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Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE - Acetatos 9 1 Evolução dos sistemas de comunicação óptica 1960 - Realização do primeiro laser; 1966 - Proposta para usar as fibras ópticas em telecomunicações (Kao); 1970 - Fabrico da primeira fibra óptica de sílica dopada (20 dB/km); 1970 - Fabrico do primeiro laser a semicondutor (GaAs) operando entre 0.8 e 0.9 μm; 1976 - Primeiro sistema de comunicação óptica (45 Mbit/s, λ = 0.82 μm); 1977 - Primeiros sistemas comerciais da 1ª geração (λ = 0.85 μm); 1980 - Primeiros sistemas comerciais da 2ª geração (λ = 1.3 μm); 1985 - Demonstração da amplificação óptica em fibras dopadas com érbio; 1986 - Primeiros sistemas comerciais da 4ª geração (λ = 1.55 μm); 1988 - Primeiro cabo submarino digital com fibra (0.28 Gbit/s, λ = 1.3 μm); 1996 - Cabo submarino óptico TAT12/13 (5 Gbit/s); 1996 - Primeiro sistema comercial WDM (wavelength-division multiplexing) com 8 comprimentos de onda; 2001 - Cabo submarino óptico TAT14 (640 Gbit/s, WDM, canal - 10 Gbit/s); 2003 - Implementação comercial de sistemas ópticos WDM com canais a 40 Gbit/s; 2003 - Estudos experimentais de sistemas ópticos WDM com canais a 160 Gbit/s;

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Evolução dos sistemas de comunicação óptica

• 1960 - Realização do primeiro laser;• 1966 - Proposta para usar as fibras ópticas em telecomunicações (Kao);• 1970 - Fabrico da primeira fibra óptica de sílica dopada (20 dB/km);• 1970 - Fabrico do primeiro laser a semicondutor (GaAs) operando entre 0.8 e 0.9 µm;• 1976 - Primeiro sistema de comunicação óptica (45 Mbit/s, λ = 0.82 µm);• 1977 - Primeiros sistemas comerciais da 1ª geração (λ = 0.85 µm);• 1980 - Primeiros sistemas comerciais da 2ª geração (λ = 1.3 µm);• 1985 - Demonstração da amplificação óptica em fibras dopadas com érbio;• 1986 - Primeiros sistemas comerciais da 4ª geração (λ = 1.55 µm);• 1988 - Primeiro cabo submarino digital com fibra (0.28 Gbit/s, λ = 1.3 µm);• 1996 - Cabo submarino óptico TAT12/13 (5 Gbit/s);• 1996 - Primeiro sistema comercial WDM (wavelength-division multiplexing) com 8

comprimentos de onda;• 2001 - Cabo submarino óptico TAT14 (640 Gbit/s, WDM, canal - 10 Gbit/s);• 2003 - Implementação comercial de sistemas ópticos WDM com canais a 40 Gbit/s;• 2003 - Estudos experimentais de sistemas ópticos WDM com canais a 160 Gbit/s;

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Janelas de transmissão

λ nominal: 850 nm (800-900 nm)1º sistemas de comunicação óptica utilizaram estes baixos comprimentos de onda - usados nos sistemas de baixos débitos e curta distância

λ nominal: 1300 nm (1220-1340 nm)

λ nominal: 1550 nm (1540-1610 nm)

na 3ª janela (λ = 1550 nm) o coeficiente de atenuação tem um valor de cerca de 0.2 dB/km.

na 3ª janela (λ = 1550 nm) o coeficiente de atenuação tem um valor de cerca de 0.2 dB/km.

600 1600140012001000800 1800

Comprimento de onda (nm)

Ate

nuaç

ão e

spec

ífic

a da

fibr

a (d

B/k

m)

0.1

5.0

2.0

1.0

0.5

0.2

100

50

20

10

1ª janela de transmissão:

Princípios da década de 70

Década de 80

Anos 90

2ª janela de transmissão:

3ª janela de transmissão:

(Lembre-se que a frequência cresce no sentido inverso!)

São mais atractivos devido às melhores características de atenuação e dispersão: usados nos sistemas a elevados débitos e longa distância

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Vantagens das fibras ópticas

• Baixa atenuação:– as perdas de transmissão são muito reduzidas quando comparadas com os

pares simétricos ou com os cabos coaxiais.

1 52 10 20 50 100 200 500 1000 Frequência(MHz)

0.1

2.0

1.0

0.5

0.2

100

50

20

10

5.0

Ate

nuaç

ão (d

B/k

m)

Par simétrico

Cabo coaxial

Fibra multimodal de índice gradual

Fibra monomodal

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Vantagens das fibras ópticas (2)

• Largura de banda elevada:– a largura de banda disponível na terceira janela é de cerca de 100 nm (12.5 THz).

Considerando a 2ª e 3ª janela têm-se cerca de 43.3 THz.

Comprimento de onda (nm)

Ate

nuaç

ão e

spec

ífic

a da

fibr

a (d

B/k

m)

600 1600140012001000800 18000.1

5.0

2.0

1.0

0.5

0.2

10

43.3 THz

12.5 THz

208.3 THz

Fibra All WaveTM

Fibra monomodo padrão (Single-mode fiber - SMF)

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Vantagens das fibras ópticas (3)

• Dimensões e pesos reduzidos:– um cabo de fibra óptica (com 18 fibras) ocupa uma secção que é 1/10 da secção

ocupada por um cabo coaxial (com 18 pares coaxiais) e o seu peso é de cerca de 1/30.

• Imunidade à interferência electromagnética:– a sílica (SiO2) - este material não conduz electricidade - não é sensível à interferência

electromagnética induzidas por fontes exteriores, assim como é imune à diafonia originada pela presença de outra fibra.

• Segurança:– o cabo de fibra óptica não radia energia electromagnética para fora – importante para

aplicações que envolvam segurança na transferência de informação

• Custo reduzido– as fibras ópticas são fabricadas com vidro purificado, cuja matéria prima é a sílica.

Actualmente, as fibras ópticas já são mais baratas que os meios de cobre.

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Elementos de uma ligação por fibra óptica

Fonte óptica

Circuito de excitação

Conversor O/E

ConversorE/O

Regeneração eléctrica

FotodetectorAmplificador óptico

Acoplador óptico

Regeneração eléctrica

Sinal eléctrico de saída

Sinal eléctrico de entrada

Emissor

Regeneradoreléctrico

Receptor

Fibra óptica

Conector

Para outros equipamentos

Sinal óptico

Sinal eléctrico

Nota: A transmissão de informação realiza-se modulando a intensidade do campo (potência óptica) que se propaga na fibra óptica

Nota: A transmissão de informação realiza-se modulando a intensidade do campo (potência óptica) que se propaga na fibra óptica

atenuação, ruído, interferência, distorção

Modulação de intensidade (IM)Modulação de intensidade (IM)

Detecção directa (DD) de potência

Detecção directa (DD) de potência

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Conversão de largura de banda óptica em nm em largura de banda óptica em Hz

Relação entre frequência óptica e comprimento de onda:

λν c=

• frequência óptica, ν• comprimento de onda, λ• velocidade da luz no vazio, c

2

d cd d d

dνν λ λλ λ

≈ ⋅ = − ⋅

Para dλ << λ :

λλ

ν ∆=∆ 2

c

Largura de banda óptica, em λ: ∆λLargura de banda óptica, em ν: ∆ν

λ = 1550 nm � ν = 193.4 x 1012 Hz = 193.4 THzλ = 1300 nm � ν = 230.6 x 1012 Hz = 230.6 THz

λ = 1550 nm: ∆λ = 1nm � ∆ν = 125 GHzλ = 1300 nm: ∆λ = 1nm � ∆ν = 177 GHz

Exemplo: Exemplo:

2

1

que seLembre

uu

u′

−=′��

���

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Estrutura da fibra óptica

• A fibra óptica é um guia dieléctrico cilíndrico constituído por dois materiais transparentes (vidro de elevada qualidade e/ou plástico) cada um com um índice de refracção diferente

– Os dois materiais são dispostos de forma concêntrica de modo a formar um núcleo interior e uma bainha.

Núcleo (SiO2 / dopante: GeO2; P2O5) - índice de refracção n1

Bainha (SiO2 ) - índice de refracção n2

Revestimento primário interior

Revestimento primário exterior

2a

Variação do índice de refracção:

( )( )�

>∆−=

≤��

���

���

���

�∆−=

arnn

arar

nrn

g

21

21

2112

21

1

n1: valor máximo do índice de refracção;a: raio do núcleo;g: parâmetro de perfil;∆: diferença de índices normalizada.1

2121

22

21

2 nnn

nnn −≈−=∆

n(r)

a ríndiceparabólico

índice em degrau

g = 1

g =2

g = ∞

n1n2

n1 > n2

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Propagação da luz na fibra óptica- Teoria dos raios -

raio reflectido

raio refractado

raio incidente

núcleo

bainha

bainha

n1

n2

θcθ0

φ1

• Lei de Snell:

• O ângulo mínimo que suporta a reflexão total interna é dado por:

• O ângulo máximo de entrada édado por:

n2211 sinsin φφ nn =

Alguns valores para n:• ar: 1.00• água: 1.33• vidro: 1.5• diamante: 2.42

• Esta aproximação é válida quando o raio do núcleo é muito maior que o comprimento de onda (λ)

1

2min,1sin

nn

22

211max,0 sinsin nnnn c −== θθ

φ2

φ1

n1

n2 < n1

θ0 – ângulo de aceitaçãoθc – ângulo crítico

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Propagação da luz na fibra óptica - Teoria dos raios (2) -

• Definição de abertura numérica:

• O cone de aceitação de uma fibra óptica define um ângulo segundo o qual toda a radiação incidente é transmitida pela fibra.

• A abertura numérica de uma fibra corresponde a metade da largura angular de aceitação. Para uma fibra com índice em degrau tem-se:

• Exemplos: – fibras multimodais ∆ = 0.01 a 0.03 � AN = 0.14 a 0.25– fibra monomodais ∆ = 0.002 a 0.01 � AN = 0.06 a 0.14

Cone de aceitaçãoθ0

baínha

núcleo

( )1 22 20,max 1 1 1 2 1sin cos 2AN n n n n nθ φ= = = − = ∆ ( )

21

22

21

2

que se-Lembre

nnn −=∆

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Propagação da luz na fibra óptica - Modos de propagação -

• A propagação da luz através de um guia de ondas pode ser descrita em termos de um conjunto de ondas electromagnéticas guiadas - modos:

– resolução das equações de Maxwell sujeitas às condições fronteira;

• para guias metálicos só os modos TE e TM são encontrados;

• para a fibra óptica (guia cilíndrico) as condições fronteira entre a bainha e o núcleo revelam um acoplamento entre E e H (modos híbridos HE);

• Parâmetro V (determina quantos modos são suportados pela fibra):

• Estimativa do número de modos (V >>1) :

• Para fibras monomodais só o modo HE11 é suportado:

– Pode-se reduzir o raio do núcleo para se obter a condição de propagação monomodo

1

22

2

V a n

V a AN

πλπλ

= ∆

⇔ =

405.2≤V

Frequência normalizada

22VNm =

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Tipos de fibras

• Fibra multimodal:

– fibra com índice em degrau• núcleo com índice uniforme � velocidade de propagação no núcleo é

constante � raios que viajam por caminhos mais longos chegam mais atrasados que os raios que viajam por caminhos mais curtos �dispersão intermodal;

– fibra com índice de variação gradual• índice de refracção decrescente com a distância ao centro do núcleo e

variação parabólica � raios que viajam por caminhos mais longos têm maior velocidade (devido ao decréscimo do índice de refracção) que os raios que viajam por caminhos mais curtos � dispersão intermodal reduzida.

• Fibra monomodal (índice em degrau):

– e.g. fibra padrão ou G.652.

50; 62.5; 85 µm

125 µm

2 a 10 µm

125 µm

índice de refracção

distância radial

índice de refracção

distância radial

índice de refracção

distância radial

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Tipos de fibras (2)

Fibras Monomodo Padrão Fibras MultimodoDiâmetro do

núcleo2-10 µm (ITU-T rec. G652) 50 µm (ITU-T rec. G651)

Diâmetro da baínha

125 �µm 125 µm

Atenuação0.3-1 dB/km @ 1300 nm

0.15-0.5 dB/km @ 1550 nm0.3-1 dB/km @ 1300 nm

0.15-0.5 dB/km @ 1550 nm

Características Só o modo axial se propagaVários modos de

propagação são possíveisDispersão Intramodal Intermodal e intramodal

Desvantagens das fibras monomodo :• Abertura numérica menor � menor ângulo de aceitação e maiores perdas de acoplamento fonte óptica - fibra;

Vantagens das fibras monomodo :• Só existe dispersão intramodal (nula para 1310 ± 10 nm e cerca de 17 ps/(nm.km) a 1550 nm.

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Fibras monomodais

Características a 1550nm� SMF (G.652)

• dispersão elevada ~ 17 ps/(nm.km)• limitações devidas à dispersão para elevados débitos binários (Gbit/s)

� DSF (G.653)• dispersão muito reduzida ~ 0 • limitações devido à dispersão reduzida e a efeitos não lineares (mistura de quatro ondas) da fibra em sistemas WDM

� NZDSF (G.655)• Compromisso na dispersão

~ 4 ps/(nm.km)

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Atenuação

• O coeficiente de atenuação é definido como a razão entre a potência óptica de entrada Po(0) e a potência óptica de saída Po(L), de uma fibra óptica com comprimento L. O coeficiente de atenuação em dB/km é:

• Exemplos:– fibra óptica monomodal Corning SMF-28– fibra óptica multimodal Corning MMF 50/125

( )( )���

����

�=

LPP

L o

o 0log

1010α

nm dB/km850 1,811300 0,351310 0,341383 0,51550 0,191625 0,21

nm dB/km850 2,421300 0,651380 1,11550 0,57

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Origem da atenuação na fibra óptica

• Absorção dos infravermelhos:– intrínseca: devido aos próprios

átomos do material da fibra (absorção na região dos infravermelhos e ultravioletas).

– extrínseca: devido a impurezas no vidro (e.g. iões OH-);

• Dispersão de Rayleigh:– devido a irregularidades a

nível microscópico na densidade do material �variações no índice de refracção.

• Perdas radioactivas:– devido a deformações e micro-

curvas.

Ate

nuaç

ão e

spec

ífic

a da

fibr

a (d

B/k

m)

Absorção dos IV

600 1600140012001000800 1800

Comprimento de onda (nm)

0.1

5.0

2.0

1.0

0.5

0.2

20

10

Dispersão de Rayleigh

Atenuação total

Linha de absorção do ião hidróxido, OH-

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Outras origens da atenuação:juntas e conectores

• Juntas: ligações permanentes que consistem na fusão de duas extremidades da fibra – perdas médias entre 0.05 dB e 0.1 dB

• Conectores: ligações sem carácter permanente; são utilizados nas ligações da fibra com o emissor e receptor ópticos para facilitar a sua substituição – perdas de conectores de elevada qualidade para fibras monomodo ≤ 0.25 dB

• Orçamento de potência de uma ligação óptica ponto-a-ponto:

Emissor óptico

Conector

Receptor óptico

ConectorNj juntas

1

2TN

T i i j j ci

A L N A Aα=

= + +�

1

TN

ii

L L=

=�

Atenuação da ligação (NT troços de fibra):

Ps - Potência óptica média acoplada à fibra

Pr - Potência óptica média à entrada do receptor

r s TP P A= −

Orçamento de potência:

Troços de fibra

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Dispersão

• A propagação da luz através da fibra óptica sofre o efeito da dispersão, i.e., distorção e alargamento dos impulsos transmitidos;

– Para os débitos binários actuais (Gbit/s), a origem da distorção por transmissão na fibra óptica, é a distorção de atraso

• Causas:– existência de vários modos de propagação na fibra óptica � Dispersão intermodal;– variação do índice de refracção com o comprimento de onda, λ � Dispersão intramodal.

• Consequência:– aparecimento da interferência inter-simbólica (ISI) que vai determinar o ritmo binário

máximo que a fibra suporta.

Limiar de decisão

Interferência inter-simbólica

Conclusão:Ritmo binário maior � maior IIS � mais erros

Conclusão:Ritmo binário maior � maior IIS � mais erros

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Dispersão intermodal (ou multimodal)

• A dispersão intermodal só ocorre nas fibras ópticas multimodais e resulta do facto de diferentes modos terem diferentes tempos de propagação.

• O alargamento do impulso, definido a meia potência é aproximado por

• O desvio padrão do alargamento do impulso devido à dispersão intermodal é definido por

• Parâmetro da dispersão intermodal Dinter:

bainha

τmax τmin

φc

L

δτ

1

0.5

tt

21

max min2

n Ln c

δτ τ τ= − = ∆ 2max min 18

Ln

cδτ τ τ= − = ∆

32inter

δτσ =2ln22

inter

δτσ =

interinter LD=σ2

inter 1inter

2

12 3

nD

L n cσ ∆= =

Para o caso de impulsos rectangularese um índice em degrau

Para impulsos rectangulares: Para impulsos gaussianos:

Com índice em degrau: Com índice parabólico:

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Dispersão intramodal (ou cromática)

• A dispersão intramodal resulta do facto de diferentes comprimentos de onda de um modo de propagação apresentarem diferentes velocidades de propagação na fibra.

• Um sinal com uma largura espectral a meia potência ∆λS apresenta um alargamento temporal δτ [ou σintra quando expresso em desvio padrão (rms)]:

gg

LvL ττ ==Tempo de propagação:

n(λ)

λ

vg

λ

λ = 1300 nm Atraso de grupo

Dλ [ps/(nm⋅km)]: parâmetro de dispersão intramodal

λ (nm)

0

1300 1550

G.652

Fibra G.652

Dλ = 17 ps/(nm⋅km)

ssg LDL

d

dλλ

λτ

δτ λ ∆=∆= λλ σσ LD=intra

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Produto ritmo binário x comprimento (Db××××L)

• Como critério para estimar o débito binário máximo na fibra, exige-se que o atraso de propagação δτ devido à dispersão seja inferior à duração do bit, i. e.,

• Fibra multimodal: dispersão intermodal dominante

• Fibra monomodal: existe apenas dispersão intramodal (ou cromática)

1

bDδτ ≤

221

b

n cD L

n⋅ ≤ ⋅

∆Valor típico: Db⋅L ≤ 100 Mbit/s×km

Valor típico: Db⋅L ≤ 30 Gbit/s×km

Dλ = 17 ps/(nm⋅km)∆λS = 2 nm

n1 = 1.5∆ = 0.002

� Conclui-se que ligações com débito binário a 2.5 Gbit/s estão limitadas a distâncias de cerca de 10 km

� Conclui-se que ligações com débito binário a 10 Mbit/s e distâncias de cerca de 10 km podem ser realizadas usando este tipo de fibra

Sb D

LDλλ∆

≤× 1