Exercícios Português

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Texto para a questão 1. Desacordo no Acordo Não esqueça dizer que, em 1888, uma questão grave e gravíssima os fez concordar também, ainda que por diversa razão. A data explica o fato: foi a emancipação dos escravos. Estavam então longe um do outro, mas a opinião uniu-os. A diferença única entre eles dizia respeito à significação da reforma, que para Pedro era um ato de justiça, e para Paulo era o início da revolução. Ele mesmo o disse, concluindo um discurso em S. Paulo, no dia 20 de maio: “A abolição é a aurora da liberdade; esperemos o sol; emancipando o preto, resta emancipar o branco.” Natividade ficou atônita quando leu isto; pegou da pena e escreveu uma carta longa e maternal. Paulo respondeu com trinta mil expressões de ternura, declarando no fim que tudo lhe poderia sacrificar, inclusive a vida e até a honra; as opiniões é que não. ‘Não, mamãe; as opiniões é que não.’ — As opiniões é que não, repetiu Natividade acabando de ler a carta. Natividade não acabava de entender os sentimentos do filho, ela que sacrificara as opiniões aos princípios, como no caso de Aires, e continuou a viver sem mácula. Como então não sacrificar?... Não achava explicação. Relia a frase da carta e a do discurso e tinha medo de o ver perder a carreira política, se era a política que o faria grande homem. ‘Emancipado o preto, resta emancipar o branco’, era uma ameaça ao imperador e ao império. Não atinou... Nem sempre as mães atinam. Não atinou que a frase do discurso não era propriamente do filho; não era de ninguém. Alguém a proferiu um dia, discurso ou conversa, em gazeta ou em viagem de terra ou de mar. Outrem a repetiu, até que muita gente a fez sua. Era nova, era enérgica, era expressiva, ficou sendo patrimônio comum. Há frases assim felizes. Nascem modestamente, como a gente pobre; quando menos pensam, estão governando o mundo, à semelhança das idéias. As próprias idéias nem sempre conservam o nome do pai; muitas aparecem órfãs, nascidas de nada e de ninguém. Cada um pega delas, verteas como pode, e vai levá-las à feira, onde todos as têm por suas.” Esaú e Jacó. Cap. 37, pág 59 – 60. 1. UEGO Assinale V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos: ( ) A citação: “uma questão grave, gravíssima” e “Era nova, era enérgica, era expressiva” – constituem exemplos de gradação de idéias. ( ) As figuras de linguagem presentes na frase do discurso, são: metáfora em “A abolição é a aurora da liberdade”; metonímia em “esperemos o sol“, e, antítese, em “preto e branco.” ( ) “Trinta mil expressões de ternura”, caracteriza um hipérbato.

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Texto para a questão 1.“Desacordo no AcordoNão esqueça dizer que, em 1888, uma questão grave e gravíssima os fez concordar também,ainda que por diversa razão. A data explica o fato: foi a emancipação dos escravos. Estavam entãolonge um do outro, mas a opinião uniu-os.A diferença única entre eles dizia respeito à significação da reforma, que para Pedro era um atode justiça, e para Paulo era o início da revolução. Ele mesmo o disse, concluindo um discurso emS. Paulo, no dia 20 de maio: “A abolição é a aurora da liberdade; esperemos o sol; emancipandoo preto, resta emancipar o branco.”Natividade ficou atônita quando leu isto; pegou da pena e escreveu uma carta longa e maternal.Paulo respondeu com trinta mil expressões de ternura, declarando no fim que tudo lhe poderiasacrificar, inclusive a vida e até a honra; as opiniões é que não.‘Não, mamãe; as opiniões é que não.’— As opiniões é que não, repetiu Natividade acabando de ler a carta.Natividade não acabava de entender os sentimentos do filho, ela que sacrificara as opiniões aosprincípios, como no caso de Aires, e continuou a viver sem mácula. Como então não sacrificar?...Não achava explicação. Relia a frase da carta e a do discurso e tinha medo de o ver perder acarreira política, se era a política que o faria grande homem. ‘Emancipado o preto, resta emanciparo branco’, era uma ameaça ao imperador e ao império.Não atinou... Nem sempre as mães atinam. Não atinou que a frase do discurso não era propriamentedo filho; não era de ninguém. Alguém a proferiu um dia, discurso ou conversa, emgazeta ou em viagem de terra ou de mar. Outrem a repetiu, até que muita gente a fez sua. Eranova, era enérgica, era expressiva, ficou sendo patrimônio comum.Há frases assim felizes. Nascem modestamente, como a gente pobre; quando menos pensam,estão governando o mundo, à semelhança das idéias. As próprias idéias nem sempre conservam onome do pai; muitas aparecem órfãs, nascidas de nada e de ninguém. Cada um pega delas, verteascomo pode, e vai levá-las à feira, onde todos as têm por suas.”Esaú e Jacó. Cap. 37, pág 59 – 60.

1. UEGO Assinale V, para os itens verdadeiros, e F, para os falsos:( ) A citação: “uma questão grave, gravíssima” e “Era nova, era enérgica, era expressiva”– constituem exemplos de gradação de idéias.( ) As figuras de linguagem presentes na frase do discurso, são: metáfora em “A aboliçãoé a aurora da liberdade”; metonímia em “esperemos o sol“, e, antítese, em“preto e branco.”( ) “Trinta mil expressões de ternura”, caracteriza um hipérbato.( ) “– As opiniões é que não, repetiu Natividade...” ilustra um discurso indireto.( ) Atinar, conforme o dicionário Aurélio, significa: “descobrir pelo tino, pelo raciocínio,por conjetura ou por indício; acertar com; dar com; achar. “Essas definiçõesencaixam-se perfeitamente à interpretação que Natividade deu ao contextoe à frase.

Leia o texto a seguir e responda a questão.“Sem dataHá seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de virpara casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo.‘Lá estão eles’, disse comigo.Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro.Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda,tinha os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei paradoalguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e naatitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que me pareceu. Queriam serrisonhos e mal se podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.”ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1989.

2. UFR-RJ Em “Consolava-os a saudade de si mesmos.”, o autor está empregando a linguagem:a) denotativa.b) coloquial.c) conotativa.d) paradoxal.e) sinestésica.

3. U.F. Pelotas-RS Leia atentamente o poema abaixo:“Lição sobre a águaEste líquido é água.

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Quando puraé inodora, insípida e incolor.Reduzida a vapor,sob tensão e a alta temperatura,move os êmbolos das máquinas, que, por isso,se denominam máquinas de vapor.É um bom dissolvente.Embora com exceções, mas de um modo geral,dissolve tudo bem, ácidos, bases, sais.Congela a zero graus centesimaise ferve a 100, quando a pressão é normal.Foi nesse líquido que numa noite cálida de verão,sob um luar generoso e branco de camélia,apareceu a boiar o cadáver de Oféliacom um nenúfar na mão.”GEDEÃO, Antonio. Poesias completas (1956–1967). Lisboa, Portugália, 1972. p. 244-5.

Após a leitura do poema, analise as seguintes afirmativas:I. No texto, há uma leitura denotativa da realidade (propriedade e funções da água,ciclo hidrológico) mesclada a uma leitura conotativa, pois na água também há umlugar para a tragédia humana.II. A mudança de tempo verbal na poesia simboliza a passagem de uma linguagempretensamente denotativa para uma linguagem que relata ações humanas.III. Na segunda estrofe, há uma informação físico-química que, embora incorreta, permiteconstatar o descompasso existente entre o mundo da ciência e o mundo dapoesia, lição pretendida pelo eu-lírico.Com relação às afirmativas acima, pode-se dizer que está(ão) correta(s):a) somente a afirmativa III;b) as afirmativas I e III;c) as afirmativas I e II;d) as afirmativas II e III;e) somente a afirmativa I.

Texto para a questão 4:“A Paz1. Vieram famintos,Desnudos,Cansados.Alforjes vazios,5. Os olhos opacos,Sentaram-se à mesa.Vieram vestidosDe linho,De seda.10. Alforjes tão cheiosOs olhos tão ávidos,Sentaram-se à mesa.E ele chegou.Na branca toalha,15. Ao longo estendida,Nem vinho, nem peixe,Nem água, nem pão.Olhou-os nos olhos,Sentiu-lhes a fome,20. Sentiu-lhes o frio,Chamou-os meus filhos,Serviu-lhes a paz.”

Neusa Peçanha.

4. IESB Julgue os itens, segundo os critérios da leitura, compreensão e interpretação textuais.( ) Os dois primeiros movimentos do texto juntam indivíduos de diferentes classessociais.( ) olhos opacos (v.5) e olhos tão ávidos (v.11) configuram oposição em nível conotativo.( ) O terceiro movimento da leitura do texto apresenta intertextualidade com o textobíblico.( ) Nos versos 16 e 17, ocorre a figura de construção chamada polissíndeto.

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( ) O verso 21 poderia ser escrito assim: “Chamou-os de meus filhos”, sem incorrerem qualquer erro gramatical.Texto para a questão 5.“O sistema circulatório sangüíneo é um vasto e complexo circuito de vasos que tem como peçaprincipal o coração, pois é do seu trabalho que resulta a força propulsora que impulsiona o sangueatravés de toda a rede vascular.”5. U. Alfenas-MG Considere as seguintes afirmações a respeito do excerto acima.I. A função de linguagem predominante no excerto é a referencial.II. Predomina no texto o nível elevado de linguagem por situar-se acima da linguagempadrão.III. Na redação do texto, foi usada a linguagem de nível técnico, caracterizada por umléxico próprio das áreas da ciência e da filosofia, entre outras.IV. A palavra “pois” introduz oração que indica conclusão, conseqüência.Estão corretas as afirmações dos itens:a) I e III.b) I e II.c) II e IV.d) III e IV.e) I e IV.

Leia o texto a seguir e responda a questão.“EsparadrapoHá palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quemquebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobresentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, ‘incunábulo*’.”QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo 1987 p. 83.

*Incunábulo: [do lat. Incunabulu: berço] Adj. 1 – Diz-se do livro impresso até o ano de1500./S.m. 2 – Começo, origem.6. UFR-RJ A expressão “quebrar a cara” é largamente empregada na língua portuguesa comsentido conotativo. O vocábulo que melhor traduz o emprego conotativo dessa expressão é:a) fracassar; d) desanimar;b) machucar-se; e) destruir.c) desistir;Texto para as questões 7 e 8.“Memórias de um Sargento de Milícias (fragmento)No capítulo XIII, intitulado Escapula, o Leonardo havia sido detido pelo Major Vidigal, mas,driblando a escolta, no caminho para a prisão, consegui fugir.O trecho abaixo reproduzido é parte desse capítulo e aborda, entre outras coisas, o sentimentodo Major frente à situação.‘O Major Vidigal fora às nuvens com o caso: nunca um só garoto, a quem uma vez tivesse postoa mão, lhe havia podido escapar, e entretanto aquele lhe viera pôr sal na moleira; ofendê-lo emsua vaidade de bom comandante de polícia, e degradá-lo diante dos granadeiros. Quem pregavaao Major Vidigal um logro, fosse qual fosse a sua natureza, ficava-lhe sob a proteção, e tinha-oconsigo em todas as ocasiões. Se o Leonardo não tivesse fugido, e arranjasse depois a soltura porqualquer meio, o Vidigal era até capaz, por fim de contas, de ser seu amigo; mas tendo-o deixadomal, tinha-o por seu inimigo irreconciliável enquanto não lhe desse desforra completa.Já se vê pois que as fortunas do Leonardo redundavam-lhe sempre em mal; era realmente ummal naquele tempo ter por inimigo o Major Vidigal, principalmente quando se tinha, como oLeonardo, uma vida tão regular e tão lícita.’”ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um Sargento de Milícias. São Paulo, FTD, 1992.

7. UFMS O texto literário utiliza a língua de maneira criativa e original; por isso, muitasvezes, uma leitura nos surpreende, pois certas palavras e expressões apresentam significadosnovos ou fora do comum, e devem ser entendidas no contexto em que se encontram,sob pena de a compreensão do texto como um todo ficar prejudicada. Nesse sentido,a expressão fora às nuvens, na 1ª linha, indica que o Major ficara:a) indiferente. d) enfurecido.b) eufórico. e) meditativo.c) envaidecido.

8. UFMS Leia o texto abaixo, extraído de um ensaio sobre Memórias de um Sargento deMilícias.“Prodígio de humor e ironia, isento de qualquer traço idealizante, no romance não há lugarpara as tintas sentimentais e heróicas nem para o abuso de peripécias inverossímeis, tão do gosto

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do romance romântico da época...”WALDMAN, Berta. O romântico fruto de uma pisadela e de um beliscão,em Memórias de um Sargento de Milícias, ed. citada.

Identifique entre as alternativas abaixo, retiradas do fragmento transcrito do romance, aseqüência que apresenta sentido claramente irônico.a) se o Leonardo (...) arranjasse depois a soltura.b) em sua vaidade de bom comandante de polícia.c) uma vida tão regular e tão lícita.d) fosse qual fosse a sua natureza.e) inimigo irreconciliável.

9. Univali-SC“Visões de um novo tempo(...) Mas a cidadania não se constrói apenas com palavras, com boas intenções. Este edifício temcomo alicerce a vontade férrea de nossa gente, o desejo de interferir ativamente no comando dosdestinos da comunidade. Esta base, cremos, foi a formação moral herdada de nossos fundadores,que acreditavam poder aqui edificar uma sociedade livre, participativa e laica, onde cada umpudesse ter de acordo com suas capacidades e segundo suas necessidades.Na construção de uma sociedade justa e democrática, acreditamos, tem especial relevância aexistência da imprensa livre, pluralista, que possibilite o trânsito correto da informação, indispensávelpara a afirmação da cidadania. A continuação do exercício desta prática jornalística, dadifusão da informação de interesse público, de qualidade e com profunda afinidade com a realidade,é uma das boas notícias que aguardamos para o próximo século.”SCHRAMM, Egon José. Jornal de Santa Catarina, 22 de setembro de 1999.

Indique a opção, cuja frase, retirada do texto acima, se vale do sentido como conotativoda linguagem:a) Este edifício tem como alicerce a vontade férrea de nossa gente...b) Esta base, cremos, foi a formação moral herdada de nossos fundadores...c) ... tem especial relevância a existência da imprensa livre...d) ... onde cada um pudesse ter de acordo com suas capacidades e segundo suas necessidades.e) A continuação do exercício desta prática jornalística, da difusão da informação deinteresse público, de qualidade e com profunda afinidade com a realidade...

10. U. Alfenas-MG“Copo d’água no serenoO copo no peitorilConvoca os eflúvios da noite.Vem o frio nervoso da serraVêm os perfumes brandos do mato dormindoVem o gosto delicado da brisaE pousam na água.”Carlos Drummond de Andrade.

Considere as seguintes afirmações:I. Nas referências descritivas de seres inanimados, o autor premia os cinco sentidos docorpo humano.II. O texto constrói-se basicamente no uso de sinestesias e prosopéias.III. É o tipo de texto que analisa, interpreta e explica os dados da realidade.Está correto o que se afirma:a) em I, II e III.b) em II e III.c) em I e II.d) apenas em I.e) apenas em II.

11. PUC-PR Considerando apenas o sentido próprio, denotativo, e não o sentido figurado,conotativo, assinale a alternativa que contenha um sinônimo para a palavra senda:a) vereda.b) casa.c) banda.d) turma.e) companhia.

12. AEU-DF Leia o texto “A língua na literatura brasileira” e depois julgue os itens seguintes,em relação à semântica e à estilística.

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“A LÍNGUA NA LITERATURA BRASILEIRA(Machado de Assis)Entre os muitos méritos dos nossos livros nem sempre figura o da pureza da linguagem. Não éraro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem comum, defeito grave a que sejunta o da excessiva influência da língua francesa. Este ponto é objeto de divergência entre osnossos escritores.Divergência digo, porque, se alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outroshá que os adotam por princípio, ou antes por uma exageração de princípio.Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usose costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar quea sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência dopovo é decisiva. Há portanto certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram nodomínio do estilo e ganham direito de cidade.Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não meparece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que destroemas leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e oescritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a modainventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte da influência a esterespeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão.Feitas as exceções devidas, não se lêem muito os clássicos no Brasil.Entre as exceções poderia eu citar até alguns escritores, cuja opinião é diversa da minha nesteponto, mas que sabem perfeitamente os clássicos. Em geral, porém, não se lêem, o que é um mal.Escrever como Azurara ou Fernão Mendes seria hoje um anacronismo insuportável. Cada tempotem o seu estilo. Mas estudar-lhes as formas mais apuradas da linguagem, desentranhar delas milriquezas que, à força de velhas, se fazem novas, – não me parece que se deva desprezar. Nemtudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos; com os haveres de uns e outros é que seenriquece o pecúlio comum.”( ) Os “solecismos” de que nos fala no texto, são os erros de grafia e de pronúncia daspalavras.( ) “Divergência” não implica diferentes posturas diante do tema abordado por Machado.( ) Por “no século de quinhentos”, entendemos os anos de mil e quinhentos.( ) A expressão “ganham direito de cidade” alude à irrefutável inserção de novos termosna língua e sua conseqüente aceitação por parte de todos que a utilizam.( ) Há silepse de pessoa em “nem tudo temos os modernos”.

13. UFF-RJ Assinale a opção em que os elementos grifados nos trechos a seguir exemplificama figura de linguagem apresentada.a) Paronomásia é o emprego de palavras semelhantes no som, porém de sentido diferente./ “Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa.”b) Eufemismo é uma substituição de um termo, pela qual se pode evitar usar expressõesmais diretas ou chocantes, para referir-se a determinados fatos. / “Os amigos que merestam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campossantos.”c) Anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no princípio de duas ou mais frases, demembros da mesma frase, ou de dois ou mais versos. / “Ora, como tudo cansa, estamonotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar e 1embrou-me escrever umlivro.”d) Metonímia é a designação de um objeto por palavra designativa de outro objeto quetem com o primeiro uma relação. / “O que aqui está é, mal comparando, semelhante àpintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo,como se diz nas autópsias; o interno não agüenta tinta.”e) Onomatopéia é o emprego de palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisasignificada. / “Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e adizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasseda pena e contasse alguns.”

14. UFMT-Modificada Antes de julgar os itens abaixo, leia o texto “Atenção ao sábado”.Use V, para os verdadeiros, e F para os falsos.“Atenção ao SábadoAcho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, ealguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana; sábado demanhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão emmim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar

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cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra. Foi num sábado que vi umhomem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamostomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábadoera a rosa de nossa semana. Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não? No Riode Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana seabre em rosa: o carro freia de súbito e, de súbito, antes do vento espantado poder recomeçar, vejoque é sábado de tarde. Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais. Então eu não digo nada,aparentemente submissa. Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingode manhã também é a rosa da semana. Não é propriamente rosa que eu quero dizer.”LISPECTOR, Clarice. Os melhores contos de Clarice Lispector. Seleção de Walnice Galvão, São Paulo, Global, 1997.

( ) Sábado ao vento e grande esforço metálico são construções de valor denotativo emonossêmico.( ) Ocorre personificação em a semana vai morrer e antes do vento espantado.( ) A expressão Tem sido sábado deixa de indicar um dado sobre o tempo e descreve oestado de espírito da personagem.

15. Univali-SC“PaciênciaAté quando o corpo pede um pouco mais de almaA vida não páraEnquanto o tempo acelera e pede pressaEu me recuso faço hora, vou na valsaA vida é tão raraEnquanto todo mundo espera a cura do malE a loucura finge que isso é normalEu finjo ter paciênciaO mundo vai girando cada vez mais velozA gente espera do mundo e o mundo espera de nósUm pouco mais de paciência”Lenine.

Analise as afirmações abaixo com base no texto apresentado.I. O autor se utiliza de prosopopéia em alguns versos.II. São também utilizadas expressões populares no texto.III. A palavra paciência tem um sentido denotativo.IV. Há antíteses na letra da música acima.A alternativa correta considerando o texto apresentado é:a) nenhuma está correta;b) apenas a III está correta;c) todas as afirmações estão corretas;d) I e IV estão corretas;e) II, III e IV estão corretas.

16. F.M. Itajubá-MG “Motivos de alegria e de tristeza” – “... trancados na ilha do nossoegoísmo”. Reconheça as figuras de linguagem que aparecem nestas duas frases.a) ironia e hipérbole.b) eclipse e paralelo.c) antítese e metáfora.d) ênfase e comparação.e) contraste e alusão.

17. AUE-DF Leia o texto “Novos & velhos” e julgue os itens seguintes, em relação à semânticae à estilística.“NOVOS & VELHOS(Mário Quintana)Não, não existe geração espontânea. Os (ainda) chamados modernistas, com a sua livre poética,jamais teriam feito aquilo tudo se não se houvessem grandemente impressionado, na incautaadolescência, com os espetáculos de circo dos parnasianos.Acontece que, por sua vez, fizeram eles questão de trabalhar mais perigosamente, sem rede desegurança - coisa que os acrobatas antecessores não podiam dispensar.Quanto a estes, os seus severos jogos atléticos eram uma sadia reação contra a languidez dosromânticos. E assim, sem querer, fomos uns aprendendo dos outros e acabando realmente por herdarsuas qualidades ou repudiar seus defeitos, o que não deixa de ser uma maneira indireta de herdar.Por essas e outras é que é mesmo um equívoco esta querela, ressuscitada a cada geração, entrenovos e velhos.

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Quanto a mim, jamais fiz distinção entre uns e outros. Há uns que são legítimos e outros quesão falsificados. Tanto de um como de outro grupo etário.Porque na verdade a sandice não constituiu privilégio de ninguém, estando equitativamentedistribuída entre novos e velhos, em prol do equilíbrio universal.E, além de tudo, os novos significam muito mais do que simples herdeiros: embora sem saber,embora sem querer, são por natureza os nossos filhos naturais.”( ) No texto “geração espontânea” reporta-se a criação súbita, explosão criadora.( ) Ao colocar entre parênteses a palavra “ainda” , Quintana alude ao sentido denotativoda palavra modernista.( ) Os “acrobatas” são os poetas parnasianos em oposição aos nefelibatas simbolistas.( ) A expressão “sem rede de segurança” significa sem as amarras da técnica poéticatradicional.( ) Há ironia em “a sandice não constitui privilégio de ninguém”.18. UFMS A conotação ocorre quando as palavras ganham, no texto em que estão inseridas,um outro sentido que se acrescenta ao seu sentido primeiro (sentido denotativo,próprio, habitual). Sendo assim, identifique, entre os trechos abaixo, retirados do textode Raquel Noveira, aquele(s) em que há presença de conotação.“Faz parte de nossa tradição tomar mate. Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a águaquente. Tereré é o refresco, bem gelado. De acordo com o clima, passa-se do chimarrão ao tereré.Para tomar mate é necessário adquirir-se uma cuia, morena e matuta, uma bomba ou bombilhae a erva moída, tudo semelhante a ‘um coração verde com uma artéria de prata’, conformepoema do gaúcho Aparício Silva Rillo.O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal.Se houver os serviços de alguma bugra para ‘carregar mate’, ótimo. ‘Carregar mate’ significaalguém ficar segurando a chaleira, passar a cuia de uma mão para a outra, de uma boca para aoutra, respeitando a vez de cada um, a animação da prosa e o ritmo dos sorvos. Levar a chaleira ládentro para esquentar de novo quando a água começar a esfriar, para não azedar o mate.É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo.Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfurarem a tarde com suas pontas de lata, aconversa será mais lenta.Se alguém falar alguma frase, alguma palavra em guarani, como chê-kambá ou cunhataí, darámais sabor à erva.Importante mesmo é que haja um clima de comunhão, de cachimbo da paz, tudo muito mornoe quente. (...)”NOVEIRA, Raquel. O arado e a estrela. Campo Grande, Ed. UCDB, 1996. p. 23.

01. “Chimarrão é o mate cevado, sem açúcar, regado a água quente.”02. “... tudo semelhante a ‘um coração verde com uma artéria de prata’, conforme poemado gaúcho Aparício Silva Rillo.”04. “O ideal é tomá-lo numa grande roda, sob um laranjal.”08. “É bom que haja no céu um sol bem vermelho e uma poeira cor-de-tijolo envolvendo tudo.”16. “Se for na hora do quiriri e algumas estrelas perfumarem a tarde com suas pontas delata, a conversa será mais lenta.”Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.

19. U. Alfenas-MG “Os prédios são altos e se espreitam traiçoeiramente com binóculos nasombra”. Predomina nessa frase a figura de linguagem denominada:a) metáfora.b) prosopopéia.c) hipérbole.d) eufemismo.e) ironia.20. Univali-SC Indique o item em que a figura de linguagem existente nas manchetes, retiradasde revistas de circulação nacional, está denominada corretamente entre parênteses:a) “O pai do ciberespaço” – Isto é, 14/04/99 (PLEONASMO).b) “A supermoeda murchou“ – Veja, 27/01/99 (METONÍMIA).c) “A canoa furada dos impostos” – Veja, 30/06/99 (METÁFORA).d) “Um passado escrito por pólen e lascas de madeira” – Superinteressante, agosto/99(ANTÍTESE).e) “O gigante e os anões” – Superinteressante, agosto/99 (PROSOPOPÉIA).

Leia o texto abaixo e responda às questões 21 e 22.“...............Dois homens tramando um assalto.

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– Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa bonitinho.Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá.– Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá.– Tá com o berro aí?– Tá na mão.Apareceu um guarda.– Ih, sujou. Disfarça, disfarça...O guarda passa por eles.– Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel chega a Marx diluído pela fenomenologiade Feurbach.– Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard não passa de um Kant comalgumas sílabas a mais. Ou que os iluministas do século 18...O guarda se afasta.– O berro, tá recheado?– Tá.– Então vamlá.”Luís Fernando Veríssimo.

21. UEMS Sobre a linguagem utilizada nesse trecho, é correto afirmar:I. Foram utilizados dois níveis de linguagem, sendo um popular, cheio de gírias, eoutro culto, com vocabulário rico.II. A linguagem utilizada pelos assaltantes pode ser considerada correta apenas no segundomomento de suas falas, ou seja, na passagem do guarda.III. O conteúdo e o vocabulário da linguagem dos assaltantes não está de acordo com osníveis de linguagem empregados.Estão corretas:a) II e III. d) I e III.b) I. e) I e II.c) I, II e III.

22. UEMS A expressão “Tu traz o berro que nóis vemo rendê o caixa bonitinho”, poderiaser substituída, sem mudar o sentido, em linguagem formal, por:a) Você traz o revólver que nós vamos dominar o caixa bonito.b) Me traga o revólver que nós vamos dominar facilmente o caixa.c) Tu trazes o revólver que vais dominar o caixa.d) Traga-me o revólver que vamos dominar de maneira bela o caixa.e) Traga o revólver que vamos dominar facilmente o caixa.

23. U. Alfenas-MG Definição: “Silepse é uma figura de linguagem que ocorre quando efetuamosa concordância não com os termos expressos, mas com a idéia a eles associadaem nossa mente”. Assinale a alternativa em que esse tipo de figura acontece.a) Aos amigos faltou-lhes coragem.b) Vi com meus próprios olhos.c) “Luar, espere um pouco / Que é pro meu samba poder chegar.”d) Toda profissão tem seus espinhos.e) “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.”

24. U. Alfenas-MG“Ninguém coça as costas da cadeira.Ninguém chupa a manga da camisa.(...)”José Paulo Paes.

Na composição do excerto, o poeta emprega termos figurados por falta de palavras maisapropriadas. A figura de linguagem em questão é a:a) catacrese.b) sinestesia.c) metáfora.d) metonímia.e) perífrase.

25. U.E. Londrina-PR Leia os poemas abaixo:“Pronto pra outragravei seu olhar seu andar

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sua voz seu sorriso.você foi emborae eu vou na papelariacomprar uma borracha.”CHACAL. Drops de abril. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 87.

“Happy Endo meu amor e eunascemos um para o outroagora só falta quem nos apresente”CACASO. Beijo na boca. Rio de Janeiro: 7 letras, 2000. p. 13.

Sobre os poemas, é correto afirmar:a) Ambos redimensionam a desilusão amorosa tanto através da elevação espiritual quantodo recurso a elementos prosaicos.b) Ambos focalizam a temática amorosa, despertando atenções para o eu-lírico, que sofretransformações decisivas do passado para o futuro.c) Ambos enfocam a temática amorosa, através da ironia que minimiza diferenças entrepassado, presente e futuro.d) Ambos ignoram a temática amorosa, preferindo dar ênfase aos assuntos cotidianos,como na poesia marginal em geral.e) Ambos ridicularizam a desilusão amorosa, embora continuem professando a fé noamor definitivo que não será superado sequer pela morte.

26. UFR-RJ No fragmento “que bom passar a mão no som da percalina” percebe-se:a) a correlação entre o sentido próprio e o sentido figurado das palavras;b) relação de termos que consiste no uso do todo pela parte;c) suavização de uma idéia através da substituição de uma palavra;d) relação entre percepção de sentidos diferentes;e) emprego de termos que se referem a conceitos contrários.

27. UFGO-Modificada“Mestre do CoroQuem te ensinô essa mandinga?- Foi o nego de sinhá.O nego custô dinhero,dinhero custô ganhá,Camarado.CoroCai, cai, Catarina,sarta de má, vem vê Dalina.Mestre do CoroAmanhã é dia santo,dia de corpo de DeusQuem tem roupa vai na missa,quem não tem faz como eu.”O fragmento transcrito apresenta um registro lingüístico próprio também das rodas decapoeira, conforme pode ser atestado em O pagador de promessas, de Dias Gomes.Sobre a linguagem do trecho citado, pode-se afirmar que:( ) a variedade não-padrão cumpre seu papel comunicativo, desde que pautada pelaclareza e coerência.( ) na 1ª estrofe, o vocábulo custô tem o mesmo sentido, nas duas construções em quefoi usado.( ) a palavra camarado apresenta uma flexão de gênero, imprópria, de acordo com anorma padrão.INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e julgue os itens da questão 28.“O samba do ErnestoO Arnesto nos convidô prum sambaEle mora no BrásNóis fumo e não encontremos ninguémNóis vortemos com uma baita duma reivaDa otra vez nóis num vai maisNóis num semos tatuNotro dia encontremos co’ ArnestoQui pidiu discurpa mas nóis num aceitemosIsso num si faiz Arnesto nóis num s’ importa

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Mais você devia ter ponhado um recado na portaAnsimÓia turma num deu pra esperaAduvido que isso num faiz márNum tem importância nóis si habitua”Adoniran Barbosa e Nicola Caparrino.

28. UFMT( ) O texto retrata um pedido de desculpas de amigos que não se vêem há muitotempo.( ) “Aduvido, vortemos, ponhando, ansim, óia” são marcas de uma variedade lingüísticautilizada por pessoas de pouca ou nenhuma escolaridade.( ) “Prum, num, cuma, duma, pra” marcam a moralidade oral do texto.( ) Sempre que é usada a primeira pessoa do plural, no texto, a desinência verbal éadequada.Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figurada

29. Uniube-MG“Cumprida a obrigação, Fabiano levantou-se com a consciência tranqüila e marchou para casa.Chegou-se à beira do rio. A areia fofa cansava-o, mas ali, na lama seca, as alpercatas dele faziamchape-chape, os badalos dos chocalhos que lhe pesavam no ombro, pendurados em correias,batiam surdos.”RAMOS, Graciliano, Vidas secas.

Observando-se, neste excerto de Vidas secas, a linguagem do autor, pode-se afirmar quea expressão grifada é uma figura de linguagem denominada:a) onomatopéia.b) pleonasmo.c) aliteração.d) eufemismo.

30. U.E. Londrina-PR Observe os quadros abaixo.O comentário irônico de Mafalda no último quadro refere-se, fundamentalmente, a umafigura de linguagem presente nos quadros anteriores, que é:a) hipérbole.b) metáfora.c) aliteração.d) metonímia.e) pleonasmo.

31. Uniube-MG Há figuras de linguagem em:I. antítese em “o meu dia foi bom, pode a noite descer”;II. prosopopéia em “a noite com seus sortilégios encontrará lavrado o campo, a casalimpa, a mesa posta”;III. metáfora em “com cada coisa em seu lugar”;IV. comparação em “quando a indesejada das gentes chegar / (não sei se dura ou coroável)”.Estão corretas as afirmativas:a) I e II.b) I e III.c) I e IV.d) II e IV.

Língua Portuguesa - Funções da linguagem e Linguagem figuradaLeia, a seguir, o fragmento retirado do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, e responda aquestão 32.“– Meu avó, dá caça pra mim comer?– Sim, Currupira fez.Cortou carne de perna moqueou e deu pro menino, perguntando.– O que você está fazendo na capoeira, rapaiz!– Passeando.– Não diga!– Pois é, passeando...Então contou o castigo da mãe por causa dele ter sido malévolo pros manos. E contando otransporte da casa de novo pra deixa onde não tinha caça deu uma grande gargalhada. O Currupira

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olhou pra ele e resmungou:– Tu não é mais curumi, rapaiz, tu não é mais curumi não... Gente grande que faiz isso...”

32. UFGO Uma característica importante das línguas é o fato de que elas não são uniformesnem estáticas. Fatores como região, classe social, idade, entre outros, explicam suasvariações.Tendo em vista o comentário que você acabou de ler e as particularidades lingüísticas dotrecho de Macunaíma, julgue os itens.( ) A construção “dá caça pra mim comer” é típica da linguagem oral, representado,portanto, uma variação de “dê-me caça para eu comer”, própria da norma padrão.( ) O emprego de palavras como “rapaiz” e “faiz”revela variação no nível dos sons,indicando pronúncia de um falante, no caso o Currupira, que utiliza a variedadepadrão língua.( ) Em “por causa dele ter sido malévolo”, ocorreu uma variação no nível sintático,uma vez que esse enunciado, na norma padrão, corresponde a “por causa de ele tersido malévolo”.( ) O enunciado “Tu não é mais curumi”, apesar de ser um exemplo de falar informal,está de acordo com a língua padrão, como se pode verificar pela concordânciaverbal.

33. Cesgranrio Assinale a opção em que há correspondência entre o período e o recursoestilístico a ele atribuído.a) “Quem pode vai para fora” – hipérbato.b) “Aquele jardim era meu amigo” –metonímia.c) “Eles são as minhas aldeias” – metáfora.d) “Uma voz de água no silêncio” – anáfora.e) “Que bom ver outra vida! Que bom ouvir a outra face do disco!” – anástrofe.

34. U. Santa Ursula-RJ-Modificada Primeiramente, nos versos “de carne e de memória” /“de osso e de esquecimento” e nos versos “bocas bafos bacias” / “bandejas bandeirasbananeiras”, o autor se utiliza dos seguintes recursos de linguagem:a) metáfora e comparação;b) metonímia e aliteração;c) antítese e aliteração;d) comparação e hipérbato;e) paradoxo e aliteração.