Ex-Alunos MSC – Amado seja por toda a parte o Sagrado Coração de...

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INTER EX Julho/20062

Diretoria ExecutivaPresidente:João Cardoso ............................. (l9)344l-6483Vice-Pres:Rosalimbo Augusto Paese ........... (l9)3236-0079Secretário:João Baptista Gomes ................ (11)4604-3787Tesoureiro:Rubens Dias Maia ....................... (l6)3322-3l83Dir. Espir:Pe. Tarcísio Pereira Machado ... (11)3228-9988

Conselho FiscalDaniel R Billerbeck Nery ......... (11)6976-5240Olivo Bedin ............................... (19)3869-8649

RegionaisIbicaréAndré Mardula ........................... (49)522-0840ItajubáJair Ribeiro ............................... (35)3622-4596São PauloMarcos de Souza ....................... (11)228-5967CampinasJercy Maccari .......................... (19)3871-4906PirassunungaRenato Pavão ............................... (19)56l-605lBauruGino Crês ................................. (14)3203-3577ItapetiningaSílvio Munhoz Pires ...............(15)3272-2145S. José dos CamposNatanael Ribeiro de Campos ..... (l2)3931-4589

CoordenadoriasBol.Inf. Inter ExJoão Baptista Gomes ................ (11)4604-3787 (Cel)9976-1145

CaravanasMoacyr Peinado Martin ........... (11)6421-4460João Cardoso ............................ (19)344l-6483

Eventos ReligiososLásaro A P dos Santos ............. (11)3228-9988Daniel R Billerbeck Nery .......... (11)6976-5240Edgard Parada .......................... (16)3242-2406

Colaboradores desta ediçãoJoão Costa Pinto ...................... (11)6341-2759Alberto José Antonelli ............... (13)3227-9154Alberto Maria da Silva .............. (13)3227-5096Cláudio Carlos de Oliveira ........ (11)6973-8462Berje Luiz Raphaelian ............... (11)4612-6591Luiz Vitor Martinello ................. (14)3234-1041Gino Crês ................................. (14)3203-3577Luiz Carlindo MazzivieroAntoninho Marchesini .............. (11)4522-0681Edmundo Vieira Cortez ............ (11)6694-4422Natalino Julio de Carvalho........ (11)4487-2343Lupo de GubbioNelson Altran

EXPEDIENTEASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS MSC

Rua Luiz Zovico, 194 Jd. ColonialCEP: 13482-489 – Limeira-SP

Tel: -0xx19-3441.6483Redação: E.Mail: [email protected]

Editorial

NCaro colega ex-aluno

os dias 26 e 27 de agostodeste ano, estaremos nova-

mente juntos em Pirassununga,onde teremos a felicidade de nosreencontrar. Vamos nos alimentarcom novas energias, revivendonosso passado, cuja infância foicheia de inocência, amor e so-nhos, tudo sob a proteção de Nos-sa Senhora, nossa eterna MãeCelestial.

Comemoraremos os 60 anos daASSOCIAÇÃO dos EX-ALUNOS MSC,que foram completados em 10 defevereiro deste ano. O programa,embora simples, esconde muitanovidade nos seus detalhes. Se-rão dois dias de muita festa e alegria, reservando a Você muita surpre-sa e grandes momentos com muitos brindes e prêmios. Faremos váriashomenagens festivas àqueles que nos ajudaram na concretização dosonho de se criar uma associação que desse a todos nós a oportunida-de e a felicidade de nos reunirmos. Estamos nos empenhando ao máxi-mo para facilitar sua presença nesse Encontro e esperamos ter essereconhecimento.

Gostaríamos imensamente de vê-lo nesse encontro para, juntos,podermos sorrir de alegria ou chorar de saudades de nosso tempo decriança. Venha participar conosco daquilo de que Você faz parte eajudou a construir. Venha passar dois dias cheios de saudosismo e demomentos inesquecíveis ao encontrar seu colega, amigo e irmão.

Aqueles que freqüentam esses encontros, nunca o esqueceram esempre desejaram vê-lo novamente. Nossa alegria se multiplicará mui-to mais se Você e Família vierem se juntar a nós. Crie coragem e venhade qualquer jeito, o resto deixe por nossa conta. Estaremos aguar-dando festivamente. Sua visita ao Seminário, será altamente gratifi-cante. Vale a pena! Não deixe o tempo apagar nossa memória.

João Cardoso Presidente

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INTER EX Julho/2006 3

AniversariantesJulho

02- José Machado (14) 223-589802- Mário Walter Decarli (11) 4654-135102- Hernani Os (35) 3622-459608- Joaquim Vieira Cortez (35) 3622-199110- Oswaldo Muller (19) 3869-147411- Gino Crês (14) 230-357718- Ângelo Zampaulo (19) 3241-951520- Adeval Romano (17) 3463-442522- Gerard G. J. Bannwart (15) 3646-949926- Alberto Maria da Silva (13) 3227-509626- Luiz Gonzaga Rolim (11) 619-761327- Leonel José Gomes de Souza (15) 552-689028- Marcos Lelis Pinto (35) 621-471030- Paulo Figueiredo (31) 3577-0225

Agosto

03- José Gaspar da Silva (35) 622-259107- Afonso Peres da S. Nogueira (12) 552-584809- Antônio Henriques (11) 5184-016010- José Carlos Barbosa (35) 3645-115112- Alberto José Antonelli (13) 3227-859713- Benedito Coldibelli (19) 3223-859715- Isaac da Silva Brandão (11) 3611-391815- Benedito Ângelo Ribeiro (11) 266-962015- José Raimundo Soares (12) 281-180318- Vanderlei de Marque (11) 4127-422019- Luiz Gonzaga de Almeida (31) 3571-164326- Walter Figueiredo de Souza (31) 3641-117226- Manoel Evaristo da Costa (35) 621-1310

Setembro

03- Marcos Mendes Ribeiro (12) 281-332104- Douglas Dias Ferreira (19) 571-111809- Manoel Pereira da Costa09- Vitor Fernandes Lima (21) 9693-594313- Geraldo Augusto Alkmin (35) 622-327415- Carlos Magno Antunes Pereira (15) 232-158518- José Manoel Lopes Filho (14) 223-339918- José Fábio Correa (35) 3623-481920- Rosalimbo Augusto Paese (19) 3255-662223- Márcio Antônio Nunes (35) 281-147723- José Camilo da Silva (19) 3828-122128- Marcos de Souza (11) 3313-455129- Rubens de Souza (19) 561-446230- Geraldo José de Paiva (11) 3735-3014

Outubro

02- Licínio Poersch (45) 226-646204- Luiz Carneloz (11) 6940-375804- José Carlos B. Teixeira (16) 236-634105- Benedito Antunes Pereira (11) 4655-421506- José Benedito Ribeiro (14) 3218-857309- Côn. Carlos Menegazzi (19) 3278-141409- Edson Marques de Oliveira (15) 271-102212- Pedro Tramontina (11) 4232-596212- João Baptista M. Cirineu (15) 271-234713- Afonso Bertazi (19) 524-049414- Alderico Miguel Rosin (19) 582-102116- Sérgio Luiz Dall´Acqua (47) 435-570817- Geraldo Luiz Sigrist (19) 3255-173220- Benedito Ignácio (11) 5531-003120- Nilo Jorge F. da Silva (21) 2701-724228- Waldemar CheChinato (11) 4591-119229- Agostinho Rafael Rodrigues (21) 3468-556730- José Tadeu Correa (35) 3623-4767

Palavra do Leitor

E m seu último número, o Inter-Ex trouxe um óti-mo artigo do estimado Luiz Carlindo

Mazziviero, intitulado “Tributo aos Mestres”. Ex-celente artigo. Com frases simples – e aí está a no-

tabilidade, ao invés desses latinistas gambetas, interquos ego – o autor deu o seu recado singelo e verídico. Falou tudosem aquela retórica balofa, à lá caranguejo que vai de um lado paraoutro, sem nunca avançar. Minhas homenagens a esses mesmosMestres e a esse brilhante autor que deu provas suficientes doquanto aprendeu com esses seus e meus excelentes Mestres.

Nesse seu valioso depoimento, o Luiz Carlindo fala com catego-ria do desempenho positivo desses seus mestres e da resposta in-dividual e pessoal de cada um. Claro que esses Mestres nunca foramperfeitos, pois se o tivessem sido não estariam aqui, sabendo quepor este vale de lágrimas nós passamos a fim de uma maior conquis-ta, baseados naquelas palavras do Grande Mestre que nos alertou:“Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”.

Minha especial atenção caiu justamente naquele trecho tão bemelaborado: “E aqueles padres eram os nossos modelos. Enganam-se os que julgam os seminaristas jovens especiais, cordatos, quepassam da fase infantil para a de adultos equilibrados, sem a tur-bulência da adolescência. Passamos pelos mesmos percalços pelosquais os jovens passam; questionamos da mesma forma, rejeita-mos valores e transgredimos regras estabelecidas. Assim, tínha-mos naqueles padres os amigos em quem podíamos confiar, comotambém, os amigos que questionavam o nosso modo de ser, nossaética, nosso senso de justiça, provocando-nos, às vezes, até o nos-so limite. Desse modo formamos o nosso caráter. Obviamente, nãosaímos de lá perfeitos, mas devemos creditar aos mestres, partedas virtudes que conseguimos desenvolver ao longo de nossas vi-das. Hoje, analisados alguns fatos que a lembrança nos traz daque-le período, parecem-nos engraçados, mas, certamente, não eraesse o propósito da ocasião. Os atos dos jovens nessa fase podemparecer extremamente maduros, como beirar o ridículo. Pois asregras que conduzem ao meio termo, os adolescentes adoramtransgredi-las” (Inter-Ex, março de 2006, pg 9).

Endosso totalmente as palavras do Carlindo. No meu tempo deseminário, a mesma coisa. Não éramos diferentes. As circunstânci-as podiam ser outras, mas o núcleo espinhal, o mesmo. Éramos tam-bém ainda jovens, com os mesmos ideais e as mesmas idéias. Muitocombustível, mas pouca bagagem. Quase vazios. O tempo preen-cheu o bagageiro. Muita coisa se perdeu no caminho, foram muitosos solavancos. Outras ficaram, pois estavam mais bem atadas.

Se analisarmos bem os prós e os contras e avaliarmos o lucro e oprejuízo, concordaremos que o seminário foi uma Benção paratodos nós.

(a) Ezio Américo Munari (Monari)

Ao Amaro

al como um Sherlock Holmes, após profundas pes-quisas, você deduziu: “Acredito que esse tal de

Brederodes seja um ex-aluno MSC, porque os fatosque menciona e os nomes que cita são verdadeiros e

são do meu tempo”. Parabéns! Quanto aos fatos serem retratos desua época, não se surpreenda porque as histórias do seminário repeti-am-se à exaustão. Era como uma peça de teatro representada todosos anos. O peça era a mesma. Mudavam apenas os atores.

Ainda bem que você se lembrou da “cadeira furada”, pois forampoucos os ex-alunos que notaram a existência dela lá na capela dosítio São José do Barrocão. Suas palavras, mais do que um elogio,são um estímulo para que eu revolva ainda mais a minha memória e

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INTER EX Julho/20064

Palavra do Leitortraga para estas páginas novas e felizes recordações. Só fal-tava você me chamar de “pouco ou muito presunçoso”, mas,como até disso você me chamou, agora não falta mais nada.

(a) Brederodes

Tristeza e alegria

o ler o último Inter-Ex, fui tomado poruma grande tristeza, ao tomar conhe-

cimento do falecimento do Joaquim VieiraCortez. Quim, como era chamado no semi-

nário de Pirassununga, era um mineiro forte, querido e res-peitado. Nosso último bate-papo deu-se no saguão de en-trada do Instituto Pe. Nicolau, em Itajubá, quando do en-contro de 2004. Por ter que comparecer a uma festa deformatura, numa cidade próxima, lamentava não poder par-ticipar de toda a programação daqueles dois dias de en-contro. O Quim destacava-se no esporte Era muito bom debola, e lembro-me que, numa partida de futebol, por infe-licidade, sofreu uma fratura exposta em uma das pernas.

No Editorial desse mesmo Inter-Ex, notei a preocupaçãoda Diretoria com a organização das festividades comemora-tivas do 60º aniversário da fundação de nossa Associação,que deverão ocorrer no Encontro de agosto de 2006, emPirassununga. Festa é alegria. Desde já vivendo esse clima,estou cobrando e motivando a participação de todos os ex-alunos da regional de Bauru, para essa festa histórica.

Como disse o presidente nesse Editorial, o saudosismoé o carisma de todos. Vamos, então, curtir essa saudadedo pátio em que brincávamos, da chácara onde jogávamosfutebol e rezávamos o terço. Tenho saudade de tudo e detodos .... e muitos já partiram. O tempo passa e a saudadeaumenta. A velhice chega e nos faz saudosistas. Tudo ficana lembrança. Ah! se a gente pudesse segurar o tempo,parar a horas e amarrar o presente!

(a) Gino Crês

A

Agradecimento

brigado pelo Inter-Ex. Li pouco apouco para me deliciar com todos os

seus cantinhos. Dou os parabéns ao JoséBenedito Ribeiro (o Bebé) pelo seu artigo

“Pedra do Baú”. Acho admirável sua capacidade de lem-brar pequenos detalhes de fatos ocorridos há tanto tem-po. Cumprimento também os demais articulistas. Agra-deço as palavras que a meu respeito escreveu oBrederodes e os comentários feitos pelo Alberto Maria.Digo a ambos que agora não estou mais alheia à vossaAssociação. Admiro sua cultura e gosto do intercâmbio edo carinho que demonstram entre si. Meus sentimentosaos MSC e aos nossos familiares pela perda do queridopadre Sebastião Peres.

(a) Maria Auxiliadora R.Cortez

60º Aniversário

o último Inter-Ex, vi a preocupaçãoda Diretoria com a organização das

festividades comemorativas do 60º aniver-sário da Associação dos ex-alunos MSC, que

vão acontecer no final de agosto de 2006. Vocês, direto-res, estão de parabéns pelo desempenho à frente da As-sociação. Sou obrigado a me curvar diante das evidênciasde tão bons resultados obtidos até aqui. Poderia lembrarmuitos aspectos desse sucesso, mas prefiro citar apenasum: o Inter-Ex. Ele está cada vez melhor, com capas lin-das e conteúdo maravilhoso, ...( principalmente depoisque passei a colaborar com ele).

(a) Brederodes

O

N

De Itajubá: Jair Ribeiro, José Benedito Filho, José Luiz Augusto, Benedi-to Bebiano Ribeiro, José Tadeu, José Claret da Silva, Manoel Evaristo daCosta, José Fábio Correa, João Correa Filho, Adailton José Chiaradia, Anto-nio Carlos Costa Chaves, Laert Costa de Toledo, Raulino Bertoni, Carlos Rena-to dos Santos, José Henrique Chaves, Renato Pereira Leite. De São Paulo:Marcos de Souza, Wiliam Marinho de Faria, Edmundo Vieira Cortez, AntonioBrogliatto, Benedito Ângelo Ribeiro, Antonio Raymundo Vieira, AntonioHenriques, Benedito Ignácio, Gutemberg Rodrigues de Lima, Amílcar MonteiroVaranda, Bonifácio E. Barbosa, Do Rio de Janeiro: Paulo Roberto de Carvalhoe Silva, Agostinho Rafael Rodriques, Antonio Pádua de Siqueira, Mauro Soa-

res de Fereitas, De Mogi Guaçu: Francisco de Assis Machado De Mairiporã: João Baptista Gomes De Guarapari: NicodemosMoreira Filho De Piranguçu: José Joaquim Barnabé de Mello, Joaquim Barnabé de Mello Filho, De Araras: Paulo BarbosaMendonça, José Carlos Ferreira De São José do Alegre: Jose Carlos Barbosa, Isaias José de Carvalho De São José dosCampos: José Benedito Ribeiro, Natanael Ribeiro de Campos, De Curitiba Antonio Valmor Junkes, De Itupeva: WaldemarChecchinato, De Itatiba: Natalino Júlio de Carvalho De Bauru: José Manoel Lopes Filho De Itapira: Francisco GeraldoRosário De Maria da Fé Osvaldo Reno Campos De Monte Sião: José Barbosa Ribeiro De Queimados : Vitor Fernandes LimaDe São Gonçalo: Nilo Jorge Francisco da Cruz De Lorena: Leonel José Gomes de Souza, Afonso Peres da Silva Nogueira,De Goiânia: José Antonio de Camargo Rodrigues de Souza, De Pirassununga: Mario Ferrarezi, Mauro Pavão, RenatoPavão, De Monte Alto: Edgard Parada, De Limeira: João Cardoso, De Arujá: Benedito Antunes Pereira, Mario Walter deCarli, De Casa Branca: Carlos Savietto, De Alfenas: Francisco Mariano Franco de Carvalho, De Cotia: Berje Luiz Raphaelian,De Santos: Alberto José Antonelli, Alberto Maria da Silva, De Guarulhos: Moacir Peinado Martin, De Brumadinho: LuizGonzaga de Almeida, De Campinas: Benedito Coldibelli, De Bom Jesus dos Perdões: James Rosa, De Delfim Moreira:Joaquim Rodrigues Cortez.

Presentes em Itajubá

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Vou ou não vou?

á cerca de dois anos, navegandopela Internet, curiosamente, me

deu vontade de saber se os MSC tinhamalgum “site”. Entrando na procura, de-parei-me com o www.misacor.com.br.Nesse momento, me bateram lembran-ças de minha adolescência, que esta-vam no inconsciente por cerca de 23anos.

Pensei: queria ser um deles ... Pas-sei a recordar a minha infância em Ca-vacos, município de Alterosa e decomo, desde pequeno, pensava em serpadre. Lembrei-me da preparaçãovocacional que tive, através de cartas,com o diretor do seminário em Piras-sununga (padre Sebastião Peres), atéa entrada naquele seminário, no iní-cio do ano letivo de 1982, e posteriorsaída, de Itajubá, em 1983.

Então, revirei todo o “site”, paraver se encontrava notícias de pessoasque passaram pela minha vida naqueleano e meio. Foi como num “flasch”.Comecei a me lembrar de todos. Con-segui o telefone da Associação dos Ex-Alunos e liguei para o presidente, oCardoso. Após três ou quatro tentati-vas, consegui falar com ele. Ele mepassou todas as coordenadas e faloudas reuniões que aconteciam em Pi-rassununga, Itajubá e Ibicaré. Fiqueiempolgado e resolvi participar da dePirassununga, em agosto de 2005.

Surgiu-me, porém, uma certa dúvi-da: será que vai compensar? Vai ser le-gal? Pra que isso? Uma série de lem-branças positivas, negativas e bizarraspassaram a aflorar em minha mente.Apesar disso, decidi participar. No diado encontro (29.08.05, sábado), antesde sair de casa, pensei: “Se não gostar,

Natalino Júlio de Carvalho (82-83)

caio fora!” Saí às 6,30 e cheguei lá às9,00 hs. Durante a viagem, passei a melembrar melhor daquele tempo com osMSC, dos colegas, dos nomes ...Estavachovendo e eu sempre com aquele pen-samento: “será que esse negócio vai va-ler a pena? Depois de tantos anos....No início, meio perdido e deslocado,fiquei em dúvida se iria encontrar co-legas do meu tempo ou não. Ao me de-frontar com a recepção do seminário,minha mente clareou e, num relance,me recordei dos meus quinze anos, comduas malas de roupa, chegando commeu pai àquela portaria, juntamentecom o Dimas Ribeiro também acompa-nhado do pai dele e o padre SebastiãoPeres me recebendo e dizendo:

“Você que é o Natalino? Gostei desuas cartas! Olha, aquele colega ali vailevar você ao dormitório, mostraronde vai dormir, mostrar o seminárioe como funcionam as coisas”.

Ao seu lado encontrava-se um ga-roto loiro, olhos castanho claros, 1,70de altura, cabelos lisos, que me disse:“Prazer! Seja bem vindo. Meu nomeé Wanderlei. Wanderlei Vechio!”

Pegou as minhas malas. Fomos parao dormitório, um salão enorme com vá-rios quartos separados por divisórias.Em seguida levou-me à capela, disseque ali eram feitas as orações, várias, eque eu as aprenderia. Passamos por umasala que seria a sala de estudos. Desce-mos a escadaria, passando pela sala deTV, biblioteca, refeitório. Voltamos aocorredor, descemos outra escada e che-gamos a um porão onde havia uma mesade pingue-pongue com um bando demoleques, meus futuros colegas, jogan-do no maior berreiro. Passamos para o

pátio, mostrou-me a piscina. Fiquei en-tusiasmado. Atravessamos a rua e fo-mos a um bosque de eucaliptos ondehavia um campo de futebol. Mostrou-me os limites da casa: no dormitório,de um lado os Menores (quinta e sex-ta), do outro lado, os Maiores (sétimae oitava). Eu seria dos Maiores e nãodevia me misturar com ninguém dos Me-nores porque “dava bode”. Na sala deestudos, a mesma coisa. No refeitório,um lugar cativo em determinada mesae indicou-me a mesa onde os padres fa-ziam as refeições. Em instantes, elemostrou a casa toda e suas regras. Fi-quei empolgado. Só paguei o mico nahora que meu pai foi embora: choreicomo um condenado. Afinal, eu nuncahavia saído de casa. O choro foi conso-lado pelo amigo Wanderlei que acabarade conhecer.

Tudo isso fluiu na minha mente, naportaria do seminário, ao chegar paraaquele encontro de agosto de 2005.Qual não foi a minha surpresa e emo-ção ao encontrar ali, o Wanderlei empessoa! Lembramos daquele ano (1982),do nosso dia a dia e da importância davida de cada um. Afinal, foi um ano emque o limite do infantil para o adultoestava sendo ultrapassado, formandocada um o seu caráter dentro do cole-tivo da vida comunitária (oração, tra-balho, convívio, estudo). Recordamosmomentos alegres, tristes e bizarrosacontecidos naquele ano, como, porexemplo, a negociata que fazíamos per-mutando doce de leite que minha mãefazia, por sabonete da marca “Sena-dor”, mandados pela mãe dele, na pro-porção de dois por um e outras estóri-as engraçadas.,

Fiquei muito feliz. Para mim, foi umreencontro comigo mesmo. Wanderleicontinua com a mesma personalidade:companheiro sossegado e atrapalhado.Teve uma tentativa frustrada de jogarfutebol, o que não era o forte de nósdois no tempo de seminário.. Acabousofrendo uma laceração no dedão dopé direito, suturada através de qua-tro pontos contínuos, pacientementerealizada por um médico da Santa Casae que durou quase cinco horas. Nessareunião encontrei outros colegas,como o Marcos de Souza, o Crepaldi, oToninho, e demos boas risadas relem-brando fatos variados. Voltei para casafeliz e pensei:”vou continuar partici-pando desses encontros.”

Neste ano, fui ao Encontro de

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INTER EX Julho/20066

Vou ou não vou?Itajubá, em cujo seminário morei

por seis meses. A exemplo de Piras-sununga, fui me perguntando: Vale-rá a pena? Qual o sentido para mi-nha vida? Na viagem fui lembrando da-quele curto período de tempo e daimportância que teve em minha vida,uma vez que estava com dezesseisanos e foi um período conflitante doponto de vista afetivo e vocacional.Grande foi minha alegria ao encon-trar colegas do meu tempo de quemnem me lembrava mais. Encontrei no-vamente o Marcos de Souza e outrosmais como o James Rosa, o Célio Tor-res, o Renato, meus contemporâne-os e, tal como em Pirassununga, lem-bramos de fatos e pessoas que já

haviam caído no esquecimento. Foimuito importante ter conhecido ex-colegas com mais experiência devida, como o Alberto Maria, oAntonelli, o Gomes.

Só lamentei que ex-alunos deItajubá e cidades vizinhas não te-nham participado em maior número,o que me daria oportunidade de re-ver bem mais gente. Mas, o mais im-portante de tudo é que obtive res-posta a todas aquelas perguntas quevinha fazendo a mim mesmo, ao sairde casa para esses Encontros: Valeua pena e foi um resgate de coisas epessoas que estavam entrando noesquecimento. Com certeza, partici-parei de outros.

oram momentos de muita alegria, passados ao lado depessoas especiais, no encontro de Itajubá, nos dias 29

e 30 de abril. A par da alegria, valeram as recordações e osmomentos de reflexão, como quando o eterno secretário,o Gomes, lembrou que, se não fosse a passagem pelo semi-nário, a maioria de nós estaria ainda vivendo sob os ardo-res da sofrida vida no campo. Dizia o Gomes que, certa-mente, a presença de cada um, no encontro, era motivadaou pela gratidão ou pela saudade.

Acredito que sim, mas eu acrescentaria que o motivo étambém a necessidade de se reabastecer na FONTE. Foi láque aprendemos a nos conhecer como pessoas especiais.Explico. Um dia, Deus refletiu que o mundo estava carentede um ser especial, que pudesse carregá-Lo, qual tocha deLUZ, a iluminar o caminho da salvação para a humanidade.Um ente especial que, pelas suas atitudes de AMOR, fizes-se-O presente aos olhos dos demais. Foi então que Deusnos criou.

Chamou nossos pais e os fez parceiros, ordenando-lhesque preparassem uma Embalagem. Aí, nosso corpo foi cria-do: uma embalagem dentro da qual Deus colocou SUA PRÓ-PRIA ESSÊNCIA. Somos tabernáculos vivos a transportar, paraonde formos, a Essência Divina. Parentes, colegas e ami-gos, todos que nos encontrarem, terão de ver essa Essên-cia estampada no brilho de nossos olhos, no sorriso, nasatitudes.

ReflexõesEdmundo Vieira Cortez (50-76)

Fomos criados para fazer, neste planeta, o marketing deDEUS. Uma pessoa sem brilho nos olhos, triste, carrancuda,não faz o marketing de DEUS e, portanto, pode , em mo-mentos, estar feliz, mas não pode ser feliz, pois que: a feli-cidade é reflexo da conexão com a Essência Divina. A melhormaneira de fazer os outros felizes é sendo feliz, e só pode-remos ser felizes quando conectados ao EU DIVINO.

Somos como a talha d’água que logo ficará vazia se cadaum tirar um copo e que somente permanecerá cheia seestiver ligada à fonte. A mesma coisa acontece com a feli-cidade. Se cada um pegar um pouco de nossa felicidade,correremos o risco de ficarmos vazios dela. Porém, se esti-vermos ligados à Fonte, que é a ESSÊNCIA DIVINA, nuncaficaremos vazios. Tal qual a andorinha que respondeu àcoruja estar fazendo sua parte ao tentar apagar o fogo dafloresta, devemos fazer nossa parte no contexto em quevivemos, contribuindo para o bem estar geral.

Se fomos tirados do campo e levados para o seminário,não foi por acaso. Foi porque o Senhor acreditou em nós.Fazer este mundo um pouco mais feliz é o nosso sacerdó-cio. Hoje, para nos relembrarmos dessa missão, desse nos-so sacerdócio, somos chamados para esses Encontros deex-alunos. Vale refletir que nosso sacerdócio é tão impor-tante quanto o do Papa e que a diferença é apenas defunção ou de contexto. Participar dos Encontros, é vir sereabastecer na fé, para poder, pelas atitudes de amor, pre-gar o Deus vivo que portamos.

A língua hebraica tem quatro palavras para dizer AMOR:EROS, STORGÊ, PHILO E AGAPÊ. Eros é o amor pelo sexo.Storgê é o amor família. Philo é o amor de troca. Agapê é oamor pelas atitudes, sem sentimentos ou seja: eu amo vocêporque você é uma pessoa, é filho de Deus, não pelos seusméritos. AGAPÊ é o amor que Jesus ensinou. Quando falade amor, Jesus utiliza a palavra Agapê. Essa é a nossa mis-são. Não é fácil. Por isso, nós, que tivemos um chamadoespecial ao vir para o seminário, não podemos perder aoportunidade de nos realimentarmos nesses Encontros,que são momentos de REFLEXÃO, de reabastecimento ede espiritualidade pelo contato direto com colegas quemanifestam Deus no brilho dos olhos, no sorriso e nas ati-tudes. Voltamos fortificados para casa.

F

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INTER EX Julho/2006 7

Conversa ao pé do ouvido

reunião de Itajubá, nos dias 29 e30 de abril, foi, integralmente,

nova para mim. Foi a primeira vez queestive em Itajubá e posso dizer que“Valeu”. Alegre ao ver mais de 70 ex-alunos MSC reunidos como uma verda-deira família. Unidos mesmo, abraçados,falando a mesma língua, mostrando osmesmos sentimentos e, por que não,obedecendo a uma lei não escrita queé a lei da fraternidade universal. Pode-mos agora dizer com toda a clareza quea Família Chevalier tem mais uma famí-lia que é a Família Ex-alunos. E agoramais do que nunca.

Sentimos a ausência do nosso Dire-tor Espiritual, o Superior Provincial, pormotivos totalmente compreensíveis. OPadre João José de Almeida presidiu aSanta Missa e seu sermão calou fundoem nossos corações. A presença dospadres Geraldo, José Maria Pinto,Agenor Possa, Joaquim fecharam o elode amor e caridade que nos une.

Queremos falar, em especial, do queouvimos nas conversas ao pé do ouvidoou da orelha como diz o mineiro, uai! Asreclamações pela expulsão de inopino doseminário foi a constante. Muitos atéhoje não entendem por que saíram. Nadalhes foi revelado e as suspeitas são mui-tas. Para mim a resposta é um tanto sim-plória, mas que me convence. Os desíg-nios de Deus são múltiplos e só nos faltadar uma execução a eles.

No plano holístico temos que ver agrandeza da vocação humana e não sóa sacerdotal. Se pudéssemos reunir to-dos os ex seminaristas existentes noBrasil, quer sejam MSC, ou de outrascongregações, veríamos um panoramatotalmente ofuscante de realizações,de missões cumpridas. Tivemos, reu-nidos no IPN, juizes, advogados, agri-cultores, dentistas, psicólogos, profes-sores universitários, operários, execu-tivos, empresários, enfim uma amostra

Berge L. Raphaelian (50-59)

fidedigna da populaçãomissionária não de direito, mastotalmente realizada de fato.Nossa Família se une sempredemostrando a sua fé na PAZ eem nossa chama sempre reno-vada a cada reunião, seja em Pi-rassununga, Ibicaré ou Itajubá.

Um de nossos colegas dissebem claro: Ter sido MSC por al-gum tempo, foi importante paranossa vida. Muitos foramalicerçados por holandeses, ou-tros por brasileiros holandesados,outros por brasileiros que perde-ram o fio da história e não en-tendem o nosso fervor missionário. Maistarde, alguns secularizados passaram pormãos de iconoclastas, por inovadoressem objetivo fixo, por missionários semmissão. Isso em nada interferiu em nos-sa MISSÃO. Somos muito mais fortes quetudo isso. Passamos ao largo dessas amar-guras e hoje somos a luz que ilumina nos-sos familiares, nossos amigos, nossos ín-timos e nos dá a força para comparecere dar testemunho de vida. A cada saídado encontro (foi ontem) sentimo-nosfortalecidos e sabedores de que temosuma infinidade de irmãos por esse Brasilà fora. Guarapari = presente; Curitiba =presente; São Paulo = presente; cidadesdo Sul de Minas = presente. Mostramque há uma unanimidade: somos um portodos e todos por um.

As conversas continuaram por mui-tos momentos felizes. Houve atéaprofundamento (não é, Brogliatto?).Uma das questões levantadas é o nãoaproveitamento dos padres que se ca-saram. Uma solução seria a missão en-tre os carentes e os mais necessitadose até para os conventos. Os presidiári-os, os moradores de rua, os viciadospoderiam ser socorridos por eles, poissua experiência é digna de nota. Seráque Bento XVI está pensando nisso? É

muito ouro que poderá render frutospreciosos para a Igreja.

E a eterna pergunta persiste: por-que estamos juntos? Pirassununga,Ibicaré, Itajubá? E cada vez temos maiscomparecimentos que dão com a suapresença uma nova fonte renovadora.A verdade é somente uma: somos e per-tencemos a uma Associação que vive.Uma Associação Viva e essa vida é de-vida aos 3 fundadores e aos diretores,em especial, aos atuais. Sem um Car-doso, sem um Gomes, sem os diretoresregionais, nada disso teria acontecidoe dá gosto ver abraços apertados, co-rações unidos e o frio no estômago aocantar o Kyrie, o Sanctus em canto chão,e, especialmente, o Lembrai-vos e, fi-nalizando, o Hino da Associação.

Essas conversas ouvidas e assimiladasfazem Bem espiritual que dão sementese que nos trazem a viajar em abril e emagosto. Pegar a estrada para roubar umpouco a chama de nossa vocação e avi-var a fé que foi adubada pelos Missioná-rios do Sagrado Coração é algo progra-mado de antemão e são prioridade emnosso calendário. Sabemos que há al-guém que nos encaminha: esse alguémé uma pessoa muito poderosa e amada= Nossa Senhora do Sagrado Coração.Sejamos católicos ou professemos ou-tra religião, não interessa. Ela está emnós e não nos deixa em nenhum minu-to. Que possamos ouvir mais em Piras-sununga nos 60º ano da Associação. Com-pareça, pois eu estarei lá para roubar umpouco da chama que está em vocês edar um pouco da minha. Ouvir e ser ou-vido é algo que enaltece nossa amiza-de, nossa harmonia. Somos díspares in-dividualmente, mas iguais e completosquando nos unimos. Isso é a força únicade nossas reuniões, aquilo que muitosnão compreendem.

Valeu e muito!!!

A

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INTER EX Julho/20068

Faça sua adesãoo próximo Encontro em Pirassununga, a Associação dos Ex-alunosMSC estará comemorando o seu 60º Aniversário com muita festi-

vidade e pompa. O seu brilhantismo vai depender muito de cada cole-ga que comparecer. A Diretoria está se propondo a fazer de tudo paraque seja esse um acontecimento jamais realizado na história dos En-contros. Para se atingir esses objetivos há necessidade de muita orga-nização, coordenação e colaboração de todos.

Está sendo previsto um custo um tanto anormal, principalmenteporque a programação será mais elaborada e sujeita à presença de umnúmero maior de participantes. Historicamente, a média de compare-cimento aos Encontros tem sido de 230 pessoas. Desta vez, tudo indi-ca que teremos um recorde, com a presença de 350 pessoas ou mais. Para fazer frente a esse elevado custo, foiestipulado, em princípio, a cobrança, na recepção, de uma taxa de $50,00 de cada participante maior de 7 (sete)anos de idade. Todavia, como alguns colaboradores já se prontificaram a cobrir certos custos, a diretoria achou porbem repassar essas vantagens. Assim sendo, não será cobrada nenhuma taxa daqueles que, antecipadamente, ade-rirem ao evento, preenchendo e devolvendo pelo correio a Ficha de Adesão já distribuída. Cada ex-aluno ou cola-borador pré-inscrito terá direito a 1 (um) acompanhante isento de taxa. Já o acompanhante pré-inscrito excedente,acima de 7 (sete) anos, pagará, apenas, R$20,00, na recepção.

Além da gratuidade das refeições e bebidas (conforme vales), todos os participantes receberão brindes e prêmioscomemorativos. O programa estará recheado de pequenas novidades que o farão diferenciado dos nossos tradicio-nais encontros.

Não perca essa oportunidade única e rara e concorra, no final da festa, a um valiosíssimo prêmio-surpresa. Faça jáa sua adesão e devolva a ficha preenchida até o dia 25.07.06, para não correr o risco de perder a gratuidade.

LEIA TUDO COM MUITA ATENÇÃO! Em caso de dúvida, ligue: 0xx19-34416483.

N

QUADRO ILUCIDATIVO

Ex-Aluno e1 Acompanhante

pré-inscritosIsentos de taxa

Demais acompanhantesPré-inscritos

Taxa de R$20,00

Ex-Aluno +acompanhantes

Não InscritosTaxa de R$50,00

esejando oferecer cultu-ra clássica aos alunos

que freqüentavam a EscolaApostólica de Pirassununga,os padres professores não sóministravam aulas ricas emconteúdos de Grego e Latim,como também procuravamilustrar os conhecimentos her-

dados dessa cultura por meios diferentes dos da sala deaula. Para atender a esse objetivo, havia, numa das salasdo subsolo um museu com miniaturas de monumentos an-tigos construídas com madeira.

Entre outras, havia três peças de tamanho médio, bas-tante representativas: uma réplica do Coliseu Romanoenvernizada, uma réplica da Acrópole Grega pintada debranco e a Cadeira revestida de veludo vermelho, onde,segundo se contava, D. Pedro II sentou-se , por ocasião deuma visita que fez à cidade, na época do Império.

Além de ilustrar as aulas, as miniaturas expressavam ocapricho e o gosto pela arte da marcenaria de seu autor.Parece que quem as fazia era o padre Joãozinho, um holan-dês discreto e reservado. Sabia, no entanto, comunicar-secom os alunos, por meio de sua arte. Próximo ao museu,havia o Salão Nobre, onde eram apresentadas as Sessõeslítero – musicais, recheadas de poesias das Literaturas La-tina e Brasileira (Castro Alves e Gonçalves Dias eram os pre-feridos).

Em alguns sábados, à noite, para nossa alegria, ali tam-bém eram exibidos filmes em preto e branco, aos quais as-sistíamos com grande interesse, ouvindo o ruído da fitaque passava de um rolo para outro na velha máquina deprojeção e sentindo o odor da fumaça dos charutos genui-namente holandeses. O interesse pelo filme só era quebra-

As salas do subsoloCláudio Carlos de Oliveira 1959-1965

do, quando se acendiam as luzes para emendar, de formaimprovisada, a fita que arrebentava. Vez ou outra, a exibi-ção do filme extrapolava o horário previsto e, então, o pa-dre superior dispensava-nos da Oração da Noite. Subíamos,mais alegres ainda, mas já cochilando, para o dormitório,onde logo o sono mais profundo chegava, levando-nos asonhar com as estripulias do Gordo e o Magro ou com aspaisagens austríacas por onde passeavam cantando, a No-viça Rebelde com suas crianças adotivas.

Além do Museu e do Salão Nobre, havia outras salas nomesmo corredor: a Rouparia de Teatro com seu forte odorde naftalina e a Sala de Encadernação.

Um ditado latino medieval afirma que “Temporamutantur, nos et mutamur in illis.” Os tempos mudam, enós mudamos com eles. De fato mudamos muito, mas cer-tas lembranças permanecem vivas em nossa memória comoque para garantir nossa identidade. Quando reavivadas,trazem, quase sempre, alegria e saudade.

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As vozes góticas

stávamos lembrando daquele se-nhor gentil que muitos alunos co-

nheceram, o vigário de Pirassununga.Por vinte e quatro anos, o Cônego Cruzdirigiu a paróquia do Bom Jesus. Comorecompensa por esta atividade, todadedicada à igreja, o arcebispo de Cam-pinas pediu à Sagrada Congregação dosBispos que lhe outorgasse o título deCamerarius Secretus (Canônico secre-to, isto é, pessoal, do Papa). Foi aten-dido e a honraria solenemente entre-gue ao vigário. A partir desta época,ele passou a usar o título de“Monsenhor Francisco Cruz”. O tem-po, no entanto, correra rápido, e ago-ra com setenta anos de idade, o nossomonsenhor pôs-se a refletir. Neste anode 1955 (eu já estava no Escolastica-do), a paróquia crescera muito. No-vos bairros, muita gente de fora che-gando todo dia na cidade, o trabalhoduplicara, e as suas forças já não eramsuficientes. E havia a necessidade darenovação pastoral, o que só um pa-dre mais novo poderia empreender.Pediu então à Diocese para deixar ocargo. Um ano depois veio a autori-zação.

Embora doente, idoso, cansado, elenão queria ficar na ociosidade. Foi con-versar com seus superiores, entrou ementendimento com freiras e obteveautorização para ser o Capelão do Asi-lo Nossa Senhora de Fátima, ainda hojelocalizado a trezentos metros à direi-ta da igreja. Com muita disposiçãoexerceu o encargo. Sendo pouco oserviço, fez questão de ajudar o seusucessor, pároco local, indo até as nu-merosas capelas rurais para celebrarmissas ou atender confissões e socor-

Alberto José Antonelli (44/49)

rer doentes da cidade. Este trabalhoconjunto de Capelão e VigárioCoadjutor estendeu-se por outros lon-gos catorze anos. Com 85 anos de ida-de, finalmente, o corpo frágil nãoagüentou mais. Veio a falecer na ma-nhã do dia 24 de julho de 1970. Suafama de santidade é tanta que aindahoje devotos vêm rezar e colocar flo-res no seu túmulo, perto da capela cen-tral do cemitério. Para homenageá-lo,um grupo de amigos se reuniu, o povocolaborou e, com o dinheiro, foiconstruído um monumento de fronteao Asilo. Sobre o pedestal está o seubusto moldado em bronze, uma home-nagem digna a quem tanto trabalhoupela terra adotada.

Após esta digressão longa, mas comcerteza justa, voltemos àquela noiteda Semana Santa, em que eu levei umapancada na cabeça, durante o Ofíciodas Trevas. A coisa não podia ficar poristo mesmo: “qui tacit, consentit”.Furioso, humilhado, olhei para trás, àprocura do culpado. Examinei os doislados, procurei no banco da frente,mas só vi carinhas de anjos, inocen-tes, sorridentes, preocupados consi-go mesmos. Ninguém olhou para mim.Perguntei a dois colegas. Não viramnada. E eu louco da vida para vingar-me, pelo menos para xingar um pala-vrão. Um amigo murmurou: “deve tersido alguém dos maiores”. Estes es-tavam dois bancos atrás. Olhei feio,examinei, mas era impossível ter qual-quer certeza. Tive que engolir em seco.E pensei: “vou queixar-me ao padreMário”. Fui, mas naquele momento eleconversava com um casal de idosos queviera cumprimentá-lo. Esperei, espe-

rei, e os dois velhos não paravam defalar. No fim desanimei. Falei o pala-vrão para o meu diabinho particulare, aliviado, dei o caso por encerrado.Afinal, de que adiantaria fazer quei-xa? Eu nem mesmo sabia e, até hoje,nem desconfio quem foi que me ba-teu. Resignei-me com esta humilha-ção. Uma conta a mais no rosário decontrariedades que digeri em todosos meus anos de vida. Aliás, soube de-pois que outros colegas também le-varam pancadas na cabeça e nas cos-tas, empurrões, beliscões, puxões, oucoisa pior nestes momentos sem lei,vividos na igreja. O meu caso até quenão foi grave.

O povão já ia saindo da Igreja. Semesperar pelo nosso professor e maes-tro, também os alunos, impacientes,foram saindo em direção à porta daigreja. Fora, soprava um vento frio,que levantava poeira e folhas secasdo chão. Sobre as figueiras da praça,uma esplendorosa lua cheia, atributonecessário de toda Semana Santa. Ho-mens, mulheres e muitas crianças comsono começaram a se dispersar em to-das as direções, satisfeitos pela dis-tração piedosa e gratuita, que duraranoventa minutos. Alguns anos maistarde, chegaram as novelas de televi-são e, então, as coisas mudaram radi-calmente. Aparecera uma concorren-te séria para as atrações da igreja. Fi-nalmente, o padre Mário com o casalde idosos ainda colados atrás, chegouà escadaria. Reuniu os alunos, pergun-tou se não faltava alguém, despediu-se dos amigos e, juntos, começamosa caminhar de volta ao colégio. Con-versando, atravessamos a praça emdiagonal, passando ao lado do coretoe dos canteiros bem cuidados. Logoalguns se adiantaram caminhando ra-pidamente. Lâmpadas fracas brilhan-do nos postes com lampiões à modaantiga, enchiam de sombra e fantas-mas todo o ambiente daquela praçasaudosa.

Foi quando, no grupo de alunos emque eu estava, ouvimos nitidamenteumas vozes como de crianças, que pa-reciam vir de longe, acima da copa dasárvores. Paramos surpresos, olhamospara o alto, começamos a procurar aorigem do ruído. Vasculhamos tudoinutilmente. Ainda assim, os sons in-fantis, como cantarolando, frequente-mente voltavam. Alguém sugeriu queeram almas penadas. Hoje, os semina-ristas maiores falariam em “vozes gó-

E

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As vozes góticasticas”. O próprio padre, que vinha logoatrás, parou e não sabia o que dizer.Perdemos com isto vários minutos.Cansados, impressionados, o nosso gru-po já retomava o caminho para casa

Foi então que um colega moreninhodo sul de Minas gritou: “olha lá assuindaras”. Olhamos para o céu, curi-osos, para descobrir a origem das vo-zes estranhas. Não foi fácil vê-las con-tra o céu estrelado, brilhante com oclarão do luar. Saindo e entrando pelaabertura dos sinos, duas corujas escu-ras voavam na parte mais alta da torreda matriz. Provavelmente procuravamcomida para seus filhotes que espera-vam no ninho escondido naqueles can-tos escuros. Logo retomamos o cami-nho para os nossos próprios ninhos,brancos, macios, enfileirados no ex-tenso dormitório do colégio. Amanhãhaveria mais.

Uma constatação a posteriore. Nostrinta anos em que exerci o sacerdó-cio, em diversas igrejas do interiorhavia suindaras, que nas noites friasgritavam como crianças. Sempre meopus àqueles que queriam ir maltratá-las. Mas infalivelmente havia pessoasque, tentando burlar a vigilância e de-sobedecendo as ordens, insistiam emsubir para expulsar estas chamadas“corujas de torre de igreja”. Alegavamdiferentes motivos. Elas provocamdoenças, sujam a igreja, trazem inse-tos molestos, incomodam com seusgritos, ou mesmo, prenunciam desgra-ças. O fato é que, sendo grandes ca-çadoras e tendo que alimentar dois outrês filhotes, em poucos meses o pisoelevado da torre fica cheio de detri-tos, ossos, pêlos, penas, e muito maucheiro. Mas nem por isto...

Provavelmente, o Cônego Cruz, co-nhecendo como todos os ex-alunos afábula de La Fontaine: “l´aigle et lehibou”, tenha tido a mesma simpatiaque eu também sinto por estas aveslindas, de grandes olhos amarelos, con-sagradas, por bom motivo, a Minerva,a deusa da inteligência. Neste caso,aquelas duas aves, gritando e voandocontra o disco dourado da lua, estari-am protegidas por alguma ordem ex-pressa do vigário. Nisto pelo menos,alguns anos depois, eu o imitei...

Agora um pouco da História Eclesi-ástica. No ano de 1962, o Papa JoãoXXIII convocou o Concílio Vaticano II,com a finalidade de reformar as insti-tuições da Igreja, especialmente nosseus ritos litúrgicos. Idoso, com 82anos, morreu logo após. O concílio re-alizou-se, foram feitas quatro sessões.

O Papa Paulo VI, no dia 8 de dezembrode 1965 concluiu os trabalhos dos Pa-dres Conciliares. Decretaram-se refor-mas drásticas em muitas das cerimôni-as, tradições litúrgicas e ritos que exis-tiam há milênios. Algumas coisas con-tinuaram, outras mudaram ou foramsimplesmente eliminadas. Entre estasque acabaram de vez, estão os Ofíciosdas Trevas. Exceto por uns poucos lu-gares afastados e mais tradicionais,elas não se fazem mais. Em substitui-ção, rezam Vias Sacras, promovem pro-cissões, encenações. Alguns sentemfalta: são chamados de “saudosistas”.Não sei realmente com quem está arazão. Do jeito, no entanto, em queatualmente na Igreja, as coisas vão evoltam, é bem possível que um diavejamos ressurgir o Ofício das Trevas.Com pequenas modificações, cantadoem português, mais breve, quem sabeo que? E as nossas igrejas voltarão aficar lotadas, mesmo nos primeiros diasda Semana Santa.

PS. - Não pretendemos fazer litera-tura ou parecer antiquados, mas como

O SineiroNelson Altran (48/54)

não notar a diferença entre as noitesatuais, cruas e nuas, e aquelas de meioséculo atrás, encantadas, com cerimô-nias esquisitas já nem mais lembradas,figuras fantásticas, vozes etéreas, e àsvezes, inclusive, com o sobrevôo deduendes...

Como presente de aniversário, após muita insis-tência de minha parte, recebi de minha mãe um

bonito relógio de dezessete rubis, marca “Fleur”,made in Swiss. Eu tinha um relógio! Era veloz! E es-perto! Daí, a minha designação para a função de si-neiro do seminário, a meu ver, um dos cargos maisimportantes da comunidade, visto que era ao somdo sino tocado por mim que todo mundo ali dentrose inteirava dos horários para cada atividade.

Daí, naquele primeiro recreio de março, quandosoou o apito do Irmão Chico, quem saiu correndo fuieu. Era com verdadeira alegria que eu me punha abadalar aquele sino, o instrumento do meu dever, satisfação essa algumasvezes exagerada. Foi o que aconteceu naquele dia, 12 de março de 1951,aniversário natalício e da eleição do Santo Padre Pio XII. Ao som dos doissinais do Irmão Chico, eu, sempre atento, levantei-me lesto da sala de estu-dos e saí pelo corredor afora em busca do sino pendurado no alto da escadariaintermediária do pátio dos Maiores. Os repiques que produzi naquele bronzesonoro ainda estão gravados na minha lembrança. Todo mundo notou a dife-rença do toque e que algo de festivo pairava no ar, na esteira dos dón-dón,dóns e din-din,dins que varavam os longos, nus e ainda desertos corredores,indo avisar o Irmão cozinheiro que já podia arrumar as mesas para o café damanhã.

Contrariando as nossas expectativas, naquele dia não ganhamos feriado enem futebol. O papa, o vigário de Jesus Cristo, o sucessor do príncipe dosapóstolos, o sumo pontífice da Igreja, o servo dos sevos de Deus estava mui-to longe do nosso seminário. Vivia no Vaticano, em Roma, Itália, Europa, alémdo Atlântico e, não seria pelos seus 75 anos completados naquele dia, quenós ficaríamos sem as aulas normais.

Como vingança, à noite, meu último toque foi rápido, seco, sem eco e semvibração.

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INTER EX Julho/2006 11

Minha contribuição para o teatroAlberto Maria (49-55)

onforme já relatei nestas páginas do Inter-Ex, nuncative o menor dom para a arte dramática. Aliás, para ser

sincero, eu não tinha habilidade para arte nenhuma, o queera uma das causas de meus muitos complexos deinferioridade...Esquecendo, no entanto, as outras artes,quero me ater à humilde, decisiva e penosa colaboraçãoque dei ao teatro do seminário, embora – por paradoxalque pareça – nunca tenha pisado no palco ou nas coxias dosalão nobre...

Certa vez, quando cursava o 5º ano (a “poesis”), meuspais foram me visitar e, como presente, deram-me um pa-letó de veludo verde, forro da mesma cor, três grandesbotões dourados na frente e três botões menores, tam-bém dourados, em cada uma das mangas. Um pormenordeixava o paletó ainda mais vistoso:- a gola e os cotoveloseram feitos de uma camurça preta contrastando com o ver-de musgo...

Quando o vestia para as missas dos domingos, sentia-me o próprio lorde inglês! Detalhe:- as missas dominicaiseram celebradas na Capela anexa ao Seminário, com as por-tas abertas ao grande público residente no Bairro da Raia.Nessas ocasiões, eu tinha a sensação íntima e vaidosa deque era observado de uma maneira especial, quase comouma tentação, pelas senhoritas que participavam devota-mente das missas na capela do Rosário... Por outro lado,tinha a forte impressão de que era invejado pelos meusqueridos pares... Fazer o quê, né? Talvez o paletó fosse umpouquinho quente para o clima tropical de Pirassununga,mas esta minúcia deixava de ter sentido ante o fulgor queo paletó causava e eu o vestia sempre!

Ao final do ano de 1954, cursando a retórica, quando jáme preparava mental e psicologicamente para partir, reso-luto, para o noviciado, estávamos num grupo de colegas,conversando com o padre José Maria de Beer. Entre umpapo e outro, esse padre, então diretor do teatro, em subs-tituição ao padre Donato, consultou-me se eu não queriadoar aquele paletó de veludo verde para a rouparia do tea-tro, mesmo porque, justificou ele: - “você, ao ir para onoviciado, não irá precisar mais dele, não é mesmo?”

Horas de leitura espiritual, meditações, retiros, pales-tras, etc. convenceram-me que o religioso tem de apren-der a se despojar de tudo o que é matéria passageira efugaz... Foi neste contexto que concordei de imediatoem fazer a doação e, devidamente autorizado (no seminá-rio, pedia-se autorização para tudo) corri para buscá-lo nodormitório. Ao lado de muitos ternos, o paletó era guarda-do naquele guarda roupa enorme, fechado com uma corti-na de cor bege segura por argolas de madeira que corriampor um estrado roliço, também de madeira. Lembram-sedeles? Eram dois:- um destinado aos maiores e outro aosmenores...

Abri a cortina bege, procurei o paletó e retirei o cabidedo guarda roupa. Suspirei fundo, consciente da separaçãoque já se aproximava. Percebi claramente que na prática ateoria era outra... Senti que as muitas palestras e retirosincentivando-nos a ver a beleza do despojamento não eratão fácil assim... Olhei para a entrada do dormitório paraver se entrava alguém e abracei, ainda no cabide, o paletóverde, forro de seda da mesma cor, botões grandes e pe-quenos, todos dourados, golas e cotovelos de camurça pre-ta... e pensei em todo latim que eu sabia:- “Deus vult; Fiat

voluntas tua; Ad majorem Dei glo-riam”

O abraço não demorou mais doque uns segundos. Foi um abraçosimples de despedida. Foi a certe-za de que nunca mais o usaria. Foia convicção de que nunca mais usa-ria paletó. O hábito sacerdotal es-curo, cordão preto na cintura, ocolarinho branco seriam meus tra-jes daí para frente! E saí correndoà procura do padre Zé Maria. Co-incidentemente, informaram-meque ele estava na rouparia do tea-tro. Fui até lá e, impávido, lhe en-treguei em mãos o paletó de velu-do verde, forro...

Lembro-me que agradeceu semgrande entusiasmo, colocando ocabide entre aquele monte de fan-tasias cheirando a naftalina... Ti-nha a esperança, ou melhor, a cer-teza de que meu nome ficaria per-petuado nos anais do tea-tro do Seminário dosMSC, em Pirassunun-ga... Mas, no diaseguinte, acho quenem o padre ZéMaria se lembravamais do paletó ver-de, forro da mesmacor, botões...

Conforme o previs-to, no início do ano de l955,recebi solenemente a batina pre-ta, o colarinho branco e o cordãopreto com duas pontas, estigma deuma castidade que juraria guardarpara sempre... Para resumir a his-tória, no final do mesmo ano, pordeterminação do padre Mestre dosnoviços, devolvi tudo:- a batina, ocolarinho e o cordão da castidadedos quais, pouco tempo depois,nem me lembrava mais.

Chegando em casa, naquele mes-mo dia em que me despediram donoviciado, adivinhem qual foi a pri-meira pergunta do meu pai:- “vocêtrouxe o paletó de veludo verde,forro...?” Desapontado, sem jeito,quase arrependido, só pude respon-der:- “Não, doei-o à rouparia doteatro do seminário.”

E meu pai não fez nenhum co-mentário a respeito. À minha men-te voltou a imagem, como numa fo-tografia, daquele instante em que,abraçado ao paletó, despedia-medele... para sempre!...

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aquela primeira reunião dos "Ex", ocorrida sessenta anosatrás, no dia 10 de fevereiro de 1946, por influência doPe. Henrique Alofs, que presidiu a sessão, fora escolhi-do o termo: "Confraria", para caracterizar o Encontro.Num caso destes, o primeiro nome é muito importante,e após três anos, houve uma reação contrária dos"confrades" ex-alunos". Achando que não era conveni-ente colocar uma palavra de conotação tão religiosa, mu-daram o nome para: "Associação dos Ex-Alunos MSC". Pelojeito agradou em cheio: nunca mais se falou em trocar otítulo. Isto aconteceu no ano de 1948, e regia a casanesta ocasião como Superior o Pe. Adriano Seelen. Nos-sa classe estava então na Poesis, e embora ainda na ado-lescência ("teen age" como dizíamos), aos quinze anos aminha compreensão das coisas já era um pouco mais vas-ta. Nosso Superior, pianista emérito, era mais aberto, àsvezes muito simpático, e procurava sinceramente fazeramizade com os alunos. Mas a disciplina continuava se-vera, a tradição falava bem mais alto do que as amabili-dades que o Reitor dispensava. Certo dia tomamos co-nhecimento que, sem despedir-se de ninguém (era proi-bido), deixara o seminário um aluno pelo qual tínhamosuma amizade especial. Nos anos futuros, ele teria umaatuação decisiva no progresso contínuo da Associaçãodos Ex-Alunos. Refiro-me ao necessário, ao essencialJoão Batista Gomes. Ele estava então com dezoito anos,e por diferentes motivos, não lhe foi possível compare-cer ao próximo Encontro. Mas já a partir do ano de1950, quando compareceu a uma reunião pela primeiravez, a sua boa vontade, cultura, talento, o introduziramno âmago de todas as decisões que desde então foramtomadas.

Uma observação. Estou citando alguns fatos unicamen-te pela memória. Não foi possível confirmá-los por docu-mentos, que talvez existam, mas dos quais não pude usar.Com o próprio homenageado não poderia falar, já que osorganizadores querem fazer-lhe uma surpresa. O seu irmãoAmaro de Jesus forneceu dados importantes, e outros vie-ram de diferentes fontes. A todos agradeço muito. Por istopeço vênia, se alguma coisa não for rigorosamente exata.

Convivi com o João por cinco anos: todos os dias con-versávamos, íamos estudar, jogar vôlei ou futebol, pas-sear de vez em quando. Ele estava uma classe acima demim, mas não fazia diferença. O que o distinguia era jus-tamente o que o distingue até hoje: o espírito de ami-zade, alegria, sinceridade, otimismo, inteligência práti-ca, talento para fazer qualquer coisa, ou, como dizia ovelho Alofs: tinha "esprit de corps". Nascido no municí-pio de Duartina, 50 km adiante de Bauru pela estrada deferro, o João levou a vida simples de todo menino quevivia nos sítios do noroeste paulista. Órfão de mãe, tevepara cuidá-lo a madrasta, com quem o pai, Sr. Manoellogo se casou. Caracteristicamente, o menino não a cha-

Um secretáriosem segredos

Alberto José Antonellimava de "mãe" e sim de "tia": garoto malandro! As artesque ele inventava eram diárias. Em uma ocasião, quandoa "tia" lavava roupas e as estendia na grama, o nossoherói, que gostava de andar com uma caixa de fósforosno bolso (para que?), colocou fogo num mato ali perto.Com tempo seco e vento soprando, deu o previsível: ofogo se alastrou, e consumiu diversas peças de roupa.Uma hora depois, quando o safado voltou, já veio dizen-do que vira um cavaleiro pondo fogo no mato e saindoem disparada... Talvez o próprio João já nem se lembras-se deste fato, mas outros o guardaram na memória.

Ao sair do colégio, na idade determinada pelas leis,João Batista foi servir o exército. Foi sua primeira expe-riência com a disciplina militar: teve tempo de sobra paracompará-la com a disciplina eclesiástica que reinava noseminário. Sem saber bem o que fazer na vida, nossoamigo continuou na caserna, pois entrou para a PolíciaMilitar do Estado de SP, onde chegou ao posto de Pri-meiro Sargento. Não sei não, mas penso que ele não ti-nha muito jeito para gritar com os recrutas. Entre ou-tros lugares, trabalhou no Hospital Militar da Força Pú-blica. Anos depois prestou concurso para Fiscal de Ren-das. Um dos companheiros nesta prova foi o futuro Go-vernador de SP, Sr. Orestes Quércia. Aprovado, exerceuesta profissão até o dia da aposentadoria.

Fato interessante ocorreu nos primeiros tempos apóssair do colégio. Como costumavam os seminaristas da-queles tempos, ele também colecionava selos. Um dosmodos para adquiri-los era pedir aos padres ou ao IrmãoFrancisco. Ajudava também trocar selos com os colegas.Freqüentemente os alunos escreviam para outras cida-des ou mesmo para outros países, para trocar selos comcolecionadores de lá. Com este hábito, ele, que maistarde como secretário da Associação escreveria tantascartas e enviaria tantas correspondências (por exemplo,o Inter-Ex), ao sair começou a corresponder-se com...mas é claro: com meninas de outros locais. Uma delas,jovem formosa (vi a sua foto de quando ela tinha 20aninhos), morava em Piranguçú (justamente lá onde memandaram para ser o Vigário Coadjutor por dois anosseguidos!) Com tantas escolhas, a mineirinha bonita foidescartada, e a felizarda escolhida chamava-se Doroti.Casaram-se, viveram felizes por muitos anos, tiveram fi-lhos lindos. Esta senhora, culta, fina de trato, cheia devida e iniciativas, teve vários comércios, principalmen-te na linha de alimentação. Faleceu recentemente aos65 anos de idade, deixando um vazio enorme naquelafamília tão simpática.

Mas há um aspecto interessante relacionado comaquela jovenzinha amorosa das Mantiqueiras. Talvez osentimento dela fosse tão forte, que ela fez questão deguardar até hoje as cartas e lembrancinhas bobas quetrocava com o ilustre cavalheiro do qual falamos. Tam-

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Um secretáriosem segredos

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Gente Nossabém ela, a seu tempo, encontrou um rapaz, casaram-se evivem felizes até hoje lá onde um dia foi a minha paróquia:tem filhos, casa, cachorros, não falta nada. E este exce-lente rapaz, confiando na esposa, não se opôs a que elaguardasse aquelas tralhas que recebeu do João Batista.Vivam os mineiros! Já a Doroti Gomes: exigiu que o maridãorasgasse, queimasse, deletasse qualquer ínfima coisa quelembrasse os tempos passados. Está certa ela! Afinal, aquié São Paulo...

Poucos sabem, mas o João é um exímio conhecedor dalíngua francesa. Talvez que hoje em dia, por falta de prática,nem seja tão fluente no idioma do Sr. Miterrand. Mas paraescrever ou traduzir, peçam a ele. Seu amor pelos animais éproverbial. O e-mail, que ele usa há muitos anos diz:[email protected] - por que uma das suas paixões écriar abelhas. Não para extrair o mel, como todo mundo pen-saria. Mas para negociar os enxames (não entendo como istoé possível).- Estive visitando a sua chácara em Mairiporã:propriedade maravilhosa, bem às margens da lagoa da Sabesp,onde ele gosta de passear com sua lancha. Totalmentearborizada, com plantações e dependências apropriadas. Nãose deve entrar sozinho: a cachorrada o devoraria em minu-tos. Gostei de todos os cães, especialmente de um Akira,japonês, de pelo branco, uma jóia para qualquer cinófilo.Outros animais da sua lista: chinchila, patos, coelhos. Semfalar dos animais em estado selvagem, como pacas ecapivaras, que à noite andam livremente pelo sítio - e, sepuderem, comem tudo que lá foi plantado (para evitar, fa-zem cercados ao redor de cada coisa que plantam). Árvoresnativas as há em quantidade: notei como o nosso amigo pro-prietário conhece o nome científico da maior parte, suaspropriedades e utilidades. - Há pouco tempo operado, estáele agora sob regime médico. Por isto, prudentemente seresguarda: e também já não é tão jovem. Mas nos bons tem-pos, ah! Os amigos que o digam: que bom garfo, e melhorcopo ele era!

Há mais de meio século em nossa Associação, exercendo

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o cargo de Secretário, tem ele um trabalho contínuo e exte-nuante. Compete-lhe redigir textos para as reuniões, avi-sos, preparar a programação dos Encontros, escrever as crô-nicas do "Gente Nossa" viajando e procurando o material emdiferentes cidades, e o principal: todas as matérias que apa-recem escritas por diferentes autores, passaram pelo seucrivo antes de serem incorporadas ao Inter-Ex. Editadas,corrigidas, censuradas, melhoradas, não há uma única pala-vra que não foi por ele supervisionada. Censor rigoroso,está ao seu critério decidir se algo é ou não benéfico para asfinalidades da Associação. Debates pessoais, críticas ferinas,auto-promoção, palavras não condizentes, tudo isto até quepoderá ser tratado ao vivo nas reuniões havidas nos Encon-tros. Mas nestas suas e nossas queridas páginas, só mesmovai sair o que for digno. E convenhamos, seria trilhar umcaminho perigoso deixar que a liberdade individual degene-rasse em proclamações que pusessem em risco a própria fi-nalidade à qual todos almejam: unir os Ex-Alunos

Nestes sessenta anos de vida, a Associação teve a par-ticipação de milhares de membros. Nomes ilustres, comoos dos fundadores Hercílio Bertolini, Eurico Coltrin, Geral-do Fonseca, Pe. Carlos Menegazzi. E de muitos outros que,pela participação nas reuniões, pelas ofertas de valores ouprendas, pelos conselhos ou escritos, pelo trabalhoorganizativo em Encontros, contribuíram para todo estedinamismo que está acontecendo há décadas. O futuro éimprevisível, e depende de nós mesmos. O tempo passa,velhos colegas se vão, surgem novos. Cinco, dez, cinqüen-ta anos para a frente, quem pode predizer? Bons elemen-tos, nós os temos em nosso meio: com certeza saberãocomo agir nos dias que virão.

Aimé soit partout le Sacré Coeur de Jesus.

Observação: A iniciativa deste trabalho coube ao exdiretor regional de Itajubá, Jair Ribeiro, como homena-gem tendo em vista todos os benefícios que o Gomes le-vou às regionais e à Associação dos Ex Alunos MSC.

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O acaso vai me proteger

o tempo em que estive ateu, gos-tava de contar um caso aconteci-

do comigo às margens e dentro daságuas profundas do rio Sapucaí, emItajubá. Rememoremos o fato. Volte-mos no tempo, quando ainda no se-minário, um bando de moleques, fo-mos pescar e nadar no belo e selva-gem rio mineiro. Tínhamos autoriza-ção do padre superior para ficarmos odia todo banzando por lá.

Percebendo que a margem oposta oferecia uma bela eensolarada praiazinha, um a um, nossos colegas foram cru-zando as águas e se espichando na areia, para inveja do ZéMaria e minha. Diferentemente dos outros, nós dois nãosabíamos nadar, senão no estilo que chamávamos de “ca-chorrinho”. Ora, o Zé arriscou e foi. Restei eu, ali, entre avontade e o medo, até que, movido talvez por um instintocanino, pulei na água. Ah! Aquilo de nado cachorrinho fun-cionava...

Do outro lado, a torcida num alarido de gritos: – Vem!Vem! E eu indo, indo...De repente, envolto pela força dacorrenteza, bem no meio do rio, rodopiei, as águas meabraçando violentas, o medo, o fundo, o escuro, a morte.Crente, e mais que isso, místico, sem forças para qualquerreação, entreguei meu corpo à vontade do líquido impetu-oso, pedindo à Virgem Maria, de quem eu era devoto, queme recebesse no céu. A terra, enfim, que ficasse para osque sabiam nadar.

Tal ato de fé, de desistência da vida terrena, deu-meprofunda calma, quase um êxtase: estava, de acordo comminha crença, às portas do céu, para onde eu subia, su-bia... Mas não! Não era o céu! Era apenas um barco, quedepois fiquei sabendo ser um velho barco que transporta-va tijolos de uma margem à outra. Um velho barco, onde,um tanto inconsciente, mas ainda sentindo meu corpo,acreditei que minha entrada aos céus coincidia com a res-surreição dos mortos de que fala o apocalipse.

Hoje, pensando nesse caso, não hesito em reconhecerque, a partir daquela tarde, todos os dias de minha vidaforam e são uma sobrevida, comparável àquela da vovozinharetirada da barriga do lobo - os outros nadadores a excla-mar, já então aliviados: -“ Está vivo, respira”!

No entanto, devo confessar que, friamente, nuncaconsiderei o ocorrido como um milagre, como uma inter-venção do sobrenatural. Mesmo naqueles tempos de pro-funda fé, sempre me pareceu natural, e não sobrenatu-ral, o modo como me salvei. Evitando brigar com o desti-no, deixei-me levar por ele. Se o tivesse enfrentado comunhas e dentes, teria sido por ele abatido. Meu esforço,tentando deixar o fundo das águas e subir à superfície,faria, isto sim, empurrar-me para baixo. Ao contrário, osimples fato de crer na outra vida, de sentir-me comple-tamente tomado pela paz dos que crêem, fez-me flutu-ar, deixando-me leve como uma pluma.

Mas, se minha sobrevivência não foi o resultado de algosobrenatural, uma coisa é certa: se não fosse a fé, queentão tinha em Nossa Senhora, hoje não estaria aqui paracontar esta história. Se não tivesse a fé, não teria flutua-do, não teria posto em prática as leis que regem a nature-za. Coisas da ciência e não do sobrenatural, como vêem.

O velho barco? Esse eu não sei de onde surgiu...

Luiz Vitor Martinello (60/69)

Ná tempos, estou querendo divagar sobre a batina usa-da pelos padres e irmãos leigos do seminário de Piras-

sununga. Tenho saudade de vê-los de batina.Tal assunto,certamente, vai interessar mais aos ex-alunos das décadasde 40, 50 e 60. Os que freqüentaram o seminário após oConcílio Vaticano II devem estar dizendo: “Nossa! Mas quecoisa tão retrógrada”! Deixo bem claro que eu tenho sau-dade dos referidos padres e irmãos com batina.

Hoje, veio-me à mente o assunto da batina. Como ésalutar a lembrança de uma coisa tão inofensiva e tãomarcante como a batina na nossa vida de seminário. A sau-dade nos transporta ao passado. Ela é uma “máquina dotempo” que nos leva por alguns segundos ao passado e nospermite rever pessoas, situações, objetos, hábitos, quenos foram caros, sentir cheiros, sabores; ouvir vozes, hámuito, emudecidas e nos permite ver os padres de batinadesfilando pelos corredores do seminário com cheiro defumo entranhado, fazendo-nos adivinhar as suas presen-ças. Nós os víamos de batina celebrando as missas, e comoascetas, piedosos, flutuando ao desfiar as contas do terçoou a rezar, todos os dias, o breviário. Nada os afastava des-sas duas práticas religiosas.

No meu tempo de Seminário (1948 a 1953), sempre vi ospadres de batina mesmo quando jogavam bola. Eram ospadres Henrique Alofs, José Maria de Beer, Amadeu Gusmão,Mário Pennock, Leo Leenders, Antônio Gusmão. Como cres-cia ante os nossos olhos infantis e temerosos, a figura dopadre Donato Van Hest, quando, de batina, num passo mi-údo, saltitando, nos obrigava a quase correr, para poderacompanhá-lo. No contexto das batinas, recordamos ospadres disponíveis no confessionário, nas salas de aula es-banjando sabedoria uns, virtudes outros, sábios todos, res-peitados pela seriedade com que nos ensinavam

Não podemos nos esquecer, em suas batinas, dos Irmãosque só víamos em meio aos mais diversos e humildes afa-zeres. Na cozinha, os Irmãos: Henrique Surtel, taciturno,Pedro Maas, alegre, serviçal, Paulo Huneker, alto, forte ; naenfermaria e portaria, o Irmão João Van Den Borne, dedi-cado, paciente, bondoso ; na sala de aula, o Irmão AdrianoLansbergen, professor, sacristão, catequista, humilde, man-so de coração, piedoso, obediente ; na sala de estudos, oIrmão Francisco Strackx, dedicado, orientador de discipli-na, vigilante ; nos serviços gerais, o Irmão Henrique Bowman,o “Forgeron”, pau para toda obra, pedreiro, mecânico,encanador, faxineiro, forte, simples, ingênuo ; na alfaiataria,o Irmão Huberto Pennings, costurando as batinas dosconfrades, humilde como alfaiate.

Para confirmar que a “batina” não só marcou a mim, mastambém a muitos outros ex-alunos, aqui vão alguns tre-chos de artigos dos Inter-ex, onde a batina é lembrada.NoInter-ex, nº. 100, novembro de 2005, Guido Giffoni Pinto,pág. 4 em “Gratas lembranças”, na “coluna do leitor” ,escreve: “o Pe. Nicolau, aquele que deu nome ao IPN, cha-mava os coroinhas para uma reunião na sala ao lado. Entrealgumas recomendações e repreensões, enfiava a mão nobolso profundo da batina de onde retirava uma caixinhametálica tilintando de moedas sob os olhos cobiçosos doscoroinhas e pagava a cada um de acordo com uma listinha

Gino Crês (48/53)

Divagando

A batina - saudável recordaçãoH

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Divagando

que já estava sobre a mesa”. No Inter-ex, nº. 94, outubrode 2003, pág. 6, o Berje Luiz Raphaelian, no artigo “O Su-perior do meu tempo”, descrevendo o padre AdrianoSeelen, diz: “Sempre de batina com uma corrente prate-ada no bolso esquerdo, hierático, nobre, de porte vigoro-so, era um homem tremendamente sensível e humano,que possuía o carisma de imprimir em todos respeito, ad-miração e um certo distanciamento.

O Walter Figueiredo, neste mesmo Inter-ex, nº. 94, ou-tubro de 2003, pág. 17, no artigo “Para voltar no tempo”,falando do seu ingresso no noviciado escreve:“a partir daí,o uso obrigatório da batina” Outro que não esquece a “ba-tina” e a cita em vários artigos, é o Alberto Maria. No Inter-ex, também de nº. 94, na página 19, “Invictos, sim, massob protesto”, ele, num determinado trecho, falando, senão me engano, do padre Luiz Ferracini, escreve: “A bati-na preta não lhe tirava o charme. Pelo contrário, dava-lheum encanto todo especial...” No Inter-ex, nº 94, outubrode 2003, pág 16, no artigo “Tu venceste Galileu”, o profí-cuo articulista Alberto Maria, falando sobre o padre HenriqueAlofs, comenta: “Amarrava a batina por entre as pernas esaía correndo atrás da bola que, aliás, não era lá muitoamiga...” No Inter-ex, nº. 96, julho de 2004, página 12, obrilhante Alberto Maria, agora, referindo-se ao Pe. Louren-ço (Adriano Temmink) que dava um trato na sua motocicle-ta inglesa de 125 cilindradas, comenta que “embora jeito-so, deve ter sujado de graxa as mãos e a batina preta quevestia...” A seguir, o conceituado Alberto Maria, no seuartigo “O noviciado do meu tempo”, Inter-ex, nº. 97, pág.12, curte comigo um sentimento de saudade bastante cons-ciente sobre a batina.Neste artigo, o Alberto Maria vem ao

encontro do objetivo da redação deste “Divagando”, quan-do, várias vezes, faz referências à “batina”. “Vestição: Ummês após a nossa chegada ao noviciado, precedido por umbreve retiro de oito dias, recebemos a nossa almejadabatina dos MSC... Com que orgulho entramos na capelavestidos com nossos melhores ternos e portando sobre osantebraços estendidos, a nossa querida batina. Não via ahora de vesti-la e agora chegara o momento. Os que nãotiveram a ventura de chegar até o noviciado e os noviçosatuais, os de pós Concílio Vaticano II, não têm idéia daalegria que estufava os nossos peitos ao vergarmos aque-la veste simples e tão significativa...Éramos onze noviçoscom a batina novinha em folha, colarinho branco e o cor-dão caído em duas partes ao lado esquerdo... Mais algu-mas orações e estava terminado o ato litúrgico lindo nasua singeleza, e maravilhoso no seu significado”.E ainda,o Alberto Maria acrescenta: “E fico pensando que pena quea batina tenha saído de moda.”

Depois desses valiosos testemunhos escritos (“verbavolant, scripta manent”), concluímos que ter saudade dabatina não é ter saudade de um hábito, cujo uso a qual-quer momento poderia ser restaurado, sem maiores con-seqüências. Ter saudades da batina não é ser retrógrado, éter saudade do esplendor de uma época da nossa vida, éter saudades dos queridos padres e irmãos de batina comos quais convivemos.

A devestição da batina coincidiu com o abandono devárias práticas, costumes e valores que nos deixaram sau-dades. Por isso temos saudades da batina, como símbolode toda essa perda que a Igreja sofre e que segundo indi-ca, nunca (?) mais recuperará.

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Memórias

m 2005, reencontrei em Pirassununga muitos colegasjá bem maduros, vividos e marcados por diversas ex-

periências de vida que, certamente, nos levam a interpre-tar de modo diferente, fatos que vivemos juntos. Poder-se-ia, de certa forma, subtrair a originalidade das lembran-ças que ficaram daqueles anos tão distantes. Mas mesmoassim, vale a pena apelar à memória. Lembrei-me então,do primeiro dia no seminário, que, quando levado por mi-nha mãe, fomos recebidos pelo pe. Antonio Van Ess, o “ca-çador de vocações”.

Logo que cheguei, foi-me apresentado, como a todosos novatos, um veterano que deveria servir como guia eera chamado de “anjo”. Pois o meu anjo, da mesma idadeque eu, explicou-me tudo, mostrou-me todas as instala-ções, discorreu sobre as regras, procedimentos, etc., etc..Enfim, cumpriu dignamente o seu papel de anjo. Nem melembro de como dormi nesse dia. Se é que dormi. Eu esta-va acostumado com o meu pequeno quarto e agora estavaali num enorme dormitório com dezenas de camas.

Tinha então 11 anos. Tudo me era novo. Apesar detudo, era um ambiente amigável. Os colegas eram cordi-ais, mas sempre se alertava para o perigo das “amizadesparticulares”, Até brincadeiras comuns em nossa idade,que implicavam no uso lúdico das mãos, eram imediata-mente reprimidas.

O que me intrigava no início, era o tempo que ficáva-mos em silencio na capela. A bem da verdade, ficava anali-sando todas aquelas orações. Criticava, em meus pensa-mentos, cada frase da oração da manhã, da oração da noi-te, da missa, de qualquer oração. Essa era a minha medita-ção diária. E alguns colegas mais fervorosos ainda encon-travam sempre uns minutinhos a mais para irem até a cape-la. Ficavam lá em estado quase letárgico, punham a mãodireita sobre o coração e inclinavam a cabeça em sinal depiedade. Achava tudo aquilo aborrecedor. Achava que Deusnão estava nem aí para aquele palavreado todo. Ou, Elenem percebia quando eu estava na capela.

Mas nem tudo era dissabor. Havia muita movimentaçãonos intervalos das aulas. Jogávamos vôlei em todos os re-creios, após o almoço e após o jantar. As bolas eram decapotão, as que haviam se aposentado no futebol. Deram-me o cargo de costurador de bolas, não sei por que cargasd’água, Exigia-se técnica, tínhamos que costurá-las comumas agulhas especiais, de dentro para fora. Eram engra-xadas com sebo. Conheço o ofício até hoje, embora, feliz-

Luiz Carlindo Mazivierc (60/71)

mente, nunca tenha precisado fazer uso desse conheci-mento. Lembro-me ainda de um jogo de cujo nome nãome recordo. Era um poste com uma corda, em cuja extre-midade havia um objeto inflado em forma de uma grandepêra. O objetivo era enrolar a corda no poste socando a talpêra. Um tentava de um lado, outro tentava do outro. Po-dia-se jogar individualmente ou em duplas. Jogava-se nosintervalos menores.

Na folga semanal das aulas, quarta-feira à tarde e no sába-do, havia jogo de futebol ou natação em um lago a poucoskilometros do seminário. O futebol era o esporte mais valori-zado no seminário. Após os jogos continuavam a discussões arespeito dos resultados durante os próximos recreios. Os maishabilidosos jogavam no campo gramado e os demais no “terrão”como se chamavam os campos de terra. Os que jogavam nocampo da “tércia”, esses sim, eram verdadeiros artistas; alémde dominar a bola e desviar dos “murundus”, desenvolviam oequilíbrio, pois o campo tinha um acentuado declive. Mastudo tinha um objetivo pedagógico.

O estudo, no entanto, era a atividade mais presente nonosso dia-a-dia. Quando não estávamos na sala de aulas,estávamos na sala de estudos fazendo tarefas, leitura obri-gatória em português ou em outra língua. Obviamente, oslivros de leitura deveriam ter o “nihil obstat” para cada sé-rie. Não era permitido ler os livros de outras séries sem oconhecimento e amadurecimento adequados. Alguns roman-ces eram tão comentados que tão logo mudávamos de seriejá havia fila para devorá-los, como era “A Moreninha”. Haviaos leitores assíduos dos livros de Karl May e das aventurasde Sherlok Holmes. Até as refeições eram por vezes toma-das em silêncio, acompanhadas por uma leitura feita por umcolega. Deveria ser com voz firme, pausada e alto para quetodos ouvissem. Em geral versava sobre a vida de um santo.Era comum o leitor engasgar-se e perder a calma. Se o santohomenageado não vinha em seu auxílio, o pe. Superior davao “Deo Gratias”, para alívio do leitor. No final da refeiçãoera lido um trecho da “Imitação de Cristo”.

Eu era um aluno regular. Gostava de latim, embora nãofosse o melhor da classe. Ficava imaginando a movimenta-ção dos exércitos romanos. Nosso professor era o peAdriano van Iersel. Ele também era o farmacêutico do se-minário. Certa vez, pintou a barriga de um colega com mer-cúrio cromo quando reclamava de dor de barriga. Uma vezpor ano ele nos dava o “relógio suísso”, uma latinha redon-da para a coleta de material para exame de fezes.

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MemóriasUma das atividades culturais desenvolvidas no seminá-

rio eram as sessões lítero-musicais, ou saraus, em que seapresentavam corais, poesias, piano e peças teatrais. Par-ticipei de uma única peça, “Os Sete Anões”, na qual tiveuma fala. A Branca de Neve não aparecia, pois as peçaseram somente para atores do sexo masculino. As mães, astias, as irmãs só apareciam no texto como referências.Esposas, só mortas! Namoradas, jamais!

No dormitório, o silêncio era regra. Quando as luzesse apagavam, duas lâmpadas ficavam acesas, uma emcada ponta do salão Até que os alunos adormecessem,um padre permanecia andando pelos corredores, a pas-sos lentos, sem fazer ruído, com o terço nas mãos. Demanhã, éramos despertados pelas badaladas de umsininho que o irmão Chico, sadicamente balançava quan-do entrava no dormitório. À primeira badalada, porém,todos eram obrigados a se ajoelharem para a oração ma-tinal. Era um exercício de obediência, igual ao que pra-ticávamos no salão de estudos: soando o sino, ao ouvir-mos a primeira badalada, tínhamos que parar de escre-ver, deixando incompleta não só a frase, mas a palavraque estava sendo redigida. A troca de roupa no dormi-tório obedecia a um ritual que procurava impedir queficássemos nus na presença dos colegas. Usávamos umcamisolão, semelhante ao usado pelos fantasmas, semmangas, para a troca do pijama.

O banho era à tarde, antes do jantar. Os banheiros fica-vam no páteo e a água era fria. No inverno, chegava a serinsuportável. Embora os banheiros fossem apertados al-guns conseguiam molhar apenas parte do corpo para simu-lar um banho. Pe. João Crisóstomo, que já conhecia os tru-ques, talvez por tê-los empregado em épocas passadas, faziaa conferência dos pontos sensíveis: atrás da orelha, nopescoço e atrás do joelho.

As férias do primeiro semestre, gozávamos no próprio se-minário e no sítio do Barrocão. Com as aulas suspensas, eramaior o período para recreação. Podíamos dedicar o tempo aoutras atividades não relacionadas com o ano letivo, comoleituras, cartas, jogos, passeios, etc. No Barrocão, embora adisciplina não fosse tão rígida, havia horários para a missa,para a reza do terço e uma hora de silencio para a leituralivre. No final de ano tínhamos 20 dias, destinados ao conví-vio com a família, porém não, sem antes ouvir as recomenda-ções sobre como deveria se comportar um seminarista.

Fazia parte de nossa formação, tanto espiritual quantopsicológica, as conversas com o diretor Espiritual. Digoque eram para mim um sacrifício, que gostava de evitar. Ia,escutava, entendia ou não, nada questionava. Àquela per-gunta: “como vai de pureza?”, eu respondia que estavatudo bem. E eu lá sabia o que era essa tal de pureza? Umavez o confessor me perguntou: “Você tem pensamentosimpuros”? Respondi: “Tenho sim”. Ao espanto dele, conti-nuei: “Outro dia eu desejei que Deus desse um tombo nocolega da“quinta” e que quebrasse os dois braços dele.Assim ele não acertaria mais minha cabeça com bolas quan-do eu estivesse distraído”. O confessor riu e depois, sé-rio, me aconselhou a não mais pecar, evitando esses pen-samentos impuros. Afinal, a gente pecava por ações, pala-vras e pensamentos.

A formação moral que recebi no seminário, reforçadapelas práticas religiosas, de caridade e dedicação aos ou-tros estão na base de meu comportamento como cidadão,pai e profissional. Agradeço a Deus pelos benefícios querecebi e que talvez pouco tenha retribuído. Mas se Deusme consultasse sobre a condução do meu destino, respon-deria certamente que fui um privilegiado.

Tutu de feijão, salvo engano,é comida de origem mineira, queo paulista adotou com algumasincrementações e transformou emvirado à paulista. Estou certo ouestou errado? Os especialistasque se manifestem. O básico dosdois pratos é o tutu de feijão, um

dos meus pratos preferidos.Remoendo o passado, fui buscar a origem de minha fixa-

ção culinária no tutu e encontrei uma explicação plausível.Nos idos da década de 60, cursando filosofia no Escolasti-

cado da Vila Formosa, nas férias de julho, em pleno inverno,inventamos um passeio à Serra da Mantiqueira. Na verdade,não foi inventado. Foi um gentil convite do João Costa Pintopara conhecermos a Serra da Mantiqueira, partindo deGuaratinguetá onde morava sua irmã Maria. A escalada daserra seria a pé. De carro não teria a menor graça. Bastariapegar o ônibus para Itajubá e vencer as sinuosas curvas daestrada que serpenteia a Mantiqueira.

Sendo o passeio a pé, só mesmo partindo bem cedo pararetornar antes do sol se pôr. Ainda mais que era inverno e o diaterminava mais cedo. Partimos para Guará na véspera. Acreditoque éramos mais ou menos uns dez frades sem batina. Dormi-mos na cidade, na casa da “irmã” Maria. Irmã do João, bementendido. No dia seguinte de madrugada, partimos para o sitioda família, situado no pé da serra. O lugarejo tem o nome dePedrinha. Na fresca da manhã em cima de um caminhão pau dearara, rapidamente chegamos ao ponto inicial da escalada.

Cinco quilômetros nos separavam do pé ao topo. Fácil,pensavam todos. Ledo engano. Levamos pelo menos quatrohoras para escalar os setecentos metros de altura da serra,ziguezagueando por cinco longuíssimos quilômetros, numatrilha que só burros de carga subiam. Nas costas, emrevezamento, pelo menos duas mochilas com uma carga pre-ciosa que ninguém estava autorizado a conferir o que era.

Ao pé da serra a temperatura estava por volta dos 12 a 15graus. No alto da serra baixava, seguramente, para zero grau.A escalada foi difícil. Alguns queriam retornar no meio docaminho, mas o espírito de equipe falou mais alto e depoisde muitas paradas para recuperar o fôlego, chegamos final-mente ao topo. A alegria da chegada durou pouco. O ventosibilava cortante no descampado. Ninguém estava preparadopara enfrentar tamanho frio. Andamos pelo menos mais unscinco quilômetros até chegar à sede de uma fazenda de pes-soas conhecidas dos nossos guias. Gente boa, gente fina,que tinha um fogão de lenha acesso para nos aquecer porfora e uma pinguinha para aquecer por dentro.

Mas o melhor estava para acontecer. Ao abrir os dois la-tões de leite, cuidadosamente trazidos serra acima, consta-tamos tratar-se de um supimpa tutu de feijão que a Mariatinha preparado na noite anterior. Enquanto era aquecido nofogão a lenha, o cheiro se espalhava pela casa e as glândulassalivares davam razão a Pavlov em sua teoria do reflexo con-dicionado que o Padre Nelson Sigrist havia ensinado na aulade Psicologia, dias antes. Em meia hora estava aquecido. Emmeia hora estava tudo terminado. Só sobraram os latões va-zios e aquele ar de felicidade.

Bendizemos a Maria que pode não ter previsto o frio inten-so, mas que, com certeza, previu e matou a fome dos fradesfamintos. Meia hora de descanso e a retomada da viagem parachegar antes do anoitecer em Guará. Chegamos quando jáestava escuro e, em seguida, retornamos à Vila Formosa. Paratodos, o passeio foi inesquecível, mas o tutu foi inolvidável.

P.S. O João Costa está autorizado a corrigir, desmentir,retificar ou simplesmente ratificar tudo o que foi dito.

O tutu da MariaAntoninho Marchesini (56/66)

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INTER EX Julho/200618

final da noite, com seu último re-creio, era diante da Gruta, no pá-

tio dos Maiores. Entre duas pequenaspalmeiras, que não eram corintianas,pois eram bem verdinhas, aquele mimode simplicidade: um arranjo de pedrassuperpostas se elevando entre folha-gens e plantas mimosas. No alto, nãomuito alto por sinal, um nicho. Den-tro, uma estátua de uns cinqüentacentímetros de altura representandoMaria vestida de branco, a faixa azulceleste na cintura, o véu branco co-brindo os cabelos negros, as mãos pos-tas e aquele olhar doce, sublinhadospor um sorriso de mãe. Em baixo, norés do chão, um outro montículo depedras naturais sobre o qual a imagemde Bernadette. A pastorinha estavaajoelhada, saia azul descorada, lençobranco na cabeça, blusa vermelho pa-tinado, os olhos fixos na Virgem, e nasmãos o rosário.

Obra prima da simplicidade e can-dura. Retrato de uma piedade populare brejeira, poesia em pedra. Carrega-da de vibrações positivas, a Gruta deLourdes era o ponto alto do Seminá-rio. O lugar preferido pelas visitas dosnossos familiares, que posavam parauma foto. Quantas de nossas venerá-veis mães lá se postaram caladas, dei-xando falar o coração naquele diálogomaterno através do silêncio dos olhos,mãe recomendando o filho à Mãe. Eramesmo um lugar sagrado ao ar livre, soba abóbada do amor e do respeito. Asarsa ardente onde Moisés falava como Senhor.

Um lajeado de tijolo se estendiadiante dessa gruta, com uma pequenaescada atijolada, ladeada por dois mu-

Sub tuum praesidiumLupo da Gubbio (46/54)

ros de ciprestes e que ligava ao pátioajardinado, onde propriamente come-çava o pátio dos Maiores. Ao cair datarde, sobretudo nas tardes de verão,os padres professores costumavam re-zar o Breviário, caminhando de um ladopara outro diante da gruta, subtegmine fagi.

Quando o recreio da noite findava,o grande sino soava dentro da guarita.Todos se aprontavam, vestindo seuspaletós dentro dos cinco minutos pre-vistos, pois logo o mesmo sino vigilan-te soaria pela segunda vez. Postadosfrente à Gruta de Lourdes, as duas di-visões de seminaristas, Maiores e Me-nores, despediam-se do dia findo e danoite estendida, entoando o Sub tuumPraesidium. A voz límpida do Gomesquebrava o silêncio necessário, dandoinício à melodia medieval. Em arsis su-aves a súplica subia, enchendo asvolutas da catedral da noite num ape-lo confiante:

“Sub tuum praesidium confugimus,sancta Dei Genitrix; nostrasdeprecationes ne despicias innecessitatibus: Sed a periculis cunctis,libera nos semper, Virgo Gloriosa etBenedicta.”

O Cantochão se elevava do chãodaquele pátio, em ondas calorosas deamor e submissão. Ia para a cúpula ce-leste. Batia no tapete da Via Láctea.O Órion, o gigante enfurecido, agorase mostrava meigo em meio a suaconstelação. A Beteugese, a Rigel esuas companheiras sorriam num piscarde pálpebras. Sirius, orgulhoso por sera mais brilhante, se achegava à ribaltaceleste. O Cruzeiro do Sul ostentava oseu estandarte cristão, como na bata-lha da ponte Mílvia ao lado deConstantino. As estrelas mais modes-tas, no fundo do palco do Cosmos, ape-nas sorriam imitando o meigo sorrisoda Rainha homenageada.

Em fila, lenta e compassadamente,todos se dirigiam agora para a capela.Haviam falado com a Rainha. Iriam fa-lar com o Rei. Prestar suas homenagensde vassalos fiéis, entregando-lhe o tri-buto do dia findo: o cansaço, o esfor-ço, o progresso nas disciplinas escola-res. Sob a chama do azeite da lamparinavotiva, no cibório dentro do sacrário,seu trono, o Rei dos reis sorria, a exem-plo da Rainha-Mãe. Visus, tactus,gustus, in Te fallitur, sed auditu solo

tuto creditur, repetia Thomas deAquino séculos antes, tornando pre-sente o passado distante. Como noTanhäuser de Wagner, o Côro dos Pe-regrinos irrompe numa última sauda-ção de agradecimento e louvor com oinesquecível Ave admirabile, Cor Jesu,Te laudamus, Te benedicimus, Teglorificamus!

No dormitório as três palmadas doIrmão Chico ressoavam no silêncio.Todos se ajoelhavam repetindo o San-ta Maria Mãe de Deus. As luzes se apa-gavam. O manto do Silêncio cobria atodos. A noite se tornava mais escuracom a cortina das pálpebras fechadas.Agora as estrelas fulguravam em maiorintensidade, espreitando a madruga-da que não iria demorar...

Sub Tuum Praesidium...( sob a tuaproteção...). Praesidium, palavra lati-na de grande força e de maior expres-são. Proteção foi o que todos nós re-cebemos na Escola Apostólica.

Fechando os olhos, ouço ainda ni-tidamente aquele Cantochão maviososubindo da Gruta para a Via Láctea e,juntos, todos nós imploramos:

O

“Sob tuaproteção nosrefugiamos,Santa Mãede Deus.

Não desprezes osnossos

pedidos nas nossasnecessidades,Mas livra-nos

sempre detodos osperigos,

Oh, VirgemGloriosa eBendita.

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INTER EX Julho/2006 19

Notícias da Província de São PauloJoão Costa Pinto (1953-1966)

I n t r o d u ç ã oNota-se na Congregação, pelas mensagens e contatos diretos do Pe. MarkMc Donald, novo Pe. Geral, com as Províncias, mundo afora, e na Provínciade São Paulo, pela atuação do novo Superior Provincial, Pe. Benedito ÂngeloCortez, um sentido de renovação e um novo espírito, que certamente irãoproduzir bons frutos e renovar a obra do Pe. Chevalier, cujo falecimento ocorreu

em 1907 e completará um centenário em 2007 (Ver NR 1). Também em 2007, o título Nossa Senhora do Sagrado Coraçãojá contará com 150 de sua inspirada criação pelo Fundador. Na Província de São Paulo, novos operários vão surgindo,postando-se nas linhas de frente e substituindo aqueles que já “combateram o bom combate”, na expressão do apóstoloPaulo de Tarso, e reforçando a presença missionária.

Encontro do SetorSul de Minas

Em março houve, no Instituto Pe.Nicolau, o Encontro do Setor Sul deMinas, com oração e partilha, presenteso Superior Provincial e todos os padresdo Setor. Cada um pôde manifestar-seexpondo suas idéias e sua experiência, oque feito especialmente pelos padresJoaquim, Romeo Bortolotto, JoséMaria, Benedito Tarcísio, Arlindo,João José e Agenor Possa.

Casa de Filosofia - São Paulo

O Juvenal A. C. Filho, segundoa-nista de filosofia escreveu sobre os trêsdias do retiro, da sua turma da filosofia,realizado no Sítio do Barrocão, com iní-cio em 7 de fevereiro, junto com os pré-noviços, o Pe. Maristelo e o orientadordo retiro, Pe. Benedito A. Cortez. Aoque parece, foi excelente esse retiro, quenem a chuva conseguiu atrapalhar. No

Piranguçu Despedida e posse

Em fevereiro deste ano, durante cele-bração eucarística, o Superior Provincial,Pe. Cortez deu posse ao Pe. RomeoBortolotto no cargo de pároco da igrejade Santo Antonio, em substituição ao Pe.Joaquim dos Santos Filho, que nessamesma celebração deixou a paróquia dePiranguçu para assumir o trabalho de for-mador no Instituto Padre Nicolau. Esta-vam presentes, além da Comunidade, en-tre outros, o Pe. Juan Lucas, do México,e o diácono Gilberto Gonçalves Pinto.

sábado, todos se despediram do Sítio,após uma bela limpeza e um almoço,como disse o Juvenal, “prá lá de especi-al”. Os que lá estiveram, além dos menci-onados, foram Edson (Alpinópolis-MG),Fernando (Itapetininga-SP), Girley (Pi-rassununga-SP), Odair (Itajuba-MG),que voltou ao seminário após um período

de discernimento, e Rodrigo (Itajubá-MG, todos do primeiro ano. Do segundoano, eram Arlindo (Itajubá-MG), Juvenale Rafael (Itapetininga-SP) e mais três, doterceiro ano, para completar a turma: Mar-celo (Passos Maia-SC), Tiago e Valdir,ambos de Capelinha-MG, conterrâneosdo Juvenal.

Segundo o relato do PostulanteAílton R. Damasceno, os seminaristasretornaram de suas casas para o iníciodo semestre, exceto Jackson e José

Seminário P. Júlio Chevalier - São Luís

que seguiram para Pirassununga, partin-do para uma nova etapa em suas vidas:o pré-noviciado. Nos dias de carnaval,houve recolhimento, silêncio e escuta, no

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INTER EX Julho/200620

Notícias da Província de São Pauloretiro conduzido pelo Provincial, Pe.Cortez, que foi à capital do Maranhãoacompanhado do Pe. João José deAlmeida.

Foram abordados vários temas im-portantes, como a necessidade do si-lêncio e da escuta, o amor, que tem emCristo seu Mestre Divino, assim comoa importância do perdão. (Ver NR 2).Os caminhos do ter e do ser, um textode Leonardo Boff sobre o desastre na-

Plano de Saúde

Cada um de nós, ex-alunos, há pou-co ou há muito tempo re-inseridos na vidasecular, enfrentamos a custosa realidadedo cuidado com a saúde, buscando “pro-teção” em um plano de saúde, por maisbásico que seja, sob pena de sérios ris-cos de baixa no CIC individual, se tiver-mos que recorrer a atendimento pela saú-de pública. Já ha tempos também a Pro-víncia se preocupa com a saúde dosconfrades, fazendo a contratação de umplano de saúde. Ela antecipa o pagamentodo convênio, mas espera o reembolsopor parte do religioso.

Os Primeiros Cinco Anos

Os primeiros anos do ministério sa-cerdotal têm merecido atenção especialdos formadores vocacionais da Provín-cia de São Paulo. “Nos primeiros cin-co anos o objetivo é adeqüar a apren-dizagem e a experiência da etapa ini-cial à nova realidade ministerial.” É oque diz o Diretório de Formação. Para oacompanhamento dos religiosos da Pro-víncia que se encontrem nesse períodoinicial, foi indicado pelo Conselho Pro-vincial o Pe. J. R. Bertasi.

Do nosso conhecimento, estão nessafase os padres Joaquim dos Santos Filho(3.03.01), Tomasz Kundzicz (08.12.02),Samuel Brandão Oliveira (11.01.03), An-tonio Alves da Silva (17.01.03), ValdecirSoares Santos (dezembro de 2004), ArturKalinoswski (29.06.05). Os Pes. Tomasze Artur são do Setor Norte/Nordeste.

Jubileu de OuroVida religiosa

Saudamos o Pe. Benedito Tarcísiode Lima por seus 50 anos de vida religi-osa iniciada no dia 2 de fevereiro de1956. Sua ordenação presbiteral ocor-reu em 29 de junho de 1961.

Paróquia São JoséCampinas - Festa de São José

Como informado no Inter-Ex anteri-or, intensos preparativos foram feitos,desde outubro de 2005, para a come-

tural tsunami que ceifou vidas no su-deste asiático, o olhar para Maria, emquem acontece o encontro do divino edo humano e a realidade do sofrimen-to, não explicado por Deus, mas porEle vivido, Ele que se fez o homem dasdores. Tudo isso serviu para enrique-cer o retiro. fortalecer espiritualmente.Este foi um resumo do texto elabora-do pelo Aílton R. Damasceno ,Postulante do 3º ano de filosofia de S.Luiz-MA.

Em carta enviada via internet antes daPáscoa, o Pe. Antonio Carlos deMeira dá notícias da Missão noEqüador, a pedido do Provincial. (VerNR 3) Falou de mais uma greve geral(“paro”), que já avança pela segundasemana, por iniciativa de algumas pro-víncias da serra, que exigiam aporte eco-nômico do governo, juntamente com osindígenas. Estes são contrários à assina-tura do TLC (NR: Possivelmente Trata-do de Livre Comércio) Com as estra-das intransitáveis, não há outra opção, anão ser ficar em casa.

Em relação ao futuro, o país se en-contra diante de uma encruzilhada. Mui-ta gente saindo para o Exterior em buscade vida melhor. Povoados cada vez maisabandonados, sem juventude e sem es-perança de prosperidade. Quem olhapara trás não tem nenhuma vontade deregressar. Antes eram só os mestiços que

“Desde los Andes”

emigravam para os EE.UU. Agora sãotambém os indígenas, com comunidadescada vez mais vazias. Acabam ficandosomente as crianças e as mães. Comoexercer uma pastoral diante dessainconstância? Hoje é uma pessoa, queamanhã ou em breve já terá migrado paraoutra cidade ou outro país.

Desse quadro resulta uma formaçãodebilitada, sustentada mais pelas necessi-dades sacramentais. Para as comunida-des indígenas, o batismo e o matrimôniosão as necessidades inadiáveis. Os rituaissacramentam a criança na família, com oscompadres, e os noivos na vida conjugal.A catequese mais prolongada fica semsentido numa vida em que as crianças eos jovens aprendem seu ofício humano-religioso no campo, desde tenra idade.Diante da permanente inconstância, a pas-toral passa a se constituir em andar atrásdo rebanho aonde quer que ele vá.

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Notícias da Província de São Paulomoração dos 85 anos de fundação dessaparóquia. Os festejos começaram já nodia 10 de março, com a tradicional novena,que contou com a presença e a participa-ção de vários membros da Congregação.No dia 19 de março, dia de São José,devotos e paroquianos lotavam a belaigreja Matriz, participando das várias ce-

Em reunião realizada em Pinheiro-MA, no início do ano, entre o Superi-or da Província de São Paulo, Pe.Cortez, e Dom Ricardo P. Paglia,

Nova Missão – Município de Pacas-MA

“Ah! Esse sim é ummilagre!!!

O Pe. Cortez em sua visita a S. Luís-MA e a Pinheiro foi acompanhado doPe. João José. O texto que segue é doPe. Provincial: “Depois de tantos anosde promessas e esperas, finalmenteDom Ricardo teve a alegria de receberem sua casa o seu companheiro deformação, Pe. João José. Ao vê-lo che-gar, exclamou:“Ah! Esse sim é um mi-lagre!!!” Ainda bem que ele havia lidonas Comunicações que o Padre Joãofizera uma cirurgia recentemente, senãoos tapas não teriam sido nada suaves.Quem o conhece sabe do que estou fa-lando. Daí em diante não se separarammais. Assim o Pe. João pôde conhecerum pouco do que é a missão na diocesedo seu companheiro de caminhada. ...”(Ver NR 5)

lebrações eucarísticas, que foram presidi-das, respectivamente, pelos Pes. Francis-co Janssen, Air José de Mendonça,Alex Sandro Sudré, Pe. Provincial epelo arcebispo de Campinas, Dom Gil-berto. Atividades complementares emrazão dos 85 anos prosseguirão até o pró-ximo mês de outubro. (Ver NR 4)

bispo diocesano, presentes também oPe. Domingos H. Cruz e o Pe. LuisCarlos A. Moraes, foram definidos osdetalhes para o restabelecimento da

Comissões da Província de São Paulo

São as seguintes as Comissões da Província, com no mínimo três membroscada uma (a dos colégios tem 6) e sua coordenação:

1 - Finanças - Coordenação: Pe. Edvaldo Rosa de Mendonça2 - Formadores - Coordenadores: Sup. Provincial e Pe. Luis Carlos A. Moraes3 - Animação Vocacional - Coordenação: Pe. Edvaldo Rosa de Mendonça4 - Colégios -Coordenação: Pe. J. R. Bertasi5 - Missionária - Coordenação: Sup. Provincial e Pe. Luis Carlos A. Moraes6 - Comunicação - Coordenação: Sup. Provincial e Pe. Luis Carlos A. Moraes7 - Justiça e Paz e Integridade da Criação: Pe. Manoel F. dos Santos Jr.8 - Santuários - Coordenação: Pe. Manoel F. dos Santos Jr.9 - Não é uma comissão: traz o nome de Fraternidade LMSC- Coordenação: Pe.Manoel

presença da Província de São Paulo nadiocese de Pinheiro e particularmentena cidade e município de Pacas (NR -Nos mapas em que procurei, não en-contrei.), terra-mãe do Pe. Domin-gos, berço de sua família e de sua vo-cação missionária. São cerca de 40comunidades rurais a serem pastorea-das pelo Pe. Domingos, que está pron-to a assumí-las, com dificuldades detoda ordem, grandes e pequenas: casapara residir, muita pobreza, locomoçãodifícil pelas estradas locais, já precári-as por si e ainda piores em tempo dechuva. O Pe. Cortez salientou o pen-samento do Fundador que afirmavaque os obstáculos não deviam deter osmissionários na realização da obra paraa qual Deus os havia chamado, trans-formando-se ao contrário em desafioe meios eficazes para a concretizaçãodos objetivos traçados. (“QuandoDeus quer uma obra, os obstácu-los são meios.”) Trata-se de umaárea pastoral que tem vivência de fé e,como expressado pela juventude, ecom vontade de evoluir. É grande oentusiasmo demonstrado pelo Pe. Do-mingos e também por Dom Ricardoe o Provincial.

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INTER EX Julho/200622

Notícias da Província de São PauloCoração forte e escalação

Segundo as Comunicações provinci-ais de fevereiro/março, os padres JoãoCrisóstomo Neto e Geraldo BarbosaMendonça passaram por cuidados mé-dicos. O Pe. João submeteu-se em fe-vereiro a uma angioplastia, ao descobrir,por meio de um cateterismo, que seucoração necessitava de cuidado especi-al. Após um dia de hospital e diante dosucesso da intervenção médica, retomoua vida normal e suas caminhadas. Se pro-vocado ou convidado, talvez encare umjoguinho de futebol de várzea.

O Pe. Geraldo (Guêro) passou poruma cirurgia, mas já estava passando bempouco tempo depois. Segundo ele pró-prio, estava pronto para ser escaladopara o próximo jogo.

O Pe. Sebastião Xavier Peres,que já havia sofrido pesadas cirurgias,no tórax, para extrair um rim seriamen-te comprometido e retirar alguns nódu-los benignos nos pulmões, em junho eagosto de 2003, esteve recentementesob intensos cuidados médicos, em si-tuação delicada, após nova cirurgia nomês de março para extração de um nó-dulo na glândula supra-renal. Três diasapós essa nova cirurgia, seu estado seagravou e foi internado numa UTI. Qua-dro muito grave, segundo os médicos

Aproveito esta oportunidade paraagradecer ao trio Berje L. Raphaelian,Amaro de Jesus Gomes e Gino Crêsas boas palavras que me dirigiram emrelação às Notícias da Província de SãoPaulo, que me deixaram surpreso e fe-liz. O Gino também falou do conteúdodas notas da redação (NR) e da tradu-ção do texto cantado da Ave Marria, queouvíamos em alemão, à tardinha, emmelodia de Franz Schubert, irradiada datorre da antiga capela da Raia (N. S. doRosário). Agradeço-lhes imensamente oincentivo para meu trabalho.

Nesta mesma oportunidade, façoquestão de ressaltar e homenagear a ex-celente colaboração que vocês têm ofe-recido com freqüencia, em inúmeras edi-ções do Inter-Ex, e em particular as con-tribuições do Berje no valioso resgate eregistro da memória MSC no Brasil.

Sebastião Xavier Peres - Falecimento

Agradecimento e homenagem

que o acompanhavam e que buscavamamenizar seus sofrimentos. Sofrimentosque o purificaram e vieram coroar seuamplo ministério sacerdotal. Deixou aUTI, retornou ao seu quarto, mas seuestado se agravou e veio a falecer em13 de abril de 2006, quinta-feira santa.As palavras do apóstolo Paulo a ele po-dem se aplicar: “Combati o bom com-bate, terminei minha carreira, guar-dei a fé.” II Timóteo 4, 6. No próximoInter-Ex farei um relato completo sobreo Pe. Sebastião.

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60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSCPrograma de ANIVERSÁRIOPrograma de ANIVERSÁRIOPrograma de ANIVERSÁRIOPrograma de ANIVERSÁRIOPrograma de ANIVERSÁRIO

PirPirPirPirPirassunassunassunassunassunungungungungunga – 26 e 27 de aa – 26 e 27 de aa – 26 e 27 de aa – 26 e 27 de aa – 26 e 27 de agggggosto de 2006.osto de 2006.osto de 2006.osto de 2006.osto de 2006.lhamos os interessados que se comuniquem com o res-ponsável pelo sítio, Pe Mauro, tel: (19) 3561-5733, para adevida permissão. Não se esqueçam de levar os apetre-chos de cozinha, bem como roupa de cama e cobertores,pois as madrugadas são frias.- A partir das 9h de domingo até o final da festa, a cozinhado sítio será de uso exclusivo dos cozinheiros , não sendopermitida a permanência de estranhos às atividades dosmesmos. As exceções serão resolvidas pelo Renato Pavão.- Os quartos deverão ser ocupados integralmente, nãopodendo ser exclusividade de alguns, para facilitar a pro-visão de material e evitar medidas futuras mais sérias.

- Para hospedagem em hotéis, damos aqui algumas op-ções de nossa escolha:

Pousada Rosim Tel: (19) 3561-3910 (Bom)Hotel Columbia Palace Tel: (19) 3561-3929 (Muito bom)Hotel Municipal Tel: (19) 3561-1786 (Regular)

Obs: Faça a sua reserva o quanto antes.Respeitados os horários do programa, todo tempo é livrepara você dispor dele como quiser.

É muito importante que cada um leve alguma prendaou brinde para reforço de nossa rifa. Será a nossa únicafonte de renda para podermos arcar com as grandes des-pesas que tal evento acarreta.

Nosso grande objetivo é Você. A sua presença é muitoimportante.Assim como Você gosta de encontrar colegasdo seu tempo, os outros também querem vê-lo e abraçá-lo. Não falte!

NOTAS IMPORTANTESAqueles que deixarem de devolver a FICHA DE ADESÃO até o

dia 25/07/06, somente terão direito às BENESSES das comemora-ções de aniversário da Associação, mediante o pagamento de umaTAXA de R$ 50,00, na recepção, inclusive os acompanhantes.

O Ex-Aluno adesista e mais 1 acompanhante estarãoisentos da taxa. Os demais pagarão 20,00 cada.

A pontualidade nos eventos do Encontro é primordial para quepossamos realizar toda a programação na sua beleza e integridade.

O programa esconde uma série de recheios comemorativosque só serão revelados durante a sua execução.

A colaboração participativa de todos representará o sucessoímpar do 60º aniversário.

Em quase todos os momentos das festividades seremos sur-preendidos com brindes e prêmios, independentemente de qual-quer previsão.

A comemoração dos 60 anos terá cobertura fotográfica com-pleta com previsão de premiar os ex-alunos com um álbum digitalde fotos, após o encontro.

Faremos uma nova coletânea de músicas, em CD, com o hinoda Associação, cantado e gravado pelos ex-alunos presentes no60º aniversário. Dependendo do sucesso do encontro, distribuire-mos uma cópia a todos.

O Gonzaguinha nos garantiu que, nesse encontro, vai gravaro hino da Associação, cantado pelos ex-alunos, e a Diretoria deu apalavra que vai mandar 1 CD para cada colega presente nesseEncontro.

26/08/06 - Sábado

09,00h Recepção de ex-alunos e familiares no Seminário10,30h Visita ao Cemitério dos Religiosos12,30h Peixada na Cachoeira das Emas.Desta vez não será no Beira-Rio porque não comportatanta gente. A peixada será no “Alvorada” (do Baldim) -Rua Eloy Chaves no 65 (Fone 0x19-3565-1058) do outrolado do rio, primeira rua à direita.17,00h Homenagem à Nossa Senhora na Capela do Seminário18,00h Reunião dos Ex-Alunos no COLORADO

Oração inicialApresentação dos novos Ex-AlunosAssuntos da DiretoriaHomenagem aos Fundadores: Geraldo Serra Fon-seca, Hercílio Bertolini e Eurico Padula CotrimHino da AssociaçãoOração finalTreino e gravação ao vivo do hino

18,00h Bingo à “moda da casa”, com prêmios e brindes20,00h Jantar ao capricho22,00h Descanso ou .........?

2708/06 – Domingo

Sítio São José do Barrocão08,00h Café tradicional09,30h Missa cantada na Capela10,30h Foto geral na escadaria do casarão12,00h Churrasco.

Oração inicialAperitivo com tira-gostoRifa malucaComemoração de ANIVERSÁRIO com BOLO

16,00h Sorteio do prêmio surpresaTroca do CRACHÁ com brindesOração de AGRADECIMENTODespedida SOLENE

Observações:O atendimento diferenciado só será válido para quem,na chegada, retirar o crachá com a recepcionista,Na recepção, serão distribuídos vales para a peixada ebebidas.A bebida que exceder ao direito do vale, será por contado interessado.

Hospedagem- O sítio oferece condições excepcionais de pernoite para59 pessoas com as seguintes acomodações:No barracão: 1 quarto p/ 1 pessoa

2 quartos p/ 4 pessoas cada13 quartos p/ 3 pessoas cada

Obs: Sanitários externosNo casarão: 2 quartos p/ 4 pessoas cada

1 quarto p/ 3 pessoas (suíte)Obs: Sanitários internos- Para estadía excedente aos 2 dias do Encontro, aconse-

60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSC60º Encontro dos Ex- Alunos MSC