EXPERIÊNCIAS DE COOPERAÇÃO EM EDUCAÇÃO SEMINÁRIO: EDUCAÇÃO BÁSICA EM DEBATE PPA 2008-2011...
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EXPERIÊNCIAS DE COOPERAÇÃO EM
EDUCAÇÃO
SEMINÁRIO: EDUCAÇÃO BÁSICA EM DEBATE
PPA 2008-2011
Flávia Nogueira – SEAPE
Decreto 8470, de 29/12/2006
Secretaria Extraordinária de Ação Política↓
Secretaria Extraordinária de Apoio às Políticas Educacionais
atribuições - apoio na construção de um
programa multi-setorial de governo, tendo a escola da rede estadual de ensino
básico como foco.
Experiências de cooperação em educação
construção do PPA da SEDUC 2008-2011
- orientações estratégicas- construção de um diagnóstico- seminário → cooperação. Por que?
a cooperação pode ser uma estratégia eficiente para o enfrentamento dos
inúmeros problemas afetos à educação pública na atualidade.
Cooperação: diversos prismas
- cooperação inter-setorial, dentro do Governo do Estado- cooperação entre diferentes entes federados (União,
Estado, Municípios)- cooperação Estado/setor empresarial
Objetivo: a construção de um cenário de trabalho coletivo de apoio à escola, que é a razão de nosso trabalho.
Cooperações → construídas e planejadas
desafio → estimular e ajudar a construir a cooperação dentro do governo do Estado
dúvidas → problemas de execução e avaliação no PPA 2004-2007
PPA 2004-2007
•número muito elevado de programas;
•metas físicas superestimadas;
• indicadores inadequados;
•Programas integrados - execução desintegrada.
SEPLAN bem preparada, mas
-baixa participação do nível estratégico
-participação técnica setorial pouco amadurecida.
duas perguntas principais
1) Será que sabemos planejar?
2) Será que estamos prontos para cooperar?
raciocínio
• Se houve problemas de execução do PPA, é porque falhamos no planejamento. Por que esta dificuldade no planejar?
• Hipótese: nós, brasileiros, não
temos a cultura do planejamento
3 fontes de informação
• o planejamento em outros países
• a história do planejamento no Brasil
• o planejamento em educação: como evoluiu?
experiências internacionais de planejamento
• não há uma receita universal de sucesso• não necessariamente com participação
dos executores e beneficiados
Por exemplo:• Alemanha• Austrália • Canadá
Fato: mudanças recentes em muitos países
no Brasil
• O mesmo ocorreu a partir da Constituição de 1988
• Mas o planejamento é um procedimento presente como instrumento de governo desde a década de 40
• 1947-Governo Dutra (Plano SALTE)
• 1951/1952-Governo Dutra (Comissão Mista Brasil-Estados Unidos)
• 1956-Governo Kubitschek (Plano de Metas)
• 1967/1979-Castelo Branco, Médice, Geisel (Decretos e Planos Nacionais de Desenvolvimento)
• Período de inflação-impossibilidade de planejamento
• 1988-reforma constitucional (institui o PPA)
• Revisão das constituições estaduais (institui o PPA)
• 1991/1995-Governo Itamar Franco (Primeiro PPA)
• 1996/1999-Governo FHC (Plano Brasil em Ação)
governos populares → ferramentas contra o clientelismo e o paternalismo
governos neoliberais → instrumento que favorece a busca de consensos, mais do que debates sobre princípios ou idéias.
a partir da segunda gestão FHC
tendência ao planejamento participativo
Como se deu historicamente o planejamento no setor educação?
Planejar é uma ação inerente ao cotidiano das escolas e das salas de
aula.
Mas qual é o contexto histórico do planejamento nos sistemas de ensino?
Primeira referência → década de 30
•1932: Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova“necessidade da elaboração de um plano
amplo e unitário para promover a reconstrução da educação no País”
•Constituição de 1934: uma das competências da União
“fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino em todos os
graus e ramos, comuns e especializados...”
•Constituição de 1937: omitiu esse tema
•Constituição de 1946 e 1967
•1961 – primeira LDB (Lei 4.024/61)
1962 - Primeiro Plano Nacional de Educação, com objetivos e metas para um período de oito anos. Este plano tinha alguns eixos básicos:
1) prioridade para a educação primária,
de forma a elevar o nível geral de educação de toda a população;
2) articulação entre o projeto de ampliação da rede escolar primária e média e de formação de professores.
“Tão retardado se acha o país no desempenho de suas obrigações constitucionais e legais de oferecer educação primária a toda sua população e educação média e superior em quantidades compatíveis com o seu desenvolvimento, que somente com o mais rigoroso espírito de planejamento e a mais severa preocupação contra o desperdício e o esforço improdutivo é que poderemos vencer o ameaçador atraso em que nos encontramos na meta das metas, que é a do desenvolvimento dos recursos humanos do nosso país.”
Anísio Teixeira, 1962
• 1965 – revisão do Plano, com inclusão de normas descentralizadoras visando a elaboração de planos estaduais
• 1967 – realização de quatro Encontros Nacionais de Planejamento (MEC), estando fortalecida a idéia de que o Plano deveria ter o formato de Lei.
• Período militar → Planos Setoriais de Educação, Cultura e Desporto ligados aos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND, 1970 a 1984)
•Constituição de 1988 → Plano Nacional de Educação
“art. 214 - ...um Plano Nacional de Educação, de duração plurianual, que leve à erradicação do analfabetismo, à universalização do atendimento escolar, à melhoria da qualidade do ensino, à formação para o trabalho e à promoção humanística, científica e tecnológica do País.”
• 1988 a 1996 – longo período de discussões, de busca de consensos e negociações, até se aprovar a nova LDB (Lei nº 9.394/96)
•A LDB institui a Década da Educação e posteriormente, se aprova o 2º Plano Nacional de Educação – Lei 10.172/2001 (aprovada com vetos).
• 1990: Conferência Mundial “Educação para Todos” na Tailândia (Unesco, Pnud, Unicef e Banco Mundial)
compromisso de países com maior número de analfabetos e maiores déficits no atendimento da escolaridade obrigatória com a elaboração de planos decenais de educação.
Portanto
•setor educação → longa trajetória em termos de planejamento
•em tese → PMEs, PEEs, 2º PNE
Também em tese
•PMEs aprovados – deveriam ser o principal subsídio para a elaboração dos PPAs municipais
•PEE aprovados – deveriam ser o principal subsídio para a elaboração dos PPAs estaduais
•PNE – deveria ser o principal subsídio para a elaboração dos PPAs da união
INFELIZMENTE ESTE CENÁRIO AINDA NÃO ACONTECEU
Decisão estratégica da SEDUC
PEE como base do PPA 2008-2011
E como faremos isto?
SEPLAN/MT
•Considera a capacidade de identificar os problemas → base do planejamento
•Se utiliza dos princípios do planejamento participativo
•Assume o planejamento como ato educativo, no qual todos aprendem
O que são os problemas?
Problemas são as dificuldades que nos impedem atingir o que queremos. Por exemplo:
• A taxa de evasão no ensino médio é de 32%.• As crianças não sabem ler aos 8 anos.• Os programas de capacitação não têm
resultado em melhoria da qualidade de ensino.
O PEE já havia apontado estes e outros problemas
Planejar é decidir o que fazer
Listados os problemas → decidir quais deles serão
enfrentados primeiro
planejar implica, necessariamente em priorizar
Para isto → condições
• Governabilidade - temos poder para decidir e realizar o que foi decidido?
• Capacidade - temos conhecimento, recursos materiais e financeiros e uma estratégia clara de atuação?
• Vontade - temos desejo de resolver os problemas que apontamos como prioritários?
condições favoráveis → causas
Por exemplo, causas da evasão:- muitas meninas abandonam a escola
porque engravidam e não contam com uma estrutura familiar ou extra-familiar de suporte
- o jovem não vê sentido na escola: não se sente preparado para a continuação dos estudos nem para o mundo do trabalho
- a família tem pouca influência sobre a decisão do jovem, uma vez que ela também não vê sentido na escola
perguntas
É possível atacar estas causas? Onde queremos chegar? Qual é a situação ideal desejada?
resultados esperados
Compatibilizar PEE-PPA
PEE já apontou cenários desejáveis - período de dez anos -
nossa tarefa aqui, como governo → ajustá-los para o período do PPA
- 4 anos – e compatibilizar orçamento
Muito cuidado → resultados inatingíveis
Exemplo
Resultado possível: “diminuir em 20% a taxa de evasão no ensino médio”
O que é necessário? Fortalecer o currículo.
Várias estratégias possíveis: uma delas pode ser
“construir parcerias com outros órgãos de governo
e instituições, considerando que a SEDUC, sozinha, não tem como atingir o resultado
desejado”
Portanto
Programa Multi-setorial de Governo composto por
projetos integrados
estratégia importante para diminuir o índice de evasão
do ensino médio
Atacando as causas do problemacausa: gravidez precoceProjeto Integrado SEDUC/SES (MEC/MS)
- objetivo: sensibilizar e apoiar as escolas que queiram incluir no seu projeto político pedagógico atividades que ajudem a evitar a gravidez na adolescência;
- construção do plano de ação
- definição: papéis de cada um, metas, prazos, recursos indicadores;
- gerenciamento e avaliação
Atacando as causas do problema
causa: o jovem não vê sentido na escola Projeto Integrado SEDUC/SECITEC
- objetivo: expandir o número de escolas com ensino médio integrado
- construção do plano de ação
- definição: papéis de cada um, metas, prazos, recursos indicadores;
- gerenciamento e avaliação
Portanto: sabemos planejar?
Resposta: estamos aprendendo, e podemos fazer um PPA melhor agora
- prioridade para a educação- foco:escola- participação diferenciada do nível
estratégico- maior amadurecimento do nível técnico- participação popular: MT+20, Plano
Estadual de Educação, reuniões
segunda pergunta
Estamos prontos, como governo, para cooperar?
- experiências múltiplas no setor
publico- casos de sucesso e de fracasso
Governabilidade, Capacidade e Vontade
Período 2003-2006
•PPA 2004-2007 → alguns “Programas
Integrados”
•por outro lado → outras parcerias construídas posteriormente
- demandas e não resultados programados -
Programa Integrado
Programa Integrado de Educação Ambiental
Coordenação geral: SEMAEnvolvidos: SEDUC e INDEA
Pontos positivos e negativospontos positivos:- coerente com a legislação em vigor;
- houve identificação clara de problemas;
- os papéis de cada um foram claramente definidos;
- as fontes de recursos foram corretamente previstas.
execução → pontos negativos:- Aprovado o programa, cada órgão passou a executar seu
projeto, sem articulação com os demais
- Retirada de recursos
- Mudanças freqüentes na equipe
Parcerias construídas por demandas
Programa de controle das DST/AIDS do MS/MEC
Coordenação: SESEnvolvidos: SES e SEDUC
pontos positivos: - cooperação real ocorrendo na prática em função
da necessidade;- governabilidade, capacidade e vontade por parte
do proponente (SES)
pontos negativos:- Ação não prevista; - fraca governabilidade, capacidade e vontade por
parte da SEDUC. - planejamento alheio → peso imposto à escola
Pontos positivos e negativos
Portanto → alguma experiência de cooperação
consenso → planejamento da cooperação é imprescindível
Estamos prontos para cooperar?
Perguntas anteriores:
Cooperar em que? Cooperar para que?
escola → respostas
Escolas com melhor desempenho:
• Sala do professor• Professor trabalhando as dificuldades dos
alunos em sala de aula• Realização de mini-cursos por área de
conhecimento• Estímulo à leitura e a produção de textos• Estímulo à pesquisa• Escola valorizada pelos pais e comunidade
informações disponíveis → utilizadas
Ex: resultados apontados por pesquisas e outros dados conhecidos pela SEDUC
• Currículo não é atrativo; não prepara o jovem para o mundo do trabalho nem para a continuação dos estudos
• Violência na escola• Acesso à escola no período noturno
programas federais disponíveis → nossos interesses
PDE
ações concretas com possibilidade de sucesso → fortalecidasEscola Aberta-UNESCO
Programa Agrinho-SENAR
Coordenação SEDUC projetos integrados
Programa Multi-setorial de governo com foco na escola
PPA 2008-2011
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Sistema Estadual de Ensino LC 153/2004 e LC 209/2005
UNEMAT FAPEMAT CEPROTEC
•Apoio à pesquisa (produção e mostras científicas nas escolas)
•Bolsas de estudo para pós-graduação docente
FAPEMAT
•Fortalecimento do currículo nas etapas finais do ensino médio (noções de empreendedorismo, informática intensiva, oficinas e debates de interesse dos alunos e das escolas)
•Expansão do ensino médio integrado
CEPROTEC
•Apoio às Salas do Professor (fortalecimento da Extensão-bolsas para alunos e professores envolvidos)
•Parcerias Universidade-escolas para acompanhamento do aluno e do professor (bolsas de licenciatura)
UNEMAT
Escola de Governo
Cursos preparatórios em gestão pública
Secretaria de Estado de Administração
• Esforço conjunto e intensivo em escolas localizadas em bairros com elevado índice de violência
• Fortalecimento da Rede Cidadã
Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública
• Cursos de capacitação
• Renda Mínima - para pais e responsáveis -
SETECS
• Fortalecimento dos Jogos Escolares – enfoque pedagógico
• Incentivo ao professor que treina atletas ou equipes de destaque
Secretaria de Estado de Esportes e Lazer
•Fortalecimento das ações em Bibliotecas Públicas/Escolares (apoio possível - dois programas do PDE)
•Programações voltadas para as escolas. Ex. Concertos Didáticos
Secretaria de Estado de Cultura
• Programa Educação e Saúde
Ações preventivas – DST/AIDS/Gravidez na adolescência
Apoio concreto ao professor
• Saúde nas escolas (apoio – PDE)
Ajudaria a combater problemas de aprendizagem
Prevenção de doenças ocupacionais
Secretaria de Estado de Saúde
Projeto Integrado de Educação Ambiental
•Apoio efetivo aos projetos escolares ambientais comunitários
•Apoio técnico da SEDUC nas demais ações do programa
Secretaria de Estado de Meio Ambiente
sucesso- depende da execução de ações
efetivamente integradas -
- Priorização estratégica – determinação firme de governo (governabilidade e vontade)
- Debate teórico nas equipes – concepções de cada um (capacidade e vontade)
Estamos prontos para cooperar?
As equipes técnicas estão preparadas para
- os desafios do debate de concepções;- o desprendimento de suas ações
isoladas.
A resposta final terá que ser dada pelo nível estratégico de governo