Exemplos de superação que marcaram a primeira década ANO 3 ... · Dom Antônio Ribeiro de...

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CRER EM REVISTA 1 Crer e m r e v i s ta Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo Exemplos de superação que marcaram a primeira década do CRER ANO 3 # 14 GOIÂNIA | AGOSTO - OUTUBRO 2012 www.crer.org.br

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Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo

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CarTa ao LeITor

Edição históricaCaro leitor, esta é sem dúvida alguma

uma edição histórica da Crer em Revista, ao co-memorar os dez primeiros anos da nossa Insti-tuição, trilhados com muito trabalho, profi ssio-nalismo, responsabilidade, transparência e, por que não dizer, muita esperança. Há doze anos iniciamos este projeto, que hoje pelos números e resultados apresentados ratifi ca a sua impor-tância para toda a sociedade goiana. Difícil ima-ginar como era a vida de milhares de pessoas com defi ciências antes do CRER. Bom perceber quantos acolheram nossa Instituição, estimu-lando-nos a crescer sempre mais e continuando a nos apoiar em projetos que visem melhorar e implementar os nossos serviços.

As seções que seguem percorrem por histórias impressionantes, tal como a do CRER, inaugurado em 25 de setembro de 2002. Pela re-levância da data, nossa capa e entrevista abrem

espaço para três pacientes – Edivania de Matos Gonçalves, Antônio Irapuan Bezerra e Rose-mary Freitas Valle, compartilhando um pouco a trajetória de lutas de cada um. Além dessas, outras histórias de vida seguem nas próximas páginas, como a do balconista e palestrante Aguimar Silva, o Neguinho, apresentada em Superação.

A Crer em Revista, que a partir desta edi-ção passa a ter 32 páginas, traz também assun-tos de grande relevância para toda a sociedade como o artigo Sexualidade e Reabilitação e a ma-téria sobre autismo na nova seção É bom saber. Outra novidade é a seção Painel dedicada aos colaboradores e voluntários da Instituição.

Que as próximas páginas possam tradu-zir a alegria por termos chegado à marca dos dez anos!

E X P E D I E N T E Associados FundadoresAlcides Luís de SiqueiraDom Antônio Ribeiro de OliveiraElias Bufaiçal (in memorian)Lúcio Fiúza GouthierMaria Paula CuradoMilca Severino PereiraNabyh SalumPaulo Afonso Ferreira

Associados BeneméritosCyro Miranda Gifford JúniorGláucia Maria Teodoro ReisHelca de Sousa NascimentoJosé Alves FilhoMarley Antônio da RochaMarcos Pereira ÁvilaPaulo César da Veiga JardimRuy Rocha de MacêdoValéria Jaime Peixoto PerilloValtercy de Melo

Embaixadores do CRERLuiz Felipe ScolariValéria Jaime Peixoto Perillo

DiretoriaDom Antônio Ribeiro de OliveiraDiretor-PresidenteJosé Alves FilhoVice-Diretor

Ruy Rocha de MacêdoDiretor-Tesoureiro

ConselheirosAlberto Borges de SouzaCésar HelouEdward Madureira BrasilJosé Evaristo dos SantosJoaquim Caetano de Almeida NettoNabyh SalumSizenando da S. Campos Júnior

Conselho Fiscal - TitularesCyro Miranda Gifford JúniorMarley Antônio da RochaPaulo César Brandão Veiga Jardim

SuplentesMarcos Pereira ÁvilaValtercy de Melo

SuperintendentesSérgio DaherSuperintendente ExecutivoJoão Alírio Teixeira da Silva JúniorSup. Técnico de ReabilitaçãoClaudemiro Euzébio DouradoSup. Administrativo e Financeiro

Divaina Alves BatistaSup. Multiprofissional de ReabilitaçãoFause MusseSup. de Relações Externas

Diretor TécnicoJoão Alírio Teixeira da Silva JúniorCRM/GO 6593

CRER EM REVISTASupervisão geral, edição e textosAnna Luiza RucasGerente de Marketing - SRE

Jornalistas SRE - (edição e textos)Mayra Paiva - JPGO - 01802Thaís Franco

Hugo Miranda - (designer gráfi co)(diagramação e arte de anúncios)

Colaboradores SRE Márcia Nunes (adm - voluntariado)Olívia Gomes (secretária júnior)Rodrigo Rocha (contato comercial)

Colaborador CENEEduardo Castro (fotografi as)

Impressão: Stylo Gráfi ca

CRER EM REVISTA é uma publicação dirigida do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo. Tiragem: 5 mil exemplares. Contatos - fones: (62) 3232-3138/ 3106/ 3050 - [email protected] Site: www.crer.org.brEndereço CRER: Av. Vereador José Monteiro, 1655, Setor Negrão de Lima, CEP 74653-230 - Goiânia - Goiás

Sérgio DaherSuperintendenteExecutivo do CRER

AGIREstrutura Administrativa

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ÍNDICe

Agradeço a remessa da CRER em Revista (Ed.13), publicação de excelente quali-dade técnico-editorial, trazendo, nesta edição, matérias de interesse geral da população goianiense, além das prin-cipais atividades empreendidas pelo

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo em prol da recuperação

e da saúde dos pacientes acometidos de defi ciência física e/ou auditiva.

Registro que a leitura da Revista emo-cionou-me muito ao perceber o cuidado e o carinho que o CRER dedica aos seus

pacientes, valorizando e respeitando, antes de tudo, o ser humano, e buscando

sempre formas para melhorar a vida dos portadores de necessidades especiais,

modelo que certamente deveria servir de referencial para outros

Estados da Federação.

Gentil Pio de OliveiraDesembargador do Trabalho

Tribunal Regional do Trabalho da 18ª RegiãoGoiânia, via e-mail.

Agradeço pela oportunidade que toda a Estrutura Administrativa da AGIR e

os pacientes, que é a razão maior desta Entidade, me agraciaram convidando

para participar do Conselho da AGIR no período 2008 - 05/2012. Foi um privilégio

fazer parte da história do CRER que é um aprendizado por toda nossa vida e digni-fi ca qualquer ser humano, que entende o

que é servir o próximo.Na oportunidade, parabenizo Sérgio

Daher, Superintendente Executivo, pela excelente condução, com transparência e responsabilidade. Seu empreendedoris-mo, sua luta diária, a coragem, a paixão, a dedicação e amor pela causa, tem feito

uma diferença enorme no mundo e na vida da nossa sociedade goianiense.

Pedro Bitt arPres. do Movimento Goiás Competitivo – MGC,

ex-Conselheiro AGIR, via carta.

Canal [email protected]

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EntrevistaExemplos de superação que marcaram a primei-ra década de serviços do CRER

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2015

17

2829

30

26

24Por Dentro

do CRER Valeu a Pena CRER!

18 Espaço do paciente“Minha alegria contagia”

22Meio ambiente

Do lixo ao lixo

5TERCEIRO SETOR

PAINEL

PARÁGRAFO ÚNICO

9RESUMO

ARTIGO

É BOM SABER

SUPERAÇÃO

EMPRESAS MANTENEDORAS

AGENDA

PERFIL DO COLABORADOR

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TerCeIro SeTor

Movimento Terra Livre

o Terra Livre foi idea-lizado por um grupo de amigos, que insatisfeitos com as desigualdades sociais, começam em 1997, no Rio de Janeiro, a realizar informalmente ati-vidades solidárias, mas é em Goiás, em 1999, onde consolidam defi nitiva-mente as atividades da Instituição. Em 2002 é ofi cializado o Movimento Terra Livre, uma organização privada, sem fi ns lucrativos, de assistência social que surge com a missão de proporcio-nar maior igualdade de oportunida-des e de direitos a crianças e adoles-centes em situação de exclusão social, buscando contribuir para a interrup-ção dos ciclos de pobreza e violência.

Após 15 anos de atuação e mais de 30.000 crianças e adolescen-tes benefi ciados pelas ações em vá-rias partes do estado de Goiás, hoje o Terra Livre foca suas atividades no Centro Educacional Terra Livre – CETL, em Aparecida de Goiânia.

Para a escolha dessa sede foi considerado o nível de aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescen-te, estatísticas de violação de direi-tos fundamentais daquele público, além de uma série de indicadores que demonstravam a clara necessidade de intervenção, comprovados atra-vés de pesquisa da própria entidade.

O Centro Educacional Terra Li-vre nasceu com a proposta de ir além de oferecer vagas de creche e pré-es-cola, mas também de intervir na con-dição cultural de toda família. Oferece educação infantil em período integral, educação complementar no contra-turno da escola (ofi cinas voltadas à lei-tura, escrita, artes, teatro, jogos, além da capoeira e a musicalização) e edu-

cação comunitária, destinada aos fa-miliares dos jovens, que ocorre por meio de palestras e ofi cinas educativas mensais. Hoje o CETL atende direta-mente 92 crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos, benefi ciando 56 famílias.

Mas nada disso seria possível sem parcerias. Além de conselheiros voluntários comprometidos, e com formações diversas, e uma equipe de profi ssionais contratados dedicados e bem capacitados, o Terra Livre acredita na união de esforços. Des-sa forma, conta com o apoio de pessoas físi-cas e de empresas que acreditam que a socie-dade civil pode sim se organizar e auxiliar no desenvolvimento de cidadãos, mais cons-cientes de seus direitos e deveres, em especial em relação ao cumpri-mento do Estatuto da Criança e do Adolescen-te, fortalecendo assim o Sistema de Garantias da Infância e Adolescência.

Todos podem participar dessa corren-te do bem auxiliando no custeio de uma ou mais crianças no CETL, sendo pessoa física par-ticipando do Programa de Apadrinhamento, sendo pessoa jurídica podendo se tornar uma Empresa Chancelada do Terra Livre, e assim de-monstrar para o público

que atua com responsabilidade social.Se a opção é trabalhar como vo-

luntário no projeto, o interessado deve participar do programa “Círculo do Bem”, um grupo de voluntários que auxilia na arrecadação de recursos fí-sicos, materiais e humanos, auxiliar na logística, como “voluntário ofi cineiro” ou compartilhando a sua habilidade.

Informações - www.terralivre.org.br / (62) 3095-2097

Por: Roberta Soares, Assessoria de Comunicação Movimento Terra Livre

Educação é o caminho para a construção de uma sociedade mais consciente e igualitária

Alegria - Laila Lauane Alves da Silva, 6 anos, do Residencial Itaipu, Aparecida de Goiânia, é atendida pelo projeto desde 2010.

Seu sonho é ser enfermeira.

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eNTreVISTa

T Rosemary Freitas Valle , co-

nhecida como Meirinha, 63 anos,

servidora pública . Perdeu o mo-

vimento das pernas após um pro-

cedimento cirúrgico no intestino.

Mas isso não impediu que ela con-

tinuasse lutando pelos seus sonhos.

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rês pessoas com histórias diferentes e o mesmo propósito: a superação. pacientes como edivai-na Gonçalves, Antônio Irapuan e Meirinha do Valle refl etem em suas respectivas trajetórias a força de vontade, determinação e superação de desafi os que marcaram a primeira década de serviços do CRER.São 10 anos de lutas e conquistas diárias, em que o CRER caminhou e cresceu junto com cada paciente.

Antônio Irapuan Bezer-

ra, 62 anos, funcionário público.

Sofreu um Acidente Vascu-

lar Cerebral (AVC) em de janei-

ro de 2010. Após dias difíceis na

UTI, foi encaminhado ao CRER.

Desde então, luta para dar conti-

nuidade à sua própria caminhada.

Edivania de Matos Gonçal-ves, 24 anos, graduada em Admi-nistração. É casada há quatro anos com Fábio Antunes Gonçalves e mãe de duas fi lhas: Yasmmin Sophia , 3 anos, e Anna Luiza, 3 meses. É por-tadora de atrofi a muscular espinhal e, em decorrência disso, tornou-se cadeirante aos 13 anos. Há 10 anos, Edivania chegou ao CRER. De lá pra cá, não parou de somar vitórias.

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1 - Como se tornou paciente do CRER? Qual sua rela-ção com o Hospital?

Irapuan Bezerra: Depois de enfrentar dias terríveis na UTI, cheguei ao CRER, ainda em uma situação com-pletamente complicada. Após o AVC, perdi o movi-mento de toda a parte esquerda do meu corpo e tam-bém o equilíbrio da coluna e tronco. Passados 57 dias de internação e tratamento no CRER, recebi alta e já saí andando de muleta, coisa que eu faço até hoje, já com uma certa desenvoltura. Agora, acabo de rece-ber alta da fi sioterapia e vou iniciar no programa Agir + Saúde, para dar continuidade ao meu tratamento.Isso aqui é uma bênção de Deus. A criação deste Hospital, a forma como ele é administrado, e a for-ma respeitosa que nós, pacientes, somos tratados me emocionam muito. Tenho uma relação de carinho e amor, até pelo nome. Além de todo o tratamento e carinho que recebo aqui, ainda me sinto confortado em estar em uma unidade que leva o nome de uma pessoa que admiro muito e pude servi-lo quando foi governador de Goiás, o doutor Henrique Santillo.

Edivania Gonçalves: Sou portadora de atrofi a mus-cular espinhal progressiva tipo III. Cheguei ao CRER assim que o Hospital abriu as portas, no segundo dia de funcionamento. Já estou há dez anos no CRER, fa-zendo tratamento contínuo de reabilitação e consultas periódicas. A atrofi a é uma doença genética e progres-siva. Então, de acordo que ela vai evoluindo, meus músculos vão atrofi ando. Por isso, não posso parar. Minha relação com o CRER é quase um casamento (ri-sos). Acompanhei a minha evolução e a evolução do CRER. Vi a ampliação, criei vínculos, amigos, conheci outras pessoas com patologias e superações diferentes.

Meirinha do Valle: Há cinco anos, fi z uma cirurgia de

obstrução intestinal, na qual entrei andando e, no ou-tro dia, notei que não sentia mais as pernas. A medula está sem comprometimento, tenho toda sensibilidade, mas falta força motora. 20 dias após a cirurgia, internei no CRER por dois meses, onde até hoje faço fi siotera-pias. A relação com a Instituição é de extrema confi an-ça, agradecimento e fé, pois o tratamento recebido é ímpar e mesmo tendo passado por outras instituições em Brasília e São Paulo, afi rmo com veemência que o carinho e o profi ssionalismo do CRER são inigualáveis.

2 - Quais os grandes obstáculos e as grandes conquis-tas da sua vida?

Edivania: De 10 anos para cá eu tive muitas conquistas. Terminei o ensino fundamental, concluí o ensino mé-dio, entrei para uma faculdade e acabo de me formar em Administração. Casei, tive duas fi lhas. Gosto de falar para outras pessoas sobre minha vitória de vida. A minha doença não é uma barreira. Temos de correr atrás dos nossos sonhos, crer que também somos capa-zes de fazer tudo aquilo que outras pessoas fazem, não se limitar e não fi car chorando no canto. O que eu tinha de conquistar, eu já conquistei. Não existem barreiras. Tem gente que acha difícil ser mãe. Existem muitos mi-tos em relação a isso. Você pode ser mãe cadeirante?

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Pode. Eu sou! Você tem de ter cons-ciência do seu quadro de saúde. É uma coisa normal e é muito gostoso.

Irapuan: Minhas grandes conquis-tas foram reaprender a me locomo-ver de cadeira de rodas sem ajuda de terceiro e reconquistar as peque-nas independências do dia a dia.

3 - Pela sua vivência, quais são os principais desafi os da pessoa com defi ciência?

Meirinha: Nosso maior desafi o é se olhar e encarar a própria defi -ciência, é vencer as barreiras do nosso preconceito seguindo e en-frentando os olhares das diferen-ças. É tirarmos segurança das in-seguranças e seguirmos diante da nova realidade. Enfrentando-a, es-taremos dominando nossos medos.

Irapuan: Considero esta uma per-gunta muito boa. Imagina você atravessar uma rua aqui em Goi-ânia, por exemplo, num horário de pico? Esse é um grande de-safi o! Só quem passa a ter algu-ma defi ciência consegue avaliar e explicar as nossas difi culdades. Ainda falta muita acessibilidade.

Edivania: O que mais impede as pessoas com defi ciência é o meio que a gente vive. Tanto a cidade, quanto as pessoas. Ninguém pen-sa na pessoa que tem limitação física. Precisamos de mais aces-sibilidade, conforto e segurança.

4 – Em sua opinião, como seria uma sociedade integralmente in-clusiva?

Edivania: A sociedade precisa en-tender que a pessoa com defi ciên-cia não é inválida, sem direito de e ir e vir. É preciso que a sociedade mude essa visão. É preciso adap-tar os espaços públicos para que se tornem acessíveis aos cadeiran-tes e outros tipos de defi ciência.

Meirinha: Uma sociedade inclu-siva inicia-se pela educação de

nossas crianças e jovens, ensinan-do-os o respeito e a convivência com as desigualdades. A solidarie-dade e participação com as causas nos aproximarão, tornando-nos mais humanos e justos. Uma so-ciedade inclusiva é onde todos são iguais, apesar das diferenças.

5 – Quais suas projeções e sonhos futuros?

Irapuan: Dependo ainda de uma recuperação no meu braço esquer-do, mas já estou me preparando para viver com essa sequela. Isso ainda atrapalha um pouco o dia a dia. Mas, de um modo geral, sou muito grato a Deus e ao CRER.

Meirinha: Passado o susto inicial, vi que não poderia deixar meus sonhos e minha luta morrerem. Foi-me permitido o dom da vida e por ela continuo a caminhar, acre-ditando na minha capacidade e persistência, olhando e encarando o futuro com extrema alegria e co-ragem. Luto com todas as forças para retornar, mas não cai nenhu-ma folha sem que o Pai permita.

Edivania: Agora que concluí o en-sino superior, preciso estabelecer novas metas. Tudo que eu plane-jei, já consegui. Meu futuro é con-seguir um bom emprego, cuidar e educar as minhas fi lhas. Quero viver bem. Espero que minhas fi -lhas vão em busca dos sonhos, as-sim como eu fui atrás dos meus.

6 – Qual a mensagem deixada ao CRER pelos seus 10 anos?

Irapuan: Se o CRER pudesse se multiplicar, seria ótimo. Acho que se Goiás tivesse a oportunidade de ter dois ou três centros de reabilita-ção como o CRER seria muito bom, embora ele já receba pacientes do País todo, se consolidando como re-ferência nacional.

Edivania: Continue crescendo e tra-tando os pacientes com respeito, de forma igualitária, sem diferenças. E

que os profi ssionais continuem ofe-recendo amor. Vi muitas pessoas chegarem aqui bastante debilitadas e, aos poucos, reconquistarem tudo que tinham antes. Mas saem dife-rentes, como grandes vitoriosos.

Meirinha: O CRER, instituição cria-da pelo governador Marconi Pe-rillo, traz orgulho a todos goianos, pelo atendimento, profi ssionaliza-ção e carinho de todos. Nos orgu-lhamos e amamos esse patrimônio que não é só nosso, mas dos brasi-leiros e até estrangeiros . Que Goiás tenha mais unidades do CRER, cen-tros de excelência!

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Par

ágra

fo Ú

nico

Não há palavras que possam ex-primir a gratidão pelo apoio rece-bido nesses dez

anos. Entretanto, a transformação

de vida das pesso-as que percorrem

os espaços do CRER é a mani-festação explícita do quão impor-tante foi contar com parceiros dedicados ao longo desse

tempo.

Sérgio Daher, Superintendente Executivo,

sobre os dez anos do CRER.

resumo

Hospitalar O Superintendente Administrativo do CRER, Claudemiro Euzébio Dourado, a gerente de Suprimentos, Silmonia Saturnino Fernandes, e os colaborado-res Bett ina Marta Magni e Darlan Dias Santana, participaram nos dias 22 a 25 de maio da Feira Hospita-lar em São Paulo. As empre-sas Ott o Bock do Brasil, Ma-com Instrumental Cirúrgico, Meta Hospitalar Ltda, MV Informática Nordeste Ltda e LN Turismo Evento Ltda foram os apoiadores na par-ticipação do CRER na Feira Hospitalar, em 23 de maio.

X Sipat e V CCIHO CRER promoveu de 14 a 18 de maio a X Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT) e a V Semana da Comissão de Contro-le da Infecção Hospitalar (CCIH), que aconteceram simultaneamente.Na abertura das atividades, Sérgio Daher, Superintendente Executivo, destacou o compromisso da insti-tuição com a qualidade de vida e segurança do colaborador no ambien-te de trabalho, reforçando a importância do envolvimento de cada um.Várias palestras foram apresentadas e atividades desenvolvidas em vá-rios setores do CRER. O psicólogo Hercílio Barbosa da Silva Júnior (foto), colaborador da Instituição, tratou sobre “Qualidade de vida – ge-renciamento profi ssional” em uma palestra envolvente e bem refl exi-va. “Qualidade de vida começa em nós, é a postura de cada um em re-lação à própria vida”, frisou o palestrante, que também destacou a importância de uma comunicação efi ciente na solução de confl itos e fortalecimento das relações tanto no meio laboral quanto fora dele.Teve destaque também a forma correta de higienização das mãos para o controle de infecções. As demonstrações foram apresentadas de forma lúdica e descontraída com a caracterização de toda equipe.

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resumo

Exemplo de solidariedade

O CRER recebeu no dia 4 de junho doações de 2 mil unidades de fraldas

geriátricas e mais de 50 quilos de leite em pó, por meio de uma gincana

solidária, promovida pela Esco-

la Internacional de Goiânia. O

Hospital atende o grande inca-

pacitado, pessoas com defi ciên-

cias físicas e auditivas, dentre as

quais muitas necessitam de leite

em pó e fraldas geriátricas.

CRER nas redes

O Conselho administrativo e Diretoria

da AGIR se reuniram no dia 29 de maio

para discutir, dentre os vários assuntos

da pauta, a aprovação do projeto “CRER

nas Redes Sociais”, que foi aprovado e

de imediato fi cou disponível nas redes.

Dicas de organização e limpeza

Foi realizado no dia 31 de maio um workshop com Zezé de Souza sobre di-cas de organização, limpeza, aproveitamento sustentável e reciclagem de bens e utensílios. O workshop aconteceu no auditório Valéria Perillo, das 14 às 18 horas. Ao fi nal, foi feita demonstração e venda de produtos de limpeza para casa, confeccionadas pela própria Zezé, de forma sustentável e ecológica.

Interaç@oCom a presença nas redes sociais, o CRER pretende estreitar o diálogo e aumentar a transparência com a socie-dade em geral. Para nos acompanhar, basta curtir nossa página no Facebook (facebook.com/crerhospital) e seguir nosso perfi l no Twitt er (@CRER_GO).

Visita agita o CRERNo dia 23 de maio, o CRER recebeu a visita do ex-BBB12, João Maurício, que percorreu o hospital conhecendo as instala-

ções e os serviços prestados. Na equoterapia, o ex-participante do reality show interagiu com a equipe de profi ssionais,

comprometendo-se a doar um animal para as atividades, já que no dia anterior a égua Bainha havia falecido, deixando

uma lacuna no atendimento aos pacientes.

Carismático e atencioso, João Maurício posou com colaboradores e pacientes do CRER.

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resumo

ReabilitarO CRER sediou nos dias 14 e 15 de junho o 20º Encontro Científi co Iti-nerante “Reabilitar”, realizado pela Ott obock. Evento discutiu o seg-mento, as tecnologias e atualizações do setor de medicina e reabilitação.

1ª Semana da EnfermagemNo mês de maio, a gerência de Enfermagem do CRER, com o apoio de toda a Instituição, realizou no auditório Valéria Perillo um ciclo de palestras voltado aos pro-fi ssionais da área.

Videotransmissão de cirurgias ortopédicasNo dia 13 de junho, o CRER recebeu o médico Francês Pierre Chambat, que veio ao Hospital a convite da equipe técnica para realizar duas cirurgias ortopédicas por

via artroscópica com o também cirur-gião ortopedista Dr. Halley Paranhos.As cirurgias foram transmitidas do centro cirúrgico do CRER si-multaneamente para o auditório da Instituição, onde 35 médicos or-topedistas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e outros Estados acompanhavam os procedimentos.

Parceria socialNo dia 19 de junho, alunos da Escola da Rede Su Beauty atendereram cerca de 40 pessoas entre colaboradores, pa-cientes e acompanhantes com cortes de cabelo. A Rede Su Beauty é parceira do CRER e mensalmente promove esta ação.

Doença de PompeUm evento para profi ssionais de saúde sobre a Doença de Pompe foi realizado no CRER, no dia 22 de junho. A atividade fez parte da programação da campa-nha de conscientização sobre a doença, promovida pela Academia Brasileira de Neurologia.De origem genética, a Doença de Pompe acomete o tecido muscular, levando a um quadro de miopatia debilitante e progressiva, que acarreta fraqueza muscu-lar, deterioração da função respiratória, podendo levar à morte prematura.

Semana da Qualidade

A 3ª Semana da Qualidade do CRER foi

realizada de 25 a 28 de junho. O objeti-

vo das ações e palestras propostas aos

colaboradores é reforçar os conceitos

e práticas que devem ser assumidas

no dia a dia para o seu bom funciona-

mento e melhor prestação de serviço à

sociedade. Dentre a programação, des-

taque para palestra “Dedicação é Qua-

lidade”, ministrada por Aguimar Silva,

“Neguinho” (foto). Atendente na lan-

chonete Biscoitos Pereira, há 22 anos,

falou sobre “qualidade e motivação”,

que segundo ele fazem toda diferen-

ça. “A qualidade profi ssional nos co-

loca ao patamar do sucesso. Você tem

que ter orgulho do que faz!”, enfatizou

Neguinho, ao contar sua trajetória de

vida, marcada pela superação e pelas

conquistas que alcançou com o seu tra-

balho (leia mais nas páginas 26 e 27).

O Sistema de Gestão da Qualidade

(SGQ) certifi cado segundo a NBR ISO

9001:2008 é uma ferramenta indispen-

sável para a boa gestão do Hospital.

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Implante coclear O CRER realizou no dia 29 de junho as duas primeiras cirur-gias de implante coclear, proce-dimento de alta complexidade, habilitado junto ao Ministério da Saúde no dia 01 de junho de 2012.Os primeiros pacientes a rece-berem o implante foram: Ivan-na Márcia T. da Silva (48) e Anésio Anjos (62). Cada cirurgia durou cerca de três horas e envolveu uma equipe médica de mais 10 pessoas, liderada pelo médico otorrino Dr. Sérgio de Castro Martins.“É uma cirurgia delicada e de difícil execução, mas é tranquila para o paciente. As duas primeiras cirurgias que realizamos foram um suces-so”, avaliou o cirurgião. O procedimento, conforme explica o Dr. Sérgio, consiste em “implantar um aparelho que transforma o som que chega ao ouvido em eletricidade, que ativa o nervo do ouvido e leva ao cérebro”. O CRER é o único hospital do Estado que realiza Implante Coclear pelo Sistema Único de Saúde – SUS. As duas cirurgias foram transmitidas em tempo real para profi ssionais da área que acompanhavam do auditório do Hospital. Foram utilizados equipamentos de última geração com tecnologias inovadoras como, por exemplo, a monitorização intraoperatória, visando o conforto e seguran-ça ao paciente.

Programa de Assistência Ventilatória A portaria nº 577, de 20 de junho de 2012, habilita o CRER no Programa de Assistência Ventilatória não invasiva aos portadores de Doenças Neu-romusculares.

Padre Luiz Augusto celebra missa no CRER

O CRER recebeu, no dia 29 de ju-

nho, a visita do Padre Luiz Augus-

to para a celebração da missa do

mês. A um grande público, dentre

pacientes e familiares, colabora-

dores e voluntários, Padre Luiz

falou da necessidade de cada um

refl etir sobre o que já fez duran-

te o ano, fazendo uma avaliação

para melhor direcionar sua vida

na segunda metade de 2012. “No

fi nal de cada ano fazemos projetos

e planos para o seguinte e muitas

vezes não cumprimos, esquece-

mos e quando percebemos esta-

mos novamente fazendo mais pla-

nos para um novo ano”, enfatizou

o celebrante.

Ao fi nal da missa, em um clima

de muita emoção, os pacientes do

CRER receberam uma bênção pela

saúde.

CEBASConforme Portaria nº 611, de 28 de junho de 2012, e segundo a Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, o CRER passou a ser reconhecido pelo Ministério da Saúde, como Entidade Bene-fi cente de Assistência Social, recebendo o selo CEBAS Saúde, que con-fere ao Hospital a con-dição de entidade fi lan-trópica prestadora de serviços à sociedade.

resumo

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Cara nova O CRER ganhou nova fachada, re-paginada e com iluminação, no iní-cio de julho. A mudança é umas das ações promovidas em função da co-memoração dos 10 anos do CRER.

Arraiá de 10 anos do CRER O arraiá em comemoração aos 10 anos do CRER reuniu 1,5 mil pesso-as, dentre colaboradores, voluntá-rios, pacientes e familiares. O even-to aconteceu no dia 7 de julho, na quadra de esportes da Instituição. O arraiá foi animado pelas tradi-cionais quadrilhas apresentadas pelos pacientes. Este ano, a novi-dade fi cou por conta da quadri-lha dos colaboradores (foto), que se apresentou pela primeira vez.24 casais de colaboradores partici-param da quadrilha, que teve dura-ção de 30 minutos e tirou o fôlego

do público presente. Os quadri-lheiros surpreenderam a todos e foram bastante aplaudidos no fi nal.Gilnorma e Emerson ganharam o prêmio de casal mais animado. Já a premiação do casal melhor caracte-rizado fi cou com a du-pla Marta e Alessando.Ian Beni (ver pag. 29), colaborador da Ofi ci-na Ortopédica e core-ógrafo da quadrilha, também recebeu prê-mio da Instituição em reconhecimento e ho-menagem pelo desem-penho nos ensaios da

apresentação dos colaboradores.Além das quadrilhas de pacien-tes e colaboradores, os grupos de dança convidados “Tradição” e “ Capim e Canela” também anima-ram o Arraiá de 10 anos do CRER.

Segura, peão!O CRER promoveu, na tarde do dia 27 de julho, uma atividade lúdica com praticantes da Equoterapia utilizando touro mecânico. O exercício programa-do, sob coordenação da psicóloga Cledma Ludovico, desenvolve a estimula-ção sensorial e melhoria do equilíbrio, além de integração entre pacientes e familiares.Maurício Oliveira (foto), 10, tem paralisia cerebral e é paciente do CRER há oito anos. “Adorei a brincadeira. Mas é muito difícil aguentar esse boi”, contou. Além dele, dezenas de pacientes e familiares participaram da atividade.

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S

arTIGo

exualidade é um termo amplamente abrangente que englo-ba inúmeros fatores e difi cilmente se encaixa em uma defi nição única e ab-soluta. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada in-divíduo, de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo.

A sexualidade tem sido comu-mente utilizada como aspecto estrita-mente vinculado às atividades sexuais. No entanto, a sua expressão não se pren-de apenas a essas relações. Esta força, esta energia que promove movimento e vida, é expressa na capacidade criado-ra de cada indivíduo, em todas as ati-vidades socialmente produtivas, e deve em grande parte ser direcionada para o estabelecimento das relações inter-pessoais e afetivas de diversas ordens. Nessas relações, a sexualidade não se direciona apenas para fi ns reproduti-vos, mas para a realização do prazer.

Quanto mais emocionalmen-te saudável é a pessoa mais vínculos afetivos ela constrói, desenvolve e expressa seus afetos de maneira har-mônica e respeitosa, tanto para si quanto para aqueles com quem se re-laciona, ou mesmo para os objetivos aos quais direciona sua energia vital.

No contexto da reabilitação, as dores físicas e emocionais estão pre-sentes com grande força. A princípio, questões como sobrevivência, capa-cidade para o autocuidado e a reto-mada dos papéis familiares e sociais assumem prioridade para as pessoas envolvidas com o contexto promovido pela doença. São muitas perdas, desa-fi os e escolhas a serem enfrentadas nas

batalhas vividas diariamente. A sexu-alidade tende a ser deixada de lado.

Muitos necessitam de um tem-po para compreender as modifi cações do corpo, que antes dominavam. Tudo parece estranho e fora de controle, conviver com limitações, adaptações, intromissão, invasão, esquema corpo-ral modifi cado. Há a necessidade de amparo social, familiar, multiprofi s-sional, religioso, amigo. Todos soman-do forças na reconstrução de projetos e sonhos. Entretanto, cabe à pessoa um reencontro com seus desejos, que seguirão ao encontro da realidade em busca de maneiras adaptadas para não perder a sua capacidade de expressão.

Os padrões comportamentais das relações humanas afetivas, e princi-palmente as de cunho sexual, tendem a seguir o mesmo caminho, seja bom ou ruim, aprendido antes da defi ciência. Diante dessa, haverá crises, novos limi-tes e possibilidades a serem delimita-dos e encarados, e por certo, uma maior ocorrência de confl itos. Alguns desis-tem. Casais se divorciam. Filhos aban-donam pais. Sociedade exclui mentes criativas. Outros insistem, choram, caem e se levantam reinventando novas formas de expressar afetos e desafetos. A lágrima, o olhar, a pele, o sorriso pas-sam a comunicar como nunca fi zeram antes. Amantes se tocam de formas diferentes, antes nunca imaginadas.

A acessibilidade da pessoa com defi ciência é um grande diferencial para a promoção da saúde emocional. Tendo a sua capacidade criadora e produtiva restabelecida, pode retomar também projetos vinculados às ativida-des sexuais e as de cunho reprodutivo.

O sonho de ter fi lhos precisará de su-porte. Atividades de psicoeducação, as-sistência multiprofi ssional e programas de fertilidade assistida fazem, em mui-to, a diferença para quem não poderá realizar seus sonhos sem esse respaldo.

Cabe a equipe de reabilitação ofe-recer suporte para a promoção da saú-de/satisfação na relação sexual de defi -cientes e seus (suas) parceiros (as), não permitindo que esta chama se apague.

Janine Oliveira de Paula, enfermeira, Suely Toshie Inoue, terapeuta ocupacional, Grasiela de Oliveira Mota e Sônia Hele-na Adorno de Paiva, psicólogas.

Sexualidade e reabilitação

Quanto mais emocionalmente

saudável é a pessoa mais vínculos afetivos ela constrói, desenvol-

ve e expressa seus afetos de maneira

harmônica e respeito-sa, tanto para si

quanto para aqueles com quem

se relaciona (...).

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a trajetória do Grupo Unicom começou em 1981 quando o empresário Luis César Sales fundou em Brasília uma pequena loja de materiais médico-hospitalares. Dedicação, quali-dade e preços diferenciados ajudaram o negócio a ganhar proporção. Dois anos depois, a primeira drogaria do Grupo foi inaugurada na mesma avenida, a famosa Rua das Farmácias. A ideia era atender os clientes na totalidade. O pioneirismo de trabalhar com medica-mentos e produtos exclusivos consoli-daram a Unicom como uma das empre-sas mais respeitadas da capital federal.

O empresário sempre acreditou no respeito aos clientes como um dos principais alicerces das empresas de sucesso. Constantemente, identifi cava as necessidades e demandas na área da Saúde para atender melhor a todos que procuravam as lojas da Unicom. Por isso, em 2000, apostou na nova política de medicamentos brasileira e inaugurou a Drogaria Genérica, mais uma marca do Grupo. A loja se des-tacou pela variedade, condições de pagamento e excelência de estoque.

Desde o começo, o Grupo Uni-com oferece aos clientes conceitos di-ferenciados e uma extensa cartela de medicamentos, desde os mais simples, até os mais complexos, como antibi-óticos de última geração, antivirais e oncológicos. Essa preocupação em oferecer diversidade e qualidade foi perpetuada e hoje, mais de 30 anos depois, o Grupo é conhecido como o verdadeiro “Shopping da Saúde”, onde o cliente encontra tudo para seu bem-estar. São mais de 10 mil pro-dutos que abrangem áreas distintas.

Clientes do Shopping da Saúde en-contram desde artigos para uso domés-tico e hospitalar a alimentos diet e light. São produtos de ortopedia, fi siotera-pia, odontologia, laboratório, preven-ção, diagnóstico, primeiros socorros, linhas farmacêuticas, equipamentos e móveis hospitalares, instrumentos ci-

rúrgicos, descartáveis e injetáveis. As drogarias da Unicom ainda dispõem de artigos de higiene e prateleiras comple-tas de perfumaria, maquiagem e o que há de melhor no mercado da beleza.

Outra marca do Grupo são os serviços disponibilizados em prol do bem-estar e melhora da saúde de quem precisa de atenção especial. Diabéticos e hipertensos contam com atendimen-to diferenciado e gratuito, por meio de um cadastro exclusivo das lojas Unicom. Esse cadastro é feito pelos farmacêuticos das unidades e permite a construção de uma relação terapêuti-ca efetiva, identifi cando junto aos que estão em tratamento os principais pro-blemas e o estado de saúde em geral.

Os farmacêuticos atuam de for-ma responsável, dentro de seu escopo de trabalho, e dão orientações quanto ao uso dos medicamentos, possíveis in-terações e, quando necessário, podem encaminhar a outros profi ssionais da saúde. O intuito é reafi rmar o compro-misso de funcionar como um shopping da saúde e um centro de atenção à co-munidade, contribuindo para melho-rar a qualidade de vida das pessoas.

Valores atrelados à busca pela inovação resultaram em uma institui-ção sólida e reconhecida na área da Saúde, respeitada por parceiros e forne-cedores, da qual o Grupo orgulha-se de ter construído. A pequena loja que nas-ceu na Rua das Farmácias, em Brasília, transformou-se em uma empresa com mais de 400 colaboradores capacitados e 15 unidades que atendem três cidades brasileiras: Brasília, Goiânia e Palmas.

Grupo Unicom em Goiânia

Goiânia conta com três unidades do Grupo Unicom. A proposta é a mes-ma: primazia na qualidade do aten-dimento e diversidade de produtos e serviços, uma marca já registrada da instituição. A preocupação com o bem-estar dos clientes é explicitada nas ações

oferecidas pela empresa, em especial a atenção aos diabéticos. Assim como em outras cidades, as lojas da capital goia-na possuem equipes capacitadas, que estão a postos nas drogarias com in-tuito de auxiliar sobre aspectos relacio-nados à Diabetes. Dicas e informações como a maneira de aplicação da insu-lina, dentre outros pontos essenciais, são repassadas aos clientes da Unicom.

Responsabilidade Social Unicom

Bem-estar e saúde são dois conceitos primordiais para o Grupo Unicom. Para os idealizadores e cola-boradores da empresa, o sucesso e o crescimento da instituição estão direta-mente atrelados à preocupação com a qualidade de vida das pessoas. Por isso, a Unicom realiza diversas iniciativas em prol das comunidades em que atua.

Ações socioeducativas nas áreas da saúde, educação, lazer e alimenta-ção saudável fazem parte do escopo de trabalho do Grupo e são promovidas em eventos e feiras esportivas, órgãos públicos, além de datas comemorati-vas. São as chamadas “Campanhas de Conscientização”. A empresa leva até esses locais um estande com profi ssio-nais especializados. A idéia é conscien-tizar a população sobre a importância de ir ao médico constantemente e in-centivar a prática de atividade física, assim como de outras atividades que contribuam para a qualidade de vida.

No estande é possível a aferição de frequência cardíaca, pressão arterial, colesterol, triglicérides e glicemia. Far-macêuticos e médicos tiram dúvidas e montam um perfi l, chamado de “Avalia-ção Vida Ativa”, para cada pessoa aten-dida. Quem participa das Campanhas de Conscientização da Unicom recebe um mapeamento do corpo, apontando índice de gordura, massa magra, peso recomendável, dentre outros índices.

Assessoria Unicom

eMpreSaS MaNTeNeDoraS

Pioneirismo e dedicação

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eSpaço Do paCIeNTe

C om um jeito genuinamente ‘mineirim’, Paulo confi rma, por telefo-ne, a entrevista à reportagem da Crer em Revista. “Quando você ver um homem bonito e dos olhos claros, sou eu mes-mo”, explica, seguido de uma boa gar-galhada e antes de encerrar a ligação.

É com esse bom humor inaba-lável que Paulo Luiz Parreira de Frei-tas leva a vida e, facilmente, cativa a todos. Com um sorriso permanente na face e, de fato, reluzentes olhos azuis (que segundo ele podem osci-lar para verdes, “depende da pregui-ça”, brinca), Paulo nos conta como superou as surpresas da vida e as ex-pectativas que lhe foram impostas.

Vésperas da virada do ano de 1990, Paulo estava com a família em Ituiutaba – MG, sua cidade natal. Du-rante um salto de uma cachoeira, Paulo teve uma lesão medular e sequer con-seguiu fi nalizar o salto. Antes mesmo de cair na água, já notou que perdera o movimento das pernas e braços. En-

caminhado ao hospital de Uberlândia, Paulo teve tetraplegia diagnosticada, resultado de grave lesão na medula.

“Os médicos me disseram que eu jamais voltaria a movimentar meu corpo do pescoço para baixo. Fala-ram que eu viveria em cima de uma cama”, lembra Paulo, que à época ti-nha 33 anos. “Tudo na vida é constru-ído com um alicerce. O meu foi Deus, minha família e os profi ssionais que participaram da minha recuperação”.

Ele recorda que, evidentemente chateado com o diagnóstico, chamara a esposa, com então 25 anos, e disse-ra para seguir a vida dela. “Enquanto você respirar, estarei ao seu lado”, res-pondeu a companheira. Auricelma Isa-bel Parreira de Sousa, 46, nunca deixou o marido e o acompanha sempre em todos os lugares. “Essa mulher é uma guerreira”, defi ne Paulo, que tem sen-tada ao seu lado a inseparável esposa.

Pela impossibilidade de ser transferido para Goiânia, onde Paulo

vivia com a família, o paciente perma-neceu por dois anos em Minas Gerais, onde iniciou a reabilitação com sessões de fi sioterapia no Hospital da Univer-sidade Federal de Uberlândia. A per-sistência e força de vontade de Paulo foram seus principais aliados na sur-preendente recuperação que alcançara.

“Sou muito teimoso. Nada me atrapalha”, diz Paulo, numa auto-defi nição. O paciente permanecera cerca de dois anos e meio sem ne-nhum movimento do corpo. “Só fi ca-va na cama. Não mexia nada”, conta. “Até que certo dia consegui mexer meu dedão do pé direito. Dias de-pois, a perna. E logo, movimentei meus braços”, rememora o paciente.

Não levou muito tempo para que a persistência de Paulo o colocas-se de pé novamente. Três anos após o acidente que lhe deixara tetraplégico, ele conseguiu fi car em pé na cama, com a ajuda da esposa. Esse foi o pri-meiro passo dos muitos outros que

“Minha alegria contagia”

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ele deu. “Quando consegui ficar em pé, me senti alto demais. Era como se eu estivesse no paraíso”, recorda o paciente, que não esconde a emoção pela conquista. “Na hora, não con-seguimos segurar o choro. Foi muito emocionante”, completa Auricelma.

As alegrias na vida de Paulo e Auricelma não pararam por aí. Pais de Lorena Isabel, Osvaldo Rosa de Freitas Neto, o casal aumentou ainda mais a família com a chegada de Luiz Paulo. O filho caçula nascera três anos após o acidente e deixou as vidas de Paulo e Auricelma ainda mais feliz e completa. “Quando engravidei foi um susto porque meu outro filho do meio já tinha 10 anos. Pensei que tinha es-quecido como cuidava de um bebê”, diz a mãe. “Pra mim foi uma alegria enorme. Ela chorava e eu ria, festejava, beijava a barriga dela”, celebra Paulo.

“O CRER é a minha segunda casa ”

Paulo Luiz iniciou tratamen-

to no CRER em novembro de 2003 e, mesmo com a dificuldade motora, caminhava sozinho. Antes de che-gar ao Centro de Reabilitação, Pau-lo fez tratamento em casa e também na Colônia Santa Marta, em Goiânia

Dra. Ana Cristina Ferreira Gar-cia, médica fisiatra que acompanha Paulo no CRER, explica que com o tratamento de reabilitação, o pacien-te evoluiu do quadro de tetraplegia para tetraparesia, com a recuperação parcial dos movimentos. “Mesmo sem apresentar toda sensibilidade e força, ele consegue se movimentar”. Segundo a fisiatra, melhoras em le-sões medulares podem ocorrer.

Paulo já frequentou o CRER dia-riamente. Teve uma agenda intensa com sessões de hidroterapia, natação, fisio-terapia, terapia ocupacional e equotera-pia. Atualmente, mantém o tratamento com sessões semanais das três últimas terapias. “Venho tanto no CRER que eu deveria ter um puxadinho aqui”, decla-ra Paulo, que agora também vai receber atendimento no programa Agir + Saúde.

O paciente, que está no Hospital há quase 10 anos, acompanhou toda a ampliação da Instituição e se diz emo-

cionado com a evolução. “O crescimen-to do CRER é deslumbrante. Isso aqui representa a minha segunda casa”, completa. “A dedicação de todos os profissionais também é impressionan-te. Aqui, todo mundo é bem tratado, bem recebido da chegada até a saída. É gostoso demais. Só tenho a agradecer”.

A entrevista é interrompida vá-rias vezes. Colaboradores, de todas as áreas do CRER, e outros pacientes abor-dam Paulo o tempo todo para cumpri-mentá-lo e trocar um “dedim de pro-za”. “Sou muito popular. Aqui tenho muitos amigos e aprendi muito com es-sas amizades”, justifica as interrupções.

Nas sessões de Equoterapia, Paulo Luiz vai além: canta, faz poesias e ainda promove festas. “Em termos de motivação e força de vontade, ele é fantástico”, explica a psicóloga Sô-nia Helena, que acompanha o paciente na Equoterapia. Ela destaca também que outro diferencial no tratamento de Paulo é o amparo afetivo que re-cebe. “A esposa tem um papel funda-mental. É participativa e aderente ao tratamento. Um caso raro”, diz Sônia.

Há três anos, o paciente foi submetido a uma cirurgia de artrode-se na cervical, para descomprimir a

medula óssea, onde recebeu 10 para-fusos para dar sustentação à coluna. Atualmente, Paulo Luiz consegue ca-minhar em casa, mas ainda apresenta dificuldade e conta com o auxílio de muletas do tipo canadense. Em even-tos e até mesmo no CRER, Paulo pre-fere a cadeira de rodas. “Esse hospital ficou muito grande. Com a cadeira, me desloco mais rapidamente”, explica.

Agora aposentado, o ex-cami-nhoneiro desenvolveu várias habilida-des. A que chama atenção e faz sucesso é a confecção de tapetes de retalhos, atividade desenvolvida nas sessões de terapia ocupacional e aproveitada comercialmente. O objetivo é estimu-lar aspectos cognitivos, percepção, autoestima, socialização e capacidade de criação, onde Paulo se superou. O paciente faz belíssimos tapetes, que são disputados pelos interessados.

Sem perder o amigo, e a pia-da, Paulo Luiz diz que vive feliz. “Não tenho que reclamar de tristeza. Acho que minha alegria contagia. Minha luta inspira outras pessoas”. Estu-dioso Espírita, Paulo acredita que a doutrina o ajudou muito a superar os impasses da vida. “Temos de buscar Deus em todos os lugares”, conclui.

Acompanhado da Sup. Multiprofissional do CRER, Divaina Alves, Paulo pratica equoterapia

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É BoM SaBer

Diagnóstico de autismo depende muito da observação familiar

T ranstorno Invasivo do Desenvolvimento (TID). Essa é a classifi cação dada pela Asso-ciação Americana de Psiquiatria para o autismo, patologia cate-gorizada pelo desenvolvimento anormal do indivíduo, e que se manifesta geralmente até os três primeiros anos de idade, quando a criança começa a mostrar per-turbação nas interações sociais, comunicação e comportamento.

Estima-se que existam no Brasil cerca de 100 mil pessoas com autismo. Alguns autores apon-tam que a cada 10 mil nascidos, 21 bebês sejam autistas (sendo 4 a 5 vezes maior em meninos, em relação às meninas), mas a indi-cação da incidência do TID tem variado em função do aprimora-mento dos meios de investigação e de rigor em classifi car alguém como autista, já que seu comporta-mento pode ser meramente refl e-xo da infl uência de seu ambiente.

Sendo assim, diagnosticar o autismo é tarefa delicada, e ge-

ralmente muito embasada pelo depoimento familiar da pessoa. Atualmente, exames bioquími-cos, cromossômicos e eletroen-cefálicos ajudam a esclarecer o quadro, já que algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que podem ser vistos na tomografi a cerebral computadorizada (em adultos, as imagens de ressonância magnética podem mostrar anormalidades ce-rebrais adicionais), mas tais resul-tados servem apenas de amparo.

De causa desconhecida, estu-dos indicam que o autismo pode ser em parte, genético. Isso porque nos casos de gêmeos idênticos, ambos tendem a apresentar a desordem comportamental. Os principais sin-tomas a serem observados é a difi -culdade de reconhecer a estímulos auditivos e visuais e a expressar comunicação corpórea. A criança autista também não interage em jogos em grupo, evita o contato no olhar e tem uma anormalidade es-pecífi ca em expressar e reconhecer

emoções. Entretanto, o nível de in-teligência não é, necessariamente, atingido, já que nos casos de autis-mo, a inteligência fi ca entre a sub-normal e acima do normal, com maior sucesso em tarefas que reque-rem memória simples. Além desses sintomas, o autista tende a sofrer de fobias, perturbações do sono e da alimentação e crises de choro ou de agressão (tanto ao próximo, como de autolesão). É importante salientar que nem todos os autistas apresentam todos esses sintomas associados, e que a patologia não compromete a expectativa de vida.

Crianças autistas com inte-ligência subnormal, avaliadas em testes padrão e com resultados de QI abaixo dos 50 pontos, provavel-mente irão precisar de cuidado ins-titucional em tempo integral. Já as crianças com QI considerado normal se benefi ciam de educação regular, porém, inclusiva, e psicoterapia. A Fonoterapia é indicada e indicada precocemente bem como a tera-pia ocupacional e a fi sioterapia.

Como não há exames específi cos para a detecção do transtorno, e suas causas são desconhecidas, o relatório familiar é a maior base do diagnóstico autista.

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COMO SABER SE A CRIANÇA TEM AUTISMO?

• Geralmente, a criança apresenta, pelo menos 50% dos sintomas abaixo relacionados, e que podem variar de acordo com a intensidade e a idade;

• Difi culdade em interagir com outras pessoas;• Repetição de gestos idênticos;• Resistência a mudar de rotina;• Risos ou choro inapropriados;• Tem algumas fobias, e por outro lado, não teme os perigos;• Pouco contato visual;• Pequena resposta aos métodos normais de ensino;• Aparente insensibilidade à dor;• Ecolalia (repetição de palavras ou frases);• Conduta reservada;• Difi culdade em aceitar carinho;• Hiper ou hipo atividade física;• Angústia sem razão aparente;• Age como se não ouvisse;• Apego inapropriado e objetos;• Habilidades motoras e atividades motoras desiguais, e difi culdade em expressar suas necessidades

(usa sinais para os objetos em vez de palavras).

Texto: Patrícia Bulbovas Matéria retirada da edição nº 29 da Revista Mundo da Inclusão | Editora Minuano.

Elis Mendes Louza Júnior, 33 anos, autista, durante prática de equoterapia no CRER

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Reciclagem de ideias transforma contêineres em lojas espalhadas em todo o País e colabora com a preservação do meio ambiente

C

ontainer, segundo o dicionário da Língua Portuguesa, é um recipiente de metal ou madeira, geralmente de grandes dimensões, destinado ao acondicionamento e transporte de carga em navios, trens, entre outros. Já no concei-to da sustentabilidade, container pode ser uma boutique de moda, uma agência de propaganda ou até mesmo uma temakeria. Foi assim, reciclando ideias, que a Container Ecology Store começou o negócio e expandiu a marca para todo o País.

A ideia surgiu em 2008, quan-do o empresário gaúcho André Krai viu a oportunidade de transformar contêineres velhos em boutiques de moda. Além do visual moderno que proporcionam, ainda atendem a uma demanda cada vez maior de obras sustentáveis, ecologicamente corretas. As primeiras lojas foram em Xangri-Lá, no litoral do Rio Grande do Sul e em Florianópolis, na Praia dos Ingleses. O projeto, como era de se esperar, despertou a curiosidade de quem conhecia.

Com uma proposta que une sustentabilidade e praticidade em diversos tipos de negócios, a Con-tainer Ecology Store, que considera ser a única franquia totalmente sus-

tentável do mundo, tem chamado atenção e ganhado mercado com mais de 40 lojas espalhadas no Brasil. O trabalho vem atraindo cada dia mais empresas para de-senvolver seus produtos e projetos.

Para a edifi cação das lojas são utilizados materiais reciclados como contêineres com mais de 20 anos de uso. A franquia pode ter um ou mais contêineres, cada um com 30 metros quadrados. Eles são pintados de laranja, para chamar a atenção. Tirando a cor, a frente é de um contêiner original, com

sua autêntica e pesada porta. Na lateral, o aço foi cortado em um retângulo para colocar a vitrine.

A arara é um corrimão velho de ônibus, parte do piso também é de ônibus. O tambor de óleo corta-do pode virar puff e os decks são feitos com casca de arroz. Todo esse reaproveitamento de material derrubou os custos pela metade comparando com uma loja tradi-cional e com um pouquinho de decoração aqui e ali transformou sucata em uma boutique de luxo.

Para não esquentar, as cha-

MeIo aMBIeNTe

Do lixo ao luxo

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pas de aço das paredes são revesti-das de isopor e madeira. O espaço ganha provadores, espelhos, prate-leiras, TV e iluminação. E em uma semana a loja-contêiner está pronta.

Além de luxuosa, as lojas não perdem nada em conforto e mo-dernidade. A composição forma um ambiente arrojado, inovador e sustentável, que se destaca de for-ma positiva na cidade. Segundo a empresa, a utilização de materiais reciclados para a construção das lo-jas evita que 500 árvores sejam cor-tadas, uma grande contribuição a favor da preservação da natureza.

Em Goiânia, a moda sus-tentável dos contêineres tam-bém já chegou e faz sucesso. A loja, que segue o padrão de três contêineres e a cor laranja, é uma aposta do casal de empreendedores Pollyana Moraes e João Au-gusto, que viram no projeto uma maneira moderna, sustentável e chique de oferecer roupas fe-mininas e masculinas, de variadas marcas, ao exigente e de muito bom gosto público de Goiás.

Quem visitou Gramado, RS, durante o mês de julho conferiu uma vila feita com contêineres usados. Em parceria com o Grupo RBS, a Container Ecology Store montou a Estação Gra-mado com mais de 20 contêineres. Grandes marcas patrocinaram o projeto sendo elas Banco Itaú, Ponto Frio, Natura, Hyundai, Melitt a, Magnum e apoio da Prefeitura de Gramado.

Entre as várias atrações como pub, pista de patinação, arena kids e cafeterias, se destaca a primeira câmera fotográfi ca em container. O aparelho tem cerca de 6 metros de compri-mento e possui um sistema simples e divertido: basta su-bir na máquina, apertar o bo-tão, e a foto sai na mesma hora em uma tela gigante.

Fonte: Site Container Ecology Store

htt p://www.lojacontainer.com.br/

Loja em Goiânia também aposta no modelo sustentável

Câmera fotográfi ca em container chama atenção dos turistas em Gramado/RS

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o

por DeNTro Do Crer

CRER está completando 10 anos de atendimento prestado à sociedade, notadamente à pessoa com defi ciência física e auditiva. Foi no dia 25 de setembro de 2002 que o CRER abriu suas portas para fazer a diferença na vida de milhares de pesso-as. Nesta década de serviços prestados, superamos a marca de 6,6 milhões de procedimentos realizados.

A missão do CRER sempre foi oferecer exce-lência no tratamento aos pacientes que buscavam no Hospital uma oportunidade de superação. Para isso, priorizou o atendimento humanizado e a mo-dernidade técnica para alcançar o patamar de refe-rência em instituição de reabilitação e readaptação.

Administrado pela Associação Goiana de In-tegralização e Reabilitação – AGIR, o CRER teve todos os seus recursos reinvestidos na manuten-ção, inovação e ampliação dos serviços prestados. Nossa caminhada foi marcada pelo dinamismo e crescimento acelerado da Instituição, tanto em área física, quanto em atendimento de excelência.

Conseguimos, ao longo desses 10 anos, am-pliar nossa área construída de 8.823 metros² para 27.089,97 metros². Construímos novos ginásios, con-sultórios, piscinas, laboratórios, entre outros espa-ços que passaram a fazer parte da nossa estrutura física. Também inauguramos 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva e um novo e moderno centro ci-rúrgico para procedimentos de alta complexidade.

Além da área física, ampliamos também nossos serviços prestados, que são distribuídos em quatro gru-pos principais: Reabilitação, Internação, Centro Diagnós-tico e Ofi cina Ortopédica. Tudo isso soma, diariamente, mais de 4, 1 mil procedimentos realizados no Hospital.

Com a expansão, o número de pacientes aten-didos e, logo, de profi ssionais que atuam no CRER, também cresceu. Com isso, estrutura moderna e com-pleta somada a profi ssionais capacitados, o CRER se confi gura apto a receber e atender necessidade de

saúde de qualquer perfi l de paciente. Ao contrário do que acontecia há 10 anos, quando o CRER ape-nas recebia o paciente em fase de reabilitação, agora o Hospital já pode recebê-lo desde o início do trata-mento, oferecendo recursos antes não possibilitados.

O CRER avançou também no ensino e pesqui-sa. Além de realizar eventos científi cos anuais, desde o primeiro ano de atividades, o CRER também oferece residências médicas em medicina física e reabilitação, desde fevereiro de 2007, e em radiologia e diagnósti-co por imagem, iniciada em março de 2012. Ambos os programas de residências médicas são certifi cados pelo MEC. Além disso, o CRER também promove cursos de aperfeiçoamento profi ssional e especialização médica.

Passo a passo, conquista por conquista. É assim que o CRER chega aos 10 anos e segue sua jornada, inspirado por grandes números, grandes histórias, grandes parceiros, resultados e muita superação que nos remetem à certeza de que valeu a pena crer.

Valeu a pena Crer!Centro de Reabilitação chega aos 10 anos como referência

em gestão e atendimento de excelência

Qualidade

Desde sua concepção, o CRER objetivou tra-duzir no planejamento das ações sua fi loso-fi a de trabalho. Abriu as portas em setem-bro de 2002 com grande parte das rotinas formatadas, o que possibilitou, quatro anos mais tarde, a obtenção da certifi cação segun-do a Norma ISO 9001:2000. Em 2009, obtemos a recertifi cação, já na versão ISO 9001:2008.O CRER cumpre rigorosas metas de produ-tividade e alcança indicadores de desempe-nho. A exemplo do índice de satisfação do pa-ciente, que alcança 98% da satisfação global.

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Superação

N ascido em uma fa-mília humilde de Damolândia, município do interior de Goiás, Ne-guinho veio para Goiânia quando tinha apenas quatro anos de idade para morar em uma casa de tábua, no lote da tia. Seu pai foi trabalhar como servente de pedreiro e a mãe lavar roupa “pra fora”. “Com oito anos de idade já tinha aquela sede, aquela vontade de ajudar. A pri-meira vez que mexi com panela em casa, quase apanhei. O que tinha eu fiz - arroz, feijão e torresmo. Quan-do a minha mãe chegou eu falei – a comida já está pronta para a senhora ganhar tempo”, lembra da época em que já sentia o desejo de traçar uma trajetória diferente para a sua vida. “Aos doze anos eu queria muito mais do que ajudar a minha mãe, eu queria fazer a minha história e sair da dificuldade. Nunca vi a dificul-dade maior do que eu”, completa.

Balconista há 22 anos de uma lanchonete da capital, a Bis-

coitos Pereira, hoje é conhecido por seus malabarismos no pre-paro do “café do Neguinho”, sua incrível habilidade em fazer con-tas sem calculadora, conhecer os clientes pelo nome e por dominar como poucos a arte da comunica-ção. “Eu descobri que se eu fizes-se a diferença, a retribuição viria”.

Pela maneira como lida com o público, seu profissionalismo e a alegria com que realiza seu trabalho diário, em 2004, Neguinho recebeu o convite do gerente de um grande banco para ministrar uma palestra aos funcionários da sua empresa. Em nota, um jornal da cidade pu-blicou - Fenômeno do povo: balconista de lanchonete é convidado para falar de atendimento para bancário. A par-tir de então, ampliou-se o leque de suas grandes habilidades. Falando de forma simples e descomplicada para profissionais dos mais varia-dos setores de Goiás, bem como de outros estados, o grande comunica-

dor apresenta sua história de vida e as conquistas que já obteve por meio de seu trabalho, em um depoi-mento contagiante. “Eu amo o que eu faço. Trabalho é estrutura, é fun-damento e a realização do sonho de todo ser humano. O ser humano nasce e cresce achando que traba-lho é problema, trabalho é solução”, declara Neguinho, com o conheci-mento de quem alcançou grandes vitórias pelo esforço do labor diário.

Em um rápido levantamen-to, calcula já ter feito mais de du-zentas palestras pelo Brasil inteiro, sendo que só neste ano já esteve em Mato Grosso do Sul, Tocantins, Espírito Santo, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, cidades do interior de Goiás e 4 cidades de São Paulo, apresentado-se para públicos de médias e grandes empresas, nacio-nais e multinacionais. “Quando eu faço uma palestra a minha maior preocupação é o dever que eu te-nho com Deus de distribuir, para as

Exemplo inspirador

Neguinho, durante o programa do Jô Soares, demonstra a sua grande habilidade de migrar o leite de um copo para outro sem derramar.

A preparação e o atendimento sempre personalizado cativam clientes fiéis, admiradores do seu trabalho

Com criatividade e muito trabalho, balconista de lanchonete transforma a sua história de vida e é agente de motivação para profissionais de várias áreas

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pessoas que quiserem ouvir, aquilo que serviu de exemplo para mim”.

Ponto de partida – Negui-nho começou a trabalhar aos doze anos de idade em uma oficina de bicicleta. “Desde aquela época, eu já usava a criatividade a meu fa-vor”, gaba-se, informando que foi ele o inventor da luz de freio de bicicleta. O que pode parecer não ter muita utilidade, segundo ele resultou em muito serviço. “Me-nino gosta de ver a luzinha pis-cando e isso me rendeu dinheiro”.

“Eu sempre fui um sonhador, e o meu primeiro objetivo era jun-tar dinheiro para montar uma casa para minha mãe, dar móveis a ela”, declara Aguinaldo, que bem humo-rado garante que só é conhecido assim nas contas a pagar. Negui-nho conta que depois de nove me-ses juntando suas economias para comprar uma geladeira, que daria como presente de Natal à sua mãe, Maria Aparecida da Silva, teve seu sonho quase frustrado quando todo o dinheiro economizado e guarda-do em casa desapareceu. “Quase desisti do sonho, mas um mês an-tes do Natal, aconteceu de trocar de empresa e com o dinheiro do acer-to, ao invés de comprar uma mobi-lete ou outra coisa qualquer que os meus amigos estavam comprando, eu fui lá e comprei a geladeira”, conta orgulhoso da sua primeira conquista, a que abriria caminho para tantas outras que, como mes-mo declara, garantiram a ele e à sua família uma vida confortável.

Falar com Neguinho dá a qualquer pessoa uma grande inje-ção de ânimo. “- Tudo bem Negui-nho? - Tudo ótimo! Já tentei ficar ruim, mas não consegui!” . Assim muitas vezes é o início de uma con-versa com ele. Viver não lhe causa cansaço ou esmorecimento, é difí-cil imaginar que ele se abata com as dificuldades, ao que parece o seu olhar está sempre direciona-do para o lado positivo das coisas, situações, pessoas e de si mesmo. Neguinho é o tipo de pessoa que o calor das adversidades moldou-lhe um coração alegre e uma força de vontade ativa e transformado-ra, manifestada em seu trabalho.

Tesouro – Casado há 19 anos com Luzi-nete Magalhães da Conceição Sil-va, Neguinho em suas conversas e palestras declara sempre o amor pela esposa, e o quanto ela e seus filhos lhe servem como sustentação e o incentivam a seguir adiante. Ao exibir fotos da prole, Nathália Jéssica, Wander-son, Nayara Jéssi-ca, a Jessiquinha, e Aguimar Jú-

nior, a figura do grande vendedor se afasta e abre espaço para o pai, cheio de orgulho e alegrias, que diz passar aos filhos valores para que tenham sucesso em suas vidas.

CRER - Jessiquinha, que tem paralisia cerebral, fez tratamento durante oito anos no CRER. “Mi-nha filha melhorou muito, eu nem imagino como ela estaria hoje, dez anos depois, se não tivesse passado pelo CRER”. Ao lembrar a gravi-dez de risco, as idas da esposa com a filha ao Hospital Sarah, em Bra-sília, em condução da OVG, o tra-tamento realizado no CRER, com a esposa tendo que carregar sua filha utilizando o transporte cole-tivo, Neguinho garante que todo o empenho valeu a pena por hoje ver sua filha inteligente e feliz, frequen-tando a escola tradicional, mexen-do com habilidade no computador, ver sua esposa com a autonomia de quem possui carro próprio e tem a liberdade de ir aonde deseja, e os filhos estudando e se preparando para um futuro promissor – a mais velha, Nathália, cursa psicologia.

“O dia que o CRER precisar de mim, estou à disposição!”, finali-za Neguinho de forma taxativa, afir-mando que a palestra realizada por ele durante a 3ª Semana da Quali-dade (ver pág. 11), em junho passa-do, é muito pouco diante de tudo o que ele e sua família receberam do CRER. “Minha gratidão é eterna!”

Participação no quadro “O Curioso” do Fantástico, 2010, apresentado pelo ator Lázaro Ramos (de costas)

Festa em família - “Jessiquinha” (ao centro) comemora aniversário rodeada pela família. Neguinho, Aguimar Júnior, Luzinete e Nathália

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agenda ParceriasMai / Jul

Convênios atendidos no CRER

Curso do CRER de Patologias da Mão

Data: 14 e 15 de setembro de 2012Local: Auditório do CRER - Goiânia – GOInformações: www.crer.org.br / (62) 3232-3115

Transmissão por Videoconferência do 66º Encontro da AACPDM - Academia Americana de Paralisia Cerebral.

Data: 14 e 15 de setembro de 2012Local: Auditório do CRER - Goiânia – GOInformações: www.crer.org.br / (62) 3232-3115

X Jornada Científi ca do CRER

Linguagem e MotricidadeData: 04 e 05 de outubro de 2012Local: Auditório do CRER – Goiânia – GOInformações: www.crer.org.br / (62) 3232-3115

II Congresso Internacional de Saúde Mental e Reabilitação Psicossocial

Data: 03 de outubro de 2012Local: Centro de Eventos Plaza São Rafael - Porto Alegre – RSInformações: saudemental2012@offi cemarketing.com.br

44º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Trauma-tologia

Data: 15 a 17 de novembro de 2012Local: Centro de Convenções da Bahia – Salvador – BAInformações: [email protected]

AffegoAmilCasbegCassiCelgmedCorreiosCREAFassincraFusex

GeapIMASIpasgoPlan-AssisteSaúde CaixaSENAPREVSUSUnimed

Academia Ouro FitnessAd’oro RestauranteAlém da Lenda Restaurante e AdegaAsmegoBaiano FolhagensBaiano Folhagens e VerdurasBuriti ShoppingCaldo 24 HorasCarretas MutirãoCateretê Restaurante BarCatralCelson & Cia Bar e CostelariaCevelChurrascaria e Pizzaria CandeeiroChurrascaria GramadoChurrascaria Lancaster GrillChurrascaria Montana GrillCiplac LuminososClínica PremiumCrispim+VeigaDali Bar e TabernaEquilíbrio e Saúde Centro ClínicoEscola Internacional de GoiâniaFlamboyant Shopping CenterFraldas KissesFran’s CaféGessolar - Irmãos Chiarello LtdaGoiás dá Sorte - Associação

Universidade AtivaGrupo JBS – FriboiLeites PiracanjubaLeroy MerlinLig Tec Serv. Técnicos em TelecomLivraria SaraivaMacom Instrumental CirúrgicoMandarin Spa UrbanoMeta HospitalarMix Med Distribuidora de Medi-camentosMV Sistemas.Novartis Biociências S/AO BoticárioOtto Bock do BrasilOutback SteakhousePitigliano PizzariaRenauto NissanRepública da Saúde Empório e RestauranteRestaurante Bendita TapiocaRestaurante PiquirasSuper FrangoTend TudoTyp AcademiaUnicomViação Paraúna

Outubro >>>

Setembro >>>

Novembro >>>

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perFIL Do CoLaBoraDor

Quem dança, a timidez espanta

D ance de acordo com cada música, ritmo e interpretação, pois os passos, o brilho e o show da vida quem dá é você”. Mais que uma frase, essa é uma teoria de vida de Ian Beni. Dançarino e coreógrafo, Ian, 35, conquistou com a dança a satisfa-ção emocional, pessoal e profi ssional.

Sempre presente nos palcos, Ian conta que era “hiper tímido” e que isso atrapalhava muito a vida dele, em todos os aspectos. “Eu parecia um bichinho do mato”. Com a dança, aprendeu a se expressar, trabalhar em grupo e desenvolveu espírito de li-derança. “Foi o primeiro avanço para mudar o ser Claudiney para Ian”, diz.

Claudiney Batista da Purifi cação é nome de registro de Ian, que foi al-terado após participar de um batismo em um grupo espiritual da comuni-dade evangélica que frequentava, há 7 anos. Segundo ele, a escolha do nome é feita pela liderança do grupo. “Ian signifi ca a ‘divindade de Deus no ser’. Beni quer dizer ‘fi lho’”, explica. Ian en-tão assumiu o nome, pelo qual hoje é reconhecido, principalmente no âmbi-to artístico. “Claudiney é uma pessoa. Ian é essa pessoa renovada”, esclarece.

Pai de Talita Lorrayne, de 7 anos, Ian Beni trabalha há dois anos na Ofi ci-na Ortopédica do CRER como auxiliar de órteses e próteses. Atende, principal-mente, pacientes da internação e UTI. “Fico muito satisfeito quando ajudo e contribuo com o paciente”, diz. Fora da Ofi cina, ele também dá show nos palcos do CRER com apresentações artísticas.

“Acredito que seja um dom”, afi rma Ian sobre seu talento com a dan-ça. Ele conta que sempre teve um es-tilo de dançar que chamava a atenção das pessoas. Há cerca de nove anos, conheceu a dança de salão. “Comecei a dançar no grupo quando faltavam cavalheiros para acompanhar as da-mas. Aprendi forró, bolero, samba e rock anos 60”, lembra. Após oito me-ses, o professor da turma saiu e Ian

foi convidado a dar aula e assumir o grupo. “Foi o meu primeiro desafi o”.

Ian teve evolução rápida na dan-ça. Não demorou muito e já foi convi-dado a montar coreografi as e ensaiar grupos. O coreógrafo apostou no forró brega, ritmo também em ascensão. As primeiras apresentações foram um su-cesso. “Foi assim que comecei a erguer carreira como dançarino”, destaca.

Em 2008, Ian fez o teste para fa-zer parte da turma de dança de salão da Escola de Artes Veiga Valle, em Goi-ânia. Ian arriscou e tentou logo a turma de nível 3. Com abundante talento, foi admitido no grupo e no mesmo ano também foi convidado para integrar o corpo de baile do Veiga Valle, onde também teve oportunidades de mon-tar coreografi as de forró e lambada.

“Nunca fi z cursos para apren-der a montar coreografi a. Sempre fui muito musical. Ouço a música e marco tempo, ritmo e fi co imaginando os pas-sos. Também me inspiro em fi lmes de dança”, conta. Ian já montou mais de 10 coreografi as. Para ele, a mais mar-cante foi em 2009, quando apresentou o então ‘hit’ do momento “Você Não Vale Nada (mas eu gosto de você)”. A coreografi a foi eleita a melhor do espetáculo anual promovido pela es-cola Veiga Valle. Ian também já foi o campeão do primeiro concurso que participou de forró brega, que foi pro-movido por uma ONG de Goiânia.

“A dança hoje é a paz que rei-na na minha vida, não sinto estresse. Compartilho minha vivência, meus objetivos e minhas vitórias. A dança me ajudou a progredir espiritualmente na vida”, vibra o coreógrafo. Ian dei-xou o Veiga Valle em maio deste ano e agora se dedica às aulas particulares em Nerópolis e como bolsista em uma academia de dança. “A dança trans-formou minha vida, por isso sempre digo aos meus alunos: errem à vontade e divirtam-se, porque dançar é mui-to gostoso”, aconselha o coreógrafo.

“Ian dá show durante

apresentação no Veiga Valle

Dança dos colaboradores

Em junho deste ano Ian assu-miu um novo desafi o: montar uma apresentação de quadrilha e ensaiar os colaboradores do CRER em menos de um mês. Segundo Ian, ele nunca havia montado coreografi a de quadrilha, mas era um grande desejo. Foram 21 casais e 30 minutos de belíssima apresentação.

“Muitos do grupo nunca tinham dançado. Disse a eles para não se pre-ocuparem com os passos, mas com o prazer pela dança. Juntos, conseguimos vencer mais esse desafi o”, narra o core-ógrafo. (leia mais na página 13). Agora, Ian já prepara para iniciar ensaio da co-reografi a da apresentação de fi m de ano junto com os colaboradores do CRER.

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Rondney de Carvalho Rosângela Nunes Rosangela Lázara de Oliveira Roseli Sousa Sérgio Henrique de Oliveira Sílvia Letice de Jesus Sônia Helena de Paiva Thiago Ribeiro Pires Vilma Aparecida Vidal Vinicius Vieira Wagner César da Silva

Mês de JunhoAdão de Carvalho Alarrúbia de Souza Alberico Jayme Silva Alessandra Martins Alex Barbosa Aline Graciele Melo Álvaro da Silva Júnior Ana Paula Pimentel Ana Paula Lopes Andreia Barros Angelle Jácomo Antonio Walker Marinho Belgna Ramos Caiqui Barros Camila Nunes Carina Araújo Célio C osta Cesar Augusto dos Santos Cintya Maria Gondim Clarice Maria da silva Claudemiro Euzébio Dourado Cleber Alexandre da Silva Diany Dúcia Batista Dielle Ribeiro Divina Lúcia dos Santos Dolores Brites Eduardo José de Castro Emanoel Crimério dos Santos érica Grabalos Erika Gabriella de Andrade Eva Maria da Silva Fabíolla Sousa Fernanda Ariano Fernanda Afonso Francisco dos Santos Gean Carlos da Silva Gessyca Melo Giovanna Maria Duarte Grasiela Maria Mota Hayline Bonifácio de Moura Hélio Van Der Linden Júnior Hugo Eduardo Alves Isabella Regina de Paiva Jacqueline Soares Janiete Coelho Jeandro Pires Jessica Jina Silva Joao César dos Santos Joao luiz da Costa Jorcerley da Silva Jossilvan Vieira Juliana Ribeiro Karla Medeiros Khodr Charafeddine Kleisson Santos Larissa Gornatt es Leandro Bubiniak Leidiane dos Santos Leonardo Araújo Lilia Caldeira Lívia Lena Souza Lorena Carneiro Lourival Andrade Júnior

Luana Letícia Rocha Lucicleide Marcelino Lucilene Maeda Lyramar Leite Marcella Silva Marcella Belle Márcio santos Maria Aparecida Soares Maria de Fátima Custodio Maria de Fátima Mendonça Maria Divina Santos Mariana Robles Mario da Silva Marlon Brando Almeida Marly Alves dos Santos Natiele Alves Neurilânia Santos Patrícia Ferreira Renata Ferreira Renata Segger Ricardo Moura Rogério Castro Sandra Jayme Sergio Vasconcelos Sueli Gandora Tariana Martins Thaís Borges Vaneide Martins Vanessa Maria de Queiroz Viviane Emídia Soares Wanessa Violatt i Welca Barcelar Willian Silvestre Zilma de Almeda

Mês de JulhoAdriana Oliveira Aguilar Moreira Neto Alexandre Neves Aline Clara Silva Ana Carolina Rodrigues Ana Carolina Monteiro Ana Cristina de Bastos Ana Paula Paranhos Ana Paula Trentin Anderson da Mata Andrea Busnardo Andrea Rocha Andreia Marinho Andressa Nogueira Anselmo de Oliveira Aparecida Maria de Araújo Brenda Bachhaubel Bruno de Paula Cássio de Mesquita Célia Batista Cíntia Rosa Silva Claudete Pereira Danyelle Costa Deuzimar do Amaral Douglas Afonso Ribeiro Douglas Quintino Douglas Magalhaes Edilia José Araújo Edineia dos Anjos Elane de Oliveira Eleni Álvares Elisangela Oliveira Erica amanda Bezerra Fernanda Gonzaga Fernanda Lemos Filomena da Silva Gabriela Carvalho Graciely Cristine da Silva Hamilton Martins Ivana dos Santos

A partir desta edição, a Crer em Revista dedica uma seção especial para prestigiar aqueles que contribuem com o CRER na prestação de serviços de qualidade a toda a sociedade. Neste espaço registramos o nome dos colaboradores e voluntários que aniversariam no trimestre anterior à publicação da revista. Esta é uma homenagem singela prestada àqueles que, dia-riamente, se dedicam no desempenho de suas atividades e colaboram para o sucesso de toda a Instituição.

ANIVERSARIANTES

Mês de MaioAlzira dos Santos Ana Carolina Teles Ana Francisca da Silva Anderson Lopes Ângela Maria Souza Antônio Ferreira Áureo de Oliveira Bráulio Barbosa Carla Borges Carmem de Oliveira Celma Santos Cleiton Pinheiro Cleiton dos Santos Cristiano Paraguassu Débora Braga Denilson de Souza Divaina Batista Domingos Souza Elaine Silva Elaine Mendes Eunice da Silva Fabio da Rocha Fabio Junior Andrade Fabíola Maria Vicente Fernando Aparecido Patriota Fernando Falcão Flávio Junior Genecy da Silva Gislane da Silva Graça Divina Souza Guilherme de Souza Gustavo de Oliveira Hélio de Almeida Hélio de Queiroz Humberto de Macedo Ivanildes da silva João Batista Borges João de Oliveira Joice Almeida Jonair do Prado Jordana da Rocha Josy Dávila Arebalo Josy Dayane dos Santos Juliana Cristina de Menezes Juliana Borges Karla Lemos Keila de Oliveira Keruak de Almeida Lílian Chagas Lucas da Cruz Luciene Castro Maeverton Almeida Marco Antônio Dias Maria Célia Silva Maria Cristina Bartras Maria das Graças Martins Maria do Amparo dos Santos Maria Emília DaherMaurício Carneiro Neusa Alves Onésimo Lima Pabline Perim Patrícia Ferreira Patrícia Fátima de Souza Paulo Sérgio Dutra Quena das Graças Correia Rafael Carlos de Oliveira Rafael Silva Raimundo de Souza Regis de Sousa Renata Cardoso Renata Miashiro Rênia Jucélia Severino Rodrigo Medeiros Rogério Moreira

paINeL

Jadilson Charles da Mata Jairo Rubin José Eudes Costa Joselma de Jesus Joseni dos Santos Josinere da Costa Kely Tiemi Matsunaga Keyla Magda de Araújo Leomar Mario Santos Letícia Rodrigues Lígia Santos Lívia Gabriela Saliba Luana Silva Luana Tavares Lúcia Venâncio Luciana Dias Luciano Silva Lucileni Camilo Magda Emanuelly de Souza Magda Maria Alves Marcia de Freitas Marcia da Silva Marco Cristiano da Cunha Marco Túlio Manzi Marcus Vinícius da Silva Maria Conceição Balbino Marineide Silva Marla Rosa de Araújo Meire Magalhães Mirian Cândido Monalisa Cristiana Pereira Mônica Izabella Moreira Noemi Daniela Tavares Radmilla de Magalhães Raimundo da Silva Ranielly Cristinne Carvalho Regina dos Reis Ricardo Lúcio Campos Rita Maria Rocha Roberto Miler Silva Ronaldo Roberto da Silva Rosilda Graciene Ferreira Soraya de Moraes Sueleny Moreira Suely Oliveira Vivian Dourado Wagner Ferreira Wanessa Correia Wesley de Araújo Weverton Leite Zildete da Silva Zilene Santana

Voluntários aniversariantes

Mês de MaioAmália RodriguesImaculada de OliveiraJadson CaetanoZelma Correa

Mês de JunhoBárbara CarolineBeatriz EmídioMaria do SocorroSolimar NascimentoValdirene dos Santos

Mês de JulhoRubens Cabaça

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