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INTRODUÇÃO: O diabetes descompensado pode prejudicar a saúde do paciente e desencadear inúmeras complicações, como a dificuldade no processo de cicatrização. O controle metabólico do paciente diabético implica diretamente nos riscos de suas complicações, entre elas a mais freqüente é a úlcera diabética. Este trabalho tem por objetivo apresentar os exames laboratoriais utilizados no instrumento de coleta da pesquisa intitulada: “CURATIVOS ESPECIAIS NO TRATAMENTO DAS ÚLCERAS DIABÉTICAS NA REDE PRIMÁRIA DE SALVADOR - BA. Palavras-chave: Úlceras diabéticas do pé; Exames complementares; Curativos; Estomaterapia; Cicatrização de feridas. MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo é um recorte do projeto intitulado CURATIVOS ESPECIAIS NO TRATAMENTO DAS ÚLCERAS DIABÉTICAS NA REDE PRIMÁRIA DE SALVADOR - BA. As informações apresentadas nesse estudo foram retiradas do instrumento de coleta da pesquisa citada acima, aprovada pelo comitê de Ética da Escola de Enfermagem da UFBA sob Parecer no 453.482 de 06/11/2013. Tem por objetivo analisar a efetividade do uso de curativos especiais no tratamento de úlceras diabéticas em pacientes atendidos nas salas de curativos das unidades de saúde da rede primária do município de Salvador- Bahia, em andamento, realizado em 3 unidades primárias de saúde, onde duas são utilizadas para intervenção e uma para grupo controle. Serão utilizados 88 pacientes, sendo acompanhados por 06 meses. Os critérios de inclusão envolvem maiores de 18 anos, úlceras ativas e sob acompanhamento médico e ou da enfermagem pelo programa de diabetes da unidade básica. Serão excluídos pacientes diabéticos com hanseníase. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O processo de cicatrização envolve proteínas e células. A glicose em excesso no sangue fará com que o eritrócito fique mais denso ligando-se a hemoglobina. A hemácia mais densa terá sua velocidade de locomoção diminuída dificultando a captação dela pela fibrina, interferindo na cicatrização. A depleção de albumina contribui para o atraso na cicatrização, diminuindo a angiogênese, a proliferação de fibroblastos e a síntese e remodelação de colágeno . A hemoglobina glicada, a albumina e o hemograma completo, traduzem a resposta metábolica evidenciando as alterações no progresso ou retardo cicatricial. A coleta será realizada na admissão, na colonização crítica, infecção e/ou retardo no processo cicatricial. Considerados valores normais: hemoglobina glicada de 6,5 a 7%, albumina sérica de 3.5 a 5,2g/dl e hemograma (eritrócitos 4 a 6 milhões/mm3 , hemoglobina 12 a 18 g/dl, hematócrito 35 a 50%, plaquetas 150.000 a 450.000/mm3, leucócitos 4.500 a 11.000 células/mm3). As alterações laboratoriais serão atreladas ao quadro clínico e ou alterações da ferida, descritas em relatório e encaminhados para o medico e ou enfermeiro assistentes do paciente a fim de intervirem adequadamente facilitando o processo de cicatrização. CONCLUSÕES: Espera-se utilizar os exames laboratoriais como parâmetros de acompanhamento do controle metabólico e como um dado a ser manipulado visando a cicatrização. No caso das úlceras infectadas eles estarão relacionados a escala PEDIS. Os exames de hemoglobina glicada (HbA1c) , albumina e hemograma completo são parâmetros sistêmicos que influenciam nas intervenções das úlceras diabéticas e tornam-se essenciais para o controle da doença e da evolução cicatricial. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.Manual do pé diabético : estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 2. CAIAFA, J S, CASTRO, AA, FIDELIS,C3, SANTOS,V P, SILVA, E, JUNIOR, C.J.S. Atenção integral ao portador de Pé Diabético -J Vasc Bras 2011, Vol. 10, Nº 4, Suplemento 2 3. CARVALHO, C.B.N. et al. Pé Diabético: análise bacteriológica de 141 casos. Arq. Bras. Endocrinol. Metab.p. 398-405, 2004 4. SBD / Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. EXAMES COMPLEMENTARES NA AVALIAÇÃO CICATRICIAL DA ÚLCERAS DIABÉTICAS Luciana Rocha Leal Martins 1 ; Rose Ana Rios David 2; Ana Paula Fernandes 3; Onsli dos Santos Almeida 4; Roseanne Montargil Rocha 5. 1 - Enfermeira, Especialista em Terapia Intensiva (SÃO CAMILO-BA), Membro do GPAH (UFBA). Pós graduanda do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA-BA). Contato: [email protected] . 2 - Enfermeira, Especialista em Enfermagem Dermatológica. Profa. Dra. da Universidade Federal da Bahia; Enf. do Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste; Vice líder do Grupo de 3 - Pesquisa em Atividades Hiperbárica (UFBA). Pós graduanda do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA - BA). Contato: [email protected]. 3 - Enfermeira, Especialista em Terapia Intensiva e Administração Hospitalar (UFBA); Membro do GPAH (UFBA). Pós graduanda do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA-BA). Contato: [email protected] . 4 - Enfermeira; Especialista em Podiatria Clínica pela Faculdades Integradas de Guarulhos (SP/SP). Contatos: [email protected] . 5 - Enfermeira, Especialista em Enfermagem em Estomaterapia TiSOBEST., Profa. Dra. da Universidade Estadual de Santa Cruz, Coordenadora do Núcleo de Estomaterapia (UESC), Coordenadora do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA - BA). Contato: [email protected]

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INTRODUÇÃO:

O diabetes descompensado pode prejudicar a saúde do paciente e desencadear inúmeras complicações, como a dificuldade no processo de

cicatrização. O controle metabólico do paciente diabético implica diretamente nos riscos de suas complicações, entre elas a mais freqüente é a úlcera diabética. Este trabalho tem por objetivo apresentar os exames laboratoriais utilizados no instrumento de coleta da pesquisa intitulada: “CURATIVOS

ESPECIAIS NO TRATAMENTO DAS ÚLCERAS DIABÉTICAS NA REDE PRIMÁRIA DE SALVADOR - BA. Palavras-chave: Úlceras diabéticas do pé; Exames complementares; Curativos; Estomaterapia; Cicatrização de feridas. MATERIAL E MÉTODOS:

Este estudo é um recorte do projeto intitulado CURATIVOS ESPECIAIS NO TRATAMENTO DAS ÚLCERAS DIABÉTICAS NA REDE PRIMÁRIA DE SALVADOR - BA. As informações apresentadas nesse estudo foram retiradas do instrumento de coleta da pesquisa citada acima, aprovada pelo comitê de Ética da Escola de Enfermagem da UFBA sob Parecer no 453.482 de 06/11/2013. Tem por objetivo analisar a efetividade do uso de curativos especiais no tratamento de úlceras diabéticas em pacientes atendidos nas salas de curativos das unidades de saúde da rede primária do município de Salvador- Bahia, em andamento, realizado em 3 unidades primárias de saúde, onde duas são utilizadas para intervenção e uma para grupo controle. Serão utilizados 88 pacientes, sendo acompanhados por 06 meses. Os critérios de inclusão envolvem maiores de 18 anos, úlceras ativas e sob acompanhamento médico e ou da enfermagem pelo programa de diabetes da unidade básica. Serão excluídos pacientes diabéticos com hanseníase. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O processo de cicatrização envolve proteínas e células. A glicose em excesso no sangue fará com que o eritrócito fique mais denso ligando-se a hemoglobina. A hemácia mais densa terá sua velocidade de locomoção diminuída dificultando a captação dela pela fibrina, interferindo na cicatrização.

A depleção de albumina contribui para o atraso na cicatrização, diminuindo a angiogênese, a proliferação de fibroblastos e a síntese e remodelação de colágeno .

A hemoglobina glicada, a albumina e o hemograma completo, traduzem a resposta metábolica evidenciando as alterações no progresso ou retardo cicatricial. A coleta será realizada na admissão, na colonização crítica, infecção e/ou retardo no processo cicatricial. Considerados valores normais: hemoglobina glicada de 6,5 a 7%, albumina sérica de 3.5 a 5,2g/dl e hemograma (eritrócitos 4 a 6 milhões/mm3 , hemoglobina 12 a 18 g/dl, hematócrito 35 a 50%, plaquetas 150.000 a 450.000/mm3, leucócitos 4.500 a 11.000 células/mm3).

As alterações laboratoriais serão atreladas ao quadro clínico e ou alterações da ferida, descritas em relatório e encaminhados para o medico e ou enfermeiro assistentes do paciente a fim de intervirem adequadamente facilitando o processo de cicatrização. CONCLUSÕES:

Espera-se utilizar os exames laboratoriais como parâmetros de acompanhamento do controle metabólico e como um dado a ser manipulado visando a cicatrização. No caso das úlceras infectadas eles estarão relacionados a escala PEDIS.

Os exames de hemoglobina glicada (HbA1c) , albumina e hemograma completo são parâmetros sistêmicos que influenciam nas intervenções das úlceras diabéticas e tornam-se essenciais para o controle da doença e da evolução cicatricial.

REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.Manual do pé diabético : estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 2. CAIAFA, J S, CASTRO, AA, FIDELIS,C3, SANTOS,V P, SILVA, E, JUNIOR, C.J.S. Atenção integral ao portador de Pé Diabético -J Vasc Bras 2011, Vol. 10, Nº 4, Suplemento 2 3. CARVALHO, C.B.N. et al. Pé Diabético: análise bacteriológica de 141 casos. Arq. Bras. Endocrinol. Metab.p. 398-405, 2004 4. SBD / Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016.

EXAMES COMPLEMENTARES NA AVALIAÇÃO CICATRICIAL DA ÚLCERAS DIABÉTICAS Luciana Rocha Leal Martins 1; Rose Ana Rios David 2; Ana Paula Fernandes 3; Onsli dos Santos Almeida 4; Roseanne Montargil Rocha 5.

1 - Enfermeira, Especialista em Terapia Intensiva (SÃO CAMILO-BA), Membro do GPAH (UFBA). Pós graduanda do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA-BA). Contato: [email protected]. 2 - Enfermeira, Especialista em Enfermagem Dermatológica. Profa. Dra. da Universidade Federal da Bahia; Enf. do Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste; Vice líder do Grupo de 3 - Pesquisa em Atividades Hiperbárica (UFBA). Pós graduanda do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA - BA). Contato: [email protected]. 3 - Enfermeira, Especialista em Terapia Intensiva e Administração Hospitalar (UFBA); Membro do GPAH (UFBA). Pós graduanda do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA-BA). Contato: [email protected]. 4 - Enfermeira; Especialista em Podiatria Clínica pela Faculdades Integradas de Guarulhos (SP/SP). Contatos: [email protected]. 5 - Enfermeira, Especialista em Enfermagem em Estomaterapia TiSOBEST., Profa. Dra. da Universidade Estadual de Santa Cruz, Coordenadora do Núcleo de Estomaterapia (UESC), Coordenadora do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia (FACISA - BA). Contato: [email protected]