Graffiti à brasileira. mar 2011 Pinturas de PIÁ Mostra de Cultura Urbana
Exercsolv1
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Elementos de Matematica Finita (2012-2013)
Exercıcios Resolvidos
1. Verificar que os conjuntos
∅, {∅}, {{∅}}, {∅, {∅}}
sao todos diferentes.
Resolucao: ∅ 6= {∅} uma vez que o segundo conjunto tem um elemento, oconjunto vazio ∅, enquanto que o primeiro e o conjunto vazio e portanto naotem elementos. O mesmo raciocınio mostra que cada um dos outros conjuntose diferente do conjunto vazio.Deduz-se que tambem {∅} 6= {{∅}}, pois cada um dos conjuntos tem um soelemento e esses elementos sao diferentes. E do mesmo modo cada um destesconjuntos e diferente de {∅, {∅}}, ja que este ultimo contem um elemento quenao esta em cada um deles.
2. Mostrar que para quaisquer conjuntos X, Y e Z
X ∩ (Y ∪ Z) = (X ∩ Y ) ∪ (X ∩ Z); X ∪ (Y ∩ Z) = (X ∪ Y ) ∩ (X ∪ Z).
Resolucao: Seja x ∈ X ∩ (Y ∪ Z) e suponhamos que x /∈ (X ∩ Y ); comox ∈ X isso significa que x /∈ Y . Mas x ∈ Y ∪Z logo tem que pertencer a (pelomenos) um dos conjuntos e portanto x ∈ Z, donde se conclui que
x ∈ X ∩ Z ⊂ (X ∩ Y ∪ (X ∩ Z)
eX ∩ (Y ∪ Z) ⊂ (X ∩ Y ) ∪ (X ∩ Z).
Por outro lado, se x ∈ X ∩Y entao x ∈ X e x ∈ Y ∪Z, logo x ∈ X ∩ (Y ∪Z).Se x ∈ X ∩ Z o raciocınio e identico e fica assim provada a outra inclusao.A segunda igualdade demonstra-se de modo semelhante.
1
3. Defina-se a diferenca simetrica de dois conjuntos como
AuB = A \B ∪B \ A
Mostrar que
• (AuB) u C = Au (B u C)
• A ∩ (B u C) = (A ∩B) u (A ∩ C)
Resolucao: Podemos tomar A, B e C como subconjuntos de um conjuntoU (basta, por exemplo, definir U = A ∪ B ∪ C). Define-se entao Ac = U \ A.Com essa notacao
AuB = (A ∩Bc) ∪ (Ac ∩B);
Temos entao, usando as chamadas leis de Morgan
(A ∩B)c = Ac ∪Bc, (A ∪B)c = Ac ∩Bc,
bem como o exercıcio anterior,
(AuB) u C = [((A ∩Bc) ∪ (Ac ∩B)) ∩ Cc] ∪ [((A ∩Bc) ∪ (Ac ∩B))c ∩ C] =
= [(A ∩Bc ∩ Cc) ∪ (Ac ∩B ∩ Cc)] ∪ [(A ∩Bc)c ∩ (Ac ∩B)c ∩ C] =
= [(A ∩Bc ∩ Cc) ∪ (Ac ∩B ∩ Cc)] ∪ [(Ac ∪B) ∩ (A ∪Bc) ∩ C] =
= [(A ∩Bc ∩ Cc) ∪ (Ac ∩B ∩ Cc)] ∪ [(((Ac ∪B) ∩ A) ∪ ((Ac ∪B) ∩Bc)) ∩ C] =
= [(A ∩Bc ∩ Cc) ∪ (Ac ∩B ∩ Cc)] ∪ [(B ∩ A) ∪ (Ac ∩Bc)) ∩ C] =
= (A ∩Bc ∩ Cc) ∪ (Ac ∩B ∩ Cc) ∪ (A ∩B ∩ C) ∪ (Ac ∩Bc ∩ C)
Uma vez que a diferenca simetrica e obviamente comutativa, a expressao nosegundo lado da equacao obtem-se da do lado esquerdo trocando A com C;mas essa troca nao altera a ultima expressao a que chegamos, pelo que seconclui a igualdade do enunciado.De modo semelhante,
A ∩ (B u C) = A ∩ ((B ∩ Cc) ∪ (Bc ∩ C)) = (A ∩B ∩ Cc) ∪ (A ∩Bc ∩ C),
2
enquanto que
(A ∩B) u (A ∩ C) = ((A ∩B) ∩ (A ∩ C)c) ∪ ((A ∩B)c ∩ (A ∩ C)) =
= ((A ∩B) ∩ (Ac ∪ Cc)) ∪ ((Ac ∪Bc) ∩ (A ∩ C)) =
= (A ∩B ∩ Cc) ∪ (Bc ∩ A ∩ C)
4. Quantas funcoes f : ∅ → ∅ existem?
Resolucao: Para se compreender porque e que a resposta e 1, temos querecordar que uma funcao f : X → Y e uma relacao entre X e Y (ou seja, umsubconjunto R ⊂ X × Y ) satisfazendo a condicao
∀x ∈ X, ∀y, y′ ∈ Y, (x, y) ∈ R ∧ (x, y′) ∈ R =⇒ y = y′.
Existe uma unica relacao definida no conjunto vazio ja que ∅ e o unico sub-conjunto de ∅ × ∅. E esta relacao satisfaz (trivialmente) aquela condicao: senao, existiria algum x ∈ ∅ para o qual a condicao nao era satisfeita.O mesmo raciocınio mostra que, para qualquer conjunto A, existe uma unicafuncao f : ∅ → A.Por outro lado, se A 6= ∅, nao existe nenhuma funcao f : A→ ∅.
5. Dado um conjunto X mostrar que
a) existe uma bijeccao entre o conjunto P(X) dos subconjuntos de X e oconjunto {f : X → {0, 1}} das funcoes com domınio X e contradomınio{0, 1}.
b) nao existe uma funcao f : X → P(X) sobrejectiva.Sugestao: considerar o conjunto {x ∈ X|x /∈ f(X)} ∈ P(X).
Resolucao: a) Considere-se a funcao
ϕ : P(X)→ {f : X → {0, 1}}
3
definida do seguinte modo: dado um subconjunto Y ⊂ X, ϕ(Y ) e a funcaofY : X → {0, 1} definida por
f(x) =
{1 se x ∈ Y0 se x /∈ Y
.
ϕ e injectiva porque se Y e Z sao dois subconjuntos de X diferentes, existex ∈ Y \Z ∪Z \Y ; suponhamos que x ∈ Y \Z (o outro caso e identico); entao
fY (x) = 1 6= 0 = fZ(x)
e portanto ϕ(Y ) 6= ϕ(Z).ϕ e tambem sobrejectiva pois, se f : X → {0, 1} e Y = f−1(1) = {x ∈ X :f(x) = 1}, temos obviamente f = fY ou seja f = ϕ(Y ).Note-se que se |X| = n, o conjunto {f : X → {0, 1}} pode ser identificadocom o conjunto das sequencias de comprimento n formadas por 0 e 1; e umaconsequencia imediata do resultado anterior e que nesse caso
|P(X)| = 2n.
b) se f : X → P(X) e sobrejectiva, o subconjunto {x ∈ X|x /∈ f(X)} temque ser a imagem por f de algum a ∈ X, ou seja f(a) = {x ∈ X|x /∈ f(X)};podemos entao perguntar se a ∈ {x ∈ X|x /∈ f(X)}. Se a resposta forafirmativa entao a ∈ f(a) mas isso e uma contradicao com a propria definicaodeste conjunto; mas se a /∈ {x ∈ X|x /∈ f(X)} entao isso significaria quea ∈ f(a) = {x ∈ X|x /∈ f(X)}, que e de novo uma contradicao!Concluımos que f nao pode ser sobrejectiva.
A conclusao da alınea b) traduz-se intuitivamente na ideia de que paraqualquer conjunto X, P(X) tem “mais elementos” do que X. No caso de Xser finito, essa ideia e confirmada pela alınea anterior, ja que
n < 2n.
Esta ideia generaliza-se atraves do conceito, referido nas aulas, de cardinali-dade.
4
6. Dada uma funcao f : X → Y e A,B ⊂ X, quais as relacoes entref(A ∪B) e f(A) ∪ f(B)?E entre f(A ∩B) e f(A) ∩ f(B)?
Resolucao: No primeiro caso tem-se igualdade:
y ∈ f(A ∪B)⇔ ∃x ∈ A ∪B : y = f(x)⇔ ∃x ∈ A : y = f(x) ∨ ∃x ∈ B : y = f(x)⇔⇔ y ∈ f(A) ∨ y ∈ f(B)⇔ y ∈ f(A) ∪ f(B)
Ja no segundo caso temos apenas uma inclusao:
y ∈ f(A ∩B) =⇒ y ∈ f(A) ∩ f(B)
mas a outra inclusao nao se verifica em geral, mesmo que A∩B 6= ∅: considere-se o exemplo
f : {a, b, c} → {0, 1}, f(a) = f(c) = 0, f(b) = 1
e os conjuntosA = {a, b}, B = {b, c}.
7. Mostrar que, se {Ai : i ∈ N} e {Bi : i ∈ N} sao famılias de conjuntossatisfazendo
Ai ⊃ Ai+1, Bi ⊃ Bi+1,∀i ∈ Nentao ⋂
i∈N
(Ai ∪Bi) =⋂i∈N
Ai ∪⋂i∈N
Bi
Sem aquela condicao esta igualdade verifica-se ou nao?
Resolucao: Vamos mais uma vez mostrar que se verificam as duas in-clusoes. A inclusao ⊃ e obvia e nao depende da condicao no enunciado: sex ∈
⋂i∈NAi entao, para todo o i, x ∈ Ai ∪ Bi e portanto x ∈
⋂i∈N(Ai ∪ Bi);
se x ∈⋂
i∈NBi o raciocınio e o mesmo.Reciprocamente, seja x ∈
⋂i∈N(Ai∪Bi); se x ∈
⋂i∈NAi nao ha nada a demon-
strar, portanto suponhamos que x /∈⋂
i∈NAi; isso significa que existe pelo
5
menos um ındice i tal que x /∈ Ai, e portanto, como Ai ⊃ Ai+1 ⊃ Ai+2 ⊃ · · · ,temos que x /∈ Aj, para todo o j ≥ i; mas, tendo em conta a hipotese feita so-bre x, isso implica que x ∈ Bj para todo o j ≥ i e, como B1 ⊃ B2 ⊃ · · · ⊃ Bi,temos x ∈
⋂i∈NBi.
Se a condicao das inclusoes nao se verificar, o resultado nao e valido emgeral: basta pensar no exemplo em que Ai = {0} para i ımpar e Ai = {1} parai par, enquanto que Bi = {1} para i ımpar e Bi = {0} para i par. Tem-senesse caso ⋂
i∈N
(Ai ∪Bi) = {0, 1},⋂i∈N
Ai ∪⋂i∈N
Bi = ∅.
8. ”Adivinhar”, calculando os primeiros casos, uma formula para cada umadas seguintes somas e demonstre-as :
a) 13 + 23 + 33 + · · ·+ n3 =n∑
k=1
k3;
b) 1 + 3 + 5 + · · ·+ (2n− 1) =n∑
k=1
(2k − 1) ;
Resolucao: Os primeiros casos
13 = 1, 13+23 = 9 = 32, 13+23+33 = 36 = 62, 13+23+33+43 = 100 = 102
sugerem que a soma dos cubos dos primeiros n naturais e um quadrado per-feito, mais precisamente
n∑k=1
k3 =
(n(n + 1)
2
)2
.
Provamos que de facto assim e por inducao; o caso n = 1 ja foi verificado;
6
supondo que a igualdade se verifica para um certo n
n+1∑k=1
k3 =n∑
k=1
k3 + (n + 1)3 =
(n(n + 1)
2
)2
+ (n + 1)3 =
=n2(n + 1)2
4+ (n + 1)3 =
n2(n + 1)2 + 4(n + 1)3
4=
(n + 1)2(n2 + 4n + 4)
4=
=(n + 1)2(n + 2)2
4=
((n + 1)(n + 2)
2
)2
como se queria demonstrar.A alınea b) resolve-se de modo semelhante, notando que
1 = 1, 1 + 3 = 4 = 22, 1 + 3 + 5 = 9 = 32, 1 + 3 + 5 + 7 = 16 = 42.
9. Demonstrar por inducao finita que
n∑k=1
k!k = (n + 1)!− 1, ∀n ≥ 1
Resolucao: A igualdade verifica-se para n = 1:
1!1 = 2!− 1
Para concluir a demonstracao, temos que verificar que se a igualdade severifica para um certo n tambem se verifica para n + 1: temos
n∑k=1
k!k = (n + 1)!− 1
como hipotese de inducao e
n+1∑k=1
k!k =n∑
k=1
k!k + (n + 1)!(n + 1) = por hip. de ind.
= (n + 1)!− 1 + (n + 1)!(n + 1) = (n + 1)!(1 + n + 1)− 1 = (n + 2)!− 1
7
como querıamos demonstrar.
10. Mostrar, usando inducao, que 42n − 1 e divisıvel por 15, para todo on > 0.
Resolucao: Para n = 1 o resultado e evidente; suponhamos que para umcerto n, 42n − 1 e multiplo de 15; entao
42(n+1) − 1 = 4242n − 1 = 42(42n − 1 + 1)− 1 = 42(42n − 1) + 42 − 1
e cada uma das parcelas e divisıvel por 15.
11. Analisar a seguinte deducao da formulan∑
k=1
k =n(n + 1)
2
justificando cada um dos passos:
n+1∑k=1
k2 =n∑
k=0
(k + 1)2 =n∑
k=1
k2 + 2n∑
k=1
k + n + 1
Portanto
2n∑
k=1
k = (n + 1)2 − (n + 1) = n(n + 1)
Calcular, usando o mesmo metodo, os valores da seguinte soma:
Sn =n∑
k=0
k2;
Resolucao:a)
n+1∑k=1
k3 =n∑
k=0
(k+1)3 =n∑
k=0
(k3 + 3k2 + 3k + 1
)=
n∑k=0
k3+3n∑
k=0
k2+3n∑
k=0
k+n+1
8
e portanto, comon+1∑k=1
k3 =n∑
k=0
k3 + (n + 1)3
obtemos
(n + 1)3 = 3n∑
k=0
k2 + 3n∑
k=0
k + n + 1 = 3n∑
k=0
k2 + 3n(n + 1)
2+ n + 1
e finalmenten∑
k=0
k2 =1
3
((n + 1)3 − 3
n(n + 1)
2− (n + 1)
)=
n(n + 1)(2n + 1)
6
12. (Numeros de Fibonacci) Considerar a sucessao de inteiros definida porrecorrencia por
F1 = 1;F2 = 1;
Fn = Fn−1 + Fn−2, n > 2.
Fn e chamado o n−esimo numero de Fibonacci.
a) Provar que
(i) : F1 + F2 + F3 + · · ·+ Fn = Fn+2 − 1;
(ii) : F1 + F3 + F5 + · · ·+ F2n−1 = F2n;
b) ”Adivinhar” identidades e demonstra-las para as seguintes expressoes:
F2 + F4 + F6 + · · ·+ F2n =???;
F 2n+1 − FnFn+2 =???.
9
Resolucao: a) i Como F3 = 2 o caso n = 1 e evidente; supondo que aigualdade se verifica para um certo n, temos
n+1∑k=1
Fk =n∑
k=1
Fk + Fn+1 = Fn+2 − 1 + Fn+1 = Fn+3 − 1
usando a hipotese de inducao na segunda igualdade e a definicao dos numerosde Fibonacci na terceira.
b) No primeiro caso podemos usar as igualdades demonstradas em a):
n∑k=1
F2k =2n+1∑k=1
Fk −n+1∑k=1
F2k−1 = F2n+3 − 1− F2n+2 = F2n+1 − 1
No segundo vemos que
F 22 − F1F3 = −1; F 2
3 − F2F4 = 1
e usando a definicao dos numeros de Fibonacci
F 2n+2−Fn+1Fn+3 = F 2
n+2−Fn+1 (Fn+2 + Fn+1) = Fn+2 (Fn+2 − Fn+1)−F 2n+1 = Fn+2Fn−F 2
n+1
pelo que concluımos que a expressao do enunciado toma os valores 1 e −1alternadamente;
F 2n+1 − FnFn+2 = (−1)n
13. Consegue provar por inducao em n que
∀n ∈ N :1
2
3
4· · · 2n− 1
2n=
n∏k=1
2k − 1
2k<
1√3n
?
E se for
∀n ∈ N :1
2
3
4· · · 2n− 1
2n=
n∏k=1
2k − 1
2k<
1√3n + 1
?
10
Resolucao:Na primeira desigualdade, o caso n = 1 e de verificacao imediataporque
1∏k=1
2k − 1
2k=
1
2<
1√3
;
para completarmos a demonstracao por inducao, tomamos como hipotese quea desigualdade do enunciado se verifica para um certo n e procuramos deduzir,a partir dessa hipotese, que ela tambem se verifica para n + 1. Ora
n+1∏k=1
2k − 1
2k=
(n∏
k=1
2k − 1
2k
)2(n + 1)− 1
2(n + 1);
por hipotese de inducao, o produto do lado direito e majorado por 1√3n
eportanto
n+1∏k=1
2k − 1
2k<
1√3n
2(n + 1)− 1
2(n + 1)=
1√3n
2n + 1
2(n + 1);
se provarmos que o lado direito desta desigualdade e majorado por 1√3(n+1)
,
completamos a demonstracao.Mas e aı que surgem problemas:
1√3n
2n + 1
2(n + 1)≤ 1√
3(n + 1)⇔ (2n + 1)
√3(n + 1) ≤ 2(n + 1)
√3n⇔ (2n + 1)2(3n + 3) ≤ 4(n + 1)23n⇔
⇔ (4n2 + 4n + 1)(n + 1) ≤ 4(n2 + 2n + 1)n⇔ 4n3 + 8n2 + 5n + 1 ≤ 4n3 + 8n2 + 4n
e esta ultima desigualdade e obviamente falsa.
Ja se tentamos a mesma abordagem para a outra desigualdade, notamosque o caso n = 1 nao se verifica (tem-se igualdade e nao desigualdade estrita);mas para n = 2 ja se tem a desigualdade:
1
2
3
4=
3
8<
1√3× 2 + 1
=1√7.
11
Se repetirmos o raciocınio feito anteriormente para provar o resultado porinducao, somos conduzidos a demonstrar a desigualdade
1√3n + 1
2n + 1
2(n + 1)≤ 1√
3(n + 1) + 1
que se verifica, seguindo calculos identicos aos feitos acima, ser verdadeira.Portanto a segunda desigualdade do enunciado verifica-se para todo o n ≥ 2.
O ponto interessante e que se conclui entao que a primeira desigualdadetambem se verifica, uma vez que obviamente
1√3n + 1
<1√3n
;
quer isto dizer que, embora nao conseguıssemos provar por inducao uma de-sigualdade, ja o conseguimos fazer para uma outra desigualdade mais “forte”,que implica a primeira.Isto acontece porque, no passo de inducao, podemos usar tambem a desigual-dade mais “forte”.
14. Mostrar que, dados n quadrados, e possıvel recorta-los em polıgonos demodo a formar com estes um novo quadrado.Sugestao: O unico caso difıcil e n = 2;
Resolucao: Se soubermos resolver o caso n = 2, podemos raciocinar porinducao: suponhamos que sabemos resolver o problema com n quadrados; da-dos n+ 1 quadrados, podemos formar um novo quadrado com n deles e depoisformar um quadrado a partir deste e do quadrado restante.Suponhamos entao que temos dois quadrados, um com lado a e o outro comlado b e seja a < b (o caso em que a = b resolve-se por uma versao simplifi-cada deste procedimento). A ideia guia e que o quadrado final tera que terobrigatoriamente lado
√a2 + b2.
Comecamos por cortar no quadrado de lado b um rectangulo a×b e cortamo-loao longo de uma diagonal. O rectangulo restante (de medidas (b − a) × b) e
12
cortado num quadrado (b−a)× (b−a) e num rectangulo (b−a)×a. Juntandoeste ultimo rectangulo ao quadrado de lado a obtemos um novo rectangulocom medidas a× b que pode ser de novo cortado ao longo de uma diagonal.Temos entao polıgonos que formam quatro triangulos rectangulos com umcateto de comprimento a e o outro de comprimento b, e um quadrado (b −a)× (b− a). Os quatro triangulos podem ser dispostos de modo a que as suashipotenusas sejam os lados de um quadrado, tendo no meio o espaco para oquadrado.
15. Demonstrar, por inducao em n, que
∀n ∈ N (bi > 0 ∀i ≤ n ∧n∏
i=1
bi = 1)⇒n∑
i=1
bi ≥ n
Nota:∏n
i=1 bi designa o produto dos bi, com 1 ≤ i ≤ n.Sugestao: Se bi = 1∀i, o resultado e evidente; caso contrario, notar que: i) seb1, b2, b3, · · · , bn+1 sao n+1 reais positivos tais que
∏n+1i=1 bi, entao b1b2, b3, · · · , bn+1
sao n reais positivos cujo produto e 1; podemos supor que, por exemplo,b1 < 1 < b2; Mostrar que se 0 < a < 1 < b, entao ab < a + b− 1.
Resolucao: Se n = 1 nao ha nada a provar. Vamos entao assumir comohipotese de inducao que dados quaisquer n reais positivos cujo produto e iguala 1, a sua soma e maior ou igual a n. Dados reais positivos
b1, b2, b3, · · · , bn+1
tais quen+1∏i=1
bi,
podemos supor que nao todos iguais a 1 (caso contrario, o resultado e evidente)e portanto que se tem b1 < 1 < b2. Entao
0 < (b2 − 1)(1− b1) = b2 + b1 − 1− b1b2
13
ou seja, b1b2 < b2 + b1 − 1.Ora,
b1b2, b3, · · · , bn+1
sao n reais positivos cujo produto e 1 e portanto, pela hipotese de inducao
b1b2 + b3 + · · ·+ bn+1 ≥ n;
usando a desigualdade anterior, obtemos
(b1 + b2 − 1) + b3 + · · ·+ bn+1 ≥ n⇔n+1∑i=1
bi ≥ n + 1
como querıamos mostrar.
16. Usar o resultado do problema anterior para demonstrar o seguinte:dados n numeros reais positivos ai, 1 ≤ i ≤ n, verificam-se as desigualdades
n1a1
+ 1a2
+ · · ·+ 1an
≤ n√a1a2 · · · an ≤
a1 + a2 + · · ·+ ann
ou seja, usando a notacao para somatorios e produtos,
n∑ni=1
1ai
≤ n
√√√√ n∏i=1
ai ≤∑n
i=0 ain
As formulas acima representam, respectivamente, as medias harmonica, geometricae aritmetica dos numeros ai, 1 ≤ i ≤ n, e estas desigualdades sao uteis emmuitas ocasioes.
Resolucao: Aplicamos o exercıcio anterior aos reais definidos por
bi =ai
n√∏n
i=1 ai;
14
e evidente que∏n
i=1 bi = 1 e portanto∑n
i=1 bi ≥ n, ou seja, pondo em evidencia1
n√∏n
i=1 ai,
n∑i=1
ai ≥ n n
√√√√ n∏i=1
ai
que e a desigualdade entre as media aritmetica e geometrica. A outra desigual-dade prova-se de modo semelhante, substituindo os ai pelos seus inversos.
Nota: Estas desigualdades podem ser demonstradas sem o uso do resultadocontido no exercıcio anterior, nomeadamente aplicando de outras maneiras oPrincıpio de Inducao Finita.
17. O menor multiplo comum de dois numeros inteiros a, b define-se comoo inteiro positivo mmc(a, b) que e multiplo de ambos e tal que
a|c ∧ b|c =⇒ mmc(a, b)|c
Mostrar que para a, b positivos se tem
mmc(a, b) =ab
mdc(a, b)
Resolucao: A primeira solucao usa directamente a definicao de maximodivisor comum e mınimo multiplo comum. Seja d = mdc(a, b); em primeiro
lugar, e obvio queab
de multiplo de a e de b; se c e um multiplo comum de a e
b, temos que mostrar queab
ddivide c; mas a | c e
b
d| c e a e
b
dsao primos entre
si, por definicao de maximo divisor comum; isso implica que o seu produtotambem divide c:temos
c = la = jb
d;
15
e existem inteiros x e y tais que
ax +b
dy = 1.
Logo
jb
dx = cx = lax = l(1− b
dy)
e portanto
l = (jx + ly)b
de
c = (jx + ly)b
da.
A segunda solucao usa o Teorema Fundamental da Aritmetica: se pi designao i-esimo primo, todo o inteiro positivo pode ser escrito na forma
∏i p
lii com
li = 0 excepto para um numero finito de ındices. Entao, se
a =∏i
pkii , b =∏i
pjii ,
as definicoes de maximo divisor comum e mınimo multiplo comum sao equiv-alentes a
mdc(a, b) =∏i
pmin{ki,ji}i , mmc(a, b) =
∏i
pmax{ki,ji}i
A igualdade no enunciado equivale a∏i
pmin{ki,ji}i
∏i
pmax{ki,ji}i =
∏i
pkii∏i
pjii
ou seja, a ∏i
pmin{ki,ji}+max{ki,ji}i =
∏i
pki+jii
que e claramente verdadeira. Note-se que, mais uma vez como consequenciado Teorema Fundamental da Aritmetica, a verificacao desta igualdade se reduz
16
a verificar a igualdade dos expoentes para cada primo pi, ou seja a comprovarque para quaisquer inteiros x e y se tem
max{x, y}+ min{x, y} = x + y.
18. Provar que o maximo divisor comum de n > 2 inteiros a1, a2, · · · , ansatisfaz a seguinte recorrencia:
mdc(a1, a2, · · · , an) = mdc(mdc(a1, a2, · · · , an−1), an)
Justificar que se d = mdc(a1, a2, · · · , an), existem inteiros x1, x2, · · · , xn taisque
d = a1x1 + a2x2 + · · ·+ anxn
Resolucao: Provamos a primeira igualdade usando repetidamente a definicaode maximo divisor comum: d e o maximo divisor comum de a1, a2, · · · , an sedivide cada um destes inteiros e se, dado um outro inteiro positivo c tal quec | ai para todo o 1 ≤ i ≤ n, entao c | d.mdc(a1, a2, · · · , an) divide cada um dos ai e portanto divide mdc(a1, a2, · · · , an−1)e an, logo tem que dividir mdc(mdc(a1, a2, · · · , an−1), an).Reciprocamente, mdc(mdc(a1, a2, · · · , an−1), an), divide an e como divide mdc(a1, a2, · · · , an−1)tem que dividr cada um dos ai; mas entao, de novo pela definicao, dividemdc(a1, a2, · · · , an).noindent Assim,
mdc(a1, a2, · · · , an) e mdc(mdc(a1, a2, · · · , an−1), an)
sao dois inteiros positivos que se dividem mutuamente e tem portanto que seriguais.
A segunda parte pode ser justificada raciocinando por inducao: o caso n = 2foi provado usando o algoritmo de Euclides; suponhamos que para quaisquern− 1 inteiros a1, · · · , an−1, existem inteiros yi tais que
mdc(a1, a2, · · · , an−1) = a1y1 + · · ·+ an−1yn−1;
17
A formula de recorrencia da primeira parte da pergunta da-nos entao
mdc(a1, a2, · · · , an) = mdc(a1y1 + · · ·+ an−1yn−1, an);
mas o caso n = 2 garante que existem inteiros z e w tais que
mdc(a1y1 + · · ·+ an−1yn−1, an) = (a1y1 + · · ·+ an−1yn−1)z + anw
e portanto
mdc(a1, a2, · · · , an) = a1y1z + · · ·+ an−1yn−1z + anw
19. Mostrar que, dado a ∈ N, se verifica
mdc (am − 1, an − 1) = amdc(m,n) − 1
Resolucao: Se m = qn + r com 0 ≤ r < n, entao
am − 1 = aqn+r − 1 = ar (aqn − 1) + ar − 1 =
= ar(1 + an + · · ·+ an(q−1))(an − 1) + ar − 1
e 0 ≤ ar − 1 < an − 1.Isso mostra que cada passo na aplicacao do algoitmo de Euclides a m e ncorresponde a um passo na sua aplicaao a am − 1 e an − 1: se na i-esimaiteracao da primeira aplicacao temos ri−2 = qiri−1 + ri, obtemos para o outrocaso
ari−2 − 1 = Qi(ari−1 − 1) + (ari − 1)
ondeQi = ari(1 + ari−1 + · · ·+ ari−1(qi−1)).
E portanto se ao fim de t iteracoes se tem rt−2 = qtd onde d = mdc(m,n),temos tambem
art−2 − 1 = Qt(ad − 1).
20. Uma tripla pitagorica (x, y, z) e um triplo de naturais tais quex2 + y2 = z2.Uma tripla pitagorica diz-se primitiva se mdc(x, y, z) = 1.
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a) Mostrar que se n > m > 0 sao naturais primos entre si, em que um e pare o outro e ımpar, entao (n2 −m2, 2nm, n2 + m2) e uma tripla pitagoricaprimitiva.
b) Mostrar que se (x, y, z) e uma tripla pitagorica primitiva, entao um deentre x e y e par e o outro, bem como z, e ımpar.
c) Suponhamos que y = 2k e o termo par; deduzir que
k2 =z − x
2
z + x
2
e que os factores do lado direito sao inteiros primos entre si.
d) Deduzir que cada um daqueles dois factores e um quadrado perfeito econcluir que todas as triplas pitagoricas primitivas (a menos de uma trocaentre x e y) sao da forma dada na alınea a).
Resolucao: a) Que aqueles tres inteiros positivos sao uma tripla pitagoricadecorre de um calculo simples:
(n2 −m2)2 + (2nm)2 = n4 − 2n2m2 + m4 + 4n2m2 = (n2 + m2)2
Um primo p que seja factor comum dos tres elementos da tripla
(n2 −m2, 2nm, n2 + m2)
tem que ser ımpar, porque divide os ımpares n2 − m2 e n2 + m2; e teratambem que dividir a sua soma 2n2 e diferenca 2m2; mas entao tem quedividir quer n quer m, contradizendo a hipotese de estes serem primosentre si.b) Se x e y fossem ambos pares, tambem z seria par e a tripla nao seriaprimitiva; suponhamos que x = 2t+1 e y = 2s+1 sao ımpares (e portantoz = 2u e par); entao por um lado
z2 = (2u)2 = 4u2 ≡ 0 mod 4
e por outro
z2 = x2+y2 = (2t+1)2+(2s+1)2 = 4t2+4t+1+4s2+4s+1 ≡ 2 mod 4
19
conduzindo a uma contradicao.c) Se y = 2k,
4k2 = y2 = z2 − x2 = (z − x)(z + x)
e portanto
k2 =z − x
2
z + x
2Como x e z sao ımpares, quer z−x quer z+x sao pares e portanto os doisfactores do lado direito da ultima igualdade sao inteiros; se eles tivesseum factor primo comum p, ele dividiria tambem a soma z e a diferenca x;alem disso terıamos que p2 | k2 e portanto p | k e p| y, contradizendo ofacto de (x, y, z) ser uma tripla pitagorica.d) Sejam
z − x
2=∏i
plii ,z + x
2=∏i
pjii , k =∏i
phi
i
as factorizacoes em factores primos com expoentes li, ji, hi ≥ 0 para todoo i; como os dois primeiros inteiros sao primos entre si, sabemos queji > 0 ⇔ li = 0; se pi divide, por exemplo, z−x
2 temos que li e o expoentede pi em k2 que e igual a 2hi e portanto par; o mesmo se passa paraos expoentes nao nulos na factorizacao de z+x
2 . Concluımos que todos osexpoentes na factorizacao em factores primos de z−x
2 e de z+x2 sao pares e
portanto estes inteiros sao quadrados perfeitos
z − x
2= m2,
z + x
2= n2
Temos entao k = mn e
x = n2 −m2, y = 2mn, z = n2 + m2.
Alem disso, m e n tem que ter paridade diferente, porque x e z sao ımpares,e sao primos entre si porque, caso contrario, x , y e z teriam um factorcomum.
21. Neste exercıcio usamos a notacao abreviada (a1, a2, · · · , an) para des-ignar o maximo divisor comum dos inteiros a1, a2, · · · , an (cuja existencia
20
se prova de modo analogo ao caso n = 2).O menor multiplo comum e designado por [a1, a2, · · · , an].Recorde-se igualmente que a|b significa a divide b.
i) Provar que se c e um multiplo comum de a e b entao [a, b]|c.Sugestao: c = q[a, b] + r com 0 ≤ r < [a, b].
ii) Provar que se verificam as seguintes identidades ou dar um contra-exemplo:
a) (ma,mb) = m(a, b) e [ma,mb] para m ∈ N;
b) ((a, b), (a, c)) = (a, b, c) e [[a, b], [a, c]] = [a, b, c];
c) (a, b)(c, d) = (ac, ad, bc, bd);
d) (a, b, c) = ((a, b), c);
e) (a, b)[a, b] = ab; Sugestao: considerar primeiro o caso (a, b) = 1;
f) (ab, ac, b, c)[a, b, c] = abc;
Resolucao: i) de acordo com a sugestao c = q[a, b] + r, e se c e ummultiplo comum de a e b, tambem r o e; mas, pela definicao de menormultiplo comum, isso implica r = 0.
ii) a) Sejam d = (a, b) e c = (ma,mb); existem inteiros x, y tais que md =m(xa + yb) = x(ma) + y(mb), e portanto md tem que ser um multiplo dec. Mas por outro lado existem t, s tais que c = t(ma)+s(mb) = m(ta+sb)e portanto c e um multiplo de md.A igualdade analoga para os menores multiplos comuns prova-se do mesmomodo.
c) Sejam m = (a, b), n = (c, d); e claro que mn divide qualquer umdos produtos ac, ad, bc, bd e portanto mn ≤ (ac, ad, bc, bd). Mas, aplicandoa) repetidamente, este ultimo n umero divide ac e ad e portanto divide(ac, ad) = a(c, d), e do mesmo modo divide b(c, d); entao divide tambem
21
(a(c, d), b(cd)) = (a, b)(c, d) = mn.
d) Por um lado (a, b, c) divide a e b e portanto divide (a, b), e como tambemdivide c, tem que dividir ((a, b), c); mas por outro este ultimo e um divisor(positivo) dos tres inteiros a, b, c logo tem que ser menor ou igual do que(a, b, c).
e) seja primeiro (a, b) = 1; por i), como ab e um multiplo comum de a, b,temos que [a, b]|ab ou seja, existe u tal que ab = [a, b]u; mas [a, b] = ta = sb
e portanto como a e b sao na nulos
a = su b = tu
ou seja u e um divisor comum de a e b e portanto divide (a, b) = 1.o caso geral deduz-se escrevendo
d = (a, b), a = a′d, b = b′d
pelo resultado anterior a′b′ = [a′, b′] e pela alınea a)
ab = d2a′b′ = d2[a′, b′] = d[a, b] = (a, b)[a, b]
.
Nota: Nas resolucoes apresentadas, usaram-se apenas as propriedadesmais simples do maximo divisor comum (a, b) de dois numeros a e b: qual-quer divisor de a e b divide (a, b); existem inteiros t, s tais que (a, b) =ta + sb; usando por sua vez os resultados a) e c), por exemplo, e racioci-nando por inducao, pode-se provar que estas propriedades se general-izam: qualquer divisor de a1, a2, · · · , an divide (a1, a2, · · · , an) e existemt1, t2, · · · , tn tais que (a1, a2, · · · , an) =
∑nk=1 tkak.
Estas identidades podem ser tambem demonstradas usando as decom-posicoes dos varios inteiros em factores primos.Para isso e conveniente escrever
a =∏
paii
22
em que o produto se faz com todos os primos pi e ai ≥ 0; como ai =0 excepto para um numero finito de ındices, nao ha problema em usarprodutos infinitos (com a convencao de que 1∞ = 1).Entao, se
a =∏
paii , b =∏
pbiideduz-se que
(a, b) =∏
pmin{ai,bi}i , [a, b] =
∏pmax{ai,bi}i
22. Com quantos zeros termina a expansao decimal de 100!? Sugestao:comecar por resolver para 10! e considerar a factorizacao em factores pri-mos.
Resolucao: o numero de zeros pedido e dado exactamente pela maiorpotencia de 10 que divide 100!. Como 100! = 2j5k× (outros factoresprimos), conluımos que essa potencia sera min{j, k}.Para calcular k, como 100! =
∏100n=1 n, procuramos os 1 ≤ n ≤ 100 em que
5 aparece como factor, isto e 5, 10, 15, etc.Como existem 20 = 100/5 multiplos de 5 entre 1 e 100, 5 aparece comofactor 20 vezes; mas temos que contar tambem os multiplos de 52 menoresque 100 em que 5 aparece como factor duas vezes, e temos 4 = 100/25.Logo k = 24.Do mesmo modo, podemos calcular j como a soma do numero de multiplosde 2, de 22, de 23, etc., que existem entre 1 e 100:
j =
⌊100
2
⌋+
⌊100
22
⌋+ · · ·+
⌊100
26
⌋= 50 + 25 + 12 + 6 + 3 + 1 = 97
Como era de esperar esta potencia e muito maior que a de 5.Em geral, portanto, dado um natural N e um primo p, o expoente k de p
na factorizacao em primos de N ! e dada por
k =r∑
i=1
⌊N
pi
⌋23
em que r e definido por pr ≤ N < pr+1.
23. Determinar o maximo divisor comum d de 2163 e 910 e inteiros x, ytais que
d = 2163x + 910y
com x > 0.
Resolucao: A tabela seguinte descreve a aplicacao do algoritmo de Eu-clides a a = 2163 e b = 910, com o calculo simultaneo dos xi e yi quesatisfazem
ri = axi + byi :
ri qi xi yi2163 1 0910 0 1
2163 = 2× 910 + 343 343 2 1 −2910 = 2× 343 + 224 224 2 −2 5343 = 1× 224 + 119 119 1 3 −7224 = 1× 119 + 105 105 1 −5 12119 = 1× 105 + 14 14 1 8 −1914 = 2× 11 + 0
Conclui-se portanto que mdc(1859, 737) = 11 e que
11 = 1859× 23− 737× 58
Como o enunciado pede y > 0, tmeos que usar a formula mais geral
11 = 1859× (23− k737
11) + 737× (−58 + k
1859
11).
Fazendo, por exemplo, k = 1 ja obtemos
11 = −1859× 44 + 737× 111
24