Explorando a Teologia de John Wesley

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Entenda o pensamento religioso de John Wesley

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Guia do Estudante

ExplorandoA Teologia de John Wesley

Desenvolvimento ClrigoIgreja do NazarenoKansas City, Missouri816-333-7000 ext. 2468; 800-306-7651 (USA)2002

2002, Casa Nazarena de Publicaes100

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Clergy DevelopmentChurch of the Nazarene6401 The PaseoKansas City, MO 64131USA

O Curso Modular de Estudo um currculo dirigido para resultados que foi preconizado para implementar o paradigma educacional definido pelo Breckenridge Consultations. O Desenvolvimento Clrigo responsvel pela manuteno e distribuio o Curso Modular de Estudo para a Igreja do Nazareno.

So Membros do comit de desenvolvimento do Curso Modular de Estudo: Michael W. Vail, Ph.D., Editor do Currculo da SrieRon Blake, Director, Desenvolvimento ClrigoJerry D. Lambert, Comissrio, Junta Internacional de EducaoAl Truesdale, Ph.D., Seminrio Teolgico Nazareno (reformado)Robert L. Woodruff, Ph.D., Coordenador Educacional da Misso MundialDavid Busic, Pastor, Igreja do Nazareno Central, Lenexa, KS Michael W. Stipp, Desenvolvimento Clrigo

Prefcio de Srie escrito por Al TruesdaleComposio sobre o Dirio escrita por Rick RydingOs principais contribuintes para cada mdulo esto indicados no Guia do Professor.Traduo de Joo M. Monteiro

Prefcio da Srie

Uma viso para o Ministrio Cristo: Educao Ministerial na Igreja do Nazareno

O propsito principal de toda a pessoae de facto, de toda a criao adorar,amar e servir a Deus. Deus se revelou nos Seus actos da criao e redeno. Como o Redentor, Deus chamou existncia um povo, a Igreja, o qual incorpora, celebra e declara o Seu nome e Seus caminhos. A vida de Deus com o Seu povo e o mundo constitui a Histria de Deus. Essa histria registada principalmente no Velho eNovo Testamentos, e continua a ser contada pelo Cristo ressurrecto que vive e reinacomo Cabea da Sua Igreja. A Igreja vive para declarar toda a Histria de Deus. Isto ela faz de vrias maneirasnas vidas dos seus membros, os quais esto continuamente sendo transformados por Cristo, atravs da pregao, dos sacramentos, do testemunho oral, e na misso. Todos os membros do Corpo de Cristo so chamados a exercer um ministrio de testemunho e servio. Ningum excludo.

De acordo com a sua prpria sabedoria, Deus chama alguns para cumprir o ministrio da proclamao do evangelho e do cuidado do povo de Deus, atravs do ministrio ordenado. Deus o autor inicial nesta chamada, no o homem. Na Igreja do Nazareno acreditamos que Deus chama, e a pessoa responde. No a pessoa quem escolhe o ministrio Cristo. Todos quantos so chamados para o minstrio ordenado continuam a maravilhar-se com o facto de que Deus os chamou. Eles devem continuar a sentir-se humildes e maravilhados com o facto de que Deus os escolheu. Como declara o Manual da Igreja do Nazareno, ns reconhecemos e mantemos que o Cabea da Igreja chama alguns homens e mulheres para o trabalho mais oficial e pblico do ministrio. E depois acrescenta, Como igreja, iluminada pelo Esprito Santo, reconhecemos a chamada do Senhor (Manual, Igreja do Nazareno, pargrafo 400).

Um ministro Cristo ordenado tem como responsabilidade principal declarar de vrias maneiras toda a Histria de Deus cumprida em Jesus de Nazar. A sua tarefa apascentar o rebanho de Deus . . . no por fora, mas voluntariamente, no por torpe ganncia, mas de boa vontade. No como dominadores dos que vos foramconfiados, mas servindo de exemplo ao rebanho (1 Pedro 5:2-3). O ministro cumpreeste dever sob a superviso de Cristo, o sumo Pastor (1 Pedro 5:4). Tal ministrio s pode ser cumprido depois de um perodo de cuidadosa preparao. Na realidade, dadas as contnuas demandas feitas ao ministro, a preparao nunca cessa.

A pessoa que entra para o ministrio Cristo torna-se de forma bem ntida, um mordomo do evangelho de Deus (Tito 1:7). O mordomo aquele a quem se confiou o cuidado daquilo que pertence a mais algum. Pode ser algum que cuida de uma outra pessoa, ou que gere a propriedade de algum mais. Todos os Cristos so mordomos da graa de Deus. Mas para alm disso, num sentido muito peculiar, o ministro Cristo um mordomo do mistrio de Deus, que Cristo, o Redentor, o Messias de Deus. Com fidelidade o ministro chamado a com intrepidez fazer conhecido o mistrio do evangelho (Efsios 6:19). Como Paulo, ele deve pregar fielmente as riquezas insondveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensao do mistrio, que desde os sculos esteve oculto em Deus, que a tudo criou. E foi assim para que agora, pela igreja, a mltiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nas regies celestiais (Efsios 3:8-10).

No cumprimento desta comisso h muito espao para diligncia e vigilncia, mas no existe lugar para preguia ou privilgio (Tito 1:5-9). Os bons mordomos reconhecem que so mordomos apenas, no donos, e que prestaro contas da sua mordomia ao mestre. A principal paixo do mordomo a fidelidade ao seu dever eao Senhor que lho deu. O ministrio Cristo, prpriamente dito, nunca deve ser vistocomo um emprego. antes um ministrioum ministrio distintamente Cristo. No existe responsabilidade nem gozo maior do que de tornar-se mordomo da Histria de Deus na Igreja de Cristo. Aquele que abraa a chamada de Deus para o ministrio da ordenao coloca-se na companhia dos apstolos, dos Pais da Igreja, dos Reformadores Protestantes, e de muitos volta do mundo hoje que com gozo servem de mordomos do evangelho de Deus.

claro, aquele que no reconhece ou que compreende mas rejeita a plenitude e inclusividade da mordomia do ministro, no deve entrar pelo caminho que conduz ordenao. Num sentido bem peculiar, o ministro Cristo deve em toda a maneira servir de modelo do evangelho de Deus. Ele ou ela deve fugir do amor ao dinheiro. Antes, deve combater o bom combate da f e tomar posse da vida eterna, para a qual foste chamado (1 Timteo 6:11-12).

Assim a Igreja do Nazareno acredita que o ministro de Cristo deve ser em tudo o exemplo para o seu rebanhona pontualidade, discreo, diligncia, dedicao; na pureza, no saber, na longanimidade, no Esprito Santo, no amor no fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus; pelas armas da justia direita e esquerda (2 Corntios 6:6-7) (Manual, Igreja do Nazareno, pargrafo 401.1). O ministro de Cristo deve ser irrepreensvel, como despenseiro de Deus, no soberbo, nem irascvel, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobioso de torpe ganncia. Deve ser hospitaleiro, amigo do bem, sbrio, justo, piedoso, temperante. Deve reter firme a fiel palavra, que conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar na s doutrina como para convencer os contradizentes. (Tito 1:7-9).

A fim de ser bom mordomo da Histria de Deus, temos, entre outas coisas, que dedicar-nos ao estudo cuidadoso e sistemtico, tanto antes como depois da ordenao. Isso acontece no por fora mas por amor a Deus, ao Seu povo, e ao mundo que Ele est procurando redimir, e ainda por inescapvel sentido de responsabilidade. No exagero afirmar que a atitude com que se encara a preparao para o ministrio revela muito sobre o que se pensa de Deus, do evangelho, e da Igreja de Cristo. O Deus que se fez encarnado em Jesus e que preparou o caminho da salvao para todos deu o melhor de Si mesmo na vida, morte, e ressurreio do Seu Filho. Para ser bom mordomo, o ministro Cristo tem que responder na mesma medida. Jesus contou numerosas parbolas de mordomos que no reconheceram a importncia do que lhes tinha sido confiado (Mateus 21:33-44; 25:14-30; Marcos 13:34-37; Lucas 12:35-40; 19:11-27; 20:9-18).

A preparaoa instruo em todas as suas dimensespara o ministrio na Igreja de Cristo deve ser assumida plenamente luz da responsabilidade que o ministrio envolve perante Deus e o Seu povo. Isso requer que se tire proveito dos melhores recursos educacionais disponveis.

A Igreja do Nazareno reconhece e aceita plenamente a grandeza da responsabilidade associada com o ministrio Cristo ordenado. Uma evidncia deste nosso reconhecimento da nossa responsabilidade perante Deus est nos requisitos que temos para a ordenao e prctica do ministrio. Ns acreditamos que a chamada e

prctica do ministrio so um dom, no um direito ou privilgio. Cremos que Deus espera do ministro os mais altos padres religiosos, morais, pessoais e profissionais. No temos qualquer reserva em esperar que esses padres sejam observados desde o momento da chamada at morte. Acreditamos que o ministrio Cristo deve em primeiro lugar ser uma forma de adorao. A prtica do ministrio tanto um sacrifcio a Deus como um servio Sua Igreja. Pelo milagre da graa, a obra do ministrio pode tornar-se um meio da graa para o povo de Deus (Romanos 12:1-3). A educao para o ministrio tambm uma forma de adorao.

Os mdulos que integram o Curso de Estudos que podem conduzir candidatura a ordenao foram cuidadosamente desenvolvidos para preparar a pessoa para o tipo de ministrio aqui descrito. O propsito comum deles oferecer uma preparao compreensiva para a entrada no ministrio Cristo ordenado. Eles reflectem a sabedoria da Igreja, a sua experincia e responsabilidade perante Deus. Eles revelam o alto nvel de valor que a Igreja do Nazareno d ao evangelho, ao povo de Deus, ao mundo pelo qual Cristo deu a Sua vida, e ao ministrio Cristo. So necessrios trs a quatro anos para completar os mdulos, mas ningum devesentir-se pressionado a cumprir este prazo.

O estudo cuidadoso que os mdulos exigem deve revelar que perante Deus e a Sua Igreja a pessoa aceita a responsabilidade de mordomia associada ao ministrio ordenado.

Reconhecimentos

Cada um dos mdulos a acumulao dos esforos de muitas pessoas. Algum escreve o manuscrito original, outros oferecem sugestes para melhorar o contedo e tornar o material mais compreensvel, e finalmente o editor formata o mdulo para publicao. Este mdulo no diferente. Muitas pessoas participaram no seu desenvolvimento. Todo o esforo foi empenhado no sentido de fielmente representar a inteno original dos principais contribuintes.

Contribuinte Principal

A principal contribuinte deste mdulo a Dra. Diane Leclerc. A Dra. Leclerc professora de Teologia Histrica e Homiltica no Northwest Nazarene University,onde ela tem leccionado desde 1998. Ela ministra ordenada na Igreja do Nazareno, tendo pastoreado duas congregaes, nos estados de Maine e Idaho. Ela obteve asua licenciatura em Religio no Eastern Nazarene College, o Mestrado em Divindade no Seminrio Teolgico Nazareno, e tanto o seu Mestrado em Filosofia como o seu Doutorado no Drew University.

Ela tem artigos publicados no Wesleyan Theological Journal, e contribuies em dois livros, incluindo Heart Religion in Methodist Tradition and Related Movements. O seu livro Singleness of Heart: Gender, Sin, and Holiness in Historical Perspective ganhou o Prmio de Livro do Ano da Wesleyan Theological Society em 2002. Ela membro activo na Wesleyan Theological Society e na Wesleyan-Holiness Women Clergy Association. Ela reside em Nampa, Idaho, com o marido e filho.

Comentarista

Este mdulo foi revisto por pelo menos um especialista em contedo para assegurar que o contedo no reflecte um nico, restrito ponto de vista ou opinio. O comentarista fez sugestes que a principal contribuinte pde integrar nest mdulo.

O comentarista para este mdulo o Rev. Clair MacMillan. Clair MacMillan cresceu em casa de pastor Nazareno em Ottawa, Ontrio, Canad, filho do Rev. Kenneth MacMillan e esposa Myrtle. Tendo-se formado no Olivet Nazarene University (licenciatura em Religio em 1970; e Mestrado em Teologia em 1987), ele continuou os estudos na Mount Allison University, seguindo uma srie de matrias e projectos de pesquisa em Sociologia e Antropologia Social.

Nestas duas ltimas dcadas, Clair tem estado activ amente envolvido na reforma do processo de preparao ministerial no Canad. Como membro do Concelho Nacional Canadiano Gales Commission on the Ministry, ele contribuiu com vrias monografias, incluindo An Alternate Path to the Ministry, The Guide to Ministerial Preparation in Canada, The Nazarene Experience in Canada, e The Differentiation of Religion and Theology. Ele o principal autor da obra SourceBook for Ministerial Preparation in Canada.

Clair tem servido como pastor Nazareno por 32 anos e actualmente serve como presidente do Concelho Nacional da Igreja do Nazareno do Canad. Ele e a esposa Donna vivem em Moncton, New Brunswick, Canad.

Contedo

Prefcio da Srie ......................................................................................... 3Reconhecimentos ......................................................................................... 6

Programa de Estudo ..................................................................................... 8

Lio 1: A Biografia Teolgica de Wesleyde Epworth a Aldersgate .................... 17Lio 2: A Biografia Teolgica de Wesley de Aldersgate Morte de Wesley ........ 31Lio 3: As Fontes Teolgicas de Wesley ........................................................ 42Lio 4: Epistemologia e Revelao ............................................................... 47Lio 5: O QuadrilteroEscritura e Tradio ................................................... 61Lio 6: O QuadrilteroExperincia e Razo .................................................. 73Lio 7: O Deus Trino Criador ....................................................................... 78Lio 8: A Pessoa de Cristo e a Pessoa do Esprito ............................................ 89Lio 9: A Humanidade e O Pecado ............................................................. 102Lio 10: O Caminho da Salvao, Parte 1..................................................... 111Lio 11: O Caminho da Salvao, Parte 2..................................................... 116Lio 12: Os Meios da Graa e os Sacramentos .............................................. 131Li o 13: ltimas Coisas ............................................................................ 135Lio 14: A Vida na Comunidade Crist ......................................................... 158Lio 15: A Vida no Mundo ......................................................................... 163

Glossrio ................................................................................................. 169

Programa de EstudoExplorando a Teologia de John Wesley

Institutio Acadmica, Contexto, ou Educador: Localizao do Curso:Datas:

Nome do Professor:

Endereo do Professor, Telefone, e Email: Declarao de Alvos do Mdulo:A Igreja do Nazareno uma igreja na tradio Wesleyana de santidade. Com estadesignao, afirmamos que a teologia de John Wesley sustenta e informa tanto as nossas concluses teolgicas como o nosso mtodo teolgico. Enquanto que Wesley deve ser visto como um mentor e no um guru (como certa vez sugeriu Mildred Bangs Wynkoop), essencial que na nossa identidade denominacional ns ensinemos, preguemos e ministremos como Wesleyanos. Tradio Wesleyana de santidade tambm significa que colocamos a santidade como a hermenutica pela qual interpretamos a vida e pensamento de Wesley, e reconhecemos que o movimento de santidade do sculo 19do qual se formou a Igreja do Nazarenofoi uma tentativa de permanecer fiel nfase de Wesley no caminho da salvao. Na definio de Wesley a salvao mais do que um momento de tempo: ela inclui um processo vitalcio de santidade interior e exterior, bem como as experincias decisivas do novo nascimento e santificao.

O nosso conceito de santidade nunca deve ser divorciado da teologia de Wesley mais amplamente definida. Isto crucial entrada do sculo 21, quando um absolutismo fundamentalista por um lado e o relativismo religioso por outro parecem ser as nicas opes. A santidade de corao e vida importante para qualquer gerao. extremamente importante que aqueles que se esto preparando para o ministrio ordenado na Igreja do Nazareno possam captar, tomar posse, e utilizar o dinamismo do paradigma teolgico de Wesley. Este curso foi organizado com a identidade denominacional dos Nazarenos em mente.

Para compreender a teologia de Wesley, duas influncias importantes tm que ser reconhecidas: a histria pessoal de Wesley e as suas fontes teolgicas. O curso examinar a vida de Wesley no seu context o histricoa Inglaterra no sculo 18. Tambm examinar a dependncia de Wesley bem como a sua apropriao de certas tradies teolgicas. Wesley sofre grande influncia da Igreja Primitiva (principalmente fontes ante-Nicenas e Orientais), do misticismo Catlico (da Idade Mdia), da Reforma Protestante (a reaco de Tiago Armnio a ela, bem como a apropriao Moraviana dela), e do Anglicanismo (que se seguiu ao Acordo Elizabetano).

Para compreender as concluses teolgicas de Wesley, vital compreender a sua metodologia teolgica. O quadriltero Wesleyano (como ficou conhecido) mantm a primasia das Escrituras. Com efeito, Wesley era homem dum livro s. E contudo, Wesley acreditou que as Escrituras devem ser interpretadas dinmicamente:As Escrituras tm sido interpretadas pela tradiouma histria deinterpretao que requer alguma fidelidade.Elas testificam de uma experincia de Cristo e do evangelho Cristo que tem um carcter dinmico e colectivo.Elas devem ser compreendidas, organizadas e efectivamente comunicadas com a ajuda da razo.O alvo final do mtodo quadriltero no apenas de natureza teolgico/doutrinal, mas tambm informa directamente a formao espiritualum facto que de novo coloca uma resposta graa no centro de todo o sistema Wesleyano. A metodologia de Wesley bem como o seu dogma informam a perspectiva Wesleyana do dia de hoje. Esta perspectiva interpreta a vida, ministrio e relacionamentos atravs de uma lente distintamente Wesleyana. Esta lente ser contrastada com outros pontos de vista e outras tradies, como o paradigma Calvinista em especial.

O curso lidar com uma categoria sistemtica de cada vez, notando tanto a fidelidade de Wesley tradio como o seu prprio pensamento construtivo e criativo. nfase especial ir para os temos soteriolgicos que tm implicaes prticas. Por exemplo, uma teologia de adorao levar a esta pergunta: Qual o estilo Wesleyano de adorao? A doutrina da antropolo gia teolgica sugere a pergunta, luz dos conceitos da imagem de Deus e da graa preveniente, como que devemos tratar as pessoas? Os estudantes podero demonstrar tanto oconhecimento do contedo deste curso, como as capacidades pessoais e profissiona isque emergem da teologia e formao espiritual da tradio Wesleyana. O corao aquecido do Wesleyanismo o corao do ministrio Nazareno. Assim, este curso torna-se crucial para a educao teolgica de ministros da Igreja do Nazareno, bem como para a denominao no seu todo.

Pressupostos Educacionais

1. A obra do Esprito Santo essencial para qualquer processo de educao Crist a qualquer nvel. Ns procuraremos e esperaremos consistentemente a presenado Esprito no nosso meio e dentro de ns.2. O ensinamento e a aprendizagem Cristos ocorrem da melhor maneira quando em comunidade (pessoas est udando e trabalhando juntas). A comunidade um dom do Esprito, mas pode ser fortalecida ou ento atrapalhada pelo esforo humano. Comunidades tm valores comuns, histrias, prticas, e alvos. Esforos deliberados sero envidados para fortalecer a comunidade no contexto deste curso. Haver trabalho de grupo em cada lio.3. Cada participante adulto possui conhecimento e experincias que podecompartilhar com a classe. Ns aprendemos no s com o professor e com as leituras, mas tambm uns com os outros. Cada participante tido no apenas como estudante mas tambm como professor. por esta razo que muitos dos exerccios neste mdulo so de natureza cooperativa e colaborativa.4. O dirio um meio ideal de reunir a teoria practica, quando os estudantessintetizam os princpios e contedo das lies com as suas prprias experincias, preferencias e ideias.

Alvos do Mdulo

Este mdulo visa contribuir para o desenvolvimento das seguintes capacidades, consoante o U.S. Sourcebook for Ministerial Development.

OBJECTIVOS DO PROGRAMA

CN20 Capacidade de reflectir teolgicamente sobre a vida e o ministrioCN21 Capacidade de demonstrar conhecimento das fontes de reflexo teolgica, seu desenvolvimento histrico, e expresses contemporneasCN22 Capacidade de articular as caractersticas distintivas da teologiaWesleyanaCN23 Capacidade de identificar e articular a doutrina da santidade numa perspectiva WesleyanaCN25 Capacidade de identificar e descrever o significado de importantes figuras, temas, e eventos do perodo Patrstico, Medieval, Reformista, Puritano, Pietista, Wesleyano, e Moderno, na histria da IgrejaCN26 Capacidade de descrever a implementao por parte da igreja da suamisso durante os vrios perodos da histria da IgrejaCP10 Capacidade de sintetizar, analisar, discorrer l gicamente, discernir, avaliar, resolver problemas, e acomodar ambiguidadeCP11 Capacidade da avaliar a validade de argumentos e identificar os seus pressupostos e consequnciasCX5 Capacidade de descrever e interpretar a relao entre a cultura e o comportamento individualCX10 Capacidade de compreender e articular as bases Bblicas e teolgicas da misso Crist

DECLARAES DE PROPSIT O

Interpretar o pensamento de John Wesley e descobrir maneiras como tal pensamento pode informar a agenda teolgica da Igreja do Nazareno no sculo 21Fazer uso efectivo dos mtodos de Wesley na busca da santidade pessoale socialAplicar princpios Wesleyanos adequados a culturas diferentes da nossaIncorporar os princpios Wesleyanos de formao espiritual no nosso prprio enriquecimentoCompreender a metodologia teolgica de Wesley (a funo do quadrilteroWesleyano)Compreender e articular o conceito de Wesley de um Deus triuno e da primasia da doutrina do soteriologiaAplicar a perspectiva Wesleyana nossa vida, ministrio, relacionamentose chamada

Recomendao de Leitura

Familiarize-se com o Wesley Center for Applied Theology. Pode encontr-lo no site http://wesley.nnu.edu

Requisitos do Curso

1. Assistncia, ateno e participao so especialmente importantes. Os estudantes so responsveis por todos as tarefas de casa e trabalhos na aula. Uma boa parte do trabalho neste curso trabalho de grupo. Esse tipo de trabalho cooperativo em pequenos grupos no pode ser reproduzido. Assim, a assistncia imperativa. Mesmo se leituras ou trabalhos extras forem feitos, a falta departicipao no trabalho de grupo diminui o valor do dilogo, debate, e aprendizagem comum. Quando o estudante faltar a uma lio, o professor exigir trabalho extra para compensar. Se duas ou mais aulas forem faltadas, o estudante ter que repetir o mdulo na sua inteireza.

Trabalho em Grupo. Nada mais importante neste curso do que o trabalho em grupo. Os membros da classe sero distribudos em pequenos grupos de dois a quatro estudantes cada, em que cada membro servir de parceiro aos colegas no estudo, explorao e discusso do material.

2. Trabalho de Casa

Dirio: O nico trabalho de durao semestral no curso o seu dirio. Ele dever ser usado regularmente, seno di riamente. Em pelo menos uma ocasio durante o curso o professor verificar os dirios. Com cada lio vem uma tarefa que tem a ver com o dirio.

O dirio deve tornar-se o amigo e tesouro do estudante, com descobertas, devoes, e ideias. aqui que se d a integrao da teoria com a prtica. A natureza espiritual deste dirio ajuda a impedir que o curso se torne meramente acadmico, com os estudantes sendo desafiados repetidas vezes a aplicar os princpios estudados aos seus prprios coraes e contexto ministerial.

Este dirio no uma simples crnica. Antes, um dirio guiado ou orientado para a reflexo e escrita sobre a experincia educacional e as suas implicaes.

Os criadores deste currculo esto cientes do perigo em que muitas vezes os estudantes caem, de aprender acerca da Bblia, ou acerca da vida espiritual, em vez de aprenderem no sentido de conhecer e internalizar a Bblia e os princpios espirituais. A experincia do dirio garante o elemento Ser dafrmula Ser, Saber, e Fazer como parte integrante do curso. Seja fiel a todas as tarefas que tm a ver com o dirio.

Trabalho Dirio: Trabalhos de casa so uma componente regular deste mdulo. O trabalho dirio. Enquanto que as aulas s acontecem uma vez por semana, o trabalho do estudante no mdulo deve ocorrer numa base diria. As tarefas so importantes, e por vezes pesadas. Mesmo quando as tarefas no foremdiscutidas nas respectivas aulas, ainda assim devem ser entregues. Isso d aoprofessor informao regular sobre o progresso que o estudante est a fazer na aula. Normalmente, o trabalho deve ser entregue no comeo de cada aula. Todas as tarefas devem ser completadas.

Esboo do Curso e Horrio

A classe se reunir por 15 lies de 90 minutos cada, para um total de 22 horas e meia, de acordo com o plano seguinte:

DataHorrio

1. Biografia Teolgica de Wesleyde Epworth aAldersgate

2. Biografia Teolgica de Wesleyde Aldersgate suaMorte

3. As Fontes Teolgicas de Wesley

4. Epistemologia e Revelao

5. O Quadriltero Escritura e Tradio

6. O Quadriltero Experincia e Razo

7. O Deus Trino Criador

8. A Pessoa de Cristo e a Pessoa do Esprito

9. Humanidade e Pecado

10. O Caminho da Salvao, Parte 1

11. O Caminho da Salvao, Parte 2

12. Os Meios da Graa e os Sacramentos

13. ltimas Coisas

14. A Vida na Comunidade Crist

15. A Vida no Mundo

Avaliao do Curso

O professor, o curso em si, e o progresso feito pelos alunos sero todos avaliados. Aavaliao ser feita de vrias maneiras.

O progresso dos alunos ser avaliado com o objectivo de melhorar a experincia de aprendizagem. Isso ser far atravs de:1. Observao cuidadosa do trabalho de grupo, tomando nota da comp etncia dos relatrios, o equilbrio dos debates, a qualidade das relaes, o nvel de cooperao, e o cumprimento dos deveres2. Leitura cuidadosa dos trabalhos de casa3. Verificao dos dirios

A avaliao dos materiais do curso no pode ser levada a cabo durante as aulas em si. Alguns dos objectivos levaro anos para serem alcanados. Na medida em que os estudantes tiverem encontrado o poder transformador de Deus com maior profundeza do que antes; aprendido e abraado prticas e disciplinas devocionais; e incorporado o que de melhor existe neste curso nos seus ministrios, ento o impacto deste empreendimento educacional ser deveras duradouro . nosso desejo que isso acontea.

Informao Adicional

Um esforo razovel ser feito para assistir a todos os est udantes. Qualquer estudante que tenha impedimentos fsicos, dificuldades de aprendizagem, ou outras condies que possam tornar difcil o alcance dos objectivos da classe deve marcar um encontro com o professor logo que possvel para determinar que arranjos especiais podem ser feitos. Qualquer estudante que esteja tendo dificuldade em compreender as tarefas, palestras ou outras actividades do curso deve falar com o professor para fazer os necessrios arranjos.

Disponibilidade do Professor

Todo o esforo ser feito em boa f no sentido de servir os estudantes tanto dentro como fora da sala de aula.

O Dirio: Um Instrumento para Reflexo Pessoal e Integrao

No centro da sua preparao para o ministrio est a participao no Curso de Estudos. Para completar cada mdulo, voc precisar escutar as prelees, ler vrios livros, participar em discusses, e escrever trabalhos. O alvo dominar o contedo.

Igualmente importante na preparao ministerial a formao espiritual. Alguns preferem usar o termo devoes, enquanto que outros se referem ao crescimento na graa. Qualquer que seja o ttulo, trata-se do cultivo intencional do seu relacionamento com Deus. O trabalho integrado nos mdulos ajud-lo- a aumentaro seu conhecimento, capacidades, e aptido para a obra do ministrio. O trabalho de formao espiritual visa aplicar tudo quanto voc aprender ao tecido da sua vida, permitindo assim que a sua educao possa fluir livremente da cabea at aocorao e a todos quantos voc servir.

Embora existam vrias disciplinas espirituais teis no cultivo do relacionamento com Deus, o dirio um elemento crtico na sua conexo. Manter um dirio significa simplesmente manter um registo das suas experincias e das descobertas que fizer ao longo da jornada. Trata-se de uma disciplina no sentido de requerer uma boa dose de esforo e tempo cada dia para a sua manuteno. Muitos admitem que esta prctica frequentemente posta de lado por causa de outras responsabilidades. A verdade que mesmo cinco minutos dedicados ao dirio, podem fazer uma enorme diferena na educao e formao espiritual.

Considere o tempo passado no seu dirio como tempo passado com um amigo. Nas pginas do dirio poder registar as suas sinceras reaes aos eventos do dia, os conhecimentos que ganhou durante a aula, uma citao proveniente de um livro, e uma descoberta que fez com o cruzamento de duas ideias. No se trata de uma simples crnica de eventos despida de dilogo pessoal. O dirio neste sentido um

depsito para todos os seus pensamentos, reaces, oraes, descobertas, vises, e planos. Enquanto que alguns gostem de dirios complexos com seces especficas para cada tipo de reflexo, outros preferem um simples comentrio contnuo. Em qualquer dos casos, registe a data e lugar no comeo de cada anotao. Isso sertil na altura de rever as suas ideias.

conveniente falar um pouco das logsticas da manuteno de um dirio. Para comear s precisa de caneta e papel. Uns preferem folhas soltas que depois podem ser colocadas numa pasta de argolas, enquanto outros gostam mais de cadernos com argolas em espiral, e outros ainda tm preferncia por cadernos tradicionais. Qualquer que seja o seu estilo, o que importante que tenha um mtodo que funcione bem.

essencial reservar um espao e um momento determinados para fazer anotaes no seu dirio. Se no houver um momento designado para esta actividade, ela no ocorrer com a regularidade necessria para ser til. natural querer escrever no dirio no final do dia, para poder reflectir em tudo o que aconteceu. Mas responsabilidades fa miliares, actividades nocturnas e cansao militam contra esta prctica. A manh oferece uma alternativa. O sono filtra muitas das experincias do dia, e nutre profundo discernimento, os quais podem ser registados logo no princpio da manh. Em combinao com as devoes, o dirio ajuda na integrao das experincias vividas com a Palavra de Deus, e tambm com o material encontradono mdulo que tem estado a cozinhar na sua mente. Voc provavelmente notar queo dirio ajuda a tomar nota de ideias que ocorreram inesperadamente ao longo do dia.

Se calhar estamos deixando a impresso de que o dirio um exerccio escrito mo. Alguns podem estar a considerar a ideia de faz-lo no computador. Tradicionalmente tem havido uma certa afinidade entre mo, caneta e papel. algo mais pessoal, directo e esttico. E tambm flexvel, porttil, e acessvel.

Com regularidade de uso, o seu dirio passa a ser um depsito da sua jornada.Assim como importante fazer anota es diriamente, tambm importante rever o seu trabalho regularmente. No final de cada semana, leia as anotaes feitas aolongo dela. Faa um sumrio e tome nota dos movimentos do Esprito Santo no seu prprio crescimento. Faa uma reviso mensal do seu dirio cada trinta dias. A melhor forma de fazer isso pode ser um retiro de meio dia, onde voc poder com orao concentrar-se nos seus pensamentos a ss e em silncio. Fazendo isso poder comear a ver o valor cumulativo da Palavra, do seu trabalho com os mdulos, e da sua experincia no ministrio, todos a combinar-se de formas nunca antes consideradas. Isso constitui integraoa combinao do crescimento na f e do conhecimento. A integrao transfere a informao da cabea para o corao, de maneira que o ministrio deixa de ser meramente uma questo de afazeres para passar a ser algo que tem a ver com o prprio ser. O dirio pode ajud-lo aresponder a pergunta central na educao: Porque que eu fao o que fao quandoo fao?

O dirio realmente um elemento chave na preparao ministerial. O seu dirio a crnica da sua jornada em direo maturidade espiritual bem como mestria do contedo. Estes volumes contero os ricos discernimentos que daro unidade sua educao. O dirio o instrume nto de integrao. Que voc possa valorizar este processo!

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Estes sermes de John Wesley esto disponveis na ntegra no site do WesleyCenter do Northwest Nazarene University,