EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA INTEGRALIDADE DO … · farmácia) com o intuito de desenhar um...

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EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO COMO MODELO ASSISTENCIAL EM UM HOSPITAL PRIVADO FILANTRÓPICO DE SÃO PAULO: RELATO DE CASO Introdução A assistência integral à saúde permanece como um grande desafio, na medida em que é necessário combinar todas as dimensões da vida para a prevenção de agravos e recuperação da saúde. A integralidade do cuidado atua nos fatores determinantes e condicionantes da saúde, garantindo que as atividades de promoção, prevenção e recuperação da saúde sejam integradas, numa visão interdisciplinar que incorpore na prática o conceito ampliado de saúde. Para isto o planejamento do cuidado e a comunicação são essenciais no processo de trabalho da equipe interdisciplinar para que possa atingir as metas do cuidado proposto. Objetivos 1. Implantar o modelo assistencial do Cuidado Integrado centrado no paciente e família, assegurando o planejamento do cuidado interdisciplinar; 2. Monitorar a meta do cuidado, através de indicadores que evidenciem o cumprimento da meta determinada pela equipe multiprofissional; 3. Implantar o SBAR como metodologia para garantir a comunicação eficaz na passagem de plantão entre áreas e turnos. Coli,RCP; Yamaguti,STF; Abrahão, ALCL HOSPITAL DO CORAÇÃO - HCOR - SÃO PAULO-SP, BRAZIL Metodologia Esta experiência foi realizada em um hospital filantrópico, de grande porte, na cidade de São Paulo com 258 leitos. No ano de 2013 reunimos o grupo de gerentes assistências (enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia e farmácia) com o intuito de desenhar um modelo assistencial que pudesse nortear a equipe interdisciplinar em um modelo de cuidado integrado com foco no paciente e família. Optamos por iniciar a implantação do modelo nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Adulto e Pediátrica, onde já existia a visita diária multiprofissional. Durante a discussão do caso clínico do paciente, a equipe elege a meta prioritária que baliza o planejamento do cuidado multiprofissional nas próximas 24 horas. Após iniciamos a implantação nas unidades de internação através da organização e capacitação dos times assistenciais. Estes se reúnem diariamente para a realização da “Ronda Multidisciplinar”, onde o enfermeiro lidera e gerencia a discussão interdisciplinar, elegendo pacientes dentre critérios pré-estabelecidos e definindo a meta prioritária do cuidado e o prazo para atingi-la, envolvendo o paciente e família neste contexto. Após a implantação do modelo desenvolvemos os indicadores para o monitoramento da meta do cuidado e finalmente, para assegurar a comunicação eficaz de transição do cuidado entre as equipes e unidades, adotamos a metodologia SBAR (S=situação; B=breve histórico; A=avaliação; R=recomendação) estratégia lógica de comunicação que estratifica de maneira organizada, clara e padronizada, as informações essenciais ao cuidado do paciente. Conclusão Concluímos que o modelo de cuidado integrado centrado no paciente e família permite eleger a meta e o planejamento do cuidado de forma individualizada e compartilhada com todos os integrantes da equipe interdisciplinar e colaborando para melhoria da qualidade da assistência prestada e envolvimento do paciente e família no contexto do seu cuidado. Resultados Anterior à implantação do modelo assistencial “cuidado integrado” o paciente vivenciava uma somatória de cuidados fragmentados, recebidos de cada profissional da equipe interdisciplinar. Com a implantação do modelo de cuidado integrado centrado no paciente e família conseguimos identificar as necessidades do paciente de forma individualizada e compartilhada com a equipe interdisciplinar, e propor estratégias adequadas para o planejamento do cuidado integrado, tendo como objetivo uma ou mais metas, que possam beneficiar o paciente e sua família. Evidenciamos o resultado deste cuidado interdisciplinar através dos indicadores mensais das metas propostas e cumpridas (Fig 1). Utilizamos os indicadores para propor melhorias na meta identificada; revisar os critérios de elegibilidade para a visita / ronda multiprofissional e discutir melhorias na condução da gestão do cuidado. O SBAR trouxe sua contribuição na padronização das informações transmitidas, transpondo as barreiras da comunicação ineficaz, beneficiou e assegurou a continuidade do cuidado entre profissionais durante troca de turnos; na transferência do paciente entre unidades e no encaminhamento deste para a realização de exames e procedimentos intervencionistas e cirúrgicos na instituição. Figura 1 – Indicadores da meta do cuidado

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EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO COMO MODELO ASSISTENCIAL EM UM HOSPITAL PRIVADO FILANTRÓPICO DE SÃO PAULO: RELATO DE CASO

IntroduçãoA assistência integral à saúde permanece como um grande desafio, na medidaem que é necessário combinar todas as dimensões da vida para a prevençãode agravos e recuperação da saúde. A integralidade do cuidado atua nosfatores determinantes e condicionantes da saúde, garantindo que asatividades de promoção, prevenção e recuperação da saúde sejam integradas,numa visão interdisciplinar que incorpore na prática o conceito ampliado desaúde. Para isto o planejamento do cuidado e a comunicação são essenciaisno processo de trabalho da equipe interdisciplinar para que possa atingir asmetas do cuidado proposto.

Objetivos1. Implantar o modelo assistencial do Cuidado Integrado centrado no

paciente e família, assegurando o planejamento do cuidadointerdisciplinar;

2. Monitorar a meta do cuidado, através de indicadores que evidenciem ocumprimento da meta determinada pela equipe multiprofissional;

3. Implantar o SBAR como metodologia para garantir a comunicação eficazna passagem de plantão entre áreas e turnos.

Coli,RCP; Yamaguti,STF; Abrahão, ALCL

HOSPITAL DO CORAÇÃO - HCOR - SÃO PAULO-SP, BRAZIL

MetodologiaEsta experiência foi realizada em um hospital filantrópico, de grande porte, nacidade de São Paulo com 258 leitos. No ano de 2013 reunimos o grupo degerentes assistências (enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia efarmácia) com o intuito de desenhar um modelo assistencial que pudessenortear a equipe interdisciplinar em um modelo de cuidado integrado comfoco no paciente e família. Optamos por iniciar a implantação do modelo nasUnidades de Terapia Intensiva (UTIs) Adulto e Pediátrica, onde já existia avisita diária multiprofissional. Durante a discussão do caso clínico do paciente,a equipe elege a meta prioritária que baliza o planejamento do cuidadomultiprofissional nas próximas 24 horas. Após iniciamos a implantação nasunidades de internação através da organização e capacitação dos timesassistenciais. Estes se reúnem diariamente para a realização da “RondaMultidisciplinar”, onde o enfermeiro lidera e gerencia a discussãointerdisciplinar, elegendo pacientes dentre critérios pré-estabelecidos edefinindo a meta prioritária do cuidado e o prazo para atingi-la, envolvendo opaciente e família neste contexto.Após a implantação do modelo desenvolvemos os indicadores para omonitoramento da meta do cuidado e finalmente, para assegurar acomunicação eficaz de transição do cuidado entre as equipes e unidades,adotamos a metodologia SBAR (S=situação; B=breve histórico; A=avaliação;R=recomendação) estratégia lógica de comunicação que estratifica demaneira organizada, clara e padronizada, as informações essenciais aocuidado do paciente.

ConclusãoConcluímos que o modelo de cuidado integrado centrado no paciente e famíliapermite eleger a meta e o planejamento do cuidado de forma individualizada ecompartilhada com todos os integrantes da equipe interdisciplinar e colaborandopara melhoria da qualidade da assistência prestada e envolvimento do paciente efamília no contexto do seu cuidado.

ResultadosAnterior à implantação do modelo assistencial “cuidado integrado” o pacientevivenciava uma somatória de cuidados fragmentados, recebidos de cadaprofissional da equipe interdisciplinar.Com a implantação do modelo de cuidado integrado centrado no paciente efamília conseguimos identificar as necessidades do paciente de formaindividualizada e compartilhada com a equipe interdisciplinar, e proporestratégias adequadas para o planejamento do cuidado integrado, tendocomo objetivo uma ou mais metas, que possam beneficiar o paciente e suafamília.Evidenciamos o resultado deste cuidado interdisciplinar através dosindicadores mensais das metas propostas e cumpridas (Fig 1). Utilizamos osindicadores para propor melhorias na meta identificada; revisar os critérios deelegibilidade para a visita / ronda multiprofissional e discutir melhorias nacondução da gestão do cuidado.O SBAR trouxe sua contribuição na padronização das informaçõestransmitidas, transpondo as barreiras da comunicação ineficaz, beneficiou eassegurou a continuidade do cuidado entre profissionais durante troca deturnos; na transferência do paciente entre unidades e no encaminhamentodeste para a realização de exames e procedimentos intervencionistas ecirúrgicos na instituição.Figura 1 – Indicadores da meta do cuidado