Exigências de aminoácidos para poedeiras -...
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29 Reunio do CBNA Congresso sobre Nutrio de Aves e Sunos 2015 De 02 a 04 de dezembro de 2015 Hotel Fonte Colina Verde So Pedro, SP
Exigncias de aminocidos para poedeiras
Fernando Guilherme Perazzo Costa1, Sarah Gomes Pinheiro1, Matheus
Ramalho de Lima1
Introduo
A produo de ovos comerciais uma atividade muito dinmica que requer
estratgias eficientes na criao e produo dessas aves.
As aves poedeiras atuais possuem objetivos metablicos especficos diferentes
das aves de tempos atrs, especialmente pelo melhoramento gentico, que evoluiu muito
nestes animais. Atualmente, as poedeiras so menores e mais leves, possuem maior
produo de ovos e persistncia de postura, melhor converso alimentar, menor
consumo de rao e maturidade sexual precoce.
Alm disso, pesquisas em gentica, nutrio, bioclimatologia e sanidade passam
informaes importantes para que a produo de galinhas poedeiras seja otimizada a
cada ano, melhorando ndices produtivos e possibilitando retornos econmicos mais
atrativos aos produtores.
A alimentao das galinhas poedeiras complexa e necessrio que seja
atendido com preciso aos requerimentos nutricionais destas aves e as mesmas possam
expressar o mximo do potencial que a gentica permite.
As deficincias ou desbalanos nutricionais, especialmente na fase de cria e
recria podem influenciar em problemas nutricionais ou produtivos nas aves na fase
produtiva ou reprodutiva. Assim, o manejo geral adequado nas fases que antecedem a
postura corresponde com preciso o potencial produtivo desses animais na fase onde h
retorno econmico da criao.
As exigncias nutricionais das galinhas poedeiras so influenciadas por diversos
fatores, entre eles podemos citar a linhagem, a produo em massa de ovos, o nvel de
energia da dieta, a quantidade de rao consumida e seus ajustes nutricionais de acordo
com a ambincia, a composio e digestibilidade das raes, temperatura do ambiente
de criao, instalaes, densidade de alojamento, espao no comedouro e mtodo de
determinao das exigncias nutricionais.
1 Professor do Departamento de Zootecnia/UFPB , Centro de Cincias Agrrias, Areia, Paraba.
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Como dito antes, a complexidade da alimentao das galinhas poedeiras ainda
testada no momento da formulao das raes. Com raes formuladas com base na
protena bruta, as margens de segurana nos nveis nutricionais garantiam o bom
desempenho das aves, entretanto, os excessos geravam problemas, muitas vezes, no
vistos pelos produtores, como um maior acmulo de gordura abdominal, maior excreo
de nitrognio, antagonismo entre aminocidos, que, sem dvida, possibilitavam em
prejuzos aos produtores, sem que esses tomassem conhecimento.
As raes para galinhas poedeiras podem ser formuladas base de milho e de
farelo de soja para atender as demandas nutricionais destas aves, contudo, com o avano
das linhagens comerciais de poedeiras, raes baseadas na protena bruta e sem a
suplementao de aminocidos industriais se tornaram inviveis produo eficiente de
ovos atualmente. Assim, podemos dizer que as recomendaes nutricionais das aves se
baseiam pontos importantes, de modo a serem criadas interaes entre os nutrientes, por
exemplo, energia e nutrientes da rao, da protena com os aminocidos, e dos
aminocidos com outros aminocidos, tal como antagonismo, sinergismo, etc.
Dessa maneira, hoje tm-se dietas formuladas com base no conceito da protena
ideal, onde temos a necessidade de atender no limiar do requerimento nutricional
aminoacdico da ave para expressar o mximo esse potencial produtivo, minimizando
perdas desses nutrientes para o meio ambiente e fazendo com que o organismo da ave
trabalhe com eficincia na utilizao desses nutrientes.
Precisa ficar claro que uma rao eficiente aquela que atende s necessidades
nutricionais das aves dentro de cada fase de criao proposta, possibilitando o mximo
de eficincia produtiva e que gere maior retorno econmico ao produtor.
Considerando esses pontos, para se ter uma ideia da complexidade, uma ave
ingerindo uma rao com 2900 kcal/kg, em um consumo de 100g/dia, uma ave necessita
de 70kcal para a produo do ovo (Leesson& Summers, 2005), muito embora, muito
mais com a mantena fisiolgica, de modo que esses dois processos geram incremento
calrico, o que nos faz perceber a importncia desse incremento na fisiologia da ave.
Do mesmo modo, para que ocorra a deposio de um aminocido na molcula
de protena, 4 mol de ATP so necessrios, de modo que h um gasto de 6 mol de ATP
por cada N excretado aps o catabolismo do aminocido em excesso, logo, primordial
tornar o aminocido mais disponvel ave nas raes, pois h uma melhoria na
eficincia no aproveitamento energtico e proteico da rao, otimizando o processo
fisiolgico da produo de ovos.
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As raes atuais de poedeiras so formuladas com o uso de aminocidos
industriais, pois eles possibilitam uma valorizao da dieta em aminocidos especficos,
o que possibilita uma reduo da protena bruta, aumentando a eficincia fisiolgica
dessas aves, pois h uma reduo na excreo dos excessos, o que reduz o incremento
calrico j comentado, melhorando a eficincia do processo, alm claro, de promover
melhor estrutura de aminocidos para a sntese proteica.
Muito embora, alguns aspectos precisem ser sempre considerados, tais como a
matriz nutricional dos alimentos usados na formulao da rao, os requerimentos
nutricionais, o atendimento dos aminocidos essenciais bem como a relao desses com
os no essenciais, o antagonismo de aminocidos e ainda os nveis de potssio que
podem ser reduzidos em funo da tendncia de menores incrementos de farelo de soja.
Iremos abordar a formulao de raes com base no conceito de protena ideal,
ou seja, raes formuladas para atender aos nveis recomendados em aminocidos
digestveis e no somente da protena bruta, de forma que, para isso, a suplementao de
aminocidos industriais se torne necessria e assim discutir acerca das recomendaes
de aminocidos para poedeiras, da fase inicial postura, contemplando trabalhos de
exigncia de aminocidos para estas fases.
Aminocidos Industriais
Com o aumento crescente na produo de aminocidos industriais no mercado
(dcada de 50), os nutricionistas foram capazes de formular dietas com a finalidade de
satisfazer as necessidades reais de aminocidos essenciais nas dietas para as aves, e no
somente atender a protena para que a mesma disponibilize esses aminocidos no
organismo da ave, o que gera um gasto metablico intenso.
Nos ltimos 20 anos, com a disponibilidade de aminocidos industriais para uso
na alimentao animal, muitas pesquisas foram realizadas com o objetivo de definir as
exigncias de aminocidos essenciais na nutrio de aves e sunos. Diante disso,
passou- se a discutir o conceito de protena ideal.
A protena ideal pode ser definida como o balano exato, sem excesso ou
deficincias, de todos os aminocidos necessrios para manuteno animal e mxima
deposio proteica. Isso reduz o uso de aminocidos como fonte de energia e diminui a
excreo de nitrognio.
O aminocido lisina foi eleito pelos pesquisadores como referncia (Standard
=100) pelas seguintes razes: a lisina o primeiro aminocido limitante na maioria das
dietas para sunos e o segundo, depois dos aminocidos sulfurosos, na maioria das
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dietas para aves. Este aminocido encontra-se economicamente disponvel na forma
cristalina para ser utilizado nas raes prticas dos animais. Diferentemente dos
aminocidos sulfurosos, sua anlise laboratorial simples e direta e tambm possui
metabolismo orientado principalmente para deposio de protena corporal. E, por fim,
existe grande quantidade de publicaes referentes aos requerimentos de lisina em aves
e sunos sob diferentes condies nutricionais, ambientais e de composio corporal.
Os aminocidos quando correlacionados entre si denominado de relaes
aminoacdicas, de modo que a lisina considerada o aminocido referncia. Na tabela 1,
so apresentadas as relaes aminoacdicas recomendadas de acordo com diversos
autores.
Tabela 1. Relaes aminoacdicas recomendadas para as galinhas poedeiras leves e
semipesadas em postura
Aminocido NRC
(1994)
CVB
(1996)
Coon
(1999)
Leeson
(2005)
Rostagno
(2005)
Bregendahl
(2008)
Rostagno
(2011)
Hy-
Line
(2015)
Lisina 100 100 100 100 100 100 100 100
Arginina 101 - 130 103 100 - 100 104
Isoleucina 94 79 86 79 83 79 76 78
Metionina 43 50 49 51 50 47 50 49
Met+Cis 84 93 81 88 91 94 91 84
Treonina 68 66 73 80 66 77 76 70
Triptofano 23 19 20 21 23 22 23 21
Valina 101 86 102 89 90 93 95 88
Desta forma, o nvel de lisina exigido pelas aves fator primordial para obter os
nveis dos demais aminocidos, haja vista que se pode estim-los atravs de relaes
aminoacdicas existentes. Entretanto, qualquer equvoco nestas determinaes iniciais
dos nveis de lisina da dieta de galinhas poedeiras pode comprometer os demais
aminocidos, alterando o balano ideal de aminocidos da dieta e gerando,
consequentemente, perdas em desempenho e em eficincia da dieta.
Muitas vezes as recomendaes no fornecem as recomendaes para aves em
todas as situaes de peso vivo, o que faz com que os produtores formulem dietas que
no atendam ou que ultrapassem os nveis dietticos necessrios para as galinhas
poedeiras leves e semipesadas. Contudo, para resolver este problema, aps diversos
experimentos, uma relao entre o peso vivo, massa de ovos, ganho de peso dirio foi
estabelecida por Rostagno et al, (2005) e, atravs de uma equao matemtica, foi
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possvel estimar o consumo dirio de lisina digestvel, e que, a partir do consumo mdio
de rao das aves, obtm-se o nvel de lisina digestvel diettico para atender s
necessidades nutricionais destas aves.
Os valores de aminocidos devem ser expressos em termos de aminocidos
digestveis e no mais em aminocidos totais, portanto, a exigncia no de protena e
sim de aminocidos especficos e nitrognio no especfico para a sntese de
aminocidos no essenciais. O mnimo excesso de aminocidos na dieta uma das
maneiras de reduzir a excreo excessiva de nitrognio, que est se tornando um
problema srio em pases com produo animal intensiva.
Conforme a protena diettica reduzida com a suplementao de aminocidos
industriais, o ajuste da tima relao ideal desses componentes se torna cada vez mais
importante. Os aminocidos limitantes na dieta de poedeiras so, na sequncia,
metionina, lisina, treonina, triptofano, valina, isoleucina, arginina. Essa ordem de
limitao pode ser alterada de acordo com os ingredientes que o nutricionista
disponibilize para formulao destas dietas, bem como ajustes dentro de cada fase de
criao.
Na formulao das raes para galinhas poedeiras utilizando a suplementao de
aminocidos industriais, um dos principais objetivos a suplementao dos
aminocidos essenciais. Dessa maneira, deve ocorrer o atendimento destes aminocidos
com a suplementao naturalmente, no momento dos ajustes na formulao das raes,
pois se houver uma reduo do nvel de protena bruta, a rao se adequa corretamente
ao perfil de aminocidos necessrios ao bom desempenho das aves, o que gera um
efeito significativo na melhoria da eficincia de utilizao da protena, reduo dos
custos de alimentao e ameniza o impacto ambiental gerado pela menor excreo de
nitrognio para o meio ambiente, em funo da reduo do nvel da protena bruta na
rao.
Fase de crescimento
Considerado um aminocido essencial para a mantena e crescimento das aves, a
lisina tem sua principal funo sntese muscular, e o aminocido utilizado como
referncia para a formulao de raes com base no conceito de protena ideal, pois, tem
sua principal funo a sntese de tecido proteico, sendo utilizado pelo organismo animal
quase que em sua totalidade para o crescimento.
Na fase de cria e recria, as aves esto em desenvolvimento do corpo e com
sucessivas alteraes como desenvolvimento do sistema imune e digestrio, sistema
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musculas, do ovrio e sistema reprodutor, alm das clulas de gordura, nessa sequncia.
Alm disso, os ossos vm, desde o nascimento, desenvolvendo e tornando uma estrutura
forte e de grande importncia para a ave na fase de postura. Assim, a franga tem o seu
ciclo de formao estrutural finalizado por volta da 13 semana, com incio da
maturidade sexual iniciando por volta da 15 semana, enquanto sua maturidade fsica s
atingida por volta da 30 semana. Logo, percebe-se que a fase de cria e recria
fundamental para a poedeira, especialmente em relao relao entre a maturidade
sexual e fsica.
Nesse contexto, os aminocidos surgem como um importante fator, pois as aves
precisam ter um desenvolvimento da musculatura, especialmente a peitoral, pois ela
possibilita uma maior capacidade de manter alta a produo de ovos na fase de postura.
Assim, para esse melhor ganho de peso e converso alimentar, se faz necessrio uma
dieta com nveis adequados em aminocidos.
Araujo et al. (2014) avaliando de modelos de estimativa de exigncias
nutricionais de lisina, brokenline e equao quadrtica, concluram que a associao das
duas otimiza e possibilita uma melhor recomendao para um mais eficiente
desempenho. Os autores recomendaram que, para melhor ganho de peso e converso
alimentar, o consumo de aves Dekalb leves deve ser de 202, 300 e 146, 312, e
259mg/dia de lisina nas fases de 2 a 6, de 8 a 12 e de 14 a 18 semanas de idade,
respectivamente. O manual da linhagem W-36 (Hy-Line, 2015), recomenda um nvel de
lisina digestvel de 1,05, 0,98, 0,88, 0,76 e 0,78% nas fases de 1 a 3, 3 a 6, 6 a 12, 12 a
15 e 15 a 17 semanas de idade. Vale salientar, que esses nveis so regulados no
exlusivamente pela idade, mas especialmente pelo peso corporal e consumo de rao,
logo, o acompanhamento dessas variveis fundamental para manter as aves em
crescimento ideal e uniforme.
Em sua tese de doutorado, Figueiredo Jr (2014, in press) recomendou uma rao
para aves leves com 0,732% de M+C (0,876% Lys) de 1 a 6 semanas, 0,530% de M+C
(0,621% Lys) de 7 a 12 semanas, e 0,475% de M+C (0,483% Lys) de 13 a 18 semanas.
Nessas mesas fases, Rostagnoet al (2011) recomendavam, respectivamente, 0,640%,
0,497% e 0,396% de Metionina + Cistina. Enquanto isso, o Manual Hy-Line (W-36,
2015), recomenda raes com 0,74%, 0,67, 0,59% (13 a 15 semanas) e0,66% (16 a 17
semanas) de metionina + cistina digestvel.
Cristina Lima, em sua Tese de doutorado (dados no publicados, 2015), avaliouo
requerimento de valina digestvel de frangas leves nas fases de cria, recria e postura. Na
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fase at3 semanas, o nvel recomendado foi de 0,76% de valina digestvel, enquanto o
Manual recomenda 0,79%. Na fase de 4 a 6 semanas, a autora recomendou 0,72%,
valor similar ao do Manual (0,73%dVal), enquanto que Rostagno et al. (2011)
recomendam 0,67%, mas na fase at as 6 semanas de idade.
Na fase de 7 a 12 semanas, a recomendao foi de 0,70dVal, enquanto o Manual
recomenda 0,69%dVal e Rostagno et al. (2011) recomendam 0,50%dVal. Na fase
seguinte, 13 a 15 semanas, a recomendao foi de 0,68%dVal, acima dos 0,61%dVal do
Manual, entretanto, na fase de 16 a 17 semanas, a recomendao foi de 0,54%dVal,
sendo inferior ao do Manual (0,66%dVal), muito embora, acima dos 0,40%dVal de
Rostagno et al. (2011) que recomendam esse nvel para a fase completa de 13 a 18
semanas.
Considerando os dados aqui apresentados, percebe-se que os nveis so
crescentes cronologicamente e que nos manuais das linhagens no consideram a idade
como fator principal de determinao dos nveis nutricionais, mas como fator de
acompanhamento prtico. Alm disso, a fase pr-postura, no considerada nas
recomendaes de Rostagno et al. (2011) e outros trabalhos, vem sendo estudado
recentemente, de modo a contribuir para que as aves tenham melhor escore corporal
para a entrada na fase de postura, contribuindo para uma maior e mais persistente
produo de ovos. Assim, o desmembramento das fases importante para reduzir os
excessos e atender as recomendaes de modo mais eficiente possvel.
Fase de produo
As recomendaes de aminocidos para poedeiras vem sendo constantemente
atualizadas, contudo, percebe uma variao no muito acentuada nos nveis
recomendados. Por exemplo, Rostagnoet al. (2005 e 2011), comparando-se as duas
recomendaes, alguns aminocidos tiveram uma demanda maior, como a Met+Cis
(0,724 para 0,731%), lisina (0,796 para 0,803%), triptofano (0,183 para 0,185%),
treonina (0,525 para 0,610%), valina (0,716 para 0,763%) e arginina (0,796 para
0,803%), mas a isoleucina apresentou uma menor recomendao, passando de 0,661%
em 2005 para 0,610% em 2011.
Para facilitar o entendimento, mostraremos a seguir algumas formulaes de
raes para galinhas poedeiras mostrando a suplementao de aminocidos industriais.
Na Tabela 2, as dietas foram formuladas para atender as recomendaes sugeridas por
Rostagno et al. (2011) para galinhas poedeiras na fase de produo.
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Tabela 2. Exemplo de formulao de raes com suplementao de aminocidos
industriais para galinhas poedeiras de acordo com as recomendaes
sugeridas por Rostagno et al (2011)
Protena Bruta 17,8 17,5 17 16,96 16,13 14,26
Ingredientes +Met +Thr + Val + Lis +Trip + Ile
DL-Met (91) 0,243 0,25 0,263 0,264 0,286 0,336
L-Thr(76) 0,011 0,031 0,032 0,067 0,146
L-Val (95) 0,024 0,026 0,07 0,169
L-Lis (100) 0,004 0,086 0,269
L-Trip (23) 0,014 0,047
L-Ile (76) 0,102
Milho 55,67 56,69 58,45 58,58 61,68 68,54
Farelo de Soja 29,34 28,47 26,96 26,85 24,11 18,01
leo de Soja 3,69 3,51 3,2 3,17 2,59 1,24
Outros 11,06 11,07 11,07 11,07 11,1 11,15
Total 100 100 100 100 100 100
Podemos destacar que h um limite na reduo da protena bruta das raes de
galinhas poedeiras em postura sob diversos aspectos, como uma alterao no balano
eletroltico, causado pela deficincia de potssio gerada pela reduo do farelo de soja
das raes, possibilitando em alteraes no consumo de rao e gua; possvel alterao
na relao aminocidos essenciais: no essenciais, em virtude da no suficincia de
nitrognio disponvel sntese dos aminocidos no essenciais, levando,
consequentemente, a uma deficincia dos aminocidos essenciais, o que pode gerar
alguns antagonismos entre aminocidos.
Ainda no se sabe qual o real limite de reduo do nvel proteico da dieta de
galinhas poedeiras a fim de reduzir o custo de produo com a alimentao atravs da
suplementao dos aminocidos industriais nas raes. Contudo, os efeitos adversos
desta prtica sem o conhecimento tcnico suficiente passvel de perdas irreparveis ao
desenvolvimento normal das aves e, porque no dizer, do empreendimento avcola
produtor de ovos.
possvel que entre os aminocidos essenciais e no-essenciais exista uma inter-
relao: se estes ltimos no forem fornecidos em quantidades adequadas, tero que ser
sintetizados no organismo a partir de outros aminocidos ou outros nutrientes presentes
na rao de forma que, sua deficincia afetaria o desempenho animal.
Exemplos dessa influncia mtua pode ser observada atravs da interconverso de
aminocidos. A princpio, foi suposto que a cistina fosse um aminocido essencial, mas
pesquisas comprovaram que possvel retir-la de uma dieta contendo metionina em
quantidade alm da exigncia animal, podendo converter-se em cistina. A tirosina,
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aminocido no essencial pode ser obtido a partir da fenilalanina. Esta capaz de
substituir aquela, mas o contrrio no ocorre. Semelhante inter-relao tambm ocorre
entre a glicina e serina.
Na Tabela 3 tem-se o impacto que a suplementao de aminocidos industriais
pode gerar nas formulaes de dietas para poedeiras na fase de produo.
Alm dessas interaes entre aminocidos, devemos levar em considerao as
interaes com os demais nutrientes das dietas, bem como com a energia
disponibilizada na mesma, que ser fator limitante para o consumo de rao pela ave.
No entanto, essas relaes podem ser alteradas e ajustadas de acordo com ambincia,
fase de criao, gentica, e demais fatores externos nutrio ou a formulao das
dietas.
Esses impactos gerados ocasionam diferenas significativas na produo e peso
dos ovos que alteram a eficincia de produo do lote, portanto deve-se buscar um
atendimento especfico as condies de criao e manejo dessas aves, como melhor
horrio de fornecimento da rao, controle da quantidade consumida para saber se esto
ingerindo o que realmente necessitam nutricionalmente, se as condies de bem-estar
esto sendo atendidas, pois tem impacto direto no consumo e produo dessas aves,
sistema de produo que est sendo utilizado.
Tabela 3. Impacto da utilizao de aminocidos industriais sobre a formulao de uma
rao comercial para poedeiras semipesadas em postura de acordo com as
recomendaes sugeridaspor Rostagno et al (2011)
Ingredientes
Raes Impacto, %
Met Met,Lys Met, Lys e Trp Met, Lys, Trp e Thr Lys Trp Thr
Milho 570,34 581,68 649,82 683,49
Farelo de Soja 263,96 253,89 193,22 162,85 -3,8 -26,8 -38,3
leo de Soja 25,55 23,8 13,1 7,78 -6,8 -48,7 -69,5
Farinha de Penas Hidrolisada 20 20 20 20
DL-Metionina 2,25 2,33 2,8 3,03
L-Lisina
0,3 2,1 3,01
L-Triptofano
0,33 0,5
L-Treonina
0,39
Outros 137,9 138 138,63 138,95
Total 1000 1000 1000 1000
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Custo por Tonelada (U$$) 294,42 292,47 289,13 288,47 -0,7 -1,8 -2,1
Protena Bruta, % 18,7 18,4 16,5 15,5 -1,8 -12,2 -17,2
Lisina dig, % 0,846 0,846 0,846 0,846
Met + Cist. dig, % 0,77 0,77 0,77 0,77
Triptofanodig., % 0,191 0,195 0,185 0,195
Treonina dig.,% 0,627 0,615 0,643 0,5643
Figueiredo Jr (2014, in press) em tese anteriormente citada, concluiu que
raes de poedeiras leves na fase produtiva devem conter 0,680% de metionina + cistina
digestveis, com 0,736% de lisina digestivel, ou seja, um nvel acima dos 0,670%
recomendados por Rostagno et al (2011), mas abaixo dos 0,81% recomendado pelo
manual Hy-Line (W-36, 2015) para a fase de pico (do 1 ovo at 2% abaixo do pico de
postura), e superior da fase seguinte informada pelo manual Hy-Line, que recomenda
0,66% (at os 90% de postura).
Em relao as recomendaes de treonina digestvel, Ramalho Lima et al.
(2015) recomendaram um nvel de 0,597% desse aminocido para poedeiras leves em
primeiro ciclo de postura, com relaes Thr:Lys variando de 56 a 81. Enquanto isso,
Cardoso et al. (2014) recomendaram uma relao Thr:Lys de 75 para aves leves de
segundo ciclo de postura. Enquanto isso, o manual Hy-Line (2015) recomendam um
nvel, respectivamente para essas aves, nveis de 0,55% e 0,51%.
Em relao aos requerimentos nutricionais de valina digestivel, Cristina Lima
em seu trabalho de Tese, avaliaram nveis de 0,59 a 0,89%dVal e recomendaram um
nvel de 0,78%dVal, ou um consumo dirio de 713mg/ave. Rostagno et al (2011)
recomentam 0,763%dVal para aves leves com 1,5kg de peso vivo, enquanto que o
manual Hy-Line (2015) recomenda um consumo dirio de 708mg/ave.
Consideraes finais
A cadeia avcola brasileira uma das mais eficientes, portanto as buscas por
ndices ainda mais eficientes so incessantes e dessa maneira, o custo de produo com
a alimentao das galinhas poedeiras ainda o maior gargalo da atividade.
Com o avano das pesquisas na rea, utilizando de prticas de formulao de
rao no conceito de protena ideal e com a correta suplementao de aminocidos
industriais para a maior produo de ovos se torna a cada dia mais vivel.
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Com tais prticas, possibilita alm dessa produo mais vivel, uma condio de
adequao s normas vigentes internacionalmente sobre controle de poluentes e
degradao ambiental.
Referncias
ARAUJO, J.A.; SAKOMURA, N.K.; SILVA, E.P. et al. Response of pullets to
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