, nem sei como dizer...

- Sacanagem! – disparou, Kenedy.

- O quê? Vocês estão malucos?

- Para com isso, Everton. Não é nada demais. – falou Paulinha. - Não vai me dizer que você nunca fez uma

sacanagesinha inocente. Se bem que nesse caso, está mais para uma orgia.

- Eu... bem... Já... É... mas a professora já está chegando, e...

- Ele está nervosinho. – dizia Olívia, agarrando o jovem. – Não vai me dizer que ainda é virgem.

- Para! – falou Everton, se desvencilhando de Olívia. – Que virgem que nada. Só acho que não devemos fazer

esse tipo de coisa aqui na escola.

- Pronto! Falou o santo puritano. – disse Kenedy. - Aff! Eu disse que ele não ia topar.

- Não vou mesmo. E acho melhor vocês pararem com essa loucura toda, antes que a diretora descubra vocês

aqui.

Mal acabou de fechar a boca, os quatro foram surpreendidos pelo zelador.

- O que vocês estão fazendo aqui?

Os quatro se olharam.

- Estamos só conversando. Mas já estamos indo pra sala.

Disse Paulinha.

- É verdade. Vamos pessoal?

Concordou Olívia.

E assim os quatro voltaram para a sala de aula, para aguardar a professora, mas não sem antes ouvirem a frase

magistral, falada por Everton:

- Eu avisei!

Corta para/

[CENA NÚMERO 02]

ORGIA NÃO!

(Texto escrito por John Erick)

Era mais um dia de aula. Everton levantou cedo, tomou seu banho, comeu uma fruta e foi para a escola. Chegando lá, Everton se deparou com os colegas Juliana e Pedro conversando. - O que aconteceu? Disse Everton. - O marido da nossa professora de química, morreu assassinato! Exclamou Juliana. - Mas então na deveria ter aula. Retratou Everton. - Vai ser reduzida. Respondeu Pedro. O sinal tocou e todos entraram. A diretoria já estava dentro da sala de Everton. - Como todos já sabem do ocorrido com a professora Tânia, eu só vim pedir pra vocês darem continuidade nas atividades. A aula vai acabar duas horas antes do normal. Não façam bagunça! A diretoria foi embora. Pedro se levantou e foi para a frente, para que todos prestassem atenção nele. - Gente eu tenho uma ótima idéia pra gente fazer com a turma do 2° ano. - O que seria? Pergunto Everton. - Uma brincadeira super legal. Disse Pedro.


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Pedro abriu sua mochila e pegou um aparelho de som, o ligou e começou a tocar a música Vai Malandra em tom baixo. De repente alguns alunos do 2 ano entram na sala e todos começam a dançar freneticamente. Everton não ficou parado e se aproximou de uma menina. As luzes se apagaram e ficaram um tempo desativada. Até que Juliana as acendeu novamente e viu que Everton não estava mais ali. Everton estava no pátio da escola, sentado no chão. Juliana e Pedro se aproximaram dele e se sentaram no chão. - Porque você foi embora? – Disse Juliana. - É muita coisa só pra mim. Não estava me sentindo bem. - Mas você perdeu altas gatinhas. Falou Pedro. - Gatinhas só as meninas superpoderosas! Corta para/

[CENA NÚMERO 03]

SILVER, O GRANDÃO

(Texto escrito por Rômulo Guilherme)

Acordei inspirado e animado pra continuar escrevendo a história erótica que criei, cheio de aventuras

e com muita ação, se é que me entendem. Mesmo novo e sem nenhuma experiência sexual, me surpreendi

por minha grande e fertil imaginação. É claro que tudo isso se deve ao fato de estar naquele período onde os

hormônios estão à flor da pele e qualquer coisa já te deixa “animado” e inspirado.

Escrevo num caderno que sempre levo comigo, onde deixo a imaginação me levar, ao contar a

história de um garoto que começa a ter suas experiências sexuais, enquanto vive os dilemas da adolescência e

tudo o que a cerca. É mais uma história de alter ego, onde o personagem, que na verdade se trata de mim

mesmo, vive tudo aquilo que tenho vontade de viver, sentir, experimentar. Viajo com o personagem principal:

Silver, o Grandão, por diversos acontecimentos e momentos super empolgante.

E nem na aula eu consegui me desligar desse personagem. Ele conversa comigo, está sempre do meu

lado, como um companheiro, um amigo, me transportando pra vida dele e me desligando da sala de aula, da

explicação da professora de História.

— Está prestando atenção, Jaime?, pergunta a minha professora.

Eu, mais que de pressa, fecho o caderno em que escrevo minha história, e mostrou-me atento a ela.

— Sempre, professora. Sua aula é tão boa, que não dá pra prestar atenção em outra coisa.

Ela, me encarando por alguns segundos, quase notando o deboche presente na resposta, volta a

continuar dando sua aula. E eu volto a escrever o grande momento em que Silver transa com a garota no

banheiro da escola, não poupando nos ricos e picantes detalhes.

Estava tão focado no momento em que ele está pronto pra consumar o ato em si, no ápice da ação,

quando sou surpreendido pela professora, puxando meu caderno. Quando olho pra cima, percebo o olhar

direto e penetrante da professora e de todo os meus colegas.


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— Deixa eu ver o que você tanto escreve, Jaime...

Eu tremendo, com medo de que ela leia o que está escrito, falo:

— Estou anotando suas explicações, professora. Só isso.

— Vamos ver se está mesmo, ela rebate.

Meu mundo para. Fico completamente sem reação. A expressão da minha professora vai mudando

aos poucos, até congelar numa expressão de surpresa e choque, até que ela fala, brava:

— Vamos agora pra diretoria!

— Me ferrei, falo pra mim mesmo!

Diante da diretora, tendo minha mãe do meu lado completamente zangada e furiosa comigo, consigo

apenas ficar de cabeça baixa.

— O que você tem pra me dizer, Jaime? É pra isso que você vem pra escola? Pra ficar escrevendo

essas pouca vergonha?!

Já que tudo tinha ido pro ventilador e a verdade escancarada, resolvi falar na lata pra minha mãe.

— Já descobri minha profissão, mãe: roteirista de filme pornô!

Minha mãe, católica até não poder mais onde, não aguenta de emoção e caí desmaiada.

Corta para/

RETORNA AO ESTÚDIO. TODOS AINDA DE PÉ, JUNTOS.

VINICIUS — Jaime e Everton, preciso que divulguem suas decisões agora.

JAIME — Escolho o do Rômulo. Ri muito com o texto dele! Ficou totalmente fantasioso, não

tem nada a ver com o fato original e isso tornou muito engraçado. Tive apenas uns mini

ataques do coração com alguns problemas de gramática, mas fora isso tudo bem. Achei o do

John engraçadinho, porém pesado, e do último não entendi muita coisa.

VINICIUS — Beleza, Jaime. E você, Everton?

EVERTON — Ficou confuso o segundo. Você prefere outra situação? Eu posso mandar pra

você, você põe na entrevista e os roteiristas fazem. É mais fácil e mais legal que essa.

VINICIUS — Infelizmente isso não é possível, Everton, não agora. Pode escolher a que você

mais gostou e apontar os erros das demais.

EVERTON — Não gostei muito do texto do Edi. Achei pesado e de muita exposição. O texto

baseado na entrevista do Jaime ficou bom, desse eu gostei. Escolho o do Rômulo!

RÔMULO SAI PULANDO PELO PALCO.

VINICIUS — E, numa decisão tomada em conjunto pelos dois entrevistados da edição, o

autor ganhador da semana é o Rômulo Guilherme! Parabéns, Rômulo, parabéns a todos os

meninos por estarem aqui.


12

VINICIUS CAMINHA ATÉ O CENTRO DO PALCO.

VINICIUS — Mas nem tudo que parece é, meus amigos. Não cantem vitória antes do tempo!

No último bloco saberemos quem é o verdadeiro vencedor dessa disputa, numa grandiosa

batalha travada por Rômulo Guilherme, Everton Britto e Jaime Mattos. Não percam!

NELE. AS BAILARINAS COMEÇAM A DANÇAR.

SONOPLASTIA ON.

K.O. (PABLLO VITTAR)

CORTA/

[FIM DO SEGUNDO BLOCO]

[TERCEIRO BLOCO]

ESTÚDIO GAME OVER/

VINICIUS, JAIME, EVERTON E RÔMULO NO ESTÚDIO GAME OVER. RÔMULO DIANTE EVERTON E

JAIME, QUE DIVIDEM A MESMA CABINE.

VINICIUS — Oi de novo, pessoal lindo!!! Bem, eu senti que nas últimas edições as regras não

ficaram muito claras, eu não expliquei direito como funcionam. Vou reestabelecer tudo. De

agora em diante nós teremos quatro provas por edição: A primeira prova é só entre os

autores da casa, é a competição de escrita baseada na entrevista. A segunda é outra

produção textual, dessa vez entre autor convidado e autor da casa, que tem o valor de 10

pontos. As outras duas provas são de perguntas e respostas e quizz que valem dois pontos

pra cada resposta correta. Cada uma dessas duas terá várias alternativas. Entendido,

pessoal?

RÔMULO — Prontíssimo!

EVERTON — Vamos jogar.

JAIME — Beleza!

VINICIUS — Nossa segunda prova de hoje é, como explicado acima, uma produção textual.

Vocês devem criar um roteiro com base na cena do livro ‘Quarto de Despejo – Diário de uma

Favelada’, citado na edição anterior do programa. Everton e Jaime, vocês produzem um

texto só, pois irão competir contra o Rômulo. Leiam, escolham um trecho em específico e

produzam:

Estes são trechos do diário de Carolina Maria de Jesus, moradora da favela do Canindé, em São Paulo, catadora de lixo e mãe de três filhos. Transcrevemos suas palavras letra por letra, desconsiderando o fato de que ela escreve fora da norma culta e no ano de 1955, antes da Reforma Ortográfica. Todo o diário está publicado no livro Quarto de Despejo, que nomeia a coluna.

20 de julho de 1955

Deixei o leito as 4 horas para escrever. Abri a porta e contemplei o céu estrelado. Quando o astro-

rei começou despontar eu fui buscar água. Tive sorte! As mulheres não estavam na torneira. Enchi minha lata e zarpei. (...) Fui no Arnaldo buscar o leite e o pão. Quando retornava encontrei o senhor Ismael com uma faca de 30 centimetros mais ou menos. Disse-me que estava a espera do Binidito e do Miguel para matá-los, que êles lhe expancaram quando êle estava embriagado. Lhe aconselhei a não brigar, que o crime não trás vantagens a ninguem, apenas deturpa a vida. Senti o cheiro do alcool, disisti. Sei que os ébrios não atende. O senhor Ismael quando não está alcoolizado demonstra sua sapiencia. Já foi telegrafista. E do Circulo Exoterico. Tem conhecimentos bíblicos, gosta de


13

dar conselhos. Mas não tem valor. Deixou o alcool lhe dominar, embora seus conselho seja util para os que gostam de levar vida decente.

Preparei a refeição matinal. Cada filho prefere uma coisa. A Vera, mingau de farinha de trigo torrada. O João José, café puro. O José Carlos, leite branco. E eu, mingau de aveia. Já que não posso dar aos meus filhos uma casa decente para residir, procuro lhe dar uma refeição condigna.

Terminaram a refeição. Lavei os utensílios. Depois fui lavar roupas. Eu não tenho homem em casa. É só eu e meus filhos. Mas eu não pretendo relaxar. O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas de alto preço, residir numa casa confortável, mas não é possivel. Eu não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel. O desgosto que tenho é residir em favela.

... Durante o dia, os jovens de 15 e 18 anos sentam na grama e falam de roubo. E já tentaram assaltar o empório do senhor Raymundo Guello. E um ficou carimbado com uma bala. O assalto teve inicio as 4 horas. Quando o dia clareou as crianças catava dinheiro na rua e no capinzal. Teve criança que catou vinte cruzeiros em moeda. E sorria exibindo o dinheiro. Mas o juiz foi severo. Castigou impiedosamente.

Fui no rio lavar as roupas e encontrei D. Mariana. Uma mulher agradavel e decente. Tem 9 filhos e um lar modelo. Ela e o espôso tratam-se com iducação. Visam apenas viver em paz. E criar filhos. Ela tambem ia lavar roupas. Ela disse-me que o Binidito da D. Geralda todos os dias ia prêso. Que a Radio Patrulha cançou de vir buscá-lo. Arranjou serviço para êle na cadêia. Achei graça. Dei risada!... Estendi as roupas rapidamente e fui catar papel. Que suplicio catar papel atualmente! Tenho que levar a minha filha Vera Eunice. Ela está com dois anos, e não gosta de ficar em casa. Eu ponho o saco na cabeça e levo-a nos braços. Suporto o pêso do saco na cabeça e suporto o pêso da Vera Eunice nos braços. Tem hora que revolto-me. Depois domino-me. Ela não tem culpa de estar no mundo.

Refleti: preciso ser tolerante com os meus filhos. Êles não tem ninguem no mundo a não ser eu. Como é pungente a condição de mulher sozinha sem um homem no lar.

Aqui, todas impricam comigo. Dizem que falo muito bem. Que sei atrair os homens. (...) Quando fico nervosa não gosto de discutir. Prefiro escrever. Todos os dias eu escrevo. Sento no quintal e escrevo. REFERÊNCIA: Jornal Plástico Bolha.

RÔMULO — O meu já está pronto.

VINICIUS — Vamos ver agora!

Corta para/

[CENA 01]

QUARTO DE DESPEJO

(Escrito por: Rômulo Guilherme)

CENA 01/SÃO PAULO/EXTERIOR/MADRUGADA

TAKES DA CIDADE.

LEGENDA: SÃO PAULO – 1955

CORTA PARA:

CENA 02/FAVELA CANINDÉ/EXT/MADRUGADA

PLANOS GERAIS DA FAVELA. SONOPLASTIA: GALO CANTANDO.

CORTA PARA:

CENA 03/FAVELA/BARRACO CAROLINA/EXT/MADRUGADA


14

CAROLINA, AINDA DE CAMISOLA, ABRE A PORTA E CONTEMPLA O CÉU ESTRELADO. MOMENTO.

CAROLINA — E mais um dia se inicia.

CORTA PARA:

CENA 04/FAVELA CANINDÉ/EXTERIOR/AMANHECENDO

SOL DESPONTANDO. CAROLINA VAI ATÉ A BICA, CARREGANDO A LATA ONDE PEGA ÁGUA.

CAROLINA — Graças a Deus, aquelas faladeiras ainda não chegaram.

CAROLINA ENCHE SUA LATA COM ÁGUA DA BICA E VAI EMBORA.

CORTA PARA:

CENA 05/PADARIA ARNALDO/RUA/EXTERIOR/DIA

CAROLINA SAÍ DA PADARIA CARREGANDO PÃO E O LEITE. DESPEDE-SE DE ARNALDO.

CAROLINA — Obrigada, seu Arnaldo.

ARNALDO ACENA, ENQUANTO CAROLINA AFASTA-SE.

CORTA PARA:

CENA 06/FAVELA CANINDÉ/ENTRADA/EXT/DIA

CAROLINA CHEGA E SE DEPARA COM ISMAEL, VISIVELMENTE ALCOOLIZADO, APROXIMANDO-SE, COM ALGUNS

CURATIVOS NO ROSTO E NOS BRAÇOS. SEGURA UMA FACA DE 30 CENTÍMETROS NUMA MÃO E UMA

GARRAFA DE PINGA NA OUTRA, MUITO ALTERADO, NERVOSO.

CAROLINA — (ASSUSTADA) Que isso, seu Ismael? Pra que essa faca?

ISMAEL — Vim acertar minhas contas com o Binidito e com o Miguel.

CAROLINA — Mas o que lhe fizeram?

ISMAEL — Não ta vendo? To todo lenhado. Eles me bateram, enquanto eu tava

caído na rua, depois de ser expulso do bar em que eu tomava minhas

cachaças.

CAROLINA — Faça essa besteira não, seu Ismael. O senhor é um homem direito,

correto. Vai estragar sua vida por causa desses dois trates?

ISMAEL — Mas isso não pode ficar assim, Carolina. E minha honra? Minha

dignidade? Nem cachorro sarnento merece a surra que eles me deram.

CAROLINA — Crime não trás vantagem nenhuma. Apenas deturpa a vida.

ISMAEL — Me deixa, Carolina. Eu sei o que faço. Não tenho nada a perder. Se eu for

preso, pelo menos eu vou vingado.


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ENCAREI ISMAEL, PENSANDO:

CAROLINA — (VOZ) Pobre homem! Já foi telegrafista, do Círculo Exotérico. Homem

culto, inteligente, que tem conhecimentos bíblicos, que sempre dá

conselhos quando sóbrio, deixou-se dominar pelo álcool.

ISMAEL TOMA UM GOLE DA SUA PINGA. CAROLINA VOLTA A SI.

CAROLINA — Escuta um conselho meu: vai pra casa, toma um banho frio, um café bem

forte, descansa. Vai ver como te fará bem.

ISMAEL — Vou esperar eles aqui. Mais cedo ou mais tarde eles vão aparecer.

CAROLINA — Fica com Deus e que ele ilumine seus pensamentos.

CAROLINA SEGUE PRA DENTRO DA FAVELA. ISMAEL FICA ALI, ANDANDO DE UM LADO PRO OUTRO.

CORTA PARA:

CENA 07/ BARRACO CAROLINA/INT/DIA

CAROLINA TERMINA DE PREPAR O CAFÉ DA MANHÃ. SEUS FILHOS: VERA EUNICE (2 ANOS), JOÃO JOSÉ E JOSÉ

CARLOS ESTÃO SENTADOS, JÁ SE ALIMENTANDO. COMEM RESPECTIVAMENTE: MIGAU DE FARINHA DE TRIGO

TORRADO; CAFÉ PURO; LEITE BRANCO. CAROLINA TRÁS UM PRATO COM MINGAU DE AVEIA E SENTA-SE

JUNTO COM OS FILHOS E COME ENQUANTO FALA:

CAROLINA — João José e José Carlos vocês precisam comer algo que de sustança. Café

e leite não enchem barriga.

JOÃO JOSÉ — Não tenho fome de manhã, mãe.

JOSÉ CARLOS — Nem eu.

CAROLINA — Café da manhã é a principal refeição do dia, como dizia minha mãe. Aí

ficam fraco, caem doente e pronto.

VERA — Deixa eles, mãe. É bom que sobra mais comida pra gente.

CAROLINA — Não fale assim, Vera. Somos pobres, sim. Mas comida não a de faltar

nessa casa.

ELES CONTINUAM COMENDO.

CORTA PARA:

CENA 08/ RIO/EXTERIOR/DIA

CAROLINA LAVA A ROUPA JUNTO COM MARIANA.

MARIANA — Tá sabendo da última?

CAROLINA — Não sou de fofoca, Dona Mariana.


16

MARIANA — Mas eu sou.

CAROLINA — Então fale. Sei que a senhora não está se agüentando de vontade de

contar.

MARIANA — O Binidito foi preso de novo. A Rádio Patrulha já foi na casa dele não sei

quantas vezes já. E até arrumou emprego na cadeia. Só não sei de que.

CAROLINA — Quem sabe agora então não se indireita e vira gente decente e largue a

bandidagem.

MARIANA — Bandido não vira santo da noite pro dia.

CAROLINA — Tenho pena é da mãe, dona Geralda, que não merece esse filho que tem.

CONTINUO LAVANDO MINHA ROUPA.

CORTA PARA:

CENA 09/BARRACO CAROLINA/QUARTO/INT/DIA

CAROLINA TIRA UM VESTIDO VELHO, GASTO, MAS QUE CONSERVA SUA BELEZA E ELEGANCIA. ELA VAI ATÉ O

ESPELHO QUEBRADO E COLOCA O VESTIDO POR CIMA DO CORPO.

CAROLINA — (VOZ) O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupa de alto preço,

residir numa casa confortável, mas não é possível.

CORTA PARA CAROLINA TERMINANDO SE ARRUMAR A ROUPA QUE VESTE PRA IR CATAR LIXO.

CAROLINA — (VOZ) Não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me

andar suja. Já faz oito anos que cato papel.

Corta para/

RETORNA AO ESTÚDIO.

VINICIUS — Sem mais delongas, vamos agora para a cena escrita pelo Everton que

representa ele e o Jaime.

Corta para/

[CENA 02]

QUARTO DE DESPEJO

(Escrito por: Everton Britto)

FADE IN:

01 EXT. FAVELA DO CANIDÉ, SÃO PAULO- MADRUGADA.


17

CAM. Está quase amanhecendo. Carolina Maria de Jesus, caminhando com um litro de leite numa mão e uma

sacola pequena com pães em outra.

CAROLINA

(V.O)

Meu nome é Carolina Maria de Jesus. Moro na favela desde cedo. Sou catadora de papelão. Me sustento

disso.

PLANO GERAL em toda a extensão da favela. Podemos ver pessoas pegando água em baldes, moleques

jogando bola ou brincando de chimbra e homens gritando para vender verduras ou qualquer outra coisa de

casa.

ISMAEL

(V.O)

Mato esses filho da mãe! Mato eles! Binidito! Miguel!

Avista Ismael, um velho senhor gritando aos quatro ventos que iria matar alguém. Ele carrega uma faca em

mãos e chuta insistentemente a porta de ferro de uma determinada casa.

CAROLINA

Valha-me misericórdia, seu Ramiro! Largue essa faca homem de Deus!

Ele cambaleia de um lado para o outro, quase que caindo no chão, mas persiste em chutar a porta.

RAMIRO

(Bêbado)

Aqueles dois "infeliz" vão ver só uma coisa. Me espancaram, me deixaram na rua! Eu mato mesmo.

CAROLINA

Minha nossa senhora, seu Ramiro. Não vai desgraçar sua vida desse jeito! Vai pra casa, se lava e esfria a

cabeça, Deus!

RAMIRO

Vou esfriar nada! A faca tá esperando eles chegarem!

Carolina deixa o que comprou de lado e vai até Ramiro, que ia caindo e ela o auxiliou.

CAROLINA

Vem cá, homem! Deixa de ser teimoso que você é cabra bom.

RAMIRO

Me "sorte", mulher. Me deixe!

Ramiro empurra Carolina, que vai de encontro a parede. O homem sai andando, cambaleante e aos tropeços

pela rua. Carolina faz o sinal do pai nosso, pega o que havia comprado e adentra em sua casa. Antes, olha pela

brecha da porta; um olhar cansado, com marcas do tempo e da vida.

FADE OUT.

Corta para/

NOVAMENTE NO ESTÚDIO.


18

VINICIUS — Cabe a mim decidir o melhor texto entre os que me foram enviados. (t) Eu fico

com o texto do Everton! Gostei de ambos, mas o escolhido foi o que mais representou as

regras do roteiro. Senti que o do Rômulo foi praticamente uma cópia do original, em alguns

momentos nem parecia roteiro! Além de que o do Everton foi o mais sucinto. O texto do

Rômulo quis reproduzir todas as cenas do trecho que eu enviei do livro, ficou bastante

extenso, tanto que eu até tive que remover algumas partes pra não ficar exaustivo. Enfim, é

isso. Jaime e Everton na frente.

TODOS PRESTAM MUITA ATENÇÃO.

VINICIUS — Agora vamos para outra prova. Como Everton escreveu o texto, Jaime fará as

demais. Prova número três: (lembrando que cada resposta certa vale 2 pontos!) Quizz do

conhecimento! Vamos lá: ‘Amor é fogo que arde sem se ver. A frase em questão se trata de

um: ’

a) Antítese; b) Metáfora e Paradoxo; c) Comparação; d) Catacrese;

JAIME — Letra B? Tô perdido, não entendi nada!

VINICIUS — Pontuou. Próxima: Quem é o autor responsável pelo verso usado na questão

anterior?

JAIME — Camões?

VINICIUS — Correto. Pergunta extra, valendo um ponto: Em que música brasileira o mesmo

verso foi usado como refrão, e de qual artista?

RÔMULO — Legião Urbana.

JAIME — Legião Urbana, mas não sei o nome da música.

VINICIUS — Correto, Rômulo. O nome da música?

RÔMULO — Monte Castelo.

VINICIUS — Exato. Mais uma: perguntas e respostas agora! ‘Onde teve origem o

Romantismo?’

a) Na Europa; b) Na Asia; c) No Brasil.

RÔMULO — Alternativa A!

JAIME — A!

VINICIUS — Rômulo respondeu antes e pontuou. Próxima questão: ‘Cite ao menos um

escritor do Romantismo no Brasil. ’

JAIME — José de Alencar.

VINICIUS — Ótimo Jaime! Penúltima questão: ‘Que ninguém se engane, só se consegue a

simplicidade através de muito trabalho.’ De qual escritora é a frase em questão?

JAIME — LISPECTOR, Clarice! (risos)

RÔMULO — Clarice Lispector.

VINICIUS — Jaime pontuou. Última questão: ‘Cite uma obra da autora da questão anterior’.

JAIME — A Hora da Estrela.

VINICIUS — Ícone! Acertou, Jaime. Game Over, pessoal! Acabou nosso jogo.


19

VINICIUS CAMINHA ATÉ O CENTRO DO PALCO.

VINICIUS — Jaime e Everton venceram a prova da produção de texto e mais seis outras

questões. Rômulo venceu duas. Lembrem-se, pessoal, de que aqui agilidade é tudo. Jaime e

Everton são os vencedores do game de hoje!!!

JAIME E EVERTON SAEM PULANDO PELO PALCO. RÔMULO RI.

VINICIUS — Meninos, a escolha é de vocês: O ponto da disputa fica com o Rômulo ou vai pra

outro autor? Momento de tensão.

JAIME — Mantenho o ponto com o autor.

EVERTON — Eu também!

VINICIUS — Jaime e Everton são os vencedores da edição e Rômulo ganha um ponto na

disputa contra John e Edi! Aliás, o jogo entre eles está empatado, cada um tem um ponto.

Na próxima edição isso muda de figura.

VINICIUS VAI ATÉ O CENTRO DO PALCO.

VINICIUS — E aqui se encerra mais uma edição do nosso incrível programa! Obrigado pela

presença, meninos, obrigado pela audiência pessoal de casa. Até o sábado que vem!!! Game

Over na veia!

JAIME — Eu que agradeço! Um abraço pra todo mundo!

EVERTON — Obrigado, beijos!

RÔMULO — Valeu, pessoal!

SONOPLASTIA ON.

How to be a Heartbreaker (MARINA AND THE DIAMONDS)

TODOS DANÇANDO ANIMADOS. NELES.

CORTA!

FIM DA EDIÇÃO 03.

‘Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. ’

CLARICE LISPECTOR

EVERTON BRITO JAIME LUCAS MATTOS - megapro.com.br · GAME OVER Edição 03 3 falso, que havia feito...

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